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Universidade Federal Fluminense

Disciplina: Percepção I

Aluna: Carolina Rodrigues Melo da Silva

Com o avanço da fotografia até os dias atuais, a percepção do ser humano está
marcada pela imagem de si em tela. A câmara escura - primeiro dispositivo possível de tirar
fotos - surge no século XVII e sofre modificações até o século XIX. A foto então é vista como
forma de reprodução da vida, muda-se a forma de se relacionar com a fotografia até o mundo
contemporâneo, que é entendida como nova forma de comunicação pelo fotógrafo Sebastião
Salgado com a capacidade de tirar fotos com mais facilidade e imediatismo.
Ao partir do documentário com Sebastião, é possível compreender como a fotografia
pode ser política e representativa tanto para quem vê quanto para quem tirou a foto. Os
trabalhos em Serra Pelada em 1986 e o Gênesis foram os que mais me chamaram a atenção,
como o fotógrafo mesmo fala, ele fotografa o que acha importante do ponto de vista político e
social e me chama atenção justo os trabalhos feitos aqui no Brasil, de onde compartilhamos
nacionalidade. A história de Serra Pelada é conhecida, porém a percepção que é dada ao ver
em imagem é diferente da escutada, de conhecer por ouvir dizer. É bem interessante também
como ele trabalha por meses para criar um vínculo com pessoas que ele fotografa, num
sentido de conhecer aquele mundo antes de representá-lo.
Já com o avanço da tecnologia e da importância ganha pelas redes sociais, em especial
o Instagram, há uma mudança de entender o motivo de fotografarmos e a percepção de si
próprio. A fotografia antes é vista como maneira de memória, forma de contar sua vida e
apesar de ainda ser possível entender dessa maneira, o fato de podermos tirar foto de tudo
sempre deixa a experiência menos atravessante, menos tocante a nós já que por ser de fácil
acesso se torna menos significativo. Mas tornando-se mais flexível também tornou a
fotografia uma nova forma de se comunicar, de contar histórias de forma mais inclusiva a
maioria das pessoas já que não é necessário mais pagar uma fortuna para tirar fotos ou ter uma
câmera profissional para isso. Recentemente comecei a usar mais o instagram nesse intuito de
contar histórias minhas, mesmo com fotos que não são dignas de prêmios e um título de
"fotógrafa", mas serviu de maneira a comunicar o que eu queria transmitir que estava sentindo
e manter viva minha memória sobre esse ano.
Entende-se o corpo como político então tudo que nós produzimos está envolvido com
nossa subjetividade que antecede essa produção. Permitir-se a busca de entender a história um
dos outros a partir da fotografia é um exercício importante para psicologia uma vez que
estaremos sempre trabalhando a partir da representação do outro.

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