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AREA COMPETENCIA CHAVE

CULTURA, LÍNGUA E COMUNICAÇÃO


NG: Equipamentos e Sistemas Técnicos (EST)

Núcleo Gerador: Equipamentos e Sistemas Técnicos (EST) – DR 2


Unidade de Competência: Identificar e explorar as diversas funcionalidades dos equipamentos e sistemas técnicos, mobilizando competências
linguísticas e culturais, com vista ao seu máximo aproveitamento e a obtenção de desempenhos mais eficazes e participativos.
Tema: Equipamentos Profissionais
Competência Agir perante equipamentos e sistemas técnicos em contexto profissional conjugando saberes especializados e rentabilizando os seus
variados recursos no estabelecimento e desenvolvimento de contactos

Nome: Data:

“Nascimento e evolução da indústria cinematográfica" - O Cinematógrafo dos irmãos Lumière

Nasce uma ilusão. Constroem-se cenários como um hotel de luxo francês e mulheres lindas com vestidos caríssimos trabalham
com especialistas da indústria do cinema milionário. Realizam-se filmes publicitários de curta duração cujo custo é de 1 milhão de euros. As
produções da fábrica dos sonhos crescem a passos de gigante e, com elas, os gastos dos espectadores, que desejam ver cumpridas as
suas ilusões.
A magia das imagens surpreendeu e maravilhou as pessoas muito antes da descoberta do cinema. Há mais de 200 anos, os
espectros ganharam vida nas feiras europeias com a ajuda da “Lanterna Mágica”. As fantásticas aparições surgiam de uma lente com
vidros pintados às cores, que eram projectadas numa tela, ou no ar. Devido à sua estrutura, podiam ser sobrepostos uns sobre os outros, o
que provocava uma ilusão de movimento. No século XIX, a diversão das famílias europeias girava em torno das “Rodas de Movimento”
(1832), cujo efeito radica na inércia entre a visão e o cérebro, o qual provoca uma associação de imagens estáticas sequenciais. Para
provocar esta ilusão, bastam 15 imagens por segundo. O rotoscópio, o zootropo e o praxinoscópio (1834) funcionavam de modo
semelhante. Por que não utilizar a fotografia com a mesma finalidade? Com os novos procedimentos, encurtou-se o tempo de exposição
para se poderem captar diferentes fases do mesmo movimento. O fotografo Edward Muybridge chegou a colocar 24 câmaras em fila para
estudar as fases dos movimentos de pessoas e animais (1878). Quando passavam, partiam um fio e as câmaras disparavam. Ao mesmo
tempo, Ottomar Anschütz inventou um processo parecido, com o qual conseguiu uma sucessão de imagens em 1894. Thomas Edison
também deu um contributo decisivo à História do Cinema, ao criar o formato actual de película: 35 milímetro de largura e 8 perfurações por
negativo. Construiu ainda, juntamente com William Dickinson, o “cinestocópio”, uma caixa com um buraco pelo qual se podiam visualizar
cenas curtas – como o primeiro western da História, o Cripple Creek Bar-Room Scene. As pessoas juntavam-se para ver, por 5 cêntimos, a
maravilha das imagens em movimento. O primeiro estúdio da História foi “Black Maria” de Edison, em New Jersey.
Devido às elevadas quantias que Edison cobrava pelo seu invento, os irmãos Lumière - Auguste (1862-1954) e Louis (1864-
1948), decidiram investigar a técnica utilizada. Construíram o seu cinematógrafo, que se baseava numa hábil combinação dos inventos
preexistentes. Mas as imagens já não eram visualizadas através de um buraco, como no invento de Edison. Antes eram projectadas numa
tela através de uma potente lâmpada e duma lente, tal como no caso da “Lanterna Mágica”. O movimento da película realizava-se através
de uma manivela.
A 28 de Dezembro de 1895, no salão indiano do Grande Café do Boulevard dos Capuchinhos, em Paris, realizou-se a primeira
projecção pública de cinema. A História do Cinema começou com a projecção do filme Arrivé d’un train à la Coitat. O obturador
encarregava-se de alternar a projecção de cada imagem com o transporte da película. Nesse tempo, passavam 16 imagens por segundo. A
sucessão produzia no cérebro humano a ilusão do movimento.
O braço que transportava a película era uma novidade técnica. A ideia básica: mover a película da mesma forma que o tecido
numa máquina de costura. Uma excêntrica subia ao longo da extremidade da película, fixada a um eixo, baixava a chapa e desse modo
transportava a película. Com a ajuda de uma barra, situada na parte traseira, a chapa ia-se movimentando no sentido horizontal, o que
permitia que o braço se introduzisse na perfuração da película. Os movimentos estavam tão coordenados que a película se movia de forma
mecânica automatizada: projecção, transporte; transporte, projecção; e assim sucessivamente. Para além disso, o eixo principal tinha uma
tela giratória, que obstruía a luz do projector durante a troca do negativo. Assim, os olhos recebiam imediatamente cada fotograma.
Contudo, o cinematógrafo dos irmãos Lumière não era ainda um projector: com o mesmo aparelho podia-se filmar, projectar e até fazer
cópias dos filmes. Os irmãos Lumière cresceram em Lyon, onde o seu pai tinha uma loja de aparelhos de fotografia. Aí puderam seguir as
últimas novidades e invenções da técnica fotográfica. Uma porta de fábrica passou à História como algo célebre, pois foi neste cenário que
nasceu o seu primeiro filme: Sortie des Usines foi rodado num só enquadramento. Tal como os primeiros filmes destes, era um
documentário com um minuto de duração. A expectativa era grande quando da sua inauguração e dias antes já havia uma fila para os ver.
Rapidamente os irmãos juntam centenas de filmes nos seus arquivos e dezenas de operadores de câmara percorriam o mundo às suas
ordens. Mas, pouco depois da invenção, os dois irmãos separaram-se. Louis continuou a trabalhar na técnica de fotografia e de cinema, e
geriu a fábrica em Lyon. Contudo, apesar do enorme sucesso, parou a produção em 1898. August entregou-se à resolução de problemas
no âmbito da medicina e da bioquímica.

Foi Georges Méliès (1861-1938) quem transformou o cinema numa arte. Já tinha dirigido um “Teatro Mágico” antes da invenção
do cinema. Méliès era um mago dos filmes, um génio universal. Escrevia guiões, desenhava cenários, era realizador e, frequentemente,
actor. A sua obra mais famosa é Voyage dans la Lune, onde aplicou os seus truques mais conhecidos ao mundo do cinema e desenvolveu
novos efeitos – é considerado o pai dos efeitos especiais. Os franceses Gaumont e Pathé transformaram o cinema numa indústria. Em
pouco tempo, a Pathé era a produtora cinematográfica mais importante, que adquiriu inúmeros direitos e criou a distribuição moderna.
Comercializou, entre outros, as séries de “O Bucha e o Estica” de Charlie Chaplin e de Fritz Lang. Desde então, a câmara esteve em todos
os cenários importantes, informando acerca da actualidade nos desportos, ou das novas invenções da humanidade – como no caso do
reactor mecânico do avião dos irmãos Wright. Rapidamente os filmes passaram a incluir o som e, pouco tempo antes da Segunda Guerra
Mundial, chegou o cinema a cores. No tempo da ciência, a câmara acedeu aos cenários mais remotos, desde os gelados pólos até às
profundezas dos oceanos. Também auxiliou na recolha de informações diversas, bem como na investigação do Universo. Os cenários das
longas-metragens tornaram-se cada vez mais reais e o controlo de movimento permitiu calcular ao milímetro os movimentos da câmara,
repetindo-os vezes sem conta. A amplitude da gama de luz permite novos efeitos visuais e reúnem-se diversos especialistas para criar
filmes com elevadíssimos custos de produção. O realizador pode agora controlar todos os planos. A partir da original e simples caixa preta
de madeira, criaram-se produtos milionários que utilizam as tecnologias mais recentes para criar ilusões cada vez mais perfeitas. O sistema
Omnimax trabalha com uma película de 70 milímetros e cada fotograma é quase do tamanho de um postal, o que obrigou à construção de
novas telas e de um projector completamente inovador, o qual projecta as imagens na tela com uma intensidade de luz de 15 000 watts. E
os desenvolvimentos continuam…
O que há de revolucionário em «Avatar»?

“Toda a gente sabe: «Avatar», o novo filme de James Cameron, promete revolucionar a história do cinema. Mas em que
consiste exactamente essa revolução?

Embora nunca tenha sido feito um filme a 3 Dimensões com o realismo e a escala de «Avatar», é o processo e não o resultado
que promete revolucionar a história do cinema. Desde «Parque Jurássico» que o espectador já se habituou ao foto-realismo e à integração
na imagem real de elementos imaginários, criados por computador. A partir de «O Senhor dos Anéis: As Duas Torres», a personagem de
Gollum introduziu na acção real uma personagem criada em «motion capture» com um realismo inusitado. Só que James Cameron subiu
tudo isto a uma potência superior, com um realismo inédito até à data e uma escala verdadeiramente inusitada, e ainda lhe adicionou as 3
Dimensões, concretizadas com uma precisão técnica nunca antes alcançada. Mas a revolução de «Avatar» começou muito antes. James
Cameron escreveu o primeiro esboço do argumento em 1994 e, segundo comentou várias vezes, esperou desde então que a tecnologia
estivesse à altura de lhe permitir levar ao ecrã a história do confronto entre os seres humanos e os pacíficos seres azuis de um planeta
chamado Pandora. Mas como o cineasta não é homem para ficar de braços cruzados, resolveu dar uma ajudinha à revolução tecnológica
que permitiu criar «Avatar». O filme é concretizado com câmaras especiais criadas de propósito, descendentes das que Cameron tinha
criado em parceria com Vince Pace, e que tinham sido instrumentais na eclosão do novo cinema a 3 Dimensões. O designado Fusion
Camera System permitiu a rodagem de filmes a 3 Dimensões com um realismo inusitado, bem comprovado nos dois documentários com
que o cineasta testou e apresentou o sistema: «Fantasmas do Abismo» (2003) e «Extraterrestres nas Profundezas» (2005), rodados em
alta definição nas profundezas do oceano para serem vistos nos gigantescos ecrãs IMAX. Recorde-se que o novo sistema a três dimensões
elimina por completo a sensação de náusea do sistema anterior, em que a projecção do filme era feita por duas câmaras (com cada uma a
projectar a imagem que cada olho devia captar para dar a ilusão de tridimensionalidade) e em que a imagem de cada uma tinha de estar
completamente alinhada para não provocar dor de cabeça e arruinar o efeito. Agora, com uma única câmara a alternar os fotogramas que
cada olho deve captar e imagens de uma definição e contraste antes impensável, a revolução 3D veio para ficar e os óculos vão passar a
ser acessório essencial em cada vez mais filmes (quem já usa óculos para corrigir miopia, pode colocá-los por cima dos seus que o efeito é
idêntico). A primeira película no novo sistema? «Fantasmas do Abismo» , de James Cameron. A mais recente e espectacular? «Avatar», de
James Cameron (2009). Mas não é só o efeito das 3 Dimensões que melhora substancialmente em «Avatar». O outro grande avanço está
no processo de rodagem com recurso à tecnologia de motion capture (em que a interpretação dos actores é decalcada para um
computador através da digitalização dos vários pontos do seu corpo). Por um lado, o espaço de rodagem (designado por «volume») é seis
vezes maior que os utilizados até à data por cineastas como Robert Zemeckis (o principal defensor desta tecnologia, em filmes como
«Polar Express», «Beowulf» e «Um Conto de Natal». Por outro, se no sistema utilizado até agora os cenários só eram integrados na acção
muito depois dos actores terem sido filmados, as novas câmaras virtuais de Cameron permitem-lhe observar num monitor, directamente e
em tempo real, as contrapartes virtuais dos actores já integradas no seu mundo digital, e dirigir as cenas como se de um filme de imagem
real se tratasse. Mais: a nova câmara colocada em frente da rosto do actor, permite, segundo Cameron, transferir cerca de 95% da
interpretação dos actores para as suas versões digitais. Ou seja, um realismo nunca antes visto numa personagem virtual.
Tudo isto junto, agregado à imaginação fulgurante de James Cameron e à sua insistência de que todas as inovações tecnológicas
sirvam a história que conta, fazem de «Avatar» uma experiência inovadora em cinema, que promete ser um ponto de viragem tão grande
como o foram, na sua época «A Guerra das Estrelas» ou «Parque Jurássico».”
1. Indique as principais invenções existentes antes do cinematógrafo.

2. O cinematógrafo dos irmãos Lumière: o que era e como funcionava?

3. A que tipo de desenvolvimentos se assistiu na indústria cinematográfica?

4. Na sua opinião, qual é o papel do cinema para a vida coletiva? Justifique.

5. Reflita sobre os instrumentos fonográficos que utiliza e o papel destes na sua vida

6. Indique o assunto do artigo e justifique-o


7. Explique, por palavras suas, as principais ideias do autor do artigo.

8. Comente a frase «Não há dúvida de que muito mudou no cinema desde os seus primeiros tempos, mas os
efeitos especiais sempre estiveram presentes como forma de maravilhar as pessoas.»

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