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Origem do Cinema
Conseguir imagens em movimento foi algo perseguido desde a Antiguidade. As
sombras sempre exerceram fascínio nos seres humanos, o que rendeu inclusive a criação
do teatro de sombras.
Com o advento da fotografia foi possível fixar a imagem numa superfície, seja
ela papel, placa de metal ou vidro. Desta maneira, não podemos entender a história do
cinema sem compreender a história da fotografia.
Lanterna Mágica
Inventada no século XVII, tratava-se de uma câmara escura que projetava,
através de lentes e luz, desenhos pintados à mão em vidros. Um narrador se encarregava
de contar a estória e algumas vezes havia acompanhamento musical.
A lanterna mágica se tornou uma grande atração em feiras urbanas, mas também
foi usada no ambiente acadêmico.
Praxinoscópio
Construído em 1877 pelo francês Charles Émile Reynaud (1844-1918), o
praxinoscópio consistia num aparelho de formato circular no qual as imagens iam se
sucedendo e davam a sensação que estavam se movendo.
Cinetoscópio
Lançado, em 1894, na fábrica comandada por Thomas Edison (1847-1931) nos
Estados Unidos, o cinetoscópio era uma máquina individual onde se assistia filmes de
curta duração
O invento só foi possível porque Edison criou uma película de celuloide capaz
de guardar as imagens e assim, projetá-las através das lentes.
Cinematógrafo
Os irmãos Auguste Lumière (1862-1954) e Louis Lumière (1864-1948),
apaixonados por inventos e fotografia, desenvolveram o cinematógrafo. Ao contrário
dos outros aparelhos, este permitia gravar e projetar as imagens tornando a atividade
mais prática.
Cinema Narrativo
O cinema era visto apenas para fins documentais e para registrar através de uma
câmara estática algo que estava acontecendo diante da lente. Seria o que se chama de
"teatro filmado".
No entanto, dois pioneiros vão utilizar as câmaras para contar estórias, criar
técnicas e narrativas que somente seriam possíveis com este aparelho.
Alice Guy-Blaché
A primeira pessoa a explorar a via narrativa do cinema foi a francesa Alice Guy-
Blaché (1873-1968). Autora de quase mil obras, ela fez o primeiro filme baseado num
conto popular, "A fada dos repolhos" (1896).
Encantada com o aparelho, Alice Guy começou a experimentar filmar com dupla
exposição, atrasar ou apressar a velocidade da câmara a fim de conseguir efeitos
interessantes para narrar suas estórias. Ela ainda seria a primeira a usar cores e som nos
seus filmes.
Alice Guy rodou mais de mil filmes do qual apenas 350 sobreviveram, incluído
sua monumental "A Vida de Cristo", de 1906, que contou com 300 figurantes.
Georges Méliès
Por outro lado, o mágico e ator francês Georges Méliès também trabalharia no
desenvolvimento da linguagem cinematográfica introduzindo cortes, sobrexposição e
zoom.
Méliès queria usar o aparelho nos seus espetáculos, mas os irmãos não o
venderam. De qualquer maneira, ele comprou uma máquina semelhante e começou a
escrever roteiros e atuar. Aperfeiçoou os truques próprios do teatro e do ilusionismo
para o cinema e assim alcançou grande sucesso.
Seu maior êxito foi a o flime "Viagem à Lua", de 1902, onde adaptou a célebre
obra de Júlio Verne para o cinema. Por suas inovações, Méliès é reconhecido como o
"pai dos efeitos especiais".
Curiosidades
O primeiro cinema do mundo foi o Éden Théâtre, na cidade de La
Ciotat, França, onde os irmãos Lumière costumavam passar as férias e fizeram
uma projeção de seus filmes para convidados.
Seis meses após a exibição em Paris, em 8 de julho de 1896, é
realizada a primeira exibição de filmes no Brasil, no Rio de Janeiro.
O MÁGICO DE OZ: FILME
A narrativa nos conta as aventuras da garota Dorothy, que tem sua casa levada
por um tornado até um lugar fantasioso chamado Oz.
A personagem principal é Dorothy, uma menina de 11 anos que vive com seus
tios em uma fazenda no estado norte-americano do Kansas.
Depois de uma discussão com seus familiares e com uma vizinha, a garota
resolve fugir com seu cachorro Totó. Ela encontra então um vidente que lhe diz que sua
tia não está bem.
Assim, a menina retorna ao lar, mas um intenso ciclone se inicia e o vento é tão
forte que faz sua casa levantar-se do chão e ser trasportada para Oz, um mundo
fantástico e cheio de criaturas fascinantes.
Chegando em Oz
Nesse momento, vale apontar que o filme passa a ser colorido. Em todas as
cenas feitas na fazenda a cor é em tons amarronzados, em sépia. Depois da chegada de
Dorothy à Oz tudo ganha um colorido intenso, um trabalho feito após a gravação.
Quando a casa finalmente aterriza, a garota fica sabendo que ela havia caído em
cima da Bruxa Má do Leste, matando-a. Quem dá essa informação é a Bruxa Boa do
Oeste, que também lhe presenteia com os sapatos de rubi da feiticeira que morreu.
Assim é feito e no meio do caminho logo surge um espantalho falante. Ele está
muito triste e reclama por não possuir um cérebro. Dorothy então o convida a seguir
jornada junto com ela na tentativa de conseguir ajuda do mágico. O espantalho aceita o
convite.
Em seguida eles se deparam com um homem feito de lata que lamenta-se por
não ter um coração. O homem junta-se a eles na procura pelo mago.
Por último aparece o leão, um animal que teoricamente é feroz, mas na história
era bastante medroso e precisava de coragem. Ele também segue com os outros três.
Lá, é dito que precisam trazer a vassoura da Bruxa Má do Oeste para que seus
pedidos sejam atendidos.
Acontece que bruxa não podia com água, assim, ela começa a derreter até sumir.
Os guardas do local agradecem e dão a vassoura da malvada para a garotinha.
Dorothy encontra-se novamente com a Bruxa Boa do Oeste e ela diz que a
garota sempre teve o poder de voltar para casa, mas precisava passar por todos esses
apuros para confiar em sua capacidade.
Então, depois de refletir sobre tudo o que viveu, a garota bate os tornozelos três
vezes com os sapatinhos vermelhos e diz a frase: "Não há lugar melhor do que a
nossa casa".
A garota conta tudo o que viveu, ainda muito impactada, e agradece por estar
finalmente em casa.
Na história, cada personagem tem motivações bem claras. A maioria deles está
em busca de algo que preencha seus vazios existenciais, alguma coisa que lhes traga
felicidade.
Personagem Motivação
Dorothy Gale A menina busca retornar ao lar. Pode-se dizer que ela
procura a reconciliação com seus familiares e seu lugar de
origem.
A menina quando chega à Oz é aclamada como salvadora por ter matado as duas
bruxas más (uma no início de sua jornada, e a outra ao final), mas ela não realizou tais
feitos de forma consciente, e sim ao acaso. De qualquer forma, foi venerada pelo povo
do lugar.
O que ele ofereceu aos personagens foi apenas objetos e certificados atestando
inteligência, coragem e sentimentos, elementos que estão, na realidade, dentro de cada
um de nós.
A menina não conseguiu a ajuda do "mago" e pôde voltar para casa apenas
batendo os sapatinhos 3 vezes, o que foi revelado pela Bruxa Boa do Oeste somente ao
final da jornada.
Por conta disso, fica o questionamento sobre o porquê da bruxa boa ter omitido
essa informação da pobre garota. Talvez ela tenha se servido de Dorothy como
instrumento para aniquilar sua inimiga, a bruxa má.
Assim, esse clássico do cinema pode ser visto como um tipo de "conto de fadas"
que traz mensagens controversas, onde o mundo fantasioso e "maravilhoso" é, na
verdade, um lugar povoado por criaturas um pouco tolas e mestres enganadores.