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1ª aula
O que é o cinema?
A palavra cinematografia deriva do grego e resulta da combinação da palavra kinema, movimento,
com a palavra graphein, escrita.
A Lanterna Mágica
A Lanterna Mágica é a antecessora dos aparelhos de projeção modernos. É composta por uma
fonte luminosa, que nas primeiras lanternas era uma simples vela ou um candeeiro a petróleo, um
reflector, um condensador e uma objectiva. Podemos definir a lanterna mágica como “uma caixa
óptica que projeta sobre uma tela branca (tecido, parede caiada, ou mesmo couro branco) numa
sala escurecida, imagens pintadas sobre uma placa de vidro. O padre jesuíta alemão Athanasius
Kircher aproveitará as suas potencialidades, transformando-a num eficaz instrumento
pedagógico, descrito na sua obra Ars Magna Lucis et Umbrae, impressa em Amesterdão em 1671.
A popularidade e interesse pela Lanterna Mágica levaram ao aparecimento, em muitos países da
Europa, de um novo ofício, o de Lanternista ambulante. Os espectáculos da Lanterna Mágica,
muitas vezes com acompanhamento musical (um realejo ou uma caixa de música), estavam na
moda e multiplicaram-se um pouco por toda a Europa
Eadweard Muybridge (1830/1904) – O zoopraxiscópio
Em 1876, Eadweard Muybridge (1830/1904), um fotógrafo inglês conhecido por fazer
experiências com o uso de múltiplas câmaras para captar o movimento, inventou o
zoopraxiscópio. Este dispositivo não capturava imagens, apenas os exibia de forma animada.
Assim, girando uma manivela, onde um pequeno disco gira, e intercalando fotografias do mesmo
objeto mas em diferentes posições, criava, desse modo, a ilusão de movimento.
1. O cinematógrafo era apoiado num tripé para garantir a estabilidade durante a filmagem. Ele
não possuía um visor. O enquadramento era feito pouco antes do instante da gravação, com o
aparelho aberto e o cinegrafista olhando diretamente através da janelinha (a objetiva)
2. Na caixinha menor superior era alocado o rolo de filme virgem, com 35 mm de largura e 17 m
de comprimento (medidas que, depois, se tornariam o padrão da indústria). Os furos nas laterais
demarcavam os frames e engatavam o filme em pinos acionados pela manivela
3. Além de “puxar” o filme para dentro do sistema, expondo-o à sensibilização diante da entrada
de luz, a manivela também acionava um “leque” giratório que cobria temporariamente essa
abertura, servindo como uma espécie de obturador
4. O ritmo era essencial: a cada segundo, o cinegrafista devia completar duas voltas na manivela.
Isso garantia que, por exatos 16 frames, o filme tinha o tempo de exposição necessário para
registrar a imagem. Aí, o mecanismo recolhia a película em outro compartimento, escuro e
protegido. (Também dava para copiar um filme, correndo o negativo em paralelo com um filme
virgem)
5. A película usada pelos Lumière era bastante sensível à luz, o que tornava tanto o processo de
captura quanto o de revelação bastante rápidos. Assim, era possível gravar e exibir um filme no
mesmo dia! Para a projeção, o cinematógrafo era aberto e passava por uma readaptação bastante
simples
6. O filme revelado era devolvido à caixa superior. A lente de pouca abertura usada para a
gravação era trocada por uma maior, que ampliava as imagens. Uma fonte de luz, posicionada
atrás da máquina aberta, enviava as imagens para a tela branca. Aí, bastava rodar a mesma
manivela no mesmo ritmo do registo.
A primeira demonstração pública do aparelho foi feita numa sala chamada Eden em La Ciotat, no
sudeste da França, a 28 de Setembro de 1895. Mais tarde, a 28 de Dezembro do mesmo ano, os
Lumière organizaram em Paris, no salão do Grand Café, a primeira exibição comercial do
cinematógrafo. A exibição foi um sucesso e a data de 28 Dezembro de 1895, data da primeira
projecção pública paga, é comummente associada ao nascimento do cinema.
FILMES:
La Sortie de l'Usine Lumière - 1895, Louis & Auguste Lumière (França _ 45’’)
https://www.youtube.com/watch?v=NwRAUniWJPY
L'arrivée d'un train à gare de La Ciotat -1895, Louis & Auguste Lumière ((França _ 45’’)
https://www.youtube.com/watch?v=zaO_H2cUh60
L’arroseur arrosé (O Regador Regado) - 1895, Louis & Auguste Lumière (França)
https://www.youtube.com/watch?v=UlbiNuT7EDI
A versão colorida da clássica Viagem à Lua ficou perdida por décadas, até que uma lata foi
encontrada em Barcelona (Filmoteca da Catalunha) em 1993, com o filme bastante deteriorado.
Passou-se então ao meticuloso processo de restauração, usando tecnologia digital, para recuperar
o tesouro perdido. O resultado foi apresentado em Cannes, 2010, causando vertigens nos
cinéfilos mundo afora.
FILMES:
Le Voyage dans la Lune – 1902, Georges Méliès (França _ 14')
(C/ banda sonora de Billi Brass Quintet (Perugia/Itália)
https://www.youtube.com/watch?v=ZNAHcMMOHE8
Le Voyage dans la Lune – 1902, Georges Méliès (França _ 14') (versão restaurada e colorida)
https://vimeo.com/202765496
Voyage dans la Lune (1902) narra uma jornada surrealista inspirada em Júlio Verne (“Da Terra
à Lua”) e em H. G. Wells (“The First Men in the Moon”) e são considerados filmes precursores do
cinema de ficção científica.
Narram jornadas estranhas, surrealistas e fantásticas inspiradas em Júlio Verne (Voyages a travers
I'impossible, peça em 3 actos co-escrita com d'Ennery, 1882) e são considerados um dos filmes
mais importantes e influentes do cinema de ficção científica.
Fundindo o estilo documentalista dos irmãos Lumière e as fantasias teatrais de Georges Méliès,
Edwin Porter desenvolve os princípios da narrativa e da montagem com o filme Life of an
American Fireman (1903) e consolidados com o filme The Great Train Robber (1903).
The Great Train Robbery rompeu com as composições de filmes ao estilo Méliès, através do
uso de edição/montagem e de tomadas de planos/imagens inovadoras, criando a ideia de
continuidade da acção. The Great Train Robbery estabeleceu a narrativa realista como padrão
no cinema, inaugurando ao mesmo tempo o género western, e foi também o primeiro grande
sucesso de bilheteria. O seu sucesso abriu o caminho para o crescimento da indústria
cinematográfica, já que os investidores, reconhecendo o grande potencial lucrativo do cinema,
começaram a abrir os primeiros cinemas permanentes em todo o país. Uma curiosidade
importante (e que viria a ser uma marca na definição conceptual e moral da indústria de cinema
norte-americana), tem a ver com a necessidade que Porter teve de alterar o final, porque os
bandidos saíam-se bem no desfecho narrativo, o que passava uma ideia de impunidade ao povo.
FILMES:
Intolerance, o outro grande filme de Griffith, foi feito parcialmente em resposta às críticas ao
The Birth of a Nation, filme pelo qual foi acusado de perpetuar estereótipos raciais e de
glorificar o Ku Klux Klan.
Em Intolerance, Griffith narra quatro histórias que se desenrolam em diferentes épocas – no
mundo moderno, na época de Cristo, na França do século 16 e na antiga Babilónia. Não existe
outra conexão entre esses segmentos senão o facto de abordarem a intolerância (religiosa,
política, social) ao longo da História. Griffith investiu uma fortuna pessoal na realização mas o
filme foi um fracasso e levou-o à ruína.
FILMES:
The Birth of a Nation – 1915 de David Wark Griffith c/ Lillian Gish, Robert Harron, Mae
Marsh, Miriam Cooper (190’)
https://www.youtube.com/watch?v=nGQaAddwjxg
Intolerance – 1916 de David Wark Griffith c/ Lillian Gish, Mae Marsh, Robert Harron (190’)
https://www.youtube.com/watch?v=SyqDQnoXa70&spfreload=5
Dos traços racistas em The Birth of a Nation (1915) de David Wark Griffith, à celebração
de Abraham Lincoln por John Ford.
Young Mr. Lincoln (1939), realizado por John Ford, com Henry Fonda (Abraham Lincoln) e
Alice Brady (Abigail Clay), é um filme americano que retrata a vida de Abraham Lincoln.
Abraham Lincoln (1809/1865,) foi o 16º presidente dos EUA, posto que ocupou de 4 de março
de 1861 até ao seu assassinato em 15 de abril de 1865. Lincoln liderou o país de forma bem-
sucedida durante sua maior crise interna, a Guerra Civil Americana, preservando a União e
abolindo a escravidão.
Young Mr. Lincoln, de John Ford (1939) c/ Henry Fonda (Abraham Lincoln) (100’)
https://www.youtube.com/watch?v=j9oxjPPEscU
zzepires@gmail.com