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Filmes dirigidos por mulheres são o fio condutor

da nova mostra de cinema no site do Itaú Cultural


A programação audiovisual da instituição apresenta sete curtas-metragens, registrados
nos últimos oito anos por diretoras. Entre os temas, estão a relação afetiva das mulheres,
a desigualdade social, a falta da representatividade e questões da negritude. Antes da exibição
de cada filme, são apresentados depoimentos das cineastas sobre os processos das produções.

De 12 a 26 de setembro, o Itaú Cultural exibe em seu site www.itaucultural.org.br, um ciclo de


filmes que protagoniza a produção audiovisual de diretoras mulheres. Com sete curtas-
metragens, a mostra mergulha sobre o olhar feminino por trás das câmeras, com histórias
registradas entre os anos de 2012 e 2020. A desigualdade social, o racismo estrutural, a falta
de representatividade e a força do amor, são alguns dos temas presentes nas obras das
cineastas Safira Moreira, Everlane Moraes, Elen Linth, Larissa Fulana de Tal, Larissa
Nepomuceno, Taís Amordivino e Mariana Campos. Além de poder acompanhar os filmes, o
público tem acesso a vídeos introdutórios sobre os processos de filmagens, contados pelas
próprias diretoras.

Dirigido por Safira Moreira, Travessia é um registro real sobre a estigmatização da


representação das famílias negras e como suas histórias vem sendo apagadas
sistematicamente com o passar do tempo. Utilizando uma linguagem poética, a partir da
procura de registros fotográficos dessas famílias, o filme ganhou destaque na programação da
17ª Mostra do Filme Livre, em 2018. No ano seguinte, foi exibido na abertura do Festival
Internacional de Cinema de Rotterdam, na Holanda.

No documentário Caixa D’água: Qui-lombo é esse? a premiada cineasta Everlane Moraes


mostra, por meio de depoimentos de antigos moradores e de acervos fotográficos projetados
em corpos negros e nas paredes da comunidade, a importância histórica e cultural de um
bairro remanescente de Quilombos. Neste filme, a ênfase é dada à cultura negra e à presença
do escravo e seus descendentes, com o resgate de assuntos relacionados à origem, oralidade,
localização geográfica e consciência de sua identidade racial. Apesar de a comunidade existir
em uma área urbana, ela ainda mantém muitos aspectos da vida em quilombo dos antigos
negros escravos do Brasil.
As angustias de uma mulher negra, que carrega consigo a dor da infância e o silêncio no medo,
são mostradas no filme Entre Passos, da diretora Elen Linth. Utilizando uma simbologia de
bailarinas jogadas no chão, a história leva a acreditar que é possível existir um refúgio dentro
da própria memória. Por sua vez, a emocionante produção Seremos Ouvidas, dirigida por
Larissa Nepomuceno, mostra a história de três mulheres surdas que, apesar de viverem em
realidades distintas e em uma sociedade sexista e feita para ouvintes, compartilham suas lutas
e trajetórias dentro de um movimento feminista surdo.

Em Cinzas, a cineasta baiana, Larissa Fulana de Tal, narra sobre a difícil realidade dos
brasileiros que residem em comunidades afastadas, mostrando um retrato da desigualdade
social que existe pelo país. Contando a história de Toni, o curta-metragem mostra a rotina de
um homem que pega ônibus lotado, é cobrado por pontualidade no trabalho, recebe seu
salário com atraso e é constantemente abordado nas ruas por policiais, que tem como cultura
um racismo estrutural. Essa situação de solidão e abandono faz com que ele tenha crise
psicológica, perca a vontade de estudar e passe a ter angústias.

Registrado no interior de Minas Gerais pela cineasta Taís Amordivino, o filme Motriz conta a
história de Bete, uma mulher de olhos caudalosos e sorriso largo, que convive com a dor da
distância das filhas. Apesar disso, mesmo vivendo em um lugar onde o tempo passa devagar e
a saudade teima a andar depressa, ela encontra no amor a força motriz que precisa para se
aproximar da sua felicidade.

O último filme da mostra, Minha História é Outra, de Mariana Campos, mostra como uma
paixão entre mulheres negras se torna mais do que uma simples história de amor. Moradora
do Morro da Otto, Niázia abre as portas de sua casa para reforçar essa teoria. Enquanto isso,
Leilane apresenta os desafios e possibilidades de se construir uma jornada de afeto. A
produção foi exibida no Berlin Feminist Film Week e premiado como melhor filme nacional
pelo júri popular no Recifest - Festival de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero.

Sobre as diretoras:

Safira Moreira
Formada em cinema pela Escola de Cinema Darcy Ribeiro e pelo Centro Afrocarioca de Cinema
- Zózimo Bulbul. É graduada pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage em 2015, mesmo ano
em que foi selecionada para a residência artística Afrontrancendence, no Red Bull Station em
São Paulo. Dirigiu a videodança Sentinela, selecionada para o Festival Dança em Foco 2017. É
fundadora do cineclube Capa Preta, com foco no protagonismo da mulher negra no cinema.

Everlane Moraes
Formou-se pela Escola Internacional de Cinema e TV – EICTV, em Cuba, onde realizou parte de
sua obra, que traz experimentações em linguagens híbridas, passando pelo documental e a
ficção, e é por vezes acionada pela religiosidade afro-cubana da Santería. É diretora de filmes
como Caixa D´Água: Qui-lombo é esse? (2012) e Conflitos e Abismos: A expressão da condição
humana (2014).

Elen Linth
Formada em Cinema e Audiovisual, atua na área executiva de projetos, direção, roteiro,
fotografia e curadoria. Dentre suas produções destacam-se as obras Transviar (2018)
Territórios (2017) e Travessia (2018). Ela também é co-diretora da série Diversidade (2017).

Larissa Nepomuceno
É roteirista e diretora cinematográfica, formada em Cinema e Artes Visuais e mestranda em
Educação pela Universidade Federal do Paraná. Seu primeiro curta-metragem foi o
documentário Megg - A Margem que Migra para o Centro, que recebeu sete prêmios e duas
menções honrosas, além de ser exibido em dezenas de festivais internacionais. O curta
Seremos Ouvidas é o seu mais recente trabalho com cineasta.

Larissa Fulana de Tal


Graduada em Cinema e Audiovisual na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (URFB),
atua como Conselheira Associação de Profissionais Negros da Audiovisual (APAN). É diretora
do documentário Lápis de Cor (2014), projeto contemplado pela I Chamada de Curtas
Universitários do Canal Futura. Ela também dirigiu o filme Cinzas, contemplando no Edital
Curta Afirmativo (2012). A cineasta ainda atuou como diretora geral da série documental Diz
aí! Afro e indígena do Canal Futura (2018).

Tais Amordivino
Bacharel em Comunicação Social e Cinema e Vídeo, é uma das realizadoras do festival
Itinerante de Cinemas Negros - Mahomed Bamba (MIMB). Atuou como diretora e roteirista do
documentário A Invisibilidade da Identidade Negra na educação, selecionado em festivais
nacionais. Dirigiu e roteirizou o premiado curta-metragem documental Motriz, exibido em
mais de trinta festivais, nacionais e internacionais, incluindo oito premiações. Atualmente,
dirigiu sua primeira ficção A Menina Que Queria voar, contemplada no Edital Setorial de
Audiovisual 2019 – FCBA.

Mariana Campos
É cineasta graduada em Produção Audiovisual, pela Universidade Estácio de Sá, e formada em
Direção Cinematográfica, pela Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Em sua filmografia, destaque-se
a direção do filme Tia Ciata, premiado em diversos festivais nacionais e internacionais, como
London Feminist Film Festival e Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro. E o filme
Minha História é Outra', que atualmente circula por festivais ao redor do mundo, como Berlin
Feminist Film Week e, recentemente premiado como melhor filme nacional pelo júri popular
no Recifest - Festival de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero.

SERVIÇO:
Travessia (2017)
De Safira Moreira
Duração: 5 minutos
Classificação Indicativa: Livre
Seremos ouvidas (2020)
De Larissa Nepomuceno
Duração: 13 minutos
Classificação Indicativa: Livre
Motriz (2018)
De Taís Amordivino
Duração: 15 minutos
Classificação Indicativa: Livre
Caixa D’água: Qui-lombo é esse? (2012)
De Everlane Moraes
Duração: 15 minutos
Classificação Indicativa: Livre
Entre Passos (2012)
De Elen Linth
Duração: 9 minutos
Classificação Indicativa: Livre
Cinzas (2015)
De Larissa Fulana de Tal
Duração: 15 minutos
Classificação Indicativa: Livre
Minha história é outra (2019)
De Mariana Campos
Duração: 22 minutos
Classificação Indicativa: 16 anos (Contém cenas de nudez)
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