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16/11/2018 :: 40000677683 - eproc - ::

Poder Judiciário
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA Nº 5022815-89.2017.4.04.7200/SC


RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL ROGERIO FAVRETO
APELANTE: MARIANA VIEIRA CARNEIRO (IMPETRANTE)
ADVOGADO: FLÁVIO RICARDO FÉLIX
APELADO: CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA 10ª REGIÃO -
CREFITO/SC (INTERESSADO)
APELADO: PRESIDENTE - CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA 10ª
REGIÃO - CREFITO/SC - FLORIANÓPOLIS (IMPETRADO)

RELATÓRIO

Trata-se de ação oposta em face do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia


Ocupacional da 10ª Região - CREFITO/SC objetivando obtenção de provimento jurisdicional
que determine que o Conselho se abstenha de autuar, fiscalizar e impedir que a parte
impetrante exerça a sua profissão de Instrutora do Método Pilates em qualquer Academia,
Escolas de Dança e outros estabelecimentos congêneres.

Sentenciando, o MM. Juiz assim decidiu:

Ante o exposto: 01. Presentes os requisitos legais, ratifico a liminar e concedo a segurança,
extinguindo o feito forte no art. 487, I, do NCPC. Em consequência: a) declaro nula
a notificação anexada à inicial (evento 1 - NOT7), naquilo que tange especificamente à
impetrante; e b) determino à autoridade impetrada que se abstenha de autuar, fiscalizar e
impedir que a impetrante, Mariana Viera Carneiro, exerça a atividade de instrutora do método
pilates em qualquer academia, escola de dança ou outro estabelecimentos congênere. 02. Com
reexame; mesmo sem recurso voluntário, subam. Interposta apelação, a Secretaria, receba-a
no efeito devolutivo, colha contrarrazões e a remeta ao E. TRF4. 03. Sem honorários e custas
ex lege. 04. A Secretaria oportunamente arquive. 05. P.R.I.

O Conselho apelou. Sustentou que a atuação do Método Pilates no Brasil pode


ser exercida por profissionais com formação em Fisioterapia e Educação Física. Para que uma
empresa inicie suas atividades, faz-se necessário o registro em determinados órgãos nos
âmbitos federal, estadual e municipal, bem como que um estúdio de Pilates deve estar
regulamentado no conselho pertinente ao profissional, CREFITO (Conselho Regional de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional) e/ou CREF (Conselho Regional de Educação Física).
Pleiteou reforma da sentença.

Com as contrarrazões, vieram os autos para julgamento.

O Ministério Público Federal opinou pelo desprovimento da apelação e da


remessa necessária.

É o relatório.

VOTO

Mérito

5022815-89.2017.4.04.7200 40000677683 .V30


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Em suas razões de apelação, Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional - CREFITO, sustentou sua defesa nos seguintes termos:

(...)

A Resolução COFFITO n.º 386 em momento algum prevê reserva de mercado ou limita a ação
de outros profissionais da saúde, posto que o COFFITO possui competência legal para
normatizar o exercício da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional.

Tal resolução é clara ao cuidar da regulamentação do uso do método por fisioterapeutas:

Artigo 1° – Compete ao Fisioterapeuta, para o exercício do método Pilates, prescrever, induzir


o tratamento e avaliar o resultado a partir da utilização de recursos cinesioterapêuticos e/ou
mecanoterapeuticos, devendo observar: a) Que o método Pilates é um recurso
cinesioterapêutico e mecanoterapêutico que promove a educação e reeducação do movimento
corporal, composto por exercícios terapêuticos de promoção, prevenção e recuperação da
saúde físico funcional; b) Que o objetivo da utilização do método Pilates, é a estabilização
postural, melhoria da força muscular para desempenho das atividades de vida diária,
mobilidade articular, equilíbrio corporal e harmonia das cadeias musculares, entre outras com
vistas à melhora da condição de saúde e qualidade de vida de seus clientes/pacientes c) Que a
avaliação dos seus clientes/pacientes ocorrerá para eleger o melhor recurso do método Pilates
e propedêutica apropriada, tais como: tempo, intensidade e freqüência do tratamento
individualizado ou em grupo, de forma que garanta a qualidade da assistência
fisioterapêutica. d) Que a avaliação, prescrição e a evolução da intervenção fisioterapêutica
constarão em prontuário, cuja responsabilidade deverá ser assumida pelo Fisioterapeuta,
inclusive quanto ao sigilo profissional, bem como a observância dos princípios éticos,
bioéticos, técnicos e científicos. Artigo 2° Para os efeitos éticos e legais desta Resolução, o
método Pilates sempre que indicado e administrado por profissional fisioterapeuta estará
vinculado ao controle ético e fiscalizatório do Sistema COFFITO/CREFITOs, sendo, portanto,
necessário o registro, por parte do profissional fisioterapeuta, do seu consultório ou empresas
no CREFITO de sua circunscrição.

Por sua vez, o Conselho Federal de Educação Física regulamentou a aplicação do método
enquanto atividade física (Resolução n.º 201/2010).

Assim, considerando as possíveis destinações do método Pilates, o que a impetrante visa, por
intermédio do mandado de segurança sob comento, é obter do Judiciário um salvo-conduto
para o exercício da Fisioterapia ou da Educação Física sem a devida formação acadêmica.

A Associação Brasileira de Pilates corrobora o que foi até então defendido pelo apelante, e
tem por pacífica a indicação dos profissionais habilitados a aplicar tal método
(http://www.abpilates.com.br/site/template.asp?idPagina=18): A atuação do Método Pilates
no Brasil pode ser exercida por profissionais com formação em Fisioterapia e Educação
Física. Para que uma empresa inicie suas atividades, faz-se necessário o registro em
determinados órgãos nos âmbitos federal, estadual e municipal. Porém, um studio de Pilates
deve estar regulamento dentro do conselho pertinente ao profissional, CREFITO (Conselho
Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) e/ou CREF (Conselho Regional de Educação
Física).

(...)

O Pilates é um método composto por exercícios físicos e alongamentos que


utilizam o peso do próprio corpo na sua execução, definido da seguinte forma:

Pilates é um método de controle muscular desenvolvido por Joseph Pilates na década de 1920.
A maioria dos exercícios é executada com a pessoa deitada. É atualmente uma técnica
reconhecida para tratamento e prevenção de problemas na coluna vertebral. Um Estúdio de

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Pilates é normalmente o local onde se pratica Pilates no chão (Mat Work) e em Grandes e
Pequenos Aparelhos. O aparelho mais conhecido de todos é o Reformer. Eventualmente um
estúdio completo de Pilates inclui aparelhos como o Cadillac, Wunda Chair, High "Electric"
Chair, Spine Corrector, Ladder Barrel e Pedi-Pole.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pilates

O Decreto-Lei 938/69, que regulamenta as profissões de fisioterapeuta e


terapeuta ocupacional, assim dispõe:

Art. 3º É atividade privativa do fisioterapeuta executar métodos e técnicas fisioterápicos com a


finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do ciente.

Art. 4º É atividade privativa do terapeuta ocupacional executar métodos e técnicas


terapêuticas e recreacional com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a
capacidade mental do paciente.

Art. 5º Os profissionais de que tratam os artigos 3º e 4º poderão, ainda, no campo de


atividades específica de cada um:

I - Dirigir serviços em órgãos e estabelecimentos públicos ou particulares, ou assessorá-los


tècnicamente;

II - Exercer o magistério nas disciplinas de formação básica ou profissional, de nível superior


ou médio;

III - supervisionar profissionais e alunos em trabalhos técnicos e práticos.

A Resolução COFFITO n.º 386 regulamentou a utilização do método pilates por


fisioterapeutas:

Artigo 1° - Compete ao Fisioterapeuta, para o exercício do método Pilates, prescrever, induzir


o tratamento e avaliar o resultado a partir da utilização de recursos cinesioterapêuticos e/ou
mecanoterapeuticos, devendo observar:
a) Que o método Pilates é um recurso cinesioterapêutico e mecanoterapêutico que promove a
educação e reeducação do movimento corporal, composto por exercícios terapêuticos de
promoção, prevenção e recuperação da saúde físico funcional;
b) Que o objetivo da utilização do método Pilates, é a estabilização postural, melhoria da
força muscular para desempenho das atividades de vida diária, mobilidade articular,
equilíbrio corporal e harmonia das cadeias musculares, entre outras com vistas à melhora da
condição de saúde e qualidade de vida de seus clientes/pacientes.
c) Que a avaliação dos seus clientes/pacientes ocorrerá para eleger o melhor recurso do
método Pilates e propedêutica apropriada, tais como: tempo, intensidade e freqüência do
tratamento individualizado ou em grupo, de forma que garanta a qualidade da assistência
fisioterapêutica.
d) Que a avaliação, prescrição e a evolução da intervenção fisioterapêutica constarão em
prontuário, cuja responsabilidade deverá ser assumida pelo Fisioterapeuta, inclusive quanto
ao sigilo profissional, bem como a observância dos princípios éticos, bioéticos, técnicos e
científicos.

Artigo 2° - Para os efeitos éticos e legais desta Resolução, o método Pilates sempre que
indicado e administrado por profissional fisioterapeuta estará vinculado ao controle ético e
fiscalizatório do Sistema COFFITO/CREFITOs, sendo, portanto, necessário o registro, por
parte do profissional fisioterapeuta, do seu consultório ou empresas no CREFITO de sua
circunscrição.

Já a Lei nº 9696/1998 regulamenta a profissão de educador físico:


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Art. 1o O exercício das atividades de Educação Física e a designação de Profissional de
Educação Física é prerrogativa dos profissionais regularmente registrados nos Conselhos
Regionais de Educação Física.

Art. 2o Apenas serão inscritos nos quadros dos Conselhos Regionais de Educação Física os
seguintes profissionais:

I - os possuidores de diploma obtido em curso de Educação Física, oficialmente autorizado ou


reconhecido;

II - os possuidores de diploma em Educação Física expedido por instituição de ensino superior


estrangeira, revalidado na forma da legislação em vigor;

III - os que, até a data do início da vigência desta Lei, tenham comprovadamente exercido
atividades próprias dos Profissionais de Educação Física, nos termos a serem estabelecidos
pelo Conselho Federal de Educação Física.

Art. 3o Compete ao Profissional de Educação Física coordenar, planejar, programar,


supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e
projetos, bem como prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria, realizar
treinamentos especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e
elaborar informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas e
do desporto.

Art. 4o São criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Educação Física.

Art. 5o Os primeiros membros efetivos e suplentes do Conselho Federal de Educação Física


serão eleitos para um mandato tampão de dois anos, em reunião das associações
representativas de Profissionais de Educação Física, criadas nos termos da Constituição
Federal, com personalidade jurídica própria, e das instituições superiores de ensino de
Educação Física, oficialmente autorizadas ou reconhecidas, que serão convocadas pela
Federação Brasileira das Associações dos Profissionais de Educação Física - FBAPEF, no
prazo de até noventa dias após a promulgação desta Lei.

Por meio da resolução nº 201/2010, o Conselho Federal de Educação Física,


também normatizou o método pilates, para ser utilizado como atividade física:

Art. 1º Ratificar o Pilates como modalidade e método de ginástica que, como tal, deverá ser
orientado e dinamizado por Profissionais de Educação Física.

Art. 2º A prática do Pilates aplica-se à busca pelo aperfeiçoamento do condicionamento físico


geral, da estabilização postural e da melhoria do desempenho nas atividades físico-
desportivas e nas atividades típicas da vida diária, expressas pelo aprimoramento da força
muscular, da mobilidade articular, do equilíbrio e harmonia de forças das cadeias musculares
do aparelho locomotor, da coordenação motora e do equilíbrio e postura corporal.

Art. 3º É prerrogativa dos Profissionais de Educação Física, avaliar, planejar, prescrever,


ensinar, aplicar, orientar, controlar, supervisionar, coordenar e dirigir atividades individuais
ou coletivas de Pilates, em sua forma original ou em qualquer outra forma derivada,
objetivando promover, otimizar, aperfeiçoar e aprimorar o funcionamento fisiológico orgânico,
bem como, o condicionamento e o desempenho fisiocorporal orientado para o bem estar, estilo
de vida ativo e promoção da saúde.

Ainda em suas considerações, o Conselho assim argumentou:

(...)
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Questiona-se: com que objetivo a impetrante aplica o método Pilates?

Se o objetivo for a reabilitação, ou, na letra do Decreto-lei n.º 938/69, se visa restaurar,
desenvolver e conservar a capacidade física do paciente, estará a impetrante praticando
irregularmente a fisioterapia, em afronta ao art. 3º daquele decreto.

Se, por outro lado, a aplicação do método Pilates pela impetrante seja entendida como
atividade física, estará ofendendo o disposto nos artigos 1º e 3º da Lei n.º 9.696/98, que
estabelecem que compete ao profissional de educação física executar trabalhos nas áreas de
atividades físicas (art. 3º), cabendo tal prerrogativa exclusivamente aos profissionais
registrados nos Conselhos Regionais de Educação Física (art. 1º). Vale destacar novamente, o
que interessa não é o método, mas sim sua destinação.

Se a impetrante o aplica como atividade física, está exercendo a Educação Física


irregularmente, e se o aplica como meio de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade
física do paciente, está exercendo irregularmente a Fisioterapia.

E a sentença, tal qual foi proferida, autorizou a impetrante a exercer um ou ambas as


profissões regulamentadas, sem que esta possua a formação exigida por lei para tanto.

A impetrante não esclarece na inicial qual o objetivo da aplicação do método Pilates, e sua
alegada formação a permite praticá-lo, mas não aplicá-lo em terceiros (diz-se alegada porque
não comprovou a formação em bailarina e trouxe aos autos diversos certificados sem registro
no Ministério da Educação e Cultura).

Ou seja, nada impede que qualquer pessoa participe de cursos e passe a utilizar técnicas que
aprendeu, praticando exercícios previstos pelo método Pilates.

Mas, evidentemente, não se pode permitir que qualquer pessoa aplique tais técnicas em
terceiros, como a autora faz, posto que tal aplicação exige um objetivo. E, no caso, o método
Pilates possui por finalidade a recuperação ou o exercício físico, atividades regulamentadas
por lei, e permitidas exclusivamente a fisioterapeutas e educadores físicos devidamente
registrados em seus conselhos profissionais, respectivamente.

O fato de participar de cursos a respeito do método não habilita a apelada a utilizá-lo em


terceiros para a restauração, desenvolvimento e conservação da capacidade física, atividade
privativa do fisioterapeuta, nem tampouco como instrução de atividade física, esta privativa
do Educador Físico.

Nesse contexto, no qual se evidencia a destinação do uso do método Pilates por duas áreas de
saúde, questiona-se: para que finalidade por uma bailarina (que sequer provou tal formação)
instruir pessoas a utilizar o método Pilates?

Não se está tratando da prática de um esporte, nem tampouco do treinamento de uma equipe,
se está tratando da realização de sessões envolvendo uma série de movimentos corpóreos que,
dependendo da condição de quem está praticando, podem gerar efeitos físicos dos mais
diversos, e danos irreversíveis a músculos, articulações, tendões e à coluna vertebral.

E tais sessões só podem possuir dois objetivos: tratamento ou atividade física, ambas
atividades privativas de profissões regulamentadas.

(...)

A partir dessas considerações, acolho o argumento do recorrente quando afirma


que, se o objetivo for a reabilitação, ou, na letra do Decreto-lei nº 939/69, se visa restaurar,
desenvolver e conservar a capacidade física do paciente, estará a impetrante praticando
irregularmente a fisioterapia, em afronta ao art. 3º daquele decreto. Por outro lado, na
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hipótese de aplicação do método Pilates seja entendido como atividade física, estará ofedendo
o disposto nos artigos 1º e 3º da Lei nº 9.696/98, que estabelecem que compete ao
profissional de educação física executar trabalhos nas áreas de atividades físicas (art. 3º),
cabendo tal prerrogativa exclusivamente aos profissionais registrados nos Conselhos
Regionais de Educação Física (art. 1º).

Como se vê, foi correta a notificação da impetrante por exercício irregular da


profissão (fisioterapia), tendo em vista que não restou comprovada sua formação técnica em
fisioterapia e/ou educação física, impossibilitando-a de ministrar aulas de pilates a terceiros.
Da mesma forma, não apresentou prova de profissional habilitado e inscrito no Conselho
Regional de Fisioterapia ou no órgão similar de educação física.

Desta feita, considerando a legislação sobre o tema, bem como as considerações


tecidas pela parte ré, concluo que deve ser dado provimento ao recurso de apelação.

Honorários advocatícios

Sem honorários advocatícios em sede de mandado de segurança.

Conclusão

Resta reformada a sentença.

Restam prequestionados, para fins de acesso às instâncias recursais superiores,


os dispositivos legais e constitucionais elencados pelas partes.

Dispositivo

Ante o exposto, voto por dar provimento à apelação, nos termos da


fundamentação supra.

Documento eletrônico assinado por ROGERIO FAVRETO, Desembargador Federal Relator, na forma do artigo 1º,
inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A
conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 40000677683v30 e do
código CRC b7da1634.

Informações adicionais da assinatura:


Signatário (a): ROGERIO FAVRETO
Data e Hora: 14/11/2018, às 15:19:7

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