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QUIROPRAXIA

Multiplicidade da Filosofia, Ciência e Arte de uma Grande Ideia

Fatos e Legalidade no Brasil

Originária dos Estados Unidos da América, a profissão de quiropraxista chega e se


estrutura no Brasil sem qualquer relação com a formação e prática da fisioterapia!
Síntese de alguns dos muitos fatos que atestam a legalidade dos quiropraxistas brasileiros que têm sua formação
acadêmica por meio de curso superior em quiropraxia com a devida acreditação perante a comunidade
internacional da profissão e Ministério da Educação a mais de 20 anos, bem como a sua atuação legítima e legal
no cenário brasileiro entre centenas de profissionais credenciados a Associação Brasileira de Quiropraxia - ABQ,
filiada a Federação Mundial de Quiropraxia – WFC, membro da Organização Mundial da Saúde.

 1975 – Dr. Marino Schuler, o primeiro quiropraxista brasileiro, forma-se no Cleveland College
of Chiropractic - KC, onde viveu com sua família até 1981 quando retornou ao Brasil; em 1992
com a chegada de outros quiropraxistas brasileiros é fundada a Associação Brasileira de
Quiropraxia - ABQ; 1996 inicia-se os preparativos da parceria entre a ABQ, a Universidade
FEEVALE-RS e Palmer College of Chiropractic - USA para o programa de capacitação de
docentes para o primeiro curso de formação universitária em quiropraxia da América Latina que
teve a aula inaugural em fevereiro de 2000; com duração de cinco anos, pela primeira vez na
história do Brasil, por meio da Universidade Anhembi Morumbi e Universidade FEEVALE
foi outorgado o título de bacharel quiropraxista para bacharéis em curso de formação
universitária específica na área de acordo com o consenso internacional de educação em
quiropraxia, em conformidade com o Ministério da Educação - MEC, e com as Diretrizes da
Organização Mundial da Saúde para Formação e Segurança em Quiropraxia.
o https://pesquisa.bvsalud.org/bvsms/resource/pt/mis-32852
o https://www.passeidireto.com/arquivo/67487617/historia-da-quiropraxia-1920-a-2004/4

Em nenhum país a prática da quiropraxia é especialidade de outra profissão. Alguns fisioterapeutas


alegam que a quiropraxia no Brasil é uma das especialidades da fisioterapia com base na Resolução
220 de maio de 2001 do Conselho Federal de Fisioterapia – COFFITO, cujo teor invoca que a quiropraxia
é prática fisioterápica. Tal alegação se desfez com a intenção do Conselho Federal acima aludido tentar
fiscalizar a profissão de quiropraxia, sendo impedido por força de decisão judicial. Sobre esse ponto da
legalidade segue as decisões judiciais específicas sobre o tema:
 Juiz Federal Substituto da 14a Vara – DF - CHARLES RENAUD FRAZÃO DE MORAES -
SENTENÇA Nº: 348/2003-B - PROCESSO Nº: 2001.31003- 7, 04 de junho de 2003.
o “Ora, a Resolução” (220 de maio de 2001 do COFFITO) “em apreço não impede os
associados da requerente (bacharéis quiropraxistas) de continuarem a exercer a
especialidade e tampouco discute a capacidade dos mesmos para a pratica dos atos
pertinentes às atividades desenvolvidas.” gn.
 TRF 3ª Região, SEXTA TURMA, AMS - APELAÇÃO CÍVEL - 317953 – 0004375-
43.2009.4.03.6100, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL JOHONSOM DI SALVO, julgado em
09/10/2014, e-DJF3 Judicial 1 DATA:17/10/2014

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o “A Resolução 220/2001 do COFFITO, ao reconhecer a quiropraxia como especialidade
da fisioterapia, extrapolou as competências administrativas fiscalizatórias conferidas ao
COFFITO e aos Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional pela Lei nº
6.316, de 17/12/75” ...
o ... “Na medida em que a atuação dos Conselhos Profissionais não pode ocorrer fora dos
limites da lei, se a lei vigente (Lei nº 6.316, de 17/12/75)” ... ... “revela-se ilegal a
Resolução nº 220/ COFFITO.” gn.

 Em dezembro de 2009 a IFOMPT - Federação Internacional de Fisioterapia Manipulativa,


membro da Confederação Mundial de Fisioterapia – WCPT, em resposta a Federação Mundial
de Quiropraxia, descreve que a fisioterapia e a quiropraxia são profissões distintas:
o “A Fisioterapia, a Quiropraxia e a Osteopatia são três profissões distintas que
apresentam um histórico, uma filosofia e manipulação peculiar dentro de seus
respectivos escopos de prática, porém cada um evita utilizar-se de terminologia
que possa confundir o público em relação às suas credenciais profissionais. Desta
forma, os quiropraxistas e osteopatas deveriam evitar a utilização de termos como
“terapia física” ou “fisioterapia” para descrever seus procedimentos e, da mesma
forma, os fisioterapeutas não deveriam usar termos como “quiropraxia” ou
“osteopatia” para descrever seus procedimentos.” gn.

 A Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho e Emprego, CBO/MT, já em


1994 descreve, a pratica da quiropraxia sem qualquer vínculo com a profissão de fisioterapeuta;
em sua última revisão das práticas profissionais no Brasil, a CBO/MT reconhece a atividade do
bacharel quiropraxista:
o 1994 - CBO: 0-79.45, Título: Quiropata - Sinônimos: Quiroprático Quiropraxista;
o 2013 - CBO 2261-05, família ocupacional do bacharel quiropraxista;
o https://www.ocupacoes.com.br/cbo-mte/226105-quiropraxista

 Para fins de registro e tributação, a Classificação Nacional de Atividades Econômicas –


CNAE/IBGE, define a atividade do Bacharel Quiropraxista (não vinculada ao ramo da
formação e prática da fisioterapia)
o CNAE 8650-0/99 – Serviços de Quiropraxia.
https://cnae.ibge.gov.br/?option=com_cnae&view=atividades&Itemid=6160&tipo=cnae&chave=86
50-0%2F99+&versao_classe=7.0.0&versao_subclasse=10.1.0

 LEI COMPLEMENTAR Nº 174 DE 17 DE AGOSTO DE 2017. Dispõe sobre o licenciamento da


atividade econômica denominada Quiropraxia, para fins de concessão de alvará no Município do
Rio de Janeiro e dá outras providências.
o Art. 03 - Parágrafo único. “Para efeitos do "caput" deste artigo, a atividade quiroprática
equipara-se às demais profissões de ensino superior da área da saúde.”

 Existem postagens sobre o TRF4 reconhecer a quiropraxia como especialidade da fisioterapia.


Tais postagens induz ao engano, visto que o referido processo trata-se de ação ordinária
ajuizada pelo SIMERS - SINDICATO MEDICO DO RIO GRANDE DO SUL contra o CONSELHO
FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL e o CONSELHO REGIONAL DE
FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL 5ª REGIÃO - CREFITO/RS, sobre a prática da

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acupuntura por profissionais não médicos... da qual a MMª. Juíza Federal Dra. Vânia Hack
de Almeida, reiterada pelo voto do Desembargador Federal Luís Alberto D'Azevedo Aurvalle,
compreende que as normas editadas pelo COFFITO não interferem nas atribuições dos
profissionais da área de medicina. APELAÇÃO CÍVEL Nº 5027564-03.2013.404.7100/RS
o “Acupuntura, quiropraxia e osteopatia podem ser praticadas por fisioterapeutas e
terapeutas ocupacionais.”
 O contexto está abarcado na tese do diagnóstico médico:
o “Como se observa, o diagnóstico realizado por um profissional fisioterapeuta não
invade a atividade dos médicos, sendo investigações diversas.”
o “No caso em tela, friso que as atividades de acupuntura, quiropraxia e osteopatia não
são regulamentadas, o que indica a ampla aplicação da garantia fundamental ao
livre exercício das mencionadas atividades. Desta forma, não há
ilegalidade/inconstitucionalidade nas normas expedidas pelo COFFITO no sentido de
regularizar a prática das referidas atividades pelos fisioterapeutas e terapeutas
ocupacionais, o que NÃO obsta todas as demais profissões da área da saúde de
igualmente atuarem neste âmbito.” gn.
o https://www.conjur.com.br/dl/trf-admite-pratica-acupuntura.pdf

Em se tratando da legalidade da prática da quiropraxia por profissionais que não obtiveram


diploma emitido por curso superior de quiropraxia com a devida acreditação, estes não são
reconhecidos e tão pouco têm suas inscrições aprovadas em eventos de desenvolvimento técnico
científico da profissão e também não podem compor o rol de membros de instituições que representam
a profissão internacionalmente.
Este é o caso ocorrido em abril de 2020, quando o Dr. Stephen P. Welsh, presidente da International
Chiropractic Association (ICA) fundada pelo desenvolvedor da quiropraxia, Dr. B. J. Palmer há 94 anos,
emite nota de retratação aos quiropraxistas brasileiros com pedido desculpas sobre a ICA
equivocadamente em ter aceito registro de fisioterapeutas brasileiros que se filiaram a entidade
informando ser quiropraxistas, tais fisioterapeutas foram informados da anulação do seu registros na
entidade e seus certificados cancelados.
Situação semelhante ocorreu na Parker University, universidade que realiza o maior seminário de
quiropraxia no mundo, cujo presidente, Bill Morgan, gravou um vídeo aberto ao público informando que
fisioterapeutas brasileiros se inscreveram no seminário se passando por quiropraxistas e lá estando
tiraram fotos com autoridades reconhecidas da profissão mundialmente divulgando como sendo
reconhecidos como profissionais da quiropraxia pela comunidade internacional. Dr. Morgan, reitera que
critérios serão tomados para evitar que erros como esses ocorram e tais profissionais não sejam aceitos
em seus eventos.
https://abquiro.org.br/international-chiropractors-association-ica-nao-reconhece-fisioterapeutas-como-
quiropraxistas

A Associação Brasileira de Quiropraxia em março de 2001 protocolou junto ao poder legislativo do


Congresso Nacional Brasileiro, projeto de lei que prevê a regulamentação da profissão de quiropraxista
no país dentro dos padrões internacionais para Formação Básica e Segurança na área de quiropraxia.
https://www.camara.leg.br/busca-
portal?contextoBusca=BuscaProposicoes&pagina=1&order=relevancia&abaEspecifica=true&q=quiropraxia

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Ocorre que desde àquela época existem profissionais do ramos da fisioterapia que alegam com
especulações equivocadas que a regulamentação de profissão de quiropraxista no Brasil estaria
invadindo a área do profissional fisioterapeuta tirando dele alguns direitos, tais informações revelam-se
bastante equivocadas visto que: 1º - a regulamentação da profissão de quiropraxista no Brasil não
é para que dê ao bacharel quiropraxista o direito ao seu exercício profissional, como visto, esse
direito já está estabelecido junto ao cenário brasileiro a mais de 20 anos por meio do Ministério da
Educação, Ministério do Trabalho, Ministério da Saúde e a própria lei do direito adquirido. Esse
profissional já é estabelecido no país com direito até de tributação e de registro na própria
atividade do bacharel quiropraxista.
Portanto, a regulamentação da profissão não é para dar ao bacharel direito ao exercício profissional, o
objetivo da regulamentação da profissão de quiropraxista no Brasil é para não permitir que má
informação seja colocada no mercado e para que cidadãos brasileiros não sejam enganosamente
tratados por profissionais que se dizem quiropraxistas sem ter passado pela devida formação na
área.
Ocorre ainda uma confusão criada por profissionais que não são devidamente formados que alegam
que a terapia manipulativa articular que é a técnica utilizada pela quiropraxia também é uma prática da
fisioterapia, como vimos, na informação da Federação Internacional de Fisioterapia Manipulativa, a
terapia manual não é prática exclusiva do fisioterapeuta e tão pouco do quiropraxista, existem padrões
que diferem essas profissões que não devem ser confundidas.
A única forma de se tornar quiropraxista no Brasil e no mundo, é por meio de uma graduação,
visto que quiropraxia não é o nome de uma técnica, é o nome de uma profissão, é um título
outorgado por meio de uma formação universitária.
Por mais que um profissional, por exemplo, estude tudo de medicina, de doenças, de farmacologia, este
nunca vai deter o título de médico antes de passar pela formação universitária em medicina e ser
aprovado no curso, pode até deter bastante conhecimento sobre o tema, mas o título de profissional
médico não lhe será outorgado sem que faça a formação.
Assim em todas as áreas do saber no país, só é possível obter o título de bacharel quiropraxista por
meio da formação universitária.
O fisioterapeuta nunca estará impedido de exercer a terapia manipulativa articular conforme
preconizado pelos órgãos internacionais da profissão de fisioterapia e fisioterapia manipulativa
ortopédica.
A prática da quiropraxia só é legítima por meio da formação universitária em quiropraxia.

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Reconhecimento
Os quiropraxistas brasileiros têm profundo respeito e admiração pelo trabalho dos bons fisioterapeutas
que têm feio a diferença na vida de tantos no nosso país, inclusive aos fisioterapeutas que são
especialistas em terapia manipulativa articular. O que nós rechaçamos, não concordamos e realmente
repudiamos, são aqueles fisioterapeutas que não são graduados em quiropraxia e têm se valido do
nome da nossa profissão como uma prática daquilo que eles não são preparados para executar. Haja
visto que temos fantásticos fisioterapeutas especialistas em outras áreas que estão no programa de
segunda titulação em quiropraxia em universidade reconhecida na área e, dessa forma adquirindo
habilidade, competência e sobre tudo o direito de se identificar também como quiropraxista.

Agradecimentos:
Ao concluir essa síntese sobre a legalidade da Quiropraxia no Brasil, queremos deixar registrado, em
nome dos quiropraxistas brasileiros o nosso reconhecimento e agradecimento àqueles que
voluntariamente, muitas vezes no anonimato têm auxiliado no processo de regulamentação, nas
questões jurídicas e acadêmicas da profissão.
Agradecemos também aos coordenadores e coordenadoras dos cursos de quiropraxia junto a
Universidade Anhembi Morumbi e da Universidade FEEVALE desde 1998, bem como as respectivas
reitorias e diretórios acadêmicos; agradecemos em especial aos diretores da Associação Brasileira de
Quiropraxia desde 1992, a Federação Latino Americana de Quiropraxia e Federação Mundial de
Quiropraxia, que não mediram esforços para estruturar a formação e prática da quiropraxia no Brasil de
forma legítima e distinta como praticado em dezenas de países sendo regulamentada por lei específica
na maioria deles, conforme o berço da profissão nos EUA em 1895.

Evergisto Souto Maior – ABQ 0075


André Ramos – ABQ 0081
https://abquiro.org.br/
Colaboração:
Associação Brasileira de Quiropraxia
Comissão Pró-Regulamentação da Quiropraxia no Brasil
Comissão Jurídica da ABQ

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