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DAPTAÇÃO DO CONTO “OS SAPATINHOS VERMELHOS” , para Teatro

Adaptação/Professora: Silvana Mara C. Da SILVA


ESCOLA MUNICIPAL DE ARTES CÊNICAS DE IBIRAMA
22/03/2022
Releitura dos contos, João e Maria (Irmãos Grimm e O Sapatinho Vermelho, de  Hans Christian Andersen )
JOÃO, MARIA E QUEM MAIS CHEGAR
Personagens: Pai e Carrasco: Luis
Madrasta Má: Luiza
João,e amiga rica da Sapatinho Vermelho: Mayara
Maria: Amanda
Bruxa: Thaeme
Pássaro Feiticeiro: Felipe
Soldado e Sapateiro: Leonardo
Menina dos Sapatinhos Vermelhos: Ketlyn
Dama: Ana

O Sonho de Maria
Maria dorme perto do irmão, e uma luz azul banha o palco
Pousa perto dela um grande pássaro, tem um grande bico e penas, e logo se transforma num pássaro
(Maria pensa estar acordada)
O Pássaro pousa e logo se transforma num feiticeiro….
Maria se sente confiante e, envolvida pelo pássaro/feiticeiro, deita sua cabeça no colo dele e começa de novo a
sonhar….
PÁSSARO/FEITICEIRO: Era uma vez uma pobre órfã, que não tinha sapatos…
Adentra ao palco uma linda menina, muito pobrezinha, que caminha descalça. Ela tenta pegar vaga-lumes, e
tem consigo um vidro, e juntava no chão, trapinhos que achava, colocando em uma bolsinha…
PÁSSARO/FEITICEIRO: Essa menina guardava trapos por onde passava, na esperança de costurar com eles
um sapatinho.
E foi o que ela fez.
A menina costura seu sapatinho somente com trapinhos vermelhos. E ao vê-los em suas mãos, mesmo que
simples e grosseiros ela exclama:
Menina dos Sapatos Vermelhos: - Ah, que lindos. Agradeço aos céus o dom que tenho. (ela abraça os sapatinhos
e dança pelo bosque)
PÁSSARO/FEITICEIRO: Porém a vida da criança era muito triste….Como não tinha pais, nem casa, vagava
pelo bosque à procura de alimentos. A única coisa que lhe dava imensa felicidade eram os sapatinhos que fez.
Maria: (acorda) Mas como uma criança vaga por aí sozinha? Como nenhum adulto a protege? Como ninguém a
quer?
(confrontando-se com sua própria realidade, a menina é consolada pelo grande pássaro feiticeiro)
PÁSSARO/FEITICEIRO: - Calma, meu anjo, veja este é apenas um sonho…
Um dia a menina dos sapatinhos vermelhos caminhava pelo bosque quando encontrou uma mulher muito
distinta, uma dama, que colhia flores raras para sua mansão.
Dama: Por que uma menina pequena como você está caminhando sozinha pelo bosque? Existem perigos nessa
floresta (muda a luz e vários olhos aparecem)
Menina: Eu não estou caminhando, eu moro aqui. Não tenho casa, nem família…Não
Lembro de minha mãe, nunca conheci meu pai…
Dama: Pobrezinha! (a dama fica desconcertada)
Não posso deixar uma criança vagando pela floresta…
(para ela) Olha, menina ...Eu não tenho filhos, por isso vou levá-la comigo. Nunca mais usarás esses
trapos, e nem esse sapatinho desbotado.
(A menina olha para os pés apreensiva, pois adora seus sapatilhos costurados)
PÁSSARO/FEITICEIRO: E assim a bela dama carregou consigo a órfã, com a intenção de transformá-la numa
bela jovem da sociedade.
Música : A Dama entra desfazendo-se do vestido maltrapilho, bem como dos objetos da menina...e do sapatinho
vermelho.
Outra cena…
A menina entra, seus cabelos são penteados, porta um lindo vestido, e em seus pés são colocados dois sapatos
de outra cor.
Neste momento entra em cena a menina do sapatinho vermelho e uma amiguinha , que brinca com ela ( a
menina que faz Joãozinho). As duas brincam de coisas que só meninas tradicionais brincam. A menina do
Sapatinho Vermelho propõem algo diferente, que ela brincava na floresta, mas a outra se nega e sai assustada e
chateada.
Depois de muito girar e ser abandonada no palco por sua colega, a menina se vê triste e sozinha, e
descontente com seus novos sapatos.
Entra a Dama…
Menina: Senhora, eu não me importo com minhas roupas, não sei onde estão, eram velhas e sujas...Mas queria
reaver meus sapatinhos vermelhos, foi eu mesma quem os fez, de retalhos que encontrei na floresta…
DAMA: (aborrecida)...Tudo que tinhas eu queimei. Inclusive os sapatos. Não fica bem uma menina de
sociedade usar sapatos feitos à mão, com trapos de rua.
Menina: Mas…
DAMA: Nem mais uma palavra. Agora tens outra vida, e irás usar somente aquilo que eu achar conveniente!
PÁSSARO/FEITICEIRO: Quando chegou a idade para a confirmação, a Dama levou a menina em um velho
sapateiro que morava numa aldeia próxima...E quando ela olhou na vitrine viu dois lindos e reluzentes sapatos
vermelhos.
Dama: Boa tarde, Sr. Sapateiro...Estamos aqui para comprar um sapato para a primeira comunhão desta menina
aqui….Esqueci os meus óculos e não posso escolher...Então “minha filha” (dando ênfase) escolherá algo de seu
agrado...Confio nela…Enquanto isso, irei até a florista…
(ela separa a filha do Sapateiro)
Dama: Nada de escandaloso, certo?
A Dama sai para comprar as flores…
Menina: Sr. Sapateiro, que lindas as suas obras. Mas me apaixonei mesmo por aqueles lindos sapatos vermelhos
da vitrine, e vou levá-los.
Sapateiro: (vai pegar os enigmáticos sapatinhos)….Tem certeza que quer mesmo esses sapatinhos aqui?
Menina: Sim, estes mesmos...(ela estava enfeitiçada)
(os olhos do Sapateiro brilhavam, com um brilho enigmático)
Sapateiro: Sua mãe não ficaria contrariada com essa compra?
Menina: Claro que não. O Senhor não viu que ela confia plenamente em mim? (um pouco chateada) Dê-me logo
os sapatos...(pega-os)…
Sapateiro: (piscando) Pois não...aqui estão…
(ela os toma nas mãos, completamente encantada)
Menina: Ou melhor, por gentileza, embrulhe-os para que sejam surpresa (querendo esconder). (pensativa) Serei
a mais bela entre as mais belas.
(a Dama chega, paga o pacote com os sapatos e as duas seguem. O Sapateiro fica olhando de forma
misteriosa, mira seus olhos esfuziantes na plateia, dá um semi sorriso e desaparece)
COMUNHÃO
Chega o dia da comunhão, e a menina aparece com um belíssimo e casto vestido branco, e nos pés...os sapatos
vermelhos.
Vai andando por entre o salão, entre exclamações…
“Oh, que horror”! “Vejam os pés dela”! “Isso não combina”! “Como a mãe pôde permitir?” “Isso é obra do
mal”…
A menina vai “diminuindo, diminuindo” e ao encontrar com a mãe, está mínima
A Dama está gigante...e a menina minúscula (efeito de cenografia)...sombras …
DAMA: Nunca mais faça isto. Tu me envergonhaste perante a sociedade,.Nunca mais coloque nos pés esses
sapatos vermelhos.,...Dê-me imediatamente…
(A menina , com muito medo, alcança os sapatos para a Dama)
Ao chegar em casa foi no armário em que a mãe adotiva tinha escondido os sapatos vermelhos novos...os
pegou, colocou e saiu com eles para o bosque.
E foi então que ela encontrou seu espírito, alegre e saltitante, feliz com seus novos sapatos vermelhos….
(música) Foi quando, encostado num poste ela viu um soldado com uma tipóia. Ele era ruivo e muito
enigmático (o sapateiro)
Soldado: Olha, menina, estás perdida?
Menina: Não, estou passeando. Conheço bem estas bandas. Já morei por aqui, entre arbustos e limo, entre flores
e orvalhos.
Soldado: Hum, que belos sapatos...Onde os adquiriu?
Menina: Foram feitos por um velho sapateiro...Que, aliás, lembra muito o Senhor.
Soldado: Hum, uma obra de arte. Deixe-me ver de perto...(a menina desconfiada deu um passo atrás)...Não
tema, não lhe faria mal (mostra a muleta)...e ele se abaixa devagar, tira do bolso um pequeno pano e lustra o
sapatinho vermelho…
Este é um sapato de dançar! É para isso que serve.
Menina: Logo haverá uma missa na aldeia, com uma tarde dançante…
Soldado: Olha, que beleza...(pisca)...Não esquece de ficar para o baile!
(cena muda)
Música
(E então chegou o dia do baile...A Senhora e a menina , com lindas vestes, caminhavam orgulhosas por entre as
ruas, quando exclamações de horror começaram a acontecer)
“olhem só”, “Não obedece a mãe” ,”mãe nada, é madrasta”, “ela nunca deveria tê-la tirado do mato”, “ela devia
era dar graças”...
A Dama, que não havia reparado nos sapatos da menina por estar sem óculos, coloca-os e vê que ela está com
os sapatos vermelhos…. Mas quando vai repreende-la encontram na porta do baile um feiticeiro, homem
esquisito (sapateiro e soldado) e ele se abaixa, tocando os sapatinhos da menina…
Na porta do baile
Feiticeiro: Que belas sapatilhas!
A menina ouvindo isso começa a rodopiar, depois seus pés começam a movimentar e ela não consegue mais
controlá-los. A Dama tenta pegá-la mas não consegue, até que desiste.
Dama: Eu não deveria tê-la adotado. Todos tem razão! (e sai chorando)
A menina volta rodopiando e sofrendo, pois não consegue se segurar e nem tiras os sapatos. Ela chora, cai,
volta a dançar….
PÁSSARO/FEITICEIRO: (RI) E foi assim que ela descobriu o terrível segredo dos sapatilhos vermelhos…
E assim ela dançava, na chuva, no sol, por sobre os montes, nos vales, na neve, na noite escura, no amanhecer,
e continuava dançando…
Ouve-se então uma voz:
Espírito: Você irá dançar com estes sapatos até que vire um fantasma. Até que sua pele solte dos ossos, até que
não sobre nada de você dançando, e continuará dançando, batendo de porta em porta, como uma alma penada…
Maria se levanta horrorizada e olha a cena da menina dançando…
O Feiticeiro e o Pássaro riem...
Maria: O que é isso, que conto horrível é esse? Ela só queria os sapatinhos vermelhos, ela só queria dançar e ser
feliz...
Feiticeiro: Dancem sapatos, dancem…
(e a menina chorando é obrigada a dançar)
Menina: Misericórdia, me salvem…
(e dançou por cima dos riachos, das cercas vivas, até que avistou a Dama vestida de preto, como se ela
estivesse morta)
Totalmente extenuada ela cai ao chão...Maria se aproxima, mas sendo um sonho não consegue interferir
Aparece em cena um carrasco.
Menina: Por favor me ajude! (implora) Me ajude a tirar os sapatos.
Carrasco: (tenta tirar) Desculpe, eu não consigo.
Menina: (continua a dançar, quase morta de tanto dançar)
Carrasco: Tentarei cortas os cordões.
(ele não consegue)
Menina: Por favor, corte os meus pés, não aguento mais esse castigo!
Uma névoa escura toma a cena, e a luz vira´trevas e o sapatinho começaa bailar por entre a escuridão….
Maria chora
Maria: - Não, não...sem arte não há vida...Deixem que ela dance...não tire o que de mais bonito ela possui!

É quando a voz de Joãozinho a acorda da cena.

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