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ARQUIVO - 2012

Oficina de Teatro
Estudantil Casalunga

A FANTASIA REAL
Texto Original: “Menino que fica no meio da rua” (De: Ellen Alves Leandro)
Adaptação: Bruno Casalunga

Cena 01
Os meninos jogando bola

Os meninos jogam bola e avistam outro menino:

DIOGO (desconfiado) – Hey... Quem é aquele menino?


DAISY – Não sei, mas vamos chamar para brincar com a gente!
OS DOIS – HEI... PSIU.. VEM CÁ!
DAISY – Quer brincar de bola? Começa com você!
ALLAN – Tudo bem, eu ia brincar sozinho mesmo! (analisa) – Nossa, essa bola é bonitona!
DIOGO (bravo) – É, só que ela é minha!
ALLAN – Eu não ia pedir nada pra você
DIOGO – Ia sim, já tava até de olho
ALLAN – Assim você me ofende...
DAISY – Não precisava tratar o menino assim também, NE?

Cena 02
A rainha mandona

RAINHA – Esses sapatos estão me matando!


DAISY – Aqui isso não é comum!
RAINHA – Pois eu ordeno que todos usem sapatos...
DAISY – O que?
RAINHA – Você é surda? Eu ordeno que todos me escutem!
DAISY (debochada) – De onde você veio? Do além?
RAINHA – Que palavra difícil... Eu ordeno que todos falem palavras fáceis...
DAISY – Afinal o que senhora quer?
RAINHA – Senhora não... Senhorita... Estou procurando duas de minhas melhores conselheiras
DAISY – Mas isso parece contos de fadas!
RAINHA – Eu vivo num conto de fadas. Lá eu mando e TODOS me obedecem! E eu ordeno que
você me escute!
DAISY – Você já disse isso...
RAINHA – Ajude a procurar minhas conselheiras... E eu te darei uma bela recompensa...
DAISY – Eu não vou sair daqui!
RAINHA – Pois eu procurarei sozinha (sai)

Cena 03
As crianças retornam

GIOVANNI – Tava falando sozinha?


DAISY – Não! Tinha uma doida dizendo que era rainha...
GIOVANNI – Mudando de assunto, ta com fome?
Daisy – Eu não...
GIOVANNI – SORTE NOSSA, eu também não ..

Vão para o centro do palco. CAROL E JULIA entram

CAROL – Pelo visto nossa rainha se perdeu por aqui!


JULIA – Concordo! Eu falei para ela não usar aqueles sapatos!
CAROL – Dão passos longuíssimos...
DAISY – Ahhh de novo não! (sai)
CAROL (desconfiada) – Essa mocinha não me é estranha!
DIOGO – Ela é como se fosse uma irmã pra mim...
JULIA (admirada) – Bonito relato, rapazinho... Merece um prêmio!
CAROL (brava) - Não vamos distribuir nada sem a ordem da nossa rainha

Cena 04
Saem as duas. Ellen entra...

ELLEN – Hei menino, você sabe onde fica a biblioteca?


DIOGO – Não sei não...
ELLEN – Pois eu preciso devolver esta obra!
DIOGO – Obra?
ELLEN – Sim, qualquer coisa que uma pessoa escreve é uma obra...
DIOGO – Essas letras estão todas embaralhadas...
ELLEN – Pois eu desconfio que você não sabe ler... Vou te contar uma história... Era uma vez uma
linda rainha que mandava em tudo, e um dia... (levanta) - Caramba, os personagens saíram do
livro...
DIOGO – Personagens?
RAQUEL – Sim, eu ia te contar a história da rainha e de duas primas que ela tem...
DIOGO – Mas eu encontrei todo mundo aqui.
RAQUEL – Pois então me leve rápido para perto delas...

Cena 05
O escritor
Daisy começa a jogar bola sozinha...
DAISY – Ahhh sem eles não tem graça...
NICHOLAS – É uma boa personagem...
DAISY – Não me diga que também é rei?
NICHOLAS – Não, não, eu apenas escrevo sonhos...
DAISY – Uma diz que é rainha, as outras se vestem de não sei o quê... Agora o senhor me diz que
escreve sonhos...
NICHOLAS – Sim, essa é a função de um escritor...
DAISY – Ahhh assim melhorou... Então foi o senhor que criou aquelas três malucas...
NICHOLAS – Como é que ela descobriu? Era segredo!
DAISY – Estão todos soltos por ai....
NICHOLAS (desesperado) – Eu não acredito... Onde estão as minhas folhas? Ellen... Ellen...

Cena 06
Os personagens se encontram
VITOR – HEI menina
DAISY (séria) – Eu não falo com nenhum estranho!
VITOR – Eu não sou estranho
DAISY – Mas pra mim é...
VITOR – Meu nome é... muito prazer eu sou o SEM NOME...
DAISY – Pois parece o VILÃO da historinha...
VITOR – Não gosto que me chamem assim: Eu só quero tomar tudo da rainha: o CASTELO... O
jardim... O CASTELO... Os empregados... O CASTELO e As conselheiras...
Entram Diogo e Ellen
DIOGO – E as primas dela nem olharam na minha cara...
ELLEN – Interessante!

Daisy entra

ELLEN – Meu nome é Ellen, eu sou filha de um escritor muito famoso! Só que eu acho que ele
deve ta bem bravo...
OS DOIS – Por que?
ELLEN – Ele me pediu pra não pegar essas escrituras originais do livro, e agora eu sei porque...
VITÓRIA – Eu ordeno trocar de sapatos...
DAISY (cansada) – De novo essa mulher?
DIOGO – Calma, calma agora eu to entendendo tudo...
Entram Carol e Julia:

CAROL – Minha prima onde estava?


VITÓRIA – Dando um passeio nessa coisa maluca que eles chamam de cidade.
DAISY – Ah, minha filha, aqui é tudo assim: buzina de um lado, barulho do outro...
DIOGO – Criança na rua!
JULIA – Mas isso parece até contos!
OS TRES – Mas isso aqui é a VIDA REAL

Cena 7
A volta do escritor

NICHOLAS – Você não poderia ter feito isso Ellen...


ELLEN – Mas eu gosto de ler o que você escreve!
DIOGO E DAISY – Do que vocês estão falando?
NICHOLAS – Do “menino sem nome”. Meu personagem
ELLEN – Ele está revoltado porque é o único personagem infantil que não tem nome!
OS DOIS – Mas isso não é problema!
JULIA, CAROL E VITÓRIA – Realmente!
VITÓRIA – Se foi capaz de criar uma rainha!
AS DUAS – E ajudantes para ela...
ELLEN – É capaz de dar um nome a todos os seus personagens, pai!

Cena 8
Os nomes

VITÓRIA – Eu, enquanto rainha desta rua, quero me chamar VITÓRIA


CAROL – Eu, enquanto conselheira, quero me chamar AMIZADE
JULIA – Eu, enquanto segunda conselheira, quero me chamar COMPANHEIRISMO
DIOGO E DAISY – Já temos três nomes...
NICHOLAS – Então serão personagens do meu livro: DIOGO E DAISY
OS DOIS – Ótimo!
ALLAN – Eu, que quero brincar muito e ajudar as crianças carentes, me chamo SALVADOR

Entra o Sem nome!

VITOR – Sabia que ia encontrar você!


Nicholas – E eu também... Sou responsável pela sua vida!
VITOR (inconformado) – E na sua obra os bonzinhos sempre me prendem! Só porque eu queria...
TODOS – O castelo da rainha!
VITOR – Não é bem assim...
Nicholas – Pois muito prazer, senhor vilão, a partir de agora você tem um nome. E isso mudará
suas atitudes na minha história!
VITOR – Qual?
TODOS – GENTILEZA!
AS CONSELHEIRAS – É o que está faltando para o mundo!
OS MENINOS – É o que está faltando na Terra!
TODOS – É o que está faltando na nossa história!
VITOR - Vou pensar
Raquel – Não tem nada pra pensar... Se não fosse a gentileza do meu pai, você nem existiria...
VITOR – É verdade, e como faço para honrar meu nome?
TODOS – Pratique boas atitudes

As cenas serão refeitas sem falas, e o personagem mostrará um sinal de cortesia a todos
os personagens.

NICHOLAS – Dever cumprido, na minha história as crianças não passam fome, tem esperança... E
na realidade?

FIM

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