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CENA 01

MÚSICA: ABERTURA

PRÓLOGO

(Começa a música: agourenta, pressagiosa, mítica. Quando a Narradora inicia o Prólogo, a cortina
se levanta e atrás de uma tela aparece um homem jovem de idade indeterminada e porte
aristocrático. Está debaixo da porta de um castelo majestoso).

NARRADORA (OFF): Era uma vez num país distante, um jovem Príncipe que vivia num reluzente
castelo. Embora tivesse tudo o que quisesse, o Príncipe era mimado e egoísta.

(Uma luz revela uma velha mendiga)

NARRADORA (OFF): Numa noite de inverno uma velha mendiga veio ao castelo e ofereceu a ele uma
simples rosa em troca de abrigo para o frio.

(Os atores representam em pantomina a história do NARRADOR.)

NARRADOR (OFF): Repugnado pela feiura dela, o Príncipe zombou da oferta e mandou a velhinha
embora. Porém, ela o aconselhou a não se deixar enganar pelas aparências, pois a beleza está no
interior das pessoas. Quando ele voltou a expulsá-la, a feiura da anciã desapareceu e surgiu...

(A velha mendiga se eleva no ar.)

NARRADORA (OFF): ... uma bela feiticeira

(Seus andrajos caem ao chão e ela se transforma numa Feiticeira. Eleva-se sobre o Príncipe,
rodeada de um fulgor luminoso e estrelas cintilantes. Ele se ajoelha suplicando perdão).

NARRADORA (OFF): O Príncipe tentou se desculpar, mas era tarde demais, pois ela percebeu que
não havia amor no coração dele. E como castigo, o transformou...

(A Feiticeira lança uma bola de fogo sobre o aterrorizado Príncipe. A bola de fogo estala com um
estrondo ensurdecedor)
NARRADORA (OFF): numa Fera horrenda e rogou uma praga no castelo e em todos que lá viviam.

(Ao levantar-se a fumaça, vemos que o jovem foi transformado na Fera, Segura o espelho mágico).

NARRADORA (OFF): Envergonhado de sua monstruosa aparência, a Fera se escondeu no castelo,


como espelho mágico, que era a sua única janela para o mundo exterior.

(A Rosa levita no ar, girando lentamente sobre a mesa).

NARRADORA (OFF): A Rosa que ela lhe ofereceu era encantada e iria florescer durante muitos anos.

(A Fera cobre a Rosa com uma redoma para protegê-la).

NARRADORA (OFF): Se ele aprendesse a amar alguém e fosse retribuído antes que a última pétala
caísse, então o feitiço estaria desfeito. Senão... ele estaria condenado a permanecer fera para
sempre.

(A Fera observa a Rosa sentindo-se aprisionado, solitário e sem esperança.)

NARRADORA (OFF): Com o passar dos anos ele ficou desiludido e perdeu toda a esperança, pois
quem seria capaz de amar uma FERA?

(A Bela aparece atrás da tela. Quando a NARRADORA termina o Prólogo, o Sol começa a brilhar e
vemos a silhueta de uma pequena aldeia. A tela é içada rapidamente).

CENA 02

ALDEIA

NUMERO MUSICAL: BELA

(Sentindo os olhares de todos, BELA vira-se e os aldeões voltam rapidamente às suas atividades.
Os aldeões saem. GASPAR e PIERRE estão atrás de Bela. GASPAR se coloca na frente dela,
posando, de forma arrogante.)

GASPAR: Olá, Bela...

BELA: Bonjour, Gaspar.

(Ela prossegue seu caminho, mas ele continua bloqueando-a.)

BELA: Com licença Gaspar.

(Ela se esquiva. E ele lhe tira o livro.)

BELA: Gaspar, você pode me devolver o livro, por favor?

GASPAR: (Folheando o livro) Como pode ler essa coisa? Não tem figuras!

BELA: Essa coisa? Isso é um livro e algumas pessoas não precisam de figuras apenas usam a
imaginação.

(GASPAR e PIERRE trocam olhares e dão de ombros. O cenário da aldeia é içado quando BELA se
dirige ao seu lar.)

GASPAR: Bela, está na hora de você afastar a cabeça desses livros e dar atenção a coisas mais
importantes...
(GASPAR faz uma pose vaidosa.)

PIERRE: Adivinha no que...

BELA: Como você?

GASPAR: Exatamente! Todo mundo na aldeia só fala nisso. Uma mulher não tem que ler. Logo
começa a ter ideias, a pensar, buscar direitos e depois quer sair mudando o mundo todo.

(Gaspar e Pierre tremem)

BELA: Gaspar, você é muito primitivo.

GASPAR: Ora, obrigado, Bela. Que tal darmos um passeio até a taberna, para eu te mostrar os meus
troféus?

BELA: Eu não concordo com seus hobbies de caça Gaspar. Então eu não acho uma boa ideia.

(A casa de BELA é colocada no palco)

GASPAR: Ah, espere aí, Bela. Acho que sei o que você sente por mim.

BELA: Você não faz ideia.

(Ele a segura novamente. Ela afasta a mão dele.)

BELA: Gaspar, por favor. Tenho que ir pra casa para ajudar o meu pai.

(Ela dá a volta e se dirige à sua casa.)

PIERRE: Aquele velho maluco deve precisar de muita ajuda mesmo!

(GASPAR e PIERRE caem na gargalhada.)

BELA: Não falem assim de meu pai!

(GASPAR dá uma pancada na cabeça de PIERRE.)

GASPAR: É! Não fale assim do pai maluco dela!

BELA: Meu pai não é louco! Ele é um esplendido inventor!

(Há uma cacofonia de apitos, guinchos e sinos, quando MARCEL, o engenhoso inventor e pai de
BELA, aparece no palco montado em um de seus inventos chamativos. Faz uma saudação alegre
com o braço e... BOOM! Parte de sua invenção explode. MARCEL cai no chão.)

BELA: (Alarmada) Papai!

(Ela corre para socorrê-lo. GASPAR e PIERRE debocham.)

GASPAR: Claro... ESPLENDIDO!

(GASPAR e PIERRE ri.)

PIERRE: O que significa Esplendido?

(GASPAR dá-lhe outra pancada.)

GASPAR: (Afasta PIERRE até onde BELA e MARCEL não possam escutá-los) Pierre, quero que você
vá até a floresta e me traga o maior animal, o mais forte que você possa encontrar.
PIERRE: A floresta não! Tudo menos a floresta.

(GASPAR o agarra pelo cangote.)

GASPAR: Só quero que me traga um animal para a festa de casamento.

PIERRE: Não, por favor, a floresta não! É escura e tenebrosa. E tem insetos e aranhas e a Bela disse
que não gosta nada disso...

GASPAR: Mas eu sim. VAI!

(GASPAR levanta PIERRE e saem de cena.)

BELA: Papai, tem certeza de que está bem?

MARCEL: Estou bem. Mas eu não sei como foi acontecer isso.

(Levanta-se e dá um pontapé)

MARCEL: Ai!

BELA: Papai.

MARCEL: Eu estou a ponto de desistir de tudo isso!

BELA: O senhor sempre diz que vai desistir.

MARCEL: Bela eu estou falando sério desta vez! Eu nunca vou fazer essa geringonça funcionar!

BELA: Ah, vai sim. E vai ganhar o prêmio na feira amanhã.

MARCEL: (Amuado) Humm.

BELA: E vai se tornar um inventor famoso. Não é esse seu sonho papai?

MARCEL: Acredita mesmo nisso?

BELA: Claro que sim.

MARCEL: Ora, então o que estamos esperando? Essa coisa não vai se consertar sozinha. Deixe-me
ver... Onde está aquela ferramenta que parece uma unha de gato? Eu sempre perco todas as minhas
ferramentas.

BELA: Por um acaso seria essa aqui?

(BELA pega uma ferramenta esquisita e mostra. Ele a pega e utiliza para consertar sua invenção.)

MARCEL: Mas me conte. O que você foi fazer na aldeia hoje?

BELA: Peguei um livro que eu gosto muito.

MARCEL: Deixe-me ver! (BELA Mostra o livro a MARCEL) você adora esse livro, não é?

BELA: Ele me transporta a lugares maravilhosos, onde há mistério, romance e... finais felizes. (Pausa)
Papai...

MARCEL: O que é?

BELA: Se eu lhe fizer uma pergunta, vai me responder honestamente?


MARCEL: Eu sempre sou honesto com você, minha querida.

(MARCEL VAI PARA TRÁS DE SUA INVENÇÃO)

BELA: Você acha que eu sou... Estranha?

MARCEL: Minha filha? Estranha?

(Reaparece com um ridículo capacete com óculos.)

MARCEL: Mas porque as pessoas achariam isso de você?

BELA: Eu não sei. É só o que... as pessoas falam.

MARCEL: Também falam isso de mim e eu nunca entendi de onde tiraram essa ideia...

(Ele, preocupado com a filha, tira os óculos.)

MARCEL: Não se importe com o que as pessoas dizem minha querida, não vale apena.

(MARCEL vai até a invenção)

MARCEL: Vamos ligar? Para trás! Para trás, se proteja querida.

(MARCEL liga o invento e ele ganha movimento)

BELA: Funciona!

MARCEL: Está funcionando? FUNCIONA!

BELA: Eu tenho certeza que você vai ganha o prêmio na feira amanhã papai!

MARCEL: isso é fabuloso! É melhor eu ir indo! Não posso me atrasar.

BELA: Espere, quase me esqueci (ela coloca um cachecol no pescoço dele). Eu fiz esse cachecol pra
dar boa sorte.

MARCEL: Agora sei que vou ganhar. E nós vamos sair dessa aldeia para viajar para todos os lugares
maravilhosos que você lê nos livros. Minha querida, o que você quer que eu te traga dessa viagem?
Um vestido? Uma jóia? Um livro?

BELA: Não se preocupe comigo papai...

MARCEL: Vamos! Diga...

BELA: Huuum... Uma rosa! Agora o senhor tem que ir...

MARCEL: Você tem razão! (MARCEL começa a sair com seu invento) Uma rosa. Não vou me
esquecer!

BELA: Adeus, papai.

MARCEL: Adeus, Bela.

BELA: E vá com muito cuidado.

(A casa de BELA é removida e o cenário da floresta desce em torno de MARCEL.)

CENA 03
CENA FLORESTA + PORTÃO DO CASTELO + JARDIM DO CASTELO

NUMERO MUSICAL: SEJA COMO FOR (REPRISE)

(MARCEL, cantando, atravessa muito contente a floresta, com sua invenção. Ao cantar, o seu tom
muda progressivamente de alegre para nervoso.)

MARCEL: POR FIM VOU TRIUNFAR


COM ESTE MEU INVENTO
COMPLEXO E TÃO SIMPLES,
MAS QUE.... É ESPECIAL
E VAI ASSEGURAR
AINDA O MEU SUSTENTO

MARCEL: (Olha ao redor, preocupado.)


MAS EU PRECISO ENCONTRAR ALGUM SINAL,
MAS FUI ME EXTRAVIAR
NÃO ESTIVE MUITO ATENTO

(Olha para trás. A floresta parece rodeá-lo. Ouve-se um uivo à distância.)

MARCEL: E ISTO... NÃO É UM ROUXINOL


QUE ESPÉCIE DE ANIMAL?...

(Outro uivo... proveniente de outro lugar.)

(Outro uivo... proveniente de outro lugar.)

MARCEL: Lobos!

A PERSEGUIÇÃO DOS LOBOS: (De repente, da neblina, surgem vários lobos. Avançam contra ele,
grunhindo ameaçadores.)

MARCEL: Me ajudem! Socorro! Me ajudem por favor! MEU CACHECOL (MARCEL ENTREGA O
CACHECOL PARA OS LOBOS) Sai! Para trás! Socorro! Alguém me ajude! Sai! Socorro!

(MARCEL foge. Parece correr desesperadamente. Um facho de luz o ilumina a correr, revelando o
portão do castelo.)

MARCEL: Me deixem entrar! Me deixem entrar!

(O portão se abre. Ele entra, revelando o jardim do castelo, os lobos vão embora)

MARCEL: (Desesperado e falando com muita aflição) Mas o que foi isso? Como isso pode me
acontecer? Obrigado! (Começa a gritar ao redor) Obrigado por abrir o portão do castelo! Você me
salvou... (Diz para ele mesmo aliviado.) Obrigado... O que seria da Bela se eu não voltasse mais para
casa. (Ele se lembra da filha) Bela! Eu preciso voltar, preciso contar o que aconteceu e
definitivamente eu não viajarei mais sozinho. Mas eu não posso voltar de mãos vazias, a Bela é
sempre tão boa comigo, eu preciso levar para ela ao menos a rosa que me pediu... (MARCEL começa
a olhar em volta) Bom... Eu acredito que diante de tantas rosas, a pessoa que abriu o portão para eu
entrar não vai sentir falta de apenas uma em seu jardim. Aliás, eu acho que ninguém está olhando!
Então eu vou aproveitar para (MARCEL pega a rosa) pegar essa rosa e ir embora antes que esses
lobos decidam voltar.
(UM RUGIDO FORTE E ASSUSTADOR ACOMPANHADO DE EFEITOS DE LUZ ACONTECE NO PALCO
NESTE MOMENTO E A FERA FURIOSA SE REVELA PARA MARCEL)

FERA: NÃO FOI O BASTANTE EU TE DAR ABRIGO E RECEBER EM MEU CASTELO PARA VOCÊ FUGIR
DOS LOBOS E VOCÊ AINDA QUER ME ROUBAR O QUE ME É MAIS SAGRADO?

MARCEL: (Horrorizado) NINGUEM PODE ME CHAMAR DE LADRÃO! EU SOU UM HOMEM BOM E


HONESTO. MAS QUE CRIATURA É VOCÊ?

(RUGIDO DA FERA)

MARCEL: Me desculpe, por favor me perdoe, eu prometi que retornaria para casa com a rosa...

FERA: PARA QUEM É ESSA ROSA?

MARCEL: Para minha filha Bela, eu a amo mais que tudo. Eu estava fazendo uma viagem e eu não sei
o que aconteceu, eu acho que me perdi do meu caminho e fui atacado por lobos, não era minha
intenção vir parar aqui, eu não queria te roubar. Mas me entenda! Minha filha fez um pedido tão
puro e doce eu não poderia retornar sem ter em mãos algo tão especial para ela.

(MARCEL se ajoelha aos pés da fera)

MARCEL: Por favor eu te suplico, me perdoe! Eu jamais contarei a alguém que estive aqui.

FERA: VOCÊ TEM MAIS 1 DIA PARA SE DESPEDIR DA SUA FILHA. EU TE ESPERO AQUI!

MARCEL: Eu não voltarei mais aqui.

FERA: Você voltará ou eu vou atrás de você e pegarei aquilo que lhe for mais sagrado. (FERA GRITA)
Vááááá!!! E não se esqueça. Uma vida, por uma rosa.

(FERA SOME DO PALCO E MARCEL SAI CORRENDO PELO OUTRO LADO)

CENA 04

PEDIDO DE CASAMENTO

(VOLTA O CENARIO DO CAMPO E A CASA DE BELA)

GASPAR: Bela! Bela! Tem alguém em casa?

(Ela sai de trás da casa carregando um vaso com flores. Về GASPAR, faz um muxoxo e tenta de se
evadir.)

GASPAR: Oooláaa BELINHA!

(Não há meio de evitá-lo. Bela reaparece exibindo um sorriso falso.)

BELA: Gaspar... que surpresa tão... agradável.

GASPAR: Você acha? Eu sou mesmo cheio de surpresas.

(Tira um pequeno retrato de sua túnica e o entrega a ela.)

GASPAR: Para você... Mademoiselle.

BELA: Um retrato em miniatura... (examina-o de perto) de você. Gaspar, não devia ter se
incomodado.
GASPAR: Não sei porque. (Coloca seu braço sobre o ombro dela.) Sabe, Bela? Qualquer moça
morreria para estar em seu lugar. Hoje é o dia em que os seus sonhos vão se tornar realidade.

(Bela se afasta dele habilmente.)

BELA: O que é que você sabe dos meus sonhos, Gaspar?

GASPAR: Muito! Imagine só: uma cabaninha rústica. Minha última caça assando no fogo... minha
esposinha massageando meus pés... e os pequeninos brincam no chão com os cães. Teremos seis ou
sete.

BELA: Cães?

GASPAR: Não, Bela. Filhos fortes, Bonitos e robustos como eu.

BELA: (BELA solta uma gargalhada debochada) Eu não consigo nem imaginar.

GASPAR: Então, Bela... diga logo... Será "Sim" ou será "Oh, sim"?

BELA: Eu... não mereço você.

GASPAR: Ninguém merece!

(BELA passa por ele, indo para casa - ele está distraído.)

BELA: Mas, obrigada por perguntar.

(E entra em casa. GASTON cai. As TOLINHAS voltam.)

PIERRE: Então... como foi?

GASPAR: (Dissimulando) Bem, você conhece a Bela... sempre se fazendo de difícil.

PIERRE: (Zombando) Te deu o fora?

GASPAR: Por enquanto. (Zangado) Mas Bela será minha esposa! Não tenho a menor dúvida!

(GASPAR E PIERRE SAEM DO PALCO.)

(Depois que elas saírem, Bela surge de um lado da casa.)

BELA: Ele já foi? Ora, imaginem... me pediu em casamento. Eu, esposa daquele grosso, burro.

NÚMERO MUSICAL: “BELA" - REPRISE

(A canção de BELA é interrompida por PIERRE, que entra em busca de respostas. Traz consigo o
cachecol de MARCEL.)

PIERRE: Bela! Ei, Bela!

BELA: O que foi Pierre?

PIERRE: Fala a verdade pra mim vai... o que o Gaspar tem que fazer pra conquistar esse lindo
coraçãozinho.

BELA: E desde quando isso é assunto seu?

PIERRE: Desde sempre! Ele é meu amigo e eu quero ver ele feliz.

BELA: Você quer ver ele feliz ou ele te mandou vir aqui descobrir alguma coisa?
PIERRE: Você é inteligente mesmo!

BELA: porque diz isso? (BELA vê o cachecol do pai) ESPERA PIERRE! Onde você encontrou esse
cachecol?

PIERRE: Este? Na floresta. É bonito, não é?

BELA: Pertence meu pai!

PIERRE: Mas eu achei, agora é meu!

(Salta para trás e agarra o cachecol de forma possessiva. BELA se levanta, muito preocupada.)

BELA: Pierre, eu quero que você faça um esforço para pensar e me diga exatamente onde encontrou
isso.

PIERRE: Em algum lugar da floresta.

BELA: Seja mais especifico por favor!

PIERRE: Perto da Cruz dos Caminhos. Satisfeita?

BELA: Então meu pai ainda deve estar por lá! Pierre, você tem que me levar a este lugar.

PIERRE: Não, à floresta não! (Negando com a cabeça.)

BELA: Por favor Pierre, você não entende? Deve ter acontecido alguma coisa com ele! Você tem que
me levar!

PIERRE: Bela, o que é aqui ali?

(BELA se vira para ver e PIERRE SAI CORRENDO DO PALCO)

BELA: MEDROSO! Eu vou procurar meu pai sozinha!

(BELA PEGA SUA CAPA E SAI CORRENDO DO PALCO)

CENA 05

A TABERNA

(TRANSIÇÃO DE CENA, ENTRA CENARIO DA TABERNA)

(GASPAR entra e se senta, aborrecido, em sua cadeira. Seus amigos e admiradoras se divertem
escandalosamente, enquanto GASTON medita melancólico. LEFOU se aproxima.)

GASPAR: Quem ela ACHA que é? Ela está brincando comigo e eu detesto brincadeiras!

PIERRE: Tem toda a razão!

GASPAR: Ninguém diz não pra mim! Eu fui recusado... rejeitado. Publicamente humilhado! Isto eu
jamais vou tolerar!

PIERRE: Mais cerveja?

GASPAR: Pra quê? Nada consegue me animar. Sou um infeliz!

PIERRE: Quem? Vocệ? Jamais! Gaspar, você tem que voltar a ser o que era.
NÚMERO MUSICAL: “GASPAR"

(Entra MARCEL apavorado.)

MACEL: Socorro! Alguém me ajude!

GASPAR: Marcel?

(MARCEL orre de uma pessoa à outra, suplicando frenética, mas incoerentemente, que Ihe
ajudem.)

MARCEL: Por favor, preciso de ajuda. Ela sumiu! Ela não está em lugar nenhum.

GASPAR: Quem sumiu Marcel?

MARCEL: A BELA!

PIERRE: ELA PREFIRIU FUGIR DO QUE SE CASAR COM VOCÊ GASPAR!

(TODOS NA TABERNA COMEÇAM A DAR RISADA DE GASPAR)

GASPAR: JÁ CHEGA PIERRE! Como isso aconteceu?

MARCEL: EU ME PERDI NO CAMINHO DA MINHA VIAGEM E ENQUANTO EU FUGIA DOS LOBOS QUE
TENTAVAM ME ATACAR EU FUI PARAR EM UM CASTELO PROTEGIDO POR UMA FERA HORRENDA!

GASPAR: NÃO É POSSIVEL. O velho está ficando louco.

(Todos na Taberna começam a rir de Marcel)

MARCEL: (SURTA) EU NÃO SOU LOUCO!!!

(Todos ficam em silencio imediatamente)

MARCEL: Eu estou dizendo a verdade! Eu peguei essa rosa do jardim do castelo sem pedir permissão
então essa fera horrenda apareceu e me disse que se eu não voltasse para o castelo depois de
entregar a rosa para bela ele iria capturar o que era mais valioso pra mim. MAS FOI UMA
ARMADILHA! ELE PEGOU A BELA ANTES DE EU CHEGAR, VOCÊS PRECISAM ME AJUDAR.

PIERRE: Uma Fera?

MARCEL: Uma fera monstruosa e horrível!

(Há um silêncio, durante o qual o GASPAR e os aldeões o observam incrédulos. Depois todos riem,
especialmente GASPAR. Um dos amigos de GASPAR se ergue sobre MARCEL.)

GASPAR: Uma fera grande?

MARCEL: Gigantesca, de uns 10 metros

CAMPONES 1: De olhos amarelos?

MARCEL: Sim.

CAMPONES 2: E um focinho horrível?

MARCEL: Um focinho horroroso!

CAMPONES 3: com os dentes caninos enormes?


MARCEL: Sim, sim, sim! Mas vão me ajudar?

GASPAR: Está bem, velhote, Vamos te ajudar a sair desta!

(Olha de esguelha seus amigos e indica a porta.)

MARCEL: (Aliviado) Muito obrigado.

(Os amigos o levantam pelos braços e o carregam para fora.)

MARCEL: Está bem, neste caso eu vou salvar Bela sozinho!

CAMPONES 1: Velho louco, esse Marcel!

CAMPONES 2: Mata a gente de rir!

(Saem todos, menos GASPAR e PIERRE. GASPAR se senta e começa a sussurrar:)

GASPAR: Velho louco esse Marcel.... hummm... (tem uma idéia) velho louco Marcel...

NUMERO MUSICAL: GASPAR (REPRISE)

CENA 06

O INTERIOR DO CASTELO

(O cenário da taberna sai e se revela o interior do castelo. Bela entra e sobe por uma escada,
impressionada com o tamanho e o pé-direito do lugar. No entanto, reina um ambiente desolado,
inerte e inóspito, como uma catedral abandonada.)

BELA: Olá!

(O eco de sua voz se perde na imensidão.)

BELA: Papai? Tem alguém aqui?

(Bela avança com cautela, olhando ao redor.)

TADUM: Nem uma palavra, Louis! Nem uma só palavra!

BELA: Perdão, eu não quero importunar, mas eu procuro meu pai.

LOUIS: Coitada. Ah, Tadum, tenha piedade! Com licença, seja bem vinda!

(LOUIS acende uma de suas velas e ela produz uma grande chama. TADUM apaga a chama com
um sopro.)

BELA: Eu sei que alguém está aí. E eu gostaria que saísse da onde está para eu poder vê-lo!

(LOUIS tenta dar um passo adiante, mas TADUM o impede. BELA sai do palco entre as paredes do
castelo)

SRA. MARGOT: Então é verdade? Tem uma garota no castelo?

TADUM: Está vendo só Louis? A notícia já está se espalhando por todo castelo! Porque você foi abrir
a sua boca? Logo o Amo vai descobrir e vai ficar uma Fera!

LOUIS: Tadum... Ele é uma Fera! E nós não temos um hospede qualquer... não! É uma garota!

TADUM: (FALANDO COM DESDEM) E o que é que tem que é uma GAROTA...
LOUIS: SEU RELÓGIO ESTUPIDO! Está perdido no tempo? Ela pode ser a garota que vai quebrar o
feitiço.

SRA. MARGOT: Isso seria um sonho.

TADUM: NÃO! NÃO! NÃO E NÃO! ISSO NÃO VAI DAR CERTO. VEJAM SÓ: (TADUM começa a puxar o
ar sentindo cheiro) Estão sentindo esse cheiro?

SRA. MARGOT: Essa não! Tem alguma coisa queimando na cozinha?

LOUIS: Eu não sinto nada.

TADUM: ISSO É CHEIRO DE ENCRENCA!

LOUIS: TADUM, VAMOS LÁ... Você precisa ser mais otimista. É ela! A moça que vivemos esperando!
Ela veio para quebrar o feitiço.

TADUM: Seu pavio deve estar derretendo junto com a cera, não se deve chegar numa conclusão tão
rápida assim! Agora vamos parar de tagarelar e vamos atrás dessa garota antes que OUTRA PESSOA
(TADUM faz sinal de aspas com as mãos) a encontre perambulando pelos corredores do castelo...

SRA. MARGOT: (Preocupada) isso seria terrível.

TADUM: ...e vocês sabem de quem eu estou falando.

LOUIS: É verdade. Vamos Tadum, vamos Sra. Margot!

(LOUIS, TADUM e SRA. MARGOT saem do palco. Bela entra pelo outro lado)

BELA: Por favor! Eu só estou procurando pelo meu pai, não tenho intenção de ser uma intrusa.

(RUGIDO DISTANTE DA FERA)

FERA: Há um estranho aqui.

BELA: Quem disse isso? Olá eu me chamo Bela, estou em busca de meu pai!

(Enquanto a Bela conversa com a Fera a Fera fica se movimentando pelo castelo com o palco
escuro, revelando apenas sua silhueta)

FERA: BELA?

BELA: Meu pai saiu em uma viagem...

FERA: EU SEI O QUE ACONTECEU.

BELA: Sabe? Então, onde ele está? Ele está aqui? Você está mantendo-o como seu prisioneiro?

FERA: Meu prisioneiro? Não... você é minha prisioneira.

BELA: O que? (Aflita) Venha para luz.

(a FERA se apresenta então BELA fica horrorizada com a criatura)

FERA: Quando seu pai roubou minha rosa eu fui bem claro com ele, ele teria apenas um dia para se
despedir de você e retornar para meu castelo e pagar a dívida de seu roubo, “Uma vida por uma
rosa”. Pelo visto ele escolheu mandar você no lugar dele.
BELA: Meu pai não é um ladrão! Ele não merece pagar por nada. EU PEDI A ROSA PARA ELE! Se ele
tem qualquer dívida com você, sou eu quem mereço pagá-la! “Uma vida por uma rosa”, não é? Pois
bem. Eu estou aqui. Mas deixe meu pai em paz!

FERA: Você faria isso por ele? Se escolher fazer isso será minha prisioneira para sempre.

BELA: Se eu ficar, você o deixa viver bem e em segurança?

FERA: Trato feito.

(BELA começa a chorar)

FERA: Está chorando?

BELA: (Responde com amargura) Eu jamais voltarei a vê-lo... e nem sequer pude me despedir dele.

(A FERA comoção a observa por um momento, perturbado diante de tamanha crueldade.)

FERA: Eu vou... levá-la ao seu quarto.

(Volta-se para sair, mas ela permanece imóvel.)

BELA: Meu quarto? Mas eu pensei que...

(Ele se volta para ela, confuso e irritado.)

FERA: Ou prefere ficar neste calabouço?

BELA: Não.

FERA: Então venha por aqui.

(A FERA sai. BELA o segue apressada. Durante o seguinte diálogo, a FERA conduz BELA pelo escuro
e lúgubre castelo. A FERA lhe explica as regras do castelo num tom de voz áspero.)

FERA: De agora em diante este será o seu lar. Você é livre para ir aonde quiser... menos à Ala Oeste.

BELA: O que há na Ala Oeste?

(Ele se volta intempestivamente.)

FERA: É proibida! Você jamais deverá ir até lá. Entendeu?

(Como ela não responde imediatamente, ele a pega bruscamente pelos ombros.)

FERA: ENTENDEU?

BELA: Entendi.

(Ele prossegue. BELA o observa. Ele chega até a porta do quarto dela e abre.)

FERA: Este é o seu quarto. Espero que esteja confortável aqui. Se precisar de alguma coisa, os meus
serventes a atenderão.

(Ele gesticula impacientemente com a mão para que ela entre. BELA entra.)

FERA: Ah... e outra coisa. Você vai jantar comigo.

(Entra em cena acompanhando a distância: TADUM, LOUIS E SRA.MARGOT)


(BELA bate a porta com força)

FERA: (GRITA) É uma ordem!

(A FERA sai do palco)

SRA. MARGOT: Pobre menina.

LOUIS: O amo a encontrou mais rápido que nós.

TADUM: Poderíamos ter dado um começo diferente para ela...

(Os três saem do palco chateados.)

(As luzes se acendem no quarto de BELA. Ao Observar o seu novo e estranho aposento, ela não
consegue conter a onda de desespero que se segue.)

NUMERO MUSICAL: UM LAR

(Termina a canção. Ouve-se batidas na porta. )

BELA: Quem é?

SRA. MARGOT: Sou eu, Mademe Margot, querida. Pensei que você gostaria de tomar uma xícara de
chá.

BELA: Pode entrar.

(Sra. MARGOT desce a escada.)

Sra. MARGOT: Não há nada como uma boa xícara de chá para levantar o ânimo.

BELA: Mas a senhora é um... um... BU...

Sra. MARGOT: (Com firmeza) Sou Madane MARGOT, querida. Estou encantada em conhecê-la.

(BELA está tão estupefata que ao retroceder tropeça no DONA COMODA.)

COLLET: Ai! Mocinha.!

(BELA volta-se para encontrar-se com MADAME COLLET, um enorme DONA COMODA operístico.
BELA se sobressalta.)

BELA: Mas, mas... Quem é você?

COLLET: Madame Collet. (Esperançosa) Talvez tenha ouvido falar de mim.

BELA: Desculpe. Não!

COLLET: Estão vendo? Já se esqueceram de mim. Bastou um pequeno feitiço e...

Sra. MARGOT: Shhh!

BELA (Incrédula): Esperem! Isto é incrível.

COLLET: Sabemos que é... Mas como vamos te vestir para o jantar? (Levanta a manga do vestido
dela) O que você ta usando é até bonitinho, mas você não gostaria de usar um dos meus vestidos?
Vamos ver o que há aqui nas minhas gavetas.

(Abre as gavetas e retira um vestido)


COLLET: Eu usei este vestido na noite em que cantei na Ópera Real. Até o Rei esteve presente!

BELA: Você é muito amável, mas... eu não vou descer para jantar.

COLLET: Bobagem. É claro que vai descer. Você ouviu o que o AMO falou.

BELA (Firme): Ele pode ser seu AMO... mas não é meu! (pausa) Sinto muito. Tudo isto é demais para
mim.

(Sra. MARGOT e o MADAME COLLET se entreolham, sentindo pena dela. Aproximam-se dela...
gentilmente. )

Sra. MARGOT: Foi um gesto muito corajoso o seu, querida.

COLLET: Todos nós achamos.

BELA: Sim, mas eu sinto muita falta de meu pai.

Sra. MARGOT: Ânimo, menina. Eu sei que tudo lhe parece muito triste agora, mas não se desespere.
Nós estamos aqui pra te ajudar.

NUMERO MUSICAL: “UM LAR" (REPRISE)

CENA 07

ESPERA DO JANTAR

(TADUM bate na porta do quarto de BELA, Sra. MARGOT vai até lá para atende-lo)

Sra. MARGOT: Está tudo bem TADUM?

TADUM: Eu vim saber se o jantar já está pronto?

Sra. MARGOT: Ah, quase...

(Começam a andar pelo castelo e Bela e Collet saem do palco)

Sra. MARGOT:...Eu não tenho a menor ideia do que ela gosta, por isso pedi para prepararem tudo o
que havia na cozinha.

TADUM: Muito bem! Muito Bem Sra. Margot!

(Entra FERA e LOUIS)

FERA: Sra. Margot o jantar já está pronto?

Sra. MARGOT: Claro, só falta alguns ajustes e já podemos...

FERA: ENTÃO terminem logo... Onde ela está?

TADUM: Vou busca-la agorinha mesmo.

FERA: Eu a mandei vir jantar, por que demora tanto?

SRA. MARGOT: Tenha paciência. A menina se tornou sua prisioneira enquanto procurava o pai. As
expectativas dela para hoje era retornar para sua casa junto de seu pai e não ficar trancada em um
castelo como uma prisioneira. Ela perdeu o pai e a liberdade no mesmo dia.

LOUIS: Amo... já pensou que talvez, provavelmente, com tudo, toda via, entretanto...
FERA: DIGA LOGO!

LOUIS: Já pensou que ela poderia ser a garota que...

FERA: Quebraria o feitiço? Mas é claro! Você pensa que eu sou o que?

LOUIS: Então, o senhor se apaixona por ela... (uma de suas velas se acende) Ela se apaixona pelo
senhor... (outra vela se acende) e pufff! (Junta ambas as chamas) É quebrado o feitiço! Seremos
humanos outra vez e isso pode acontecer hoje mesmo antes da meia-noite!

Sra. MARGOT: Louis, não é tão simples assim. Essas coisas levam tempo.

LOUIS: Mas nós não temos tempo! A Rosa já começa a murchar!

FERA: Ela é tão bela. E eu... ora, olhem pra mim.

LOUIS: Ele tem razão.

(FERA VAI PRA CIMA DE LOUIS.)

Sra. MARGOT: Amo, tem que ajudá-la a ver o que o senhor tem por dentro!

FERA: Eu não sei como.

Sra. MARGOT: Olhe, tem que começar a se fazer mais apresentável. (Indica que adote uma postura
mais ereta.) Endireite-se! Comporte-se como um cavalheiro.

LOUIS: Impressione-a com seu espírito brilhante.

Sra. MARGOT: Mas seja delicado.

LOUIS: Faça-lhe muitos elogios.

Sra. MARGOT: Mas seja sincero.

SRA.MARGOT E LOUIS: E acima de tudo...

FERA: O quê?

LOUIS e Sra. MARGOT: TEM QUE CONTROLAR SEUS NERVOS!

(TADUM volta.)

FERA: E então?

TADUM: (Fingindo indiferença) O quê?

FERA: O que? Boa noite Tadum, você está bem? (Irônico)

TADUM: O Amo, obrigado por perguntar, hoje eu to com uma dor nas...

FERA: EU QUERO SABER Onde está?

TADUM: Quem?

FERA: TADUM NÃO ME IRRITE OU VOCÊ NÃO VAI CHEGAR A DECIMA SEGUNDA BADALADA ESSA
NOITE! ONDE A BELA ESTÁ?

TADUM: A moca? Bem, estava a ponto de... é... bem... mas nas circunstâncias que a cercam...
(a FERA grunhe impacientemente)

TADUM: Ela não vem.

FERA: O que?

TADUM: (Ainda mais medroso) Ela não vem.

FERA: Isso nós veremos!

(A FERA ruge e cruza intempestivamente o palco, sobe as escadas para o quarto de BELA. LOUIS,
Sra. MARGOT e TADUM o seguem, com expressões de medo.)

CENA 08

QUARTO DA BELA

TADUM: Alteza! Majestade! Eminência! Não se precipite...

(As luzes iluminam o quarto de BELA. A FERA entra furiosamente.)

FERA: Acho que eu ordenei que você descesse para o jantar.

BELA: (Em voz alta) Não tenho fome!

FERA: Eu sou o amo e senhor deste castelo e estou lhe dizendo para descer para jantar!

BELA: E eu dizendo que... não tenho fome!

FERA: Você terá fome se eu lhe disser para ter fome!

BELA: Não seja ridículo!

(todos os móveis presentes se assustam.)

FERA: O que disse?

BELA: Eu disse, AMO Que não pode ordenar às pessoas que tenham fome. As coisas não funcionam
assim. Além disso... não é uma coisa educada.

FERA: (Com sarcasmo) Ah, não é uma coisa educada? Então... o que lhe parece isso? Se você não
descer para jantar, eu vou te arrastar pelos cabelos!

LOUIS: Amo... talvez este não seja o melhor modo de ganhar o afeto dela.

TADUM: Amo, comporte-se como um cavalheiro.

FERA: Por que ela se faz de tão difícil?

(Todos querem responder, mas ele os interrompe e vai até BELA.)

FERA: Por que você é tão difícil?

BELA: Por que você é tão grosseiro?

FERA: Por que eu quero que você jante comigo.

BELA: Então você admite que é hostil e grosseiro?

Sra. MARGOT: Respire fundo.


FERA: Vou lhe dar uma última oportunidade. Faria a gentileza de jantar comigo? Por favor.

BELA: Não, obrigada.

FERA: Ótimo! Então vai morrer de fome!

LOUIS: Amo, por favor...

FERA: (Ruge para LOUIS e sobe) Se não quer jantar comigo, então não vai comer nada!

(Ruge e sai furioso.)

LOUIS: E nós Tinhamos esperança... Jamais voltaremos a ser humanos outra vez.

TADUM: É o que parece.

COLLET: E então? O que devemos fazer? Dar-nos por vencidos? Eu não vou descansar.

TADUM: Madáme Collet tem razão. Enquanto houver esperança, não nos daremos por vencidos!
Louis, você tem que vigiar esta porta. Qualquer movimento... me avise imediatamente

(LOUIS parodiando uma saudação militar. Sra. Margot e TADUM vão saindo do palco)

LOUIS: (falando sozinho) DEIXEM COMIGO! Eu sou o mais rápido... mais esperto! Mais bonitão e
charmoso de todo esse castelo! Nada e eu disse: NADA irá passar por mim despercebido.

CENA 09

LAMENTAÇÕES DA FERA

(As luzes escurecem no quarto de BELA e se iluminam no aposento da FERA.)

FERA: Eu fui gentil e ela se negou! O que quer que eu faça... suplicar? (Levanta o espelho) Quero ver
a Bela!

(O espelho mágico brilha. As luzes se acendem no quarto de BELA.)

COLLET: Eu sei que às vezes o amo não é muito gentil, mas debaixo daquela aparência... realmente
ele não é tão mau. Por que você não lhe dá outra chance?

BELA: Por que eu tenho que... fazer isso? Por acaso ele deu uma chance para meu pai?

COLLET: Não, mas quando você chegar a conhecê-lo....

BELA: Não quero conhecê-lo! Não quero mais saber dele!

(A FERA estremece ao ouvir isso. As luzes se apagam no quarto de BELA.)

FERA: Eu estou me iludindo. Ela jamais me verá... a não ser como... um monstro.

(A luz dos aposentos da Fera se apaga e acende no LOUIS)

CENA 10

HORA DO JANTAR

LOUIS: O mais forte, mais corajoso, sou o melhor guarda que... que... alguém... (Louis começa a
bocejar e cai no sono.)

(As luzes se acendem no quarto de BELA.)


BELA: (Dócil) Na verdade, Madame Collet, agora estou com um pouco de fome.

COLLET: Vou chamar Madane MARGOT agora mesmo.

BELA: Obrigada Madame, mas eu mesma vou.

(Dá a volta por ela e sobe as escadas.)

COLLET: E o AMO? Ele não vai gostar nada disso.

BELA (Sorri) Eu sei.

(BELA sai.)

(As luzes iluminam outra área. Sra. MARGOT e TADUM entram.)

Sra. MARGOT: Estou encantada com esta moça. Gosto da forma como ela se posiciona para mostrar
a opinião dela.

TADUM: Em minha opinião é um pouco... teimosa. Afinal, ele disse "por favor".

Sra. MARGOT: Acho que é a primeira vez que ouço ele dizer isso.

TADUM: Você tem razão.

Sra. MARGOT: Está vendo? Ela já começou a ter uma influência positiva sobre ele.

(BELA se aproxima.)

Sra. MARGOT: Ah, você está aí, querida. Que bom que você veio.

TADUM: Eu sou TADUM. O mordomo da casa.

(LOUIS entra assustado.)

LOUIS: Ah, TADUM! A moça! Fugiu! Eu te juro por Deus que meus olhos... (vendo-a). Enchantee,
mademoiselle. (Beija sua mão.)

TADUM: Ele é Louis.

(LOUIS continua na mão e braço.)

TADUM: (Pegando-o) Chega, já é o suficiente. Está bom. Diga o que podemos fazer para que sua
estada seja mais confortável. Qualquer coisa. Seja o que for.

BELA: Estou com um pouco de fome.

TADUM: Qualquer coisa menos isso.

Sra. MARGOT: E vai deixar a moça com fome TADUM?

TADUM: Bem... você ouviu as instruções do AMO!

Sra. MARGOT: Não importa! Não vou deixar a pobre menina passar fome.

TADUM: Está bem. Um copo com água e uma casca de pão...

LOUIS (Cortando-o): TADUM! Que modos são esses? Ela não é uma prisioneira... é uma hóspede! E
queremos que se sinta bem vinda aqui!
TADUM: Está bem, ela pode jantar. Mas por favor não façam barulho. Se o AMO ficar sabendo,
estaremos perdidos!

LOUIS: Claro, claro. Mas o que é um jantar sem um pouco de música?

TADUM: Música?

NUMERO MUSICAL: SEJA NOSSA CONVIDADA

CENA 11

ALA OESTE

BELA: Muito obrigada. O jantar esteva delicioso.

TADUM: Obrigado a todos! Magnífico! Estupendo! Parabéns! (TADUM indica os seus ponteiros.)
Meus Deus, já é muito tarde! Vamos dormir, dormir!

BELA: Ah, não é possível dormir. É a minha primeira noite num castelo encantado.

(O cenário do número musical é substituído pelo do castelo.)

TADUM: Encantado! Quem lhe disse que o castelo está encantado? (A LOUIS) Foi você, não foi?

BELA: Eu mesma percebi. Eu gostaria de conhecer todo o castelo.

LOUIS: Quer que eu mostre?

TADUM: Não creio que seja uma boa idéia. (DIZ PARA LOUIS) Não podemos deixar que, você sabe
quem, meta o nariz você sabe onde. E você sabe a quem me refiro, não é?

BELA (A TADUM): Talvez o senhor que é tão gentil e inteligente queira me levar. Eu estou certa de
que conhece tudo sobre este castelo.

TADUM: É verdade, mas eu não sei se devo... Em primeiro lugar, observe o belo detalhe do teto
pintado à mão, no qual se destacam os querubins brincando entre as ninfas e os centauros...

(As luzes atenuam em TADUM e companhia, enquanto a FERA entra por outro lado levando uma
bandeja com comida para BELA.)

FERA: (Falando consigo mesmo) Comporte-se como um cavalheiro... comporte-se como um


cavalheiro... comporte-se como um cavalheiro... É isso.

(E difícil para ele segurar a bandeja, com suas enormes garras, ao subir as escadas para o quarto
de BELA. Custa-lhe ainda mais segurá-la com uma garra enquanto tenta bater na porta com a
outra.)

FERA: Bela? (A FERA volta a bater.) Bela!

(As luzes voltam a iluminar TADUM... A FERA se esconde entre as sombras, segurando a bandeja.)

TADUM: Agora veja os formatos dos arcos na parede...

BELA: Ah, Louis, tudo isso é tão lindo! Eu não fazia idéia. Se ao menos ele não vivesse aqui...

(LOUIS e BELA saem.)

FERA: comporte-se como um cavalheiro... Eu não passo de um idiota.


(Ele penetra cabisbaixo na sombra. TADUM volta seguido por BELA e LOUIS. A lareira e a TRONO
da FERA se encontram no palco.)

TADUM: E graças à minha incomparável astúcia...

BELA: O que há lá em cima?

LOUIS/ TADUM: NADA!

LOUIS: Não há nada interessante na Ala Oeste!

BELA: Então a Ala Oeste fica lá? O que será que ele esconde lá em cima?

TADUM: Esconde? Não, não, não. O AMO não esconde nada. VAMOS CONTINUAR NOSSO PASSEIO.

(LOUIS E TADUM CONTINUAM ANDANDO E BELA FICA NO PALCO)

BELA: Se ele não escondesse nada, então não seria proibida.

(Bela vai até a Ala Oeste e encontra a Rosa na Cúpula de vidro, hipnotizada pela beleza da flor,
quando ela se aproxima para tocar a fera entra em cena com um rugido estrondoso.)

FERA: NÃO TOQUE NISSO!

BELA: ME PERDOE!

FERA: O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI? VOCÊ TEM NOÇÃO DO MAL QUE PODERIA TER CAUSADO? EU
DISSE PARA VOCÊ NÃO VIR ATÉ AQUI!

BELA: EU SÓ QUERIA...

FERA: VOCÊ ME DESOBEDECEU (FERA PEGA BELA PELO BRAÇO)

BELA: NÃO TOQUE EM MIM SEU MONSTRO!

(PAUSA)

FERA: EU QUERO QUE VOCÊ SAAAAAAAIA DAQUI. VÁ EMBORA! SUMA! EU NÃO QUERO TE VER
NUNCA MAIS.

BELA: EMBORA EU TENHA PROMETIDO, EU NÃO CONSEGUIREI VIVER AQUI.

(BELA SAI CORRENDO ASSUSTADA PELO CASTELO)

FERA: NÃO BELA! ESPERA... ME DESCULPA. EU... EU... Você não entende. Agora resta tão pouco de
mim.

NUMERO MUSICAL: SEM TER ESSE AMOR.

CENA 12

FLORESTA SOMBRIA

MÚSICA: ENTREATO

(Levanta-se o pano. Estamos na escura e tenebrosa floresta. Aparece BELA, fugindo do castelo.
Detém-se para recuperar o fôlego e olha ao redor. Vários pares de olhos amarelos a observam....
olhos de lobos. Os lobos avançam na direção dela. Desesperada, BELA arranca o galho de uma
árvore e o brande de forma ameaçadora. Os lobos avançam grunhindo e rasgando o seu vestido.
Ela cai... tudo parece perdido! Subitamente ouve-se um tremendo rugido. A FERA investe...
jogando um lobo para longe de BELA. Ergue-se ao lado dela protegendo-a dos lobos, que atacam
por todos os lados. Dando um último rugido, arremessa os lobos para longe de si... um deles cai
inerte sobre o palco. A FERA cambaleia e desmaia. BELA hesita por um momento... esta seria sua
oportunidade de fugir. Volta para olhar a FERA, que jaz ferido no chão... e corre para o seu lado.
Ela tenta levantá-lo. Ele geme, dolorido e o cenário se transforma ao seu redor.)

CENA 13

ESTAMOS VENDO ALGUMA COISA ACONTECER

INTERIOR DO CASTELO
(Estamos no castelo, diante de uma lareira crepitante. BELA ajuda a FERA a sentar-se na TRONO.
Segura um dos seus braços doloridos. Sra. Margot, Louis e Tadum entram. Tadum traz uma vasilha
e pano para lavar as feridas da FERA. Sra. Margot põe água quente na vasilha. BELA empapa um
dos panos. Tenta limpar uma das feridas da FERA, mas ele grunhe e se afasta dela.)

BELA: Obrigada, TADUM. Deixe eu ver. Não faça isso!

(Volta a tentar lavar a ferida, mas ele não permite.)

BELA: Fique quieto.

(Ela limpa a ferida com delicadeza. Ele treme e geme dolorosamente.)

FERA: Isso dói!

BELA: Se ficasse quieto, não doeria tanto.

FERA: Se não tivesse fugido, eu não estaria ferido.

BELA: Se não tivesse me assustado, eu não teria fugido.

(Por momento, ele não sabe o que responder. Mas logo)

FERA: Ora, você não deveria ter ido à Ala Oeste.

BELA: E você deveria aprender a controlar seus nervos.

(Ele não sabe o que responder. Olham-se desafiantes. Mas tal proximidade Ihes parece incômoda e
ambos desviam o olhar. BELA volta a mergulhar o pano na água quente e o torce.)

BELA: Agora fique quieto. Isto vai arder.

(Aplica o pano com muita delicadeza. Ele treme, mas não se afasta,)

BELA: Ah, e obrigada por me salvar a vida.

FERA: De nada.

(Sra. MARGOT, LOUIS e TADUM, agradavelmente surpresos, entreolham.)

Sra. MARGOT: Ótimo! Assim é que deve ser. Eu sabia que se dariam bem, se tentassem.

LOUIS: O gelo se quebrou... finalmente.

TADUM: Não há um minuto a perder. Viram a Rosa ultimamente? Esta perdendo pétalas a uma
velocidade alarmante.
Sra. MARGOT: Sem falar que eu já quase não posso me inclinar.

LOUIS: Precisamos dar um empurrãozinho neles. Temos que encontrar um jeito romântico de
aproximá-los.

Sra. MARGOT: Acho que eu tenho justamente o que necessitamos. (Dirige-se à BELA e à FERA)
gostariam de se aquecer com um bom prato de sopa?

(Louis e TADUM trocam olhares.)

LOUIS e TADUM: Sopa?

Sra. MARGOT: Podem confiar em mim!

(Acendem-se as luzes em outra parte do castelo. Sra. MARGOT, BELA e a FERA vão até uma mesa.
A FERA levanta um dos pratos, coloca-o no chão, e começa a lambê-lo.)

NÚMERO MUSICAL: “ACONTECEU" (SOMETHING THERE)

CENA 14

ESPERANÇA

(LENDO)

BELA: “...Arthur finalmente conseguiu arrancar a espada da pedra...”

FERA: EU SABIA! ENTÃO ELE AGORA É O REI. BELA, EU NÃO SABIA QUE OS LIVROS TINHAM ESSE
PODER.

BELA: como assim?

FERA: Que eles nos transportam para lugares diferentes e por um segundo podemos esquecer de
toda nossa vida real e nossos problemas. Eu posso esquecer.... Quem eu sou, o que eu sou.

BELA: Sabe... nós temos uma coisa em comum.

FERA: Temos? O que?

BELA: Todas as pessoas da aldeia que eu morava me acham estranha.

(As luzes iluminam outra parte do castelo. Entra: Louis)

FERA: Você? Estranha?

BELA: Por isso eu sei o que você sente! Eu também sou sozinha e... Gosto de esquecer da vida real as
vezes. A vida nos livros parece muito mais fácil, não é?

FERA: Sim... (FERA SORRI PARA BELA)

(BELA volta a ler o livro para Fera. Entra: Sra Margot)

Sra. MARGOT: Como ele esta se saindo?

LOUIS: Como um verdadeiro príncipe.

BELA: Fera... Eu posso te fazer um convite?

FERA: Um convite? Claro que sim.


BELA: Você aceitaria jantar comigo essa noite?

FERA: Mas é claro que sim!

BELA: (doce) Então, nos vemos mais tarde.

(BELA sai do palco para troca de roupa)

CENA 15

BORBOLETAS NA BARRIGA

APOSENTO DA FERA / ALA OCIDENTAL

(A FERA se prepara para o jantar, assistido por LOUIS e TADUM.)

LOUIS: Esta será a noite! A noite em que o senhor precisa confessar o amor que sente por ela.

FERA: Não... Eu não sei se posso fazer isso!

TADUM: Tem que fazer!

(LOUIS Ihe indica que feche a boca.)

LOUIS: O senhor Ama a Bela, não ama?

FERA: Mais do que a minha vida.

LOUIS: Então, por que não confessar a ela?

FERA: Porque não posso fazer isso.

TADUM: PRECISA que fazer!

(Louis volta a calar Tadum.)

LOUIS: Vocês vão ter tudo para noite perfeita. luz de velas- cortesia de seu criado aqui - e também
haverá música suave, clima romântico chegar o momento certo...

FERA: Como eu vou saber quando é o momento certo?

TADUM: Vai sentir vontade de ir no banheiro com dor de barriga!

LOUIS: Não, não! Vai saber porque... vai sentir aqui... (aponta o coração) ... e então o senhor deverá
falar com todo o coração.

FERA: Devo falar como coração? Eu não posso fazer isso!

LOUIS E TADUM: Tem que fazer!

LOUIS: Do que você tem medo?

FERA: Nada!

LOUIS: (Incrédulo) Amo...

FERA: Receio que ela vá.... vá...

TADUM: (Impaciente) Que vá o que homem?

FERA: Vá... rir de mim.


(LOUIS e TADUM se entreolham.... concordando com ele.)

LOUIS: De algum modo, meu príncipe, deverá tomar coragem para correr esse risco.

TADUM: Amo... olhe a Rosa! Resta tão pouco tempo!

(A FERA olha a Rosa... não lhe resta alternativa. LOUIS e TADUM o ajudam a pôr-se de pé.)

FERA: Realmente eu não sei se posso fazer isso.

LOUIS: Olhe. Talvez isto lhe ajude a tomar coragem.

(TADUM levanta o espelho.... a FERA grunhe e se afasta. Não quer ver seu reflexo... mas LOUIS lhe
vira a cabeça, forçando-o a olhar. Ele está elegantemente vestido, com a crina penteada e
amarrada num rabo-de-cavalo. De fato, ele se vê elegante.)

FERA (Surpreso): Ahhh!

(Dirige-se à porta... mas perde a coragem.... TADUM volta a levantar o espelho.)

LOUIS: O senhor pode! Eu sei que o senhor pode!

(LOUIS empurra a relutante FERA para cima da escada, onde as luzes se acendem para iluminar
BELA. Ela veste um impressionante vestido dourado. FERA desce uns degraus e lhe oferece o braço.
Atravessam o palco para sentar numa mesa disposta para banquete, enquanto se levanta um
telão ao fundo. Sra. MARGOT entra.)

CENA 16

SENTIMENTOS SÃO

NUMERO MUSICAL: SENTIMENTOS SÃO

(A FERA se aproxima mais dela.. e respira profundamente para ganhar coragem. E começa)

FERA: Obrigado por me convidar para jantar.

BELA: O jantar estava perfeito, essa noite foi maravilhosa.

(Há um incômodo silêncio. Ele volta a respirar profundamente. É agora ou nunca.)

FERA: Bela. Eu...

BELA: O que é?

FERA: Está feliz aqui?

BELA: Claro que sim.... todos são tão amáveis, Madame Margot, Louis...

FERA: ... comigo?

BELA: Estou.

(LOUIS e TADUM entram.)

FERA: Eu tenho que falar com ...

LOUIS e TADUM: ... o coração!

(Aflito, ele se volta para olhar DIN DON e LUMIERE, DIN DON levanta o espelho.)
FERA: O que você tem?

BELA: Eu pensava em meu pai. Gostaria muito de vê-lo. Sinto tanta falta dele.

FERA: Existe um meio. Esse espelho pode lhe mostrar tudo. Tudo aquilo que deseje ver.

(A FERA pega o espelho. TADUM e LOUIS saem.)

BELA: Eu quero ver o meu pai, por favor. (O espelho se ilumina.) Papai? Oh não. Papai! (PARA FERA)
Há alguma coisa com ele. Está em algum lugar da floresta! Parece que está perdido eu tenho que...

FERA: VÁ!

BELA: MAS...

FERA: Você deve ir. Ele precisa de você!

BELA: Mas eu pensei que eu tivesse que ficar aqui para sempre.

FERA: Bela, você não é mais minha prisioneira! Isso mudou há muito tempo. (Entrega o espelho
para bela) Tome, leve ele com você! E sempre que quiser me ver outra vez, é só pedir.

BELA: Obrigada (BELA ABRAÇA A FERA E DEPOIS COMEÇA A SAIR)

FERA: BELA!

BELA: O que? (Ela se vira na esperança dele dizer que a Ama)

FERA: NADA... PODE IR.

(BELA SAI DO PALCO)

CENA 17

É O FIM

(Entra no palco: LOUIS, TADUM E SRA. MARGOT)

LOUIS: E então amo? Como estão indo?

FERA: Eu... Eu a deixei partir.

TADUM: Como assim? O que aconteceu?

FERA: Ela precisava. O seu pai estava precisando de ajuda e eu tive que deixá-la ir.

LOUIS: Mas como pode?

FERA: EU TIVE QUE FAZER.

TADUM: Eu não entendo... Por quê?

(Sra. Margot se afasta deles)

Sra. Margot: Porque depois de tanto tempo, finalmente nosso amo aprendeu o que é o amor.

LOUIS: ENTÃO ISSO É PERFEITO! ISSO DEVE QUEBRAR O FEITIÇO!

Sra. Margot: Não é tão simples assim Louis, para o feitiço se quebrar, ele precisa ser amado de volta.
Ela precisava retribuir o amor.
TADUM: Essa não...

(TADUM, LOUIS E SRA. MARGOT SAEM DO PALCO)

NUMERO MUSICAL: SEM ESSE AMOR – REPRISE

CENA 18

DE VOLTA A ALDEIA

EXTERIOR DA CASA DE BELA

(BELLA e MAURICE entram, quando a casa e o poço são colocados.)

BELA: Finalmente chegamos, papai. Descanse.

MARCEL: Não sei o que aconteceu, A última coisa que eu me lembro é de uma sensação de estar
caindo...

BELA: Papai. Você estava na floresta... eu pensei que nunca te encontraria.

MARCEL: Mas e a Fera? Como foi que você escapou?

BELA: Não, eu não escapei. Ele me deixou vir.

MARCEL: Te deixou vir? Aquele monstro horrível!

BELA: Não, papai, ele já não é horrível. Ele... está tão mudado.

GASPAR: Finalmente você voltou Bela! Não aguentávamos mais as loucuras de seu pai.

BELA: Meu pai não está louco!

PIERRE: Ele delirou como um louco. TODA aldeia ouviu. Conte outra vez... De que tamanho era a
fera?

MARCEL: Bem. era enorme. Tinha uns três metros... não, não, não... mais... três metros e meio.

GASPAR: Seu pai está louco Bela! E você está fugindo de mim.

BELA: Eu não preciso fugir de você Gaspar. Nunca eu ficaria com um homem como você! E o que
meu pai diz é verdade. Eu estava com a Fera!

PIERRE: Viu! Está louca também. É de família.

GASPAR: Se o que está dizendo é verdade, PROVE!

(BELA PEGA O ESPELHO)

BELA: ME MOSTRE A FERA (ESPELHO BRILHA E GASPAR O PEGA DA MÃO DE BELA) Ele não é ruim,
ele é doce e gentil...

GASPAR: ESTÁ TÃO LOUCA QUANTO O PAI! VOCÊ ESTÁ AMANDO ESSE MONSTRO?

BELA: ELE NÃO É UM MONSTRO GASPAR. VOCÊ É!

GASPAR: É VERDADE ENTÃO! PIERRE OLHA O TAMANHO DESSE ANIMAL! VAMOS A CAÇADA. A
CABEÇA DESSE BICHO VAI SER O MEU MAIOR TROFÉU E TODOS SEMPRE IRÃO TEMER O MEU
PODER!
(GASPAR E PIERRE SAEM DO PALCO CORRENDO)

BELA: NÃO! EU PRECISO FAZER ALGUMA COISA. EU PRECISO SALVAR A FERA. Papai por favor, fique
em casa se cuide. Eu voltarei logo e tudo ficará bem.

MARCEL: VÁ minha filha! Vá, e tenha cuidado.

(BELA SAI DO PALCO)

CENA 19

LUTA

INTERIOR DO CASTELO

(Tudo está em silêncio. GASPAR e a PIERRE não percebem nada ao andar pela mansão, cheia de
objetos imóveis. )

PIERRE: Gaspar, este lugar me dá calafrios.

GASPAR: Shhh!

PIERRE: Mas é verdade!

GASPAR: Cale a boca!

PIERRE: Gaspar, eu quero ir pra casa!

TADUM: ATACAR!

(O castelo inteiro parece se encher de vida quando os objetos atacam PIERRE surpreso.)

(LOUIS vai até a FERA na Ala Ocidental.)

LOUIS: Amo, estamos sendo invadidos por caçadores.

FERA: Deixe-me em paz!

LOUIS: Mas Estão atacando o castelo!

FERA: Isso já não importa.

LOUIS: Eles querem sua cabeça amo.

FERA: Deixe que entrem.

(GASPAR AGARRA LOUIS POR TRAS E O ARRANCA DE SEU CAMINHO)

GASPAR: VOCÊ É AINDA MAIS HORRIVEL PESSOALMENTE. VAMOS, LEVANTE FERA! EU QUERO SUA
CABEÇA! EU E BELA IREMOS PENDURA-LA EM NOSSA CASA QUANDO NOS CASARMOS!

(FERA OLHA TRISTE PARA GASPAR)

GASPAR: O QUE FOI? VOCÊ ACHOU MESMO QUE ELA IA AMAR UM MONSTRO COMO VOCÊ? COMO
SE ELA TEM A MIM? UM BICHO COMO VOCÊ SE APAIXONAR POR BELA, É UMA PIADA. LEVANTA
MONSTRO!

(Gaspar continuar batendo na FERA)

GASPAR: ELA TE DETESTA E FOI ELA QUEM ME PEDIU PARA FAZER ISSO. A BELA É MINHA!
(BELA ENTRA CORRENDO NO PALCO)

BELA: NÃO É VERDADE, FERA!

FERA: BELA?

BELA: PARE COM ISSO AGORA GASPAR! DEIXE O EM PAZ!

FERA: você voltou... (FERA DA AS COSTAS A GASPAR e GASPAR enfia a adaga em suas costas. A
Fera rugi de dor então ao se virar e empurrar Gaspar o mesmo se desequilibra e cai da torre do
castelo, logo depois a Fera cai no palco e a Bela finalmente consegue chegar até ele.)

BELA: Me desculpa! Se eu não tivesse ido. Se eu tivesse chego antes...

FERA: Talvez fosse melhor assim. Eu estou feliz Bela, porque o ultimo rosto que eu vou ver antes de
partir, vai ser o se...

BELA: Não diga isso!

(FERA FECHA OS OLHOS E AMOLECE O CORPO)

BELA: NÃO, não! Não! Não! FERA... Não me deixe. Por favor! Não me deixe aqui sozinha. Eu te amo!

(BELA CHORA SOBRE A FERA)

NUMERO MUSICAL: TRANSFORMAÇÃO - HOME REPRISE

CENA 20

FINAL

(Rompe a chorar sobre seu peito. A Rosa brilha resplandecentemente. A última pétala se
desprende. desaparece. soluços de BELA. O corpo da FERA é içado e começa a girar lentamente no
ar. Várias faiscas de luz emergem de seu corpo. A seguir, girando, se transforma no Principe. E
colocado suavemente no chão, envolto num facho de luz branca. O Príncipe se põe de pé. Volta-se
para BELA e lhe estende a mão. Ela franze as sobrancelhas e se afasta dele, desconfiada.)

PRINCIPE CANTA

BELA: É... É VOCÊ! (BEIJAM-SE)

(Sra. MARGOT, LOUIS e TADUM entram... transformados em humanos!)

Sra. MARGOT: Oh meu Deus!

TADUM: O que está havendo aqui?

(O Príncipe, muito contente, corre ao encontro deles.)

PRÍNCIPE: Senhora Margot!

LOUIS: Amo!

PRÍNCIPE: Louis! Tadum! Ah, meu fiel Tadum!

(BELA se aproxima e pega a mão do PRINCIPE. Saem, enquanto o telão da Sala de Jantar desce
cobrindo o castelo.)

PRÍNCIPE: Vamos buscar o seu pai!


(BELA E PRINCIPE SAI DO PALCO PARA TROCAR DE ROUPA)

LOUIS: TADUM! (Beija-o)

TADUM: Espera ai! Chega pra lá!

LOUIS: Quebrou-se o feitiço!

TADUM: O quê?

LOUIS: Somos humanos outra vez!

TADUM: NÃO POSSO ACREDITAR! (Beija LOUIS)

LOUIS: Chega! Chega! Para!

TADUM: (Ainda sem perceber) Alguém pode me explicar quem era aquele jovem?

LOUIS: O Príncipe! Tadum.

TADUM: Não pode ser.

LOUIS: MAIS É.

TADUM: NÃO! ELE ESTAVA BONITO DE MAIS...

LOUIS: ERA ELE TADUM.

TADUM: MAS SERA...

LOUIS: OLHA AQUI SEU RELOJO CHARLATÃO! SE EU ESTOU DIZENDO QUE ERA O PRINCIPE ERA O
PRINCIPE.

(Os dois se olham e começam a rir um do outro)

Sra. MARGOT: Eu já estava sentindo falta das brigas de vocês.

NUMERO MUSICAL: FINALE

CAI O PANO

FIM

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