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A comunidade do Arco-Íris de Caio Fernando Abreu

PERSONAGENS:

SEREIA BAILARINA

BRUXA DE PANO TIÃO

MÁGICO SIMÃO

ROQUE BASTIÃO

SOLDADINHO PLUTÃO

(Um grande arco-íris ao fundo e um lago; um cartaz com letras coloridas com os dizeres:
Comunidade do Arco-Íris. Enfeites de balões e bandeirinhas de papel como para uma festa. A
Sereia está recostada em uma das pedras do lago. Música começa e só segundos depois a cortina
abre. Ascende a luz) GUGA E ANTHONY

(MÚSICA: https://www.youtube.com/watch?v=94remeXL0YE&t=70s)

SEREIA — (Olhando no espelho) Meu Deus, mas estou horrorosa, toda descabelada. (penteia o
cabelo) Daqui a pouco a festa vai começar e eu ainda nem estou pronta.

BRUXA (entrando com um enorme chapéu e um xale colorido) – Bem, estou pronta! Mas, cadê
o Mágico?

SEREIA – Deve estar terminando de escrever o discurso!

BRUXA – Será, mas já está na hora da festa começar! (grita) Mágico!

MÁGICO (entrando muito nervoso com a cartola na mão): O que é? (revirando os bolsos) Onde
é que está o meu discurso? (procura) Passei a noite toda escrevendo... Será que perdi ? Ah, já
sei! (remexendo na cartola) Está aqui dentro. (começa a tirar um lenço enorme que não para de
sair)

BRUXA (ajudando o Mágico a puxar o lenço) – Nossa, que coisa mais atrapalhada!

SEREIA – Achou o discurso?

MÁGICO (puxando o lenço) - Ainda não... (começa a puxar outro lenço) Deve estar aqui...

BRUXA (impaciente) – Você não quer falar de improviso?

MÁGICO (puxando o lenço) – Você acha? Mas um discurso tão bonito... (puxa o lenço) Uma
pena...

SEREIA – Você é bom no improviso! Você pode começar assim... Senhoras e Senhores, bom dia!
Hoje está fazendo exatamente um ano que estamos morando aqui na Comunidade do Arco-
Íris...

MÁGICO (tira o último lenço e coloca a cartola) – E faz exatamente um ano que nós cansamos
de morar no Reino dos Homens e resolvemos mudar para cá. Eu, a Bruxa, a Sereia, o Roque, o
Soldadinho e a Bailarina. (à medida que vai falando as personagens entram em cena)
SEREIA: Eu estava cansada da poluição. Eu vivia suja de óleo. Até meu cabelo loiro estava ficando
preto de tanta sujeira. Agora aqui moro numa lagoa limpinha e sem poluição nenhuma.

BRUXA – Eu estava cansada de ser mandada. Brincava de tudo o que minha dona queria. Uma
chatice. Até que um dia minha paciência esgotou. Então convidei a Bailarina que morava no
mesmo quarto para fugirmos para cá, não foi Bailarina?

BAILARINA – Foi sim. Antes eu dançava sempre na minha caixinha de música, e todos me
adoravam. Depois a minha dona comprou uma vitrola e não ligou mais pra mim. Até que a Bruxa
de Pano me convidou para mudar para cá. Estou muito feliz, porque aqui posso dançar à
vontade.

MÁGICO— Eu nunca fui um mágico muito bom. Nunca consegui parar de tirar coisas da cartola.
(Puxando mais um pedaço do lenço.) E todos me criticavam, o que me deixava chateado. Mas
aqui ninguém se importa se os meus lenços não acabam nunca.

SEREIA (Para Roque) — E você, querido, por que você veio pra cá?

ROQUE — Porque aqui tem natureza, não é, bicho? Na cidade as pessoas moram numas
caixinhas apertadas chamadas apartamentos. Eu nem podia tocar minha guitarra em paz. Aqui
não GUGA E ANTHONY ( Som: https://www.youtube.com/watch?v=YF-0zRDNahw tira um
acorde bem estridente), posso tocar à vontade.

SEREIA (Para o Soldadinho) — E você, por que você abandonou o Reino dos Homens?

SOLDADINHO — Porque eu não tinha vocação nenhuma pra guerra. O meu sonho era ser
jardineiro. GUGA E ANTHONY (Música: https://www.youtube.com/watch?v=wxTRwsZlIv4.)
Aqui eu posso ter o meu regador e molhar as flores todos os dias.

ROQUE — Pode crer.

BRUXA — (Interrompendo) — Ai, uma coisa peluda tocou no meu braço! (Vai espiar atrás de
uma pedra. Solta um grito.)

TODOS — (Agitados.) — Que foi?

BRUXA — (Gritando.) — Tem quatro coisas peludas aí atrás dessa pedra!

TIÃO, SIMÃO, BASTIÃO E PLUTÃO — (Pulando de atrás da pedra e fazendo muita bagunça. Os
quatro carregam gravadores, máquinas fotográficas, um estetoscópio, uma bíblia e o tempo
todo gravam, fotografam rezam e auscultam as pedras e as árvores enquanto tomam
anotações.)

MÁGICO — Esperem aí, silêncio! Vamos parar com essa bagunça. Quem são vocês?

TIÃO, SIMÃO, BASTIÃO E PLUTÃO — Nós somos Tião, Simão, Bastião e Plutão! Queremos entrar
nesta curtição!

TIÃO (Pegando no cabelo da Sereia.) — Seu cabelo é natural ou é peruca?

SIMÃO (Para Roque.) — Você sabe tocar “Quero que Vá Tudo Pro Inferno”?

BASTIÃO (Para o Mágico.) — Você não quer tirar um cacho de bananas dessa cartola?

PLUTÃO (Para Bailarina) – Você sabe dar “coice burrê”, “alonguê bracê” e “saltê longê”?
(interpretando os passos)
MÁGICO — Silêncio, silêncio! Que é que vocês querem aqui?

OS QUATRO — Queremos ficar morando com vocês. Estamos cansados daquele horrível Reino
dos Homens.

TIÃO — Lá só tem poluição.

SIMÃO — E apartamentos.

BASTIÃO — E filas.

PLUTÃO – E gente desmiolada.

TIÃO — É horrível.

SIMÃO — É terrível.

BASTIÃO - É assustador.

PLUTÃO – É lamentável.

OS QUATRO — É catastrófico! (Ajoelham-se, muito dramáticos.) — Pelo amor de Deus, não nos
obriguem a voltar para lá! Tenham piedade de nós!

TIÃO — Aqui é tudo tão bonito. Eu fico doente só de pensar em ver um edifício de novo na minha
frente. (Atira-se ao chão, gemendo escandalosamente.) Não me obriguem a voltar!

BRUXA (Muito agressiva.) — Olhem, por mim vocês podem pegar todas as suas trouxas e ir já
embora. Não acredito numa única palavra de toda essa macaquice. (Tião começa a ter outro
ataque. Grande agitação.)

MÁGICO — Que crueldade, Bruxa. Você não tem o direito de não acreditar neles.

BRUXA — Tenho sim senhor. E não acredito mesmo. Vocês não me enganam com toda essa
choradeira.

MÁGICO (muito polido) – Mas em que é que você se baseia para ter essas suspeitas sobre a
honra de nossos amigos?

BRUXA – Amigos seus. Eu não sou amiga de macaco nenhum. E eu me baseio no meu sétimo
sentido.

SOLDADINHO – Desculpe, mas eu tenho uma solução democrática. Todo mundo tem o direito
de dar a sua opinião. A maioria vence. Vamos votar?

OS QUATRO – Isso mesmo! Queremos democracia! Democracia!

BRUXA – Pois eu me recuso!

BAILARINA – Que horror! Então você é não é democrática?

BRUXA – Sou, claro que sou. Mas não com essa macacada!

MÁGICO – Então quem acha que eles podem ficar vivendo entre nós, por favor, levante a mão.
(Os macacos ficam tensos. Um a um todos levantam a mão, exceto a Bruxa)

OS QUATRO – Então quer dizer que podemos ficar?


TODOS – Podem! (Os macacos pulam, gritam e beijam todo mundo, tiram foto, dançam e fazem
uma grande farra)

BRUXA (saindo furiosa) – Depois não digam que eu não avisei! O meu sétimo sentido nunca me
enganou.

ROQUE – Nunca pensei que ela fosse tão preconceituosa, bicho!

SOLDADINHO – Bem, agora precisamos fazer os últimos reparos para a festa começar. Vamos lá
para dentro...

SEREIA – Eu não posso, tenho que arrumar meu cabelo...

TIÃO (para Sereia) – Mas está tão linda assim...

SIMÃO – Gentil donzela!

BASTIÃO – Deslumbrante!

PLUTÃO – Menina formosa!

(Saem todos. Os macacos vão fazendo grandes referências à Sereia)

SEREIA (escovando o cabelo) – Ah, como eles são fofos! (para o espelho) Gentil donzela, que
lindo! (bocejando) Acho que o Roque nunca me disse nada assim! Gentil donzela... que lindo...
(adormece)

GUGA E ANTHONY (A luz apaga. Música suave:


https://www.youtube.com/watch?v=P1OPQkkUGPw No escuro vê-se algumas movimentações
e ruídos, são os macacos roubando o pente da sereia)

SEREIA (despertando) - Ahhh! Acho que dormi demais! Vou dar um jeitinho no meu cabelo.
(procura o pente e o espelho) Ué, onde estão meu pente e meu espelho? (procura mais) Será
que alguém pegou? (nervosíssima) Não posso ficar despenteada. Daqui a pouco começa a festa.

MÁGICO (entra correndo, muito agitado) – Sereia aconteceu uma coisa muito estranha! Sumiu
minha cartola.

SEREIA – Sua cartola? Meu pente e meu espelho também sumiram também...

MÁGICO (procurando) – Que estranho. Nossos objetos não podem desaparecer assim. (vai
andando de costas e dá um encontrão no Roque) Ei Roque, você não viu minha cartola por aí?

ROQUE – E você não viu minha guitarra por aí?

SEREIA – Roque, não me diga que sua guitarra também desapareceu...

ROQUE – Pois é, bicho. Que grilo. Logo na hora da festa. (os três começam a procurar)

SOLDADINHO (entra correndo) – Gente, gente vocês não sabem o que aconteceu! O meu
regador sumiu. (todos olham para ele e para bailarina que tenta se expressar por mímica)

SOLDADDINHO - E desapareceu também a chave de dar corda na Bailarina. E ela só fala quando
aquela musiquinha toca. a bailarina corre e abraça a Sereia) Tadinha, ficou muda.

SEREIA (consolando a Bailarina) – Não chore meu bem.

SOLDADINHO – Mas isso não é possível. Precisamos fazer alguma coisa.


MÁGICO (subindo em uma pedra) – Em vista da gravidade dos últimos acontecimentos, fica
decretado o estado de sítio na Comunidade do Arco-Íris: ninguém entra ninguém sai. Vamos
fazer uma reunião geral imediatamente. Está todo mundo aqui?

ROQUE – Faltam os macacos, bichos.

SEREIA – E a Bruxa de Pano!

MÁGICO – Onde é que andam aqueles macacos? (chamando) Tião, Bastião, Simão, Plutão! (os
quatro entram)

OS QUATRO – Aconteceu alguma coisa?

MÁGICO (em tom discursivo) – Senhores macacos, aconteceu uma coisa muito séria. Uma coisa
que nunca havia acontecido antes na nossa comunidade.

SIMÃO (gritando) – Subiu o preço da banana?

BASTIÃO – Que desgraça!

PLUTÃO – Preciso alimentar meus vermes (mostrando a barriga)

TIÃO – Vamos morrer de fome! (os quatro têm uma crise histérica e se jogam no chão, gritando)

ROQUE – Não é nada disso, bicho!

SIMÃO (se recompondo) – Não, então o que aconteceu?

SOLDADINHO (com voz cavernosa) – Um roubo!

TIÃO – Roubo?

BASTIÃO – Furto?

SIMÃO – Afanação?

PLUTÃO – Extorsão?

MÁGICO - Sim, senhores. Fomos roubados. (todos se lamentam. Os macacos cochicham entre
si)

TIÃO – Um momento, nós sabemos quem foi.

SIMÃO – Foi uma pessoa que não está presente.

BASTIÃO – Uma criatura desumana.

PLUTÃO – Um ser malvado.

TIÃO – Vil.

SIMÃO – E com um xale colorido.

SEREIA - A Bruxa de Pano?

OS QUATRO – Ela mesma! Ela mesma!

MÁGICO – Não acredito. A Bruxa sempre foi uma criatura de bons sentimentos. Um pouco
atacada de vez em quando, mas jamais seria capaz de fazer isso tudo.
TIÃO – Então porque ela não está aqui?

ROQUE – Ela saiu daqui furiosa!

SIMÃO – E dizendo que todos vocês iam se arrepender amargamente.

BASTIÃO – Está tudo muito claro. Ela ficou zangada e decidiu se vingar.

OS QUATRO – Está na cara que foi ela.

MÁGICO – Não posso acreditar.

SEREIA – Mas todas as provas são contra ela.

MÁGICO – Isso é muito grave, não sei o que fazer. (Grande agitação. Todos falam ao mesmo
tempo.)

SOLDADINHO – Tenho uma ideia, acho que a gente deve fazer uma expedição de busca.
Dividimos as pessoas em dois grupos e saímos à procura da Bruxa.

TIÃO (muito nervoso) – Não, isso não.

PLUTÃO – Não concordo!

SIMÃO E BASTIÃO (em coro) – Não, não!

MÁGICO – Mas porque não? Acho que esse é o único jeito de encontrarmos as nossas coisas.

SEREIA - Também acho. Não entendo por que é que vocês não querem.

OS QUATRO (cochichando, muito nervosos) – Está bem. Já que vocês insistem.

TIÃO – Eu, Bastião, Simão e Plutão vamos para a esquerda.

MÁGICO – Está certo. Eu, o Soldadinho e o Roque vamos para a direita.

SEREIA – E nós?

ROQUE – As damas ficam esperando. (Dá um beijo na Sereia. Todos saem.)

SEREIA – E agora, meu Deus? (olha para a Bailarina. Ambas choram) Veja só Bailarina, como as
pessoas podem nos enganar. Quem diria... a Bruxa de Pano que parecia tão nossa amiga, uma
ladra. E logo no dia do nosso aniversário... Que papelão. Uma ladra!

BRUXA (entrando com uma bolsa cheia de coisas) – Ladra? Ladra é a excelentíssima sua avó,
fique sabendo!

SEREIA – Você? Como você tem coragem de voltar depois do que fez?

BRUXA – Então vocês estão pensando que fui eu quem roubou todos aqueles cacarecos?
Francamente, eu não esperava isso das minhas melhores amigas! (abrindo a bolsa tira a chave)
Aqui está a chave de sua musiquinha, dona Bailarina.(pega o espelho e o pente na bolsa) E aqui
estão seu espelho e seu pente de ouro dona Sereia.

BAILARINA (dançando muito contente) – Eu sabia, Bruxinha, eu sabia que você não faria uma
coisa dessas. (abraça a Bruxa)

SEREIA (penteando-se felicíssima) – Ah, me desculpa por ter pensado que mal de você. Mas se
não foi você, então quem foi?
BRUXA – Adivinhem?

BAILARINA – Se não foi você, nem eu, nem a Sereia...

SEREIA – Nem o Roque, nem Mágico, nem o Soldadinho, então...

BRUXA – Então?

SEREIA E BAILARINA – Os macacos!

BRUXA – Claro suas tontas. Bem que eu avisei! O meu sétimo sentido nunca me enganou. E sabe
como eu descobri? (barulho fora de cena) Ih, acho que vem gente por aí... É melhor eu me
esconder. Vocês façam de conta que não sabem de nada. Vamos desmascarar aqueles quatro.
(se esconde)

TIÃO (entrando) – Foi inútil. Não conseguimos encontrar a criminosa.

BASTIÃO- A esta hora ela deve estar bem longe daqui.

SIMÃO – Deve ter tomado o primeiro trem para bem longe daqui.

PLUTÃO – Acho que pegou a vassoura e foi pra Marte.

TIÃO (fazendo uma reverência para a Bailarina) – Mas a senhorita está tão animada, dona
Bailarina. Nem parece aquela Bailarina sem música. (A Bailarina começa a dançar lentamente)

BATIÃO (cutucando Simão) – Simão, veja ela está dançando.

SIMÃO (gritando) – Ai, meu Deus! E a Sereia está penteando o cabelo!

PLUTÃO – Meus caros, algo de errado não está certo.

BASTIÃO (nervoso) – Companheiros, acho que está na hora de darmos o fora. Meia volta volver.
(preparam-se para fugir)

BRUXA (aparecendo) – Segura a macacada! Ladrões mentirosos!

TIÃO – A ladra voltou! Segurem a Bruxa!

BRUXA – Ladra, eeeeuuuu? Ladrão é você sua fera peluda!

MÁGICO (entrando com Roque e Soldadinho) – Mas o que está acontecendo por aqui?

BRUXA – Nós acabamos de prender os verdadeiros ladrões. E tenho uma surpresa para vocês
(tira as máscaras dos macacos e todos ficam espantados)

SEREIA – Meu Deus, é um homem!

BRUXA – É sim. Um homem mau caráter, ainda por cima. Os outros três também. (tiram as
máscaras e os Macacos ficam envergonhados. Todos falam ao mesmo tempo surpresos)

MÁGICO – Bruxa, ninguém está entendendo nada.

BRUXA – É muito simples. Depois que vocês decidiram que eles poderiam ficar eu resolvi
investigar. Descobri que eles eram espiões do Reino dos Homens que foram enviados para cá
para acabar com nossa comunidade.

MÁGICO (para Tião) – Isso é verdade?


TIÃO (muito humilde) – É.

ROQUE – Mas por que os homens querem acabar com a nossa comunidade, bicho?

BASTIÃO – É que todos falam que vocês vivem de um modo diferente. Respeitando e aceitando
uns aos outros.

SIMÃO – Aceitando as diferenças e opiniões.

PLUTÃO - Tem gente com medo de que esse modo de vida chegue à cidade.

TIÃO – Fomos enviados para impedir que isso acontecesse. Nós queríamos provocar uma brigar
entre vocês.

BASTIÃO – Até desistirem desta comunidade feliz e voltarem para cidade.

SIMÃO – Mas agora nós gostamos deste modo de viver e queremos ficar com vocês.

PLUTÃO - Por favor, não nos obriguem a voltar para lá! (os três ajoelham).

OS QUATRO – Por favor, por favor!

MÁGICO – Mas o que vocês fizeram não foi legal. O que você acha Bruxa?

BRUXA (indecisa) – Não sei. Acho melhor eles voltarem.

OS QUATRO (suplicantes) - Nós pedimos desculpas, pelo mal que causamos! Por favor, estamos
arrependidos!

BAILARINA – Coitados, é horrível lá na cidade.

ROQUE – Eu acho que eles devem ser perdoados, bicho.

MÁGICO – Eu também acho. Parecem arrependidos. E perdoar é uma coisa muito bonita. Vamos
fazer uma votação. (todos levantam as mãos. Os macacos comemoram, pulam, dançam e
abraçam todos)

BRUXA (abrindo a bolsa) – Acho que agora podemos começar a festa. (entrega a guitarra, a
cartola e o regador)

SEREIA – Bruxa, em nome de todos, quero lhe pedir desculpas por termos desconfiado de você.

BRUXA – É claro que eu desculpo. (todos se abraçam) Mas lembrem-se, meu sétimo sentido
nunca falha!

SOLDADINHO – Viva a Comunidade do Arco Íris!

TODOS - Viva.

(CANTAM E DANÇAM)

GUGA E ANTHONY (Música: https://www.youtube.com/watch?v=94remeXL0YE&t=70s)

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