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( Com a voz no alto falante da única rádio amadora da cidade e único meio
de comunicação .)
ÁUDIO l
ÁUDIO l
LADY lll – ( Rindo ) Acho que estamos perdidos neste mesmo tempo,
somos totalmente atemporais .
LADY ll – ( Pegando uma roupa ) Acho que com esse aqui , vou chamar
atenção e roubar a cena de Lady Borovaska.
LADY lll – Acho que vou usar uma roupa futurista neste recital da Lady .
ÁUDIO l
ÁUDIO l
WANELSIN VAN – Não tem como leva-lo , seu irmão morreu . Ande !Vá se
trocar com a babá para irmos logo e dar a impressão de um incentivo
cultural.
VANELSEN VAN – Ele só pode fazer um único exemplar , sempre foi assim,
sendo que somente eu posso lê-lo .
ÁUDIO l
TODOS- UAU !!
CENA Vl –Externa / Dia .
ÁUDIO l
CRIANÇA lll- Vamos sair , a água tá fedendo, vamos sair daqui ( Saem
correndo aos gritos )
ÁUDIO l
MINEIRO l – Olhem !
OS FILHOS DO AMANHÃ
CENA lX-Interna / Dia .
VIDEO l -( Gueto dos excluídos e casting )
VÍDEO l –( Cena dos exclusos chorando , com a negra Zulua e o negro João
os colocando para dormir.)
Áudio l –
MARIA – Todas as noites sonho com a mesma mulher , ela está grávida de
um bebê .
NERGRO JOÃO – ( Começa a contar uma história ) Era uma vez , numa
mata distante , um cachorrinho chorava com medo do gavião.. ( A voz vai
sumindo lentamente enquanto vão se ajeitando nas camas..)e o gavião
era malvado , mas apareceu uma senhora idosa , e..
ÁUDIO ll
ÁUDIO l
KRUSHELA VAN – Não entendo porque ainda não a mandou para o exílio
com os outros.
ÁUDIO l
JOANA LOUCA- A cidade corrompida pelo ouro , os seus lucros são como
uma colcha de retalhos feita de pele humana cobrindo sua tirania ; o seu
juiz temporário vendeu sua razão em prol do seu líder e apodreceu sua
semente de justiça..
ÁUDIO l
ÁUDIO l
VÍDEO l - ( A cena mostrará uma mulher grávida andando nas ruas com
outas personagens feitas em animação : Figuras humanas bizarras ,
quimeras , demônios, dinossauros , etc. )
ÁUDIO l
ÁUDIO I
ÁUDIO l
ÁUDIO l
ÁUDIO l
ÁUDIO l
ÁUDIO l
JOANA LOUCA – Eis que o mal se instaura na cobiça dos homens ; o amor
pelo ouro é a sua desonra ; eis que vindo das esferas sobrenaturais , os
quatro cavaleiros resultarão na essência dos homens a sua destruição.
Vem dos quatro ventos oh , espírito ! E assopra sobre esses mortos para
que vivam.
ÁUDIO l
ÁUDIO ll
ÁUDIO lll
ÁUDIO l
ÁUDIO l –
ÁUDIO l
ÁUDIO l
ÁUDIO l
ÁUDIO l –
Letra da música –
2 Bate forte
v Ouriçando o solo
Senhores do universo
Salve !
De olhar insinuante
Somente ouro ,
Ouro puro
Resvalando a semente
Do ouro duro
Ouro puro
Salve !
Repete o refrão ,
ÁUDIO l –
O som do rock in roll acompanhando a cena de Angelina se perdendo na
distância .
ÁUDIO l
TADEU – Você não pode passar o muro , porque não poderá voltar .
ÁUDIO l
ÁUDIO l
ÁUDIO l
ÁUDIO ll -
ÁUDIO l
ÁUDIO ll
VOZ DA CIDADE EM CORO – Mande-a para o vale dos esquecidos ..( Três
vezes)
ÁUDIO l
ÁUDIO l
NEGRA ZULUA – ( Rindo ) Que terra que é essa homem ? ( Fica triste ,
pensativa ) Nunca saímos daqui !
LUIS- ( Consolando-a ) Maria , o anjo me disse que ele morreu , mas que
viveu de novo e que todos os dias ele nasce , morre e depois vive de novo
nos corações .
FÁBIO – Eu não ouvia , era surdo , só ouvi depois daquela música e por
que não ouço essa voz dos que são maus ?
NEGRA ZULUA – ( Abraçando-o ) Oh ! É porque você é puro Fábio .
NEGRA ZULUA – Não liga não , filho ! O Fabio só está revoltado , ele já
sabe quem é o pai dele ; perdoa-o , vamos !
BENEDITA – Quando você ver ele de novo , diga-lhe para trazer-me uma
boneca nova.
CENA XXXVl –
ÁUDIO l
ÁUDIO l
MULHER Vll – Verdade ! Dizia querer nos levar para outro mundo.
ÁUDIO l
ÁUDIO l
ÁUDIO l
ÁUDIO l
MONSENHOR LUCIO FERRO – É com imenso prazer que a casa do deus dos
ninguéns os recebe nesta noite gloriosa de pompa e poder; temos agora
em nosso meio quatro cavaleiros ilustres , os quais compõem agora o
quadro no nosso governo pelo digníssimo ilustre e excelentíssimo prefeito
Vanelsen Van !
ÁUDIO ll
ÁUDIO l
ÁUDIO l –
ÁUDIO l
ÁUDIO ll –
GALILEU HOMERO DE FALCON – ( Entrando ) O solo tão rico do ouro
expurgando seu brilho no valor da pele de cada um, aos olhos extasiados
pela ganancia dos farrapos rotos , fincados na alma de uma sociedade
repugnantemente mentirosa; são produtos deste meio consumista e
pretencioso , sem nem sequer saber quem realmente são e eu vos digo ,
são meros fantoches movidos pelo estigma do ouro.
GALILEU HOMERO DE FALCON – Aquele que não tiver culpa que atire a
primeira pedra.
ÁUDIO l ( Ópera )
GALILEU HOMERO DE FALCON – Minha boca tá seca ,tão seca como vossas
justiças , mas se traduz na secura de vossas almas ; tenho sede e agora
quero água, água e não ágora agora .
TENOR- ( Chegando em sua boca uma haste com uma esponja) Olha o
soro do nosso ouro escorrido entre o rio.
TENOR – Beeebaaaaaaaa !!
CAVALEIRO PRETO – Sim ! Ele quis apenas dizer que agora devo intervir.
ÁUDIO l –
VOZ DO RÁDIO AMADOR – Bom dia lindo povo desta bela cidade ; Temos
hoje algo muito importante a relatar vos ; é que por um mandado urgente
do nosso excelentíssimo prefeito Vanelsen Van , foi instaurado uma nova
lei que se cumprirá em uma gincana municipal , cujo teor do decreto é
este : Todo morador deverá de buscar e retratar sua identidade num
manuscrito instalado na praça da cidade , se porventura sua página estiver
em branco , sem nenhum relato , confirmará suas inscrições do acordo
com o governo em submissão total sem o privilégio da distribuição da
pepita e terás do estado o domínio reacionário .
CENA XXXXV – Externa / Dia .
ÁUDIO l
ÁUDIO ll
ÁUDIO l
MULHER l – ( Olhando para a mulher lll ) Vamos ficar com o diário dela
.(Avançam tirando o diário da mulher l V , lutando no chão ) O diário dela
também está em branco .
MULHER LV – PMDB !
HOMEM V – Puta que pariu !
HOMEM V – Glasnost !
TODOS – Perestróika !!
ÁUDIO l
ÁUDIO l
TODOS- ( Aos gritos ) Volte , volte aqui sua assombração e nos leve , nos
tire da penumbra desta escuridão maldita.
CENA XXXlX – Interna / Dia .
ÁUDIO l –
ÁUDIO l -
ÁUDIO l
ÁUDIO l –
NEGRA ZULUA – Calma João ! Vamos ver o que o índio Assari ouviu.
NEGRO JOÃO – A mulher cantora que fugiu para cá pode nos ajudar com
uma música também.
INDIO ASSARI – Enquanto ensaiam , vou falar com Tupã na parte alta
daqui .
NEGRO JOÃO- Mas Zulua e o muro ?
NEGRA ZULUA – Temos de dizer para eles que o muro não existe ,que foi
forjado na mente e que podemos sair sim.
NEGRO JOÃO- Mas.. e o prefeito ? Ele nos paga com pepitas , mesmo
excluídos, nos paga para cuidarmos dos doentes .
ÁUDIO l –
ÁUDIO l
NEGRO JOÃO – Não mileide ! É que vamos ensinar e ensaiar com eles uma
nova música .
NEGRO JOÃO – É ! E dessa vez vamos cantar para Olorum e tentar tocar o
coração dele.
ÁUDIO ll –
ÁUDIO lll-
LADY BOROVASKA – Calma , calma ! Que muro é esse ? Não tem muro
nenhum .
NEGRA ZULUA – ( Chorando ) O muro foi forjado nas mentes , para que
nunca voltássemos .
NEGRO JOÃO – Olorum , nos perdoe ! Fomos forçados a omitir esse fato ;
Olorum nos perdoe , pois o mesmo muro está também em nossas mentes.
Oh ! Infinito ouro
Da alma dilacerada
Na ferrugem do engodo ,
Se comer o pão
Vou comer
Vou comer
Vou comer
E morder,
E morder devagarzinho
Na lenha o espeto
Rabo,
Rabo, e
Meu Deus de ti
Que me leve a ti ,
ÁUDIO ll –
ÁUDIO l
NEGRA ZULUA – ( Caminhando rumo a ele ) Sua máscara caiu , seu ouro
caiu , sua moral caiu , porque Olorum é o único senhor do universo .
FÁBIO – PAIÊÊÊ !!
VÍDEO ll – ( Vanelsen Van se assusta puxando o gatilho atingindo Negra
Zulua no peito )
ÁUDIO ll
TODOS – NÃÂOOOOOOOOOOOO !!
ÁUDIO l
FIM