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maurorueda5@hotmail.com
maurorueda@uchoanet.com
Índice
Primeiro Quadro
Quadro Dois
Quadro Três
Quarto Quadro
Quadro Cinco
Sexto Quadro
Sétimo Quadro
Oitavo Quadro
01 — Lagartixa
02 — Baratinha
03 — Burro
04 — Gafanhoto
05 — Sapo
06 — Macaquinho
07 — Mosquito Japonês
08 — Papagaio
09 — Vaga-lume Gago
10 — Tartaruguinha
PRIMEIRO QUADRO
(O Palco deverá ser adaptado conforme as necessidades para cada quadro, ficando a critério
da direção. Recomendamos a utilização de um grupo musical para a execução das músicas
contidas no texto. Ou, a utilização de fitas)
BARATINHA — Ahá! Falando sozinha, hein? Eu bem que desconfiava. Tá ficando gagá! (Entra
a baratinha fricote)
LAGARTIXA — (À parte) Ainda por cima, mal educada. (Voltando-se para a baratinha) ...Hã...
mas por onde você andava? Logo começam a chegar os convidados e...
BARATINHA — Ora, ora! Não se preocupe... Afinal, um baile não necessita de grandes
preparativos.
LAGARTIXA — Como não? Como não? A Orquestra? Onde é que está a orquestra, hã?
BARATINHA — Orquestra? Que orquestra, minha filha? Coisa mais careta! Onde já se viu baile
no “Uchoa Clube” com orquestra ? (Ri espalhafatosamente) Essa foi boa, não foi?! (Para o
público)
LAGARTIXA — Desconfio que estão querendo me gozar. (Dirigindo-se á barata) — Não precisa
de orquestra, não é? Me diz então quem vai tocar esse baile?
BARATINHA — Quem não tem orquestra, toca com um grupinho qualquer. Foi tudo o que
consegui!
LAGARTIXA — Ainda estou meio em dúvida... será que eles sabem tocar mesmo?
BARATINHA — Já vi que santo de casa não faz milagres. Ô da guitarra! Solta um som aí pra
essa turma aprender que em Uchoa também tem gente boa nesse negócio!
(Entra a Música)
(O REINO ENCANTADO)
Eu fiz um castelo
Lá no fundo do Quintal
Um reino encantado
Onde não existe o mal
Lá a natureza
Vive sempre a sonhar
Não há rei ou homem
Que o possa governar
Lá não há tristeza
E nem há solidão
No reino encantado
Dentro do meu coração
(Enquanto a música era executada, baratinha e lagartixa dançavam pelo palco e os outros
bichinhos iam chegando. Ao final da música, entra o burro zangado)
QUADRO DOIS
BURRINHO — É uma vergonha! Por isso nosso país não vai para a frente: a “gente lóita, lóita,
labóita... ninguém oxiléia a gente, nóis nunca que evolói”!
BURRINHO — Olhaquí ô gafanhotozinho titica! não é que eu sendo burro por natureza, ocê vai
querê me destratá na frente dos otro assim não, tá sabendo?
GAFANHOTO — Qué isso, seu burro! Brincadeirinha! (À parte) Ele bate forte “quenêm” o
Maguila. Eu hein!
SAPO (Se exaltando) — Saldar as dívidas externas! Acabar com a inflação! Congelar os
preços! Acabar com a poluição... nós não queremos mais ouvir essas coisas... Tudo o que
queremos é curtir um bailinho. Tá sabendo?!
VAGA-LUME — É quiqui... é quiqui... Chíi... num didi dianta! Essa guagui... gagui...
MACACO — Gagueira!
BARATINHA — E, pra não perder o pique, com a nossa banda, o valsão “A Caminho do baile”.
(A CAMINHO DO BAILE)
Lalalaiá, lalaiá
Lalalaiá, lalaiá
Preste atenção minha garotada
Que o baile dos bichos já vai começar
QUADRO TRÊS
PAPAGAIO — Traduz! Traduz que nóis num manja essas línguas das estranja!
TODOS — O quê?
SAPO — Saci, vavá, papá... vai falar bem assim em comício político meu!
BARATINHA — Já que é assim... não tem mais jeito mesmo... vamos nessa!
(Entra a música)
(O VAGA-LUME)
Eu tô tôtô... a babá...
Tôtô a bailar...
Porque va... vi... vou
Va... vi... vou casar
MACAQUINHO — Muito bem! Muito bem! Como todos já perceberam isso aqui é uma
historinhazinha. Faz-de-conta. Teatrinho musicado. Vocês certamente estão gostando, não é
verdade? Muito bem! Como fazer teatro ou qualquer outro tipo de espetáculo artístico no Brasil
é muito difícil e caríssimo, nós estamos improvisando tudo. Sem figurinos adequados e sem
outros recursos que poderíamos adaptar. Mas, vejam por exemplo, que eu sou o macaquinho.
SAPINHO — Não levo jeito com toda essa formosura, mas sou um sapinho.
BURRINHO — Fiquei com o papel de burro. Sempre sobra pra mim. Tô ficando traumatizado!
MACAQUINHO — Acho que está faltando alguém...
PAPAGAIO (Procurando) — Tá não, currupaco... (Pela platéia) ...O Zé Gordo tá ali meio
escondido...
VAGA-LUME GAGUINHO — Pra mamim... sóci... fafi... fafi... falta... a mami... minha... na... na...
nani... namorada.... lali... la... li... lalanterna!?!...
MACAQUINHO — Enquanto a gente descobre quem está faltando, vocês vão ouvir agora, a
melhor música de hoje. A que fala de mim é claro. Ouçam:
(Música)
(O MACAQUINHO)
(Todos dançam e vão para um canto. A música termina e personagens conversam entre eles
fora do raio de ação da cena seguinte que é realizada pelo mosquitinho. À princípio, sozinho)
MOSQUITO JAPONÊS — Íiiii, nô! Pra fará a verdade, eu num chô muito chegado em baire, nô.
Arém do mais aquere bulo é meio encanado comigo, né?! Mas eu não ter medo de violência!
PAPAGAIO (Chegando sorrateiramente e imitando os movimentos do mosquitinho. Se
embaraça todo e cai)
MOSQUITINHO (Fazendo o primeiro Katá do Karatê) — Platicá espolte. Kalatê dá saúde, nè?
PAPAGAIO (Imitando sempre) — Dá saúde, né... (Ri) ...E minhoca na cabeça, nô?
PAPAGAIO (Disfarçando) — Que é isso, seu Bruce Lee? Eu só tava querendo aprender!
PAPAGAIO — Folça não ter, nô! (Apalpando o bíceps) Vontade menos ainda, nô?! (Ri)
PAPAGAIO (Novamente para o público e imitando o mosquitinho) — Que tem isso com
Kalatê?! (Rindo) — Mosquito xarope!
BURRO — Que legal! Que legal! Gostei desse novo passo de dança. Vocês inventaram, agora,
é? (Imitando desordenadamente)
(O MOSQUITO JAPONÊS)
LAGARTIXA (Também saindo da posição de estátua) — Minha avó me deu uma vassoura e foi
assim que comecei a voar!
PAPAGAIO — Ser aviador é fácil. Quero ver é você virar urubu, como eu já virei!
SAPINHO — Com essa história de aviação... de voar... um dia eu fui à uma festa no céu e olha
só como fiquei... todo achatado! Quando eu estava caindo, caindo, eu gritava ”arreda, arreda
pedra senão te esburracho! Arreda pedra se não te esborracho!”. Olha só comécôtô!
SAPINHO (Para o burrinho) — Escuta aqui o trator de pobre: vai achatar coisa nenhuma, está
ouvindo?
LAGARTIXA — É sempre assim... não tem um baile em que não aparecem esses tititís!
BARATINHA — Acho melhor a gente continuar com o baile e acabar com essa bagunça!
GAFANHOTO — Vô mimbora!...
VAGA-LUME — Fafi.. fica... mami... mais... a fafi... fes... tata... tá... le... le... ga... gal!!...
(Entra a música)
(O GAFANHOTO)
— Aiaiaiaiai
Agora eu me esborracho
Tô caindo, tô caindo
Sai da frente, sai de baixo
Me lembrei do pára-quedas
Que me deu o meu avô
Esquecido deixei ele
Secando no quarador
Foi então que o meu anjo
Vinha passando e notou
Emprestou-me suas asas
Depois se pôs a gritar
— Aiaiaiai
Agora eu me esborracho
Tô caindo, tô caindo
Sai da frente, sai de baixo!
SÉTIMO QUADRO
LAGARTIXA — Nem me fale! Nem me fale! Levei um pisão e meus pés estão em frangalhos!
LAGARTIXA — Sábado?
VAGA-LUME — É... é... si... sim... ma... mi... meu... caqui... ca... ca... casa... me... mento!!
VAGA-LUME — Papis... ca... cá... nã... não... va... vi... va... vi... vê lá caqui... como é... caqui...
que cecê... fafi...fala!
BURRINHO — Todo mundo acaba se lembrando de alguma coisa... Tem hora que não consigo
me lembrar nem onde é que eu moro.
GAFANHOTO — Eu falo!
SAPO — Mentira! Tá calculando errado: dois e dois são cinco. Não é seu burro?
BURRINHO (Indeciso, contando nos dedos) — Peraí! Peraí! (Faz as contas) — dois e dois...
deixem-me ver... hummm... nenhum dos dois acertou!
TODOS — Como?
(Todos riem)
VAGA-LUME — Caqui... ca... ramba! Essa... ssa... fafi... foi... de a... margar!
TODOS — Não?
(A TARTARUGA)
Olha a tartaruga
Tartaruga Dagmar
Corre, corre, corre
Mas nunca sai do lugar
Corre-corre-corre
Tartaruga, Dagmar
Mas toma cuidado
Pra depois não decolar
Aiaiai que cansadinha
Acabou a gasolina
Na subida é fogo
Não tem santo pra ajudar
Sempre tão esquisitinha
Corre-corre sem parar
Pois está se preparando
Pras “Jornadas de Ibirá”
Olha a tartaruga
Tartaruga Dagmar
Corre-corre-corre
Mas nunca sai do lugar
Corre-corre-corre
Tartaruga Dagmar
Mas toma cuidado
Pra depois não decolar...
OITAVO QUADRO
MACAQUINHO — Outro?
SAPINHO — Então?!...
TARTARUGUINHA — Hã?
(Todos saem correndo, entra a música “O REINO ENCANTADO”. Volta o elenco e brinca até o
final da música para, em seguida, despedir-se do público)
FIM
Ainda: para Paulo Ferrari, José Vivan, Elton Piovani, Eliana Groto, Denise Salgado, Demerval
Gordo, Doglas, Milena Groto, Cristina Prandi, Antônio Seco que gravou e Erbis Secato que
reeditou em VHS.
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Janeiro 2003
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