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BIBLIOTECONOMIA PARA CONCURSOS | GUSTAVO HENN 

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1. HISTÓRICO DA CATALOGAÇÃO (Cristina Dotta Ortega, 2006)

Antigüidade até Renascença, incluindo Idade Média:


Catálogos eram:
- inventários das coleções (“livro de tombo”)
- organizados em códices (forma de livro)
Lista do convento St. Martin, em Dover, Inglaterra, de 1389:
- talvez o primeiro catálogo considerado como tal
- continha o conteúdo de cada volume, além da análise das partes (entradas analíticas)
Catálogo de Amplonius Ratnick, de Berka, Alemanha, 1410-12:
- uso de remissivas (registros eram remetidos a outros)
Avanço decorrente da Bibliografia (inicialmente, tentativas de bibliografias universais; depois
difusão das bibliografias comerciais):
​final do século XV​ - Johann Tritheim – bibliógrafo e bibliotecário alemão
bibliografia em ordem cronológica, com índice alfabético de autor
​metade do século XVI ​– Konrad Gesner - bibliógrafo e naturalista suíço
bibliografia em ordem de autor, com índice de assunto
​século XVII​ – Iluminismo
crenças do Ocidente:
- podemos conhecer e compreender completamente o nosso mundo
- podemos e devemos controlar e classificar o conhecimento: enciclopédias e catálogos de
biblioteca

Encyclopedie (Diderot)
Encyclopedia Britannica

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​século XVIII​:
muda o objetivo do catálogo: passa a ser desenvolvido para servir como um instrumento de
busca desenvolvimento da pesquisa científica e atividades de estudo: crescimento de bibliotecas
na Europa
Revolução Francesa - bibliotecas dos nobres foram confiscadas e transformadas em bibliotecas
de uso público
1791 - 1o. código de catalogação - simples, curto e prático uso do catálogo em fichas (uso de
cartas de baralho, por falta de papel: ás e 2 para títulos mais longos)

final do século XIX​:


início da Biblioteconomia como se conhece hoje (em termos de fundamentos)
primeiros teóricos da catalogação:
- Anthony Panizzi – 91 regras – British Museum – Inglaterra
- Charles Jewett – código da Smithsonian Institute – Estados Unidos
- Carl Dziatzko – Instruções Prussianas
- Charles Ami Cutter – Rules for a dictionary catalogue

(STROUT, R. F. – 1956 – tradução e resumo em Eliane Mey, Introdução à catalogação)

1.1 Princípios gerais de catalogação


Princípios gerais (transcrito de Declaração dos Princípios Internacionais de Catalogação)
Os princípios a seguir regem a criação e o desenvolvimento de códigos de catalogação, as
decisões que tomam os catalogadores e as políticas sobre o acesso e intercâmbio de dados. De
todos os princípios, o principal deles é o Interesse do usuário, enquanto que os princípios 2.2 até
2.13 não estão em nenhuma ordem particular.

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2.1 Interesse do usuário. Interesse significa que se deve fazer todos os esforços para manter todos
os dados compreensíveis e adequados para os usuários. A palavra “usuário” compreende a
qualquer indivíduo que busque no catálogo e utilize os dados bibliográficos e/ou de autoridades.
As decisões referentes a criação das descrições e as formas controladas dos nomes para os
acessos, devem ser decididas tendo em mente o usuário.
2.2 Uso comum. O vocabulário utilizado nas descrições e pontos de acesso devem estar em
concordância com a maioria dos usuários.
2.3 Representação. Uma descrição deve representar o recurso tal como aparece. As formas
controladas dos nomes de pessoas, entidades coletivas e famílias devem se basear na maneira
como estas entidades se auto denominam. As formas controladas dos títulos de obras devem se
basear na forma com que aparece na primeira manifestação da expressão original. Se isso não for
possível, deve-se usar a forma comumente utilizada nas fontes de consulta.
2.4 Precisão. Os dados bibliográficos e de autoridades devem ser uma representação exata da
entidade descrita.
2.5 Suficiência e necessidade. Se deverá incluir os elementos dos dados requeridos para: facilitar
o acesso para todos os tipos de usuários, incluindo aqueles com necessidades específicas;
cumprir os objetivos e funções do catálogo e descrever ou identificar entidades.
2.6 Significação. Os elementos dos dados devem ser relevantes para a descrição, dignos de
menção e permitir a diferenciação entre entidades.
2.7 Economia. Quando existem diferentes vias para conseguir um objetivo, deve-se preferir o
meio que melhor favoreça a total conveniência e sentido prático (isto é, o menor custo e
implementação mais simples).
2.8 Coerência e normalização. Devem-se normalizar as descrições e a criação de pontos de
acesso até ao ponto em que seja possível para possibilitar a coerência.

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2.9 Integração. As descrições para todo o tipo de recursos e formas controladas dos nomes de
qualquer tipo de entidade deverão se basear o máximo possível em um conjunto de regras
comum.
2.10 Interoperabilidade. Deve-se fazer todos os esforços possíveis para assegurar o intercâmbio e
a reutilização dos dados bibliográficos e de autoridade dentro e fora da comunidade bibliotecária.
É extremamente recomendável o uso de vocabulários que facilitem a tradução automática e a
desambiguação, para o intercâmbio de dados e ferramentas de descoberta.
2.11 Abertura. As restrições aos dados devem ser mínimas a fim de fomentar a transparência e
cumprir com os princípios de acesso aberto, como também é manifestado na Declaração da IFLA
sobre o acesso aberto. Qualquer restrição de acesso aos dados deve ser declarada explicitamente.
2.12 Acessibilidade. O acesso aos dados bibliográficos e de autoridade, assim como as
funcionalidades dos dispositivos de busca, devem cumprir as normas internacionais de
acessibilidade, como se recomenda no Código de ética de la IFLA para bibliotecarios y otros
trabajadores de la información.
2.13 Racionalidade. As regras de um código de catalogação deverão ser defendíveis e não
arbitrárias. Se, em situações específicas, não é possível respeitar todos os princípios, então se
deverá adotar uma solução prática e defendível e se deverá explicar as razões.

1.3 Objetivos e funções do catálogo


O catálogo deverá ser um instrumento eficaz e efetivo que permita ao usuário:

6.1 encontrar recursos bibliográficos em uma coleção como resultado de uma pesquisa utilizando
atributos ou relações das entidades: encontrar um único recurso ou um conjunto de recursos que
representem:
todos os recursos que realizam a mesma obra
todos os recursos que contém a mesma expressão

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todos os recursos que exemplificam a mesma manifestação
todos os recursos associados com uma pessoa, família ou entidade coletiva
todos os recursos sobre um tema todos os recursos definidos por outros critérios (idioma, lugar
de publicação, data de publicação, forma do conteúdo, tipo de mídia, tipo de suporte e entre
outros) normalmente como delimitação secundária do resultado de uma pesquisa;

6.2 identificar um recurso bibliográfico ou agente (ou seja, confirmar que a entidade descrita
corresponde a entidade pesquisada ou distinguir entre duas ou mais entidades com características
similares);
6.3 selecionar um recurso bibliográfico que se ajuste às necessidades do usuário (ou seja, eleger
um recurso que satisfaça os requisitos do usuário em relação ao conteúdo, mídia, suporte e entre
outros, ou descartar um recurso por ser inapropriado às necessidades do usuário);
6.4 adquirir ou obter acesso ao item descrito (ou seja, fornecer as informações que permitirão ao
usuário obter uma cópia por meio da compra, do empréstimo, etc. ou acessar a cópia
eletronicamente por meio de uma conexão on-line com uma fonte remota); ou para acessar,
adquirir ou obter dados de autoridade ou dados bibliográficos;
6.5 navegar e explorar dentro de um catálogo, através da disposição lógica dos dados
bibliográficos e de autoridade e através da apresentação clara das relações entre entidades além
do catálogo, em outros catálogos, mesmo fora do contexto da biblioteca.

2. AACR2

2.1 CATALOGAÇÃO

Catalogação, para concursos, deve ser trabalhada em dois tópicos: Descrição e Acesso.
Descrição é baseada no ISBD. Acesso, no AACR2.

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Descrição - ISBD

A Descrição Bibliográfica International Normalizada das Publicações Monográficas - ISBD(M)


especifica os elementos necessários à descrição e à identificação dessas publicações, atribui uma
ordem a esses elementos e prescreve um sistema de pontuação para essa descrição.

A ISBD(M) é uma das muitas das ISBDs publicadas ; as outras cobrem as publicações em série e
obras em continuação (ISBD(CR)), recursos electrónicos (ISBD(ER)), materiais não livro
(ISBD(NBM)), monografias anteriores a 1801 (ISBD(A)) e música impressa (ISBD(PM))).
Todas as ISBDs são baseadas na ISBD geral (ISBD(G)). Atualmente, todas estão na ​ISBD
Edição Consolidada.

Pontuação

Cada elemento, exceto o primeiro elemento da área 1, é precedido ou enquadrado pela pontuação
prescrita. Cada área das ISBDs, exceto a área 1, é precedida de um ponto, espaço, traço, espaço (.
- ), salvo se a área em causa estiver, claramente, separada da anterior por um parágrafo, sendo
neste caso apenas utilizado o ponto (. ).

Pontuação básica

Barra inclinada (/): precede a primeira indicação de responsabilidade.

Igual (=): indica o título equivalente.

Ponto (.): separa os diversos autores e títulos em obras sem título coletivo.

Dois pontos (:): separam o título do subtítulo.

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Ponto-e-vírgula (;): separa os autores de obra de responsabilidade mista, por exemplo, um
ilustrador de um gravurista. Separa também o autor do tradutor.

Vírgula (,): separa o nome do prenome, separa entre si os autores e obra de responsabilidade
compartilhada.

Travessão (-): substitui as reticências que aparecem no título original.

Reticências (...): servem para indicar que o título continua.

Vírgula (,): separa o número da edição de alguma nota sobre ela.

Igual (=): cada menção de edição é separada por espaço igual espaço.

Ponto-e-vírgula (;): separa as cidades entre si.

Dois pontos (:): separa a cidade da editora e as editoras entre si.

Vírgula (,): separa a editora da data e as datas entre si.

Adição (+): serve para indicar material adicional, como um encarte.

Ponto-e-vírgula (;): separa a paginação da ilustração. Separa também a ilustração da dimensão.

Dois pontos(:): usados para especificar a indicação. Ex: 2v. : il.

Vírgula(,): separa a indicação de ilustração(il.) da sua coloração(color.).

Parênteses( ): agrupa o número da série e seu número.

Ponto-e-vírgula(;): separa o nome da série do seu número.

Parênteses( ): indica a qualificação do ISBN.

Ponto-espaço-travessão-espaço(. ): Separa dois ISBNs entre si.

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[S.l.: s.n.]: Sem local e sem nome, serve para os livros em que é impossível definir a cidade e/ou
a editora. Importante: não existe s.d(sem data).

Níveis de descrição

São três, e vão do mais simples ao mais complexo. Devem sempre levar em conta a necessidade
dos usuários e os objetivos da biblioteca.

Primeiro nível de descrição

Título principal / primeira indicação de responsabilidade, se diferir do cabeçalho da entrada


principal em forma ou número, ou se não houver cabeçalho de entrada principal. Indicação de
edição. Detalhes específicos do material (ou do tipo de publicação). Primeiro editor etc., data de
publicação etc. Extensão do item. Nota(s). Número normalizado.

Segundo nível de descrição

Título [designação geral do material] = Título equivalente : outras informações sobre o título /
Primeira indicação de responsabilidade ; cada uma das indicações subsequente de
responsabilidade. Indicação de edição / primeira indicação de responsabilidade relativa a edição.
Detalhes específicos do material (ou tipo de publicação). Primeiro lugar de publicação etc.,
primeiro editor etc., data de publicação etc. Extensão do item : outros detalhes físicos :
dimensões. (Título principal da série / indicação de responsabilidade relativa à série, ISSN da
série ; numeração dentro da série. Título da subsérie, ISSN da subsérie ; numeração dentro da
subsérie). Nota(s). Número normalizado.

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Terceiro nível de descrição

Para o terceiro nível de descrição inclua todos os elementos especificados nas regras seguintes,
aplicáveis ao item que está sendo descrito.

Para memorizar

Toda informação retirada de uma fonte que não é fonte principal, deve estar entre colchetes.
Quando um elemento termina por um ponto e a pontuação seguinte começa por um ponto,
escreve-se apenas um ponto.

Áreas da descrição - São atualmente 9 áreas, já que a área 0 foi incorporada. Abaixo, tabela com
as informações básicas sobre as áreas da ISBD

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Pontos de acesso

Nome, termo, código etc., sob o qual pode ser procurado e identificado um registro bibliográfico.

Fonte principal de informação (Fonte prescrita)

Varia de acordo com o tipo do item. Para monografias, a fonte principal de informação é a
página de rosto ou outra parte da publicação que venha a substituí-la.

Autor pessoal

O principal ponto de acesso para um item é o seu autor, que poderá ser pessoa ou entidade, e na
ausência de ambos, o título da obra ou um título uniforme.

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Atenção: Para o AACR2, a entrada principal (ponto de acesso) se dá pelo autor. Quando uma
pessoa exerce outra função, vai para a entrada secundária. Pode ser compilador (comp.),
arranjador (arr.) , coordenador (coord.), tradutor (trad.) e ilustrador (il.)

Autor coletivo (Autor entidade)

É a entidade, organização, ou assembléia de pessoas conhecida e identificada por um nome


coletivo ou corporativo. Caso haja dúvida, o documento deve ser tratado como se não se
enquadrasse em nenhum caso, indicando-se a entrada pelo autor principal ou pelo título.

O documento deve ser tratado como se não se enquadrasse em nenhum caso, indicando-se a
entrada pelo autor principal ou pelo título.

Entrada padronizada

A entrada padronizada se dá pelo sobrenome, o último elemento do nome do autor. Exemplo:


ANDRADE, João Paulo

Quando o sobrenome indica parentesco, a entrada é pelo elemento anterior. Ex.: Nascimento
Neto, Gustavo Henrique.

Quanto à escolha do nome que será a base para o cabeçalho (ponto de acesso padronizado), as
regras determinam que se escolha (Mey, 1995):

A forma do nome pela qual a pessoa é conhecida, isto é, a forma encontrada na página de rosto
de suas obras, seja seu nome ou pseudônimo;

Quando as formas do nome variam em diferentes obras, dar preferência à forma predominante;

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Quando as formas do nome variam e não há forma predominante, dar preferência à forma mais
recente;

Quando a pessoa usa seu nome e/ou vários pseudônimos, não havendo forma predominante,
fazer o cabeçalho de acordo com o encontrado na folha de rosto;

Quando duas ou mais pessoas usam um único pseudônimo para obras escritas em conjunto,
escolher o pseudônimo.

Atenção: Na língua espanhola, o sobrenome é o penúltimo elemento do nome, se o sobrenome


contiver um artigo, sem preposição, o cabeçalho começará pelo artigo. Ex.: Márdero Arellano,
Miguel. Las Haras, Raúl Manoel. Peña, Ivan de la

Sobrenomes ligados por hífen e sobrenomes que formam expressão permanecem como estão,
não se separam:

Couto-Pereira, João do / Boa Morte, Luís / Castelo Branco, Ivo

Entrada por pseudônimo

Será pelo pseudônimo com remissiva para o nome verdadeiro, caso conhecido.

Entrada para santos

Nome, e a palavra santo (a) Ex.: Antonio, Santo.

Livros mediúnicos

Entrada pelo nome, seguido de (espírito): Emmanuel (espírito)

Entrada por congresso

Nome do congresso (número da edição. : ano : local)

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Ex.: Congresso Brasileiro de Enfermagem (10. : 2002 : Recife, PE)

Entrada pelo título

Terão entrada pelo título, principal ou uniforme, os seguintes documentos:

Documentos de autoria desconhecida;

Documentos emanados de uma entidade;

Coletânea ou obras produzidas sob a orientação de um coordenador;

Obras aceitas, como a bíblia, por um grupo religioso;

Casos especiais

Obras com até 3 autores, sem responsabilidade principal indicada: Entrada principal para o
primeiro autor; secundária para os demais.

Se a indicação de responsabilidade principal é para um editor, organizador, coordenador, a


entrada principal é pelo título.

(Cuidado para não confundir com a NBR 6023 Referências)

Comunicações oficiais

A entrada principal se dá pelo cabeçalho apropriado à entidade representada, e a secundária para


a pessoa investida no cargo.

Principal: JURISDIÇÃO. DESIGINAÇÃO DO CARGO. DATAS DO MANDATO. NOME DA


AUTORIDADE (Abreviado ou o mais conhecido).Ex.: Rio de Janeiro (Estado). Governador
(1947-1951 : Macedo Soares e Silva) Brasil. Presidente (2002 - : Lula).

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Atenção: se forem comunicações não oficiais de autoridade, a entrada é a padronizada, ou seja,
pelo nome do autor.

Papas

Entrada pelo nome direto do Papa em português: Bento XVI, Papa.

Monarcas

Entrada pelo prenome e designação do título.

Ex.: Juan Carlos, Rei da Espanha

CUIDADO!

Na tradução, a entrada é pelo autor da obra original. Na adaptação, a entrada é pelo nome do
adaptador, pois se trata de uma nova obra, ainda que baseada em outra.

Para coleção de leis, usar [Leis etc.] como título uniforme.Ex.: João Pessoa [Leis etc.]

Coleção das leis do Município de João Pessoa...

Para uma compilação de leis sobre um assunto específico, se tiver um título mais conhecido, a
entrada será por ele.

Ex.: Brasil

[Consolidação das Leis do Trabalho]

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Brasil

[Leis de Diretrizes e bases da educação]

Leis individuais devem dar preferência à forma mais conhecida, caso não tenha, ao título oficial.
Ex.:

Brasil.

[Estatuto da Criança e do Adolescente]

Lei n. 8069, de 13 de julho de 1990.

Anteprojeto de Lei A entrada se dará pela pessoa ou entidade autora do projeto.Ex.:

Partido dos Trabalhadores.

Anteprojeto de Lei para ...

3. Formato MARC.

Introdução

O formato MARC é um conjunto de códigos e designações de conteúdos definido para codificar


registros que serão interpretados por máquina. Sua principal finalidade é possibilitar o
intercâmbio de dados, ou seja, importar dados de diferentes instituições ou exportar dados de sua

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instituição para outros sistemas ou redes de bibliotecas através de programas de computador
desenvolvidos especificamente para isto.

Um registro MARC é composto por três elementos: estrutura, indicação do conteúdo e conteúdo
propriamente dito. A ​estrutura do registro é uma implementação dos padrões internacionais
ANSI Z39.2 e ISO 2709. As ​indicações de conteúdo são códigos e convenções estabelecidos
para identificar e caracterizar os dados dentro do registro e permitir sua manipulação.Os
conteúdos dos dados que compõe um registro MARC geralmente são definidos por padrões
externos ao formato, como: International Standard Bibliographic Description (ISBD),
Anglo-American Cataloguing Rules (AACR2), Library of Congress Subject Headings (LCSH)
ou outros códigos usados pela instituição criadora do registro.

O formato MARC 21 para dados bibliográficos inclui informação sobre material textual
impresso ou manuscrito, arquivo de computador, mapas, música, recurso contínuo, material
visual e material misto; os dados bibliográficos normalmente incluem título, nome, assunto, nota,
dado de publicação e descrição física.

● Livro (BK) ​- usado para material textual impresso, eletrônico, manuscritos e


microformas, por natureza monográfico, por exemplo: livros, teses, etc.;
● Recurso Contínuo (CR) - usado para material textual impresso, eletrônico, manuscritos
e microformas, com publicação frequente, por exemplo, periódicos, jornais e anuários.
Até 2002 era designado como Publicação Seriada (SE);
● Arquivo de Computador (CF) - usado para programas de computador (softwares),
dados numéricos, arquivos multimídias desenvolvidos para computador, serviços e
sistemas on-line. Outros tipos de recursos eletrônicos são codificados de acordo com seu
aspecto mais relevante;
● Mapas (MP) - usado para todos os tipos de material cartográfico - impresso, eletrônico,
manuscritos e microformas, incluindo mapas planos e globos;

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● Música (MU) - usado para música impressa, eletrônica, manuscritas e microformas,
registros sonoros musicais e não-musicais;
● Material Visual (VM) - usado para mídias projetáveis e não projetáveis, gráficos
bi-dimensionais, artefatos tri-dimensionais ou objetos naturais e kits;
● Material Misto (MX) - usado para documentos com formas mistas principalmente para
coleções de arquivos e manuscritos. Até 1994, Material Misto (MX) era designado como
Material de Arquivo e Manuscrito (AM).
Todos estes materiais, podem ser monográficos ou seriados, dependendo da sua característica.

Tipos de registros bibliográficos

Os tipos de registro e de material são especifícados através de códigos, indicados no Líder 06


(Tipo de material), que identificam os seguintes tipos de registro bibliográfico:

Material textual

Material manuscrito

Arquivo de computador

Material cartográfico impresso

Material cartográfico manuscrito

Música impressa

Música manuscrita

Gravação de som não musical

Gravação de som musical

Mídia projetável

Material gráfico não projetável

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Artefatos tridimensionais e objetos da natureza

Kit

Material misto

Microformas​, sejam elas originais ou reproduções, não são identificadas como um tipo especial
de registro. A microforma é um aspecto secundário do material original, por exemplo a
microforma de um livro. O mesmo se aplica para ​Arquivo de computador​.

Componentes do Registro Bibliográfico

Um registro bibliográfico em formato MARC é composto de três elementos principais: o Líder, o


Diretório e os Campos Variáveis.

Líder - contém informações que possibilitam o processamento do registro; apresenta números e


códigos que são identificáveis pela sua posição; compreende as 24 primeiras posições de um
registro.

Diretório - apresenta uma série de entradas de tamanho fixo, uma para cada campo variável do
registro. Cada entrada possui 12 posições e apresenta três partes: a ​tag ou etiqueta do campo, o
tamanho docampo e a posição inicial do campo. O Diretório vem em seguida ao Líder e está
localizado na posição 24 do registro, sendo gerado automaticamente.

Campos Variáveis - os dados ou informação do registro estão organizados em campos variáveis


ou de conteúdo variável, cada um identificado por uma ​tag ou etiqueta composta por três
caracteres numéricos. Existem dois tipos de campos variáveis:

campos de controle - que são os campos 00X; não contém indicadores nem sub-campos;

campos de dados - são agrupados em blocos, de acordo com o primeiro caractere da ​tag​; o tipo
de informação no campo é identificado pelos caracteres restantes da ​tag.​ Apresenta dois tipos de
designação de conteúdo: indicadores, as duas primeiras posições no campo de dados variáveis;

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são representados por um caractere numérico ou alfabético minúsculo; e os códigos de
sub-campos, representados por dois caracteres que distinguem as informações dentro do campo;
aprsenta um delimitador ($) e um identificador de dados - que pode ser um caractere numérico
ou alfabético minúsculo.

Repetitividade de campos e subcampos

Teoricamente, todos os campos (exceto o 001 - número de controle) e 005 (data e hora da última
atualização) e subcampos podem ser repetidos. A natureza do dado, entretanto, não permite a
repetitividade. Por exemplo, um registro do formato bibliográfico pode conter somente um título
principal, ou seja o campo 245 subcampo $a não é repetitivo.

A repetitividade ou não de um campo ou subcampo está representada pelas abreviaturas ​R


(Repetitivo) e ​NR​ (Não Repetitivo), apresentadas ao lado de cada campo e subcampo.

Níveis de Catalogação

O formato MARC21 apresenta dois níveis de catalogação, utilizados nos EUA: nacional e
mínimo. Os registros com nível nacional contém informações de catalogação suficientes para
permitir o uso por várias agências nacionais e internacionais. Os registros com nível mínimo de
catalogação contém apenas informações essenciais, embora informações adicionais possam ser
fornecidas.

São utilizados códigos para indicar a exigência ou não de um determinado dado ou informação
no registro:

A - Obrigatório, se aplicável: a informação referente aquele campo ou subcampo deve estar


presente se a utilização dos mesmos for apropriada ao documento que está sendo descrito e se a
informação estiver disponível;

M - Obrigatório:​ é obrigatória a utilização do campo ou subcampo;

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O - Opcional:​ a utilização do campo ou subcampo é opcional.

Caractere cheio e valores relacionados

Um caractere cheio (ASCII 7C hex), representado neste documento por uma barra vertical (|),
pode ser utilizado em um registro quando o formato especifica que deve-se utilizar um código,
porém o criador do registro decide não fornecer este código. Este caractere não deve ser utilizado
em nenhuma posição do Líder, ​tags​, indicadores ou códigos de subcampos.

O código ​u - desconhecido ou não especificado - é utilizado para indicar que o criador do


registro tentou fornecer um código, porém não foi capaz de determinar o código apropriado.

O código ​n - não se aplica - é utilizado para indicar que as características definidas pela posição
não se aplicam ao tipo específico de documento ou registro.

Convenções Tipográficas

0 – representa o dígito zero nas etiquetas, campos fixos e indicadores e outros lugares numéricos.
Não confundir com a letra “O” maiúscula, em exemplos e textos.

# - é usado para espaço em branco em campos codificados e em outras situações especiais, onde
a existência do espaço em branco poderia ser ambígua.

$ - indicador de subcampo – utilizado como delimitador de código de subcampo. No texto, os


códigos de subcampo são indicados como subcampo $a, por exemplo.

/ (barra diagonal) – posições específicas de caracteres do Líder, Diretório, campo 007 e 008,
subcampo $7 dos campos de entradas de ligação são expressas utilizando-se uma barra e o
número da posição do caractere. Exemplo: Líder/06, 007/00, 008/12.

1 – o símbolo gráfico 1 representa o número 1. Não confundir com a letra i “I” maiúscula e a
letra L “l” minúscula.

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| (barra vertical) – representa um caractere cheio em exemplos do MARC para casos em que um
código pode ser usado mas o criador do registro decide não fornecê-lo. Podemos utilizá-lo nos
campos 006, 007 e 008 e subcampo $7 do campo 533 e nas entradas de ligação (760-787). Não
utilizamos este símbolo no Líder, nas ​tags,​ nos indicadores ou nos códigos de subcampos.

LÍDER (NR)

Campo fixo que compreende as 24 primeiras posições (00-23) de cada registro, composto de
números ou códigos que fornecem informações para o processamento do registro.

O Líder não possui indicadores ou códigos de subcampo, os dados são definidos por sua posição.

Os códigos alfabéticos são colocados em caixa baixa (letras minúsculas).

DIRETÓRIO (NR)

Apresenta uma série de entradas de tamanho fixo, uma para cada campo variável do registro.
Cada entrada possui 12 posições e apresenta três partes: a ​tag ou etiqueta do campo, o tamanho
do campo e a posição inicial do campo. O Diretório vem em seguida ao Líder e está localizado
na posição 24 do registro, sendo gerado automaticamente.

Não possui indicadores ou códigos de subcampos, os dados são definidos por sua posição.

ISBDs.

A ISBD(M) é uma das muitas das ISBDs publicadas ; as outras cobrem as publicações em série e
obras em continuação (ISBD(CR)), recursos electrónicos (ISBD(ER)), materiais não livro

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(ISBD(NBM)), monografias anteriores a 1801 (ISBD(A)) e música impressa (ISBD(PM))).
Todas as ISBDs são baseadas na ISBD geral (ISBD(G)).

Hoje, todas as ISBDs estão na ISBD Consolidated Edition (Edição consolidada).

4. Aplicação de metadados no registro da informação.

Dempsey & Heery (Sutton, 1997), afirmam que os metadados podem ser informações descritas
tradicionalmente (ex: catálogos de bibliotecas), ou informações de recursos eletrônicos (arquivos
automatizados, textos eletrônicos ou páginas web), cuja forma de recuperação está baseada nos
motores de busca da web para a localização. Da mesma forma

que um catálogo de biblioteca fornece informação para localizar um livro, um metadado é usado
para localizar uma informação (registro), que poderá ser um endereço Internet, recursos web,
livros, e-mail, eventos, artefatos, conjunto de dados, projetos, organizações, etc. É um poderoso
instrumento normativo para identificar e descrever recursos de informação e auxiliar os
pesquisadores a localizarem e obterem essas informações.

Atualmente há uma grande variedade de formatos de metadados, dentre eles o Dublin Core
Resource Description (DC). O DC é um formato menos estruturado e mais flexível, que adota a
sintaxe do Resource Description Framework – RDF. Estabelecido pelo Consórcio W3C,
responsável pelo gerenciamento da Internet, propicia um conjunto de 15 elementos padrão,
permitindo a inclusão de elementos adicionais para atender às particularidades de cada usuário.
Foi estabelecido por consenso de um grupo internacional e interdisciplinar de profissionais –
bibliotecários, analistas, lingüistas, museólogos, entre outros, e é utilizado para descrever uma

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variedade de recursos existentes na Internet, com o propósito de ser um meio de comunicação e
de procura de informações disponíveis nessa rede. Tem sido adotado por importantes
instituições e como padrão nacional em agências governamentais (Dublin Core, 2001). A seguir
é relacionado o conjunto de elementos metadados definidos pelo Dublin Core.

Dublin Core metadada element set (Dublin Core, 1999)

• Título - um título dado ao recurso

• Criador - uma entidade principal responsável pela elaboração do conteúdo do recurso

• Assunto - assunto referente ao conteúdo do recurso

• Descrição - uma descrição sobre o conteúdo do recurso

• Editor - a instituição responsável pela difusão do recurso

• Contribuinte - uma entidade responsável pela contribuição ao conteúdo do recurso

• Data - data associada com um evento no ciclo de vida do recurso

• Tipo - a natureza ou gênero do conteúdo do recurso

• Formato - manifestação física ou digital do recurso

• Identificação - identificação não ambígua do recurso dentro de um dado contexto

• Fonte - uma referência para um outro recurso o qual o presente recurso é derivado

• Idioma - idioma do conteúdo intelectual do recurso

• Relação - uma referência a um outro recurso que se relaciona com o recurso

• Cobertura - a extensão ou cobertura espaço-temporal do conteúdo do recurso

• Direitos - Informações sobre os direitos do recurso e seu uso

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(Extraído de: ROSETTO, Marcia; NOGUEIRA, Adriana.
http://www.liber.ufpe.br/tg/modules/tg/docs/aplicacao%20de%20metadados.pdf​)

As funções dos metadados são:

Ajudar o usuário a identificar os recursos digitais;

Ajudar os usuários a conhecer as condições de acesso aos recursos selecionados;

Ajudar os usuários a utilizar os recursos digitais;

Ajudar o gestor do recurso digital na atividade de preservação.

Os metadados são classificados em três tipos conceituais:

Metadados descritivos: usados para a indexação, a identificação e a recuperação de recursos


digitais;

Metadados estruturais: informação empregada para visualização e folheio dos recursos digitais
que inclui também a organização interna do recurso.

Metadados administrativos: representam a informação para gestão do objeto digital, que inclui a
informação da qual o usuário precisa para ter acesso ao recurso.

Os metadados são utilizados de três maneiras:

Como metaetiquetas (meta tags) no cabeçalho de documentos html;

Como um arquivo separado de matainformação, por exemplo, a ficha catalográfica de um livro;

Como sistema distribuído de informação baseado em mecanismo de busca e vinculados ao


download do documento, se isso for permitido.

Os metadados que são empregados ou interessam às bibliotecas são:

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MARC: formato bibliográfico (apenas o USMARC descreve recursos digitais);

TEI: Text Encoding Iniciative;

EAD: Encoded Archive Description baseado na SGML;

ONIX: Online Information Exchange, desenvolvido por editoras para as publicações digitais na
rede;

DC: Dublin Core metadata;

MODS: Metadata Object and Description Schema, elaborado pela Library of Congress, é
considerado uma ponte entre o MARC 21 e o Dublin Core.

METS: Metadata Encoding and Transmission Standard, elaborado também pela LC, é um
esquema baseado na XML, que permite a transmissão (ou vinculação) no conjunto de metadados
descritivos, administrativos ou estruturais relativo ao recurso digital.

SGML (Structured Generalized Markup Language) é reconhecida pelo ISO como norma para
descrição da estrutura lógica de documentos;

XML (eXtensible Markup Language) é uma linguagem que possibilita que cada um crie uma
linguagem de formatação própria que, pelo fato de atender às SGML específicas, possui a
característica de ser inteligível por todos.

4. CATALOGAÇÃO EM RDA

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RDA – Resource: Description and Access (Recursos: descrição e acesso), – a norma de
catalogação para o ambiente digital.

MACHADO, Raquel Bernadete; PEREIRA, Ana


Maria. Análise do padrão RDA: um estudo aplicado em teses e dissertações em literatura e
cinema. ​RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação​, Campinas,
SP, v. 15, n. 1, p. 130-147, jan. 2017. ISSN 1678-765X. Disponível em:

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<​http://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8645396​>. Acesso em: 01
fev. 2017. doi:​http://dx.doi.org/10.20396/rdbci.v0i0.8645396​.

O Anglo-American Cataloguing Rules (AACR) foi publicado pela primeira vez em 1967; em
1978 teve sua segunda edição (AACR2), com a última revisão em 2002 (AACR2r) e
atualizações em 2003, 2004 e 2005. No entanto, por mais que as revisões e atualizações tenham
tentando adequar o AACR2r ao cenário informacional em que a catalogação descritiva se insere
no início do século XXI, esse código tornou-se defasado, pois sua estrutura está voltada aos
catálogos com descrições em papel, muitas vezes, no formato de fichas.

ESTRUTURA DO RDA

O RDA tem em sua base os modelos conceituais FRBR e FRAD, que definem entidades,
atributos e relacionamentos. Uma entidade é aqui entendida como uma coisa ou um objeto,
concreto ou abstrato, que pode ser identificado de forma unívoca em relação a todos os outros
objetos. Os atributos são as características que um tipo de entidade possui, ou as propriedades
descritivas de cada membro de um conjunto de entidades. Os relacionamentos são as associações
existentes entre as entidades (MORENO; MÁRDERO ARELLANO, 2005, p. 26). O FRBR
define dez entidades divididas em três grupos: Grupo 1 – entidades que são produtos do esforço
intelectual ou artístico: obra – uma distinta criação intelectual ou artística; expressão – a
realização intelectual ou artística de uma obra; manifestação – a materialização da expressão de
uma obra; e item – um único exemplar de uma manifestação; Grupo 2 – entidades que são
responsáveis pelo conteúdo intelectual ou artístico das entidades do Grupo 1: pessoa – um
indivíduo; e entidade coletiva – uma organização ou grupo de indivíduos e/ou organizações;
Grupo 3 – entidades que servem como assunto à entidade obra: conceito – uma noção abstrata ou

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ideia; objeto – uma coisa material; evento (ou acontecimento) – uma ação ou ocorrência; lugar –
um local; e as entidades do Grupo 1 e 2 (IFLA STUDY GROUP ON THE FUNCTIONAL
REQUIREMENTS FOR BIBLIOGRAPHIC RECORDS, 2009, p. 13-17).

O modelo conceitual FRAD, concebido como uma expansão do FRBR cobrindo os dados
registrados em registros de autoridade, também define entidades, atributos e relacionamentos. No
FRAD são mantidas ou, em alguns casos, modificadas, as definições das dez entidades do FRBR
e acrescentadas seis entidades: família – duas ou mais pessoas relacionadas por nascimento,
casamento, adoção, união civil ou status legal similar, ou que se apresentem como uma família;
nome – um caractere ou grupo de palavras e/ou caracteres pelo qual uma entidade é conhecida;
identificador – um número, código, palavra, frase, etc. unicamente associado a uma entidade e
utilizado para diferenciá-la de outras no domínio em que o identificador é atribuído; ponto de
acesso controlado – um nome, termo, código, etc. sob o qual um registro bibliográfico ou de
autoridade será encontrado; regras – um conjunto de instruções relacionadas à formulação e/ou
ao registro de pontos de acesso controlados; agência – uma organização responsável pela criação
ou modificação de um ponto de acesso controlado (GRUPO DE TRABAJO SOBRE LOS
REQUISITOS FUNCIONALES Y NUMERACIÓN DE REGISTROS DE AUTORIDAD, 2009,
p. 17-26). A entidade família, apesar de não definida no FRBR, é considerada pertencente ao
Grupo 2 do modelo. Tendo em sua base os dois modelos conceituais, o RDA está dividido em
duas partes: registro dos atributos das entidades e registro dos relacionamentos entre as
entidades. As primeiras quatro seções integram a primeira parte, as seis restantes integram a
segunda. Além das dez seções, o RDA possui um conjunto de 12 apêndices com instruções que
complementam as seções e com mapeamentos entre o RDA e outros padrões bibliográficos e de
autoridade. (ASSUMPÇÃO; SANTOS, 2013)

(ASSUMPÇÃO, Fabrício Silva; SANTOS, Plácida


Leopoldina V. A. C.. A utilização do Resource Description and Access (RDA) na criação de

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registros de autoridade para pessoas, famílias e entidades coletivas. ​Encontros Bibli: revista
eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação​, Florianópolis, v. 18, n. 37, p. 203-226,
ago. 2013. ISSN 1518-2924. Disponível em:
<​https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-2924.2013v18n37p203/25332​>.
Acesso em: 31 jan. 2017. )

5. Requisitos Funcionais para Registros Bibliográficos (FRBR)

Os Requisitos Funcionais para Registros Bibliográficos (FRBR, do original Functional


Requirements for Bibliographic Records) são um modelo conceitual do tipo
entidade-relacionamento. Por ser um modelo conceitual, ou seja, a representação de algo, os
FRBR não são um novo código de catalogação, não descrevem a forma de apresentação dos
elementos descritivos.

Em suma, os FRBR não anulam ISBD, MARC, AACR2. Pelo contrário, os FRBR se tornaram a
base conceitual utilizada para o aperfeiçoamento dessas normas.

Os FRBR estabeleceram:

As entidades dos registros bibliográficos

Os atributos de cada uma das entidades

As relações entre as entidades

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As entidades “representam os principais objetos de interesse para os usuários de dados
bibliográficos”.

São 10 entidades divididas em três grupos:

Grupo 1 -

Obra

Expressão

Manifestação

Item

Grupo 2 -

Pessoa

Entidade Coletiva

Grupo 3 -

Conceito

Objeto

Evento

Lugar

Em termos gerais, as entidades do Grupo 1 representam os produtos do trabalho intelectual ou


artístico. As do Grupo 2 representam os responsáveis por seus conteúdos, produção,
disseminação, etc. As do Grupo 3 representam os assuntos de uma obra.

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Os relacionamentos que ocorrem entre entidades, para os FRBR, “proporcionam informação


adicional que ajuda o usuário a fazer novas conexões entre a entidade encontrada e outras
entidades que se relacionam com aquela entidade.” (IFLA, 1998, p. 56).

Estes relacionamentos podem ser entre obras, entre expressões da mesma obra, entre expressões
de diferentes obras e entre manifestações, sendo subdivididos em tipos, servindo como uma
maneira de o usuário navegar pelas entidades que está buscando e por outras relacionadas.

Os atributos são similares aos elementos de dados encontrados no formato Machine Readable
Cataloging – MARC. Nos FRBR, os atributos foram criados de acordo com o tipo de entidade e
servem para demonstrar as diferenças de conteúdo (intelectual ou artístico). Entretanto, nem
todos os casos de um tipo de entidade apresentarão todos os atributos listados. Os atributos
abarcam mais que os elementos de descrição em si, pois foram definidos em um nível lógico.

O RDA está construído sobre dois modelos conceituais, desenvolvidos pela Federação
Internacional de Associações de Bibliotecas e Instituições, FIABI (sigla em inglês, IFLA) –
Requisitos Funcionais para Dados Bibliográficos (RFDB), em inglês Functional Requirements
for Bibliographic Data (FRBR), e Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade (RFDA), em
inglês, Functional Requirements for Authority Data (FRAD).

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FRBR e FRAD identificam as relações que uma obra pode ter com seu criador, assim como suas
relações com quaisquer traduções, interpretações, adaptações ou formatos físicos dessa mesma
obra.

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2.4 FRBR – Functional Requirements for Bibliographic Records (Requisitos Funcionais para
Registros Bibliográficos) e FRAD – Functional Requirements for Authority Data (Requisitos
Funcionais para Dados de Autoridade), FRSAD - Functional Requirements for Subject Authority
Data, e demais modelos de representação de dados.

6. AUTOMAÇÃO

ISO 2709
A norma ISO 2709 – Documentation Format for Bibliographic Interchange on Magnetic Tape foi
desenvolvida pelo Comitê Técnico ISO/TC 46, Informação e Documentação, Subcomitê SC 4 –
Aplicativos de computador na informação e documentação, da International Organization for
Standardization (ISO). Esta norma especifica os requisitos para o formato de intercâmbio de
registros bibliográficos que descrevem todas as formas de documentos sujeitos à descrição
bibliográfica. Não define a extensão do conteúdo de documentos individuais e nem designa
significado algum para os parágrafos, indicadores ou identificadores, sendo essas especificações
as funções dos formatos de implementação. Os dados, em meio magnético, estão estruturados de
forma a possibilitar o intercâmbio de registros bibliográficos.
Porém, esta característica não elimina a incompatibilidade entre os registros que utilizam
diferentes formatos de entrada e, principalmente, diferentes regras de entrada de dados. A ISO
se preocupa em apresentar uma estrutura generalizada, ou seja, um arcabouço projetado
especialmente para a comunicação entre sistemas de processamento de dados, e não para uso
como formato de processamento dentro dos sistemas. Da forma como foi estruturada, é item
indispensável que deve ser contemplado pelos produtores de softwares para automação de

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bibliotecas, pois possibilita a padronização entre registros no que se refere à estrutura para
intercâmbio de informações que, do ponto de vista técnico, é a base filosófica que norteia,
direciona e fundamenta as ações de uma biblioteca. Este preceito legitima o uso desta norma nos
processos de automação.

Z39.50
Protocolo originalmente proposto em 1984 para ser utilizado com informações bibliográficas
pela National Information Standard Organization (NISO). Foram disponibilizadas as versões
1988, 1992, 1994 e, finalmente, aprovado com a versão 1995. É o protocolo próprio para
recuperação de informação bibliográfica de computador para computador, possibilitando ao
usuário de um sistema pesquisar e recuperar informações de outro sistema, ambos
implementados neste padrão. Especifica formatos e procedimentos administrando a troca de
mensagens entre um cliente e um servidor, habilitando o cliente a solicitar que o servidor
consulte um banco de dados, identifique registros e recupere um ou todos os dados identificados.
Destina-se à comunicação entre aplicações para recuperação de informações, e não promove a
interação entre o cliente e o usuário.
O cliente é o computador pessoal ou a estação de trabalho do usuário que executa parte ou todo o
processamento do aplicativo. O servidor é o computador central que mantém os bancos de dados
e atende a solicitações dos clientes. O padrão Z39.50 é um padrão de “midleware”
cliente-servidor. Isto quer dizer que fica entre a comunicação do cliente com o servidor. Com o
uso deste padrão, permite-se que determinado servidor possa usar os serviços de diversos
servidores ou fornecedores diferentes, e um determinado servidor possa prestar serviços para
diversos clientes ou fornecedores. Para exemplificar e melhor esclarecer, se este protocolo não
existisse, a biblioteca que quisesse recuperar registros bibliográficos de vários bancos de dados
deveria dispor de tantos clientes quantos fossem os catálogos ou bancos de dados que se quisesse
consultar.

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Certamente é mais um instrumento tecnológico disponível para facilitar o processo de
intercâmbio bibliográfico. As informações aqui apresentadas sobre o Protocolo Z39.50 são
aquelas necessárias e suficientes à compreensão do bibliotecário. Tal qual a ISO 2709, este
protocolo deve ser utilizado com maior habilidade pelos analistas de sistemas do que pelo
bibliotecário.

CONVERSÃO RETROSPECTIVA
As bibliotecas, ao iniciar o processo de automação, possuem, na maioria das vezes, um acervo
acumulado contendo o registro bibliográfico de diversos tipos de documentos, acervo este
organizado manualmente com a elaboração de fichas catalográficas dispostas em ordem
alfabética por autor, título e assunto, ou mesmo em sistemas informatizados. Qualquer que seja a
opção pelo software, a biblioteca precisará incluir estes registros no novo sistema. A esta ação
denomina-se Conversão Retrospectiva (CR), que significa converter os dados existentes para que
sejam utilizados pela novo software. Em resumo, para a automação de bibliotecas um software
deve casar bem ISO 2709, o protocolo Z39.50 e o formato MARC.

7. TIPOS DE CATÁLOGO

Os tipos de catálogos são basicamente dois: 1 - os do público, ou externos, para uso do público, e
2 - os auxiliares, ou internos, para uso dos bibliotecários.
Tipos de catálogos externos
Catálogo dicionário: as entradas são organizadas alfabeticamente, como um todo. Caso as
entradas estejam organizadas separadamente, cada uma formando um catálogo, denomina-se
catálogo dividido.

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Catálogo sistemático: as entradas são organizadas pelo número de classificação do sistema
utilizado.
Tipos de catálogos internos
Catálogo de identidade: para Mey (1995), erroneamente chamado também de catálogo de
autoridade, compreende os cabeçalhos autorizados para nomes de pessoas ou de entidades
coletivas.
Catálogo de assuntos: abrange os termos autorizados para representação dos assuntos dos itens.
Catálogo dos números de classificação: permite a organização das fichas pelo número de
classificação utilizado.
Catálogos de títulos: permite organização pelo título. Se for organizado pelo título da série,
chama-se catálogo de séries. Se for organizado pelo título uniforme, chama-se título uniforme.
Neste, a ficha deve trazer explicações sobre o uso do título uniforme.
Catálogo decisório: serve para indicar todas as decisões tomadas quanto à catalogação, a fim de
garantir a continuidade e a coerência do trabalho.
Catálogo topográfico: indica a topografia, ou seja, a localização de todos os itens nas estantes. É
o catálogo utilizado para inventários.
Catálogo oficial: é uma réplica dos catálogos externos, maS inclui apenas um dos registros
completos - normalmente, aquele do ponto de acesso principal.
Catálogo de registro: é um controle patrimonial, administrativo, do acervo. O registro assinala a
incorporação do livro ao acervo, e a baixa,ou saída. Esse controle também é feito através de
livros de tombo.

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