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Informatização de Unidades de

Informação
Componente curricular na modalidade de educação a distância

Marcela do Prado
Possui graduação em Ciência da Computação pela Universidade Comunitária
Regional de Chapecó (2006), especialização em Engenharia e Qualidade de Software
(2007) e em Criatividade: arte e tecnologia (2009) pela Universidade Comunitária
Regional de Chapecó e mestrado em Informática (2011) pela Universidade Federal
de Santa Maria. Atualmente é Programadora Web II e professora emergencial
da Universidade Comunitária da Região de Chapecó. Tem experiência na área
de Ciência da Computação, com ênfase em Engenharia de Software e Software
Básico, atuando, principalmente, nos seguintes temas: orientação a objetos, objeto
de aprendizagem, design instrucional, diagramação, editoração eletrônica e
tecnologias da educação.

Chapecó, 2012
Reitor
Odilon Luiz Poli

Vice-Reitora de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação


Maria Aparecida Lucca Caovilla

Vice-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento


Claudio Alcides Jacoski

Vice-Reitor de Administração
Antonio Zanin

Coordenação: Dirceu Luiz Hermes Coordenadora Geral: Monica Tissiani De Toni Pereira
Secretaria: Leonardo Favero
Equipe Multidisciplinar: Felipe Stanque Machado Junior,
Comercial: Neli Ferrari Marcia Ione Surdi, Monica Tissiani De Toni Pereira
Assistente editorial: Alexsandro Stumpf
Revisão: Juliane Fernanda Kuhn de Castro
Conselho editorial: Rosana Maria Badalotti (presidente), Assistente Administrativo: Luana Helena de Oliveira
Carla Rosane Paz Arruda Teo (vice-presidente),
César da Silva Camargo, Dirceu Luiz Hermes, Elison Antonio Capa: Marcela do Prado, Juliane Fernanda Kuhn de Castro
Paim, Érico Gonçalves de Assis, Maria Aparecida Lucca
Diagramação: Marcela do Prado, Roberta Rodrigues Kunst
Caovilla, Maria Assunta Busato, Murilo Cesar Costelli, Tania
Mara Zancanaro Pieczkowski

_____________________________________________________________________
025.04 Prado, Marcela
P896i Informatização de unidades de informação / Marcela Prado.
- Chapecó : Argos, 2012.
120 p. ; il. - (EaD ; 3)

Inclui bibliografias
ISBN 978-85-7897-054-3

1. Bibliotecas - Automação. 2. Sistemas de recuperação
da informação. I. Título. II. Série.

CDD 025.04
___________________________________________________________________
Catalogação elaborada pela Biblioteca
Universitária da Unochapecó

Av. Sen. Attílio Fontana, 591-E - Bairro Efapi - Chapecó (SC)


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Não estão autorizadas nenhuma forma de reprodução, parcial ou integral deste material, sem autorização expressa do autor e da
UnochapecóVirtual
CARTA AO ESTUDANTE

Seja bem-vindo!
Você está recebendo o livro do componente curricular de Informatização de
Unidades de Informação.

No atual cenário educacional, em que, cada vez mais, as pessoas buscam por
uma formação complementar e há a inserção massiva das tecnologias de informação
e comunicação, a modalidade de educação a distância é vislumbrada como uma
importante contribuição à expansão do ensino superior no país, que permite formas
alternativas de geração e disseminação do conhecimento.
A educação a distância tem sido importante para atingir um grande contingente
de estudantes de vários locais, com disponibilidade de tempo para o estudo diversa,
além daqueles que não têm a possibilidade de deslocamento até uma instituição de
ensino superior todos os dias. Desta forma, a Unochapecó, comprometida com o
desenvolvimento do ensino superior, vê a educação a distância como um aporte para
a transformação dos métodos de ensino em uma proposta inovadora.
Levando em consideração o pressuposto da necessidade de autodesenvolvimento
do estudante da modalidade de educação a distância, este material foi elaborado de
forma dialógica, baseada em uma linguagem clara e pertinente aos estudos, além de
permitir vários momentos de aprofundamento do conteúdo ao estudante, através da
mobilidade do para outros meios (como filmes, livros, sites).
Temos como princípio a responsabilidade e o desafio de oferecer uma formação
de qualidade, para tanto, a cada novo material, você está convidado a encaminhar
sugestões de melhoria para nossa equipe, sempre que julgar relevante.
Lembre-se: a equipe da UnochapecóVirtual estará à disposição sempre que necessitar
de um auxílio, pois assumimos um compromisso com você e com o conhecimento.

Acreditamos no seu sucesso!

Coordenação de Educação a Distância


UnochapecóVirtual

Informatização de Unidades de Informação


SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...............................................................................7

UNIDADE 1 BIBLIOTECAS VIRTUAIS, DIGITAIS E ELETRÔNICAS........9


1 PERSPECTIVA HISTÓRICA................................................................11
2 BIBLIOTECA TRADICIONAL MODERNA............................................14
3 BIBLIOTECA AUTOMATIZADA.........................................................15
4 BIBLIOTECA ELETRÔNICA................................................................16
5 BIBLIOTECA DIGITAL / VIRTUAL.......................................................17
REFERÊNCIAS.....................................................................................26

UNIDADE 2 INFORMATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO BIBLIOGRÁFICA.29


1 O VALOR ESTRATÉGICO DE UM SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE
INFORMAÇÕES..................................................................................31
2 PANORAMA INTERNACIONAL E A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA DE
AUTOMAÇÃO DAS UNIDADES DE INFORMAÇÃO..............................35
3 FUNÇÕES BÁSICAS DOS SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE
BIBLIOTECAS......................................................................................43
3.1 Sistema de Aquisição...............................................................47
3.2 Sistema de Catalogação..........................................................49
3.3 Catálogos em Linha de Acesso Público e Outras Formas de
Catálogos.......................................................................................50
3.4 Sistema de Controle de Circulação..........................................53
3.5 Sistema de Controle de Publicações Seriadas.........................55
3.6 Informações Gerenciais...........................................................56
3.7 Sistema de Empréstimos entre Bibliotecas.............................57
3.8 Funções da Biblioteca Digital..................................................58
4 PADRÕES BIBLIOGRÁFICOS E NORMAS INTERNACIONAIS..............59
REFERÊNCIAS.....................................................................................61

UNIDADE 3 ANÁLISE DE REQUISITOS, AVALIAÇÃO E ESCOLHA DE


SOFTWARES PARA UNIDADES DE INFORMAÇÃO...........................65
1 REQUISITOS E CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE SOFTWARES PARA
BIBLIOTECAS......................................................................................67
1.1 Requisitos de Sistema..............................................................68
1.2 Análise e Especificação de Requisitos de Sistema...................75
2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE SOFTWARE DE AUTOMAÇÃO..........76
2.1 Mediação e avaliação da biblioteca digital.............................88

Informatização de Unidades de Informação


3 SOFTWARES DISPONÍVEIS NO MERCADO.......................................92
REFERÊNCIAS.....................................................................................95

UNIDADE 4 PROJETO DE AUTOMAÇÃO DE UMA BIBLIOTECA........97


1 PERSPECTIVA DE GERÊNCIA DA UNIDADE DE INFORMAÇÃO E SUA
IMPORTÂNCIA NO PROJETO..............................................................99
2 O PAPEL DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO ............................103
3 ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE AUTOMAÇÃO.............................108
3.1 Implantação da Biblioteca Virtual e Digital...........................113
REFERÊNCIAS...................................................................................115

6 Informatização de Unidades de Informação


APRESENTAÇÃO

Caro estudante,
Seja bem-vindo ao componente curricular Informatização de Unidades de
Informação!
A sociedade da informação altera o padrão de uso da informação no cotidiano
das pessoas, direcionando para a busca de um processo modernizado, ou seja, ágil e
flexível na prestação de serviços à comunidade.
Assim, o processo de informatização e os avanços tecnológicos associados as
bibliotecas e aos centros de documentação adaptaram suas estruturas organizacionais
e de prestação de serviços para integrar usuário e máquina. Hoje, a informatização
destes espaços é ampla, o que permite o controle do acervo.
Para isso, este componente curricular traz em sua ementa os seguintes itens:
Nível de desenvolvimento da informatização de bibliotecas no exterior e, Brasil e
Santa Catarina. Análise e projeto de sistemas de informatizados para unidades de
informação. Documentação do sistema.
O conteúdo do componente curricular foi organizado em quatro unidades,
com o objetivo de discutir e compreender o processo de informatização de unidades
de informação. Veja a seguir o cronograma das unidades:
Carga horária Unidade
10 h Unidade 1. Bibliotecas Virtuais, Digitais e Eletrônicas
20 h Unidade 2. Informatização da Informação Bibliográfica
Unidade 3. Análise de Requisitos, Avaliação e Escolha de Softwares
18 h
para Unidades de Informação
12 h Unidade 4. Projeto de Automação de uma Biblioteca

Na primeira unidade, apresentaremos e avaliaremos, rapidamente, a evolução


das bibliotecas.
Na segunda unidade, propomos conhecer o panorama Internacional e Nacional
e as características e funções de um Sistema de Gerenciamento de Informações.
Na terceira unidade, apresentamos alguns métodos para analisar e selecionar
os softwares para unidades de informação.
Na quarta unidade, estudaremos as principais partes de um projeto de
automação de uma biblioteca e desenvolveremos um projeto.
Leia com atenção todo o material didático oferecido e também as orientações
para o desenvolvimento das atividades, os quais contribuirão para facilitar a produção
autônoma de conhecimento, observando o indispensável rigor científico.

Bom estudo!
Marcela do Prado

Informatização de Unidades de Informação


Unidade 1
Bibliotecas Virtuais, Digitais e
Eletrônicas

Objetivo:
• Conhecer e avaliar a evolução das bibliotecas.

Conteúdo programático:
• Perspectiva Histórica;
• Bibliotecas Tradicionais Modernas;
• Bibliotecas Automatizadas;
• Bibliotecas Eletrônicas;
• Bibliotecas Digitais/Virtuais.
Faça aqui seu planejamento de estudos

10 Informatização de Unidades de Informação


1 PERSPECTIVA HISTÓRICA

Saiba mais

A História da Biblioteca foi trabalhada no primeiro semestre do curso, aqui


vamos ver uma perspectiva histórica resumida.

Para que possamos compreender melhor a relação de biblioteca virtual/digital


e seus usuários, principalmente a prática profissional do bibliotecário em relação
aos recursos tecnológicos, se faz necessário lembrar a evolução das bibliotecas para,
posteriormente, analisar a utilização desses recursos no ambiente universitário pela
comunidade.
Segundo Castro (2009, p. 338),

[...] a biblioteca era considerada como um depósito de livros, com o objetivo


apenas de preservação dos documentos (MATOS, 2003), com o passar do
tempo teve sua função transformada de simples guardiã do conhecimento
para assumir um papel social e cultural mais amplo como ponto de acesso à
socialização do conhecimento da humanidade.

As mudanças ao acesso remoto às fontes de informação, a partir da grande


difusão do uso da Internet, alteram a definição de biblioteca, como Levacov (1997, p.
126) afirma: “a biblioteca deixa de ser um tranquilo depósito de livros para tornar-se
o ponto focal de pesquisa variada, acessada a qualquer hora por usuários virtuais de
vários lugares do mundo”.

Anote

Historicamente, a evolução das bibliotecas deu-se em três momentos:


tradicional, moderna e automatizada, e eletrônica.

Cunha (apud DIAS, 2008, p. 33)

[...] também analisa a evolução das bibliotecas, agrupando-as em: Era I –


Tradicional Moderna; Era II – Automatizada; Era III – Eletrônica; Era IV – Digital
e Virtual. Destaca que, em todas as épocas, as bibliotecas sempre foram
dependentes da tecnologia da informação.

Informatização de Unidades de Informação 11


Figura 1 - Evolução da Biblioteca

Fonte: Cunha (2000, p. 75).

Na última era, destacada por Cunha (2000), digital e virtual, são utilizadas
nomenclaturas para identificar os serviços de informação disponibilizados em rede,
e nesse contexto são vários os termos que apresentam similitudes ou diferenças
que geram várias expressões, tais como: bibliotecas digitais, bibliotecas eletrônicas,
bibliotecas do futuro, bibliotecas sem paredes ou bibliotecas virtuais.

Anote

Cada etapa da evolução é acentuada por características próprias


determinadas pelas tecnologias vigentes da época.

12 Informatização de Unidades de Informação


Figura 2 - Era dos serviços de informação

Fonte: Dias (2008, p. 31).

Curiosidade

Vamos assistir a dois vídeos sobre a Biblioteca de Alexandria nos links:


Parte 1: https://www.youtube.com/watch?v=2SNdmnN40_0
Parte 2: https://www.youtube.com/watch?v=vsDRj2Qm7WQ

A evolução das bibliotecas tem se destacado juntamente com as tecnologias,


principalmente com as tecnologias da informação e comunicação (TICs) que auxiliam
nos serviços oferecidos, com novos recursos de acesso e formatos de intercâmbio de
dados, conforme Castro (2009, p. 439):

[...] pois potencializaram seus serviços com o oferecimento de novos recursos


de acesso, com a utilização de formatos de intercâmbio de dados na
catalogação descritiva, no uso de ontologias, na orientação para a modelagem
de catálogos e no processo de busca e recuperação da informação.

Enfim, para muitos, biblioteca continua sendo sinônimo de paz e tranquilidade,


onde se fazem reflexões e comparações silenciosas. Mas isso vem mudando, são 150
anos de história, de uma instituição social que a maioria não conhece. As tecnologias
da imprensa, máquina de escrever, telefone, telex, mimeógrafo, microfilme, cartão
perfurado nas margens, computador, disco ótico e redes eletrônicas mudaram a
biblioteca ao longo dos tempos.

Informatização de Unidades de Informação 13


Reflita

Uma pergunta que fica no ar: os livros de papel acabarão?

As bibliotecas passam por um período de transição, em que o material impresso


cede lugar ao material digital. A avalanche de informações agregada às novas condições
de tratamento, armazenagem e acesso à informação, por meio do uso das novas
tecnologias, deixa de ser apenas um clichê e passa a afetar o modelo tradicional das
bibliotecas.

2 BIBLIOTECA TRADICIONAL MODERNA

Desde a invenção da escrita, a biblioteca tradicional, após o advento da imprensa


em 1440, agrega ao seu acervo documentos em papel. Anterior a esse período, o
material utilizado nessas bibliotecas eram tabletes de argila, papiros e pergaminhos
(CUNHA, 1999).

Figura 3 - Argila e Pergaminho

Fonte: Mundo Vestibular (2008); Diácono (2010).

A característica principal desse tipo de biblioteca é a utilização do papel desde


a catalogação do seu acervo até as mínimas informações sobre a mesma. Além disso,
possui um espaço físico bem delimitado, com seus serviços e produtos de forma
mecânica.

14 Informatização de Unidades de Informação


Curiosidade

Saiba um pouco sobre a imprensa com Gutenberg pelo site:


<http://www.museutec.org.br/linhadotempo/inventores/johann_
gutemberg.htm>

Segundo Ohira e Prado (apud SILVA, 2005, p. 3), a revolução acontece com a
introdução dos catálogos em fichas e o abandono do catálogo sob a forma de livro.
Esta etapa compreende de Aristóteles até o início da automação em bibliotecas.

Dica

Para divertir um pouco, assista ao vídeo de um HelpDesk medieval.


Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=4ZwJZNAU-hE

3 BIBLIOTECA AUTOMATIZADA

A evolução desse tipo de biblioteca, que pode-se denominar de biblioteca


automatizada ou moderna, deu-se pela utilização de computadores para realização da
catalogação e organização do acervo/estoque, ou seja, para serviços básicos, conforme
o site da OSS4Lib (2008), caracteriza-se como uma unidade documental em que as
coleções são ainda exclusivamente constituídas por documentação em papel, mas o
processamento técnico já é feito recorrendo aos benefícios da tecnologia.
Outro serviço implementado é o acesso on-line aos bancos de dados, que
“permitiu a dinamização dos processos de recuperação e disseminação da informação”
(OHIRA; PRADO, 2002, p. 61).

Dica

A automação das bibliotecas foi tratada na Unidade 3.

Hoje, bibliotecas universitárias com grande acervo, na sua maioria, possuem


um sistema de controle para catalogação, indexação e organização do acervo.

Informatização de Unidades de Informação 15


Saiba mais

Veja alguns sistemas automatizados, além dos que veremos na Unidade 3,


como:
• Associação Paranaense de Cultura da PUCPR (Pergamum);
• Contempory (Sysbibli);
• DATACOOP - Cooperativa de Bibliotecários, Documentalistas, Arquivistas e
Analistas da Informação (Argonauta);
• Ex-Libris (Aleph500 e Alephino);
• Horizonte Tecnologia de Informática (Multiacervo);
• Modo Novo Consultoria e Informática (Informa Biblioteca Eletrônica);
• Prima Informática (Sophia);
• Salvato Consultoria Tecnológica (BIBLIOBase);
• V&M Informática (Alexandria);
• VTLS America (VTLS/Virtua).

4 BIBLIOTECA ELETRÔNICA

Com vinte anos, mais ou menos, a biblioteca eletrônica define a biblioteca


informatizada, a qual emprega todos os tipos de equipamentos eletrônicos necessários
ao seu funcionamento.
Segundo Ohira e Prado (2002), a biblioteca eletrônica ganha um novo espaço,
o ciberespaço, pois o acesso ao texto não é disponibilizado somente no papel, mas,
também, de forma on-line.

[...] a biblioteca contemporânea utiliza a informação no suporte digital com


o advento do suporte em CD-ROM. A biblioteca eletrônica, a biblioteca do
futuro, pensada como uma nova estratégia para o resgate de informações
onde o texto completo de documentos está disponível on-line. Com o
surgimento da Internet, a biblioteca ganha nova dimensão: deixa de ter
somente um espaço físico e ganha um novo espaço – o ciberespaço. (OHIRA;
PRADO, 2002, p. 61).

Saiba mais

Para Lévy (1999, p. 92), o ciberespaço pode ser definido como, “[...] o espaço
de comunicação aberto pela interconexão mundial de computadores e das
memórias de computadores. [...] Esse novo meio tem a vocação de colocar em
sinergia e interfacear todos os dispositivos de criação de informação”.

16 Informatização de Unidades de Informação


Para Tammara e Salarelli (2008, p.116), a biblioteca eletrônica define-se pela
utilização do equipamento “empregado na leitura dos dados e não pela característica
dos dados utilizados”.
Ohira e Prado (2002, p. 64) trazem o conceito do termo por outros autores,
como para:

Marchiori (1997), biblioteca eletrônica ‘é o termo que se refere ao sistema


no qual os processos básicos da biblioteca são de natureza eletrônica, o
que implica ampla utilização de computadores e de suas facilidades na
construção de índices on-line, busca de textos completos e na recuperação
e armazenagem de registros.’
Para Machado et alii (1999), ‘a biblioteca eletrônica é aquela que está
totalmente automatizada, disponibilizando os seus serviços aos usuários de
forma on-line.’ Complementando, Machado et alii (1999), citando Cunha,
referem-se à biblioteca eletrônica como ‘aquela que o seu acervo, catálogo
e serviços são desenvolvidos em suporte eletrônico.’

De acordo com Tennant (apud TAMMARA; SALARELLI, 2008, p. 116):

[...] uma biblioteca eletrônica compreende tanto materiais quanto serviços


que empregam eletricidade para que sejam usados. Neste sentido, segundo
o autor, a biblioteca eletrônica inclui a biblioteca digital, mas a expressão
‘biblioteca digital’ é empregada mais correntemente e, portanto, é preferível.

Curiosidade

Côrrea, Ohira e Prado (2002) destacam em seu artigo que não há consenso
sobre a definição de biblioteca eletrônica, biblioteca digital e biblioteca
virtual, para muitos autores esses termos são sinônimos.

Côrrea (apud PERUZZO, 2005) reforça que, “uma biblioteca pode ser eletrônica,
virtual e digital ao mesmo tempo e ‘ambas as formas de informação podem e estão
caminhando juntas’” (CORRÊA, 1999, p. 30).

5 BIBLIOTECA DIGITAL / VIRTUAL

A história das bibliotecas digitais está intimamente ligada à realidade dos últimos
anos do século XX: o uso corrente das TICs, que permitiu a ampliação da produção
de informações em formato digital, e o êxito social das redes de comunicação,
impulsionaram o intercâmbio de informações em diferentes formas de apresentação.
Para definir o conceito de uma nova biblioteca, biblioteca virtual foi a expressão
utilizada por muito tempo, tida como a expressão mais velha da biblioteca digital,
bem como o conceito irreal de biblioteca como detentora do conhecimento universal.

Informatização de Unidades de Informação 17


Para muitos autores, o conceito de biblioteca virtual é que o acervo não existe
fisicamente, como destacam Ohira e Prado (2002, p. 63)

‘determina que o preceito da biblioteca virtual é a aplicação universal de


avançada computação de alta velocidade e capacidade de teleprocessamento
para acessar e proporcionar os recursos de informação’ (Rooks, apud Zang
et alii, 2000). O conceito de biblioteca virtual utilizado por Rooks é colocado
por Pereira (1995) como o mais aceito.
[...] Rezende (2000) destaca que o conceito de biblioteca virtual ‘está
relacionado com o conceito de acesso por meio de redes a recursos
informacionais disponíveis em sistemas de base computadorizada, criando a
oportunidade de melhoria da qualidade dos serviços e produtos da biblioteca
que devem visar à eficiência, à qualidade, ao serviço orientado ao usuário
e ao retorno de investimento, mesmo que de forma indireta, otimizando a
prestação de serviços da empresa em questão’.
Para Lemos apud Pereira & Rutina (1999), ‘uma biblioteca virtual seria aquela
que, proporcionando todos ou a maior parte dos serviços de uma biblioteca
tradicional, inclusive o acesso aos textos dos documentos, somente existiria
de forma latente (como a imagem fotográfica, registrada no negativo, mas
ainda não revelada), mostrando-se à medida que, lançando mão dos recursos
disponíveis na Internet, com o emprego dos vínculos de hipertexto, o usuário
fosse colhendo, aqui e ali, as informações do seu interesse’.

Para outros autores, a biblioteca virtual é aquela que necessita da tecnologia


de realidade virtual, como:

Machado et alii (1999) conceituam biblioteca virtual como ‘aquela que utiliza
os meios da realidade virtual, ou seja, como a verdadeira biblioteca do futuro
[...]’ Assim também, para Macedo & Modesto (1999), a biblioteca virtual é
‘mais uma ambiência de realidade não-presencial, depende de recursos mais
complexos, próprios da tecnologia de realidade virtual.’
Para Marchiori (1997), ‘a biblioteca virtual é conceitualizada como um tipo
de biblioteca que, para existir, depende da tecnologia da realidade virtual’.
(OHIRA; PRADO, 2002, p. 64).

Figura 4 - Biblioteca Virtual

Fonte: Miniweb (2012).

18 Informatização de Unidades de Informação


Já a definição da biblioteca digital não é um senso comum e existem várias
maneiras de defini-la. Uma definição que se tem é que esse tipo de biblioteca é
entendida como biblioteca do futuro, idealizada como uma nova estratégia para o
resgate de informações, em que todo o material está disponível on-line, podendo ser
acessado em uma localidade remota por uma rede de computadores, em favor de
uma acessibilidade universal.
A biblioteca digital segue o mesmo modelo da biblioteca tradicional, um
conjunto de livros organizados, pois a gestão e a organização das coleções são
atividades fundamentais, bem como a necessidade de um espaço físico para as
atividades tradicionais, catalogação e conservação do patrimônio bibliográfico.
Segundo Borgman (1996, p. 6),

Bibliotecas digitais são um conjunto de fontes eletrônicas e serviços técnicos


associados para a criação, pesquisa e uso da informação, que possibilitam
uma extensão e um aumento do armazenamento da informação e dos
sistemas de recuperação de informação, manipulando dados digitais em
qualquer meio (texto, imagens, sons, imagens dinâmicas e estáticas) em redes
distribuídas de trabalho. O conteúdo das bibliotecas digitais inclui dados e
metadados que descrevem vários aspectos do dado (representação, criador,
dono, direitos de reprodução) e metadados que consistem em ligações ou
relacionamentos com outros dados ou metadados, sejam esses externos ou
internos à biblioteca digital.

O conceito de biblioteca digital, como apontam Ohira e Prado (2002), é consenso


entre os autores que o definem como,

Para Zang et alii (2000), ‘o conceito digital parece não permitir muitas
alternativas: é uma forma de apresentação de acervo. O acervo pode ser
digital, nas diferentes formas de mídia: disquete, disco rígido, fita e disco
compacto.’ Utilizando o mesmo conceito, Macedo & Modesto (1999)
consideram que a biblioteca digital ‘não contempla materiais convencionais
impressos como livros, já que estes seriam convertidos/digitalizados para o
formato digital.’ Assim, também, para Pereira & Rutina (1999),’a biblioteca
digital seria aquela que teria, além de seu catálogo, os textos dos documentos
de seu acervo armazenados de forma digital, permitindo sua leitura na tela do
monitor ou sua importação (dowload) para o disco rígido do computador [...]’.

Em relação às funções básicas da biblioteca digital, Tammaro e Salarelli (2008,


p. 75) destacam que os objetivos continuam inalterados, “Serrai na formula ‘o uso
máximo dos livros pelo maior numero de usuários”. Mas sim a necessidade de se
repensar os serviços e o gerenciamento dos recursos, como:

a) acesso remoto pelo usuário, por meio de um computador conectado a


uma rede;
b) utilização simultânea do mesmo documento por duas ou mais pessoas;
c) inclusão de produtos e serviços de uma biblioteca ou centro de informação;
d) existência de coleções de documentos correntes onde se pode acessar não-
somente a referência bibliográfica, mas também o seu texto completo [...];
e) provisão de acesso em linha a outras fontes externas de informação
(bibliotecas, museus, bancos de dados, instituições públicas e privadas);

Informatização de Unidades de Informação 19


f) utilização de maneira que a biblioteca local não necessite ser proprietária
do documento solicitado pelo usuário;
g) utilização de diversos suportes de registro da informação tais como texto,
som, imagem e números;
h) existência de unidade de gerenciamento do conhecimento, que inclui
sistema inteligente ou especialista para ajudar na recuperação de informação
mais relevante. (CUNHA, 2000, p. 258)

Para Tammaro e Salarelli (2008), três componentes são essenciais para a


biblioteca digital:
• coleção/conteúdo: a coleção/conteúdo do acervo digital, compreendida aqui como o
processo de aquisição (compra, digitalização etc.), pode ser composta por recursos
multimídias (imagem, som, texto), interligados por informações referenciais;
• serviços de acesso;
• o usuário do serviço, no espaço que a biblioteca digital procura.

Os esforços e investimentos destinados à construção de bibliotecas digitais


trazem vantagens para o usuário, como Arms (apud TAMMARO; SALARELLI, 2008)
relaciona:
• informação entregue diretamente aos usuários;
• melhoramento da pesquisa;
• melhor colaboração;
• atualização das informações;
• melhor uso das informações;
• diminui o fosso digital.

Saiba mais

A Biblioteca Virtual, como as TIC’s, é revolucionária, tanto que no 17º


Congresso Internacional de Educação a Distância, o ex-Diretor Hélio Chaves,
da Regulamentação e Supervisão em Educação a Distância (SERES) do MEC,
comentou que estão cogitando validar a utilização das Bibliotecas Virtuais
como acervo nos processos de autorização e reconhecimento
dos cursos superiores.

As bibliotecas digitais são iguais às tradicionais, mas ampliam seus serviços para
comunidades definidas de usuários. Os serviços da biblioteca digital devem ser muito
superiores àqueles portais que aspiram aos primeiros projetos de biblioteca digital.
Por isso, é importante seguir procedimentos e metodologias baseadas em
normas e padrões, conforme Castro e Santos (2009, p. 7),

20 Informatização de Unidades de Informação


[...] para a representação e a descrição dos recursos informacionais para
o tratamento, a divulgação, o acesso, o uso e o (re) uso dos conteúdos
informacionais, de modo a garantir o (re) uso, a preservação das informações
digitais e a interoperabilidade entre os sistemas informacionais, por meio de
redes de computadores, proporcionando a ampliação do acesso, otimização
de recursos e a integração ambiências.

Ou seja, as regras para a indexação e a catalogação diferenciam-se da biblioteca


digital, pois as regras deverão ser aplicadas “a todos os tipos de objetos e não somente
aos documentos bibliográficos” (TAMMARO; SALARELLI, 2008, p. 212). Os outros tipos
de objetos podem ser áudio, vídeo, imagens e páginas.

Anote

As pesquisas sobre catalogação dos recursos digitais são mediadas pela rede
cooperativa Online Computer Library Center (OCLC) e
pela Library of Congress.
A OCLC é “pioneira em serviços e produtos padronizados de alta qualidade
para acesso à informação internacional [...] destinada à implementação de
serviços bibliotecários, com recursos de novas tecnologias.”
Fonte: Santos (1996, p. 243).

A catalogação para a biblioteca digital exerce uma função fundamental em


relação ao acesso, pois ela permite que os recursos digitais sejam identificados,
localizados, acessados e, quando disponível, fazer download. Sendo assim, para
Tammaro e Salarelli (2008, p. 213)

Um problema adicional será, então, o custo da catalogação. Diante da enorme


quantidade de dados para catalogar, as regras de catalogação dos metadados
foram simplificadas e, de forma coerente com o critério básico da biblioteca
digital, segundo o qual o usuário é o elemento primordial, uma primeira
tentativa foi agir para que as regras dos metadados pudessem ser aplicadas
pelos próprios autores do recurso digital.

Os formatos de catalogação MARC e Z39.50 foram testados, mas os resultados


não foram satisfatórios, como ressaltam os autores

[...] o protocolo Z39.50 [...] é utilizado para a pesquisa em sítios da Rede, e o


conjunto BIB-1, [...]. Todavia, com essas duas primeiras tentativas não foram
resolvidos os problemas de catalogação dos recursos digitais.
[...]. O MARC e os esquemas catalográficos tradicionais não estão adaptados
para descrever tais recursos. (TAMMARO; SALARELLI, 2008, p. 214).

Informatização de Unidades de Informação 21


Reflita

No livro pode-se folhar para ver o conteúdo, já no documento digital não, por
isso que os metadados devem ser associados ao documento.


Os metadados têm como função auxiliar os usuários a: identificar os recursos
digitais, conhecer as condições de acesso aos recursos selecionados e utilizar os
recursos. Já para os gestores, tem como função auxiliar na atividade de preservação
ao longo do tempo (TAMMARO; SALARELLI, 2008).

Saiba mais

Leia o capítulo 9, “Catalogação e metadados”, de Anna M. Tammaro e Alberto


Salarelli para aprofundar o tema.

Anote

Um fator que vem sendo discutido e apresentado com um certo receio pelos
editores tradicionais é a facilidade com que os textos eletrônicos podem ser
adaptados, copiados, recombinados e até plagiados. Para as bibliotecas, fica a
responsabilidade de se adaptar à provisão de recursos de referência na forma
eletrônica controlando o acesso sem pose.

Tammaro e Salarelli (2008, p. 280) ressaltam os problemas legais, que são:


• o conhecimento exato de quem detém os direitos de propriedade intelectual do
recurso digital e de qualquer software que faça parte integrante do serviço para o
uso desse mesmo recurso;
• as condições contratuais das licenças de uso ligadas ao recurso digital ou ao
equipamento e programas necessários para ter acesso ao recurso;
• a proteção da privacidade do autor ou da instituição produtora do recurso;
• a atenção no sentido de preservar a integridade do texto ou de toda obrigação legal
relativa à autenticidade de determinados recursos.

Além dos problemas legais, há os econômicos, uma vez que requerem


investimento constante e, também, uma estratégia de custo.

22 Informatização de Unidades de Informação


Reflita

Vamos discutir no Fórum se podemos scannear um livro e disponibilizá-


lo em formato digital? Quais as implicações legais desse ato? E, se puder
disponibilizar, o que deve ser feito?

Síntese

A evolução das bibliotecas tem merecido destaque, no que se refere ao


desenvolvimento e uso de tecnologias, principalmente as da informação e
comunicação (TICs), pois potencializaram seus serviços com o oferecimento
de novos recursos de acesso, com a utilização de formatos de intercâmbio de
dados na catalogação descritiva, no uso de ontologias, na orientação para a
modelagem de catálogos e no processo de busca e recuperação da informação.
Historicamente, a evolução das bibliotecas deu-se em três momentos:
tradicional, automatizada, eletrônica e digital/virtual.

Para ler...

O artigo da autora Zaira Regina Zafalon, intitulado “Biblioteca em Tempo Real:


o acesso em foco: proposta crítica do modelo de organização da informação
na contemporaneidade”, mostra mais detalhes da evolução das bibliotecas.
Disponível em:
<http://docplayer.com.br/4230188-Artigo-biblioteca-em-tempo-real-o-
acesso-em-foco-proposta-critica-do-modelo-de-organizacao-da-informacao-
na-contemporaneidade.html>.

Informatização de Unidades de Informação 23


Para navegar...

Veja alguns links para Bibliotecas Virtuais, Digitais e Eletrônicas:

Biblioteca Digital da Universidade Estadual de Londrina


http://www.bibliotecadigital.uel.br/
Essa biblioteca disponibiliza teses, dissertações, monografias e TCC’s dos cursos
formadores em nível de pós-graduação (Stricto e Lato Sensu).

Biblioteca Digital da Unicamp


http://libdigi.unicamp.br/
Essa biblioteca disponibiliza a produção Científica/Acadêmica da Unicamp
em formato eletrônico: artigos, fotografias, ilustrações, obras de arte,
revistas, registros sonoros, teses, vídeos e outros documentos de interesse ao
desenvolvimento científico, tecnológico e sociocultural.

Biblioteca Digital de Literatura


http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/
A Biblioteca é fonte primária e gratuita de textos literários em versão integral
na Internet. Tratam-se de obras literárias do Brasil e de Portugal, a partir das
melhores edições. Além da consulta a essas obras, pode-se, também, realizar
pesquisas com informações sobre autores, datas de publicação, editoras, gênero
das obras, entre outras. Atualmente, a biblioteca digital conta com mais de
quinhentos títulos, e o banco de dados, com 57456 obras e 15051 autores
cadastrados.

Cipedya
http://www.cipedya.com/
Biblioteca digital aberta, de uso gratuito, associada a uma interface de busca
similar aos mecanismos de busca tradicionais. No Cipedya, os usuários podem
criar uma biblioteca virtual e disponibilizar documentos de seu interesse,
tais como: textos (artigos, teses, monografias, resumos etc.), imagens, sons,
planilhas ou qualquer tipo de documento em formato digital.

Biblioteca Virtual de Direitos Humanos


http://www.direitoshumanos.usp.br/
Biblioteca criada pela Comissão de Direitos Humanos da USP, apresenta um
extenso acervo de documentos e leis de direitos humanos aprovados pelos
organismos nacionais e internacionais, além de links, referências, textos e
notícias.

24 Informatização de Unidades de Informação


Biblioteca Interativa do SEBRAE
http://bis.sebrae.com.br/bis/
A Biblioteca é disponibiliza publicações que orientam o empreendedor em várias
fases da vida empresarial. O uso do conhecimento pode garantir uma gestão
competitiva, eficiente e moderna.

Biblioteca Virtual - Centro de Documentação e Informação da FAPESP


(BV-CDI)
http://www.bv.fapesp.br
A biblioteca disponibiliza o acesso a diversas bases de dados referenciais de
informações da FAPESP, como bases referenciais, bases de texto completos,
projetos de pesquisa, patentes, indicadores, diretório de eventos e teses, além
de reportagens publicadas pela imprensa sobre a Fundação e notícias gerais
de C,T&I, canais de divulgação científica. Reúne diversas fontes de informação
sobre ciência, tecnologia e inovação (C,T&I) em uma única plataforma na
internet. O novo serviço vai contribuir para a preservação e disseminação da
memória institucional da FAPESP e colaborar para aumentar a quantidade e a
qualidade de conteúdos nacionais em C,T&I que circulam nas redes eletrônicas
e nas novas mídias.

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações – BDTD


http://bdtd.ibict.br/
A Biblioteca, coordenada pelo IBICT, busca integrar os sistemas de informação
de teses e dissertações existentes nas Instituições de Ensino Superior (IES)
brasileiras, bem como estimular o registro e a publicação de teses e dissertações
em meio eletrônico.

Domínio Público
http://www.dominiopublico.gov.br/
Chamado de biblioteca virtual, o portal “Domínio Público”, lançado em
novembro de 2004, traz romances, crônicas e poesias de autores brasileiros,
portugueses e de outros países. Há, ainda, livros e publicações de filosofia,
história e ciências, além de teses e dissertações de universidades brasileiras.
A Secretaria de Educação a Distância do MEC é o órgão responsável pela
manutenção.

SciELO
http://www.scielo.br/
Biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos
científicos brasileiros. O acesso aos títulos dos periódicos e aos artigos pode
ser feito através de índices e de formulários de busca.

Informatização de Unidades de Informação 25


REFERÊNCIAS

BORGMAN, C. L. Social aspects of digital libraries. In: WORKSHOP ON SOCIAL ASPECTS


OF DIGITAL LIBRARIES, 1996, Los Angeles. Final Report… Los Angeles: UCLA/NSF, 1996.
Disponível em: < http://www.sztaki.hu/conferences/deval/presentations/final_report.
html?referer=http%3A%2F%2Fworks.bepress.com%2Fborgman%2F183%2F>. Acesso
em: 11 abr. 2011.

CAMPOS, M.L.M.; CAMPOS, M.L.de A.; CAMPOS, L.M. Web semântica e a gestão de
conteúdos informacionais. In: MARCONDES, C. H. et al. (Org.). Bibliotecas digitais:
saberes e práticas. 2. ed. Salvador: EDUFBA; Brasília: IBICT, 2006. p. 55-74.

CASTRO, F. F.; SANTOS, P. L. V. A. C. Bibliotecas digitais: aspectos no âmbito da


representação e padronização de recursos informacionais.. In: Encontro Nacional de
Pesquisa em Ciência da Informação - ENANCIB, João Pessoa, 10, p. 436-456, 2009.
Disponível em: http://dci2.ccsa.ufpb.br:8080/jspui/handle/123456789/479. Acesso
em: 15 abr. 2011.

CUNHA, Murilo Bastos. Desafios na construção de uma biblioteca digital. Ci. Inf.,
Brasília, v. 28, n. 3, p. 257-268, set./dez. 1999. Disponível em: http://www.scielo.br/
pdf/ci/v28n3/v28n3a3.pdf. Acesso em: 11 abr. 2011.
______. Construindo o futuro: a biblioteca universitária brasileira em 2010. Ci. Inf.,
Brasília, v. 29, n. 1, p. 71-89, jan./abr. 2000. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/
ci/v29n1/v29n1a8.pdf. Acesso em: 11 abr. 2011.

______. Das bibliotecas convencionais às digitais: diferenças e convergências.


Perspectivas em Ciência da Informação, v. 13, n. 1, p. 2-17, jan./abr. 2008.

DIÁCONO, Paulo Nunes. Setembro, mês da Bíblia. set. 2010. Disponível em: <http://
pepaulonunes.blogspot.com/2010/09/setembro-mes-da-biblia.html>. Acesso em: 11
abr. 2011.

DIAS, Tânia Mara. Bibliotecas Virtuais/Digitais: suas ferramentas e contribuições na


educação superior – o caso da PUCPR. 2008. 117f. Dissertação (Mestrado em Educação)
- Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2008.

LEVACOV, M. Bibliotecas virtuais: (r) evolução? Ciência da Informação, Brasília, v. 26,


n. 2, p. 125-135, maio/ago. 1997.

LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo, Ed. 34, 1999. (Coleção Trans).

MINIWEB Educação. Biblioteca Virtual. 2012. Disponível em: <http://www.miniweb.


com.br/biblioteca/bibliotecavirtual.html>. Acesso em: 15 abr. 2012.

MUNDO VESTIBULAR. Escrita. 2008. Disponível em: <http://www.mundovestibular.


com.br/articles/4521/1/ESCRITA/Paacutegina1.html>. Acesso em: 11 abr. 2011.

26 Informatização de Unidades de Informação


OHIRA, M. L. B.; PRADO, N. S. Bibliotecas virtuais e digitais: análise de artigos de
periódicos brasileiros (1995/2000). Ci. Inf., Brasília, v. 31, n. 1, p. 61-74, jan./abr.
2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ci/v31n1/a07v31n1.pdf. Acesso em:
11 abr. 2011.

OSS4Lib. A Biblioteca automatizada. 2008. Disponível em: http://oss4lib.wikidot.com/


biblioteca-automatizada. Acesso em: 15 abr. 2011.

SANTOS, Maria Cecília Loschiavo dos. USP, Universidade de São Paulo: alma mater
paulista, 63 anos. São Paulo: USP, 1998. Disponível em: <https://books.google.com.
br/books?id=UfWX5T6UIZcC>. Acesso em: 15 abr. 2012.

TAMMARO, Ana Maria; SALARELLI, Alberto. A biblioteca digital. Tradução de Antonio


Agenor Briquet de Lemos. Brasilia: Briquet de Lemos, 2008.

Anotações

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Informatização de Unidades de Informação 27


Anotações

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28 Informatização de Unidades de Informação


Unidade 2
Informatização da Informação
Bibliográfica

Objetivo:
• Conhecer o panorama Internacional e
Nacional;
• Compreender o valor de um Sistema de
Gerenciamento de Informação, sua dimensão
e base;
• Conhecer as características e funções básicas
dos Sistemas de Gerenciamento de Bibliotecas.

Conteúdo programático:
• O valor estratégico de um Sistema de
Gerenciamento de Informações;
• Panorama Internacional e a Experiência
Brasileira de Automação das Unidades
Informação;
• Funções básicas dos Sistemas de
Gerenciamento de Bibliotecas;
• Formatos bibliográficos: entrada,
processamento e saída;
• Características de software de informação
bibliográfica: administrativos, de utilidade
bibliográfica, de recuperação da informação.
Bibliotecas Digitais/Virtuais.
Faça aqui seu planejamento de estudos

30 Informatização de Unidades de Informação


1 O VALOR ESTRATÉGICO DE UM SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE
INFORMAÇÕES

Dica

Nos componentes curriculares Informação e Sociedade, Tecnologia da


Informação I e II, você deve ter visto a importância da informação, vejamos
agora o valor de um Sistema de Gerenciamento de Informações.

Na sociedade pós-industrial, a informação é considerada um capital de


grande valor, comparando-se aos recursos de produção, materiais e financeiros. A
nova realidade dessa sociedade altera o significado da informação, para a sociedade
globalizada “agora a informação não é apenas um recurso, mas o recurso. A aceitação
desta ideia a coloca como o recurso-chave de competitividade efetiva, de diferencial
de mercado e de lucratividade nesta nova sociedade” (MORESI, 2000, p. 14).
A informação possui o mesmo valor dos outros recursos da organização, pois é
ela que definirá a gestão estratégica, e, para essa gestão, é necessário, muitas vezes,
um sistema para gerenciá-la.
A informação tem papel fundamental nas atividades de organizações, pois
é um recurso que a gestão usa como fator estruturante, como “informação crítica,
mínima, potencial, sem interesse”, assim, segundo Chaumier (apud MORESI, 2000, p.
15) a informação tem como finalidades: “para conhecimento dos ambientes interno
e externo de uma organização e para atuação nestes ambientes”. Pode-se visualizar
na figura 5 a classificação da informação.

Figura 5 - A classificação da informação segundo a sua finalidade para uma organização

Informação sem interesse


Informação potencial

Informação mínima

Informação crítica

Sobrevivência da Organização

Gestão da organização

Vantagem competitiva

Lixo
Fonte: Moresi (2000, p.15).

Informatização de Unidades de Informação 31


Dica

Leia o artigo “Delineando o valor do sistema de informação de uma


organização”, de Eduardo Amadeu Dutra Moresi, disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/ci/v29n1/v29n1a2.pdf.
Neste, Moresi discute mais detidamente sobre informação sem interesse,
potencial, mínima e crítica.

Como pode perceber a classificação da informação influencia diretamente no


valor da informação, que pode ser classificado como:

- valor de uso: baseia-se na utilização final que se fará com a informação;


- valor de troca: é aquele que o usuário está preparado para pagar e variará de
acordo com as leis de oferta e demanda, podendo também ser denominado
de valor de mercado;
- valor de propriedade, que reflete o custo substitutivo de um bem;
- valor de restrição, que surge no caso de informação secreta ou de interesse
comercial, quando o uso fica restrito apenas a algumas pessoas. (grifos do
autor). (CRONIN apud MORESI, 2000, p. 16)

O valor da informação está em apresentar um cenário futuro, o que dá condições


para o planejamento de ações estratégicas, ou até mesmo, prever fatores críticos, o que
possibilita a antecipação a eventos. Para isso, são elaborados sistemas de informação
que vem para apoiar estas decisões.

Anote

Veja um conceito de sistema de informação:


Laudon e Laudon (1999) definem Sistema de Informação como um conjunto
de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar,
processar, armazenar e distribuir informações com a finalidade de facilitar o
planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o
processo decisório em organizações.

A qualidade do sistema de informação está relacionada com os clientes, em


qualquer organização que fornece algum tipo de produto ou presta serviços, segundo
Band (apud MORESI, 2000), os clientes atuais e sofisticados primam por serviços de
qualidade, serviços, custo e tempo, portanto, são esses os fatores que um sistema de
informação deve possuir para ser de qualidade.

32 Informatização de Unidades de Informação


Reflita

Afinal, qual é a finalidade da informação para uma organização, a


classificação de seus tipos de valor e o seu valor econômico?

Além dos fatores citados por Moresi (2000), os sistemas de gerenciamento


da informação devem fornecer rápida aquisição e armazenamento de grandes
quantidades de informações.

Comentário

No decorrer do componente curricular, falaremos muito em Sistema de


Gerenciamento de Bibliotecas, mas temos que lembrar que os sistemas são
para as Unidades de Informação, que podem ser, além das bibliotecas, os
museus e arquivos. Como por exemplo:
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP)
http://www.masp.art.br/

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)


http://www.iphan.gov.br

Os sistemas de gerenciamento de bibliotecas, segundo Rowley (2002, p. 316),


estão:

[...] consolidados como ferramenta essencial no suporte a serviços eficazes


para os clientes, gestão de acervos e, em geral, administração dos serviços
prestados por bibliotecas e outras instituições que proveem acesso a coleções
de documentos. O foco desses sistemas está na manutenção, desenvolvimento
e controle do acervo. Suportam seleção, encomenda, aquisição, confecção
de etiquetas, catalogação e controle de circulação do acervo da biblioteca.

Hoje, os sistemas informatizados são integrados, antigamente, os sistemas


eram fragmentados, a catalogação era feita num sistema e em outro a circulação do
acervo (ROWLEY, 2002).

Informatização de Unidades de Informação 33


Dica

Como vimos na primeira unidade, que apresentou, brevemente, a evolução


das bibliotecas e seus sistemas.

Atualmente, com a expansão das tecnologias da informação, grande parte dos


processos das organizações utiliza-se dos sistemas de informação. Mas a implantação
de um sistema não é trivial, por isso é necessário analisar e determinar os principais
requisitos do projeto.

Dica

Na Unidade 3 veremos algumas metodologias para análise dos requisitos dos


sistemas de gerenciamento de bibliotecas.
Atente que Sistema de Gerenciamento de Bibliotecas (SGB) e Sistema de
Automação de Biblioteca (SAB) são sinônimos, são sistemas que substituem
alguns serviços das bibliotecas manuais por computadores.

Conforme Mangue (apud DUTRA, 2004, p. 5), a automação ou a informatização


de bibliotecas ou centros de informação estão divididos em dois pontos distintos,
porém, complementares,

O aspecto estrutural que envolve a adoção da tecnologia (aspectos políticos,


financeiros e organizacionais) e o aspecto tecnológico relativo aos requisitos
do próprio software, como implementação e funções e serviços disponíveis.

A produção de software para informatização das bibliotecas já passou do estado


de desenvolvimento, hoje os softwares podem ser agrupados em três tipos básicos,
conforme Lima (apud DUTRA, 2004):

a) Sistemas de gerenciamento de bibliotecas: são sistemas de bases de


dados com uma finalidade específica, projetados para controlar as atividades
essenciais de uma biblioteca. Geralmente funcionam em computadores de
grande porte, permitindo uma padronização, integração, compatibilidade e
intercâmbio de um grande volume de informações como VTLS, ALEPH e outros.
b) Sistemas de gerenciamento de bases de dados bibliográficos: são softwares
que rodam em microcomputadores, destinados a uma clientela que inclui não
apenas bibliotecários, mas também usuários pessoais, como professores e
pesquisadores, como o Endnote, MicroIsis, LigthBase e outros.
c) Sistemas gerenciadores de Bancos de Dados: são softwares de aspecto
comercial mais amplo, que suportam o armazenamento de grandes
quantidades de informação, como o Access e o Dbase.

34 Informatização de Unidades de Informação


Dica

A compreensão desses sistemas não é trivial, devem ser analisados do ponto


de vista tecnológico e organizacional, que analisaremos no capítulo 3 desta
unidade e na Unidade 3.

Saiba mais

Para complementar um pouco sua leitura, veja o blog do Prof. Hamilton


Tabosa, da Universidade Federal do Ceará:
<http://hamiltont.blogspot.com/2009/02/sistemas-automatizados-de-
gerenciamento.html>.

Segundo Rowley (2002), os sistemas devem responder o seguinte tipo de


pergunta “O que existe no acervo” ou “o que está emprestado e para quem”.

2 PANORAMA INTERNACIONAL E A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA DE


AUTOMAÇÃO DAS UNIDADES DE INFORMAÇÃO

Os sistemas de gerenciamento de bibliotecas eram, no início, menos comuns


no setor de bibliotecas especializadas do que nas bibliotecas públicas e universitárias.
Hoje, o mercado desses sistemas está amadurecido, Rowley (2002) diz até que há
saturação em relação aos grandes sistemas, pois as grandes bibliotecas especializadas
e centros de informação possuem experiência.
Com o advento das tecnologias da informação e comunicação, os meios
eletrônicos são utilizados tanto para o tratamento da informação quanto para sua
transmissão (DUTRA; OHIRA, 2004).
Baseado em Rowley (2002), os principais competidores de sistemas grandes,
médios e pequenos internacionais podem ser vistos na tabela 1.

Informatização de Unidades de Informação 35


Tabela 1. Alguns sistemas de gerenciamento de bibliotecas internacionais
Fornecedor Sistema
Sistemas Automated Library Systems Ltd.
Meritus
grandes BLCMP TALIS
DS Ltd. Galaxy 2000
DYNIX Library Systems UK Ltd.
DYNIX, Horizon
GEAC PLUS, ADVANCE
Information Dimensions TECHLIBplus
SLS (Information Systems) Ltd.
LIBERTAS
Sistemas CAIRS CAIRS-IMS, LMS, TMS
médios Inheritance Systems Heritage Library Management
System
Soutron Sydney PLUS
DS Ltd CALM 2000
MISYS Education and Library Genesis
System Ltd
Fretwell-Downing Informatics Ltd. Olib
DDE (Great Britain) Ltd SUPERMAX Library Solution
SIRSI UNICORN
Soutron C2, Soutron Library Sistem
Sistemas DS Ltd CLASS 2000
pequenos Dolphin Computer Services Lexicon
Eurotec Consultants Librarian
Head Software Internacional ELROND
Floyd Ratcliffe LICON
Micro-Librarian Systems MICRO LIBRARIAN
Softlink Europe Ltd Alice
Micoll Computing Ltd LIMES
Fonte: Rowely (2002, p. 338-339).

Curiosidade

Alguns sistemas mencionados pequenos são comercializados para as


bibliotecas escolares.

36 Informatização de Unidades de Informação


As gerações dos sistemas para bibliotecas compreendem na primeira geração
sistemas simples, sendo utilizados para monitorar empréstimos. Na segunda geração
iniciou-se a utilização de bases de dados relacionais com potencial limitado para a
recuperação de informação e início das relações com o usuário. A terceira geração
caracteriza-se pela padronização interna (o formato MARC, a transferência de dados),
pelos sistemas avançados para bases de dados e melhoramento da tecnologia. A quarta
geração caracteriza-se pela padronização interna e externa, relações funcionais para
a transmissão de dados entre várias aplicações.

Anote

Segundo o IBICT, o formato MARC (Machine Readable Cataloguing) é um


conjunto de padrões para identificar, armazenar e comunicar informações
bibliográficas em formato legível por máquina. Devido a uma estrutura de
registro complexa, o formato MARC possui flexibilidade de uso de diversos
tipos de materiais tornando-os compatíveis entre sistemas automatizados.
O formato foi designado para descrever cinco tipos de dados: Bibliográfico,
Coleções, Autoridade, Classificação e Informação à Comunidade.
Veja um exemplo:

Figura 6 - Formato MARC

Fonte: Pergamum (2012).

Rowley (2002) destaca as gerações dos sistemas para bibliotecas, as últimas


versões encontram-se na terceira e quarta geração, veja a tabela 2.

Informatização de Unidades de Informação 37


Tabela 2. Gerações dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas.
Característica 1ª geração 2ª geração 3ª geração 4ª geração
Linguagem de Proprietária C, Assembler Linguagem de Linguagens
programação quarta geração orientadas a
objetos
S i s t e m a Proprietário Específico do UNIX, DOS UNIX, Windows
Operacional fornecedor
S i s t e m a d e Proprietário Proprietário Relacional de Orientada a
gerenciamento entidades objetos
de Base de dados
Comunicação Limitada Algumas Maiores Conectividade
interfaces possibilidades total na Internet
de padrões e
interfaces
I m p o r t a ç ã o / Nenhuma Limitada Presente Totalmente
Exportação integradas;
registros
acrescentados
com um mero
clique
Plataformas de Fechadas Família do Vários Vários
equipamento fornecedor fornecedores fornecedores
Relatórios Formato fixo Formato fixo Definidos pelo Definidos
usuário pelo usuário;
também
recursos de EIS
Cor Nenhuma Nenhuma Sim Multimídia total
Capacidade Limitada Melhorada Ilimitada Inconsútil
Integração dos Nenhuma Pontes Inconsútil Inconsútil
módulos
Arquitetura Compartilhada Compartilhada Distribuída Cliente-Servidor
Interface Baseada em Baseada em Baseada em Escolha de
comandos menuns interface gráfica interface,
inclusive
da Rede, e
interface gráfica
que incorpora
multimídia
Fonte: Rowely (2002, p. 341).

Na primeira geração os módulos eram desenvolvidos individualmente, por


exemplo, um módulo para catalogação, outro para empréstimo, o que limitava a
integração. Os sistemas da segunda geração eram multiplataformas, rodavam em
vários sistemas operacionais. Os da terceira geração trouxeram interface gráfica mais

38 Informatização de Unidades de Informação


elaborada, superando as expectativas. Na quarta geração a arquitetura é cliente-
servidor e módulos para servidores na internet (ROWLEY, 2002).
Vejamos alguns sistemas da quarta geração:
• Pagos: Pergamum, Siabi, Multiacervo, Autodoc, Sysbibli, dentre outros;
• Livres: Open Biblio, PMB, Bib Livre, Gnuteca, Koha, Enilda, dentre outros.

Reflita

Você sabe qual é a geração dos sistemas de gerenciamento de biblioteca


adotado nas bibliotecas que frequenta?

No Brasil também observa-se uma evolução dos meios tradicionais para os


recursos informatizados, o que leva a experiências bem-sucedidas com o apoio das
tecnologias.
A automação das Unidades de Informação teve seu início em 1968, com a
revitalização do Catálogo Coletivo Nacional de Periódicos (CCN), que se constituiu
“em catálogo convencional em fichas, prestando informações centralizadas in loco
aos usuários, por telefone ou correspondência” (KRZYZANOWSKI, 2007, p. 3). Em
1998, o acesso ao CCN tornou-se eletrônico, via WEB. Em 1999, foi implementada a
sua interação como Programa de Comutação Bibliográfica (COMUT).

Texto complementar

Para se aprofundar no assunto leia o artigo publicado na Revista Brasileira


de Biblioteconomia e Documentação, de Rosaly Fávero Krzyzanowski, intitulado
“Cooperação em bibliotecas no Brasil: um panorama da década de 50 até nossos dias”,
disponível em:
http://www.febab.org.br/rbbd/ojs-2.1.1/index.php/rbbd/article/viewFile/27/32.

Este artigo traz um histórico das iniciativas de catalogação cooperativa e de


catálogos coletivos que surgiram no Brasil a partir da década de 50.
Veja algumas das iniciativas:
Década de 50
• Em 1954, pelo decreto federal n° 35.124, foi criado no Rio de Janeiro o Instituto
Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação (IBBD) que, em 1976, foi transformado
em Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT).
• Também em 1954, verificou-se a instalação oficial do Catálogo Coletivo Regional de
Livros do Estado de São Paulo (CCL), na Universidade de São Paulo, por iniciativa da
Reitoria da USP e com apoio do Governo do Estado de São Paulo (CUNHA, 1958). [...]
Em 1994, institui-se um grupo de trabalho para a revisão de dados bibliográficos das
fichas catalográficas do CCL, usando como base o catálogo da Library of Congress
(LC), com vistas à sua automatização e disponibilidade via WEB.

Informatização de Unidades de Informação 39


Década de 60
• Em 1967, destaca-se a criação da Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), hoje
Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, ligada à
Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial da Saúde. Por meio de
convênios com bibliotecas de universidades e centros de documentação em Saúde,
essa instituição desenvolveu notável trabalho cooperativo [...]. Segundo Zaher (1993),
“[...] este esforço cooperativo deu origem à Rede Brasileira de Informação de Ciências
da Saúde [...]”, na atualidade representada pela Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), a
ser abordada mais à frente.

Década de 70
• Experiências de várias instituições, nas suas respectivas áreas do conhecimento,
permitiram a consolidação dos serviços cooperativos nesse período. Dentre essas
instituições, devem-se citar os empreendimentos na realização de bibliografias
especializadas brasileiras nas áreas de:
• Agricultura (Agrícola) pela Empresa Agropecuária de Pesquisas Agrícola (EMBRAPA)
e Biblioteca Nacional de Agricultura (BINAGRI);
• Energia Atômica (INIS) pelo Centro de Informações Nucleares/ Comissão Nacional de
Energia Atômica (CIN/CNEN);
• Saúde (LILACS) pela BIREME, assim como a de Odontologia (BBO) pelo Serviço de
Documentação Odontológica/Faculdade de Odontologia/Universidade de São Paulo
(SDO/FO/USP).
• Biblioteca Complementar de Engenharia (BICENGE), para desenvolver integração e
complementação da documentação e informação naquela área.

• Em 1977, nasceu o Projeto BIBLIODATA/CALCO, como esforço compartilhado da


FGV, IBICT e Fundação Biblioteca Nacional (FBN), constituindo-se, mais tarde, na
Rede BIBLIODATA/CALCO, mediante a cooperação de várias bibliotecas no país,
pioneiramente, a Fundação Joaquim Nabuco, a Escola Superior de Guerra, a PUC-Rio,
o IBGE e a própria FBN.

Década de 80
A década de 80, caracterizada pela crise econômica em todos os setores do país,
levou a restrições orçamentárias que interferiram diretamente nas aquisições de material
bibliográfico pelas bibliotecas [...]. Surgiu a preocupação de como garantir a obtenção de
todas as informações publicadas, tendo em vista o aumento de títulos e os altos custos
envolvidos. Essa década foi marcada pelo grande desafio enfrentado pelas bibliotecas
e centros de documentação em controlar e adquirir a massa de informação produzida,
em suas respectivas áreas do conhecimento, e distribuída em diferentes meios.
É neste ambiente que se destaca o Programa de Comutação Bibliográfica (COMUT),
criado em 1980, sob a responsabilidade da CAPES, através da Portaria n. 456 de
05.08.1980, do Ministério da Educação (MIRANDA, 1985).

40 Informatização de Unidades de Informação


• De 1980 a 1996, todos os procedimentos operacionais (solicitação/atendimento de
cópias de documentos) e administrativos eram feitos manualmente, por meio de
formulários impressos de solicitação e controle. O envio de cópias aos usuários era
basicamente feito pelo correio e, eventualmente, por fax.
• Em 2002, acompanhando as tendências da Tecnologia da Informação, o Programa
COMUT passou a operar em formato eletrônico, via WEB [...]. Sobressaíram-se, nessa
época, os esforços pioneiros das Universidades Federais do Rio Grande do Sul, de Santa
Catarina, de Minas Gerais, do Ceará, da Paraíba e das Estaduais Paulistas: UNICAMP,
UNESP e USP, seguidas das demais existentes no Brasil.
• Em 1986, o Programa Nacional de Bibliotecas Universitárias (PNBU), junto ao
MEC/SESU, em Brasília, com o objetivo da formulação de diretrizes e ações para o
desenvolvimento e eficiência da cooperação entre bibliotecas.
• De 1994 a 1996, “a Rede BIBLIODATA/CALCO foi objeto de um processo de mudanças
bastante amplo, sendo que a principal ocorreu no formato dos registros bibliográficos,
que passou de CALCO para USMARC. Com o fim da utilização do formato CALCO, a
Rede BIBLIODATA/CALCO teve sua denominação alterada para Rede BIBLIODATA” e
sua coleção, armazenada até 1997, tornou-se disponível em CD-ROM.
• A partir de 1999, algumas iniciativas importantes foram tomadas para melhorar a
comunicação e o intercâmbio de dados entre a Unidade Central da Rede e as suas
Bibliotecas Cooperantes. A primeira iniciativa foi a criação de um Web Site para a
Rede BIBLIODATA, lançado em outubro de 1999. De 2001 em diante, os esforços vêm
sendo concentrados, principalmente, no desenvolvimento de um novo sistema para
o gerenciamento do catálogo coletivo da Rede, visando à catalogação cooperativa
on-line.
• Em 1994, a partir de ação conjunta entre CAPES/FINEP/CNPq/SESU, esse Programa
é substituído pelo Programa de Apoio à Aquisição de Periódicos (PAAP), sob a
coordenação da CAPES e FINEP, passando a ter um papel extremamente importante
para o desenvolvimento da pós-graduação nacional. Em 1997, foram apoiadas pelo
novo programa cerca de 264 bibliotecas em 75 IES, com cursos de pós-graduação
no país (LIMA, 2005).

Década de 90
• Apesar da tecnologia de CD-ROM ter evoluído internacionalmente nos anos 80 e ter
sido utilizada pela BIREME/OPAS/OMS já em 1986, seu uso só se concretizou no Brasil
a partir dos anos 90. Em consequência do fim da reserva de mercado de informática,
foi possível a entrada de leitoras de CD-ROM no país e, com elas, o acesso local dos
usuários às bases de dados estrangeiros, disponíveis através desse suporte.
• As iniciativas tecnológicas e operacionais para a disseminação de informações
implantadas pela BIREME [...]. Como resultado dessa atividade cooperativa em nível
nacional, o Sistema de Informação Especializado na área de Odontologia (SIEO) conta
atualmente com a participação de vinte bibliotecas universitárias especializadas na
área, distribuídas pelo território brasileiro, captando literatura para a base de dados
Bibliografia Brasileira de Odontologia (BBO) e a base de dados LILACS (CARVALHO,
2005).

Informatização de Unidades de Informação 41


Na década de 90, [...], a integração das três Universidades Estaduais Paulistas
(UNESP, UNICAMP e USP), no âmbito de serviços bibliotecários. Com o apoio técnico da
BIREME e subsídio da FAPESP, essas universidades realizaram a reunião virtual de seus
acervos de livros e teses, num catálogo coletivo, em CDROM, denominado UNIBIBLI,
“... publicado como edição preliminar, em 1992” (MERCADANTE, 1994). A sua primeira
edição, atualizada e enriquecida pela inclusão do acervo de periódicos dessas três
Universidades, foi lançada, em 1994, durante o 8.º Seminário Nacional de Bibliotecas
Universitárias (SNBU), em Campinas.
No entanto, a grande conquista brasileira na década de 90, para o compartilhamento
da informação, foi a introdução das redes de comunicação acadêmica no país.
Inicialmente, surgiu a BITNET (Because It’s Time Network) em 1990; logo após, veio a
INTERNET, representada pela Rede Nacional de Pesquisa (RNP), lançada oficialmente
também em 1990, por iniciativa do Ministério de Ciência e Tecnologia, do CNPq e do
Plano das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com o apoio da FAPESP e
FAPERJ.
O primeiro exemplo no uso desses recursos, em âmbito nacional, foi a Rede de
Serviços de Informação em Ciência e Tecnologia (Rede ANTARES), instituída em 1993,
pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT), do MCT.
Gerenciado pelo IBICT/CNPq e subvencionado pelo Banco Mundial, o Projeto contou,
para o seu funcionamento, com oito Centros Distribuidores (BIREME, CENAGRI, CIN/
CNEN, CNPq, FGV, IBICT, ILEA/UFRGS, USP/SIBI).
[...] em 1995, Programa de Informação e Comunicação para Ciência e Tecnologia
(PROSSIGA) que, segundo Rebel et al. (1996) “tem como principal objetivo promover a
criação e o uso de serviços de informação, na Internet, voltados para as áreas prioritárias
do Ministério da Ciência e Tecnologia, assim como estimular o uso de veículos eletrônicos
de comunicação pelas comunidades dessas áreas”.
Por outro lado, na década de 90, a tendência mundial no uso da Tecnologia de
Informação e Comunicação, cada vez mais avançada para a publicação de revistas
científicas em meio eletrônico, abriu caminho para a conexão de bases de dados
referenciais com os seus respectivos textos completos, facilitando o acesso à informação,
independentemente de onde foi publicada.
Seguindo essa filosofia e buscando alternativas para complementar a
promover a visibilidade nacional e internacional das revistas científicas brasileiras e,
consequentemente, do conhecimento produzido no país, em 1997 foi criada a Scientific
Electronic Library Online (ScieLO). Esse projeto contou com a parceria da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), do Centro Latino-Americano
e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME) e dos editores científicos
brasileiros (PACKER et al., 1998).
A SciELO tornou-se um modelo brasileiro pioneiro de metodologia para a publicação
eletrônica de periódicos científicos, na Internet. Essa iniciativa se caracterizou como
solução eficiente, não só para assegurar a maior visibilidade à literatura científica
brasileira, mas também para favorecer o acesso gratuito universal da informação
produzida, que vem de encontro ao movimento mundial da comunidade científica
nessa direção.

42 Informatização de Unidades de Informação


A automatização das bibliotecas consolida-se na década de 1980, deste ano em
diante muitos outros projetos foram desenvolvidos, a partir dos modelos existentes
especialmente nos Estados Unidos, com êxito no Brasil visando a ampliar o acesso e
transmissão do conhecimento, inicialmente com uma tímida sofisticação. Hoje, com
o advento da conectividade, a automatização permite obter resultados mais ágeis e
eficazes.
Veja algumas dessas iniciativas: Catálogo Coletivo Regional de Livros do Estado
de São Paulo (CCL), Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências
da Saúde; Biblioteca Virtual em Saúde (BVS); Sistema de Informação Especializado na
área de Odontologia (SIEO); Programa de Informação e Comunicação para Ciência e
Tecnologia (PROSSIGA); Scientific Electronic Library Online (ScieLO); Portal de Periódicos
da CAPES; Portal de Domínio Público, entre outros.
Atualmente, no Brasil existe uma realidade híbrida, em que a maioria das
bibliotecas é do tipo tradicional ou se encontra em fase de automação. No entanto,
já é possível verificar iniciativas no campo das bibliotecas eletrônicas ou digitais.

Reflita

Existem no mercado inúmeros softwares para a automação de bibliotecas.


Com uma gama de opções tão grande surgiram formas de se conhecer as
vantagens e desvantagens de cada um e saber qual melhor se adapta às
necessidades de cada biblioteca através de critérios para seleção,
avaliação e implementação.

3 FUNÇÕES BÁSICAS DOS SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE


BIBLIOTECAS

A automação ou informatização das bibliotecas é a utilização de equipamentos


eletrônicos nas atividades ligadas à administração em bibliotecas ou centros de
informação e órgãos similares. A automação “pode ser gradativa ou integrada, ou
planejada por etapas que contribuam para um sistema final integrado” (ROWLEY,
1994, p. 231).

Dica

Veremos na Unidade 4, os métodos de automação


gradativa e integrada.

Informatização de Unidades de Informação 43


Para Dutra e Ohira (2004, p. 3), as atividades ligadas à administração de uma
biblioteca são:

[...] a seleção e aquisição de material bibliográfico, catalogação, recuperação


de referências, serviços de empréstimos, edição de boletins de notificação
corrente e outros instrumentos de disseminação de informações, além de
tarefas de natureza financeira ou contábil.

Anote

Essas funções não declaram os dados necessários para a criação do banco de


dados, isso será tratado nos componentes curriculares de
Representação Descritiva.
Por exemplo, os prováveis dados para livros seriam:
• Autor
• Titulo
• Editora
• Edição
• Idioma
• Local de publicação
• Data de publicação
• Descrição física
• ISBN
• Resumo
• Nº de classificação

Os prováveis processos internos da biblioteca são:


• pesquisa título
• pesquisa autor
• empréstimo de obra
• reserva título
• retorno de obra emprestada
• avisa disponibilidade de obra (de título reservado)
• pagamento de multa
• cadastra usuário
• cadastrar título
• cadastrar obra

As atividades macros que definem o funcionamento do sistema de gerenciamento,


que, segundo Rowley (2002, p. 316), estão relacionadas com as seguintes áreas:

• encomenda e aquisição
• catalogação
• catálogos em linha de acesso público e outras formas de catálogos
• controle de circulação

44 Informatização de Unidades de Informação


• controle de publicações seriadas
• informações gerenciais
• empréstimos entre bibliotecas
• informação comunitária
• acesso à internet

Reflita

Como as funções de um sistema de gerenciamento para uma biblioteca


escolar podem se diferenciar de uma pública de porte médio?

Rowley (2002, p. 316-317) lista as funções básicas de um Sistema de


Gerenciamento de Bibliotecas:

Realização de encomendas e aquisições


• Encomendas
• Recebimentos
• Reclamações
• Contabilidade de custos
• Consultas (sobre a situação)
• Relatórios e estatísticas (sobre as encomendas)

Catalogação
• Entrada de dados
• Controle de autoridade
• Importação de (registro de outras bases de dados)

Catálogos em linha de acesso público e outras formas de catálogos


• Acesso em linha
• Interface de acesso público
• Outras formas de catálogos
• Acesso à Internet
• Acesso por parte de usuários pela Internet

Controle de circulação
• Definição de parâmetros (conforme a política de empréstimo, horário de funcionamento
etc.)
• Empréstimo
• Devolução
• Renovação
• Multas
• Reservas
• Empréstimos por períodos curtos

Informatização de Unidades de Informação 45


• Manutenção do arquivo de leitores
• Notificações
• Relatório e estatísticas (sobre a utilização do acervo)

Controle de publicações seriadas


• Encomendas (efetivação e renovação de assinaturas)
• Recebimento (de cada fascículo)
• Reclamações
• Encomendas (efetivação e renovação de assinaturas)
• Recebimento (de cada fascículo)
• Reclamações
• Encadernação (controle de volumes que estejam sendo encadernados)
• Contabilidade de custos
• Catalogação (de itens novos)
• Controle de circulação (se os itens forem emprestados ou circularem)
• Consultas (relativas ás publicações seriadas)
• Relatórios e estatísticas

Informações gerencias
• Diversos relatórios e estatísticas
• Ferramentas de análise das informações estatística

Empréstimos entre bibliotecas (igual ao controle da circulação; com menos opções)


• Entrada de dados
• Empréstimo
• Devolução
• Multas
• Manutenção do arquivo de leitores (pode ser o arquivo principal do controle de
circulação)
• Consultas
• Relatórios e estatísticas

Informação comunitária
• Entrada de dados
• Acesso de linha
• Interface de acesso público

Dica

Alguns sistemas podem oferecer recursos adicionais, conforme você


perceberá na Unidade 3.

46 Informatização de Unidades de Informação


As cinco primeiras funções: Realização de encomendas e aquisições, Catalogação,
Catálogos em linha de acesso público e outras formas de catálogos, Controle de
circulação e Controle de publicações seriadas; constituem as atividades essenciais de
um sistema de gerenciamento de bibliotecas.

Saiba mais

Leia o capítulo 5 “Informatização de unidades de informação” do livro


“Unidades de Informação: conceitos e competências”, de Claudia Romani e
Iraci Borszcz (Org.), que também apresenta as características específicas dos
principais processos para informatização
das unidades de informação.

3.1 Sistema de Aquisição

É um procedimento administrativo simples, no qual operações similares se


aplicam a todas as categorias de bibliotecas (ROWLEY, 2002).

Curiosidade

A aquisição destina-se a livros e outros tipos de materiais comprados, doados,


permutados ou assinados.

As funções básicas de um sistema de aquisição são destacadas por Rowley


(2002, p. 318) são:

• receber registros de itens a serem adquiridos;


• verificar se os itens solicitados já fazem parte do acervo ou se estão
encomendados;
• imprimir pedidos de compra ou enviar encomendas eletrônicas aos
fornecedores ou, então, encomendar itens;
• verificar se as encomendas estão em atraso e fazer seu acompanhamento;
• manter arquivo de registro de itens que foram encomendados;
• anotar a chegada de itens adquiridos e providenciar seu pagamento;
• manter estatísticas e a contabilidade do orçamento para a compra de
material bibliográfico.

Para dinamizar o sistema de aquisição, algumas bibliotecas utilizam-se de


notificações do recebimento do material, eletrônico ou em papel, para isso, é preciso
prever no sistema:

Informatização de Unidades de Informação 47


• as informações sobre as novas encomendas
• acréscimo ou correções das encomendas feitas
• relatórios dos livreiros
• informações sobre os livros recebidos
(ROWLEY, 2002, p. 318)

Saiba mais

O blog do Prof. Hamilton, da Universidade Federal do Ceará, descreve um


pouco sobre a interface do sistema de aquisição, para que o usuário possa
fazer sugestões de compra de materiais. Leia no site:
<http://hamiltont.blogspot.com/2009/02/sistemas-automatizados-de-
gerenciamento.html>.

Os pedidos de compras devem ser verificados, pois algum material pode ser
solicitado com duplicidade. Os campos para registrar a encomenda normalmente
incluem, segundo Rowley (2002), número do livro (ISBN), informações bibliográficas,
de maneira suscinta, quantidade de exemplares, preço aproximado, moeda, livraria,
recursos orçamentários.

Reflita

Imagine como seria todo o processo de aquisição de material,


tendo seu início no pedido.

Rowley (2002, p. 319) resumiu as saídas de um sistema de aquisição como:

• listas impressas e eletrônicas do arquivo de encomendas


• listas de novas aquisições
• balancetes contábeis
• reclamações
• sugestões de futuras aquisições
• estatísticas
• cartões do livro
• papeletas para processamento.

Reflita

Existe diferença entre os sistemas de aquisição de material para bibliotecas e


os sistemas de compras em outros ambientes?

48 Informatização de Unidades de Informação


3.2 Sistema de Catalogação

Com o objetivo de facilitar a comunicação, a troca de informações, entre os


profissionais envolvidos com a gestão de material, para operar de forma adequada
e também, propiciar a migração de um sistema para outro e a importação de dados.
Para esse sistema ser adequado, os registros podem ser retirados das seguintes fontes:

• arquivos de registros MARC disponíveis comercialmente


• catálogo coletivo do acervo de várias bibliotecas, ou outra base de dados
compartilhada
• arquivo de registros mantido pela biblioteca (isto é, os registros abrangidos
pelo catálogo existente na biblioteca)
• sistema de aquisição da biblioteca
• catalogação local. (ROWLEY, 2002, p. 320).

Curiosidade

O Sistema de Catalogação utiliza a mesma função de encomenda e


aquisição do Sistema de Aquisição.

Rowley (2002, p. 320) descreve as principais características de um sistema de


catalogação:

• entrada de dados;
• importação;
• controle de autoridade.

A interface é semelhante a um processador de texto, alguns campos devem


ser protegidos e o campo ISBN deve ser validado para assegurar a formatação correta
(ROWLEY, 2002).
O formato MARC é geralmente utilizado nestes sistemas, mas também é possível
utilizar outros tipos de registros, assim o sistema deve possuir condições de manipular
para este formato de registro.

Dica

Os Padrões Bibliográficos e Normas Internacionais são estudados nos


componentes curriculares Fontes de Informação Bibliográfica e
Representação Descritiva.

Informatização de Unidades de Informação 49


Curiosidade

Durante o III Encontro de Internacional de Catalogadores, a professora Estela


Chahbenderian, da Universidade de San Andrés (Argentina), apresentou o
MARCXML como o futuro do formato, que continuará permanecendo como
formato de preservação e intercâmbio.

O controle de autoridade gerencia a forma dos termos de indexação de assuntos


ou dos cabeçalhos, como os autores, que as bibliotecas mantem num arquivo de
registros de autoridade. Segundo Rowley (2002), esses registros são locais ou retirados
de outras instituições, como por exemplo, Library of Congress.

Saiba mais

No livro de Rowley, “Biblioteca Eletrônica”, há uma perspectiva


histórica da catalogação.

3.3 Catálogos em Linha de Acesso Público e Outras Formas de Catálogos

O catálogo em linha acompanha o sistema de catalogação, que é pré-


programado e utilizado como ponto de partida ou adequado para a situação específica
da biblioteca. Segundo Rowley (2002, p. 322), “a biblioteca pode identificar e projetar
menus específicos para uso pessoal e do público, inclusive a definição de diálogos e
mensagens, bem como qualquer informação e textos de ajuda”.
O catálogo deve ser flexível, com uma interface fácil, permitir consultas fora
da biblioteca e ocupar pouco espaço.

Dica

Dependendo do sistema, pode-se até definir os campos a serem indexados.

A possibilidade de busca é outra função oferecida pelos catálogos, a busca pode


ser por expressões ou por palavra-chave. Também podem ser utilizados operadores
booleanos, o que permite buscar por mais de uma palavra. Veja um exemplo de
interface na figura 7.

50 Informatização de Unidades de Informação


Anote

Os operadores booleanos mais utilizados são E, OU e NÃO, e podem ser


combinados na formulação da busca, em que:
• E (AND - &) relaciona dois ou mais termos, o que limita a busca. Por
exemplo: “bibliotecas & universidades” retornará como resultado ambos os
termos.
• OU (OR - |) relaciona dois termos e reúne todos os documentos que
incluam pelo menos um deles. Por exemplo: buscar “biblioteconomia | ciência
da informação” retornará como resultado documentos que contêm um dos
termos ou ambos.
• NÃO (NOT - !) o operador ! procurará registros que contêm o termo de
pesquisa que o antecede, mas não o termo que o posterior. Por exemplo:
ciências ! biologia, retornará como resultado documentos relacionados a
ciências, sem mostrar nenhum onde
apareça também biologia.

Figura 7 - Tela de busca avançada da Biblioteca da Unochapecó

Fonte: Pergamum (2012).

A exibição dos registros pode ser por listas ou índices, geralmente, esses
registros são abreviados, sua exibição do registro é completa, com informação de cada
exemplar e dados bibliográficos do acervo, depois de confirmados. Veja um exemplo
de interface da exibição da lista e dos dados completos nas figuras 8 e 9.

Informatização de Unidades de Informação 51


Figura 8 - Tela do resultado da busca da Biblioteca da Unochapecó

Fonte: Pergamum (2012).

Figura 9 - Tela dos dados completos da Biblioteca da Unochapecó

Fonte: Pergamum (2012).

Curiosidade

Hoje, a maioria dos catálogos encontram-se disponíveis para busca pela


Internet, como por exemplo:
Fundação Biblioteca Nacional - http://www.bn.br/portal/
Colegio Magno-SP - http://www.colmagno.com.br/biblioteca/
Universidade Federal do Paraná - http://www.portal.ufpr.br/index.html
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - <http://sabi.ufrgs.br/
F?RN=473509640>
Universidade Federal do Rio Grande do Norte -
<http://www.sigaa.ufrn.br/sigaa/public/biblioteca/buscaPublicaAcervo.
jsf?aba=p-biblioteca>

52 Informatização de Unidades de Informação


3.4 Sistema de Controle de Circulação

O Sistema de Controle de Circulação tem a função de gerenciar a disponibilidade


dos documentos no acervo da biblioteca. Os materiais devem ser disponibilizados tão
logo quanto possível quando houver demanda (ROWLEY, 2002).
As funções básicas do Sistema de Controle de Circulação são empréstimos,
renovação, devolução, multas e reservas. Segundo Rowley (2002), esse sistema deve
manter os seguintes registros:
• qual material está disponível para retirada;
• qual material está emprestado;
• quando o material emprestado retornará;
• identificar o material quando reservado para devolução, se há a possibilidade de
reemprestar;
• notificações de pedido de devolução e atraso;
• controlar e notificar a quantidade de livros para cada usuário e se é problemático;
• permitir renovar o material;
• calcular a multa e o recebimento;
• estatísticas sobre empréstimos;
• que essas funções sejam confiáveis.

Saiba mais

Veja a seguir dois exemplos que demonstam a compatibilidade que deve


haver entre as funções e equipamentos.

Primeiro exemplo:
Se o sistema permite a impressão de etiquetas com código de barras que
ajudará na identificação dos materiais no balcão de empréstimo; ou se o sistema
permite a geração de etiquetas com código de barras para a identificação da
documentação de usuários, se aceita leitura de impressões digitais para acesso
ao acervo, entre outros. Certamente isso exigirá a existência dos dispositivos
de captura desses dados (leitora de códigos de barras, leitora de digitais) para
que se possa implementar a ferramenta e agilizar o atendimento dos usuários.

Segundo exemplo:
A necessidade de uma impressora compatível para a impressão dos comprovantes
de empréstimo, devolução, renovação, enfim, de todas as operações realizadas
no balcão de empréstimo.

Fonte: Superdahora (2009).

Informatização de Unidades de Informação 53


Os componentes de um sistema de controle de circulação são (ROWLEY, 2002):
• base de dados: que compreende os registros para cada transação;
• número de registro de documentos e de leitores: utilizados para identificar
inequivocamente documentos e usuários;
• dispositivo de captura de dados: geralmente utiliza-se um scanner, que permite a
leitura, por código de barras, dos registros de documentos e usuários.

Para a base de dados, os registros devem especificar, no mínimo:

• informações sobre o documento, por exemplo, seu número de registro


• informações sobre o usuário, por exemplo, o número de registro de usuário
• a data quando a transação foi efetuada (retirada ou devolução).
(ROWLEY, 2002, p. 326).

Os números de registro de documentos e usuários são atribuídos para não


ocorrência de erros nas transações, tanto para os documentos quanto para os leitores,
Rowley (2002) sugere os seguintes estilos:

Para documentos (p. 327):


1. Um número de registro de normalmente derivado de um sistema existente de atribuição
de números de tombamento.
2. Um código alfabético ou número aleatório, muitas vezes atribuído ao acaso, usando
etiquetas onde os números já estão pré-impressos; essas etiquetas são facilmente
coladas nos livros sem muitos preparos.
3. Um número de livro baseado no ISBN. Todos os ISBN têm de ser complementados com
um número indicativo do exemplar. O número resultante talvez seja desnecessariamente
bastante extenso. Além disso, alguns títulos não possuem ISBN, tornando-se necessário
que a biblioteca atribua-lhes um número que lhe seja equivalente.
4. Um número estruturado que inclua informações adicionais acerca do exemplar.
Muitas bibliotecas públicas utilizam sistemas do ISBN baseados em números de nove
ou dez dígitos, que especificam o número de registro, o número do exemplar e sua
localização. Frequentemente esses números são ligados aos ISBN tão utilizados nos
sistemas catalográficos.

Para usuários (p. 328):


1. Um número preexistente e que é utilizado em toda a instituição, como, por exemplo,
o número de matrícula de aluno ou funcionário. A utilização desse número contribui
para a integração de todas as bases de dados que tratam de pessoal e ou estudantes
na instituição.
2. O número aleatório exclusivo, que seja fácil de atribuir.
3. Um número estruturado que contenha informações, como a sucursal onde o usuário
esteja registrado e sua categoria (por exemplo, residente, não-residente, estudante
etc.).

54 Informatização de Unidades de Informação


3.5 Sistema de Controle de Publicações Seriadas

Rowley (2002, p. 329) descreve conceito sobre publicação seriada segundo a


definição do Internacional Seriais Data System (ISDS), de Paris,

[...] ‘uma publicação editada em partes sucessivas e que se destina a continuar


indefinitivamente’. E ainda: ‘as publicações seriadas abrangem periódicos,
jornais, anuários, revistas, memorias, atas e relatórios, etc. de instituições,
bem como séries monográficas. Uma publicação seriada pode ser impressa
ou utilizar técnicas sucedâneas da impressão, e suas partes comumente
apresentam designações numéricas ou cronológicas.

Esse sistema de Controle de Publicações Seriadas diferenciam-se dos sistemas


de controle dos livros, por se tratar de publicações contínuas, sendo assim, um volume
maior de publicações e mais informações para registrar (ROWLEY, 2002).
O Sistema de Controle de Publicações Seriadas apresenta três subsistemas:

• sistema de aquisição – para controlar a seleção, encomenda e recebimento


das publicações seriadas, pagamento e emissão de reclamações quando os
índices ou alguns fascículos não forem recebidos.
• Catalogação – ou manutenção de registros das coleções.
• Controle de circulação – ou manutenção de registros sobre a disponibilidade
das publicações seriadas, inclusive circulação e encadernação.
(ROWLEY, 2002, p. 329).

Anote

Também deve-se considerar as funções listadas a seguir, e a geração de


estatísticas para a administração da biblioteca.
• Informações gerenciais
• Seleção para aquisição
• Aquisição (inclusive renovação de assinaturas)
• Recebimento dos fascículos e emissão de reclamações dos não-recebidos
• Registro das coleções existentes e possibilidades de acesso a suas listas
• Circulação e empréstimo de fascículos
• Encadernação

Na base de dados, cada registro incluirá:

• dados catalográficos (os registros baseiam-se no formato MARC ou outro


formato, provavelmente mais simples)
• dados sobre aquisição, inclusive datas de renovação, nomes e endereços
de editoras, códigos dos fornecedores, custos
• dados sobre recebimento, tais como periodicidade da publicação,
irregularidades, critérios para emissão de reclamações

Informatização de Unidades de Informação 55


• dados sobre encadernação, tais como cor e estilo, número de fascículos
por tomo encadernado, tipo de encadernação
• dados sobre as coleções existentes no acervo
• dados sobre circulação, isto é, nomes e endereços aos quais serão enviadas
as publicações. (ROWLEY, 2002, p. 332).

Rowley (2002) destaca alguns problemas que podem ocorrer exclusivamente


nas publicações seriadas, isso quer dizer, alguns pontos que são específicos desse tipo
de material, como por exemplo:
• recebimento de fascículos em intervalos regulares e irregulares;
• a renovação das assinaturas;
• a catalogação descreve tanto a publicação seriada quanto a coleção existente na
biblioteca;
• a mudança dos títulos dos periódicos, por isso da necessidade de incluir remissivas;
• imprimir e manter as instruções de encadernação;
• a mudança de editoras;
• o controle dos índices, números especiais e suplementos;
• e o recebimento por doação ou permurta.

3.6 Informações Gerenciais

As informações gerenciais, que possuem muitos dados, servem para a


administração da biblioteca apoiar-se na tomada de decisão após analisados. Os
sistemas de gerenciamento de bibliotecas oferecem alguns recursos que produzem
informações como: consulta específica, geração padronizada de relatórios e módulos
criadores de relatórios específicos, que podem ser definidos pelo usuário (ROWLEY,
2002).

Saiba mais

Rowley (2002, p. 333) traz dois exemplos de relatórios


mais utilizados:
• Fornecedor, “com prazo de entrega, desempenho, alterações de preços, custo
médio por item e análise orçamentária a intervalos”;
• Circulação, “com estatísticas de circulação, e análises por item, sucursal,
categoria e usuário”.

56 Informatização de Unidades de Informação


Reflita

Quais outros relatórios poderiam auxiliar na


administração da biblioteca?

3.7 Sistema de Empréstimos entre Bibliotecas

O empréstimo entre bibliotecas tem por objetivo permitir que outras bibliotecas,
por via segura, rápida e econômica, tenham acesso às obras que eventualmente não
possuam em seu acervo.
Para isso, é importante incluir no sistema a geração de pedidos, a notificação
dos usuários, o registro do material solicitado, o registro do material emprestado, “o
controle de devolução e o monitoramento em geral dos usuários e pedidos” (ROWLEY,
2002, p. 334).

Reflita

Segundo Rowley (2002), é possível utilizar o sistema de controle de circulação


de um sistema integrado ou um catálogo de linha de acesso público para
solicitar uma obra. Vamos discutir no Fórum, como podemos fazer isso, quais
procedimentos adotar?

Os serviços que um sistema de empréstimo entre bibliotecas geralmente


oferecem são: solicitação, transmissão dos pedidos, recebimento e empréstimo,
devoluções, atrasos e advertências, renovações, reclamações, cancelamentos e
consultas (ROWLEY, 2002).

Dica

Hoje, as bibliotecas atuam integradas, como as instituições que utilizam os


seguintes sistemas: Pergamum, SIBI, BKAB, SISWEEB, entre outros.

Esses sistemas serão estudados na Unidade 3.

Informatização de Unidades de Informação 57


Reflita

Esse intercâmbio entre bibliotecas tem aumentado em função das tecnologias


de informação e comunicação. Quais as grandes implicações disso?

3.8 Funções da Biblioteca Digital

As bibliotecas digitais incorporam a estrutura e a coleta de informações da


biblioteca tradicional, mas com o uso da representação digital.
Segundo Ferreira (1997), as bibliotecas digitais terão que incorporar os serviços
básicos de aquisição, organização, recuperação e manipulação da informação, com
as características do acesso on-line.
O modo de acesso será diferenciado, por isso deve-se considerar uma interface
amigável e prever três funcionalidades:

1) a primeira é poder procurar a esmo ou folhear (browsing) os índices e a


organização da coleção, para identificar e localizar algum documento que
satisfaça às necessidades do usuário, mas cuja existência é desconhecida;
2) a segunda é pesquisar, inserindo uma dada expressão de busca, para
identificar e localizar determinado documento;
3) a terceira é baixar e usar os documentos, localizados por meio de dois
modos precedentes de busca, inclusive formar sua própria biblioteca pessoal.
(TAMMARO; SALARELLI, 2008, p. 239)

Segundo Tammaro e Salarelli (2008), a biblioteca digital deve oferecer os


seguintes serviços de acesso: login, pesquisa ou folheio, escolha do tipo de recurso,
visualização, escolha do tipo de fornecimento, ordem de apresentação, gestão dos
direitos de acesso, acesso aos recursos e manipulação e uso.
Os serviços mais importantes para a biblioteca digital estão em consonância com
o tradicional, o que acarreta alteração na disponibilização, por esse motivo, alguns
módulos devem ser acrescentados, em que Tammaro e Salarelli (2008) incluem:
• Controle de acessos: os usuários receberão autorização para usar os serviços, sem
prejuízo dos detentores dos direitos.
• Comércio eletrônico: baseia-se em outros serviços como catálogo e recursos
auxiliares de busca, podendo abranger “espelhamento (mirroring), memória em
cache (caching), gestão de direitos e registro dos recursos digitais” (p. 248).
• Serviço de localização: viabiliza “o estabelecimento de identificadores de localização”
(p. 249).
• Identificação do recurso: possibilita a identificação e seleção de serviços e recursos,
em que são colocados à disposição metadados sobre o conteúdo do documento,
por exemplo, o portal temático.

58 Informatização de Unidades de Informação


• Representação do conhecimento: dispõe de um vocabulário de apoio para a
indexação e extensão da busca, e inclui serviços de tradução.
• Serviços de organização por relevância: “são esquemas organizativos que atribuem
pesos aos recursos” (p. 250). Exemplo: identificar a importância de uma coleção de
documentos ou um documento no curso.
• Perfis do usuário: possibilita a personalização das interfaces de busca, permissão
de acesso, perfis de interesse ou comportamento rotineiro.
• Serviços de encomenda: gerencia as solicitações de pedidos, que percorrem a emissão
da encomenda até a entrega do material, para isso, esse sistema deve interagir com
a contabilidade e o faturamento do serviço.

Esses serviços podem integrar uma funcionalidade, desde que esta gerencie o
fluxo de trabalho.

4 PADRÕES BIBLIOGRÁFICOS E NORMAS INTERNACIONAIS

A adoção de padrões e protocolos internacionais específicos à área proporciona


uma uniformização da informação, o que caracteriza a informatização das bibliotecas,
facilitando, assim, o intercâmbio de informações, como dos catálogos.
Veja alguns padrões que o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (IBICT) destaca no artigo de Barreto (2005) intitulado “Software para
Automação de Bibliotecas”:

ISO 2709 - A norma ISO 2709 - Documentation Format for Bibliographic Interchange
on Magnetic Tape foi desenvolvida pelo Comitê Técnico ISO/TC 46, Informação
e Documentação, Subcomitê SC 4, Aplicativos de computador na informação e
documentação, da International Organization for Standardization (ISO). Esta norma
especifica os requisitos para o formato de intercâmbio de registros bibliográficos que
descrevem todas as formas de documentos sujeitos à descrição bibliográfica. Não define
a extensão do conteúdo de documentos individuais e nem designa significado algum
para os parágrafos, indicadores ou identificadores, sendo essas especificações as funções
dos formatos de implementação. A ISO se preocupa em apresentar uma estrutura
generalizada, ou seja, um arcabouço projetado especialmente para a comunicação entre
sistemas de processamento de dados, e não para uso como formato de processamento
dentro dos sistemas (2).

Protocolo OAI-PMH - Open Archives Iniciative Protocol for Metadata Harvesting.


Protocolo modelo de interoperabilidade baseado no processo de coleta automática
de metadados (metadata harvesting). Este protocolo opera sobre o protocolo http.

Informatização de Unidades de Informação 59


Protocolo Z39.50 - Proposto inicialmente, em 1984, para ser utilizado com informações
bibliográficas pela National Information Standard Organization (Niso) e aprovado
em 1995, é utilizado para a recuperação de informação bibliográfica de computador
para computador, possibilitando ao usuário de um sistema pesquisar e recuperar
informações de outro sistema, ambos implementados neste padrão. Especifica formatos
e procedimentos administrando a troca de mensagens entre um cliente e um servidor,
habilitando o cliente a solicitar que o servidor consulte um banco de dados, identifique
registros e recupere um ou todos os dados identificados. Destina-se à comunicação
entre aplicações para recuperação de informações, e não promove a interação entre
o cliente e o usuário.

UNICODE - É um sistema de codificação que estabelece um único número para cada


caracter, não importa a plataforma, não importa o programa, não importa a língua.

XML (eXtensible Markup Language) - Linguagem de descrição documental para


utilização na Internet. O XML é um subconjunto da linguagem SGML, especificamente
para ser usado na Web, com uma estrutura e validação de dados mais sofisticada do
que o HTML.

Dica

O estudo dos Padrões Bibliográficos e Normas Internacionais não é o foco


deste componente curricular, pois serão estudados no componente curricular
Fontes de Informação Bibliográfica e Representação Descritiva.

60 Informatização de Unidades de Informação


Síntese

Os sistemas de gerenciamento de bibliotecas constituem hoje um mercado


maduro, no qual grandes bibliotecas universitárias e a maioria das públicas
adotaram um sistema informatizado.
Os sistemas automatizados de gerenciamento de informação para um
eficaz tratamento e gestão de informações nessas unidades precisam estar
aptos a oferecer alguns recursos, tais como: atendimento ao usuário, processos
técnicos e informações gerenciais.
As funções básicas de um sistema de informação são (ROWLEY, 2002):
aquisição; catalogação; catálogos em linha de acesso público e outras formas de
catálogos; controle de circulação; controle de publicações seriadas; informações
gerenciais; empréstimos entre bibliotecas; informação comunitária. Sendo que
as cinco primeiras são das atividades essenciais.

Para ler...

O livro “A Biblioteca Eletrônica” de Jennifer Rowley apresenta estudos de caso


de alguns Sistemas de Gerenciamento de Bibliotecas, não deixe de ler.

REFERÊNCIAS

BARRETO, Maria H. S. et al. Software para Automação de Bibliotecas. 2005. Disponível


em: http://www.ibict.br/secao.php?cat=Biblioteca%20do%20IBICT/Fontes%20de%20
Informa%E7%E3o/Software%20para%20Automa%E7%E3o%20de%20Bilbiotecas#31.
Acesso em: 15 maio 2011.

DUTRA, Anna K. F.; OHIRA, Maria L. B. Informatização e automação de bibliotecas:


análise das comunicações apresentadas nos seminários nacionais de bibliotecas
universitárias (2000, 2002 e 2004). Inf. Inf., Londrina, v. 9, n. 1 / 2, jan./dez. 2004.
Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/1725.
Acesso em: 15 jul. 2011.

FERREIRA, José Rincon. A biblioteca digital. Revista USP, São Paulo, 35, set./out./nov.
1997. Disponível em: http://www.ime.usp.br/~is/infousp/abertur.htm. Acesso em: 15
abr. 2011.

Informatização de Unidades de Informação 61


KRZYZANOWSKI, Rosaly Fávero. Cooperação em bibliotecas no Brasil: um panorama da
década de 50 até nossos dias. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação,
Nova Série, São Paulo, v.3, n.1, p.1-24, jan-jun. 2007. Disponível em: http://www.febab.
org.br/rbbd/ojs-2.1.1/index.php/rbbd/article/viewFile/27/32. Acesso em: 15 abr. 2011.

LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane P. Sistemas de informação com internet. Rio de
Janeiro: LTC, 1999.

MORESI, Eduardo Amadeu Dutra. Delineando o valor do sistema de informação de


uma organização. Ci. Inf., Brasília, v. 29, n. 1, p. 14-24, jan./abr. 2000Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/ci/v29n1/v29n1a2.pdf. Acesso em: 25 nov. 2011.

ROWLEY, Jennifer. Informática para bibliotecas. Brasília: Briquet Lemos/Livros, 1994.

______. A biblioteca eletrônica. 2. ed. Brasília: Briquet de Lemos, 2002.

SILVA, Fabiano Couto Corrêa da; FAVARETTO, Betanea. Uso de softwares para o
gerenciamento de bibliotecas: um estudo de caso da migração do sistema Aleph para
o sistema Pergamum na Universidade de Santa Cruz do Sul. Ciência da Informação.
Brasília, v. 34, n. 2, p.105-111, maio/ago. 2005. Disponível em:
http://www.ibict.br/cionline/include/getdoc.php?id=1377&public=true. Acesso em:
20 abr. 2011.
SUPERDAHORA. Automação e tratamento de informação em unidades de
informação. fev. 2009. Disponível em: <https://hamiltont.blogspot.com.br/2009/02/
sistemas-automatizados-de-gerenciamento.html>. Acesso em: 25 nov. 2011.

TAMMARO, Ana Maria; SALARELLI, Alberto. A biblioteca digital. Tradução de Antonio


Agenor Briquet de Lemos. Brasilia: Briquet de Lemos, 2008.

62 Informatização de Unidades de Informação


Anotações

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Informatização de Unidades de Informação 63


Anotações

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64 Informatização de Unidades de Informação


Unidade 3
Análise de Requisitos, Avaliação e
Escolha de Softwares para Unidades de
Informação

Objetivo:
• Conhecer e analisar os softwares para
unidades de informação.

Conteúdo programático:
• Requisitos e critérios para escolha de
softwares para bibliotecas;
• Métodos de avaliação de software para
automação;
• Softwares disponíveis no mercado.
Faça aqui seu planejamento de estudos

66 Informatização de Unidades de Informação


1 REQUISITOS E CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE SOFTWARES PARA
BIBLIOTECAS

Dica

Os requisitos e critérios para escolha ou desenvolvimento do software estão


relacionados com a engenharia de software, que identifica o objetivo deste,
ou seja, as funções que exercerá.

A engenharia de software engloba métodos, ferramentas e procedimentos


para o desenvolvimento de software. É amplamente utilizada hoje, desde sua
criação em 1968, pois garante a alta qualidade dos sistemas com custos adequados
(SOMMERVILLE, 2008).
Os métodos definem como fazer a construção do software, as ferramentas
apoiam os métodos e os procedimentos são os elos entre os métodos e as ferramentas
para o desenvolvimento com qualidade.

Saiba mais

O foco do componente curricular não é Engenharia de Software, mas, para


saber mais, leia o primeiro capítulo do livro de Sommerville, “Engenharia de
Software”, na Biblioteca Virtual.

Para garantir a qualidade do software e o custo adequado, a engenharia de


software propõe algumas etapas, essas etapas são chamadas de ciclo de vida, pois
definem todas as atividades durante a vida do software.
Existem vários ciclos de vida, como cascata, espiral, prototipação, incremental,
esses possuem quatro etapas fundamentais: especificação, desenvolvimento, validação
e evolução do software.

Curiosidade

A etapa de especificação é a primeira a ser feita no desenvolvimento de


um software, nela define-se o que o sistema fará, ou seja, suas funções ou
requisitos.
Afinal, o que é um requisito de software?

Informatização de Unidades de Informação 67


1.1 Requisitos de Sistema

Dica

Um software de qualidade e bem projetado está diretamente relacionado aos


requisitos, são os requisitos que determinam seu bom funcionamento, pois
serão úteis do início ao fim do desenvolvimento do sistema.

Os requisitos de sistema são um conjunto das funções e das restrições do


sistema, definidas pelos usuários, para que o software atenda às necessidades das
instituições e organizações.
Segundo Davis (apud SOMMERVILLE, 2008, p. 57),

Se uma empresa pretende fechar um contrato para um projeto de


desenvolvimento de software de grande porte, deve definir as necessidades
de forma abstrata [...]. Os requisitos precisam ser escritos de modo que vários
contratantes possam concorrer pelo contrato e oferecer diferentes maneiras
de atender às necessidades da organização do cliente. [...] o contratante deve
escrever para o cliente uma definição mais detalhada do sistema, para que
este entenda e possa validar o que o software fará. Ambos os documentos
podem ser chamados documentos de requisitos para o sistema.

A descrição dos requisitos deve ser considerada tanto para o desenvolvimento


de um novo sistema quanto para a compra de um existente no mercado. Sommerville
(2008, p. 58) define os requisitos de usuário e de sistema da seguinte maneira:

1. Requisitos de usuários são declarações, em uma linguagem natural com


diagramas, de quais serviços o sistema deverá fornecer a seus usuários e as
restrições com as quais este deve operar.
2. Requisitos de sistema são descrições mais detalhadas das funções, serviços
e restrições operacionais do sistema de software. O documento de requisito
de sistema (às vezes, chamado de especificação funcional) deve definir
exatamente o que deve ser implementado. Pode ser parte do contrato entre
o comprador do sistema e os desenvolvedores de software.

A junção dos requisitos de usuário e de sistema resulta na documentação que


será validada pelo bibliotecário para o desenvolvimento do sistema. Veja no quadro
a seguir um exemplo desses requisitos.

68 Informatização de Unidades de Informação


Quadro 1. Requisitos de usuário e de sistema
Definição de requisito de usuário
1. Relatório do acervo por área do conhecimento.

Definição de requisitos de sistema


1.1. Resumo de empréstimo do acervo por área do conhecimento.
1.2. Qual o livro ou periódico mais retirado por área do conhecimento.
1.3. Quantidade de multas aplicadas.
1.4. O acesso aos relatórios deve ser restrito a usuários autorizados.
Fonte: elaborado pela autora.

Comumente, os requisitos de sistema são classificados em requisitos funcionais


e não-funcionais. Sommerville (2008, p. 59) os define da seguinte maneira:

1. Requisitos funcionais. São declarações de serviços que o sistema deve


fornecer, de como o sistema deve reagir a entradas específicas e de como o
sistema deve se comportar em determinadas situações. [...]
2. Requisitos não funcionais. São restrições aos serviços ou funções oferecidos
pelo sistema. Incluem restrições de timing, restrições no processo de
desenvolvimento e restrições impostas pelas normas. [...].

Os requisitos funcionais especificam o que o sistema deve fazer, sem se


preocupar em como ele fará, por exemplo:
• o sistema deve possibilitar a verificação dos empréstimos;
• o sistema deve emitir relatórios de compras do acervo quinzenalmente;
• os usuários devem poder verificar o histórico de seus empréstimos.

Para Barreto et al. (2005) alguns requisitos relevantes para a automação de


bibliotecas devem ser avaliados, como funcionalidade, confiabilidade, usabilidade,
eficiência, manutenibilidade, portabilidade.

Funcionalidade: analisa a capacidade do software de fornecer funções as quais


satisfazem as necessidades quando usado para automação de bibliotecas. Neste requisito
foram avaliados aspectos referentes a:
• adequação: realiza o que propõe;
• tecnologia: atender às funções básicas de uma biblioteca/centro de documentação;
• seleção, aquisição e catalogação;
• circulação;
• recuperação da informação;
• processo gerencial;
• acurácia;
• interoperabilidade: permite interação com outros sistemas;
• conformidade: está de acordo com normas, leis etc.;
• segurança de acesso (evita acesso não-autorizado a programas e dados?).

Informatização de Unidades de Informação 69


Interoperabilidade: permite interação com outros sistemas;
• conformidade: está de acordo com normas, leis etc.;
• segurança de acesso (evita acesso não-autorizado a programas e dados?).

Confiabilidade: avalia a capacidade de um software de manter seu nível de perfomance.


Os aspectos avaliados neste requisito são:
• maturidade;
• tolerância a falhas;
• recuperabilidade.

Usabilidade: demonstra a capacidade que um software possui em relação ao


entendimento, aprendizagem e satisfação do usuário sob determinadas condições.
Avalia aspectos referentes à facilidade de uso:
• inteligibilidade;
• apreensabilidade;
• operacionalidade.

Eficiência: avalia a capacidade do software de proporcionar o nível de desempenho


exigido, referente à quantidade de recursos usados sob determinadas condições:
• tempo.

Manutenibilidade: avalia a capacidade que o software possui de ser modificado.


Modificações estas que incluem correções, aperfeiçoamentos ou adaptações do software
devido a mudanças de ambiente em solicitações e especificações funcionais:
• analisabilidade;
• modificabilidade;
• estabilidade.

Portabilidade: avalia a capacidade do software de ser transferido de um ambiente


para outro:
• adaptabilidade;
• instalação;
• conformidade.

Fonte: Barreto (2005).

Os requisitos não-funcionais são aqueles que não dizem respeito diretamente


às funções específicas do sistema, elas são mais globais, como manutenibilidade,
usabilidade, desempenho, custos e várias outras. Exemplo dessas são:
• acesso ao banco de dados somente para usuários autorizados;
• o sistema operacional deve ser Linux;
• o desenvolvimento do sistema não deve ultrapassar um ano.

70 Informatização de Unidades de Informação


Dica

São os requisitos que definirão se o sistema é de pequeno ou grande porte, e


mostrarão a complexidade para o desenvolvimento.
Sabemos que os requisitos de um sistema de gerenciamento de biblioteca
possuem funções básicas, vistas no Capítulo 3 da Unidade 2.

Cortê et al. (1999), para atender às necessidades das Bibliotecas da Presidência


da República, considerou alguns requisitos, como:
• processo de seleção e aquisição;
• processamento técnico dos documentos;
• processo de empréstimo de documentos;
• processo de recuperação de informações;
• processo de divulgação da informação;
• processo gerencial.

Requisitos relacionados ao processo de seleção e aquisição caracterizam-se por ser o


módulo gerenciador do processo de aquisição de materiais bibliográficos, por
doação, permuta e compra, tendo como itens imprescindíveis:
a. controle de todo o processo de aquisição;
b. controle de listas de sugestão, seleção, aquisição, reclamações e recebimento;
c. controle de assinatura de periódicos: início, vencimento, renovação e datas previstas
para recebimento dos fascículos; controle de recebimento de fascículos de periódicos
e seriados;
d. identificação de dados do processo de aquisição (número de processo, número de
empenho, preço, número da nota fiscal ou fatura, entre outros);
e. identificação da modalidade de aquisição (doação, compra, permuta, depósito legal).

Como requisitos desejáveis:


a. controle de datas de recebimento do material adquirido;
b. controle contábil e financeiro dos recursos orçamentários para aquisição de material
bibliográfico;
c. controle de fornecedores por compra, doação e permuta;
d. emissão de cartas de cobrança, reclamações e agradecimento de doações;
e. elaboração de lista de duplicatas;
f. elaboração de lista de desideratas;
g. estatística mensal e acumulada de documentos recebidos;
h. cadastro de entidades com as quais mantém intercâmbio de publicações;
i. controle da situação (status) do documento bibliográfico (encomendado, aguardando
autorização, aguardando nota fiscal, encaminhado para pagamento e outros);
j. identificação do usuário que sugeriu o título para aquisição.

Informatização de Unidades de Informação 71


Requisitos relacionados ao processamento técnico dos documentos, um módulo
gerenciador do registro das informações bibliográficas, segundo padrões
internacionais, privilegiando os seguintes requisitos imprescindíveis:
a. atualização em tempo real do banco de dados, nos registros de autoridade e demais
índices, após o envio de novo registro ao servidor;
b. campos e códigos de catalogação de qualquer tipo de documento, inclusive artigos
de periódicos, de acordo com o AACR2;
c. capacidade de armazenar informação legislativa;
d. código de barras para cada documento;
e. construção automática de lista de autoridades a partir dos registros incluídos;
f. construção de remissivas para autores/assuntos;
g. consulta ao tesauro, lista de autoridades e lista de editoras, durante o cadastramento
de um registro;
h. correção de todos os registros associados a um autor ou assunto mediante alteração
na lista de autoridade ou tesauro;
i. exportação de dados para alimentação de bases de dados de catalogação cooperativa;
j. formato MARC dos registros bibliográficos;
k. geração de etiquetas para bolso e lombada dos documentos;
l. importação de dados de centros de catalogação cooperativa on-line e CD-ROM;
m. inclusão de referências, de alterações, revogações e republicações para atos normativos/
legislação;
n. incorporação de textos digitados – sistema de gerenciamento de texto, imagem e som
para inclusão de inteiro teor de atos normativos e resumos de periódicos;
o. possibilidade de duplicação de um registro para inclusão de novas edições;
p. possibilidade de validação dos registros e campos;
q. processamento de materiais especiais, obras raras e outros;
r. sistema de gerenciamento para construção de tesauro.

Requisitos relacionados ao processo de empréstimo de documentos, módulo que


gerencia o uso e circulação dos documentos da Biblioteca, cumprindo os seguintes
procedimentos imprescindíveis:
a. aplicação de multas e suspensões;
b. bloqueio automático de empréstimo sempre que o usuário estiver em atraso ou com
dados cadastrais desatualizados;
c. cadastro de usuários, com inclusão, exclusão e alteração de nomes e endereços, com
categorização de usuários;
d. categorização de empréstimo: empréstimo domiciliar, especial e empréstimo entre
bibliotecas;
e. categorização de usuários e de materiais para fins de definição automática de prazos
e condições de empréstimos e uso;
f. cobrança personalizada, com prazos diferenciados por tipos de materiais e usuários;
g. código de barras para cada leitor;
h. controle de devoluções, renovações, atrasos;
i. controle de usuários pessoais e institucionais;
j. controle dos leitores em atraso;
k. definição de parâmetro para a reserva de livros, com senhas de segurança;

72 Informatização de Unidades de Informação


l. emissão de cartas de cobrança automática para usuários em atraso;
m. emissão de relação de obras que estão em poder dos leitores;
n. emissão de relatórios referentes ao processo de empréstimo: assuntos mais consultados
no período, usuário que realizou maior número de empréstimos;
o. incidência de atrasos em relação aos períodos anteriores, unidade organizacional que
mais consultou a biblioteca;
p. emissão de senhas para os empréstimos;
q. possibilidade de pesquisar a situação em que se encontra o exemplar: disponível,
emprestado, encadernado etc.;
r. realização de empréstimo, devolução, renovação e reserva, on-line;
s. registro de solicitação de fotocópias;
t. relatórios do cadastro de usuários por ordem alfabética, formação, unidade de trabalho;
u. reserva de documentos com prazos diferenciados por tipos de materiais e usuários;
v. rotina completa de empréstimo para qualquer tipo de documento;
w. senha para os empréstimos.

Requisitos relacionados ao processo de recuperação de informações constituem-se


em recursos especiais de pesquisa para localizar documentos em múltiplas bases
de dados, com filtragem de resultados e combinações de conjuntos, agregando
as características imprescindíveis:
a. capacidade de ordenar e classificar os documentos pesquisados;
b. capacidade de permitir que os resultados de pesquisas sejam gravados em disquetes
ou arquivos;
c. consulta à Internet, elaboração de estatísticas;
d. estratégia de pesquisa on-line nas bases de dados por qualquer palavra, campo ou
subcampo;
e. indicação do status do documento pesquisado, se emprestado, em encadernação ou
disponível;
f. possibilidade de envio do resultado da pesquisa por e-mail ao usuário;
g. possibilidade de salvar estratégias de buscas para utilização posterior;
h. recuperação por truncamento à esquerda, à direita e ao meio, operadores booleanos,
proximidade e distância entre termos;
i. visualização do resultado da pesquisa em forma de referência bibliográfica breve e
completa, de acordo com a ABNT.

Requisitos relacionados ao processo de divulgação da informação, módulo gerenciador


das atividades de divulgação, contribuindo para o processo de disseminação de
informações, com os seguintes atributos imprescindíveis:
a. emissão de listas de publicações por assuntos e autores;
b. geração de catálogo coletivo;
c. diferentes formatos de visualização de registros on-line e em relatórios tipo ABNT e
AACR2;
d. elaboração e impressão de bibliografias em formato ABNT;
e. definição de instrumentos de alerta e disseminação seletiva de informações, conforme
perfil dos usuários;
f. pesquisa por conceitos com utilização de tesauro ativo.

Informatização de Unidades de Informação 73


Requisitos relacionados ao processo gerencial, módulo que permite o acompanhamento
e avaliação das atividades da biblioteca do ponto de vista gerencial, tendo como
requisitos imprescindíveis:
a. gerenciamento integrado dos dados e funções da biblioteca;
b. gerenciamento dos tipos de material bibliográfico e informacionais utilizados em
bibliotecas;
c. contabiliza estatísticas de circulação, processamento técnico, seleção, aquisição e
intercâmbio, atualização de tesauro e listas de autoridades, por período;
d. emite relatórios de circulação por assuntos mais consultados;
e. emite relatórios de circulação por tipo de documentos, por período e acumulado;
f. emite relatórios de empréstimos, por períodos;
g. emite relatórios de entrada e recebimento de documentos, por período;
h. inventário com utilização do coletor de dados inteligente;
i. listas de usuários, por categorias.

Fonte: Cortê et al. (1999, p. 244-246).

Cortê et al. (1999, p. 246) relata os requisitos gerais para atender às necessidades
das bibliotecas:
• treinamento: habilitar o usuário na utilização do produto, nos níveis: técnico,
gerencial e operacional;
• instalação, testes e garantia: garantir agilidade e segurança na implantação;
• suporte técnico e manutenção: dúvida e manutenção tanto preventiva quanto
corretiva;
• documentação: de preferência em português e impressa;
• condições institucionais: compatível com a organização nos aspectos computacional,
acervo e perfil do usuário.

Para definição dos requisitos de sistema, Rowley (1994, p. 97) elencou questões
do tipo:

• Quais as operações que o sistema abrangerá?


• Quais as bases de dados que precisam ser criadas?
• Como serão criadas essas bases de dados?
• Quais os tipos de registros que a base de dados conterá?
• Quais as informações que serão procuradas na base de dados?
• Como serão apresentadas as informações encontradas na base de dados?
• Quais as características imprescindíveis e quais aquelas que são simplesmente
acréscimos opcionais?
• Quem usará regularmente o sistema?
• Qual o nível de experiência que se deve esperar dos usuários?

74 Informatização de Unidades de Informação


Reflita

As perguntas anteriores são apenas algumas que podem ser feitas. Quais
outras podemos elaborar?

1.2 Análise e Especificação de Requisitos de Sistema

Dica

Sabido o que é requisito, agora faz-se a análise e a especificação do sistema a


ser adquirido, desenvolvido e instalado.

Análise e especificação de requisitos de sistema são as atividades que


determinarão os objetivos e as restrições associadas ao sistema. Essas atividades são
interdependentes e devem ser desenvolvidas em conjunto com a análise e perdurarem
após a elaboração do relatório, quando serão melhorados os requisitos de sistema.
A análise, segundo Sommerville (2008), é o processo de observação, classificação
e modelagem dos elementos dos requisitos estabelecidos com os stakeholders, ou
seja, com os usuários do sistema para decidir o que fará parte dele.

Anote

O termo stakeholders é utilizado para se referir a uma pessoa, um grupo ou


uma entidade envolvida no processo de desenvolvimento do sistema, direta
ou indiretamente, de uma organização (SOMMERVILLE, 2008).

A especificação é a atividade de traduzir as informações coletadas na análise


para definir o conjunto de requisitos do que o sistema fará, ou seja, como os problemas
levantados na análise serão resolvidos pelo sistema (SOMMERVILLE, 2008).
Para Rowley (1994), a especificação dos requisitos de sistema possui três funções
básicas de documentos:
• comunicação, para apoio às discussões e aprofundamento dos envolvidos no sistema;
• consulta, para implementação, manutenção e inspeção do sistema;
• valor legal, desde que faça parte do contrato.

Informatização de Unidades de Informação 75


Na especificação, Rowley (1994, p. 98) ressalta que deve incluir, além dos
requisitos, outras informações:

1. Antecedentes acerca da instituição.


2. Detalhes sobre os recursos a serem proporcionados por um sistema
informatizado, identificando os obrigatórios e os opcionais.
3. Detalhes do ambiente em que o sistema funcionará, inclusive quaisquer
normas, protocolos de comunicação e regulamentos concernentes à saúde
e à segurança.
4. As dimensões do sistema em termos dos números de registros e transações
a serem processados, a quantidade de estações de trabalho e as taxas de
crescimento.
5. Um cronograma de implementação do sistema.
6. Questões que devam ser obrigatoriamente respondidas pelos fornecedores,
tais como o tamanho do equipamento, requisitos em termos de eletricidade,
mecanismos de suporte ao sistema, custos, etc.
7. Informações relativas a quaisquer limitações especiais, tais como problemas
com o cronograma.
8. Informações quanto a expressões constantes do contrato ou a forma deste,
bem como testes aceitáveis.

Dica

Quanto mais detalhadas as especificações, melhor, e isso serve para


diferentes especificações.

A biblioteca, ou unidade de informação, deve definir seus próprios requisitos


e solicitar os serviços que serão implementados de acordo com a real necessidade,
certificando, no mínimo, que as funções básicas serão atendidas.

2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE SOFTWARE DE AUTOMAÇÃO

Saiba mais

Os métodos de avaliação de software de automação são diferentes das


atividades de desenvolvimento do software, assim, veremos alguns métodos
para avaliá-los prontos.

76 Informatização de Unidades de Informação


Café, Santos e Macedo (2001) descrevem um método para avaliação e seleção
de software de automação de bibliotecas, este serve como instrumento de apoio à
tomada de decisão no processo de escolha do software, pois apresenta uma lista
com 181 critérios e cálculos estatísticos para a seleção e avaliação deste. Os autores
elaboraram essa lista para qualquer biblioteca utilizar como ponto de partida, caso
necessite, fazendo adaptações para sua instituição ou empresa.
Para a avaliação do software, é preciso verificar o peso dos critérios e uma nota
atribuída a cada um. Vejamos os três pesos estabelecidos por Café, Santos e Macedo
(2001, p. 72)

• Indispensável – coeficiente (3). Este peso é atribuído a um critério


imprescindível. Exemplo: a integração de todas as funções de uma biblioteca é
indispensável. Sem ela, a automação da biblioteca não pode ser completada.
• Importante – coeficiente (2). Este peso é atribuído a um critério que pode
ser interessante para a biblioteca. Exemplo: o controle do orçamento da
aquisição é interessante, mas não é fundamental para a realização das tarefas
de seleção e aquisição.
• Dispensável – coeficiente (1). Este peso é atribuído a um critério que
é considerado desnecessário para a biblioteca. Exemplo: a possibilidade
de imprimir etiquetas para bolso de livro é desnecessária uma vez que o
empréstimo utilizará código de barras (grifos do autor).

Dica

Há pessoas que devem analisar o conjunto de critérios conforme sua


competência, “o pessoal da área de informática, por exemplo, analisou
somente o conjunto de critérios relativos às características gerais do software,
ergonomia e tecnologia.” (CAFÉ; SANTOS; MACEDO, 2011, p. 72).

As notas, conforme os autores, obedecem a uma escala de valor de 0 a 5, sendo


assim distribuídas:

• Inexistente (0) – o critério não existe. Por exemplo: se o software não oferece
a possibilidade de fazer uma reserva em linha, este critério receberá a nota (0).
• Muito ruim (1) – o critério possui uma série de problemas, como, por
exemplo, apresentar uma interface de difícil utilização. Este critério receberá
nota (1).
• Ruim (2) – o critério possui ainda pequenos problemas. Este critério receberá
nota (2).
• Regular (3) – o critério funciona. Este critério receberá nota (3).
• Bom (4) – o critério funciona perfeitamente e oferece algumas facilidades
de utilização. Este critério receberá nota (4).
• Excelente (5) – o critério funciona perfeitamente e oferece opções
suplementares interessantes. Este critério receberá nota (5). (CAFÉ; SANTOS;
MACEDO, 2011, p. 72-73, grifos do autor)

Informatização de Unidades de Informação 77


Para consolidar as notas e pesos atribuídos, os autores utilizaram a seguinte
fórmula para calcular a nota final para cada critério indicado:
F=NxP
onde,
F = nota final do critério avaliado
N = média da nota atribuída a um critério
P = média do peso atribuído a um critério

Esta nota terá um valor entre 0 e 15 para cada critério. A soma de todas as
notas finais (F) representará a avaliação final do software pela equipe (CAFÉ; SANTOS;
MACEDO, 2011, p. 73).
Vejamos a lista de critérios estabelecidos por Café, Santos e Macedo (2011):

Quadro 2. Critérios para avaliação software


REQUISITOS PARA AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE SOFTWARES PARA AUTOMAÇÃO DE
BIBLIOTECAS
PESO
Integração de todas as funções da biblioteca
CARAC. GERAIS

Software em língua portuguesa


DO SOFTWARE

Possibilidade de customização (personalização) do sistema


Possibilidade de expansão ou inclusão de novos módulos sob demanda
Documentação (manuais)
Manuais com fluxos operacionais
Preço do produto

Interface gráfica
NOMIA
ERGO-

Possibilidade de customização (personalização) da interface

Menu de ajuda interativo

Arquitetura de rede cliente/servidor


Acesso via browser (Internet)
Acesso via Intranet
Velocidade de operação local (Intranet)
TECNOLOGIA

Velocidade de operação em rede (Internet)


Leitura de código de barras
Compatibilidade com o sistema operacional da biblioteca
Armazenamento e recuperação de caracteres da língua portuguesa
Data no formato dd/mmm/aaaa (língua portuguesa)
Capacidade de suportar acima de 1 milhão de registros bibliográficos
Atualização dos dados em tempo real
Segurança na integridade dos registros

78 Informatização de Unidades de Informação


Possibilidade de identificar alterações feitas no sistema e os responsáveis
Compatibilidade com o formato MARC
Protocolo de comunicação Z39.50
Padrão ISO 2709
Disponibilização on-line do acervo (OPAC)
Importação e exportação de dados para alimentação de sistemas de
catalogação cooperativa
Acesso on-line a catalogos coletivos
Acesso simultâneo de usuários
Acesso ilimitado de usuários
Número de licenças
:Níveis diferenciados de acesso ao sistema (senhas)
Armazenamento e recuperação de documentos digitais em diversos formatos
Tratamento de texto e imagem conforme o DDIF (Digital Documentation
Interchange Format)

Controle integrado do processo de seleção e aquisição


Integração dos dados de pré-catalogação da aquisição para o processamento
técnico
Controle de listas de:
sugestão
seleção
aquisição
reclamações
recebimento
SELEÇÃO E AQUISIÇÃO

Controle de fornecedores
Controle de editores
Cadastro de entidades com as quais mantém intercâmbio de publicações
Mala direta de usuários, editoras e instituições com as quais a biblioteca
mantém intercâmbio
Controle de assinatura de periódicos
Compatibilidade com o formato do CCN
Identificação de dados do processo de aquisição
Identificação da modalidade de aquisição (doação, compra, permuta,
depósito legal)
Controle de datas de recebimento do material adquirido
Emissão de cartas de cobrança, reclamações e agradecimento de doações
Elaboração de lista de duplicatas
Identificação do usuário que sugeriu o título para aquisição
Controle da situação (status) do documento (encomendado, aguardando
autorização, aguardando nota fiscal etc.)
Controle do orçamento

Informatização de Unidades de Informação 79


Possibilidade de especificação da moeda de transação

Compatibilidade dos campos com AACR2 (nível 2)


Controle da entrada de dados com regras de validação para os campos
Construção de lista de autoridades em formato MARC
Sistema de gerenciamento para construção de tesauro poli-hierárquico
Consultas interativas (com remissivas) durante o cadastramento de um
registro:
tesauro
lista de autoridades
PROCESSAMENTO TÉCNICO

lista de editoras
lista de fornecedores
Correção dos registros associados a um autor ou assunto mediante alteração
na lista de autoridade ou tesauro
Possibilidade de duplicação de um registro para inclusão de novas edições
Processamento de materiais especiais
obras raras
memória técnica
periódicos
Possibilidade de importação de dados de catálogos cooperativos on-line
Possibilidade de importação de dados de catálogos cooperativos em CD-ROM
Geração de etiquetas para bolso
Geração de etiquetas para lombada com número de chamada
Geração de etiquetas com código de barras
Atualização em lote
Atualização on-line

Controle integrado do processo de empréstimo


Categorização de empréstimo: empréstimo domiciliar, especial e empréstimo
entre bibliotecas
Cadastro de perfis de usuários
Definição automática de prazos e condições de empréstimo de acordo com
CIRCULAÇÃO

o perfil do usuário para cada tipo de documento


Código de barras para cada usuário
Definição de parâmetro para a reserva de livros
Emissão automática de cartas cobrança ou correio eletrônico para usuários
em atraso
Aplicação de multas e suspensões com bloqueio automático de empréstimos
Possibilidade de pesquisar o status do documento (disponível, emprestado,
em tratamento etc.)
Realização de empréstimo, renovação e reserva on-line

80 Informatização de Unidades de Informação


Interface única de pesquisa (busca em todo o sistema)
Interface gráfica de pesquisa
Interface de busca avançada
Interface de busca on-line
Pesquisa nos campos:
autor
título
assunto
editor
local
palavras-chave
tipo de documento
resumo
classificação (CDU)
classificação (Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq)
RECUPERAÇÃO DE INFORMAÇÕES

ISSN
ISBN
idioma
número de chamada
data
todos os campos
Possibilidade de busca a partir de determinada data ou entre datas
Possibilidade de selecionar os campos a serem pesquisados por caixas de
seleção
Possibilidade de selecionar o mesmo campo mais de uma vez
Refinamento da busca por:
frase
operador booleano AND
operador booleano NOT
operador booleano OR
truncamento à esquerda
truncamento à direita
truncamento ao meio
proximidade entre os termos
distância entre os termos
Possibilidade de busca a partir dos resultados
Possibilidade de salvar estratégias de buscas para utilização posterior
Busca automática por tesauro
Busca interativa a partir da seleção de termos do tesauro
Capacidade de ordenar e classificar os documentos pesquisados por:
autor

Informatização de Unidades de Informação 81


título
assunto
relevância
tipo de documento
data (ordem cronológica decrescente)
Apresentação das referências em ordem cronológica decrescente (default)
Possibilidade de limpar o formulario para nova pesquisa
Visualização do resultado da pesquisa em forma de referência bibliográfica
breve ou completa (com resumo), de acordo com a ABNT
Visualização do resultado da pesquisa em forma de catálogo de acordo com
a AACR2 (nível 2)
Visualização de todos os registros recuperados
Possibilidade de selecionar a quantidade de registros a serem exibidos em
cada página
Visualização do número de registros recuperados
Visualização dos registros numerados (ex: 1/2, 2/2)
Capacidade de selecionar registros do resultado da pesquisa e imprimir
Capacidade de salvar os registros selecionados do resultado da pesquisa
Visualização do cabeçalho com identificação do assunto pesquisado e do
número de referências dos registros gravados
Indicação do status do documento pesquisado (emprestado, em tratamento
ou disponível)
Indicação do status do periódico pesquisado (corrente, encerrado, suspenso)
Possibilidade de solicitação de empréstimo do documento
Possibilidade de solicitação de cópias do documento pelo COMUT

Disseminação seletiva de informações (DSI)


DISSEMI-
NAÇÃO

Serviços de alerta

Gerenciamento de diversos tipos de documento


Geração de relatórios e estatísticas de:
seleção
PROCESSO GERENCIAL

aquisição
processamento técnico
circulação
intercâmbio
recuperação de informações
atualização de tesauro
listas de usuários, por categorias
documentos por utilização
documentos por assunto

82 Informatização de Unidades de Informação


documentos por autores
documentos por tipo
documentos em ordem alfabética
documentos em ordem de classificação
listas de autoridades
Geração de catálogo
Elaboração e impressão de bibliografias em formato ABNT
Inventário automático (código de barras)

Método de conversão retrospectiva de dados


CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA FORNECEDORA

on-line (pesquisa em catálogos cooperativos)


chaves únicas (ISSN, ISBN)
digitalização (scanner)
digitação
Período de teste
Demonstração do produto
Implantação
Treinamento
Suporte
Custo do suporte
Garantia de manutenção
Garantia de doação dos arquivos-fonte do software em caso de falência
Freqüência de atualização do software
Disponibilização de novas versões
Aquisição do software antes da customização
Aquisição do software depois da customização
Fonte: Café, Santos e Macedo (2011).

Vejamos outra lista de critérios definidos por Antonio Marcos Amorim,


apresentada no seu artigo “O Gnuteca e o OpenBiblio: avaliação de softwares livres
para a automação de bibliotecas”, trata-se de um quadro comparativa com os critérios
e notas.

Informatização de Unidades de Informação 83


Quadro 3. Critérios avaliados
Critérios Avaliados
Requisitos Relacionados à Tecnologia de Informação
1. Acesso simultâneo de usuários e tempo adequado de resposta das bases de dados
2. Arquitetura de rede cliente / servidor
3. Capacidade de atualização dos dados em tempo real
4. Capacidade de elaboração de estatística com geração automática de gráficos
5. Capacidade de suportar grande volume de registros bibliográficos (mais de 10
milhões, pelo menos)
6. Compatibilidade com diversas plataformas: rede Microsoft Windows NT ou OS/400;
rede UNIX; rede LINUX
7. Disponibilidade de help on-line sensível ao contexto em língua portuguesa
8. Garantia de manutenção e disponibilidade de novas versões
9. Gestão de bases de dados com diferentes tipos de documentos
10. Usabilidade da interface gráfica
11. Leitura de código de barras
12. Existência e compatibilidade com o protocolo Z39.50
13. Permitir importação e exportação de dados em formato MARC (se necessário)
14. Recuperação de base de dados textuais
15. Segurança na forma de registro e de gerenciamento de dados
16. Tabela de parâmetros para personalizar o funcionamento do sistema
17. Tratamento de textos e imagens
18. Acesso à base de dados via browser Internet e/ou Intranet
Requisitos relacionados ao Processo de Seleção e Aquisição
19. Controle de listas de sugestão
20. Controle de assinatura de periódicos
21. Identificação da modalidade de aquisição (seja por doação, compra, permuta,
ou com depósito legal)
22. Controle contábil e financeiro dos recursos orçamentários para aquisição de
material bibliográfico
23. Controle de fornecedores por compra, doação e permuta; emissão de cartas de
cobrança
24. Elaboração de lista de duplicatas
25. Estatística mensal e acumulada de documentos recebidos
26. Cadastro de entidades com as quais a biblioteca mantém intercâmbio de
publicações
27. Controle da situação (status) do documento bibliográfico (estando este como:
encomendado, aguardando autorização, aguardando nota fiscal, encaminhado para
pagamento, etc.)

84 Informatização de Unidades de Informação


Requisitos relacionados ao Processamento Técnico
28. Atualização do banco de dados e opção de atualização em tempo real de registros
de autoridade e demais índices, após o envio de novo registro ao servidor
29. Campos e códigos de catalogação de qualquer tipo de documento, inclusive
artigos de periódicos, de acordo com o AACR2
30. Construção automática de lista de autoridades
31. Construção de remissivas para autoridades / assuntos
32. Consulta ao tesauro, lista de autoridades e lista de editoras, durante o
cadastramento de um registro
33. Exportação de dados para alimentação de bases de dados de catalogação
cooperativa
34. Uso do formato MARC para os registros bibliográficos
35. Geração de etiquetas para bolso e lombada dos documentos
36. Importação de dados de centros de catalogação cooperativa on-line e de CD-ROM
37. Incorporação de textos digitados. sistema de gerenciamento de texto, imagem
e som para inclusão (de inteiro teor ou não)
38. Possibilidade de validação dos registros e campos
39. Processamento de materiais especiais, obras raras e outros
Requisitos relacionados ao Empréstimo de Documentos
39. Bloqueio automático de empréstimo sempre que o usuário estiver em atraso ou
com dados cadastrais desatualizados
40. Aplicação de multas e suspensões
41. Cadastro de usuários, com inclusão, exclusão e alteração de nomes e endereços,
com categorização de usuários
42. Categorização de empréstimo: domiciliar, especial e empréstimos entre bibliotecas
43. Categorização de usuários por materiais para fins de definição automática de
prazos e condições de empréstimos e uso
44. Cobrança personalizada, com prazos diferenciados por tipos de materiais e
usuários
45. Código de barras para cada leitor
46. Controle de devoluções, renovações e atrasos
47. Controle de leitores em atraso (on-line e por relatórios)
48. Definição de parâmetros para a reserva de livros, com senhas de segurança
49. Emissão de cartas cobrança automáticas para usuários em atraso
50. Possibilidade de pesquisar a situação em que se encontra o exemplar: disponível,
emprestado, encadernado etc.
51. Relatórios do cadastro de usuários, por ordem alfabética, formação, unidade
de trabalho
52. Reserva de documentos, com prazos diferenciados por tipos de materiais e
usuários

Informatização de Unidades de Informação 85


Requisitos relacionados ao processo de Recuperação de Informações
53. Capacidade de ordenar e classificar os documentos pesquisados
54. Capacidade de permitir que os resultados de pesquisas sejam gravados em
disquetes ou em arquivos, ou mesmo enviados por e-mail e impressos
55. Estratégia de pesquisa on-line nas bases de dados por qualquer palavra, campo
ou subcampo
56. Indicação do status do documento pesquisado, se emprestado, em encadernação
ou disponível
57. Possibilidade de salvar estratégias de busca para utilização posterior
58. Recuperação por truncamento à esquerda, à direita e ao meio, operadores
booleanos, proximidade e distância entre termos
59. Visualização do resultado da pesquisa em forma de referência bibliográfica breve
e completa, de acordo com a ABNT ou outra norma internacional
Requisitos relacionados ao processo de Divulgação da Informação
60. Emissão de listas de publicações por assuntos e autores e geração de catálogo
coletivo
61. Elaboração e impressão de bibliografias em formato ABNT ou outra norma válida
62. Definição de instrumentos de alerta e disseminação seletiva de informações,
conforme perfil dos usuários
Requisitos relacionados ao Processo Gerencial
63. Contabiliza estatísticas de circulação, processamento técnico, seleção, aquisição
e intercâmbio, atualização de tesauro e listas de autoridades, por período
64. Emite relatórios de circulação por tipo de documentos, por períodos e acumulado
65. Emite relatórios de empréstimos, por períodos e acumulado
66. Lista de usuários, por categoria
Requisitos gerais (Treinamento, Instalação suporte técnico, Manutenção,
Conversão retrospectiva etc.)
67. Treinamento em nível técnico, envolvendo: entendimento técnico por analistas da
instituição do produto, permitindo-lhes parametrização e customização ao usuário
final
68. Treinamento gerencial, para perfeita compreensão dos procedimentos gerenciais
oferecidos
69. Treinamento operacional, permitindo compreensão de cada rotina de cada
módulo do sistema
70. Oferecimento de documentação completa do sistema (materiais didáticos e
manuais necessários - de preferência em português - seja para a equipe operacional,
seja aos analistas da instituição)
71. Instalação e testes gerais na instituição, sem custos adicionais e com um
profissional de suporte e gerencial para sanar as dúvidas existentes

86 Informatização de Unidades de Informação


72. Oferecimento de contrato de suporte técnico cobrindo todos os serviços
envolvidos (licenciamento do software, implantação de versões atualizadas, correções
de erros de programação etc.).
Fonte: Amorim (2006).

Adelaide Ramos e Côrte et al. (1999, p. 243) também elaboraram uma


metodologia para avaliar e selecionar um software para automação de bibliotecas, o
estudo seguiu os passos:

a) elaboração do diagnóstico das bibliotecas caracterizando acervo, usuários,


capacidade institucional, serviços e produtos oferecidos;
b) observância às diretrizes organizacionais;
c) capacidade tecnológica e parque computacional existentes;
d) revisão de literatura na área de automação em bibliotecas;
e) análise de documentos que registram experiências semelhantes;
f) participação em eventos técnicos na área;
g) análise de catálogos, prospectos, folhetos e documentação sobre os
softwares disponíveis no mercado;
h) contatos com instituições que acompanham o mercado;
i) contatos com fabricantes de softwares;
j) visitas a usuários para verificar o grau de satisfação, bem como os problemas
detectados quando da implantação, acompanhamento e manutenção dos
serviços;
k) troca de informações com analistas de sistemas e bibliotecários de
instituições públicas e privadas;
l) análise da idoneidade das instituições detentoras dos produtos, procurando
evitar a contratação de uma empresa sem história e credibilidade no mercado.

Dica

A avaliação de software deve ser realizada por uma comissão de


bibliotecários, levando-se em consideração um conjunto de requisitos
baseados nas necessidades da instituição, além dos requisitos mencionados
no capítulo 1 desta unidade.

Sabemos que os centros de informação/bibliotecas têm investido para


automatizar seus serviços, entretanto, o processo de implementação deve seguir uma
metodologia. Segundo Silva e Favaretto (2005, p. 107):

Qualquer processo de migração entre sistemas e a biblioteca deve ser o


mais suave possível para todos os envolvidos – equipe responsável, staff da
biblioteca e usuários. Para que isso ocorra, deve haver um planejamento com
toda a equipe, ou seja, fornecedor do novo software e os responsáveis por
essa tarefa dentro da biblioteca. [...] migrações de sucesso mantêm os dados
(bibliográficos e administrativos), as funcionalidades e o fluxo de trabalho
(a biblioteca não pode deixar de disponibilizar seus serviços durante a

Informatização de Unidades de Informação 87


conversão) do sistema anterior, até que sejam incorporadas as características e
capacidades do novo sistema ao servidor de produção que atende à biblioteca.

Além dos critérios relatados, há outras preocupações com a avaliação do


software que devem ser consideradas devido à complexidade, a estratégia de avaliação
e seleção do novo sistema requer a elaboração de um projeto específico e detalhado,
como será visto na Unidade 4.

2.1 Mediação e avaliação da biblioteca digital

A avaliação de uma biblioteca digital segue os mesmos critérios de uma


biblioteca digital, mas, caso os objetivos do uso forem diferentes da tradicional, como
“fazer documentos multimídia, reunindo diversos documentos digitais em rede, para
localizar estudiosos com os mesmos interesses, para se comunicar com parceiros de
um projeto de pesquisa” (TAMMARO; SALARELLI, 2008, p. 309), os critérios deverão
ser diferenciados.

Saiba mais

Tammaro e Salarelli (2008, p. 309-310) contam que foi realizada uma


avaliação de biblioteca digital com os mesmos critérios, mas que os resultados
não foram bons.
Conforme o Grupo Técnico ISSO (TC 46/SC8): “os limites nos quais atuam
os serviços das bibliotecas digitais são diferentes daqueles em que atuam
os serviços das bibliotecas tradicionais”. Além do que, “as possibilidades de
medir o uso das publicações digitais são radicalmente diferentes daquelas das
publicações impressas”.

Os autores afirmam que trabalha-se por uma integração entre as bibliotecas


tradicionais e digitais a fim de criar um novo modelo.

Dica

Há uma norma ISO 2789/2006, que trata sobre a estatística internacional


das bibliotecas digitais, que foi elaborada a partir do projeto LIBECON2000.
Disponível em:
<http://pt.scribd.com/doc/25485182/ISO-2789-2006-E-Character-PDF-
Document>.

88 Informatização de Unidades de Informação


Segundo Tammaro e Salarelli (2008, p. 312), tanto na Europa quanto nos Estados
Unidos foram realizados projetos de mensuração de bibliotecas. No Reino Unido, o
programa eLib financia projetos com a finalidade de melhorar o acesso à informação
e o serviço das bibliotecas, como os projetos:
• E-measures, que perdurou de 2003 a 2005, com o objetivo de criar um “conjunto de
estatísticas para medir os serviços de informação digital nas bibliotecas universitárias
inglesas em apoio ao processo decisório e à melhoria dos serviços” (p. 312).
• eVALUEd, entre 2002 e 2004, “procurou ir além da medição dos indicadores de
desempenho para lidar com a avaliação dos resultados em relação ao fornecimento
de serviços de informação eletrônicos” (p. 312-313).

Já nos Estados Unidos, com o projeto E-Metrics, de 2000 a 2001, foi investigada
“a viabilidade de definir e coletar dados sobre o uso e o valor dos recursos digitais”. O
projeto teve quatro fases, a primeira foi a coleta de informações sobre os procedimentos
atuais, sendo que os resultados obtidos foram utilizados na segunda fase, destinada
a analisar os problemas, definir e testar um conjunto de medidas propostas. Na
terceira fase, um grupo de trabalho investigou como coletar os dados das bases de
dados dos fornecedores. E, na última fase, constatou-se a “necessidade de estudos
adicionais para chegar à mensuração dos serviços das bibliotecas em conexão com o
desempenho da universidade, e ao desenvolvimento de algumas áreas de interesse
comum com a comunidade acadêmica [...]” (TAMMARO; SALARELLI, 2008, p. 314).
Segundo os autores, há algumas indicações metodológicas, mas não uma
definição correta do conjunto-padrão de medidas para avaliação dos serviços das
bibliotecas digitais.
Tammaro e Salarelli (2008) analisaram um conjunto de projetos e iniciativas para
avaliação da biblioteca digital e, com base nessa análise, identificaram três modelos
com diferentes orientações, com abordagem baseada nos: conteúdos, serviços e
usuários. Na figura a seguir são mostradas as características dos três modelos.

Informatização de Unidades de Informação 89


Figura 10 - Modelos de Avaliação da biblioteca digital

Abordagem Abordagem Abordagem Elementos da


centrada nos centrada nos centrada nos avaliação da
usuários conteúdos serviços biblioteca digital
Avaliadores Governos, fundações Projetos de Projetos de
(stakeholders financiadoras, biblioteca digital, biblioteca digital,
[partes instituições a que participação dos participação dos
interessadas]) pertencem as usuários usuários
bibliotecas digitais

Exemplos de O custo total e os Qualidade do serviço Número e tipologia


indicadores de recursos financeiros Funcionalidades dos usuários e
desempenho e humanos da biblioteca frequência de uso
empregados digital medidas em Penetração no
Os recursos e os comparação com a mercado
serviços que estão satisfação do usuário Satisfação do
disponíveis na Rede Assistência oferecida usuário
As infraestruturas aos usuários Melhoramento
e equipamentos Personalização e do ensino e
disponíveis nível do serviço aprendizagem
Custos e eficácia Cursos para o Mudança ocorrida
usuário na instituição
Benchmarking com a adoção
e integração
dos serviços da
biblioteca digital

Objetivo Transparência Melhoramento das Melhoramento


(accountability) funcionalidades e da produtividade
dos serviços do usuário graças
aos serviços da
biblioteca digital

Critérios Eficiência Eficácia Impacto,


benefícios e valor

Periodicidade Periódica Contínua Ciclo de vida do


da avaliação projeto

Definição de Adaptada aos Excepcional, Transformativos,


qualidade objetivos (fitness for perfeição impacto
purposes, value for
money)
Fonte: Tammaro e Satarelli (2008, p. 319).

90 Informatização de Unidades de Informação


O modelo baseado em conteúdo é determinado pelo governo ou pelas
organizações financiadoras das bibliotecas digitais, ele tem como objetivo responder
a pergunta: “O investimento feito vale o seu custo?”. Saracevic (apud TAMMARO;
SALARELLI, 2008, p. 322) afirma que os responsáveis pelos projetos avaliam o
rendimento da seguinte forma,

• eficácia: em que medida o sistema (ou qualquer uma das suas partes)
executa aquilo para o qual foi implementado?
• eficiência: a qual custo (os custos podem ser financeiros ou envolver tempo
e recursos humanos)?
• uma combinação das duas (isto é, custo-eficácia).

Esse modelo, segundo Tammaro e Salarelli (2008, p. 322), tem como foco as
“medidas de conteúdo da coleção digital e na difusão de recursos e serviços, que
determinam o valor do investimento”.
O modelo baseado em serviços baseia-se na funcionalidade dos serviços, tanto
dos conteúdos quanto das interfaces, e inclui a colaboração dos usuários na avaliação
da qualidade, além disso, tem como foco o melhoramento contínuo desses serviços.
Os serviços da biblioteca digital, conforme Saracevic (apud TAMMARO; SALARELLI,
2008, p. 323) classifica, são,

• os critérios da biblioteca tradicional (baseado na coleção, no acesso à


informação e nas normas);
• os critérios da recuperação da informação (baseados na relevância, na
satisfação e no sucesso);
• os critérios da interação homem-máquina (baseados na usabilidade e na
utilidade das funcionalidades do sistema).

O modelo baseado nos usuários fundamenta-se na satisfação do cliente. Neste


sentido, há um estudo desenvolvido pelo projeto Perseus, em que Marchionini, Plaisant
e Komlodi (apud TAMMARO; SALARELLI, 2008, p. 325) identificaram quatro conjuntos
de objetivos de avaliação: “aprendizagem, ensino, sistemas (desempenho, interface,
edição eletrônica), e, por fim, conteúdo (seleção, exatidão)”. Esses relacionam-se com
os critérios de análise

1) melhoramento da aprendizagem; 2) eficácia da infra-estrutura física, 3)


eficácia da infra-estrutura conceitual (organização da informação realizada
pelo projeto Perseus), e principalmente 4) a mudança obtida no sistema
institucional de ensino e aprendizagem.

Informatização de Unidades de Informação 91


Anote

O projeto Perseus tem como foco, segundo Tammaro e Salarelli (2008), o


acesso a coleções multimídia de recursos primários e ferramentas sobre o
mundo grego antigo, oferecido à comunidade acadêmica da Universiade
de Tufts, nos Estados Unidos, para saber mais sobre o projeto acesse o site:
http://www.perseus.tufts.edu/hopper/.

Dica

Para ter mais detalhes desses modelos, leia o livro “A Biblioteca Digital”, de
Anna Maria Tammaro e Alberto Salarelli.

Segundo Tammaro e Salarelli (2008, p. 331), os usuários querem bibliotecas


de fácil utilização e “que contenha uma coleção de recursos digitais suficientes e de
qualidade”. Sendo assim, a diversidade dos objetivos dos diversos interessados é o
principal motivo da existência de vários sistemas de avaliação da biblioteca digital.
Por isso, algumas propostas foram apresentadas na pesquisa de Berlot, McClure e
Ryan (apud TAMMARO; SALARELLI, 2008, p. 320-321), que identificaram os seguintes
critérios:

• extensão: número de serviços fornecidos;


• eficiência: o uso de recursos financeiros para tornar disponível ou para
acessar serviços em rede;
• eficácia: em que medida o serviço atende aos objetivos dos usuários ou do
fornecedor do serviço;
• qualidade do serviço: em que grau de satisfação o serviço ou a atividade
é realizada;
• impacto: como um serviço da biblioteca digital faz a diferença em alguma
atividade ou situação do usuário;
• utilidade: em que grau os serviços são úteis ou adequados para o usuário
individual;
• adoção: em que grau as instituições ou os usuários integram ou adotam
os recursos e os serviços de rede nas atividades institucionais e individuais.
(grifos do autor).

3 SOFTWARES DISPONÍVEIS NO MERCADO

Com a (re)evolução da informática, a automação das Unidades de Informação


iniciou em 1968 no Brasil. Atualmente, com a experiência em sistemas de gerenciamento
de bibliotecas, surgem no mercado várias opções, como os sistemas proprietários:

92 Informatização de Unidades de Informação


• AINFO – Embrapa
• Aleph
• Alexandria
• Arches Lib
• Argonauta
• BiblioBase
• Biblioshop
• Biblium
• Caribe
• Dixi
• GIZ Biblioteca
• Informa
• MultiAcervo
• Ortodocs
• Pergamum
• Sábio
• Siabi
• Sophia
• Sysbibli
• Thesaurus
• Virtua
• Zeus

Como visto, há opções pagas, mas também opções livres. Os softwares livres
são utilizados atualmente como uma forma de se ter softwares com qualidade e,
preferencialmente, sem custos. Existem diversas justificativas para a sua utilização,
como por exemplo, o compartilhamento de código-fonte e a diminuição da duplicação
de esforços, sendo que essas levam à principal, que é a redução de custos.

Saiba mais

A filosofia de sua utilização surgiu com a necessidade de se ter softwares


sem custos de licença de utilização, com desenvolvimento constante e
compartilhado, onde, dependendo do tipo de software pode ser desenvolvido
a nível internacional.

Veja algumas dessas opções livres:


• BibLivre
• Emilda
• Evergreen
• GNUTeca

Informatização de Unidades de Informação 93


• Koha
• Library a la carte
• NewGenLib
• OpenBiblio
• PHL
• PMB
• Scriblio
• Biblio Express
• Biblioteca Fácil
• BiblioteQ
• Minibiblio

Síntese

A decisão por um software que automatize de forma eficiente uma


biblioteca não é uma tarefa fácil. A variedade de opções existentes aliada às
peculiaridades de cada biblioteca dificulta ainda mais a escolha.
A qualidade do software está relacionada aos requisitos designados para
o produto. Alguns requisitos que devem ser avaliados são: funcionalidade,
confiabilidade, usabilidade, eficiência, manutenibilidade e portabilidade.
Para uma biblioteca digital devem ser considerados outros critérios. Com
isso, a diversidade dos objetivos dos diversos interessados é o principal motivo
da existência de vários sistemas de avaliação da biblioteca digital.

Para ler...

Veja alguns estudos sobre avaliação de software para


automação de bibliotecas:

Monografia intitulada “O sistema de automação da biblioteca dos Ministros


do Superior Tribunal de Justiça (SAB): um estudo de caso”, escrita por Sabrina
Ferreira Silva e Aline da Costa Rodrigues. Disponível em:
<http://bdm.unb.br/bitstream/10483/1550/1/2011_AlineRodrigues_
SabrinaSilva.pdf>

94 Informatização de Unidades de Informação


REFERÊNCIAS

AMORIM, Antonio; DAMASIO, Edílson. O Gnuteca e o openBiblio: avaliação de


softwares livres para a automação de bibliotecas. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS (SNBU), 16., Salvador, 2006. Anais... Salvador: SNBU,
2006. Disponível em: <http://eprints.rclis.org/7916/1/Amorim_-_Damasio.pdf>. Acesso
em: 21 nov. 2011.

BARRETO, Maria H. S. et al. Software para Automação de Bibliotecas. 2005. Disponível


em: http://www.ibict.br/secao.php?cat=Biblioteca%20do%20IBICT/Fontes%20de%20
Informa%E7%E3o/Software%20para%20Automa%E7%E3o%20de%20Bilbiotecas#31.
Acesso em: 15 maio 2011.

CAFÉ, Ligia; SANTOS, Christophe Dos; MACEDO, Flávia. Proposta de um método para
escolha de software de automação de bibliotecas. Ci. Inf., Brasília, v. 30, n. 2, p. 70-79,
maio/ago. 2001. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ci/v30n2/6213.pdf. Acesso
em: 20 mar. 2011.

CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS (Brasil). Câmara Técnica de Documentos


Eletrônicos. Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão
Arquivísticade Documentos -e-ARQBrasil. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: http://
www.conarq.arquivonacional.gov.br/media/publicacoes/earqmet/earqbrasilv1.1.pdf.
Acesso em: 20 mar. 2011.

CÔRTE, Adelaide Ramos e et.al. Avaliação de Softwares para Bibliotecas e Arquivos:


uma visão do cenário nacional. 2. ed. rev. ampl. São Paulo: Polis, 2002.

PERGAMUM. Sistema de Empréstimo. 2009. Disponível em: <http://www5.


unochapeco.edu.br/pergamum/biblioteca/>. Acesso em: 20 mar. 2011.

O’BRIEN, J. A. Sistemas de Informação e as Decisões Gerencias na Era da Internet.


2.ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

ROWLEY, Jennifer. Informática para bibliotecas. Brasília: Briquet de Lemos Livros, 1994.

SOMMERVILLE, Ian. Engenharia de software. 8. ed. São Paulo: Addison - Wesley, 2008.

TAMMARO, Ana Maria; SALARELLI, Alberto. A biblioteca digital. Tradução de Antonio


Agenor Briquet de Lemos. Brasilia: Briquet de Lemos, 2008.

Informatização de Unidades de Informação 95


Anotações

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96 Informatização de Unidades de Informação


Unidade 4
Projeto de Automação de uma
Biblioteca

Objetivo:
• Compreender o desenvolvimento de um
projeto de automação de uma biblioteca.

Conteúdo programático:
• Perspectiva de gerência da unidade de
informação e sua importância no Projeto;
• O papel do profissional da informação;
• Elaboração de projetos de automação.
Faça aqui seu planejamento de estudos

98 Informatização de Unidades de Informação


1 PERSPECTIVA DE GERÊNCIA DA UNIDADE DE INFORMAÇÃO E SUA
IMPORTÂNCIA NO PROJETO

Saiba mais

Nas unidades anteriores, vimos que informatizar uma unidade de informação


ou centro de informação não é um processo trivial, deve ser bem planejado,
pois envolve recursos institucionais, tecnológicos e financeiros para que a
implantação seja, digamos assim, tranquila.

A gerência da unidade de informação ou da biblioteca preocupa-se com a


administração da biblioteca e, principalmente, com a qualidade na prestação dos
serviços oferecidos à comunidade, com isso e com o advento da informatização dos
sistemas e das tecnologias de informação e comunicação (TIC), esses serviços foram
aprimorados, e a gerência dessas organizações têm papel fundamental na avaliação,
desenvolvimento e implantação desse sistema.
O gerenciamento de biblioteca pode ser automatizado. Esta automação
muitas vezes provoca uma reação em cadeia, por exemplo, o primeiro serviço a ser
automatizado é o sistema de circulação, e esse necessitará produzir aviso de atrasos
inteligente, consequentemente, precisará de um sistema de catálogo do acervo, no
qual mostra o que existe nele. Este sistema deve possuir um subsistema de aquisição
do acervo (ROWLEY, 1994).

Curiosidade

Antigamente, a automação podia ser gradativa ou integrada.


A automação gradativa é facilmente e comumente implementada, a
vantagem desse método é que os esforços concentram-se nos serviços mais
urgentes e, também, pela limitação de recursos. A desvantagem que pode
ocorrer é que futuramente possa haver incompatibilidade com o que já foi
desenvolvido, por isso da importância de selecionar um sistema que disponha
de pacotes ou subsistemas (ROWLEY, 1994).
Na automação integrada, como o próprio nome sugere, os arquivos
são interligados, a inclusão, alteração ou exclusão de um registro é
automaticamente alterada nos demais arquivos. Esse método de automação,
segundo Rowley (1994, p. 231), proporciona confiança quanto ao
sucesso da informatização, pois “elimina quaisquer apreensões quanto a
incompatibilidade, oferece mais oportunidades de economia de pessoal e
melhores informações gerenciais.”

Informatização de Unidades de Informação 99


Hoje, os sistemas informatizados são integrados, e não mais fragmentados, e
geralmente ligados a uma associação.
No Brasil, a informatização das bibliotecas é avançada. Até 1998, os serviços
que destacavam-se eram de catalogação e indexação automatizada. Segundo Lima
(1999, p. 311),

[...] a primeira demanda se concentra na organização do catálogo e na solução


de seus problemas mais freqüentes, como a geração de registros no controle
da coleção, sua disponibilização e a flexibilização do seu acesso.

Saiba mais

Hoje, vários sistemas de gerenciamento de bibliotecas atendem outras


funções além da catalogação e indexação, como aquisição e empréstimo,
controle de circulação e empréstimos entre bibliotecas, entre outros. Como
você pode perceber ao realizar a
atividade 2 da Unidade 3.


Rowley (1994) elenca algumas razões que justificam a automação dos serviços
na biblioteca, como redução de tarefas repetidas, em que os dados são inseridos uma
única vez, assim, pode-se acessá-los e alterá-los; são mais baratos e eficientes; propõe
novos serviços; controlam algumas funções, para que, no momento certo, possam
auxiliar na tomada de decisão.
Como dito no início da unidade, desenvolver um software não é um processo
trivial, Rowley (1994) afirma que, para desenvolver um novo software, deve-se analisar
e elaborar fluxograma e outros gráficos das funções e operações que o sistema
executará. Para escolher um sistema ou pacote de software, a análise não precisar ser
detalhada, por mais que sirva de base para a seleção.
As pessoas envolvidas num projeto de desenvolvimento ou implantação de um
sistema devem avaliar os processos e funções constantemente, para poder monitorar
os processos. Para isso, podem se valer de alguns itens descritos no projeto, como:

• introdução, escopo, objetivos, funções atuais principais, questões de


desempenho, restrições técnicas, administrativas e financeiras;
• estimativas de projeto, cronograma, custos, benefícios e viabilidades;
• riscos e impactos;
• recursos do projeto (humanos, técnicos, especiais) e equipe (atribuições);
• relatórios, mecanismos de rastreamentos e controles;
• pareceres, recomendações, sugestões, etc. (REZENDE, 2002, p. 87-88).

100 Informatização de Unidades de Informação


Anote

Marcondes (2008, p. 12) demonstra no seu material didático os componentes


de sistema de automação de biblioteca.

Figura 11 - Componentes sistema de automação biblioteca


“Software” “Software” Sistemas Cliente de Cliente Cliente de Cliente
aplicativo de catalogação Z39.50 circulação de
automação consulta
de Servidor de bases de dados bibliográficas
bibliotecas Servidor Z39.50
SGBD – Sistema gerenciador de bases de dados
Servidor Web
“Software” Sistemas operacionais / sistemas operacionais de rede
Básico Protocolos de comunicação (TCP/IP)
“Hardware” Computadores
Outros acessórios
Infraestrutura Estrutura física da rede
de redes e Equipamentos auxiliares e de conexão
comunicação Placas de interface

Fonte: Marcondes (2008, p. 12)

Esses componentes devem estar descritos no projeto.

Para acompanhar o desenvolvimento ou a implantação do sistema, também


utiliza-se o projeto, mais especificamente o cronograma. Essa fase pode ser chamada
de Implantação, nela é estabelecido o planejamento da instalação e implementação
do sistema.
O cronograma deve atingir vários aspectos, conforme Rowley (1994) destaca,
para:
1. Preparação e planejamento: definir as formas dos registros e dos arquivos para
a aplicação e base de dados, e preparar os locais para as estações de trabalho e as
redes.
2. Instalação do equipamento: das estações de trabalho e dos periféricos (impressora,
leitor de código de barra).
3. Instalação do software: a instalação e teste do software com a base de dados.
4. Criação das bases de dados: definição dos procedimentos para registrar a inclusão
de novos itens, e a gestão das informações que apoiaram a prestação de serviços.
5. Treinamento pessoal: o treinamento propriamente e os manuais de instruções e
referências.
6. Implementação do sistema: disponibilizar o sistema para toda a biblioteca.

Informatização de Unidades de Informação 101


Dica

Após a fase de implementação é importante avaliar. Então veremos a última


fase, de avaliação.

Na fase de avaliação é importante retornar às especificações definidas no


projeto e analisar se o sistema atende ao objetivo traçado. Essa fase serve, também,
para verificar a necessidade de se aperfeiçoar a utilização do sistema. Para isso, a
participação do grupo que utilizará o sistema é importantíssima, pois são eles que
influenciarão na manutenção e revisão dos sistemas (ROWLEY, 1994).

Dica

Segundo Côrte (1999), um projeto de automação pode levar de 12 a 18


meses, considerando um software do mercado. Caso seja necessário o
desenvolvimento de um software, o projeto deverá levar até 4 anos.
Qualquer projeto de automação, após 10 anos de desenvolvimento,
enfrentará problemas de desempenho, consistência e qualidade dos dados,
que inviabilizarão a implantação. Alguns desses problemas seriam com
defasagem dos computadores e redes de comunicação, reestruturação da
biblioteca ou unidade de informação e falhas na comunicação.

A implantação de um sistema de automação do mercado pode requerer uma


customização, que Café (2001) considera um dos critérios fundamentais para a escolha
de um software.
Para a gerência do projeto, deve-se considerar outros fatores:
• a estabilidade do fornecedor no mercado, considerando que o investimento é alto,
o software deve satisfazer às necessidades de organização (ROWLEY, 1994);
• a evolução tecnológica (tradicional, automatizada, eletrônica, digital);
• quais os padrões utilizados.

Dica

Deve-se considerar os critérios vistos na Unidade 3, capítulo 2 Métodos de


Avalição de Software de Automação.

102 Informatização de Unidades de Informação


A correta condução da automação corrobora a imagem institucional da
biblioteca ou unidade de informação, junto aos usuários e à organização que pertence.

2 O PAPEL DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO

[...] que o recurso às tecnologias de informação e comunicação não irá


substituir o trabalho dos profissionais, mas diversificá-lo e torná-lo mais
eficaz. (Aíssa Issak)

Não há sociedade da informação sem cultura informacional, assim, estar bem


informado é essencial para o exercício da cidadania. Isso é denotado com mais ênfase
nos últimos anos, em que vêm tomando força os processos que permeiam a “nova”
ordem mundial, caracterizada pela inserção de novas tecnologias de informação e
comunicação nas relações interpessoais e produtivas.
Muitos ainda devem ter a ideia do bibliotecário difundida desde a Idade Média
até pouco tempo atrás, do profissional que se “enclausura” nas quatro paredes da
biblioteca e, com cara mal-humorada, exige silêncio dos usuários desta. No entanto,
como todas as outras profissões, o bibliotecário tem, hoje, que lidar com novas mídias
e dinamizar seu trabalho em prol do usuário da informação, como veremos nesta
seção.
Na sociedade pós-industrial, o profissional que lidava com a informação era
exclusivamente o bibliotecário, que tinha na graduação sua maior fonte de saber, sendo
que, suas principais funções e atividades eram: aquisição, catalogação, classificação
e registro.
Conforme Almeida Jr. (2000, p. 31) define,

[…] o bibliotecário, aos olhos da sociedade, denomina-se todo aquele que


trabalha no espaço da biblioteca, independente da existência ou não de uma
formação específica. Além disso, tem o bibliotecário uma imagem deturpada,
um estereótipo que acreditamos dissociado da realidade.

O termo profissional da informação pode ser algo novo para muitos e não se
limita ao bibliotecário, sendo uma profissão de segmentos que diversificam em razão
do tipo ou da forma como a informação é estudada e, sendo uma concepção, um
caminho norteador para discussões do que é ser profissional da informação.
Segundo Castro e Ribeiro (2004, p. 42),

O termo, profissional da informação, adotado pelos bibliotecários, nas últimas


décadas do século passado, a partir do avanço e adoção das tecnologias
nos processos de geração, armazenamento e recuperação de informação,
vem passando por vários processos, ora com uma visão progressista, ora
conservadora.

Conforme Mason (1990, p. 125), o profissional da informação deve ter como


função básica “disponibilizar a informação certa, da fonte certa, para o usuário

Informatização de Unidades de Informação 103


certo, no prazo certo, numa forma considerada adequada para o uso”, além disso, o
bibliotecário deve estar preparado para buscar, tratar e disponibilizar as informações
para seus usuários de qualquer ambiente informacional.

Dica

Você agora pode estar se perguntando, “mas o profissional da informação é


somente uma denominação dada ao bibliotecário?” Além de bibliotecários,
os profissionais da informação podem ser os arquivistas, mestres e doutores
em Ciência da Informação, ou seja, há uma ampla formação nesse ramo
profissional. Sendo que, para os profissionais dessa área, informação se refere
à fonte de informação.

Com as novas demandas do mercado de trabalho e das tecnologias


implementadas no cotidiano de todos nós, o profissional da informação deve estar
em constante aprimoramento, dessa forma, é exigido dos profissionais conteúdos
mais amplo de conhecimentos e competências, que o coloquem em um plano de
igualdade com os profissionais de outras áreas.
Além disso, o conceito de sociedade do conhecimento, estabelecido a partir da
inserção de novas tecnologias no contexto desses profissionais, está fundamentado
no reconhecimento que ocupam a aquisição, a criação, a assimilação e a disseminação
da informação e do conhecimento em todas as áreas da sociedade. Ressalte-se
que essas práticas estão imbricadas com o fazer dos profissionais da informação
e, principalmente, dos bibliotecários, que devem estar preparados para as novas
exigências da sociedade.
Podemos dizer que a denominação profissional da informação surgiu a partir
do final das décadas de 60 e 70, com o surgimento da Ciência da Informação, desde
então, teve lugar esse outro tipo de profissional demandado pelo mercado de trabalho,
devido ao surgimento das Tecnologias Informação e Comunicação. Todavia, além
dos bibliotecários, havia nesse rol profissionais da área de tecnologia da informação,
arquivistas, documentalistas, gerentes de bases de dados, consultores de informação,
profissionais da comunicação, agregando na sua competência, vários conhecimentos
advindos de áreas diversas, como: tecnologia da informação, gerenciamento da
informação e comunicação.
Como afirma Almeida Jr. (2002, p. 135):

O mercado de trabalho está mudando – acompanhando transformações


que superam a sua esfera de influência – e exigindo alterações nas posturas,
atitudes, posições, concepções das profissões é inevitável. Aliás se soubermos
ler nas entre linhas da realidade, veremos que essa reorganização já está
em curso. Muitos indícios nos permitem sustentar essa afirmação. Fazendo
frente a esse contexto o perfil dos profissionais formados pelas universidades
tende a se modificar. Essa é uma exigência imposta pela sociedade, não

104 Informatização de Unidades de Informação


somente a estes profissionais, mais a todos os demais profissionais, tanto pela
sobrevivência da profissão, tanto quanto pelas necessidades informacionais.

Pode ser observado como a mudança no perfil do profissional brasileiro


foi demandada por habilidades tecnológicas, empresariais, produtividade e
competitividade. Com a demanda desse novo contexto profissional, é possível perceber
que as organizações disponibilizam aos profissionais ferramentas e recursos como
forma de motivar e apoiar o desenvolvimento de todo o conjunto de competências.
No entanto, por mais métodos, padrões e controles utilizados no processo de
desenvolvimento de competências é do sujeito a aprendizagem e é através dela que
se manifestam as diferenças profissionais.
Valentim et al. (2002, p. 151) faz uma precisa avaliação do profissional que
atua no campo da informação no Brasil e defende a observância das competências
e habilidades necessárias a esse profissional em consonância com a sua inserção
geográfica e as demandas sociais existentes. Afinal, as tecnologias da informação,
as telecomunicações e a informação modificam a sociedade e, assim sendo, o
profissional deve acompanhar essas mudanças. Nesse cenário, esse profissional assume
novas funções que se inserem em uma visão estratégica tornando-o um profissional
multifacetado.

Curiosidade

Mas, o que é um profissional multifacetado?


Segundo o dicionário Houaiss (2007, p. 1977) multifacetado “adj. 1 m.q.
MULTIFACE 2 fig. Relativo a ou que possui características variadas e peculiares
<caráter m.>”

O bibliotecário tem demonstrado possuir amplo domínio das habilidades


referentes à organização do conhecimento, ao estabelecimento de pontos de acesso
para a recuperação da informação e sua disseminação.
A adaptação às novas demandas, aos recursos e tecnologias disponíveis, e o
aproveitamento das oportunidades levam o profissional a ter mente aberta para buscar
as melhores soluções que facilitem o seu desempenho profissional. É necessário desse
profissional aceitar as questões da modernidade e enfrentar desafios, aprendendo a
trabalhar em grupo e, possivelmente, liderar grupos. A integração pluridisciplinar, o
trabalho em equipes compostas por vários profissionais corresponde às necessidades
concretas e específicas do trabalho de informação multifuncional tanto no setor
público quanto no privado.
O bibliotecário tem adotado um novo perfil face às novas mudanças
organizacionais e com a proliferação rápida da informação, passando do acervo para
o virtual. Acreditamos que, não obstante, o perfil instaurado na Idade Média, não faz

Informatização de Unidades de Informação 105


mais parte dos dias atuais, e hoje a biblioteca passa a ser uma instituição social a que
compete exercer várias funções a favor de seus usuários.
Hoje, ainda não existe uma análise crítica a respeito das competências do
profissional de informação, tampouco sua inserção no processo produtivo, compatível
com as necessidades, potencialidades e importância, muito provavelmente por não
conduzirem as suas preconizações estruturais à produtividade/competitividade e,
muito mais, através de formas simplificadas difundidas pelo senso comum de um
profissional limitado às estantes e prateleiras.

Dica

Assista ao filme baseado no romance de Umberto Eco, lançado em 1980, “O


nome da rosa”. Com ares de Sherlock Holmes, há uma investigação sobre
uma série de crimes misteriosos, cometidos dentro de uma abadia medieval.
É retratada uma biblioteca que mantém em segredo obras apócrifas, que não
seriam aceitas em consenso pela Igreja cristã da Idade Média, ou seja, quem
atuava na biblioteca possuía o poder.

O profissional da informação é resultado de transformações globalizadas


das novas tecnologias e mudanças organizacionais, pelas quais todas as áreas do
conhecimento e todos profissionais passaram. Portanto, por algum ângulo tem que se
abordar essa mudança, sendo um requisito básico para a sobrevivência da profissão.
As mudanças de valores ocorrem em diferentes níveis, mas o essencial é que
o indivíduo encare bem a mudança de seu perfil profissional, desenvolvendo nos
seus aspectos pessoais, sociais e políticos. Desta maneira, o profissional sente as
consequências da mudança, deixando de ser alienado, buscando uma nova identidade
profissional, cujos valores éticos não possam ser esquecidos.
O perfil do bibliotecário não pode mais se manter distante das atuais
necessidades sociais e mercadológicas. É preciso reforçar as pesquisas empíricas no
Brasil, para verificar os verdadeiros fatores políticos, econômicos e históricos que
têm exercido influência sobre o comportamento dos profissionais da informação,
determinando a concepção de sua identidade e a definição de sua visibilidade social.
O sucesso de um processo de informatização de acervos de uma unidade
documental e do recurso às tecnologias de informação e comunicação para a gestão
do todo o processo de prestação de serviços não está em possuir os equipamentos, mas
nas formas de utilização desses equipamentos, que exigem uma maior flexibilização
das atividades e na aposta na formação de seus utilizadores.
Para esse sucesso, a equipe técnica, conforme Davenport, deverá acrescentar
pessoas que oferecem a assistência em tecnologia da informação, são elas:
Programadores, responsáveis pela comunicação do usuário com a informação
computadorizada, adaptam, conservam, melhoram e criam softwares; Analistas de

106 Informatização de Unidades de Informação


Sistemas, responsáveis pelo projeto e seleção do equipamento, definem as exigências
para o sistema; Administradores de Bancos de Dados, cuidam da preservação e
a proteção dos dados que foram confiados aos bancos; Gerentes de Recursos da
Informação projetam as estruturas dos dados. Sendo assim, a situação exige ajustes
para moldar um profissional que apreenda o sistema de informação de forma
estratégica, com um olhar plural, multifacetado para enfrentar um novo modelo de
empregabilidade cujas tendências influenciam as relações, tais como, possibilidade
do trabalho temporário com flexibilidade para os empregados; terceirização de
funcionários e também de serviços. O profissional que pertence à força de trabalho
voltada para o conhecimento e para a gestão da informação tem um papel determinante
no desempenho da organização.
Entretanto, deve-se estabelecer uma distinção clara entre o profissional que
organiza e gerencia a informação, o pesquisador da área, o pós-graduando voltado
para a informação como objeto de estudo. Convém salientar que o pluralismo da
sociedade exige uma inter e multidisciplinariedade, flexibilidade e compartilhamento.
Trata-se de uma área nova em busca de estabelecer limites mais claramente delineados.
O profissional que na sua origem se forma no seio da biblioteca com a função
de zelar pelo acervo, acompanha o desenvolvimento da sociedade e se transforma em
um ser humano multifacetado, que, além dessa primeira função citada, passa a ser
o responsável pela preservação da memória humana sem perder de vista o objetivo
primordial que é a disseminação do conhecimento e da informação. O profissional
nessa sociedade amplia as suas competências para dar conta do seu papel nos sistemas
de informação. Ele, no contexto atual, deve ser um indivíduo que faz experiências e é
sensível à aprendizagem, sendo a sua presença insubstituível nas organizações, além
de ser um mediador entre o usuário e o acervo.
Esse profissional representa o elemento humano nas relações com o meio
em um mundo em transformação, com um modelo de economia global baseada no
conhecimento, já que, segundo Mey:

Nós, bibliotecários, com profissão mais antiga e sedimentada, há muito


buscamos em outras áreas os conhecimentos desejáveis à boa interação
com nossos usuários. Estudamo-los sob os mais diversos ângulos, realizamos
pesquisas, promovemos cursos, enfim, o usuário, com justa razão, é o centro
das atenções na Biblioteconomia. (MEY, 1988, p. 78)

Assim, podemos afirmar que a missão primordial dos bibliotecários é facilitar


aos indivíduos o acesso à informação e possibilitar, desta forma, o desejo de aprender,
de discutir, enfim, a formação do conhecimento ou o conhecimento em formação,
desse modo, o papel de agentes de transformação social é plenamente realizado.

Informatização de Unidades de Informação 107


3 ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE AUTOMAÇÃO

Automatizar qualquer processo não é algo trivial, pois envolve vários fatores,
como recursos financeiros, humanos e tecnológicos, e não somente o uso de máquina
na realização de tarefas. Silva (2005, p. 55) define,

Automatizar não é apenas introduzir computadores e instalar um software


de gerenciamento de acervo, e sim um planejamento sistemático que envolve
recursos humanos, treinamento de pessoal e pesquisa sistemática de todos
os processos administrativos da instituição. Assim como consiste em uma
elaboração de um projeto centrado nas necessidades reais e potencias dos
usuários e de toda a estrutura da biblioteca.

A automação de uma biblioteca envolve dois aspectos que Mangue (apud


DUTRA, 2004, p. 5) ressalta:

O aspecto estrutural que envolve a adoção da tecnologia (aspectos políticos,


financeiros e organizacionais) e o aspecto tecnológico relativo aos requisitos
do próprio software, como implementação e funções e serviços disponíveis.

Assim, para a automação ocorrer deve seguir um ciclo ou projeto, que


perpassa pelas seguintes etapas de levantamento de necessidades de informações,
planejamento (projeto e características), desenvolvimento (detalhamento da proposta),
implementação (implantação), manutenção e avaliação.
Algumas dessas etapas são mais direcionadas para o bibliotecário do que para
o analista de sistemas, como por exemplo, levantamento de informações, manutenção
e avaliação. Dessa forma, a iniciativa de informatização de uma biblioteca ou unidade
de informação deve considerar a colaboração de um analista de sistemas.
Segundo McCarty (apud RODRIGUES; PRUDÊNCIO, 2009, p. 4), as características
essenciais de um projeto para iniciar a automação de uma biblioteca são,

1. Deve oferecer experiência relevante na automação de serviços bibliotecários;


2. Ser adequado aos recursos financeiros e humanos da biblioteca;
3. Oferecer um produto visível, inclusive ao público;
4. Oferecer resultados em curto ou em médio prazo;
5. Não depender para seu funcionamento da digitação de grande quantidade
de dados;
6. Permitir à biblioteca um controle adequado sobre suas fases principais;
7. Permitir automação conforme um cronograma flexível, dependendo de
conveniência de biblioteca.

Para elaboração de um projeto, o processo de automação deve considerar as


seguintes etapas, que, segundo Marcondes (2008), são:
• planejamento do processo de automação;
• diagnóstico da situação atual;
• identificação de fornecedores;
• análise dos pré-requisitos;
• elaboração do Projeto de Automação;

108 Informatização de Unidades de Informação


• avaliação/seleção de SABs;
• negociação contratual;
• implantação do sistema.

Na primeira etapa de planejamento do processo de automação deve-se montar


a estrutura organizacional do projeto, ou seja, definir os envolvidos nos serviços da
biblioteca, conforme Campos (2011), são os:
• usuários: quem pode entrar e acessar os serviços na biblioteca, fazer pesquisas e
utilizar as obras do acervo dentro da biblioteca;
• operadores: os funcionários da biblioteca responsáveis pelas funções rotineiras
como empréstimo de livros, cobrança de multas, cadastramento de usuários,
cadastramento de livros, reservas e outros;
• administradores: os funcionários que gerenciam a biblioteca.

Outro fator que deve ser considerado são os recursos financeiros e tecnológicos
disponíveis.
Na segunda etapa de diagnóstico da situação atual deve documentar os dados
quantitativos e base tecnológica da biblioteca. Os dados quantitativos que devem
ser relatados são “acervo discriminado por tipos de materiais, usuários, serviços,
projeção destes dados, novas demandas”. Da base tecnológica, deve ser documentado
tudo referente a instituição, a qual poderá sofrer alterações ao adquirir o sistema
de gerenciamento, os dados são “padrões utilizados, formato atual, quantidade
de dados em meio legível por computador; infra-estrutura de hardware/software e
comunicações – plataforma - equipamentos, sistemas operacionais, versões, redes,
etc.” (MARCONDES, 2008, p. 3).
Na infraestrutura de hardware, software e comunicações deve se ter descrito
a quantidade de computadores e as necessidades mínimas para operacionalização e
implantação do sistema.

Exemplo:

Balcão de atendimento:
2 computadores Computador Pentium 2GB 500GB, LED 15” com Windows 7 Starter;

Processamento de Dados:
2 computadores Computador Corel Duo 2GB 500GB, LED 15” com Windows 7 Starter;

Na terceira etapa de identificação de fornecedores deve-se procurar as


informações dos possíveis fornecedores e seu produto, Marcondes (2008, p. 4) sugere
as seguintes informações “contatos diretos, solicitação de folders, visita a sites de
fornecedores, artigos de periódicos ou trabalhos em congressos, visitas a bibliotecas
que tem determinado sistema implantado”.

Informatização de Unidades de Informação 109


Marcondes (2008, p. 4) ressalta que, para cada sistema, deve-se analisar:

[...] porte da biblioteca atendida pelo sistema, atende uma/várias


bibliotecas, principais funcionalidades, padrões utilizados, infra-estrutura de
‘hardware’/’software’ e comunicações – plataforma - requerida, necessidade
de SGBDs de terceiros fornecedores, faixa de preços.

Dica

Os dados coletados devem ser registrados num relatório ou em fichas, como


sugere Marcondes.

Na quarta etapa de análise dos pré-requisitos, deve-se avaliar os dados da base


tecnológica, levantados na segunda etapa, a necessidade de suporte técnico, ou até
mesmo treinamento, para implantação do sistema e as condições políticas, ou seja, o
regulamento da biblioteca, que estabelece a quantidade de livros e de dias que cada
usuário pode retirar e permanecer com o material.
Na quinta etapa de elaboração do Projeto de Automação pretende-se verificar
“esforço” para implantação do sistema. Marcondes (2008, p. 8) sugere que o projeto
documente:

1.diagnóstico da situação atual, já desenvolvido anteriormente (incluir o


Documento de Diagnóstico);
2. objetivos da biblioteca com a automação;
3.infra-estrutura de ’hardware’/’software’ e comunicações requerida
especificada e dimensionada;
4. levantamento e definição dos requisitos funcionais básicos do sistema
pretendido, custos estimados do projeto;
5. cronograma de implantação do projeto.
6.orçamento e cronograma de desembolso

A primeira tarefa para a automação é:

[...] identificar a cultura, missão, objetivos e programas de trabalho da


organização; as características essenciais da biblioteca com relação à sua
abrangência temática, serviços e produtos oferecidos; os interesses e
necessidades de informação dos usuários; a plataforma tecnológica existente
na instituição em termos de software e hardware, bem como sua capacidade
de atualização e ampliação, além dos recursos humanos disponíveis. (CORTE,
1999, p. 242).

O objetivo do projeto é dimensionar o esforço requerido para a implantação


do sistema na biblioteca. Para isso, o projeto de automação deve conter:
• missão;
• objetivos (executivos e estratégicos);

110 Informatização de Unidades de Informação


• plano de ações (elaborados pelos administradores da biblioteca);
• levantamento e definição dos requisitos (usuários e serviços ou processos) funcionais
básicos do sistema pretendido;
• infraestrutura de hardware e software e comunicações requerida, especificada e
dimensionada;
• cronograma de implantação do projeto;
• orçamento e cronograma de desembolso.

Vejamos alguns aspectos elencados para o projeto.

Exemplo:

Missão: Adquirir, cadastrar, dispor fisicamente, obras de títulos variados para uso
interno e empréstimo a usuários cadastrados na biblioteca.

Objetivos executivos:
• Permitir acesso irrestrito à biblioteca a qualquer tipo de pessoa;
• Manter o acervo da biblioteca sempre atualizado;
• Manter um controle rígido e confiável das obras emprestadas pela biblioteca;
• Aumentar o grau de satisfação dos usuários;
• Diminuir o tempo de atendimento dos usuários;
• Permitir pesquisa no acervo da biblioteca a partir de outras localidades.

Objetivos estratégicos:
• Aprimorar os processos internos da biblioteca (departamento de atendimento);
• Informatizar o cadastro de títulos e obras (terceirizar desenvolvimento);
• Informatizar os processos de empréstimo, reserva, devolução e controle de multas
(terceirizado).

Plano de ação (resumido):


• Definir uma estratégia de informatização da biblioteca (diretoria);
• Definir revisão nas instalações elétricas da biblioteca para instalação de equipamentos
(departamento de engenharia);
• Elaborar especificação de requisitos preliminares com a descrição do que se deseja da
biblioteca informatizada como referência para contratação de empresa de software
para desenvolver sistema e especificar equipamentos (departamento de atendimento
e consultoria);
• Definir em um documento descritivo (descrição do negócio e seus processos) as
principais características da biblioteca que seriam importantes para entender como
“funciona” uma biblioteca, para servir de apoio a sua informatização;
• Estudar propostas apresentadas pelas empresas para avaliação e escolha (diretoria);
• Comprar equipamentos (departamento de compras);
• Acompanhar instalação física (departamento de engenharia);
• Acompanhar testes e avaliar sistema final (departamento de atendimento);

Fonte: Campos (2011).

Informatização de Unidades de Informação 111


O cronograma de execução e implantação do projeto e o orçamento e
cronograma de desembolso devem ser elaborados para estimar o custo e o prazo, o
qual será submetido à direção da instituição a qual pertence a biblioteca ou a uma
agência de fomento, a fim de obter os recursos necessários.
Na sexta etapa de avaliação ou seleção do sistema o objetivo é analisar e
investigar os requisitos do sistema, tanto para compra de um sistema quanto para o
desenvolvimento.

Dica

O levantamento e definição dos requisitos foram vistos na Unidade 3.

Nessa etapa será gerado um documento, que Marcondes (2008) denomina


“Requisição de Propostas”, com os requisitos identificados e analisados em que poderá
ser pontuado e verificado qual sistema realmente atende as necessidades da biblioteca
ou organização.

Exemplo

Marcondes (2008, p. 10-11) sugere que seja encaminhado um roteiro para os


fornecedores, assim, o projeto terá a avaliação com critérios comuns. Veja um exemplo:
• Identificação da Biblioteca e da instituição a que pertence;
• Objetivos da Requisição de Propostas;
• Orientação aos fornecedores, questões como:
• Formato da Proposta, numeração das seções, número de vias;
• Cronograma do processo de avaliação/seleção, datas e tempo para as apresentações
das propostas e demonstrações práticas, locais de entrega de propostas;
• Contatos com o comitê de automação;
• Critérios essenciais de elegibilidade dos fornecedores, por exemplo, disporem de
escritório na localidade onde se situa a biblioteca.
• Diagnóstico da situação da Biblioteca;
• Objetivos com a automação;
• Requisitos de hardware, software e comunicações;
• Padrões bibliográficos;
• Perfil técnico e funcional do sistema: “a lista estruturada dos requisitos funcionais”.

112 Informatização de Unidades de Informação


Na sétima etapa de negociação contratual vários aspectos precisam ser
considerados, pois, cada fornecedor apresentará sua proposta. Marcondes (2008)
apresenta esses aspectos:
• Aspectos contratuais, como: instalação; garantia e custo de atualizações; condições
de garantia e assistência técnica (prazo de garantia, tempo máximo e tipos de
atendimento); pacote de treinamento; representantes locais/regionais;
• Aspectos referencias, como: histórico da empresa; produtor; representante;
clientes;
• Aspectos de suporte, como: documentação, treinamento, manutenção, 0800.

E, para finalizar, a oitava etapa de implantação do sistema tem como objetivo o


funcionamento do sistema, por isso, deve ser realizado treinamento da equipe, testes
de aceitação, carga inicial na base de dados e registro dos dados.

3.1 Implantação da Biblioteca Virtual e Digital

Para implantar uma biblioteca virtual ou digital, Ohira e Prado (2002) destacam
em seu artigo, algumas discussões acerca da metodologia, a reflexão de vários autores
sobre:
• aspectos que devem ser considerados na implantação;
• principais tecnologias associadas à criação e à disponibilização de recursos digitais;
• produtos e serviços como objeto de construção e otimização de bibliotecas;
• relatos de experiências.

Os aspectos considerados para implantação, segundo Ferreira (apud OHIRA;


PRADO, 2002, p. 65), são o “usuário de bibliotecas virtuais” e os “procedimentos de
busca e uso da informação”. Já conforme Cunha (apud OHIRA; PRADO, 2002, p. 65),
são as “instalações físicas, desenvolvimentos de coleções, catalogação, classificação
e indexação, setor de referência, preservação da informação e outros”.
Das principais tecnologias associadas à criação e à disponibilização de recursos
digitais, segundo Bax (apud OHIRA; PRADO, 2002, p. 66) destaca o Hypertext Marky
Language (HTML), Java e ActiveX. Para Raabe e Pohlmann Filho (apud OHIRA; PRADO,
2002, p. 66) também destacam o HTML e mais “outra baseada na geração de arquivos
PDF”.
Dos produtos e serviços como objeto de construção e otimização de bibliotecas,
segundo Oliveira et al. (apud OHIRA; PRADO, 2002, p. 66), é a “base de dados
objetivando a organização da produção científica nacional e internacional”. Para
Krzyzanowski (apud OHIRA; PRADO, 2002, p. 66) é a “remodelação do banco de
dados bibliográficos [...] visando à construção de uma biblioteca virtual”. E, segundo
Santos e Passos (apud OHIRA; PRADO, 2002, p. 67), é disponibilizar “seu acervo de
periódicos, através dos sumários digitalizados”.

Informatização de Unidades de Informação 113


Síntese

A gerência do projeto considera, além dos critérios e métodos explicitados,


outros fatores como: a estabilidade do fornecedor no mercado, considerando
que o investimento é alto, o software deve satisfazer às necessidades de
organização (ROWLEY, 1994); a evolução tecnológica (tradicional, automatizada,
eletrônica, digital); quais padrões são utilizados.
O profissional da informação é resultado de transformações globalizadas
das novas tecnologias e mudanças organizacionais pelas quais todas as áreas do
conhecimento e todos profissionais passaram. Portanto, por algum ângulo tem
que se abordar essa mudança, sendo um requisito básico para a sobrevivência
da profissão.
O objetivo do projeto é dimensionar o esforço requerido para a implantação
do sistema na biblioteca. Para isso, o projeto de automação deve conter:
missão, objetivos (executivos e estratégicos), plano de ações (elaborados pelos
administradores da biblioteca), levantamento e definição dos requisitos (usuários
e serviços ou processos) funcionais básicos do sistema pretendido, infraestrutura
de hardware, software e comunicação especificada e dimensionada, cronograma
de implantação do projeto, orçamento e cronograma de desembolso.

Para ler...

Leia os relatos das experiências descritas nesta unidade no artigo:


http://www.scielo.br/pdf/ci/v31n1/a07v31n1.pdf

114 Informatização de Unidades de Informação


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116 Informatização de Unidades de Informação


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