Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Biblioteconomia
Marilucy da Silva Ferreira
Curso Técnico em
Biblioteconomia
2023
Introdução à
Biblioteconomia
Marilucy da Silva Ferreira
Curso Técnico em
Biblioteconomia
Educação a Distância
Recife
Catalogação e Normalização
Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)
Sumário
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 5
REFERÊNCIAS.............................................................................................................................. 60
Seria uma bagunça, não é mesmo? Então, diante disso, surge a Biblioteconomia, uma área
cujo objetivo principal é a gestão, organização, recuperação e disponibilização da informação
registrada, dos registros do conhecimento.
MAS...TEM MAIS COISA!
Vamos estudar também a história dos livros e das bibliotecas, informação, e alguns
conceitos sobre conhecimento, arquivos, museus, centros de documentação. Vem com a gente pra
saber!
ESTE E-BOOK FOCARÁ MAIS A ÁREA DA BIBLIOTECONOMIA
E A HISTÓRIA DAS BIBLIOTECAS
Bons Estudos!
5
UNIDADE 01 | A BIBLIOTECONOMIA NO UNIVERSO DO CONHECIMENTO,
DA COMUNICAÇÃO E DA INFORMAÇÃO
O que seria das pessoas sem informação? Já pensou nisso? A informação é algo que ajuda
a formatar/desenhar e “dar corpo” ao conhecimento que habita na mente das pessoas, diante do que
elas vêem, ouvem, sentem e experenciam.
A informação tornou-se um recurso na sociedade atual. Todavia, para isso, a informação
precisa ser organizada, gerida, para fazer sentido e ser, interpretada, negociada, manipulada.
Isolada, a informação não diz muito, é preciso que haja um contexto para ela, de fato, ter
valor, utilidade social. É nesse sentido que está delineada a nossa primeira unidade, a qual contempla
os conceitos de informação, conhecimento e comunicação.
Ei, dá uma paradinha aí, e vai no AVA ouvir o podcast desta semana que tem
umas dicas massa!
Aqui será apresentado o conceito de informação como sendo uma soma de dados
processados, relacionados e sistematizados. Quer dizer, informação não é algo solto e sem sentido,
mas sim algo que pode ajudar as pessoas a entenderem ou criarem algo novo, um conhecimento
novo.
Dessa forma, é muito importante entender que há algumas diferenças entre os conceitos
de informação e conhecimento e que, antes deles, existe ainda o dado, que seria a informação bruta,
como os campos “autor”, “título”, “editor”, “data de publicação”; veja que são apenas palavras sem
contexto. São apenas dados.
6
Pense na palavra pedra. Todas as pedras que você pensar, juntas, são apenas dados
(está tudo confuso, misturado). Quando você as separa como: pedra preciosa,
rocha, pedregulhos, pedra de granito, pedra de gelo, etc., então você já tem uma
informação (é possível identificar diferenças e semelhanças). Quando você constrói
uma casa ou ladrilha uma rua, ou cria uma joia, agora sim, você produziu um novo
produto, um conhecimento. (algo novo é elaborado a partir da informação que você
tinha).
O dado em um contexto, vira informação. Para isso, ele deve ser estruturado, agrupado,
sistematizado. Tendo contexto, o dado se torna uma informação e fazendo-se conexões entre
informações tem-se o conhecimento. Tal conhecimento promove o surgimento de ideias e, ao juntar
tais ideias, tem-se a sabedoria.
7
Que tal ver uma explicação sobre os itens da figura 1?
Então, agora já sabemos que um dado é como uma informação incompleta e muitas vezes
confundimos esses dois conceitos, dado e informação.
Vê só isso!
Diferença entre dado e informação = conhecimento
Acesse: www.youtube.com/watch?v=KErUUZuyFsY
1.2 A informação
“A informação, seja ela escrita, oral ou audiovisual, vende-se bem. ”(LE COADIC, 2004,
p.1). Observe, estudante, que o autor emprega o verbo vender para se referir à informação. Isso
valida como um produto, o seja, quando a informação é um serviço que tem valor de mercado.
8
Repare só!
Isso de informação ter valor não é algo novo: “Não devemos nos precipitar
supondo que nossa época é a primeira a levar a sério essas questões. A
mercantilização da informação é tão velha quanto o Capitalismo. O uso, por
parte dos governos, de informações sistematicamente coletadas sobre a
população é, em termos literais, história antiga (particularmente história antiga
romana e chinesa” (BURKE, 2003, p.11).
9
Audiodescrição da figura: Círculo representando a integração interdependente de três elementos que constituem a
informação: comunicação, uso e construção. Fim da audiodescrição.
A informação ganha valor, quando passa a ‘fazer sentido’, podendo alterar uma realidade:
física, social ou emocional de uma ou mais pessoas (previsão do tempo, alerta de tempestade, aviso
de risco de desmoronamento, gravidez, morte, etc.), está-se, então, socializando uma informação e
isso pode ter impactos positivos ou negativos, dependendo dos contextos.
E com as tecnologia se os meios de comunicação, a informação é reproduzida e partilhada
rapidamente, pois, “não há mais distância que seja obstáculo à velocidade, nenhuma fronteira detém
a informação”. (LE COADIC, 2004, p.7). E, sendo ela tida como produto, isso só reforça um ciclo de
produção e consumo da mesma.
10
Nesse sentido, as tecnologias de informação e comunicação (TIC´s) aparecem como
verdadeiras alavancas que fizeram com que a informação, que antes era restrita, chegasse a todos.
Tanto em um processo de mediação, como em um processo de marketing de informação
como as propagandas que chegam via e-mail; os aplicativos para celular (você já reparou que tudo
agora você pode baixar pelo celular?). As TIC´s são peça-chave para divulgar serviços, produtos e
atrair o cliente/usuário.
Assim, é possível dizer que, “atualmente a técnica moderna condiciona o agir humano”
(PIZZARO, 2011, p. 235). As TIC´s podem ser definidas, segundo Pacievitch (2020), como um conjunto
de recursos tecnológicos, utilizados de forma integrada, com um objetivo comum. Elas são utilizadas
das mais diversas formas, na indústria (no processo de automação), no comércio (no gerenciamento,
nas diversas formas de publicidade), no setor de investimentos (informação simultânea, comunicação
imediata) e na educação (no processo de ensino aprendizagem, na Educação a Distância)
(PACIEVITCH, 2020).
Se lig@!
A internet é o exemplo mais presente que se tem dessa realidade? É a partir
dela que mais pessoas, além de terem acesso à informação, tornam-se também
produtoras de informação. Muitos fazem dela um serviço com valor no
mercado, tornando sua comunicação pessoal, um negócio (Influencers:
blogueiros, youtubers, contas pessoais do Instagram, Tiktok, etc.).
11
Muitos autores já apresentaram diversos conceitos sobre informação tanto nas ciências
naturais, quanto nas ciências humanas. O fato é que a informação é um conceito complexo, tendo
em vista a sua natureza subjetiva.
E como já foi dito, informação pode ter sentido ou valor em determinada situação, para
determinada pessoa ou grupo social e, ao mesmo tempo, não significar nada, ou estar obsoleta,
ultrapassada e não ter mais valor.
1.3 O conhecimento
Sabe quando dizem uma palavra e você a RE-conhece? É porque houve a apreensão do
que ela significa (ex.: cadeira, objeto utilizado para sentar). No campo da Ciência da Comunicação,
conhecer é ser capaz de formar a ideia de alguma coisa. (CUNHA; CAVALCANTI, 2008).
A pergunta “o que é conhecimento?” é quase tão difícil de responder quanto a pergunta
mais famosa “O que é verdade?” (BURKE, 2003, p.19).
Figura 3 - O conhecimento pode ser uma troca, uma transferência de saberes e aprendizados.
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/wp-content/uploads/2017/08/teo.jpg
Audiodescrição da figura: Figura de fundo amarelo com ilustração de transferência de informação e conhecimento
entre duas mentes humanas. Fim da audiodescrição.
12
Será que fica melhor de entender com um exemplo cotidiano?
Sua mãe pede para você observar se a água que está no fogo já ferveu e lhe
pede para colocar o arroz na panela. A pergunta aqui é: como você sabe que já
é hora de colocar o arroz na água? Como você sabe que a água atingiu uma
temperatura que chamam de “fervendo”? Ora, se você não tiver conhecimento
de Física e Química, então, você notou o momento da fervura pela observação,
não foi?
Pois bem, é isso mesmo, o processo de observação faz com que as pessoas aprendam,
assim como o processo da experiência, exemplo: você sabe que o ferro queima porque já aconteceu
com você, ou alguém próximo, quando foi passar uma roupa.
Então, o conhecimento pode ser adquirido não apenas na escola, mas também na vida
cotidiana. Na área de Administração chamam o conhecimento adquirido pela experiência de tácito e
que é difícil de mensurar e expressar, porque está na mente individual. Já o conhecimento explícito,
é aquele que pode ser provado e visto. O foco deste E-book é o conhecimento para a área da
Biblioteconomia. Assim, serão apresentados conceitos sobre conhecimento no contexto da
informação e da comunicação.
13
diária e, assim, surge a informação que se acumula na mente (implícita e subjetiva) ou no registro
(explícito e objetivo), e se torna um conhecimento.
A escrita se apresenta como um conhecimento sistematizado e materializado do
pensamento humano. A partir dela, o registro da vida humana começa a ser mais amplamente
difundido e isso permite que novos conhecimentos sejam criados. Mas a informação não flui e não
se expande se não for comunicada. É nesse contexto que comunicar tem relevância para conhecer o
que há de novo, o que está mudando ou sendo inventado.
Para inspirar você, veja mais uma ilustração sobre o que foi tratado até aqui:
Figura 4 - como um dado se torna uma experiência de sabedoria, a partir da informação, do conhecimento e da
inteligência humana.
Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-4-Sequencia-hierarquica-dado-informacao-conhecimento-
inteligencia_fig3_308296178
Audiodescrição da figura: imagem com pirâmide ao fundo mostrando as palavras dado(na base da pirâmide) e, acima,
respectivamente as palavras informação, conhecimento, inteligência, sabedoria. Ao lado das palavras estão figuraras
tijolos, muro, paredes formando uma construção inacabada, e, por fim, uma casa colorida. Fim da audiodescrição.
1.4 A comunicação
14
Figura 5 - Comunicação efetiva
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/wp-content/uploads/2017/08/teoriaa.png
Audiodescrição da figura: Figura com fundo rosa, com o desenho de perfil de dois rostos humanos. Os rostos estão em
direção divergentes e se conectam através de um plug. No centro de cada perfil há uma lâmpada com desenhos de
pequenas engrenagens coloridas Fim da audiodescrição.
15
Se sua resposta é ‘sim’, você percebe a comunicação como um agente de transferência
de conteúdos, seja de dados (banco de dados – Detran, Serasa, FBI, NASA), notícias (jornais) ou
conhecimento registrado: produção científica (teses, livros), cultural (música, poesia) e tecnológica
(carro elétrico, robôs, aplicativos, sistemas de informação, etc.).
Se lig@!
Durante o curso você irá aprofundar sobre mais aspectos da comunicação: Intra
e Interpessoal.
Legal, né?
16
A mente tecnológica quer resolver problemas e responder perguntas. No caso
da informação se refere à ordem da representação e no caso da comunicação à
ordem da interação. (CÁCERES, 2002, p. 9, WEBER; STUMPF, 2015).
17
disseminação da informação, o que é facilitado pelas tecnologias de comunicação informação e pela
comunicação científica.
18
1.6 Gestão do conhecimento
ASPECTOS GI GC
Elemento de Objetos (dado e informação) Pessoas (conhecimento)
Trabalho
Depende da preservação e recuperação da Depende da utilização do
Fatores de Sucesso informação conhecimento
A GI vê a informação como um recurso e A GC enfatiza a gestão de
insiste no envolvimento humano em pessoas, a fim de levar em
termos de armazenamento de custódia o conhecimento
Envolvimento do Informações, auditoria e recuperação. Visa oculto de suas cabeças.
Elemento Humano à aquisição, armazenamento, recuperação
e disseminação de informações.
Tipo de Concentra-se principalmente no Visa tanto o conhecimento
Conhecimento conhecimento documentado explícito quanto o tácito
19
Figura 6 - Fluxo de Gestão da Informação e Gestão do conhecimento
Fonte: https://www.revistaespacios.com/a17v38n26/20-01.png
Audiodescrição da figura: Esquema mostrando o fluxo da gestão da informação e gestão do conhecimento. Três
quadros em linha reta ligados por setas com as palavras dado, informações e conhecimento. Abaixo da palavra
conhecimento uma seta aponta para a palavra decisão. A palavra decisão tem uma seta à esquerda apontando para a
palavra resultado. Abaixo da palavra decisão a expressão “inteligência competitiva”. Fim da audiodescrição.
20
Check list da competência 1
Que tal relembrar como você chegou até aqui na disciplina e, nela viu conteúdos sobre:
- dado, informação, conhecimento e comunicação
- Você viu que o conhecimento é a informação interpretada, com sentido, contexto
- você viu que a comunicação é uma ação que requer alguém que comunique algo para
outro alguém, pois, se não há alguém para receber a mensagem, então, não há comunicação.
21
UNIDADE 02 | Os Conceitos de Biblioteca, Arquivo, Museu e Centro de
Documentação
Estudante, você irá conhecer um pouco mais sobre a Biblioteconomia e demais equipamentos de
memória e informação (arquivos, museus, centros de documentação) Tudo certo? Vamos adiante!
Ei, dá uma paradinha aí, e vai no AVA ouvir o podcast desta semana que tem
umas dicas massa!
Dinâmica e expansão são duas palavras que refletem bem o cenário de uma biblioteca.
Se não for assim, não se trata de uma biblioteca e sim de um depósito, como ocorreu em seus
primórdios: A biblioteca desde os seus primeiros dias até os fins da Idade Média, o que o seu nome
indica etimologicamente: um depósito de livros, lugar onde se esconde o livro (MARTINS, 2002, p.
71).
A biblioteca atual é um organismo vivo, dinâmico e que muda conforme mudam as
sociedades. Esta é uma das cinco leis da Biblioteconomia, pensadas por Ranganathan no início do
século XX:
A palavra biblioteca tem origem grega (bibliothéke). Ela significa, segundo Fonseca (2007),
Biblios e biblíon: livros, Théke: caixa. Ou seja, lugar onde se guardam os livros. “Por sua vez, é qualquer
estrutura que forma um invólucro protetor: cofre, estojo, caixa, estante, edifício” (FONSECA, 2007,
22
p.48). Contudo, seu conceito atual é mais amplo, posto que se confere à biblioteca atual, além da
guarda, a preservação, a conservação e a organização, a difusão da informação.
Se lig@!
Você irá estudar mais tudo isso em disciplinas específicas, ao longo do curso!
E aí? Será que vieram? Sim!, as bibliotecas vieram antes dos livros, pois, os primeiros
registros em suportes eram de argila, passando para o papiro, seguindo o pergaminho e, finalmente,
chegando ao papel.
Antes da escrita, comunicação oral era muito importante, todavia, como forma
mnemônica (de memorização) com as civilizações primitivas e, depois, com as sociedades
organizadas por instituições, como forma de controle social.
23
A escrita é apenas uma, entre as muitas formas de linguagem humana, pois
temos outras como, por exemplo, a Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a
Linguagem em Braille.
Dessa forma, o registro de dados sobre as comunidades (quem nascia, quem morria,
quantidade de bens como terras e animais, etc.) levou instituições como as igrejas e o Estado
(governo) a conhecer a vida de todos, e, assim, agir sobre ela de forma dominante, através do censo,
por exemplo.
A igreja católica esteve, política e economicamente, em alguns contextos, acima do
Estado-nação, ela era, conforme Peter Burke (2003), um modelo. Isso significa que sua origem teve
motivação na manutenção do poder pelas classes dominantes.
Em relação à biblioteca, como conhecemos hoje, seu objeto predominante era o livro que
os chineses fabricavam uns dois séculos antes de Cristo. Eles eram feitos de seda, material que,
mesmo na China, era muito caro (MARTINS, 2002). Mas, ainda não foi o tipo de livro, acima citado,
que vigorou nas bibliotecas.
24
“É nos albores da Idade Média que o papel faz a sua aparição na Europa: foram
necessários mais de mil anos, escrevia Dard Hunter, para que a invenção chinesa
chegasse ao Ocidente, o que teria ocorrido com o estabelecimento de uma
fábrica na Espanha, em 1144.” (MARTINS, 2002, p.112).
A fabricação moderna do papel, ou seja, feito por máquinas, ocorre no final do século
XVIII (MARTINS, 2000). Antes, sua fabricação era puramente manual.
A introdução e popularização do papel na Europa “decidiu dos destinos da nossa
civilização porque ele vinha responder às necessidades que todos sentiam de um material barato,
praticamente inesgotável, capaz de substituir com infinitas vantagens o precioso pergaminho.”
(MARTINS, 2002, p.115).
É a Johann Gutemberg que se atribui o mérito da invenção da Impressa, no século XV, o
qual “resulta mais do aperfeiçoamento gradativo de processos rudimentares e de uma ideia inicial do
que, propriamente, de um ato consciente que a fizesse do primeiro golpe o que ela se tornou.”
(MARTINS, 2002, p. 140).
Assim, podemos considerar que a imprensa foi feita sob formas já existentes de tentativas
de impressão que foram melhoradas e, tais melhorias foram aperfeiçoadas por Gutemberg. O certo
é que, com esta invenção, o livro passou a ser produzido mais rápido e se tornou um produto mais
barato.
25
2.3 Os novos paradigmas e a interdisciplinaridade
“No paradigma novo, Ranganathiano, que está aí rompendo com o modelo Deweyiano, o
projeto educacional tende a ser coerente com a ideia de Universo Heraclitiano, ou seja, tudo
é fluxo, tudo é energia em movimento. É essa concepção de Ranganthan que, encontrando-
se com a visão do pré-socrático Heráclito, vai fazer do projeto educacional em
Biblioteconomia um modelo centrado na Comunicação” (SOUZA, 1996).
26
Agora, o centro é usuário (lembra das 5 leis de Ranganathan?). E, isso está de acordo com o
pensamento do filosófico Heráclito, o qual acreditava que tudo está em constante movimento.
2.4 Biblioteca
Hoje não podemos mais pensar biblioteca apenas como um lugar físico, pois, ela pode
também ser virtual. Como dissemos, quando o livro, tal como conhecemos hoje, ainda sequer tinha
sido pensado, as bibliotecas já existiam. Martins chama as primeiras de “minerais” – compostas por
tábuas de argila e, as seguintes de bibliotecas “vegetais” – compostas, primeiro pelo papiro, depois,
pelo pergaminho (MARTINS, 2002).
27
Conheça a Nova Biblioteca de Alexandria:
https://www.bibalex.org/en/Default
28
Até a Renascença, as bibliotecas eram como templos sagrados, a ela poucos
tinham acesso. Lembrando que também poucos sabiam ler e escrever. É com os
romanos que a biblioteca se torna pública. “O livro passa da categoria sagrada
para a categoria profana, deixa de ser intocável para ser condutor, e, posto ao
alcance de todos, é o veículo por excelência de ideias, dos projetos e dos
empreendimentos.” (MARTINS, 2002, p.77).
Se lig@!!!
É no período da Renascença que surge “junto ao livro, a figura do
bibliotecário.” (MARTINS, 2002, p.91),
29
2.4.1 As bibliotecas e a Rosa: mosteiros e universidades
Você tem visto livros acorrentados por aí? Ah, bom! Mas, sabe, houve uma época que
era assim:
Assista ao filme O nome da Rosa e/ou leia o livro com o mesmo título, escrito
por Umberto Eco. Nele você entenderá melhor como a biblioteca era um
lugar com acesso restrito e a ela conferiam um significado sagrado.
https://www.youtube.com/watch?v=uqL7gn13JoQ
30
É A TREVA!!! Ops! Pera! Mas nem tudo foi trevas na época Medieval! Foram também os
mosteiros que salvaram para o mundo moderno a riqueza da literatura da Antiguidade (MARTINS,
2002). As bibliotecas universitárias foram um grande acontecimento da Idade Média e seu grande
desenvolvimento se deu no decorrer do século XV (MARTINS, 2002). Nas primeiras bibliotecas
universitárias era preciso cumprir algumas regras e nem todos, como empregados, iletrados e
crianças tinham acesso aos preciosos objetos, os livros.
31
os conhecimentos humanos a fim de colocá-los a serviço de toda a coletividade, sem distinção
de profissão, de religião, de classe ou de raça.
Se lig@!
A primeira biblioteca pública brasileira foi fundada na Bahia: “é a primeira
que com esse caráter se fundou no Brasil, pois, as dos conventos não eram
públicas e a Biblioteca Real do Rio de Janeiro já existia em Lisboa e tinha sido
somente transferida de sede.” (MORAES, 2006, p.152).
As bibliotecas podem ser de vários tipos, com acervos diversificados ou especializados, dependendo
do público alvo, conforme exemplos no quadro abaixo:
Quadro 3 – Tipos de Biblioteca
Tipos de
Descrição
biblioteca
32
raciocínio, a concentração, a observação e até a coordenação motora da criança. Servem,
portanto, para a aprendizagem, o desenvolvimento e também para o entretenimento da
criança. Entre os serviços, a contação de histórias, que é muito importante para a
interação com o universo do conhecimento.
Neste tipo de biblioteca a mobília deve ser adequada para a altura das
crianças, colorida e aconchegante para elas se sentirem motivadas a entrar no universo
da leitura. Materiais como papel, cola, tintas e lápis coloridos também podem ser
agregados. Fonseca (2007) chama a atenção para esse tipo de biblioteca, identificando-
a como similar à biblioteca escolar, “irmãs siamesas”, posto que também abrange um
público de crianças e adolescentes.
A biblioteca pode ser especial por contemplar determinado acervo, como um acervo
de fotografia, ou de filmes. Ela também pode ser especial por atender a um público
Especializada específico, com alguma deficiência, ou categoria reclusa ou interna como prisioneiros,
hospitalizados. Conforme assinala Fonseca (2007, p.53), tal designação “se refere
tanto à especialização das coleções como à tipologia dos usuários”. Nesse contexto,
pode-se citar também as Bibliotecas universitárias.
Nela, seus usuários podem pertencer a diversos contextos: estudantes, profissionais,
Pública pessoas com necessidades especiais, crianças, etc. Possui acervo variado (literatura,
didáticos, material para concurso, etc.), com serviços e eventos culturais e educacionais.
Muitas vezes surge de inciativas de pessoas interessadas em formar um espaço de leitura
Comunitária na comunidade, bairro. Pode também ter nela eventos culturais. O acervo pode ser
variado devido a forma como foi adquirido(doações).
Ela conta com um acervo físico e digital, ou seja, pode, além de livros, revistas, fotografias
Híbrida filmes ter conteúdos digitalizados (como os próprios livros físicos), ou ter textos,
fotografias disponíveis virtualmente.
Fonte: FERREIRA (2020 ; 2022)
Se lig@!
No Brasil temos dois ótimos exemplos de biblioteca especializada, ou especial,
são as bibliotecas da Fundação Dorina Nowill para Cegos e o Instituto
Benjamin Constant (IBC, 2023), com livros em Braille.
O livro falado é um dos produtos que a Fundação Dorina Nowill oferece para
públicos de pessoas cegos, bem como livros e revistas em áudio no formato
MP3, com o objetivo de oferecer às pessoas com deficiência visual mais uma
opção de acesso à informação atualizada (FUNDAÇÃO DORINA NOWILL, 2023).
33
Os tipos de biblioteca citados podem ter diversos setores, como o setor de
processamento técnico, setor de referência, setor de restauro. Neles, os materiais como livros,
revistas e CDs recebem o devido tratamento de catalogação, classificação e indexação.
Aqui você verá um pouco sobre três instituições que, assim como a biblioteca,
desenvolvem atividades para organização, guarda e disponibilização de informação, diferenciando-
se dela, no entanto, quanto ao objeto estudado: arquivo (documentos administrativos, legais,
históricos), museu (objeto tridimensional) e Centro de Documentação (documentação especial –
plantas arquitetônicas, fotografias, partituras musicais, documentos audiovisuais).
2.5.1 Arquivo
Desde que nascemos, já temos contato com o documento, nossa certidão de nascimento,
por exemplo! Aqui vamos falar um pouco sobre documentos de arquivos.
O arquivo geralmente apresenta material reunido pela origem, tendo fins administrativos,
jurídicos, legais e históricos. Para Paes (1997), é a acumulação ordenada dos documentos, cuja
maioria é textual, criados por uma instituição ou pessoa no curso de sua atividade e preservados para
consecução de seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no futuro.
Trata-se de uma instituição composta por um conjunto de documentos produzidos e
recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência
do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da
informação ou a natureza dos documentos (TJRJ, 2006, online).
O arquivo tem por função ser mais funcional que cultural, enquanto instituições como
bibliotecas e museus apresentam um objetivo cultural (PAES, 1997). Acrescenta-se à colocação da
autora que, além de cultural, tais instituições apresentam fins de pesquisa acadêmico-científica.
34
A partir da segunda metade do século passado, há uma reorientação da
profissão dos arquivistas diante do volume documental produzido: entra em
pauta, mais especificamente na América do Norte, de onde repercute para os
demais países ocidentais, a eliminação de documentos antes de serem
recolhidos para guarda permanente. É formulado o conceito de ciclo de vida dos
documentos de arquivo (RODRIGUES, 2006, p. 103).
Existem vários tipos de arquivo, no que se refere à instituição, ou seja, o lugar em que as
coleções documentais são para uso administrativo, legal, contábil, etc., (arquivo administrativo) e
preservadas (arquivo histórico). Há também a classificação de arquivos, quanto ao seu ciclo de vida,
ou seja, os documentos que são usados com mais ou menos frequência. Observe o quadro abaixo:
TIPO DESIGNAÇÃO
Arquivo Arquivo público central ou mantido pela administração federal de um país,
Nacional identificado como o principal agente da política arquivística nesse âmbito.
Arquivo 1 - Conjunto de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou
Privado jurídicas, em decorrência de suas atividades.
2 – Arquivo de entidade coletiva de direito privado, família ou pessoa. Também
chamado arquivo particular.
Arquivo Arquivo com predominância de documentos decorrentes do exercício das
Administrativo atividades-meio de uma instituição ou unidade administrativa. Expressão usada
em oposição a arquivo técnico.
Arquivo Arquivo com predominância de documentos decorrentes do exercício das
Técnico atividades-fim de uma instituição ou unidade administrativa. Expressão usada em
oposição a arquivo administrativo.
Arquivo 1-Unidade administrativa ou serviço responsável pelo arquivo corrente.
Corrente 2-Conjunto de documentos em curso ou que, mesmo sem movimentação,
constituam objeto de consultas frequentes.
Arquivo 1 – Conjunto de documentos que, não sendo de uso corrente nos órgãos
Intermediário produtores, por razões de interesse administrativo, aguardam a sua eliminação ou
recolhimento para guarda permanente.
2 - Conjunto de documentos originários de arquivos correntes, com uso pouco
frequente, que aguarda destinação.
Arquivo 1 – Conjunto de documentos de valor histórico, probatório e informativo que
Permanente devem ser definitivamente preservados.
2 – Conjunto de documentos preservados em caráter definitivo em função de seu
valor.
3 - Arquivo responsável pelo arquivo permanente. Também chamado de arquivo
histórico.
35
Quadro 4 - Classificação de arquivos, adaptado de TJRJ (2006)
Fonte: http://portaltj.tjrj.jus.br/web/guest/institucional/dir-gerais/dgcon/degea/dicionario-arquivistico#c
TABELA DE TEMPORALIDADE
IDADE DESCRIÇÃO
Primeira idade Os documentos, em sua maioria de natureza administrativa e /ou
Corrente jurídica são consultados/utilizados constantemente.
Segunda Idade Os documentos não são consultados com a mesma frequência do
Intermediário corrente, todavia, podem ser consultados pela
empresa/instituição.
Terceira Idade Os documentos perderam seu valor administrativo e agora
Permanente servem como fundo documental para pesquisa, ou seja, ganham
um valor histórico.
36
No Brasil, em 1991, a promulgação da Lei 8.159, que dispõe sobre a política
nacional de arquivos públicos e privados e estabelece as suas competências,
vem reforçar a necessidade de um maior envolvimento do arquivista com as
questões relacionadas à gestão dos arquivos correntes, pois, ela estabelece que
a gestão dos documentos públicos correntes é de competência das instituições
arquivísticas (RODRIGUES, 2006, p.103).
37
Para uma ação de recuperação dos documentos, algumas medidas são importantes e
recomendas (TJRJ, 2006):
Expor os documentos molhados à sombra durante três dias, após dois dias de
sol quente, quando a baixa umidade do ar contribuirá bastante para a secagem dos
documentos;
Acondicionar os documentos em sacos plásticos de textura grossa, aplicar sílica
gel e lacrar os sacos por um período de 10 dias. Essa substância elimina a umidade
remanescente nos documentos, deixando-os secos;
Acondicionar os documentos nas caixas-arquivo com a identificação de origem.
2.5.2 Museu
Há algum tempo, ao ouvirmos a palavra museu, instantaneamente, viriam em nossa
mente imagens de ‘coisas’, objetos antigos, não é verdade? “Quando evoco um passado distante, eu
reabro o tempo” (MERLEAU-PONTY, 1999, p. 557, citado por PORTO; BARBOSA, 2011, p. 199).
Mas será que museu é só lugar de coisas antigas? Você já deve ter lido notícias sobre
museus como o Museu da Língua Portuguesa, museu virtual, museu interativo, ecomuseu, não é?
Pois bem, são faces novas do universo dos museus.
38
O termo “ecomuseu” foi cunhado por Hugues de Varine, em 1971 (BRULON,
2014).
www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2015/01/Revista-Musas-6.pdf
Então, o museu não é apenas um lugar fixo, mas, acima de tudo, uma expressão humana.
O museu dialoga e representa não apenas a história sobre o homem, seu universo, seu habitat, seus
feitos e criações, mas também seus ritos, suas manifestações, sua linguagem, suas rotas (mapas,
cartas cartográficas) e muito mais.
Sabemos que o objeto não precisa existir fisicamente para ser real, ele pode ser uma
simulação ou uma projeção virtual. Ao mesmo tempo, o objeto virtual pode ser uma
réplica, um simulacro de um objeto físico. Trata-se da questão da memória, do legado
do objeto museal, numa temporalidade na relação sujeito-objeto. É a
recontextualização do objeto museal como documento, fonte de informação. Releitura
de discursos sobre o objeto em si, sendo este que nos remete à memória-documento,
memória-monumento. (PORTO; BARBOSA, 2011, p. 199).
39
partir do patrimônio preservado, ou seja, dos objetos que narram fatos, eventos, invenções e
momentos na ciência, na cultura, na tecnologia, no esporte, nas artes, etc.
Nesse sentido, instituições em âmbito nacional, como o Instituto Brasileiro de Museus –
IBRAM – e o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN – e também, em âmbito
internacional, como o Conselho Internacional de Museus – ICOM, cuidam para que o papel do museu
seja mais que um espaço social representativo, seja também inclusivo e educativo, mostrando as
várias versões da história social, e também integrativo e interativo, a ponto de levar as pessoas a
perceberem mais que sua identidade, a perceberem sua humanidade.
O museu é um olho compacto que olha para trás e se volta para o presente com uma ou
várias versões do passado. Ele narra os fatos através, principalmente, dos objetos, mas também,
cultiva ou acorda a emoção do que foi, ou podia ter sido, ou pode ainda ser contado na história
presente.
Quanto ao objeto, é através de sua presença que os museus falam à sociedade
(SCHEINER, 2008). Os instantes em um museu são contatos diretos com uma teia de informação que
também nos constitui, pois foi o passado que o colocou onde você está agora. O humano é uma
40
matéria viciada no tempo, uma mente que dispersa energia em contatar vestígios de ‘ontem’ e fazer
simulações do ‘amanhã’.
Todavia, quando se trata de arquivos, bibliotecas e museus, isso tem, algumas vezes, um
teor político, uma disputa de poder para manutenção de interesses de grupos específicos.
A memória coletiva e a sua forma científica, a história, aplicam-se a dois tipos de materiais: os
documentos e os monumentos. De fato, o que sobrevive não é o conjunto daquilo que existiu no
passado, mas uma escolha efetuada, quer pelas forças que operam no desenvolvimento temporal do
mundo e da humanidade, quer pelos que se dedicam à ciência do passado e do tempo que passa, os
historiadores. Estes materiais da memória podem apresentar-se sob duas formas principais: os
monumentos, herança do passado, e os documentos, escolha do historiador. (LE GOFF, 1990, p. 535).
41
Figura 11 - Museu do Louvre, em Paris.
Fonte:
https://image.winudf.com/v2/image/Y29tLkxpdmVXYWxscGFwZXJzVUEuYXBwMDMxMl9zY3JlZW5zaG90c18wXzY0YmI0
NDgz/screen-0.jpg?fakeurl=1&type=.jpg
Audiodescrição da figura: Fachada do Museu do Louvre em Paris: uma pirâmide de cristal com tons cinzas reluzentes
revela a entrada para o ambiente. Ao fundo, uma construção arquitetônica neoclássica com arcos e vitrais à luz
dourada. Um espelho d´água reflete os edifícios. É final de tarde. Fim da audiodescrição.
Há também os museus que possuem, além de seu acervo de objetos, livros, raros ou
novos? Pode ocorrer de o museu ter um acervo com documentos, como mapas, plantas de prédios
antigos, ou de livros sobre arte (o Instituto Ricardo Brenannd, situado no Recife, é um exemplo).
Para centro de documentação, Cunha e Cavalcanti (2008, p. 77) adotam como primeira
definição a que é dada pela UNESCO: “Qualquer entidade que tenha como função principal a
aquisição, tratamento, armazenamento e divulgação de livros, periódicos e/ou outros documentos”.
Já o documento “é o termo genérico que designa os objetos portadores de informação” (LE COADIC,
2004, p. 5). Ele pode ser considerado um artefato que representa ou expressa um objeto e, segundo
42
seu tipo de suporte, pode denominar-se documento em papel ou documento eletrônico. (LE COADIC,
2004).
Você sabia que todas as instituições citadas nesta unidade(biblioteca, arquivo, museu e centro
de documentação) podem trabalhar a sustentabilidade, visando diminuir o acúmulo de poluentes na
natureza? Pois, é uma tarefa que requer comprometimento individual e coletivo, desde pequenas
ações como a gestão de uso de energia, água, até a produção de lixo, ou descarte de produtos seja
feita de forma responsável.
43
As citadas instituições também têm o compromisso social e cultural em suas rotinas, visto que,
guardam preservam e disseminam o repertório de registros científicos, técnicos, literários e históricos
e tecnológicos da sociedade.
Estas instituições também podem trabalhar as diversas linguagens e manifestações artísticas
em ações, como oficinas, palestras, cursos, feiras, eventos, etc. Tudo isso é uma forma de
aproximação com a que usufrui dos serviços e produtos informacionais, sejam escritos, em áudios
ou audiovisuais.
44
UNIDADE 03 | A ESTRUTURA DA CARREIRA E O EXERCÍCIO DO
PROFISSIONAL TÉCNICO EM BIBLIOTECONOMIA
A forma de atuação dos profissionais que lidam com o tratamento da informação
registrada, como o bibliotecário e o técnico em biblioteconomia, está diretamente ligada à missão da
instituição a que estão vinculados, bem como ao perfil e necessidades dos usuários.
Assim, será dada a esta unidade um foco direcionado aos tipos de bibliotecas e seus
respectivos clientes/usuários, bem como alguns setores e atividades, legislação e ética profissional.
Entender tais cenários demanda entender a área da Biblioteconomia no Brasil.
Ei, dá uma paradinha aí, e vai no AVA ouvir o Podcast desta semana que tem
umas dicas massa!
Nessa época, o país ainda era colônia de Portugal e poucos tinham acesso à
escrita e à leitura, salvo os filhos dos abastados. As bibliotecas conventuais
eram, até a segunda metade do século XVIII, vistas como centros culturais e de
formação intelectual dos jovens brasileiros que concluíam seus estudos em
Portugal (MORAES, 2006) e “o enriquecimento do país permitia que os pais
mandassem seus filhos à Coimbra.” (MORAES, 2006, p. 24).
45
Em 1811, é fundada na Bahia a primeira biblioteca pública, a qual é disposta ao público
três anos antes da Biblioteca Real do Rio de Janeiro (FONSECA, 2007). A inclusão de cursos de
Biblioteconomia começa no Brasil quando Dom João I, trouxe a Família Real, em 1808 ao Brasil, tendo
entre a bagagem a Biblioteca Real da Ajuda.
Entre as mudanças, destaca-se a ocorrida de 1879, sobre a ordem do acervo em que a
biblioteca é dividida em “três seções: impressos, cartas geográficas, manuscritos e estampas.”
(CASTRO, 2000, p. 48). O interessante é notar que, no século seguinte, o primeiro curso de ensino de
Biblioteconomia ministrado pela Biblioteca Nacional (BN) contemplará disciplinas que elegem
conhecimento e perícia (organização física dos livros) para os conteúdos de seu acervo.
46
Figura 12: imagem de foto panorâmica do prédio da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.
Fonte: https://maisleiturabco.files.wordpress.com/2014/07/bibliotecanacional1.jpg
Audiodescrição da figura: Panorâmica do prédio da Biblioteca Nacional, à frente do prédio há árvores com copas verde-
escuro. Atrás do prédio da biblioteca, prédios modernos contrastam com a arquitetura colonial da BN. Fim da
audiodescrição.
Conforme já foi dito, estudante, é a partir da Renascença que o livro e a biblioteca ganham
uma dimensão social (MARTINS, 2007), já que na Idade Média a restrição ao pensamento e a criação
de ideias foram vigiadas, questionadas, restringidas e até, muitas vezes, punidas, segundo informes
Históricos.
A citada dimensão social do livro e da biblioteca possibilitou o câmbio de informações, a
inclusão de saberes a mais pessoas, o acesso à informação mais viável e flexível e a liberdade de
47
expressão e o crescimento de um maior número de empreendedores, artistas, sonhadores e
amadores do conhecimento.
A biblioteca, nesse cenário, é como um ambiente de acesso ao conhecimento e não um
santuário ou um lugar para se pagar algum castigo em horário escolar. O leitor passou a ser o
elemento mais importe da biblioteca (FONSECA, 2007). O direito à consulta, leitura, pesquisa, em
uma biblioteca pública, é direito de todos. Nesse sentido, há uma lei específica do livro.
A lei 10.753 de 30 de outubro de 2003 institui a política nacional do livro, tendo em suas
diretrizes gerais (BRASIL, 2003):
I - assegurar ao cidadão o pleno exercício do direito de acesso e uso do livro;
II - o livro é o meio principal e insubstituível da difusão da cultura e transmissão do
conhecimento, do fomento à pesquisa social e científica, da conservação do patrimônio
nacional, da transformação e aperfeiçoamento social e da melhoria da qualidade de vida;
III - fomentar e apoiar a produção, a edição, a difusão, a distribuição e a comercialização do
livro;
IV - estimular a produção intelectual dos escritores e autores brasileiros, tanto de obras
científicas como culturais;
V - promover e incentivar o hábito da leitura;
VI - propiciar os meios para fazer do Brasil um grande centro editorial;
VII - competir no mercado internacional de livros, ampliando a exportação de livros nacionais;
VIII - apoiar a livre circulação do livro no País;
IX - capacitar a população para o uso do livro como fator fundamental para seu progresso
econômico, político, social e promover a justa distribuição do saber e da renda;
X - instalar e ampliar no País livrarias, bibliotecas e pontos de venda de livro;
A biblioteca também tem uma lei, a qual dispõe sobre sua universalização no país. Trata-se da
lei 12.244 de 24 de maio de 2010 (BRASIL, 2010):
Art. 1o As instituições de ensino públicas e privadas de todos os sistemas de ensino do País
contarão com bibliotecas, nos termos desta Lei.
48
Art. 2o Para os fins desta Lei, considera-se biblioteca escolar a coleção de livros, materiais
videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados a consulta, pesquisa,
estudo ou leitura.
Parágrafo único. Será obrigatório um acervo de livros na biblioteca de, no mínimo, um título para
cada aluno matriculado, cabendo ao respectivo sistema de ensino determinar a ampliação deste
acervo conforme sua realidade, bem como divulgar orientações de guarda, preservação,
organização e funcionamento das bibliotecas escolares.
Conforme Jardim (2013), o fato de a informação arquivística, assim como seu acesso pelos
órgãos públicos, ser uma prática periférica, faz com que a lei ainda precise de ajustes e análise para
potencializar seu uso e difusão a todos.
49
A Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários – FEBAB – agora conhecida como
Federação Brasileira de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições, tem como principal
missão defender e incentivar o desenvolvimento da profissão (FEBAB, 2023, online).
O interesse de uma federação para a classe originava-se da necessidade de congregar,
integrar, possibilitar uma comunicação fluida entre os profissionais bibliotecários no que tange às
suas práticas, aos novos cenários e demandas do mercado. Da mesma forma, havia interesse dos
profissionais sobre os novos rumos da ciência e tecnologia que pediam união destes, para entender
a complexidade de seu espaço de atuação.
50
enredos que tratam de temáticas que geram divisões/polarizações na sociedade, exemplo: conteúdos
com narrativas sobre rituais religiosos ou ideologias políticas.
Quando você estiver a serviço de uma cultura organizacional, seja como técnico, analista,
prestador de serviços, consultor, etc., o mais importante é atender o público da instituição, deixando
de lado julgamentos relativos aos conteúdos, desde que não firam a ética profissional.
A ética é concebida como uma “parte da Filosofia que estuda os valores e os princípios
ideais da conduta humana” e também um “conjunto de princípios morais que devem ser respeitados
51
no exercício de uma profissão” (DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA, 2009), embora os termos
ética e moral se confundam e, por vezes, sejam intercambiáveis (CORTINA; MARTÍNEZ, 2005).
“As associações profissionais são entidades representativas dos membros de uma dada
profissão que promovem uma maior interlocução entre seus membros e destes com a sociedade”.
(RASCHE, 2005, p. 176). Refletindo sobre o código de ética do profissional em Biblioteconomia,
Cuartas, Pessoa e Costa (2003) fazem uma abordagem sobre a atuação ética deste profissional.
No código de ética do Bibliotecário há diretrizes, para o agir ético na conduta profissional
nas instituições e o comprometimento do bibliotecário a serviço de uma sociedade mais informada e
desenvolvida, das quais destacam-se deveres de preservação de cunho liberal e humanista (CFB,
2021):
Art. 5º –São deveres do bibliotecário :
∞ preservar o cunho liberal e humanista de sua profissão, fundamentado na
liberdade da investigação científica e na dignidade da pessoa humana;
52
∞ exercer a profissão aplicando todo zelo, capacidade e honestidade em seu
exercício;
É importante, estudante, que você observe que tais deveres podem também ser adotados
por você, uma vez que sua função em uma biblioteca, embora seja subordinada à função do(a)
bibliotecário(a), é realizada visando atender ao usuário da instituição que o contratou.
53
Lembrando que se requer deste perfil profissional empatia, paciência, senso
de ordem e comprometimento com suas atividades de rotina.
LEGISLAÇÃO DISPOSIÇÃO
Art. 1º O exercício da profissão de Bibliotecário, em todo o território nacional, somente é
permitido quando atendidas as qualificações estabelecidas nesta Lei.
Parágrafo A designação "Bibliotecário", incluída no quadro das profissões liberais. Grupo 19,
único da Consolidação das Leis do Trabalho, é privativa dos Bacharéis em
Biblioteconomia.
Art. 3º O exercício da profissão de Bibliotecário é privativo:
I - dos portadores de diploma de Bacharel em Biblioteconomia, expedido por
instituições de ensino superior oficialmente reconhecidas, registradas nos órgãos
competentes, de acordo com a legislação em vigor;
II - dos portadores de diploma de graduação em Biblioteconomia, conferido
por instituições estrangeiras de ensino superior, reconhecidas pelas leis do país de
origem, e revalidados no Brasil, de acordo com a legislação vigente;
III - dos amparados pela Lei no 7.504, de 2 de julho de 1986.
Capítulo VIII § 3o As Bibliotecas Públicas localizadas em Municípios com até dez mil habitantes
e cujo acervo não ultrapasse a duzentos exemplares catalogados poderão
funcionar sob a supervisão de um Técnico em Biblioteconomia, devidamente
registrado perante o Conselho e, neste caso, deverão comunicar ao respectivo
Conselho Regional de Biblioteconomia a criação, o funcionamento e a
responsabilidade técnica da Biblioteca, para fins de anotação e controle, sendo
isentas de qualquer taxa ou contribuição.
Quadro 6 – Legislação referente à atuação profissional em Bibliotecas
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9674.htm
54
Em 2010, surge um projeto de lei N.º 6.038, no qual há uma disposição voltada
à regulamentação do exercício da atividade profissional de Técnico em
Biblioteconomia. Em 2018, transformou-se em Lei Nº. 13601/18
55
Atividades Técnicas Atividades Culturais Atividades Pedagógicas
Organizar o acervo, pastas, Criar espaço para possíveis Atender os usuários em atividades
documentos e demais aglomerações de eventos. específicas, previamente agendadas.
materiais no espaço da
biblioteca.
Registrar dados do acervo Ornamentar os ambientes Mediar atividades de recreação, com
em sistema elétrico ou em em datas e eventos que finalidades artístico-pedagógicas.
meio físico. ocorrem no espaço da
biblioteca.
Arquivar documentos que Orientar os usuários sobre normas,
chegam como dados do Montar decoração, listas de regras e atividades da biblioteca.
acervo e dos usuários, convites e cenários para os
guardar livros e materiais espaços de eventos na
que são devolvidos à biblioteca.
biblioteca.
Receber correspondências, Reunir materiais para atividades
materiais e objetos temáticas com proposta recreativas,
comprados ou doados. artísticas e pedagógicas.
Quadro 7 - Atividades técnicas, culturais e pedagógicas que o técnico em Biblioteconomia pode realizar.
Fonte: Ferreira (2020 ; 2022)
Audiodescrição da figura: quadro com detalhamento de possíveis Atividades técnicas, culturais e pedagógicas que o
técnico em Biblioteconomia que um técnico em biblioteconomia pode desempenhar. Fim da audiodescrição.
Perceba que as informações do quadro acima são limitadas! Você pode sempre sair da
caixa e pensar fora dela! Vamos ver mais alguns comportamentos, atitudes e atividades que você
pode desempenhar em seu ambiente de trabalho:
• Abrir e fechar as salas de estudo e laboratórios da biblioteca;
56
• Auxiliar no levantamento de dados para o inventário da biblioteca;
• Desenvolver resiliência e empatia para evitar conflitos (desde que isso não afete a ética,
nem sua saúde mental e física, comprometendo sua qualidade de vida no trabalho);
• Informar ao superior hierárquico sobre eventos atípicos (ou seja, eventos que ocorrem
fora da rotina da biblioteca);
57
• Tratar com respeito e ética todos os profissionais da instituição e clientes/usuários;
• Zelar pelo patrimônio institucional e bem estar coletivo (estrutura física, equipamentos,
acervo, colaboradores).
Como você pode observar, estudante, há várias atividades a serem desempenhadas pelo
técnico em Biblioteconomia. Acima, foram citados apenas alguns exemplos, o que significa que há
outros processos e rotinas que podem ser desempenhados por você.
58
CONCLUSÃO
Estudante, aqui começa a despedida desta maravilhosa viagem pelos fundamentos da
área! Eita que foi coisa, hein?
Tempo dos livros acorrentados, tempo das trevas! Mas, epa! Pera! Teve muita coisa além
disso! Muito conhecimento sobre conceitos (informação, conhecimento, comunicação), lugares
(bibliotecas, arquivos, museus), os mosteiros, as universidades, as bibliotecas, o código profissional,
leis e instituições da área!
Assim, a disciplina Introdução à Biblioteconomia pretendeu mostrar a Biblioteconomia
apresentando seus principais conceitos, campos de estudo, formação curricular, profissional
bibliotecário e técnico, legislação, ética e áreas de atuação.
Mais que guardar, nossa missão social é ser contribuição no que tange à democratização
do conhecimento. O acesso é a atual prioridade!
AS PALAVRAS-CHAVE DA BIBLIOTECONOMIA
59
REFERÊNCIAS
BELLOTTO, Heloísa. Arquivos Permanentes: tratamento Documental. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo:
FGV, 1991.
BEM, Roberta Moraes de.; COELHO, Christianne Reinisch. Aplicações da gestão do conhecimento na
área de biblioteconomia e ciência da informação: uma revisão sistemática. BJIS, Marília (SP), v.7, n.1,
p.69-97, jan./jun. 2013. Disponível em:
http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/bjis/article/view/2987 . Acesso em: 14 fev. 2023.
BRASIL. Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações previsto no inciso
XXXIII do art. 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal; altera a
Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos
da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm . Acesso em: 28 fev.
2023.
BRASIL. Lei nº 12.244 de 24 de maio de 2010. Dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições
de ensino do País. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/lei/l12244.htm . Acesso em: 28 fev. 2023.
BRASIL. Lei no 10.753, de 30 de outubro de 2003. Institui a Política Nacional do Livro. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.753.htm . Acesso em: 28 fev. 2023.
BRASIL. Lei nº 4084 de 1962 - Disponível em: Dispõe sobre a profissão de bibliotecário e regula seu
exercício (Alterada pela LEI Nº 7.504/1986 já inserida no texto). Disponível em:
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L4084.htm . Acesso em: 26 fev. 2023.
BRASIL. Lei nº 9.674, de 25 de junho de 1998. Dispõe sobre o exercício da profissão de Bibliotecário
e determina outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9674.htm Acesso em: 08 mar. 2023.
60
BUENO, Aparecida de Fatima Cavalheiro; MESSIAS, Lucilene Cordeiro da Silva. As novas tecnologias e
os impactos nas bibliotecas: habilidades do profissional bibliotecário na atualidade. In__: CONGRESSO
BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 25., 2013.
Anais[...]. Florianópolis: FEBAB, 2013. Disponível em:
http://repositorio.febab.org.br/files/original/8/2215/1325-1338-1-PB.pdf . Acesso em: 16 fev. 2023.
BURKE, Peter. Uma história social do conhecimento: de Gutenberg a Diderot. Rio de Janeiro: Zahar,
2003.
CINTRA, Ana Maria Marques et al. Para entender as linguagens documentárias. 2. ed. São Paulo:
Polis, 2002. 96p.
CORTINA, Adela; MARTÍNEZ, Emílio. Ética. São Paulo: Edições Loyola, 2005.
CUARTAS, Enriqueta G. Dorfman de; PESSOA, Maria Lúcia M. V.; COSTA, Cosme G. Código de ética
profissional do bibliotecário: 15 anos depois. BIBLOS - Revista do Instituto de Ciências Humanas e da
Informação. v. 15, n., 2003. Disponível em:
http://cfb.org.br:8080/bitstream/123456789/1316/3/Artigo_C%C3%B3digo%20de%20%C3%89tica
%20Profissional%20do%20Bibliotec%C3%A1rio%2015%20anos%20depois.pdf . Acesso em: 03 fev.
2023.
DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA COMENTADO PELO PROFESSOR PASQUALE. São Paulo: Gold
Editora, 2009.
61
FERREIRA, Marilucy. Introdução à Biblioteconomia. Curso Técnico em Biblioteconomia: Educação a
distância. Recife: ETEPAC, 2020.
FONSECA, Edson Nery da. Introdução à Biblioteconomia. São Paulo: Pioneira, 1992.
JARDIM, José Maria. A implantação da lei de acesso à informação pública e a gestão da informação
arquivística governamental. Liinc em Revista, Rio de Janeiro, v.9, n.2, p. 383-405, Nov. 2013.
Disponível em: http://revista.ibict.br/liinc/article/view/3495/3020 . Acesso em: 12 fev. 2023.
MARTINS, Wilson. A palavra escrita: história do livro da imprensa e da biblioteca. 3.ed. rev. e atual.
il. São Paulo: Ática, 2002.
MORAES, Rubens Borba de. Livros e bibliotecas no Brasil colonial. São Paulo: Secretaria da Cultura,
1979. 234 p. (Biblioteca universitária de literatura brasileira. Serie A; v. 6).
PACIEVITCH, Thais. Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC). Infoescola, 2013. Disponível em:
https://www.infoescola.com/informatica/tecnologia-da-informacao-e-comunicacao/ . Acesso em:
23 fev. 2023.
PAES, Marilena Leite. Arquivo: teoria e prática. 3. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1997.
PINHEIRO, Lena V. Comunidades científicas e infraestrutura tecnológica no Brasil para uso de recursos
eletrônicos de comunicação e informação na pesquisa. Ci. Inf., Brasília, v. 32, n. 3, p. 62-73, set./dez.
2003.
62
PORTO, Renata Maria Abrantes Baracho; BARBOSA, Cátia Rodrigues. O objeto museal em diferentes
contextos e mídias. Em Questão, Porto Alegre, v. 17, n. 2, p. 195-208, jul./dez. 2011. Disponível em:
https://www.brapci.inf.br/index.php/res/v/9137 . Acesso em: 28 fev. 2023.
RASCHE, Francisca. Ética e deontologia: o papel das associações profissionais. Rev. ACB:
Biblioteconomia em Santa Catarina, v.10, n.2, p . 175-188 , jan./dez., 2005.
RODRIGUES, Márcia Lutterbach. A teoria dos arquivos e a gestão de documentos. Perspect. ciênc.
inf., Belo Horizonte, v.11 n.1, p. 102-117, jan./abr. 2006. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-99362006000100009&script=sci_abstract&tlng=pt .
Acesso em: 07 mar. 2023.
WOLTON, Dominique. Informar não é comunicar. Porto Alegre: Sulina, 2010. Disponível em:
<https://pt.scribd.com/doc/88202667/Informar-nao-e-comunicar . Acesso em: 21 fev. 2023.
63
MINICURRÍCULO DO PROFESSOR
64