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K.

WEBSTER

Sinister Fairy Tales


K. WEBSTER

Disponibilização: Eva

Tradução e Revisão Inicial: Dani, Faby, Keira

Leitura Final e Formatação: Eva

Janeiro/2020

Sinister Fairy Tales


K. WEBSTER

Sinister Fairy Tales


K. WEBSTER

Em um castelo vazio e frio, uma jovem rainha está morrendo.


Fraca. Frágil. Desonrada.
Mas a rainha Whitestone não está sozinha em seus últimos dias.
Ela tem sua amada irmã.

Até que um rei perverso cavalga em sua terra.


Arrogante. Insuportável. Exigente.
O rei Bloodsun aparece com uma oferta... paz em troca de uma noiva.
Ele quer a princesa.

O rei do fogo não aceita um não como resposta.


Ele promete manter a rainha do gelo em cativeiro até que ela ceda às exigências dele.
Uma rainha não se curva a ninguém, no entanto.
Nem mesmo quando está frágil e desfalecendo.
Ela irá usar o que sobrou de suas forças, protegendo a única família que lhe resta.

O rei está prestes a descobrir por que a chamam de cruel…

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Para o meu marido — você é o fogo do meu gelo.

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PRÓLOGO

Elzira com quinze anos de idade…

A neve cai silenciosamente, arrepiando meu rosto, enquanto


Yanna e eu esperamos que papai nos dê um beijo de despedida.
Yanna se mexe, sempre ansiosa para se meter em travessuras, mas
eu a mantenho parada ao meu lado com a mão segurando seu
ombro. O pai instrui silenciosamente o Exército dos Olhos
Brancos. Sua voz poderosa ecoa na minha direção e ouço parte de
seus comandos.

Mantenha elas seguras a qualquer custo.

Proteja Norta Iceland, Souta, Easta e Westa.

Aqueles que falharem pagarão com suas vidas.

Finalmente, o pai termina e se vira para nos observar. Ele é


alto, com cabelos e pele claros. Seus olhos se assemelham às
pedras azuis que sua esposa, e mãe de Yanna, Plyrienne, usa em
seu pescoço. Plyrienne já beijou a filha e forçou um sorriso para
mim. Sei que papai ama Plyrienne, mas ela não me ama. Desisti de
esperar carinho maternal dela anos atrás. Yanna, no entanto, é
dona do meu coração. Ela pode ser minha meia-irmã, mas ela é
tudo para mim.

“Yanna”, o pai diz, abrindo os braços para ela.

Com apenas oito anos de idade, ela mal chega ao meio do


peito. Ele facilmente a pega, abraçando-a. Uma dor se forma no
meu peito. Sinto falta dos dias em que meu pai me pegava e me

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carregava pelos jardins do palácio. Mas não sou mais criança.


Passei a ser mulher, recentemente tive minha primeira
menstruação, agora a cada trinta dias, sou lembrada que sou uma
mulher. Muitas vezes, dolorosamente.

Meu pai murmura coisas para Yanna que a fazem rir.


Eventualmente, ela se solta dos braços dele e sai correndo de volta
para o castelo, sua longa trança marrom-escura saltando. Quando
ela está dentro de casa, o pai franze a testa para mim.

Levanto meu queixo da mesma maneira altiva que Plyrienne


faz, pois sei que ele sempre sorri quando ela faz isso. Papai não
sorri para mim, no entanto. Suas sobrancelhas se aprofundam
quando ele levanta a mão para segurar minha bochecha.

“Elzira mais bela”, ele diz suavemente. “Você parece


exatamente como a sua mãe no dia em que a conheci.”

Garras cravam em meu coração. Não passa um dia em que


eu não sinta falta da minha mãe. Ela pegou uma doença que a
enfraqueceu. Nós a assistimos morrer diante de nossos olhos.
Lentamente, até que a doença a levou.

“Obrigada pai.”

Ele franze os lábios. “Se eu não voltar...”

“Pai!” Grito.

Sua mão corta o ar, me silenciando. “Basta, coração. Há


palavras que devem ser ditas. Palavras que você deve ouvir.”

Luto contra as lágrimas que ameaçam a cair sobre minhas


bochechas. Papai veria isso como fraqueza, então eu rapidamente
as afasto. “Continue.”

“Se não voltarmos, este reino será seu. Sua irmã se tornará
sua obrigação. O povo de Norta Icelands chamará você de rainha.
O Exército dos Olhos Brancos será o seu exército para comandar.
Você se tornará A Justiceira dos Malditos.”

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Estremeço pensando nos Malditos. Seus gritos


enlouquecidos e dentes quebrados encontram seu caminho para o
meu sono, roubando minha segurança mesmo durante o sono. Os
Malditos são aqueles que foram expulsos de seus reinos e forçados
a morrer de fome. Foram banidos para Equatoria — terras áridas
que separam os quatro reinos mais fortes. Quando os Malditos
perderam completamente a cabeça para a loucura, os Volcs — dos
vulcões de Souta — os levaram para a nossa terra na esperança de
exterminá-los. Mas os Malditos parecem insensíveis ao frio. Seus
dedos dos pés, dedos da mão e orelhas caem, mas eles continuam
vindo. Eles invadem nossa terra apenas para serem massacrados
pelo Exército dos Olhos Brancos. Eu os vi com meus próprios
olhos. Vi o Exército dos Olhos Brancos, pintar a neve de vermelho
enquanto eles cortavam cada um deles com suas lâminas de
diamante.

Meu pai nasceu para ser o Justiceiro dos Malditos. Vi a


alegria brilhando nos olhos dele depois de uma caçada. Eu tenho
pavor deles. O pensamento de correr pelas montanhas de neve
atrás deles me faz estremecer.

Meu pai percebe minhas emoções, faz uma careta para mim.
“Você não pode ser fraca, coração. Este é o nosso legado. Conto
com você na minha ausência. E se minha ausência for permanente,
sua irmã também contará com você. Jure para mim que você
governará esta terra com um punho de diamante.”

Uma lágrima cai, congelando na minha bochecha. “Eu


prometo, pai.”

Ele limpa a lágrima congelada e sorri. “Confie no seu


instinto. Confie apenas em si mesma. Confie no gelo.”

Ele sopra ar quente na frente dele, mas depois com um


balançar da mão, ele congela a respiração. A habilidade que meu
pai orgulhosamente exibe não foi herdada pelas suas filhas. Desde
que me lembro, tentei seus truques com a mão sem sucesso. Ele
me oferece a nuvem congelada de ar. Brilha à luz do dia. É bonito

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de se olhar. Pego-a nas palmas das mãos enluvadas e admiro as


pequenas linhas brancas que decoram o gelo opaco.

“Confie no seu dom. Lá no fundo, ele está vivo. Um dia, você


o encontrará e o usará. Nunca tenha medo de usá-lo.”

Ele beija o topo da minha cabeça e se vira sem outra palavra.


Assisto em lágrimas enquanto ele sobe na carruagem onde minha
madrasta espera. Dentro de uma semana, eles estarão no litoral e
navegarão pelos canais para Easta — terra natal de Plyrienne —
para uma visita ao pai.

Um borrão branco captura minha atenção. Os Olhos


Brancos estão por toda parte. Afastando-me do homem escondido
em roupas brancas, observo meu pai desaparecer.

“Vamos mantê-lo seguro”, uma voz familiar diz, com olhos


verdes brilhantes ardendo intensamente em mim. Reconheço esse
homem do exército do meu pai. Cavon. Ele é filho de um dos
melhores homens do meu pai, Torridy.

“Muito obrigada, Cavon”, digo a ele suavemente, esperando


desesperadamente esconder a tristeza da minha voz.

Um grito de um dos Malditos ecoa à distância, fazendo-me


estremecer de terror.

A arte do meu pai escorrega das minhas mãos e se quebra


aos meus pés.

Meu coração se despedaça também, porque sinto que meu


pai não voltará.

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CAPÍTULO UM

Elzira Dez anos depois…

Eu deveria cumprimentá-los.

Ou enviar Cavon e o Exército dos Olhos Brancos para cortar


as suas cabeças.

Infelizmente, não posso fazer nada.

Deixe que venham.

Deixe-o vir.

Quando o meu pai e Plyrienne foram mortos por nômades


em sua viagem, nosso reino imediatamente tornou-se um alvo. No
momento em que chegou a notícia de suas mortes, fui coroada de
forma rápida e silenciosa. Da noite para o dia, passei de menina
assustada para a rainha dominante. Já não era mais a irmã da
pequena Yanna, tornei-me mãe. E, assim como os ursos brancos
de Norta, eu me tornei ferozmente protetora sobre minha irmã.
Garras que eu não sabia que existiam cresceram e as usei. Aos
quinze, enviei nosso exército atrás daqueles nômades para matá-
los. Meus historiadores mapearam sua linhagem e matamos cada
membro da família daqueles nômades. Gerações e gerações foram
exterminadas em questão de dias.

Quando matei aqueles que prejudicaram minha família,


matei a garota dentro de mim. Não havia espaço para ela e uma
rainha.

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Sento-me à janela, no alto da minha torre, e assisto os Volcs


enquanto eles marcham sem esforço pela neve. Linhas pretas
cortando as planícies brancas. Isso agrada aos meus olhos. Quanto
mais tempo permaneço neste castelo frio, mais desejo prazeres
visuais. Estou preocupada, estou perdendo a cabeça e ficando
louca assim como os Malditos, porque meu coração bate cada vez
mais rápido no peito, sabendo que eles estão vindo. Eles passaram
pelo meu exército e não derramaram sangue, o que significa que
estão vindo falar comigo, sem iniciar uma guerra.

Batendo meus dedos na borda de pedra, eu me divirto com


o som.

Tap. Tap. Tap. Tap. E tap.

Minha batida constante mantém o sangue fluindo para os


meus dedos. Muitas vezes eles ficam dormentes e ficam com uma
cor azul horrível. Desejo usar minhas luvas, mas Yanna diz que
isso só vai piorar minha condição. Se eu não movimentar meus
dedos, eles congelarão e cairão.

Vou me tornar um deles?

Não.

Eu sou a Justiceira dos Malditos.

Eu não sou um deles.

Tap. Tap. Tap. Tap. E tap.

Focando no V perfeito cortando a neve, me pergunto sobre o


que o rei Bloodsun está falando. Seu reino, os Souta Volcanoes, é
quente e vasto. O poder de Souta corresponde apenas ao do meu
próprio reino.

Por que você está aqui, rei Bloodsun?

Seus oito corcéis negros puxam sua carruagem que arde com
tochas sem esforço pela neve. Quando ele se aproxima, vislumbro
o próprio homem. O rei. Ele usa uma capa preta que balança ao

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vento atrás de si e ele estala um chicote, mantendo o seu cavalo


em alta velocidade.

Tap. Tap. Tap. Tap. E tap.

O calor afugenta o frio constante enquanto Yanna fica atrás


de mim. Seus dedos correm pelos meus cabelos de uma maneira
afetuosa enquanto ela espia pela janela.

“Rei Bloodsun”, ela diz sem fôlego. “Ele veio nos fazer mal?”

Eu me viro, pego sua mão quente nas minhas frias, e dou-


lhe um aperto tranquilizador. “Você sabe que eu nunca vou deixar
ninguém te machucar, querida irmã.”

Ela beija minha bochecha antes de se afastar. “Você já


comeu alguma coisa hoje?”

Voltando à minha posição, continuo batendo.

Tap. Tap. Tap. Tap. E tap.

“Seu silêncio me diz que a resposta é não. Por que você fica
com fome?” Ela adverte. “Eu juro, se não fosse por mim, você
estaria murcha e morta.”

A culpa cresce dentro de mim. “Perdi a noção do tempo.”


Venho observando há horas os Volcs quando apareceram até onde
meus olhos podiam ver. Assisti todos os seus movimentos em
nossa direção.

Yanna sai da sala e volta com uma bandeja cheia de


guloseimas e chá. O vapor que sai da xícara branca chama minha
atenção e a mantém. Apesar dos Volcs marcharem furiosamente
em nossa direção, o chá me convoca. Amargo, mas quente. Yanna
o adoça para mim, no entanto. Ela sempre assegura que eu cuide
de mim mesma. Sou muito parecida com meu pai. Obcecada com
a morte daqueles que pretendem nos ferir. A ponto de consumir
todos os meus pensamentos.

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Minha irmã arruma os itens na bandeja de uma maneira que


me agrada. Eu tenho obsessões particulares. Uma delas é que
gosto de itens de uma certa maneira. Gosto de ordem, rotina e
limpeza. Ela alinha os quatro doces em uma única fila ao lado do
chá de farsop. Um raminho de jazzyroot fica ao lado da xícara de
chá. Também em linha reta.

“Você precisa de algo em seu estômago antes de se encontrar


com esse homem miserável”, ela reclama enquanto coloca a
bandeja na minha frente.

“Como você sabe que ele é miserável?” Pergunto com uma


sobrancelha levantada.

Ela faz uma careta boba para mim, fazendo-me sorrir. Seus
lábios são cheios e vermelhos em comparação aos meus azuis
pálidos. De alguma forma, sua coloração permanece um marrom
suave, apesar de nunca ver o sol. A minha é branca como a neve e
tingida de azul. E o cabelo dela é escuro, sedoso e vibrante. Minhas
madeixas são de um branco prateado, com listras azuis que muitas
vezes tento esconder esfregando cinzas ao longo das mechas.

Nós somos opostas.

Eu sou o frio e ela é o calor.

Mas nós somos irmãs. Ligadas pelo sangue, amor e amizade.

“Presumo que ele seja miserável, porque todo mundo além


de nós é.” Ela sorri para mim. “Eu te desafio a discutir comigo.”

Uma pequena risada me escapa quando tomo o chá quente


em minhas mãos. Faz minhas pontas do dedo doerem quando
começam a derreter. “Suponho que você esteja certa. Eles são
todos miseráveis. No entanto, ainda vamos entreter o rei. Descobrir
o que veio fazer aqui.”

Seu nariz torce de uma maneira fofa que me lembra quando


ela tinha apenas oito anos. Agora, ela tem dezoito anos e cresceu.

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“Estou preocupada”, Yanna diz, franzindo a testa. “Estávamos indo


bem sem ele aparecer. O que ele poderia querer?”

“Minha cabeça”, provoco.

Sua boca se abre com horror e me sinto castigada. “Elzira!”

“Não sei o que ele quer”, admito. “Mas não faz sentido se
preocupar com isso.” Tomo o meu chá e estremeço. Sempre tão
amargo.

Ela sorri para mim enquanto pega o raminho de jazz.


Gentilmente, ela mexe o chá, escurecendo-o com o raminho.
Quando o levo aos meus lábios, tem um sabor doce. Desta vez,
desce na garganta com muito mais facilidade.

Uma batida na porta me faz endireitar minha coluna e


pousar minha xícara de chá. Levanto-me com as pernas trêmulas,
procurando minha coroa. Tontura me invade, escuridão se
apossando da minha visão, mas pisco para a afastar. Yanna se
preocupa quando mostro sinais de piora. Recuso-me a preocupá-
la quando temos o Rei dos Souta Volcanoes batendo à nossa porta.

Uma das minhas muitas coroas fica perto do centro da


minha lareira. Faz muito tempo que não há fogo. Lá dentro, não
importa quantas vezes eu tenha alguém da minha equipe subindo
pela chaminé para limpá-la, alguns esporos de sichee continuam a
crescer. Os esporos, quando tocados pelo fogo, chocam ovos e
produzem lagartas de sichee. Minha irmã é mortalmente alérgica a
essas lagartas. O fogo é proibido no castelo por esse motivo.
Aqueles que preparam as refeições cozinham bem abaixo do
castelo, para que minha irmã não entre em contato com as lagartas
de sichee.

Pego minha coroa e me pergunto se é suficientemente severa.


É alta e afiada. Eu gostaria de poder torná-la mais impressionante,
adicionar mais peças. Antes da minha doença começar a drenar
minha vida, eu descobri meu dom. Papai estava certo. Eu tinha

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que confiar nisso. Infelizmente, desapareceu tão rapidamente


quanto chegou.

Outra batida rápida na porta me deixa franzindo a testa. Eu


não deveria ser incomodada. Todo mundo sabe disso. Coloco a
coroa na cabeça e me certifico de que está bem encaixada antes de
gritar.

“Entre”, ordeno.

A porta se abre e uma figura vestida de branco entra. Sua


lâmina de diamante brilha perigosamente em sua mão. Este
homem se parece com qualquer outro soldado do Exército dos
Olhos Brancos. São os olhos por trás da máscara que o denunciam.

Verde claro.

Cavon.

“Minha rainha”, ele murmura em saudação. “Princesa.” Ele


acena para nós duas, respectivamente.

“O que é?” Exijo.

“Os Volcs estão chegando. Dê-nos a ordem e nós os


mataremos, sua alteza.”

Estreitando os olhos para ele, balanço minha cabeça. “Se o


rei Bloodsun desejasse problemas, haveria sangue em nossa terra.
Ele está vindo em paz. Eu falarei com ele.”

Os olhos de Cavon se estreitam atrás de sua máscara


branca. “Claro, minha rainha.”

Yanna corre para ele e agarra seu braço. “Quanto tempo


mais?”

O medo na voz dela quase me dá vontade de dar a ordem


para massacrar todos eles. Ainda assim, contenho-me.

“Minutos agora, princesa”, Cavon diz, com sua voz rouca.

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Aceno para ele com desdém. “Prepare a sala de jantar. Venha


me pegar quando eles estiverem prontos.”

Cavon permanece por um longo segundo antes de me dar


um aceno firme e sair correndo do ambiente. Yanna franze a testa
para mim.

“Não gosto disso”, ela diz. “Convidando-os para nossa casa.”

“É notável, irmã. Agora, ajude-me a vestir para que eu possa


cumprimentar o rei adequadamente.”

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CAPÍTULO DOIS

Ryke

Odeio o frio.

Odeio os Norta Icelands.

Odeio o fato de viajar dias e dias para me encontrar com a


rainha Whitestone.

E realmente odeio o que vou ter que fazer.

Mas não há outro caminho. Eles são o reino mais poderoso


além do meu, devido à sua rainha implacável. Com um pacto em
vigor, poderíamos remover o rei Parsoni de Easta Waterways e o rei
Tai de Westa Sandlands. Nenhum dos dois é forte o suficiente para
resistir ao rei de Souta Volcanoes ou à rainha de Norta Icelands.

Convencer a rainha do gelo será um desafio, no entanto.

Já ouvi o suficiente de histórias sobre o pai dela e depois


dela. Cruel. Detestável. Sanguinária. Louca. Meu conselheiro,
Danser Mahl, sugeriu originalmente que eu me casasse com a
rainha do coração de gelo. Só por cima do meu cadáver. A rainha
cortaria minha garganta enquanto eu estivesse dormindo. Não vim
até aqui para ser destronado e decapitado por uma criadora de gelo
com cabelos brancos. Passei décadas aprimorando o meu próprio
poder e seu frio insuportável não é páreo contra o fogo que posso
criar com um simples movimento das pontas dos dedos.
Infelizmente, não estou aqui para queimar a rainha. Estou aqui

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para oferecer a ela mais poder. Nossos reinos, juntos, poderiam


governar o resto dos reinos pela eternidade.

“Ainda temos nossas cabeças”, Danser resmunga para mim


de seu cavalo.

Puxo as rédeas. “Pare aí.” Meus oito cavalos param, bufando.


Claramente, eles estão tão agitados com o frio assim como eu e
Danser. “Nós temos nossas cabeças. Por enquanto”, digo ao
Danser. “Espero que ainda as tenhamos ao nascer do sol.”

Ele sorri para mim enquanto desce do cavalo. Danser é


quase tão alto quanto eu e magro. Mas, apesar da falta de
músculos e das duas décadas de idade que ele tem a mais que eu,
ele é rápido, inteligente e hábil. E o conheço desde que eu era
apenas um príncipe, cresci confiando nele. Nossas mentes são
unidas, pois muitas vezes pensamos como um. Não há ninguém
em quem eu confie mais que Danser.

Saio da minha carruagem, afundando até os joelhos na neve.


Segurando meu chicote firmemente na mão, eu me preparo para
machucar qualquer um que faça uma tentativa contra a minha
vida. Não que Danser deixaria isso acontecer ou os vinte mil
soldados Volc nas minhas costas. Minha coroa de ferro preto está
pesada na minha cabeça. O frio faz parecer que o metal está
apertando meu crânio. Sei que a rainha tem poderes para criar o
clima, e me pergunto se ela pode controlar a temperatura para que
minha coroa congele e se quebre na minha cabeça.

“É maior que o seu”, Danser diz, acenando para o enorme


castelo. Está coberto de gelo e reluz como se houvesse diamantes
espalhados nas paredes.

“Tamanho nem sempre é uma indicação de qualidade”,


rebato de volta para ele.

Ele ri. “Continue se enganando, senhor.”

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Estou pensando em dar uma chicotada nele, mas as portas


começam a se abrir, interrompendo nossas brincadeiras.

Um homem do Exército dos Olhos Brancos, com olhos verdes


brilhantes e uma espada de lâmina de diamante na mão, nos
encontra. “Declare a natureza de sua visita”, ele diz, rispidamente.

“Estou aqui pela rainha”, digo a ele em um tom presunçoso.

Sua postura é rígida e ele endurece sua postura ainda mais


com a minha escolha de palavras. “Ela convida você para jantar
com ela.”

“E a princesa?” Pergunto.

Ele levanta a espada, a raiva brilha em seus olhos verdes. “O


Exército dos Olhos Brancos não estão apenas na sua frente e em
todos os cantos deste castelo, estão atrás de você e ao seu lado.
Estão em todo lugar. Você ainda vive e respira às portas do castelo
da rainha, porque ela permitiu. Sugiro que se lembre em qual reino
está pisando.”

Solto uma risada sombria. “Ahh, protetor. Tenho certeza que


a rainha ama isso em você. Agora me diga, Green, quem você está
aquecendo a cada noite? A rainha? A princesa? Ambas?”

Ele rosna e me enfrenta como uma tempestade em meu


caminho. Danser cortaria sua garganta em um instante se eu
permitisse. Felizmente para Green, estou de bom humor. Quando
seus olhos verdes e furiosos estão a centímetros dos meus, ele
cospe suas palavras.

“Seu desrespeito flagrante é impróprio. Minha rainha tem


pouca paciência para jogos ou provocações. Sugiro que você entre,
exponha seus negócios, respeite sua alteza e depois saia.” Seus
olhos verdes se estreitam. “Ou seja, se você quiser sair com seu
coração quente ainda batendo.”

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Ignorando o pobre soldado, eu o empurro, batendo meu


ombro no dele. Ando diretamente para o castelo, sabendo que se
Green tentar me atacar, Danser o destruirá.

“Sugiro que você espere do lado de fora, jovem senhor”,


Danser diz ao Green atrás de mim. “Deixe os homens fazerem
negócios e não haverá derramamento de sangue.”

Green fará o que ele mandou, porque é isso que soldados


como ele fazem. Eles obedecem. E se a rainha dele me quisesse
morta, eles já teriam me matado a quilômetros de distância. Eu
nunca teria entrado neste castelo e ele sabe disso.

O castelo é diferente do meu, que é mais familiar, percebo


enquanto o atravesso. Falta calor de forma literal e figurativa. As
paredes são de um branco sólido — pintadas dessa cor ou
formadas de gelo, até onde sei. O chão é branco. Os tetos são
brancos. Tudo branco. Enquanto ando pelo corredor, corro as
pontas dos dedos ao longo da parede, invocando minhas chamas
pelo caminho. Um assobio pode ser ouvido enquanto meu calor
derrete as paredes congeladas no caminho onde meus dedos
percorrem.

Chego a uma grande sala aberta. Uma pintura paira sobre


uma lareira apagada. Davven Whitestone. O antigo rei e pai da
rainha. Ele está majestoso na pintura. Grandiosidade não vence
guerras. Nobreza não faz você passar pela Norta Layke e pela
Hidden Lands, onde a lendária Guerra Moral aguarda.
Grandiosidade não o manteve vivo. Davven, de todas as pessoas,
aprendeu isso da maneira mais difícil.

Ele esqueceu seu poder.

Esqueceu que era um rei.

Ele baixou a guarda.

Eu nunca esqueço. Fogo queima em minhas veias, quente e


furioso. Homens caíram aos meus pés, queimando de dentro para

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fora por ofensas menores do que a de Green. Meu temperamento


permanece controlado, mas se eles continuarem me pressionando,
não posso fazer nenhuma promessa de que continuarei assim.

Não encontrando ninguém no espaço aberto, tento outro


longo corredor, passando por alguns homens do Exército dos Olhos
Brancos ao longo do caminho. Sabiamente, eles não tentam me
ferir ou me impedir.

Vozes — femininas e abafadas — podem ser ouvidas nas


proximidades. Sigo o som adorável, através de uma porta, até o que
parece ser a sala de jantar. Antes que eu seja notado, paro um
momento para estudar as mulheres.

Yanna.

Cabelo escuro. Pele dourada. Lábios vermelhos e cheios.

Ela parece que é uma Volc. Como se o fogo potencialmente


ardesse em suas veias. Sem dúvida, essa jovem Yanna é linda. As
peles cinzentas que usa como as dos lobos do gelo, são grossas e
enroladas ao redor de seu corpo, escondendo o que está por baixo.
Ela fala em voz baixa com a rainha. Quando seus olhos azuis como
os do pai encontram os meus, Yanna respira com medo e agarra o
braço da irmã.

A rainha Whitestone endireita a coluna. Por trás, deslizo o


olhar pelos seus cabelos brancos e sedosos, com mechas cinza e
azul. Videiras pretas estão trançadas em seus cabelos que ficam
pendurados nas costas. Seu vestido é branco e incrustado de
diamantes, que arrasta no chão atrás dela. Ao contrário de sua
irmã, ela não usa nada para cobrir os braços. Eles são tão pálidos
e azulados. Uma vontade de tirar minha capa e envolvê-la nela me
invade repentinamente, me assustando por um momento.

Ela é uma péssima criadora de clima.

Você não pode aquecer o que não é nada além de frio.

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A rainha se vira lentamente, me recompensando com uma


vista deslumbrante de seu perfil. Pescoço longo e fino. Sua
clavícula se sobressai e sua mandíbula é afiada. A mulher está
além de magra, mas seus seios são cheios, quase sobressaem do
topo de seu vestido decotado. Pendurados em seu pescoço
delicado, há pedras azuis que brilham na luz natural que entra
pelas janelas.

Bruscamente, ela vira a cabeça na minha direção, seus


brilhantes olhos azuis se estreitando em mim. Suas narinas se
abrem como se minha presença a enojasse. Ela não parece bem.
Sombras escuras e profundas sob seus olhos, que estão fortemente
realçadas com kohl1, atestam isso. O azul em seus lábios não é
algo que ela acrescentou. É natural e doentio. Percebo que os lábios
dela estão mais cheios que os da irmã. Eles são tão frios quanto
parecem? A rainha distraidamente alcança sua coroa. É feita de
lâminas de diamante — alta, brilhante e afiada. Uma das peças
afiadas se destaca das demais. É semelhante à lâmina de diamante
do Green.

Ahhh.

Rainha, você mostra suas cartas com muita facilidade.

Você está doente. Está vulnerável. Você está morrendo. Está


assustada.

Pensei que seria mais difícil. Mas agora, com a rainha frágil
e sua irmã assustada à vista, vejo que eu estava enganado. Ela
pode governar o Exército dos Olhos Brancos e ser a Justiceira dos
Malditos, mas eu sou o Buscador da Verdade. Vejo o que não é
para ser visto. Além do meu dom ardente, também tenho uma
mente.

Eu vejo você, Rainha do Gelo.

1
Kohl é um cosmético antigo para os olhos, tradicionalmente feito pela moagem de estibnita para
fins semelhantes ao carvão usado no rímel.

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Você se esconde no seu castelo e eles cumprem suas ordens,


mas o seu tempo é limitado. Você está apenas esperando alguém
como eu te destronar e acabar com sua existência miserável. Seu
desejo é uma ordem, vossa alteza.

Como se ela pudesse sentir meus pensamentos, seus olhos


azuis brilham com intensidade. “O que você quer, Volc?”

Meus lábios se curvam com seu desrespeito. Sou um rei e


ela deve me tratar como um. “Eu vim para fazer uma proposta,
floco de neve.” Rebato minhas próprias palavras amargas para ela.

A porta se fecha silenciosamente atrás de mim e sinto a


presença de Danser nas minhas costas.

Yanna fica tensa atrás da irmã. Espero que a rainha do gelo


exploda de fúria. Alguma tentativa de me congelar em uma estátua
ou em alguma outra coisa horrível que há rumores de que ela faz.
Em vez disso, ela se aproxima de mim, com ódio brilhando em seus
olhos. Noto a leve oscilação de seu passo.

Cuidado, rainha, você cairá na próxima vez que uma rajada


de vento atravessar seu castelo.

“Você está desperdiçando nosso tempo”, ela zomba.

Por quê? Porque você está morrendo?

Sorrio e dou um passo mais perto dela. Vários homens do


Exército dos Olhos Brancos que estão ao longo das paredes ficam
tensos. Ninguém faz um movimento contra mim. “Seu reino e o
meu são dois dos mais cruéis. Dois dos mais poderosos.” Ela ainda
não tenta me matar, então continuo. “Quero acesso a Norta Layke.
A Guerra moral aguarda.”

Ela resmunga. “A Guerra Moral nada mais é do que uma


história de ninar que os homens contam a seus garotinhos
esperando que eles cresçam nobres e corajosos.”

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“Possivelmente. Mas sempre foi meu desejo invadir Hidden


Lands, com Guerra Moral ou não. Ninguém, nem mesmo o meu
implacável pai, já pisou nessas terras.”

“Meu pai já”, ela diz friamente, com um brilho de satisfação


em seus olhos azuis.

Não vou insultá-la. Não vou insultá-la. Não vou insultá-la.

“Não vamos comparar pais”, resmungo, incapaz de manter


minha raiva sob controle. “O meu já lutou com cinquenta mil dos
malditos. E me diga onde estava o Justiceiro dos Malditos quando
isso aconteceu. Ahh, isso mesmo, ele foi morto por simples
nômades.” Não menciono como o meu pai foi morto.

Ela aperta os lábios carnudos, mas permanece sem emoção.

Seu coração está congelado, cruel?

“Como você sabe, além de Norta Layke em Hidden Lands,


existem territórios desconhecidos. Quero explorar esses territórios.
Quero possuir essa terra. Se houver uma Guerra Moral, quero lutar
nela. E quero a união dos nossos reinos”, termino com um sorriso
sinistro. “É por isso que proponho que um Whitestone se case com
um Bloodsun.”

“Eu sou uma rainha. Uma governante cruel. Você acha que
eu me curvaria a você, Volc?” Ela diz. “Você fez sua proposta
desagradável e agora é hora de você sair.” Seus olhos azuis brilham
com diversão maligna.

“Na verdade”, eu resmungo, me aproximando e passando a


ponta do dedo ao longo de sua clavícula fria. “Tenho uma ideia
melhor, Justiceira.”

Posso ouvir seus dentes rangendo em fúria. Rir dela a


enfurece. Posso conter minha alegria, mas um sorriso espreita.

“Vou me casar com a jovem Yanna, já que ela é maior de


idade”, digo à rainha. Yanna é doze anos mais nova, mas não me

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importo com a diferença de idade. Uma esposa mais nova significa


que ela será mais fácil de controlar.

Os lábios da rainha Whitestone se curvam em um sorriso


largo. E então ela ri. Que som bonito de uma mulher tão má. Suas
risadas quase doces ecoam pela sala de jantar. Então, como se todo
o humor desaparecesse em um instante, ela se aproxima, trazendo
sua unha pontuda e afiada para minha garganta.

Ela tem um cheiro decadente. Muito bom de fato. Meu pau


dá uma sacudida inapropriada em minhas calças. Sou grato por
minha capa esconder o movimento.

“Escute, Volc”, ela respira, sua respiração fria contra o meu


rosto. “Você desperdiçou meu tempo e o seu. Saia.”

Quando abro a boca para falar, ela abaixa a mão tão


rapidamente que fico desorientado. A dor invade meu pescoço.
Pressiono uma mão enluvada na minha garganta.

Essa vadia cruel me cortou!

Yanna ri de mim enquanto a rainha Whitestone me ameaça


na minha frente.

“Oh, floco de neve, você escolheu errado”, digo furiosamente,


chamando a atenção de Danser escondido no canto. Com um
estalo do meu chicote no chão aos nossos pés, sinalizo para o meu
conselheiro fazer o que ele faz de melhor.

É hora de adicionar um pouco de cor a este reino.

Vermelho sempre foi a minha cor preferida.

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CAPÍTULO TRÊS

Elzira

Ele é positivamente desprezível. Assim como Yanna


presumiu. Um homem terrível com um rosto que poderia fazer até
o mais frio dos corações pegar fogo. Um olhar e fiquei encantada.

Pelos rumores, o rei Bloodsun era velho. Horrível. Feio. Mas


com um olhar para a sua mandíbula angular, bochechas com
barba malfeita e olhos cor de âmbar, percebe-se que essas teorias
estão erradas. Sua coroa afiada de ferro está orgulhosamente em
cima de seu cabelo preto bagunçado. Sua pele é de um tom quente
e bronzeado, não muito diferente da minha irmã. É o sorriso torto
e maligno que faz meu coração vacilar no peito.

Por dois segundos.

Em algum lugar, dentro de mim, aquela garota de antes


ainda vive. Ela esperava que ele viesse escolhê-la como noiva. Eu
ainda teria recusado seus avanços, mas teria ficado lisonjeada
mesmo assim.

Mas não.

O Volc com fogo nas veias não quer uma rainha. Ele quer
uma jovem princesa. Minha irmã. Uma inocente. Este rei mau
exala com malevolência e crueldade. Eu nunca em mil anos
permitirei que ela se case com um monstro desses.

Ele segura o pescoço com a mão esquerda enluvada e levanta


a outra mão que segura o chicote. Ouvi histórias desse chicote.

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Como ele pode cortar um Maldito em dois com um golpe forte.


Coloco Yanna atrás de mim.

Seus olhos âmbar encontram os meus, cruéis e calculistas.


Com um movimento forte do braço, ele estala o chicote aos meus
pés, forçando Yanna e eu ir para trás. Atrás dele, um de seus
homens desliza para frente, retirando duas espadas.

O Exército dos Olhos Brancos o matará.

E então colocaremos a cabeça do rei Bloodsun em uma


bandeja para enviar de volta com seu exército inútil. Os Volcs
podem lamentar a perda de seu rei, mas não me sentirei culpada.
Ninguém entra na minha terra e ameaça tirar minha irmã de mim.

Crac!

Yanna grita atrás de mim quando somos forçadas a recuar


para a parede oposta. Os olhos do rei Bloodsun se estreitam
quando ele nos conduz a um canto.

Crac!

O chicote atinge a barra do meu vestido, espalhando


diamantes pelo chão. O sorriso dele é sinistro. O monstro
claramente está gostando disso.

Alcançando minha coroa, afrouxo minha lâmina de


diamante. Uma vez que está na minha mão que ainda está
manchada com seu sangue, estou pronta para esfolá-lo. Ele
timidamente coloca a mão enluvada na garganta. O sangue parou
seu fluxo. Com os olhos nos meus, ele morde a ponta da luva e
puxa a mão do material. A luva cai no chão e ele coloca a ponta do
dedo na parte superior do corte. A ponta do dedo brilha em laranja
avermelhado quando ele a desliza pela ferida aberta, cauterizando-
a pelo caminho. Meu estômago se agita quando o cheiro de carne
queimada invade minhas narinas.

Ele tem um dom muito óbvio.

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Os rumores eram verdadeiros.

Meu próprio dom me abandonou.

Eu não sou páreo contra um criador de fogo.

Um grunhido rouba minha atenção do rei poderoso e dos


meus homens. A sala está pintada de vermelho, enquanto seu
homem mata cada um do Exército dos Olhos Brancos. Seu homem
está em menor número, mas ele os mata com muita facilidade.

Yanna choraminga atrás de mim. Espero que ela saiba que,


assim que a oportunidade se apresentar, ela deve correr. Morrerei
antes de deixar esse homem levar minha irmã. Ela sai de trás de
mim, aparentemente consciente do meu plano secreto.

Quando o rosto perversamente bonito do rei se volta para


ela, faço o meu movimento. Com um grito agudo, avanço no rei
ardente. Pulando, tiro minha lâmina, esperando atingir meu alvo.
No último momento, ele sai do caminho, me fazendo tropeçar. Seu
chicote corta o ar e corta a parte de trás do meu vestido, enviando
mais diamantes pelo chão. Mas a manobra foi suficiente. Yanna
corre pelo mar de cadáveres em direção à porta.

Bato no rei monstruoso e tento esfaqueá-lo com minha


lâmina de diamante. Ele me empurra de volta, fala algo para seu
homem e depois estala seu chicote para mim. A lâmina de
diamante é tirada de mim, quebrando aos meus pés.

Seus olhos âmbar quase brilham quando ele me circunda.


Este é o momento em que eu morro. Mas minha irmã estará livre.

Um grito ecoa pela sala de jantar e tiro os olhos do meu


oponente em uma caçada desesperada por Yanna. O homem — o
assassino que matou todos os meus homens nesta sala — a tem
em suas garras.

“Nãooo!” Eu grito, avançando para eles.

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Enquanto o homem a arrasta para fora da sala e desaparece,


um braço desliza em volta de mim. Sou puxada contra um peito
firme e forte.

“Deixe-me ir!”

“Sem chance, floco de neve”, ele rosna. “Nós não terminamos


de negociar.”

Ele me libera por um momento e depois amarra meus pulsos


atrás de mim com o seu chicote. Antes que eu possa correr, ele me
joga por cima do ombro como se eu não pesasse nada. Minha coroa
cai no chão, quebrando ao meio. Grito por Cavon, mas recebo o
silêncio como resposta. O rei Bloodsun pisa em poças de sangue
enquanto atravessa o meu castelo.

“Para onde ele levou Yanna?” Exijo, piscando de volta as


lágrimas da derrota. “Não a machuque, Volc, senão juro que vou
virar você do avesso.”

Ele ri como se eu estivesse aqui apenas para o seu


entretenimento. “Tão nervosa para alguém que está à minha
mercê. Você está amarrada e nos meus braços, mas continua
fazendo ameaças.”

Eu me mexo e tento me livrar de suas garras, mas falho. Eu


estava me sentindo fraca antes que ele aparecesse e agora estou
completamente esgotada. Quando ele bate no meu traseiro com
força, aceito uma derrota momentânea. Ele atravessa o meu
castelo, tentando passar por portas e murmurando para si mesmo.
Eventualmente, ele sobe os muitos degraus para acessar minha
torre.

“Ahhh, este quarto tem o seu cheiro. Acho que vamos


negociar aqui.” Ele bate no meu traseiro novamente, mas eu nem
sequer recuo.

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Ele me joga na cama. Tenho vontade de me esconder debaixo


das cobertas de pele e dormir por toda a eternidade. Estou tão
cansada. Tão fraca. Tão quebrada.

“Desamarre-me”, resmungo.

Ele arqueia uma sobrancelha e sorri. “Mais alguma coisa,


majestade?”

Eu bufo para ele.

“Disseram que você é uma força da natureza. Não estavam


errados”, ele diz, sentando-se na beira da cama. “Mas isso é tudo,
hum? Veja como facilmente capturei a rainha e a tomei como
minha prisioneira.”

Sua mão avança em minha direção. Não tenho energia para


me afastar. Um arrepio percorre meu corpo quando ele aperta
minha coxa sobre meu vestido. O calor irradia através do material.

Ele é tão quente.

Estou tonta com a sensação.

Tão incomum. Tão bom.

Foco, Elzira.

Ele é o inimigo.

Começo a me afastar, mas seus dedos apertam minha coxa.


O calor fica mais intenso. Não é o suficiente para me machucar.
Certamente, eu me rendo por medo do que mais ele pode fazer. Fico
quieta, meus olhos procurando os dele.

“Por que minha irmã?” Murmuro. “Ela é a única família que


me resta.”

Ele faz uma careta para mim, seu aperto afrouxando. “Eu
não disse que ia matá-la, rainha. Eu só quero casar com ela. Você
é sempre tão teimosa e protetora? É como se houvesse um coração
escondido sob todas essas camadas de gelo.”

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“Elzira.”

A testa dele franze. “O que?”

“Você pode parar com todos os nomes, Bloodsun. Meu nome


é Elzira.”

Ele arrasta o seu olhar para o meu corpo, demorando-se nos


meus lábios, antes que seus olhos âmbar se conectam nos meus.
“Elzira. Um nome bonito.”

Espero que ele explique ou me chame de rainha do gelo


novamente. Nada sai.

“Eu sou Ryke.”

Um calafrio faz meu corpo tremer e ele faz uma careta.

“Pensei que você gostasse do frio”, ele rosna, com seus olhos
âmbar brilhando com raiva e confusão.

“Eu estou com frio”, murmuro fracamente.

Ele arranca as cobertas de pelos debaixo de mim antes de


me cobrir com elas. Então suas mãos pressionam meu ombro e
meu quadril, seu calor me aquecendo através das nossas peles.
Fecho os olhos e me deleito com o calor. Lágrimas escorrem dos
meus olhos enquanto contenho um soluço aliviado.

Ryke sai da cama, mas o calor que ele me presenteou


permanece. Estou prestes a dormir, grata pelo maior conforto que
já tive em anos, quando o ouço jogando toras na lareira.

Um grito de gelar o sangue sai dos meus lábios. “Ryke, não!”

Ele se levanta, puxando a espada enquanto seus olhos


vasculham o lugar. Mas não é dos homens que tenho medo.

“O... os esporos de sichee”, engasgo. “O... O fogo vai chocá-


los.” Eu me contorço até me sentar na cama, as peles deslizando
de cima de mim, mais uma vez roubando meu calor. Mas tenho
que proteger Yanna.

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Ele estreita os olhos para mim. “O que acontece se eles


chocarem?”

Meu corpo inteiro treme. “Eles escapam. Yanna é alérgica.


Ela... ela poderia morrer.”

“Lagartas de sichee?” Ele pergunta, ajoelhando-se e


pousando a espada para poder espiar a lareira.

Estou assentindo quando a lareira explode em chamas.

“Nããão!” Pulo da cama, tropeçando no meu vestido,


enquanto corro para ele.

Com movimentos rápidos, ele se levanta e me puxa contra


seu peito. “Acalme-se, Elzira.” Seu tom é feroz e imponente.

Olho as chamas tremeluzentes com minha bota pronta para


pisar nas lagartas de sichee. Elas a encontrarão. Não posso deixá-
las escapar.

Seus dedos fortes apertam minha mandíbula, forçando-me


a olhar para ele. De perto, vejo manchas de ouro em seus olhos cor
de âmbar. Ele é realmente bonito demais. Não deveria ser
permitido. Estou distraída por ele.

“Não há esporos de sichee”, ele me assegura, franzindo as


sobrancelhas.

“Ma... mas meu servo. Ele checou esta manhã.”

Ele contrai a mandíbula. “Seu servo estava errado. Talvez


você deva me dizer o nome dele para que eu possa iluminá-lo com
fogo sob ele também.” Seu polegar arrasta ao longo da minha
mandíbula. “Fiz uma longa jornada até aqui e preciso descansar.
Você está desmaiando. Conversamos ao alvorecer.”

Grito de surpresa quando ele me pega em seus braços. Ele


me carrega até a cama e mais uma vez me coloca nela. Desta vez,
porém, ele tira as botas e tira a sua capa antes de colocar a coroa
na mesa ao lado da minha cama. Eu o encaro enquanto ele tira

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mais camadas de roupas. Mas quando ele tira a última roupa que
cobre o peito, fico boquiaberta. Seus músculos estão perfeitamente
definidos e protuberantes. Estou hipnotizada pelos vincos que
cortam sua parte inferior do abdômen. E a trilha escura de cabelo
que desaparece em suas calças...

“Estou cansado demais para as coisas más que você


planejou, floco de neve”, ele diz com uma risada sombria. “Amanhã
podemos negociar adequadamente.”

Ele sobe na cama, puxando as cobertas sobre nós dois. A


palma da mão encontra o meu quadril, me puxando para mais
perto. O calor é quase viciante. Odeio a facilidade com que ele
alimenta a loucura dentro de mim. Eu deveria estar tentando
escapar e salvar minha irmã. Não esperando que ele me puxe para
mais perto, para que eu possa dormir sem tremer pela primeira vez
na minha vida miserável.

Como se estivesse em sintonia com meus pensamentos, ele


me aproxima. Seu perfume não é familiar, mas agradável. Isso é
maldade, reis vilões não deveriam cheirar bem. Soltando um
suspiro, cedo ao fato de que sou prisioneira dele. Pelo menos
durante a noite.

É por isso que descanso a testa no peito dele.

É por isso que não me revolto com a maneira como o polegar


dele esfrega meu quadril.

É por isso que caio no primeiro sono profundo e confortável


em anos.

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CAPÍTULO QUATRO

Ryke

Calafrio.

Acordo com calafrios.

Não meus, mas da rainha do gelo. Ainda não está


amanhecendo e o fogo se apagou. Agarro o seu braço nu e invoco
minhas chamas. Lentamente, guio minha palma pela extensão do
braço esbelto até onde o meu chicote a prende por trás. Seus dedos
estão ainda mais frios devido à falta de circulação.

Não a desamarre.

Não faça isso.

Ignorando meus próprios pensamentos racionais, afrouxo o


chicote para poder libertar suas mãos. Então, puxo os dois
membros até que eles se enrolem na frente dela entre nós.
Colocando minha mão sobre seus braços, eu aumento o nível de
calor, esperando aquecer seus braços gelados.

Mas por que?

Porque precisamos negociar e não posso fazer isso com uma


rainha morta.

Se ela estiver morta, as negociações são um ponto discutível.


Posso pegar o que eu quiser.

Não é tão fácil assim. A ânsia pela verdade se torna um


animal voraz dentro de mim. Por que ela está tão fraca? Por que

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ela não invoca os seus dons de criação de gelo? Por que a rainha
de coração gelado está morrendo?

Foi há apenas alguns anos que eu soube que a Justiceira


aniquilou os Malditos. Testemunhas disseram — sempre
recompensadas generosamente por suas verdades — que
testemunharam sua grandeza. Lâminas e lanças feitas de gelo
dispararam de suas mãos, matando os Malditos como se não
fossem nada. As testemunhas disseram que foi assustadoramente
bonito. Mais poderoso e mais perverso que o pai.

O que aconteceu?

Quando cheguei à Norta Icelands para me encontrar com a


rainha Whitestone, pesquisei tudo o que havia para saber sobre
ela. Sua mãe e sua morte precoce. O pai e a madrasta. Sua irmã.
Seu Exército dos Olhos Brancos. E ela. Em nenhuma parte de toda
a minha busca pela verdade encontrei algo que dissesse que ela
era fraca, incapaz de usar sua capacidade física e morrer.

Eu não deveria me importar.

Ela é um obstáculo no meu caminho.

Agora, posso facilmente derrotá-la em minha jornada para


Hidden Lands. Algo sinistro se esconde além das histórias e dos
segredos. Os rumores de monstros que se alimentam de carne
humana me deixam muito mais ansioso para procurar essa Guerra
Moral e matar os que estão do lado errado. Eu adoraria nada além
de contornar toda essa aflição com Elzira, passando por ela como
se fosse insignificante.

Mas isso não é quem eu sou. Não deixo pedra sobre pedra.
Eu não seria o poderoso rei Buscador da Verdade que sou hoje se
o fizesse. Sou meticuloso quando se trata de conhecer meu
oponente. Com a rainha desfalecendo, sinto como se soubesse de
nada.

Isso vai mudar.

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Começando agora.

Saio da cama, certificando-me de colocar a coberta ao redor


de Elzira antes de me vestir. Coloco a capa, enrolo o chicote e
prendo-o no cinto e, em seguida, coloco a coroa no topo da cabeça.
Agora que comandamos o castelo, preciso me encontrar com meus
homens. O Exército dos Olhos Brancos segue o comando estrito de
sua rainha. Ou seja, eles não derramarão sangue a menos que ela
os instrua a fazê-lo. Andando até a janela, confirmo meus
pensamentos. Meu exército de vinte mil Volc ilumina a neve
intocada com tendas e fogueiras negras enquanto acampam. O
Exército dos Olhos Brancos deve estar mantendo sua posição.
Precisarei garantir que meus homens saibam permanecer firmes
enquanto continuo com minha visita à rainha.

Saindo dos aposentos da rainha, tenho o prazer de encontrar


dois Volcs protegendo minha porta. Fayden e Jorshi. Dois dos
meus melhores.

Fecho a porta e aceno para Fayden.

“O castelo está seguro, senhor”, Fayden me assegura. “O


Exército dos Olhos Brancos não está feliz, especialmente seu líder,
Cavon, mas continuam firmes.”

“E a princesa?” Pergunto com uma sobrancelha levantada.

Jorshi fala, “Encontrei-me com Danser esta manhã. Ela é


quase selvagem. Está quase morrendo de preocupação com a irmã.
Exigiu falar com ela. Danser a sequestrou. Ela não vai escapar,
mas ele não a machucou.”

“Onde está Yashka?” Minha atenção volta para Fayden.

Ele se abstém de revirar os olhos. “Yashka está fazendo uma


birra que faria as crianças orgulhosas.”

Arqueio uma sobrancelha. “E por que isto?”

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“Ele não pode trabalhar nessas condições”, Fayden imita em


um tom ofensivo.

“Devo lembrá-lo para quem ele trabalha, sua alteza?” Jorshi


rosna, sempre ansioso para punir.

Uma risada me escapa. Meu cozinheiro pessoal é uma


princesinha e tanto. Sendo um rei, todo cuidado é pouco. Confio
no homem corpulento que sempre reclama, tanto quanto confio em
Danser. Se ele alguma vez quisesse me machucar, já teria feito isso
há muito tempo. Yashka, apesar de ser exigente, faz o seu trabalho.
Ele se orgulha de fazer as melhores refeições, independentemente
das circunstâncias. Mesmo no campo de batalha, são servidas
refeições deliciosas para me manter forte.

“Yashka irá descobrir”, asseguro ao Jorshi. “Assim que ele


descobrir, traga-me algo para comer pela manhã. O suficiente para
a rainha também.”

“Ela ainda está viva, certo?” Fayden pergunta. “Há rumores


de que ela mal estava de pé ontem.”

Seu comentário me irrita. “Relate a Cavon que ela está viva


e bem. E quem está começando o boato está brincando com fogo”,
rosno, com meus olhos se estreitando nele. “Acabe com os
rumores. A rainha está bem e estamos fazendo um acordo para eu
me casar com a princesa. Entendido?”

Fayden assente rapidamente, culpado. “Claro senhor. Algo


mais?”

“Mais tarde verei Danser. Certifique-se de que a princesa


permaneça segura. Preciso falar com ele sobre algo muito
importante.”

Dispenso os dois homens com um aceno de mão e depois


entro novamente no quarto. A rainha rolou na cama, agora está de
frente para a porta. Seus olhos azuis estão fixados em mim. Ela

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não tenta me atacar ou escapar. Não sei se ela tem forças para
tentar.

“Minha irmã?” Ela resmunga.

“Segura. Cuidada. De qualquer forma, ela está deixando


Danser louco com todas as suas reclamações sobre sua proteção.”

Um leve sorriso surge em seus lábios. “Ela cuida de mim.”

Ando até a cama e sento no final perto de seus pés. “Rainhas


geralmente não precisam de cuidados. Por que você precisa?”

Ela comprime seus lábios carnudos e azuis. “Não é da sua


conta.”

“Claro que sim”, digo com um bufo. “Eu sou o Buscador da


Verdade. Tudo é da minha preocupação. Assim como reduzir os
Malditos é sua preocupação. Apesar…”

Os olhos dela se estreitam para mim. “Apesar do que? Fale,


Volc.”

Essa rainha fraca e moribunda é tão ardente.

Isso me faz querer alimentar esse fogo interior.

Meu pau sacode em resposta às imagens que inundam


minha mente.

“Se você está sentada em sua torre, morrendo de frio


lentamente, quem elimina os Malditos, Justiceira? Você envia seus
homens para matá-los em seu nome? Quantos morrem te
protegendo, hum?”

Suas narinas se abrem. “O Exército dos Olhos Brancos é


bem treinado. Eles destruiriam seus Volcs inúteis no estalo dos
meus dedos. Nunca insulte a mim e ao meu exército. Só porque
não estou lá fora com eles não significa que eles não estão
ganhando a guerra contínua que temos com os Malditos.” Ela me
deprecia. “Durante séculos, limpamos a bagunça dos Volcs. Você

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amaldiçoa essas almas e as expulsa de suas terras. Bem para a


nossa. E nós temos que eliminá-los. Diga-me onde está o poder,
Ryke.”

Meu nome em seus lábios me faz parar por um momento. Eu


gostaria que ela dissesse isso de novo.

“Talvez estivéssemos secretamente esperando que os


Malditos ultrapassassem todos vocês. Que, em algum momento,
todos vocês ficariam loucos como eles. Então, seria o meu exército
que chegaria e venceria no final. Alguns movimentos são
estratégicos o suficiente para levar séculos para serem realizados.”

“Você é sempre tão arrogante e nojento?” Ela retruca, seus


olhos azuis aparentemente brilhando mais.

“Minhas concubinas em casa não me acham nojento.” Pisco


para ela. “Agora concentre-se, floco de neve. Quero a história
verdadeira. O que aconteceu com você? Por que você está nesta
torre sentindo pena de si mesma?”

Ela se levanta da cama para arranhar as unhas no meu


rosto. Eu chio com a dor fria quando minha pele se abre sob o
ataque dela. Sua fúria é de curta duração, quando eu facilmente
coloco seu corpo de volta na cama, embaixo do meu mais forte.

“Você não aprendeu na primeira vez, rainha?” Rosno,


agarrando os pulsos dela com a minha mão grande. “Você não pode
me machucar.”

Ela luta e me amaldiçoa, mas não está indo a lugar algum.

“Deixe-me ir”, ela grita. “Agora!”

Ignorando-a, levanto minha mão na frente dela. Ao invocar


minhas chamas, observo os olhos dela. O azul brilha quando ela
fica paralisada com a maneira que as pontas dos meus dedos
brilham em vermelho-alaranjado. Lentamente, eu os arrasto pelos
meus arranhões, cauterizando as feridas.

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O nariz dela torce. “Você cheira a porco assado.”

“E você parece com fome”, provoco, lambendo meus lábios


enquanto esfrego minha ereção contra o seu corpo macio.

Amo o jeito que sua boca se abre e seus cílios tremem.

Por quê?

Por que você ama isso, Buscador da Verdade?

Quem quer uma princesa quando se pode ter uma rainha?

Essa é a minha verdade.

Ela solta um suspiro tão frio que faz meu nariz doer. Ahh
sim. Preciso da princesa porque a rainha está desaparecendo
diante dos meus olhos. Preciso de força. Preciso de poder. Preciso
de acesso à Hidden Lands. A Guerra Moral é real, eu sei. Esta
rainha do gelo é apenas um trampolim para chegar lá. Eu não
deveria me tornar íntimo e ver o que está escondido embaixo. Eu
deveria usá-la.

“Quando completei dezoito anos, começou”, Elzira murmura,


seus olhos ficando tempestuosos.

Meu aperto em suas mãos afrouxa e eu esfrego minha palma


pelo seu braço para aquecê-la mais uma vez. Quando chego abaixo
dos braços dela, fico ali antes de passar a mão sobre o seio farto.
Ela engasga, o que não faz nada para ajudar o estado do meu pau.
Com relutância, arrasto a palma da mão para as costelas dela e a
mantenho lá, na esperança de elevar a temperatura corporal
central.

Por quê?

Por que deixá-la confortável?

Porque eu posso.

Simples assim.

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“Continue”, insisto, com meu polegar roçando um diamante


costurado em seu vestido.

“Eu estava com raiva”, ela sussurra. “Tivemos visitantes da


terra natal da minha madrasta. Uma prima e o marido. Eles eram
tão... felizes. Cinco filhos. Todos eles estavam sorrindo e correndo
pelo palácio sem se importar com o mundo. Eles eram bons pais
que realmente se amavam. Demonstraram isso com seus sorrisos
e a maneira como eles se tocavam.” Ela cerra os lábios. “Eu tive
Yanna. Não era uma filha minha, mas de qualquer maneira, eu era
responsável. Amo minha irmã, mas naquele momento, eu me
ressenti. Um dia ela teria a vida de sua prima. Tudo porque eu faria
isso acontecer para ela.” Ela engole e a culpa brilha em seus olhos.
“Mas quem faria isso acontecer comigo? Ninguém. Resignei-me ao
fato de nunca ter normalidade.”

“Você é uma rainha”, eu a lembro. “Isso é melhor que o


normal.”

Um pequeno sorriso aparece em seus lábios quando seus


olhos azuis encontram os meus. Meu coração aperta no peito.
Então, ela fica séria enquanto continua. “A raiva estava queimando
dentro de mim. Eu queria fazer alguma coisa. Destruir algo.
Machucar alguém. Eu não consigo explicar a raiva. Era como um
animal vivo dentro de mim.”

Não é muito diferente de como eu invoco minhas chamas.

Interessante.

Eu tinha quase dezoito anos, com um dom semelhante


depois que minha mãe morreu. Emoção extrema traz à tona as
habilidades. Depois que conheci a sensação, pude facilmente
manipulá-la para minha vantagem. Tornou-se uma segunda
natureza. Tão fácil quanto respirar.

“O que aconteceu?” Pergunto.

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“Eu nunca tinha encontrado os Malditos antes. Só ouvi as


histórias que meu pai contou. Via-os de longe.” Seus olhos
assombrados se fixam nos meus. “O medo sempre foi o motivador
de direção em tudo que fiz. Mas desta vez, a raiva me levou pelas
nossas terras até o ninho deles.”

Franzo o cenho para a imagem de uma jovem Elzira andando


pelas terras cobertas de neve sozinha, com raiva e secretamente
assustada. Diretamente para um ninho de Malditos. Suicídio. Um
ninho geralmente contém centenas, senão milhares deles.

“Eles dormem, sabe”, ela sussurra. “Amontoados em busca


de calor. Uma lembrança das pessoas que eram antes.”

Todos eles assassinaram, roubaram, estupraram ou


cometeram qualquer outro crime que os levou a serem banidos. Os
Malditos não são boas pessoas. Eles são monstros que são
punidos, são forçados à loucura e depois levados à sua morte
gelada. Meu povo — e também os Easta e os Westa — os levam
para Equatoria, terrenos baldios áridos. Nada vive lá além das
kimilla, frutas suculentas, apenas implorando para serem
mordidas. Não importa quão fortes essas pessoas sejam ou como
saibam o que as frutas lhes fazem, elas sempre caem em tentação.
A fome e a sede fazem os homens mais fortes murcharem e cederem
à tentação. Mas o fruto é o começo do fim para eles. Ele azeda suas
mentes e destrói sua sanidade. E quando os terrenos baldios ficam
lotados demais, os Volcs os matam, mas não antes de perseguir
um bom número deles até Norta Icelands.

“Eu estava tão brava por ser fraca. Irritada por não ter um
futuro de minha própria escolha. Irritada com aqueles que eram
felizes. Irritada por não ter os dons que meu pai tinha.” Uma única
lágrima desliza por sua têmpora. “Eu queria morrer.”

A fúria borbulha dentro de mim. Ela é uma rainha. Rainhas


não desistem porque as coisas não estão indo bem. Isso demonstra
fraqueza. Não é à toa que ela está desfalecendo. Elzira não é digna
de ser uma rainha. O coração dela não está nisso.

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“Eu fiquei diante deles”, ela sussurra. “Esperei. E então eles


me cheiraram. Apenas um no começo. Sua cabeça levantou e seus
olhos sem alma encontraram os meus. Faminto. Eles comem carne
humana, você sabe.”

Sim, eu sei.

Eu já vi muitos dos meus homens com suas gargantas


arrancadas por esses selvagens irracionais.

“Ele gritou de um jeito que alertou o resto. Então, todos os


seus olhos negros estavam em mim. Até os pequenos.”

Os Malditos podem se perder na loucura, mas eles têm um


desejo inerente de procriar. Mas eles criam mais monstros. As
crianças são as piores. A maioria não vive além da infância porque
seus pais são negligentes, mas alguns sobrevivem. E à medida que
crescem, são mais selvagens do que os outros. Não possuem
nenhuma lembrança do que é ser humano. São criaturas horríveis.

“Eles avançaram em mim”, ela respira, seus olhos azuis


brilhando mais. “Eu corri. Tão rápido. Eu queria morrer, mas não
segui adiante. Simples assim. O medo afugentou minha raiva e eu
corri pela minha vida. Quando imaginei como seria ser comida por
essas coisas, explodi de emoção. A fera que assumi ser a raiva que
vivia dentro de mim rugiu, Ryke. Ela se libertou e saiu.” Ela levanta
a mão entre nós. “A fera veio pelas minhas mãos. Fria e malévola.
Precisava escapar. Então apontei a fera para eles. Nas coisas.”
Suas pálpebras piscam várias vezes antes de um sorriso sinistro
aparece em seu rosto. “A fera era o meu dom. Frio. Lâminas de
diamante. Armas feitas de gelo. Acendi o céu noturno com uma
brilhante luz azul enquanto os destruí. Todos eles. Até os
pequenos. Em questão de minutos, eu tinha exterminado o ninho
inteiro.”

“Você encontrou seu dom, Justiceira”, digo, satisfeito com a


virada da história. “Agora me diga como você o perdeu.”

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CAPÍTULO CINCO

Elzira

Não odeio o calor. Nem um pouco. Seu calor me derrete. Faz-


me pensar mais claramente do que em algum tempo. Embora ele
seja um homem terrível, com intenções nefastas com minha irmã,
não posso deixar de agradecer secretamente por me acordar do
meu nevoeiro.

Ele pode ser totalmente delicioso de se ver e cheirar


sedutoramente, mas sei o que ele é. Quem é ele. Ele é um inimigo
destinado a destruir o que é meu. Para pegar o que é meu. Nunca
vou permitir que isso aconteça.

“Eu ainda tenho meu dom”, minto, estreitando os olhos para


ele.

O homem irritantemente bonito sorri. “Não, você não tem.”

“Só porque evito usar, não significa que ainda não o tenha.”
Essa é a verdade. Sei que vive dentro de mim. A fera está
adormecida e quieta. Fraca e moribunda. Mas ainda está lá.

“Suponho que acredito nisso. Diga-me por que você está tão
fraca. Quando isso começou? É uma condição transmitida por sua
mãe?”

A menção de minha mãe me deixa cheia de fúria. Tento


empurrar seu grande corpo de cima de mim enquanto um rosnado
emerge. “Saia de cima de mim!” Antes que eu possa arranhar seu

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rosto novamente, suas feições se contorcem em algo assustador


quando ele aperta meus pulsos mais uma vez.

“Arranhe-me novamente e baterei meu chicote em sua


bunda”, ele rosna.

Olho para ele em choque. Imagens minhas debruçadas sobre


a cama com o vestido levantado me dão um calor indesejado
inundando minhas bochechas. “Você não ousaria.”

“Eu teria um grande prazer em avermelhar sua bunda,


rainha.”

“Você é irritante”, digo. “Como seu povo suporta sua


presença?” Estreito meus olhos para ele. “Oh, está certo. Eles não
suportam. Eles se revoltam e atacam uns aos outros, para serem
banidos para Equatoria apenas para se afastarem de você.” Sorrio
dele. “Eu comeria o kimilla também se isso me afastasse de você.”

“Suas farpas nunca vão me ferir”, ele diz com um olhar


convencido. “Parabenizo você por tentar, no entanto.”

Estou prestes a amaldiçoá-lo um pouco mais quando uma


dor aguda invade meu estômago. Choramingo e fecho meus olhos.
Essas dores são mais frequentes ultimamente. Elas são seguidas
por tonturas e fraquezas. Tudo revira meu estômago — como
aconteceu com minha mãe no fim da vida — e a única coisa que
ajuda é o chá de farsop e meus tônicos. Se não fosse o vasto
conhecimento de Yanna sobre o que roubou minha mãe de mim e
seu desejo de garantir que eu não tenha o mesmo destino, eu
estaria morta há muito tempo. O nariz de Yanna está sempre em
um livro, procurando qualquer coisa para ajudar a minha
condição. O tônico billibone tira as dores no meu estômago. O
tônico de folha de voxin me dá energia. O tônico de amora é
conhecido por atacar doenças ocultas. Quando tomado
diariamente, mantenho a morte afastada.

“Eu preciso dos meus tônicos”, murmuro. “Por favor. Minha


irmã ficaria sozinha se eu morresse.

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“Ela vai me receber”, ele retruca, com um brilho perverso nos


olhos.

“Não de bom grado”, respondo. “Talvez possamos chegar a


um acordo. Um que beneficie a todos nós. Mas não posso fazer isso
debaixo da terra.”

Antes que ele possa responder, há uma batida na porta. Por


um momento, meu coração palpita, esperando que seja Yanna.
Mas então lembro que ela nunca bate. Ela é minha irmã e vai onde
quer que eu vá. Somos duas metades de um todo.

“Entre”, Ryke resmunga, me liberando para que ele possa se


sentar.

Um homem entra carregando uma bandeja. Outro segue


atrás dele. Seus olhares curiosos encontram os meus. Um dos
homens olha para os meus seios. Puxo as cobertas sobre mim para
impedi-lo de olhar.

“Onde estão Jorshi e Fayden?” Ryke exige, se aproximando


dos dois homens.

“Foram se encontrar com Danser”, afirma aquele com olhos


curiosos.

A mandíbula de Ryke se contrai quando olha para ele. “Como


sei que esse alimento é seguro para consumo, Gorten?”

Gorten aponta a cabeça para a porta. Um homem baixo e


gordinho com um rosto vermelho entra.

“Você sempre deve confiar em Yashka”, diz o homem baixo.


“Sabe disso.”

Ryke relaxa visivelmente. “Acredito que esta refeição é


adequada para uma rainha?”

Yashka engasga como se Ryke o tivesse atingido. “Peço


perdão, alteza? Você se atreve a insultar o melhor chef de todos os
reinos?”

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Gorten e o outro homem enrijecem. Como se tivessem medo


da ira de Ryke. Mas aparentemente Yashka tem liberdade para
falar livremente com Ryke porque seu rei simplesmente ri.

“Minhas desculpas, Yashka”, Ryke diz. “Estamos ansiosos


para a sua refeição.”

Ryke dispensa os três. Assim que eles saem, eu me sento e


tento levantar. A sala se move em um círculo lento ao meu redor.

“Eu não vou comer isso”, digo a ele, pressionando minha


mão no estômago enquanto outra dor corta através de mim.
“Provavelmente está pingando veneno.”

Ryke levanta a tampa de algo saboroso e pega um pedaço de


carne. Joga-a na boca, mastigando grosseiramente e chupando o
molho dos dedos. “Ainda estou vivo.”

“Infelizmente”, resmungo.

Ele pega outro pedaço de carne do prato e caminha até mim.


Sua mão livre agarra meu quadril enquanto ele segura a carne
fumegante. “Coma.”

As dores estão se tornando forte demais. Preciso dos meus


tônicos. Lágrimas quentes inundam meus olhos. Terei uma morte
dolorosa como a da minha mãe. Yanna ficará sozinha. Ryke vai
pegá-la e não há como dizer o que ele fará com ela. Estuprá-la?
Forçá-la a carregar seus filhos? Esse pensamento faz a bile subir
pela minha garganta.

“Coma”, ele ordena, sua voz não está mais divertida como
antes. “Você está definhando, Rainha Cadáver. Esta galinha tem
mais carne nos ossos do que você.”

Balançando a cabeça, cerro meus lábios. Não há como eu


comer. Não agora. Não quando sinto que as dores vão me fazer
vomitar.

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Ele agarra minha garganta e aperta. Eu grito em choque. No


momento em que minha boca se abre, ele empurra a carne para
dentro. A bondade salgada atinge minha língua e eu quase gemo
com o gosto. Quanto tempo faz desde que comi algo tão delicioso?

Anos.

E por uma boa razão.

Alimentos pesados pioram minha condição.

Choramingo e engasgo com a comida. Seu aperto na minha


garganta afrouxa quando seus lábios se aproximam dos meus. A
respiração quente me faz cócegas enquanto ele fala.

“Engula, Elzira.”

Consigo sufocar a comida. Meu estômago revira


violentamente. Lágrimas rolam pelo meu rosto. A fera dentro de
mim sacode na gaiola em algum lugar nas profundezas da minha
alma. Mate-o. Mate-o por humilhá-la. Por expor nossa fraqueza.

Em vez de matá-lo, sento na beira da cama, tentando


desesperadamente libertar minha fera. Nada. Ryke vai até a mesa
e volta com um prato cheio de todo tipo de guloseimas.

É uma bagunça. A comida está espalhada. Está tudo


misturado uma contra a outra, sucos de uma iguaria se
misturando com outras. É revoltante de se olhar. Completamente
diferente das fileiras agradáveis e arrumadas de bolos ou pães que
estou acostumada a consumir. Ele usa um garfo para pegar algo
marrom claro e crocante. As dores no meu estômago estão de volta,
mas em vez de ficar com nojo da comida que ele me apresenta, é
como se meu estômago estivesse ansioso por isso. Implorando.

“Você precisa disso”, ele diz baixinho, seus olhos cor de


âmbar me perfurando. “Essa é a verdade. Está escrito em todos os
seus ossos salientes e pele pálida.”

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Sinto o cheiro do que ele oferece e quase solto um soluço.


Derrotada, abro a boca e deixo o rei Buscador da Verdade me
alimentar. Mordida após mordida. Cada alimento é mais decadente
que o anterior. Meu estômago ronca e protesta, mas as dores
diminuem. Quando balanço minha cabeça depois de quase
consumir o prato inteiro, ele não me força mais. Ele simplesmente
enche o prato e devora seu café da manhã. Depois que termina, ele
se senta ao meu lado.

“Você vai comer como uma rainha agora”, ele me diz


ferozmente, seus globos âmbar queimando como se esperasse que
eu o desafiasse.

Não sobre isso. Estou estranhamente reconfortada com a


maneira como ele me alimentou e secretamente satisfeita por
afugentar as dores que apenas o chá costuma fazer.

“Eu quero ver Yanna.” Levanto meu queixo da maneira altiva


que aperfeiçoei ao longo dos anos. “Eu quero que você a busque ou
me leve até ela. Eu preciso garantir a ela que estou bem. Ela se
preocupa com o meu bem-estar. Você fará isso por mim, Volc.”

Um sorriso curva seus lábios. “Possivelmente.”

Arqueando uma sobrancelha, respiro fundo.


“Possivelmente? Como se dependesse de alguma coisa. Pare com
isso, fazedor de fogo.”

“Ahh, ela não tem apenas beleza, tem cérebro também”, ele
diz com um brilho vitorioso nos olhos. “Permitirei que você veja sua
irmã depois de assinar um tratado que me permita entrar em Norta
Layke para minha passagem em direção a Hidden Lands.”

“Isso é tudo?” Murmuro. “Você virou minha vida de cabeça


para baixo apenas por essa coisa insignificante. Por que, com
certeza, Volc, se for apenas isso traga um punhal para que eu
possa cortar a palma da minha mão e fazer um juramento de
sangue com você.” Eu sorrio docemente para ele.

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Sua mandíbula contrai. “Outra provocação. Você deve me


achar ignorante. Que sou um rei musculoso e tolo que permitirá
que uma rainha inteligente e moribunda faça o que quer e como
quiser.” Ele brinca com uma mecha do meu cabelo. “Por que seu
cabelo é azul em alguns lugares?”

A vergonha substitui minha irritação por ele. Afasto os fios


de suas mãos e franzo a testa para ver que as mechas cinzas foram
apagadas. Tem cinzas na lareira. Posso encobrir o azul.

Dedos fortes beliscam minha mandíbula, roubando minha


atenção. Sou forçada a encarar o calor ardente dos olhos do rei
Bloodsun. “Eu não estava te insultando”, ele rosna. “Eu
simplesmente queria saber o porquê. Mas, considerando sua
resposta, você não sabe o porquê. Você tenta esconder.” Seu
polegar corre ao longo da minha mandíbula suavemente. “Vou
descobrir o que está causando isso.”

“Por quê?” Rebato. “Por que, de todas as coisas você está


preocupado com o meu cabelo?”

“Cabelo azul. Não é natural.” Suas sobrancelhas escuras se


curvam e um fio de cabelo preto cai em seu rosto. O desejo de
empurrá-lo de volta é forte. Ridículo, mas forte. “Pode ser um
sintoma de sua doença. Vou pedir para Mazon investigar.”

“Mazon?”

“Ele é o meu médico.”

O último médico que me olhou me disse que era incurável.


Eu me lembro do medo em seus olhos. Suponho que dizer a uma
rainha que ela vai morrer é uma coisa assustadora. Cavon, em sua
fúria em meu nome, cortou sua garganta. Então, ele encontrou
mais cinco médicos, os quais me disseram a mesma coisa.

“Eu não preciso de um médico para me dizer o que já sei.”


Começo a ficar de pé, mas sua mão quente circunda meu pulso. O

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calor de suas chamas mal é contido sob sua pele. Isso me faz
pensar o quão quente ele fica.

“Você vai fazer isso porque eu estou ordenando”, ele rosna,


seu polegar correndo ao longo do meu pulso. “Entendido?” Ele se
levanta e depois empurra meus ombros, então estou sentada mais
uma vez. “Tenho que falar com Danser. Você deve ficar neste
quarto enquanto eu estiver fora.”

“E se não ficar?” Eu o desafio, a raiva surgindo dentro de


mim.

Ele sorri. “Então vou te caçar. Vou te encontrar. E então vou


te foder até a submissão, rainha do gelo.”

Minha fúria envia uma explosão de força através de mim


enquanto deslizo minhas unhas para o rosto dele novamente. A
fera dentro de mim grita quando as lâminas de diamante congelam
ao longo dos meus dedos e se estendem em pontas brilhantes
passando pelas pontas dos meus dedos. Ryke mal consegue
segurar meu pulso e me parar antes que eu rasgue seu rosto.

Em vez de me queimar até a morte no local, seus olhos se


arregalam e ele me lança um sorriso lindo.

“Aqui está ela. A Justiceira ainda não está morta.” O calor


queima no meu pulso, mas não ao ponto da dor. A água escorre
pela minha mão enquanto as lâminas de gelo derretem e depois
caem no chão, quebrando. Ryke leva aos lábios o meu dedo médio,
que contém uma lâmina afiada e lambe a ponta. Um choque de
emoção ondula através de mim direto ao meu centro. “Podemos
jogar mais tarde. Tenho negócios a tratar primeiro.”

Ele sai sem outra palavra. Considero sair furtivamente,


correndo atrás dele. Eu adoraria atravessar uma lâmina de
diamante através da base do crânio dele. Mas melhor ainda, eu
poderia encontrar Yanna. Ele me caçaria. Outra emoção dispara
através de mim. A energia vibra através de mim e me sinto
revigorada. Pela primeira vez em anos, me sinto viva.

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É ele?

O inimigo não pode ser meu salvador.

Impossível.

Olhando para a minha mão, noto que meus dedos não estão
tão azuis. Estou mais quente do que o habitual, graças ao fogo que
queima lentamente na lareira e ao calor que ele parece irradiar.

Tento invocar meu dom.

Apesar deste homem em nosso palácio e minha irmã em


suas garras, não tenho medo dele. Tenho medo do que posso
perder por causa dele.

Yanna.

Uma mistura de dor, fúria e terror me invade.

As pontas dos meus dedos brilham em azul, me fortalecendo.


Movimento minha mão no ar, enviando as lâminas de gelo
penduradas em meus dedos. Todas as cinco apunhalam o chão de
pedra com uma força incrível. Eu as encaro com admiração.

Ainda estou maravilhada com a aparição repentina do meu


dom, quando uma batida suave na porta me assusta.

Yanna!

Corro até a porta e a abro. O homem de antes, Gorten, sorri


para mim. Ele tem uma folha de tempero presa entre os dois dentes
da frente. Isso me faz estremecer.

“Eu me encontrei com sua irmã”, ele sussurra, arriscando


um olhar por cima do ombro.

“Se você a machucar, vou arrancar seu coração e


pessoalmente vou alimentar os Malditos com ele”, sibilo, invocando
meu dom. Sinto o frio subindo pelas minhas veias como o meu
próprio sangue.

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Os olhos dele se arregalam. “Vossa Alteza, estou


desobedecendo ao meu rei para ajudar sua irmã.”

“Perdão”, engasgo, chocada com suas palavras.

“Hoje de manhã fui vê-la. Ela está bem. Mas ela foi muito
persistente.”

“Persistente sobre o que?”

“Isso”, ele diz, segurando uma bolsa familiar. “Fui instruído


a não olhar dentro. Que ela saberia e que você saberia. Que entre
vocês duas eu encontraria uma morte prematura e sangrenta.” Ele
sorri como se isso o divertisse. “Não estou aqui para interceptar
uma mensagem entre uma rainha e sua irmã. Eu só quero que você
saiba que minha lealdade não está com o rei Bloodsun.”

Ainda estou surpresa com suas palavras traidoras. “É


mesmo?”

Seus lábios se curvam para um lado. “Sua irmã foi bastante


persuasiva.” Ele leva os dedos ao nariz e os fareja. “Ela disse que,
se eu fizer sua vontade, você me oferecerá muito mais do que meu
rei jamais pôde. Estou ficando cansado de marchar para guerras
com os loucos. Estou cansado de caçar terras que estão
escondidas. Quero me esconder em um castelo e proteger mulheres
bonitas que precisam desesperadamente de proteção.”

Cobra traidora.

“Você tocou minha irmã?” Meu tom é frio e cruel. “Ninguém


toca na minha irmã.”

Seus olhos brilham de uma maneira desafiadora enquanto


ele mexe o dedo no ar. “Eu toquei.”

Uma explosão de fúria fria me atravessa enquanto balanço


meu braço no ar. Cinco lâminas de gelo brilham ao sol da manhã
entrando pela janela. Minhas lâminas cortam seu pulso sem
esforço.

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Ele me olha horrorizado quando sua mão desliza do pulso e


bate no chão com um baque. Sangue, vermelho e grosso, jorra de
seu braço cortado. Com um movimento do meu pulso, afrouxo
minhas lâminas de gelo sujas, permitindo que elas caiam no chão.

Ele olha a mão aos pés dele.

“Pegue”, ordeno com meu tom gelado.

“Su... sua Alteza”, ele lamenta.

“Pega. Isso. Agora.”

Ele soluça enquanto pega a mão decepada.

“Jogue no fogo”, instruo.

“Na... não”, ele implora. “Por favor. Mazon pode recolocá-la.”

“Jogue no fogo antes que eu pegue sua outra mão também.


E sua língua por me desobedecer.”

Ele uiva em parte de dor e teimosia antes de jogá-la através


do quarto. Vou até lá e chuto a mão para o fogo. As chamas
crepitam e estalam enquanto o cheiro de carne carbonizada atinge
minhas narinas.

“Saia da minha frente, cobra.”

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CAPÍTULO SEIS

Ryke

Depois de verificar os meus homens e provocar o Green um


pouco, procuro pelo Danser. Ele fez a guarda da jovem Yanna nos
aposentos de uma empregada no fundo dos andares do castelo.
Bato na porta e Danser abre, suas feições impassíveis.

“Danser”, comprimento.

“Sua Majestade.”

Ele me concede acesso. Uma rápida olhada nos arranjos


dispersos e vejo que ela está sendo bem tratada. Uma bandeja com
comida está sobre a mesa. A princesa está sentada na cama lendo.
Farejo o ar e lanço um olhar interrogativo para Danser.

“Ela não admite nada”, ele diz, aproximando-se. “Mas depois


que ela mandou Yashka falar sobre o que a rainha podia e não
podia comer, saí para falar com ele em particular. Deixei Gorten
para cuidar dela.”

“Gorten, hmmm. E a virtude dela ainda está intacta?”

“Eu também cheirei. Cheira como uma mulher.” Ele range


os dentes. “Ela alega que ele não a tocou. Ele deve ter colocado os
dedos em uma empregada e deixado o cheiro aqui.”

“E você acredita nisso?”

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“Por que ela protegeria Gorten de todos os homens? Ela odeia


o nosso povo.” Ele esfrega a têmpora. “Acredite, ela deixa isso
bem claro o tempo todo.”

A cabeça de Yanna se vira e ela olha em nossa direção.


Aperto o ombro de Danser. “Dê-me um momento com a princesa.”

Ele assente e sai silenciosamente do quarto. Vou até a


lareira, estendendo minhas mãos para as chamas. Quando a olho
com uma sobrancelha levantada, ela zomba.

“Está frio nesta prisão infernal em que me colocou”, ela


revida. “O que você espera?”

Sorrindo, deixo o fogo e vou até o pé da cama. “Nós devemos


nos casar. Essa é a proposta que eu trouxe para a rainha.”

Sua risada é fria e zombeteira. “E aposto que ela concordou


de bom grado.”

“Ainda estamos negociando, futura esposa.” Eu dou a ela um


sorriso ameaçador. “Vamos chegar a um acordo e então você
aprenderá a superar essa língua desrespeitosa, assim como fez
com a alergia a algumas lagartas de sichee.”

Toda emoção se esvai de seu rosto enquanto seus olhos se


estreitam para mim. “Pedi ao Danser que verificasse esporos de
sichee primeiro. Surpreendentemente, não havia nenhum.” Seus
olhos voltam para o livro.

Não me chamam de Buscador da Verdade atoa.

“Eu coloquei fogo no quarto da rainha”, eu digo, observando


seu rosto por uma resposta.

Seus olhos azuis encontram os meus. “Toque em minha irmã


e vou acabar com você, Bloodsun.”

“Vocês, senhoras, são as cuspidoras de fogo”, digo, fazendo


um som de decepção. “Talvez eu estale o meu chicote na sua bunda

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também, princesa. Tenho um dom para domar uma mulher de


boca afiada.”

Ela flexiona o queixo por um momento e depois parece


engolir sua raiva, tentando uma tática diferente. Seus olhos azuis
ficam suaves quando ela morde o lábio inferior. Inocência fingida.
Daria certo se eu não tivesse testemunhado suas garras momentos
antes. Ela desliza da cama, com os olhos se enchendo de lágrimas.

“Por favor, não me machuque”, ela respira. “Deixe a mim e


minha irmã em paz.”

Permito que ela se aproxime, mas não a toco.

“Se você pudesse me deixar ficar com minha irmã, eu poderia


lhe dar o que você quer.” Seus olhos azuis ficam mais intensos
enquanto ela corre as pontas dos dedos pelo meu peito. “O que você
quiser.” Ela estica a língua rosa e passa pelo lábio inferior.

Ignorando seus avanços, rosno minha pergunta. “Você


permitiu que Gorten — um homem do meu exército — enfiasse os
dedos na buceta que me pertencerá um dia?”

Ela balança a cabeça furiosamente para mim. “Eu não sei do


que você está falando.”

Golpeando-a como uma cobra, aperto sua garganta,


puxando-a para cima e em direção ao meu rosto. Ela tem que ficar
na ponta dos pés e agarra minha capa para não cair. “Você
permitiu que ele colocasse os dedos dentro de você para quê? Uma
troca. Eu sou um Buscador da Verdade, mulher. Vou descobrir de
uma maneira ou de outra. Mesmo que isso signifique desfigurar
minha futura esposa no processo.”

Ela faz um som horrorizado enquanto lágrimas rolam pelo


rosto. “Ela é minha irmã, seu monstro. Você não vai me deixar vê-
la. Caso você não tenha notado, ela está doente. Seus tônicos são
o que a mantém viva!”

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Eu a empurro para longe, a fúria queimando em minhas


veias. “Você o enviou para ela? Sozinho? Você ainda não é uma
rainha, princesa. Como se atreve a comandar o meu exército para
cumprir uma ordem sua!”

Um soluço estrangulado escapa dela. “Por favor”, ela


implora. “Não me machuque. Só quero ajudar minha irmã. Eu juro
que farei o que você quiser. Faça-me sua aqui se é isso o que quer.
Casarei com você ao anoitecer. Só por favor não nos machuque.
Minha irmã não merece ter uma morte dolorosa sozinha. Dê-nos
isso e depois darei o que você quiser.”

Enfurecido, começo a sair, não estou mais interessado em


conversar com esta mulher. “Ninguém entra ou sai”, rujo para
Danser. “Ninguém.”

Ele sussurra uma palavra de maldição e então a porta bate


atrás dele quando ele entra. Eu atravesso o castelo, minha raiva
ameaçando explodir como um de nossos muitos vulcões. Meus
homens ficam fora do meu caminho, sabiamente pressionados
contra as paredes, me permitindo passar. Quando chego ao topo
da torre, entro no quarto, pronto para arrancar os vermes traidores
da rainha.

Em vez disso, encontro uma bela vista.

Elzira, em toda a sua poderosa glória de Justiceira, parece


brilhar de raiva. Gorten, de costas para mim, soluça enquanto
segura seu braço ensanguentado. Sua mão se foi. Pelo brilho
sádico nos olhos de Elzira, eu diria que ela tinha algo a ver com
isso.

“Ele tocou minha irmã”, ela assobia como se isso explicasse


tudo.

“Mas eu fiz isso por você!” Ele grita.

O calor queima em mim, precisando desesperadamente de


uma liberação. Ele deve sentir minha malevolência queimando em

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suas costas, porque ele vira seus grandes olhos aterrorizados para
mim.

“Sua Alteza...”

“Não!” Grito, cortando-o. “Você cometeu o maior pecado


contra o seu rei. Você é um traidor. Você escolheu lados porque
queria seus dedos em uma princesinha. Onde estão seus dedos
agora?”

Ele soluça, todo o seu corpo tremendo.

Elzira contorna a cama, vibrando com energia. Seus olhos


azuis brilham mais do que já os vi. Nunca vi nada mais bonito.

“Foram-se”, ela rosna, acenando com a mão e ejetando cinco


lâminas afiadas de diamante. Ela faz um movimento no ar. “E
agora eles estão me mantendo quente.” A cabeça dela assente na
direção da lareira.

“De joelhos”, grito para Gorten. “Curve-se ao seu rei.”

Ele cai rapidamente, segurando a mão sangrando no peito.


“Eu sinto muito. Por favor.”

Andando até ele, coloco as palmas das mãos em cada lado


da cabeça dele, ensopado de suor. Eu o agarro com força,
inclinando a cabeça para que ele seja forçado a olhar para mim.

“Não. Passará. Nenhuma. Traição.” Invoco minhas chamas,


meus olhos se fixando nos dele. Seus gritos são de outro mundo
quando envio fogo para o seu crânio. Carne e cabelo cozidos
enchem a sala. Observo com alegria quando sua cabeça fica
vermelha pelo calor. Quando o cabelo dele pega fogo, dou um passo
para trás para admirar o meu trabalho. Ele já está morto, mas
permanece de joelhos. Os globos oculares derretem das órbitas e
deslizam pelas bochechas antes de rolar no chão. Sibilos e estalos
podem ser ouvidos enquanto o calor cozinha o pequeno cérebro que
ele tinha em sua cabeça. Eventualmente, a gravidade assume o
controle e ele cai no chão.

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Não sei por quanto tempo eu encaro sua cabeça cozida, mas,
eventualmente, procuro Elzira. Quero perguntar como ela
conseguiu usar seu dom. Eu sempre a chamei de criadora de gelo
— porque é isso que sua linhagem é e sei que ela é capaz disso —
mas ela também é criadora de lâminas. Eu a encontro sentada
perto da janela, batendo enquanto olha.

Tap. Tap. Tap. Tap. E Tap.

Ela bate repetidamente. Eu vou até ela. No colo, ela segura


três frascos.

Sua irmã fez tudo isso para levar esses tônicos para ela. A
princesa é tão cruel quanto a própria rainha cruel. Subestimei a
capacidade delas de trabalhar em equipe.

“Amor de irmã”, ela diz, com um pequeno sorriso no rosto.


“Nem mesmo um rei do fogo pode ficar no caminho.” Sua cabeça
se inclina para o lado e é então que vejo as lâminas de diamante se
quebrando, empilhadas ao lado dela na cadeira. Os frascos estão
vazios.

“Elzira”, resmungo, ajoelhando-me ao lado dela.

As pálpebras dela tremem. “Humm?”

“O que há de errado?”

Olhos lacrimejantes encontram os meus. “Você sabe o que


há de errado, Volc. Estou morrendo. Essa é a minha verdade,
Buscador da Verdade. Sugiro que você pare de jogar e me dê um
acordo em que possamos concordar.” Seu lábio inferior treme.
“Nosso tempo é limitado. Quero fazer a transação para poder
passar meus últimos dias com ela. Dê-me isso, Ryke, por favor.”

Quando ela adormece, perco a cabeça. Saio do quarto,


passando por cima do corpo fedorento de Gorten, em uma missão
para encontrar uma pessoa.

Mazon.

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Encontro-o escondido em uma das salas que parece ser


usada como biblioteca. Ele está arrumando suas ferramentas de
costas para mim. Mazon é velho, com longos cabelos brancos e pele
enrugada. Mas ele é feroz e brilhante. O velho nunca morrerá, até
onde sei. Eu rapidamente conto a ele a condição de Elzira e o que
sei sobre isso antes de enviá-lo para vê-la. Então, saio da sala atrás
dele.

“Sua alteza”, Jorshi chama.

Paro e me viro para ele. “O que é? Estou bastante ocupado


no momento.” Ocupado mantendo minha rainha do gelo viva.

Ele faz uma careta. “Falei com Cavon e Green, e eles estão
vindo.”

“Quem?” Exijo.

“Os Malditos.”

“Um ninho? Eu tenho vinte mil homens lá fora. E o que dizer


do Exército dos Olhos Brancos? Eles ficarão de pé e deixarão essas
coisas invadirem o castelo? Elimine os loucos.”

Suas narinas se abrem. “Senhor, não é assim tão simples.”

Irritação e impaciência me fazem ver vermelho. “Termine


com isso já”, eu explodo. “Não tenho o dia todo.”

“Dessa vez é diferente. Há muito mais do que os ninhos que


vemos frequentemente. Há uma horda inteira deles, sua
majestade.” Ele faz uma careta. “Um batedor os viu enquanto
investigava Norta Layke. Eles estão logo atrás, entrando pela
passagem entre as montanhas de Hidden Lands.”

“Uma horda. Uma horda não é páreo para vinte mil Volcs e
o Exército dos Olhos Brancos.”

“Ainda estamos em menor número”, Jorshi sussurra.


“Existem muitos.”

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“Quando chegam?” Rosno.

“Dois ou três dias.”

“Iremos nos encontrar mais tarde para planejar uma


estratégia. Enquanto isso, garanta que nossos homens sejam
alimentados e treinados.”

“Sim senhor.”

Depois que ele sai, subo correndo as escadas para a torre.


Gorten não está mais no chão e a bagunça foi limpa graças a dois
criados que trabalham para mim. Elzira foi levada para a cama
onde Mazon a examina. Sua pele está pálida como a neve, mas são
seus lábios azuis que causam inquietação na boca do meu
estômago. Eu nunca a vi parecer tão perto da morte.

“Como ela está?” Eu exijo.

Ele vira seu rosto desgastado para mim e franze a testa. “Se
ela fosse outra pessoa que não a Rainha de Icelands, já teria
morrido. Nada que um pouco de óleo não consiga consertar.”

“Explique.”

“Ela é incrivelmente forte. Como alguém que conheço.”

“Forte? Ela está morrendo, Maz. Olha para ela. Está incapaz
de abrir os olhos.”

Ele concorda. “Concordo. Ela está fraca.”

Cerrando os dentes, tento não estrangulá-lo. Às vezes, seus


velhos enigmas são cansativos.

“Você se lembra quando tinha quinze anos, meu garoto?” Ele


pergunta.

Isso foi há quinze anos atrás. Eu lembro. “Claro.”

“Você se lembra de quando você e seu primo escaparam do


palácio em uma caçada aos Malditos?”

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Meu estômago se agita com a memória. Recks é o meu primo


favorito. O meu melhor amigo. “Eu lembro”, rosno. “Onde você quer
chegar com isso?”

Não quero ressuscitar a memória. Simplesmente quero que


ele me diga o que está pensando. O velho ignora meus desejos
enquanto continua sua história.

“Vocês dois eram meninos indisciplinados, sempre


procurando problemas”, ele diz, melancólico. “Você encontrou
também.”

Tínhamos caminhado por becos atrás das casas e acabamos


no jardim de uma velha. Cheirava doce. Honnin drops. Pequenas
frutas doces e amareladas. Algo delicioso demais para deixar
passar. Recks as comeu muito. Eu consegui comer algumas
quando a mulher saiu, correndo atrás de nós com uma vassoura.
Se ela soubesse que eu era um príncipe, ela teria pensado melhor.
Mas na época, éramos dois garotos perturbadores roubando seu
jardim.

“Como isso tem alguma coisa a ver com a condição de


Elzira?” Exijo, ansioso para mudar de assunto.

Mazon faz uma careta. “Vocês dois mal chegaram ao fim da


estrada...”

Recks começou a espumar na boca, apertando sua garganta.


Comecei a vomitar. Quando ele começou a tremer
incontrolavelmente, eu apaguei completamente. Mais tarde,
acordei no castelo. No começo pensei que era um pesadelo. Mas
não era. Recks e eu inadvertidamente comemos algo mortal.

“Honnin drops foi erradicado para sempre”, eu bufo. Por


causa do meu pai. Ele enviou todos os seus homens e incendiou
as casas e terras de qualquer um que tivesse uma arvore dela
crescendo. Recks morreu naquele dia, enquanto eu vivi.

“Eles têm isso?”

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Olho para Mazon.

Ele me olha de volta.

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CAPÍTULO SETE

Elzira

O frio é o meu dom, também é minha maldição. Na maioria


dos dias, odeio que isso me consuma a ponto de quase morrer. Isso
é punitivo. Odeio isso. Então, quando acordo para me aquecer, me
concentro isso. Envolvo meu braço em torno do calor sólido e
enterro meu rosto contra o cheiro masculino dele.

“Ela está viva”, brinca uma voz familiar, profunda e rouca,


enquanto ele passa os dedos pelos meus cabelos. “Vida longa à
rainha.”

Tento invocar meu gelo na ponta dos dedos para dar-lhe um


tapa no peito nu e musculoso. Em vez disso, enfraqueço ainda
mais. Náusea ressoa no meu estômago. Fecho os olhos, lutando
contra a onda de tontura.

“Quando o seu pai morreu, quem foi seu conselheiro?” Ryke


pergunta.

“Eu me aconselhei.”

“Isso não me surpreende nem um pouco”, ele diz com uma


risada que faz a cama tremer. “Mas certamente você procurou
algum conselho. Aos quinze anos, você não sabia nada sobre como
ser rainha.”

Penso nos dias em que Cavon, apenas três anos mais velho,
me abraçou quando eu estava desmoronando. Por alguns anos,
nossa relação de rainha e soldado ficaram confusas com a de

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amigos. Mas no momento em que vi algo mais do que amizade


brilhando em seus olhos verdes, soube que era hora de um rápido
recuo. Sou uma rainha. Rainhas não se distraem com garotos
bonitos que querem salvá-las. Não, elas lideram aqueles garotos
bonitos em batalha, sabendo que estão prontos para lutar até a
morte por elas.

“Cavon, eu suponho. Era natural, pois o pai dele foi o homem


mais confiável do meu pai.”

“Green?” Ele zomba. “Ele é terrivelmente territorial,


tratando-se de você, então isso faz sentido.”

“Ele queria mais”, eu admito. “Claro, ele nunca falou essas


palavras. Eu apenas sabia.”

“Você quer mais?”

Viro minha cabeça para olhar para ele. Seus olhos cor de
âmbar estão intensos quando me perfuram.

“Uma rainha não anseia por coisas femininas, como o amor.


Uma rainha anseia por poder.”

Sua sobrancelha se levanta. “Uma rainha poderia ter os


dois.”

“Não com alguém como Cavon”, murmuro.

Ele abre um sorriso amplo. “Mas com um rei ela poderia.”

Dando um tapa no peito dele, eu zombo. “Você gosta de


provocar, não é? Você acorda todas as manhãs se perguntando
como pode aterrorizar as pessoas ao seu redor, Volc?”

“Faz parte da minha rotina de café da manhã”, ele brinca.


“Falando nisso. Você perdeu o almoço. O jantar estará aqui em
breve.”

Meu estômago revira com a menção de comida. “Eu não


estou com fome.”

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“Eu não estou realmente preocupado com o que você quer


ou não, floco de neve. Eu te raptei e você é minha prisioneira. Isso
significa que, enquanto você estiver sob minha custódia, farei com
você o que achar melhor.” Ele desliza a palma na minha mão,
apertando enquanto me aquece através do meu vestido. “Tenho
planos para mais tarde, se você desejar algo mais recheado depois
do jantar.”

Sento-me, apoiando-me no meu cotovelo e olho para ele. “O


que você quer de mim, Ryke? Seus jogos são cansativos.”

“Eu quero casar com sua irmã, certo? Não foi isso que
propus?” Ele levanta uma sobrancelha e seus olhos cor de âmbar
brilham com malícia.

“Você realmente quer?” Eu exijo.

“Ela é um pouco azeda”, ele diz distraidamente. “Embora eu


tenha uma queda pelas azedas.” Ele aperta minha bochecha,
ganhando um rosnado de mim. Sua gargalhada rouba um pequeno
sorriso de mim.

“Minha irmã merece amor”, digo a ele. “Você pode dar isso a
ela?”

Seu semblante se fecha. “Não. Eu nunca poderei amá-la.


Sinto muito.”

Eu pisco as lágrimas. “Você não poderia nem mentir para


mim? Mandar-me para a morte sabendo que minha irmã será
amada e bem cuidada? Você é um monstro sádico.”

“Sua irmã sempre foi uma transação para mim. Um bilhete


para acessar Hidden Lands. Sempre foi sobre o meu destino final
— a guerra final. Eu não sou apenas o Buscador da Verdade, sou
um orador da verdade.”

“Então me diga a verdade”, imploro. “O que quer de mim?”

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Sua palma quente acaricia minha bochecha. Ele baixa o


olhar para os meus lábios, causando um suor na minha pele. “Eu
quero...” Suas palavras desaparecem quando ele passa o polegar
pelo meu lábio inferior. “Eu quero o que eu vim buscar.”

“Minha irmã?”

“Acesso a Hidden Lands.”

Por que ele não apenas corta minha garganta e invade


nossas terras, pegando o que quer? Por que esse Volc está pedindo
um acordo? É algum jogo para ele?

“Nunca”, digo a ele. Não porque eu me importo. Se ele quer


ir para uma terra misteriosa para lutar em uma guerra feita de
monstros de faz de conta, que assim seja. Eu luto com ele porque
sei que ele continuará me incomodando até eu desistir. O que
acontecerá quando eu desistir? Morrerei? Ele ficará com minha
irmã? Pelo menos enquanto continuo dizendo que não, ele está do
meu lado, me aquecendo e me deixando louca.

Seus olhos ardentes brilham com prazer. Uma pequena


emoção invade meu corpo e envolve meu coração. Por que me
importo se o agrado com minha natureza argumentativa? Porque
você gosta do olhar no rosto dele. Seu rosto incrivelmente bonito.
Estudo suas feições por um momento. Seu cabelo preto
bagunçado, sobrancelhas escuras e bochechas desalinhadas. Um
nariz forte e orgulhoso. Olhos castanhos dourados impertinentes
que acompanham todos os meus movimentos. Eu amo mais os
lábios dele, no entanto. Cheios e macios. Sempre se contorcendo
com um sorriso. Seus sorrisos são bons.

“Está terrivelmente fixada na minha boca, rainha morta.


Deseja que eu faça um bom uso dela? Posso manter você quente
entre as coxas?”

Franzo o cenho e olho para ele. “Entre minhas coxas? Porque


lá?”

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Ele ri como se eu estivesse brincando e então o humor


desaparece. “Você está falando sério?”

“É onde eu...” Paro, envergonhada com as minhas palavras.


“Você sabe.”

“Eu não sei.”

“Não me faça dizer isso.”

“Sinceramente, não sei. Diga-me, floco de neve.”

“Onde eu me alivio. Por que você é tão nojento?” Rebato de


volta.

Sua mão desliza pelo meu corpo e ele aperta minha coxa,
puxando-a sobre o quadril. “Temos que ter uma lição, inocente?”

Minhas bochechas queimam com as palavras dele. “Não me


trate como criança.”

“Só estou tentando ensinar a você.” Seu sorriso é selvagem.


“Você, minha rainha, sabe o que há entre suas coxas. A
importância do que está lá.”

Desvio o olhar, franzindo a testa. “Deixe-me em paz.”

Sua perna desliza entre as minhas, parando no local em


questão. Ele aproxima a boca do meu rosto, roçando os lábios na
minha bochecha. Meu núcleo aperta em resposta.

“Você sabe sobre bebês, sim?”

“Sim”, eu garanto.

“Como eles são feitos?”

Tento me contorcer, mas ele esfrega a coxa contra mim. Uma


sensação de prazer me atravessa. Direcionando meus olhos para
os dele, olho para ele confusa.

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“Oh, minha doce e frágil rainha. Eu sou o Buscador da


Verdade. Você realmente não tem ideia.” Ele beija o meu nariz.
“Seu pai nunca te contou?”

Tudo o que meu pai me disse foi sobre uma maldição mensal
horrenda chamada Menstruação que um dia resultaria no
nascimento de um filho. Ele não entrou em detalhes e fui proibida
de falar dessas coisas. Eu nunca precisei fazer uso desse
conhecimento. Não é como se eu não soubesse que um homem e
mulher são necessários para reproduzir. Ouvi histórias horríveis
de estupro em outras aldeias. Eu entendo a ideia, mas não
exatamente os detalhes.

“Deixe-me esclarecê-la, criança”, ele brinca, me fazendo


resmungar. “Quando um homem quer uma mulher, ele gosta de
lamber sua buceta primeiro.”

Eu grito. “Seu porco! Por que você é tão escandaloso?”

“Adoro ver o seu rosto ficar rosa. Você parece viva, minha
rainha.”

Não acho que ele percebeu que me chamou de dele. Eu


certamente ignoro a maneira como suas palavras enviam tremores
de emoção em mim.

“Então?” Eu exijo, ansiosa para continuar com isso.

“Então você choraminga como um gatinho sendo


acariciado”, ele rosna. Sua coxa esfrega contra mim novamente.
“Bem assim. Mas com a minha língua.”

Agarro seu bíceps nu, deleitando-me com a firmeza de seus


músculos. Meus quadris, por vontade própria, se movem em
conjunto com ele.

“Eu te levo até o limite. Repetidamente. Não deixo você


gozar.”

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Fechando os olhos, entendo o que ele quer dizer sobre limite.


Mas eu quero gozar. Muito. “Por que não?” Eu respiro.

“É mais gratificante provocar”, ele me diz, um sorriso em sua


voz. “Porque quando você finalmente gozar, e você vai, será
fantástico.”

Um gemido sai dos meus lábios. “Eu quero gozar.”

Seus lábios pressionam minha mandíbula, seu hálito quente


me fazendo cócegas. Inclino minha cabeça, porque quero sentir o
seu calor no meu pescoço. Não fico decepcionada quando a língua
dele prova a pele perto da minha orelha. É uma sensação tão
gloriosa que minhas coxas apertam em torno de sua perna.

“Tão sensível”, ele diz, beliscando minha pele. “Eu amo isso.”

Estou completamente à mercê dele e, neste momento, não


me importo.

“O que acontece quando gozo?” Pergunto de repente.

“Você grita o meu nome de prazer.”

Uma pequena risadinha me escapa. Posso sentir o sorriso


dele no meu pescoço.

“É depois?”

“Isso é apenas o começo, floco de neve.”

“O que acontece depois?”

“Deslizo meu pau grosso e duro dentro do seu pequeno e


apertado buraco, Elzira. Eu te estico a ponto de você provavelmente
chorar. Vou te foder fortemente e depois derramar minha semente
dentro de você. Então, você vai gerar meus filhos.”

Imagens de crianças com Ryke inundam minha mente.


Estou surpresa que a ideia me agrade. Antes que eu possa focar
em seus rostos ou no fato de que alguns têm cabelos brancos e
outros pretos, ele me puxa para o presente, mordendo o meu

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pescoço com força. Ele esfrega forte contra a minha buceta, me


empurrando para o limite que ele prometeu me impedir de ficar até
que ele estivesse bom e pronto.

Cedo demais.

Eu queria que ele me provocasse mais.

O prazer explosivo detona dentro de mim, me cegando. Eu


grito seu nome, assim como ele me disse que eu faria, enquanto o
êxtase ofuscante me toma a partir deste momento. Meu corpo
inteiro treme e minha coluna se arqueia. Um calafrio toma conta
de mim, me acalmando. Quando reabro os olhos, fico chocada ao
ver a neve flutuando ao nosso redor e grudado nos cílios dele. Ele
me olha com orgulho brilhando em seus olhos.

“Aí está a minha criadora de gelo”, ele diz, sorrindo. “Tudo


que eu tinha que fazer era esfregar seu clitóris carente.”

Solto um bufo irritado que o faz rir quando a porta se abre.


Num piscar de olhos, Ryke sai da cama, pegando sua espada pelo
caminho e a apontando para o intruso.

Yashka entra, imperturbável pelo intenso poder de Ryke,


com uma bandeja. “A carne de veado está soltando do osso,
garanto. Não há necessidade de uma faca gigante, sua alteza.”

Enquanto seu chef põe a comida, eu admiro Ryke. Em nada


além de sua calça e segurando sua espada, não posso deixar de
perceber o quão deslumbrante ele é. Seu pênis incha contra o
tecido, um indicador de sua própria excitação com as nossas
atividades apenas momentos antes. Ele quer colocar isso dentro de
mim.

Não em Yanna.

Eu poderia convencê-lo. Ele já está meio convencido. Deixá-


la em paz e me pegar no lugar. Eu seria a rainha dele em um piscar
de olhos se isso significasse poupar Yanna.

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Uma atitude sem segundas intenções de uma rainha


amorosa.

Não posso enganar nem a mim mesma.

Querer Ryke é puramente para o meu próprio prazer egoísta.


Apesar de sua personalidade enlouquecedora, aprecio sua
presença. A voz dele. O seu toque. Seus esforços para cuidar de
mim.

Ryke pousa a espada e caminha até a mesa onde Yashka


explica o que está no nosso menu. As dores de estômago estão
menores do que antes, mas ainda me pergunto como vou conseguir
meus tônicos para amanhã. Não posso permitir que minha irmã se
ofereça a todos os soldados que passam por lá. Vou ter que sair
deste quarto e me dirigir a ela. Talvez eu possa convencer Ryke. Se
ele realmente se importa comigo, ele entenderá minha necessidade
dos tônicos.

Talvez Mazon possa ajudar.

A esperança se desenrola dentro de mim como uma flor que


brota na primavera. Não tenho esperança de verdade há muito
tempo. Um rei tenaz e um médico brilhante podem ser o ponto de
virada que preciso. Yanna poderia aprender com Mazon. Ela é
praticamente médica. Alinhar-nos aos Volcs não é uma ideia ruim.
Quando assumi que ia morrer, desisti de pensar em um futuro.
Mas com Ryke, talvez haja um.

Ele pega o meu olhar por cima do ombro e sorrio


brilhantemente para ele. O ar esfria e mais neve flutua ao meu
redor. Sua expressão suaviza enquanto ele me observa. Aceno
minha mão no ar e tento um dos truques de meu pai. Uma lufada
de ar. Sai como um pequeno sopro e congela na palma da minha
mão.

Yashka pede licença.

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“Elzira”, Ryke rosna, correndo para mim. Ele estende a mão


sobre a minha e invoca a chama. O calor derrete a esfera
congelada, fazendo com que a água fria escorra pelo meu braço.

“Eu fiz isso”, digo a ele triunfante. “Nunca fui capaz de fazer
isso.”

Suas sobrancelhas se franzem como se ele estivesse com


raiva. “Por isso, sinto muito.”

“Por que você sente muito? Não é sua culpa.”

Ele pega minha mão fria na sua quente. “Você pode fazer
muito mais do que imagina.”

Quando abro a boca, ele balança a cabeça.

“Não fale mais. Vou te alimentar.” Ele sorri maliciosamente


para mim. “E depois te darei banho.”

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CAPÍTULO OITO

Ryke

O fogo em seus olhos é de natureza vulcânica. Brilhante.


Furioso. Poderoso. Não posso deixar de sorrir mais, sabendo que
isso a enfurecerá mais.

“Você esquece com quem está falando”, ela se enfurece, o ar


crepita ao nosso redor quando as lâminas de diamante saltam de
seus dedos.

É isso, floco de neve.

Aproveite esse poder e use-o. Nunca o deixe de lado.

“A última vez que verifiquei, estava conversando com uma


rainha”, digo a ela enquanto ando até a mesa para encher um prato
com comida. Olho por cima do ombro para ela. “E pela última vez
que verifiquei, sou um rei. Isso nos coloca em pé de igualdade,
rainha morta.”

Mas ela não está morta.

Nem mesmo perto.

Não mais.

Mazon é brilhante. Um mestre na medicina. Uma ferramenta


nas mãos do buscador da verdade.

“Você suportaria?” Eu levanto uma sobrancelha para ela.

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“Acho que não. Quando faço um feitiço, geralmente me leva


algumas horas para me recuperar.” Ela admite, com vergonha em
seus lindos olhos azuis.

“Um feitiço, hmmm?” Vou até ela e coloco o prato na cama


ao lado dela antes de me sentar. “Com que frequência você faz
esses feitiços?”

“Geralmente diariamente”, ela murmura enquanto sacode as


lâminas de diamante. Seus dedos tocam um rolinho amanteigado
antes dela arrancar um pedaço e o mastigar.

“Diariamente. O mesmo todos os dias? Mazon desejará


saber.”

“Praticamente, é o mesmo. Houve algumas vezes que o feitiço


foi demais. Eu mal me recuperei.” Ela engole e pega a carne de
veado. “Yashka é um cozinheiro maravilhoso. Não gosto de comida
tão simples há anos.”

Minha pobre e doce rainha.

“Anos, mesmo?”

“Faz algum tempo.”

“Como você está se sentindo agora?”

“Fraca, mas...” para.

“Mas o que?”

“Eu o sinto.” Seus olhos azuis me penetram. “Sinto o frio. E


não dói como costumava.”

“Vou te ensinar muitas coisas”, murmuro, levantando meu


polegar para limpar a umidade de seu lábio inferior. “Seu pai
deixou você tão mal preparada para liderar.”

Ela estreita os olhos para mim. “Cuidado com a língua, Volc.”

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“Você é muito mole”, eu provoco. “Eu quero lhe mostrar como


ser dura.”

Inclinando-me para frente, aperto seu queixo e abro a boca.


Ela engasga quando pressiono minha boca na dela. Inspiro seu
doce perfume antes de mergulhar minha língua em sua boca. Ela
tem o sabor salgado como a carne de veado, mas o toque doce é
totalmente dela. Puxando-a de pé, eu não me afasto do beijo. Seu
corpo treme, ainda fraco pelo que aconteceu a pouco, e eu a abraço
forte para que ela não desmaie.

Para uma inocente, ela certamente beija como um mestre.

Por um instante, ela se afasta e sussurra: “Quero sua


promessa de que posso ver minha irmã amanhã.” Ela morde meu
lábio inferior. “Diga sim, Ryke.”

Eu gemo com as suas palavras. Talvez ela não seja tão


inocente quanto parece. A mulher está usando seus lábios e língua
macios para conseguir o que quer.

“E se eu disser não?”

“Nós dois queremos que você diga sim”, ela ronrona.

“Porquê?”

“Porque faz parte do acordo.” Ela interrompe nosso beijo e


me olha com olhos azuis em chamas. “Você diz sim e me promete.
Então eu direi sim a você.”

Meu pau engrossa com suas palavras. “E o que exatamente


eu receberei? A que você dirá sim?”

“Você queria me ensinar. Então me ensine.”

Fantasias sobre ela nua e montando meu pau me


consomem. Rainha inteligente e cruel. Ela é muito mais esperta do
que pensei. Jogando com o Rei mais cruel de todos por meio de seu
pau. Elzira venceu esta batalha. Ainda estou fazendo estratégias
para a guerra.

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“Sim”, eu juro. “Você poderá ver Yanna amanhã. Mas esta


noite? Esta noite você é minha.”

Depois do nosso beijo e depois do jantar, Elzira tirou um


cochilo. Seu corpo está se regenerando, então a deixei dormir, em
vez de segurá-la até o fim do acordo. Enquanto ela cochilava,
verifiquei com meus homens o estado da horda das Terras Ocultas.
Estão progredindo lentamente, graças a uma repentina tempestade
de inverno. Encontrei Green, ou Cavon como eles o chamam, e quis
enfiar minha mão ardente em seu peito para remover todos os seus
órgãos, um por um. Ele era um tipo de conselheiro. Não conseguia
encontrar um médico de verdade. Qualquer médico poderia curá-
la se tivessem tentado. Enfurece-me saber que ninguém está
tentando.

Quando termino de checar meus homens, chamo seus


servos, duas mulheres corpulentas com olhos redondos.

“Quero um banho”, eu instruo.

“O de sempre, senhor?” A mais baixa pergunta.

“Qual é o de sempre?”

“Ervas e pétalas perfumadas”, ela responde.

“Não”, eu grito, assustando-a. “Água. Somente água.” Então


estreito os olhos, lançando meu olhar entre as duas. “Você
experimentará a água depois de trazê-la à banheira.”

Ela assente, embora sua irritação seja aparente. “Claro, sua


alteza.”

No próximo instante, eu as assisto trazerem balde após balde


de água para encher a banheira. Quando está boa e cheia, não as
deixo sair.

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“Prove”, ordeno.

As mulheres trocam olhares, mas depois se ajoelham para


pegar a água. Depois de beber um pouco, elas me olham confusas.
Como não caíram, eu dou um pequeno aceno com a cabeça.
Mergulho meus dedos na água para garantir que não está muito
quente e puxo minha mão de volta.

“O que é isso?” Grito, arfando meu peito pela fúria.

A mais baixa franze a testa para mim. “Água, senhor.”

“Eu deveria cortar sua língua ou garganta por isso”, afirmo.


“Não me atrapalhe, mulher. Quero saber se você toma seu próprio
banho com água gelada.”

“É como sempre foi ordenado para nós, senhor.”

A outra mulher grita: “Fogo não é permitido, sua alteza.


Tiramos a água dos poços subterrâneos para a rainha.”

“Saia da minha frente antes de eu transformar vocês duas


em cinzas”, grito novamente.

Elas saem correndo da sala. Estou além de furioso. Estou a


segundos de chamar todos os criados neste castelo horrível e
decapitar todos eles. Elzira é uma boa rainha, presa em uma gaiola
cheia de monstros. Eles não se safarão com isso.

Expirando minha fúria, eu entro no quarto onde ela dorme.


Afasto as peles e, em seguida, pego seu corpo leve em meus braços.
Seus olhos se abrem em confusão, mas então um pequeno sorriso
curva seus lábios. Tão bonita.

“É hora do seu banho”, lembro-a enquanto entro no


banheiro. Coloco-a de pé. Ela dá uma olhada no banho e
estremece. Eu também tremeria se eu tomasse banhos gelados.
Estou furioso novamente em nome dela.

Inclino-me e mergulho a mão na água. Convocando minhas


chamas, giro minha mão aquecendo a água a ponto de vaporizar.

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Quando puxo minha mão e olho para Elzira, ela está olhando com
admiração.

“Você nunca terá que tomar banho frio novamente”, eu


prometo, engolindo minha raiva.

Seus olhos azuis travam nos meus. “Você age como se fosse
me manter.”

Um momento se passa e nenhum de nós fala, apenas


deixamos sua declaração pairar no ar.

“Como você está se sentindo?” Pergunto finalmente,


ignorando suas palavras.

“Bem o suficiente para fazer isso”, ela responde, apontando


algo frio e afiado sob o meu queixo, forte o suficiente para ser
ameaçador, mas não para ferir a pele. Um sorriso diabólico dança
em seu rosto, fazendo seus olhos azuis brilharem.

Seguro a lâmina afiada na palma da minha mão, saboreando


o corte. Nossos olhos estão fixos quando derreto sua lâmina e ela
cai no chão. Antes que eu possa curar minha ferida, ela agarra meu
pulso, puxando-o em sua direção. A ponta de seu dedo toca a carne
— fria e dolorosa — enquanto a arrasta pelo meu corte. Brilha azul
quando ela o fecha.

“Obrigada pelo banho quente.” O rosto dela brilha de


felicidade. Alegria. Esperança. Vida. Como puderam ousar tentar
manter essa poderosa rainha fraca e de joelhos? Ela deveria estar
acima de todos os homens, inclusive eu.

Puxo as amarras de cada lado de suas costelas. Solto o


vestido o suficiente para puxá-lo para longe do seu corpo. Com
meus olhos nos dela, prendo o dedo na parte superior do tecido e
convoco minhas chamas. Enquanto arrasto meu dedo para baixo,
rasgo o tecido, queimando-o. O vestido dela cai, revelando uma
rainha nua diante de mim. Minhas mãos encontram suas costelas

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nuas e eu solto um rosnado. Suas costelas se projetam de uma


maneira sórdida.

Tão perto da morte, minha rainha.

Você simplesmente precisava de um rei sombrio para trazê-la


de volta à vida.

Afastando meu olhar do dela, volto a admirar seu corpo.


Seus seios são mais do que uma mão cheia. Mamilos rosados e
duros imploram para serem mordidos e chupados. Eu
especialmente salivo por sua pele branca e pálida. Eu quero sugar
cada centímetro até que ela esteja rosa, vermelha e roxa por toda
parte — uma comprovação de que o sangue ainda flui através
dessa mulher arrebatadora. Entre suas coxas delgadas, há uma
pequena quantidade de pelos loiros, tão finos que são quase
opacos.

Meu pau estica na minha calça. Eu quero fazer tantas coisas


más com ela. Não se pode dar a um homem uma tela perfeita e não
esperar que ele espalhe cores por toda parte. Oferecendo meu
braço para ela, ajudo-a na banheira. No momento em que seu pé
afunda nas águas mornas, ela solta um suspiro.

“Muito quente?” Pergunto, franzindo a testa.

Seus olhos azuis encontram os meus, piscando com uma


emoção oculta. “Perfeito.”

Ela coloca o outro pé na banheira, afastando-se de mim. Meu


olhar desliza pelos ossos em sua espinha, que são visíveis, até a
sua bela bunda. É como se ela fosse feita de porcelana. Requintada,
mas frágil.

Não por muito tempo.

A rainha voltará à vida.

Vou providenciar para que ela seja tão poderosa quanto


nasceu para ser.

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Por quê?

Porque sou rei e não tenho companhia dos que são fracos.

Ela se senta na água e solta um gemido suave de prazer. Meu


pau se agita, lembrando-me do nosso acordo. Vou levá-la até a
irmã amanhã, mas, enquanto isso, posso arrebatar esta mulher.

Não sei por que as pessoas sempre assumem que fazer um


acordo com o diabo é uma coisa ruim. Esse diabo faz bons acordos.
Ofertas em que ambas as partes envolvidas são vencedoras.

Vou até uma cesta no canto da sala cheia de sabonetes.


Depois de inspecionar todos eles, encontro um que cheira algo
familiar. Quando Elzira vê, ela torce o nariz com desgosto.

“Há outras pessoas que cheiram melhor”, ela me diz com


gracejo, como se eu fosse sua criada.

“Talvez”, respondo enquanto me ajoelho ao lado da banheira,


“mas este é o único com o qual estou familiarizado. Quero ter
certeza de banhá-la com algo seguro.”

Um sorriso surge em seus lábios. “Para um rei louco e


mandão, às vezes você é doce.”

“E para uma rainha de coração frio, você é terrivelmente


gostosa.”

O riso dela é angelical. Os sons são como lâminas de


diamante no meu coração, cada um mais penetrante e mortal. Essa
mulher tem poder sobre mim — poder que eu nem sabia que existia
neste mundo. Fazer um homem poderoso como eu se sentir
impotente é uma jogada muito perigosa.

Mergulho o sabonete na água e o esfrego ao longo de sua


coxa. Seus olhos travam nos meus, queimando com luxúria. Eu
gemo pela maneira que meu pau se esforça para ser liberado. Em
vez disso, concentro-me em lavá-la lentamente de uma maneira

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provocadora que a faz se contorcer, espirrando água quente nas


laterais.

“Ryke”, ela sussurra.

Deliberadamente, eu roço sua buceta com a minha junta.


Ela grita e então não sou mais capaz de mover meu braço.

Uma explosão de ar frio corre pelo meu braço, arrepiando-


me. Solto uma risada. Em sua excitação, ela congelou a água. Seus
brilhantes olhos azuis quase brilham quando ela olha para mim.

Com um sorriso astuto, convoco minhas chamas e derreto o


gelo até que o vapor esteja mais uma vez nublando o ar ao nosso
redor. “Você não usa seu dom há algum tempo. Você vai querer
entender isso.” Eu sorrio para ela. “Hoje à noite, pretendo fazer
muito mais do que roçar sua buceta com o dedo. Não posso tê-la
me transformando em um bloco de gelo no momento em que você
gozar gritando meu nome.”

“Insuportável”, ela respira, seus lábios tremem com diversão.


“Volte para o seu palácio, Volc.”

“Mas então quem faria seus dedos do pé se enrolarem,


Rainha do gelo? Certamente não será Green. Embora eu possa
apostar que ele deseja ter tais habilidades.”

“Green?”

“Seu líder inútil dos Olhos Brancos.”

“Cavon”, ela diz com uma careta.

Não gosto do nome dele nos lábios dela. Não gosto dele. Não
gosto de nenhuma das pessoas que estão aqui para protegê-la e
cuidar dela.

“Vamos lavar o seu cabelo agora”, eu resmungo.

Ela franze os lábios. “Não preciso disso.”

“Há cinza no seu cabelo. Claro que você precisa.”

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Suas bochechas se tornam vermelhas. Que lindo ver a cor


em seu lindo rosto. “Eu não quero ver os fios azuis.”

Aperto meu queixo. Depois de falar com Mazon, sei por que
os fios azuis aparecem. A fúria borbulha dentro de mim. “Você irá
me permitir lavar o seu cabelo e exibir orgulhosamente o azul em
seu cabelo. Quer saber por que, Elzira?

Ela olha para mim. “Esclareça-me.”

Arrasto meu polegar ao longo de sua mandíbula, deixando


um rastro de umidade ao longo do caminho. “É a prova de que você
é uma sobrevivente.”

Sua raiva se dissipa quando ela me olha. “Por pouco.”

“Basta. É mais do que suficiente. Agora que você sobreviveu,


é hora de começar a viver.”

“Você age como se eu estivesse curada”, ela respira, não


convencida.

Tudo o que posso fazer é sorrir para ela.

Enquanto eu estiver aqui, ela está curada.

E quando se recuperar completamente, Norta Icelands ficará


salpicada de vermelho pela rainha.

Finalmente a libertei de sua jaula.

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CAPÍTULO NOVE

Elzira

Eu deito de lado, olhando para o fogo a minha frente que


tremula e crepita. Ryke está atrás de mim, penteando suavemente
meus emaranhados cabelos molhados. Eu me recuso a olhar para
o meu cabelo azul. É um lembrete da minha doença.

Hoje cedo eu pensei que estava no meu leito de morte. Tão


fraca. Tão cansada. Senti a vida escapando de mim. Mas quando
acordei, eu mudei. O poder pulsou em minhas veias. A cada
segundo que passa, eu estou mais forte.

O que você fez comigo, seu Volc perversamente bonito?

Seja o que for, não posso ficar brava com ele. Nunca me senti
tão viva e capaz de entender o meu dom com tanta facilidade. Ele
despertou algo dentro de mim.

“Faça uma lâmina para mim, Rainha do gelo.”

Reviro os olhos por sua ordem. “Claro, sua dor real na


bunda.”

Ele ri e sinto seu hálito quente contra minha cabeça. Coloco


meus dedos para frente, surpresa com o fato deles não serem mais
azuis, mas rosa pálido. Um verdadeiro sinal de que sangue flui
pelas minhas veias. Eu movo meu dedo indicador, criando uma
lâmina de diamante com o movimento. Ele estica a mão e a quebra
do meu dedo. Volto a encarar o fogo até perceber que ele está
cortando meu cabelo.

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“O que você está fazendo?” Eu grito.

Ele coloca uma mecha azul na minha frente. “Matando dois


coelhos com uma cajadada só, floco de neve.”

Bastardo enigmático.

“Explique, Volc.”

Outra risada atrás de mim faz barulho na cama. Eu mentiria


se dissesse que odeio sua risada. Eu a amo. Fico nervosa com o
quanto eu a amo. Ele corta outra mecha antes de colocá-la na
minha frente, ao lado da outra.

“Estou livrando você das mechas azuis mais visíveis, já que


você as odeia”, ele explica, cortando uma terceira mecha. “Um
coelho.”

“E o outro coelho?”

“Estou fazendo uma corda para prender minha rainha nua


na cama.”

Meu coração acelera no peito. “Você vai me amarrar com


meu próprio cabelo?”

As pontas dos dedos dele — quentes ao toque — correm ao


longo do meu braço nu. “Eu não posso tê-la me empalando com
suas lâminas frias.” Ele morde meu ombro. “Além disso, eu prefiro
ter todo o controle.”

“Talvez eu queira o controle”, eu argumento, mas me derreto


rapidamente com o toque dele.

Seus lábios pressionam beijos na lateral do meu pescoço.


“No quarto, quando somos apenas nós dois, eu tenho o controle.
Você não saberia o que fazer com isso de qualquer maneira.
Permita-me arrebatá-la, Rainha do gelo. É no que eu sou bom.”

Ele desliza uma mão quente para segurar o meu peito nu.
Eu respiro fundo.

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“Implore para que eu a pegue e amarre”, ele murmura.


“Implore para eu te foder até você chorar.”

Suas palavras me fazem ficar molhada entre as coxas. “Você


tem uma boca suja, Volc.”

“Eu sou um rei imundo, meu amor.”

Ele amarra as três pontas em um nó apertado que faz seus


antebraços flexionarem de uma maneira gloriosa. Então, ele me
incentiva a segurar o nó. Eu assisto com fascinação extasiada
enquanto ele as trança com cuidado.

“Onde você aprendeu a trançar?”

Ele sorri. “Eu prefiro não dizer.”

“Somos apenas nós, Ryke”, digo baixinho. “Conte-me seus


segredos.”

Seus olhos âmbar brilham. “Eu adorava o cabelo da minha


mãe. Desde o dia em que nasci, brincava com o cabelo dela.
Quando ficou mais velha, ela me ensinou a fazer tranças.”

Meu coração dói. Isso me faz sentir falta da minha própria


mãe. “Isso é doce.”

Mas o olhar perverso em seus olhos é tudo menos isso. Ele


trabalha rápido para amarrar meus pulsos. Quando termina, ele
se senta de joelhos e inclina-se para frente, puxando meus braços
acima da minha cabeça.

“Segure-se a essa grade”, ele ordena, sua voz está rouca e


profunda.

Ele amarra minhas mãos na cama e depois corre as pontas


dos dedos quentes pelos meus braços. Um tremor de emoção
percorre minha espinha. Sua respiração sai em uma nuvem
branca.

“Alguém gosta disso”, ele provoca.

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Uma enxurrada de flocos de neve flutua ao seu redor como


se quisesse concordar com ele. Sem se deixar abalar com o frio no
cômodo, ele continua provocando, mas desta vez com uma única
ponta do dedo. Ele aquece, então é quente ao toque. Solto um
suspiro agudo, minha pele fica mais azul do que o normal,
protegendo-se contra a queimadura. Ele move seus olhos ardentes
em minha direção, fazendo todas as partes geladas dentro de mim
derreterem sob seu olhar.

Seu dedo circunda um dos meus mamilos e o endurece. Eu


desejo que ele o toque, mas ele ignora meus pedidos silenciosos.
Em vez disso, acaricia meu outro seio com um único dedo, mais
uma vez ignorando meu mamilo duro. Quando sua cabeça abaixa,
seu hálito quente faz cócegas na minha pele nua, solto um gemido
enquanto puxo minha restrição.

“Ryke”, eu engasgo, minhas costas arqueiam para encorajá-


lo a colocar a boca em mim.

“Implore por isso, floco de neve.”

Eu mordo meu lábio inferior e balanço minha cabeça. Oh,


como eu amo devolver isso a ele. Seus olhos âmbar escurecem com
luxúria antes dele morder gentilmente meu mamilo e puxá-lo.

“Faça do seu jeito”, ele rosna calorosamente contra a minha


pele.

Um gemido alto sai de mim quando ele se afasta dos meus


seios. Minha respiração é roubada no momento em que seus lábios
macios pressionam minhas costelas. O calor irradia de sua boca e
eu me pergunto se ele está convocando suas chamas ou se ele
realmente é tão quente assim. Ele abre os lábios e move a língua,
fazendo cócegas na minha pele. Eu me contorço e solto uma
risadinha que faz meus seios balançarem. Ele lança seus olhos nos
meus. Resumidamente, eles piscam com um olhar gentil e suave.
Um que contradiz o homem ousado que me amarrou na minha
cama. Em uma expressão fugaz, ele promete cuidar de mim.

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“Abra suas coxas bonitas para mim”, ele murmura. “Eu


preciso ver o que é meu.”

Como ele me reduziu a uma bagunça implorante, trêmula e


excitada está além da minha compreensão. Se fosse qualquer
outro, eu o mataria. Não Ryke Bloodsun, rei dos Volcs. Buscador
da verdade e manipulador de fogo. Homem mandão e irritante.
Lindo de tirar o fôlego.

Quando não o obedeço, ele aperta seus dedos poderosos nas


minhas coxas e as separa. Um calor vergonhoso percorre minha
pele, aquecendo-me sem a ajuda dele. O cheiro da minha excitação
é espesso no ar e eu quero fugir dele. Um olhar, no entanto, para
seus traços famintos e eu enfrento o momento desconfortável. Ele
se posiciona entre as minhas pernas, levando a boca para o meu
centro.

“Você está molhada”, ele rosna, seus lábios se curvam em


um sorriso sinistro, “é conveniente já que eu estou sedento, minha
rainha.”

Minha rainha.

Não posso deixar de fechar meus olhos no momento em que


seus lábios roçam contra o meu sexo. Sua língua lambe a minha
buceta e depois gira em torno do broto de prazer que ele já possui.

“Ryke!” Eu grito, abrindo meus olhos para encará-lo.

Ele empurra minhas coxas para cima e mais abertas,


abrindo-me para ele como uma flor. Este rei voraz não perde tempo
procurando o que precisa. E ele também não tem problemas em
encontrá-lo. O homem suga, morde e lambe lugares proibidos que
me deixam quase chorando de prazer. Quando seu dedo grosso
rompe minha abertura, eu choramingo.

“Shhh, meu amor”, ele sussurra contra o lugar que sofre por
ele. “Eu quero fazer você gritar.”

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A ardência do seu dedo quando chega às minhas


profundezas faz lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto.
Apesar da dor que está causando, ele não está fazendo isso
cruelmente. Logo descobri que seu dedilhar tem um propósito.
Dentro de mim, ele encontra um lugar que parece latejar pelo seu
toque. Quando ele pressiona, perco todo o senso de realidade. Eu
me ergo da cama, solto um grito de prazer e giro na névoa escura
do êxtase. Não é até eu ouvi-lo rindo que gozo. Eu pisco meus olhos
para ver que seu cabelo está coberto de neve e todo o quarto brilha
azul claro. O fogo da lareira está apagado.

“Não vá a lugar algum”, ele diz, retirando o dedo de dentro


de mim e dando-me uma piscadela brincalhona que faz meu útero
contrair com a necessidade.

Em vez de responder à sua observação, sabendo que não vou


a lugar nenhum até que ele permita, eu o observo enquanto ele
caminha até a lareira. Suas duas mãos brilham vermelho-
alaranjado e ele se ajoelha na lareira. Um flash quente irrompe pelo
cômodo quando Ryke acende o fogo novamente. Ele se levanta e
começa a retirar suas roupas. Não posso deixar de absorver sua
forma perfeita.

Ombros largos. Peito musculoso. Braços fortes.

Ele empurra a calça para baixo e seu pau balança para fora
ansiosamente. Estou fixada nisso. Eu nunca vi um de perto. Claro,
eu já vi os Olhos Brancos urinando lá fora antes, mas nunca vi um
que se pareça com isso. Seu pau salta quando ele se aproxima,
uma gota de umidade brilha na ponta. Suas bolas estão pesadas
sob seu comprimento impressionante.

“O que, floco de neve?” Ele brinca enquanto se arrasta para


a cama. “Você gostaria de dar uma olhada?”

Ele me conhece melhor do que eu mesma.

Em vez de negar, eu simplesmente aceno. Seus olhos se


arregalam uma fração antes que ele suba no meu corpo nu com

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suas poderosas coxas. Lentamente, ele sobe na cama até estar


praticamente sentado nos meus seios. Ele agarra seu pau com uma
de suas mãos fortes e se inclina para frente. A outra mão dele
aperta as minhas amarradas, seu polegar me acaricia gentilmente.

“Gostaria de provar, Rainha do gelo?”

Eu lambo meus lábios. “Não me provoque.”

Ele arqueia uma sobrancelha e ri. “Como quiser.”

A ponta do seu pau chega aos meus lábios e ele o esfrega de


um lado para o outro em minha boca. Minha língua procura a
umidade para ver como é o seu gosto. Salgado e masculino. Minha
língua circunda a suave coroa de seu pau, ansiosa para aprender
mais sobre ele. Ryke geme de uma maneira que me faz doer por
ele. Eu não entendo o poder dele sobre mim, mas ficaria feliz em
ceder a ele uma e outra vez. Desejo estar à vontade dele.
Desesperada por provar mais, envolvo meus lábios em torno dele,
amando o gemido que lhe escapa.

“Você ganhou o título de Provocadora”, ele rosna. “Você me


levará à loucura, minha rainha.”

Minha rainha.

Corro minha língua ao longo da parte inferior do seu


comprimento, desejando deixa-lo fraco por mim, apesar de eu ser
a única amarrada e debaixo dele. Ryke me permite prová-lo mais
um momento antes de se afastar de mim.

Fúria pura contorce seu belo rosto.

Fiz algo de errado?

Um calafrio percorre minha espinha quando ele lentamente


desliza para a cama, seus olhos furiosos nunca deixando os meus.

“Fiz algo errado?” Pergunto em um sussurro.

Seu olhar feroz suaviza. “Absolutamente nada.”

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“O que houve então?”

Ele separa minhas coxas. “Você estava prestes a terminar as


coisas muito cedo e eu quero estar profundamente dentro de você
quando isso acontecer.”

Meu coração confuso fica mais lento com as palavras dele.


Não fiz nada de errado porque fiz exatamente da maneira certa.
Orgulho faz a confiança retornar quando ele se instala entre as
minhas pernas. Eu enfio meus calcanhares nas costas dele,
pressionando-o para mais perto de mim. Seu pau quente desliza
através dos pelos finos do meu sexo, me provocando.

“Você fará isso com minha irmã depois de ter o quer?” Eu


questiono, tentando e falhando em esconder a dor em minha voz.

Em vez de me responder, ele se inclina para frente e toma


minha boca. Sinto o meu gosto almiscarado. Estou curiosa e
distraída com o que ele está fazendo na parte de baixo até que sua
espessura me penetra brutalmente. Um soluço alto me atravessa
quando ele entra totalmente. O cheiro de cabelo chamuscado está
no ar quando ele me liberta das minhas amarras. Seus dedos
mergulham no meu cabelo e ele não se move nem um centímetro.

“Olhe para mim, minha linda e doce rainha”, ele comanda


com sua voz rouca.

Eu pisco as lágrimas e encontro seu intenso olhar âmbar.


Meu lábio inferior treme e ele pressiona um beijo suave nele.

“Ouça-me e ouça-me bem.” Suas sobrancelhas franzem


quando ele me olha. “Eu só quero você.”

Meu coração acelera no peito. “Isso dói, Ryke.”

“Eu tomei sua virgindade, floco de neve. É algo doloroso. Mas


em breve o seu corpo se ajustará ao meu. Você perceberá que nos
encaixamos perfeitamente.” Seus lábios chegam aos meus e ele me
beija profundamente, sua língua desliza contra a minha de uma

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maneira gentil. “A dor desaparecerá e o fogo acenderá. Queime


comigo, minha rainha.”

Ele me distrai com outro beijo enquanto desliza para fora de


mim. Então, com outro impulso forte de seus quadris, ele entra
novamente. Eu gemo contra sua boca. A dor está se transformando
em uma sensação incomum de prazer. Mesmo que me machuque,
eu gosto de ser fodida por ele. Eu nunca estive tão perto de outra
pessoa. Isso é surreal. Quase beira o mágico. Temo que possa
acordar de um sonho a qualquer momento e todo esse encontro
com Ryke terá sido uma ilusão.

Então eu voltarei ao frio solitário.

Triste e desaparecendo.

Uma rainha agonizante.

“Você está chorando”, ele rouca. “Minha rainha, por favor,


não chore. Eu só quero lhe dar prazer.”

Meus dedos deslizam em seus cabelos e eu o beijo


profundamente. Ele estar nos meus braços — dentro de mim — é
mais prazer do que já conheci. Não quero que seja um sonho. Eu
preciso que seja real. Eu preciso dele.

“Não pare”, eu imploro, “faça-me sua.”

Seus quadris batem contra mim, desesperados e selvagens.


Entrego-me a ele em todos os sentidos. Minha boca, meu corpo,
meu coração. Posso lamentar amanhã, mas neste momento não
me arrependo de nada. Passando minhas unhas pelos seus
ombros, eu me deleito com o gemido que lhe escapa. Ele empurra
mais forte em mim. Controlador e possessivo. Um rei que reivindica
uma rainha. Afasto esses pensamentos e lembro o que ele está
fazendo com o meu corpo quando sua mão desliza entre nós. Seus
dedos dedilham meu prazer de uma maneira sem esforço que me
faz explodir em segundos.

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Quando chego ao clímax, as lâminas de diamante saem


lentamente das pontas dos meus dedos, mal perfurando sua pele.
É preciso todo o autocontrole que tenho para não esfaquear meu
amante, o rei das trevas. A fera dentro de mim se enfurece e se
agita, aparentemente emocionada com sua fuga. Parece que posso
ver, tocar, aproveitar o meu dom.

“Elzira”, ele geme, seus quadris flexionam um momento


antes de seu calor me inundar. Ele empurra mais algumas vezes
antes de desabar sobre mim. Uma pequena risada sai dele,
aquecendo meu pescoço onde seu rosto está enterrado. “Você me
cortou.”

Eu corro meus dedos ao longo de suas feridas, selando-as


sem esforço. Isso me revigora, a facilidade com que posso usar meu
dom. Quando a emoção desaparece, percebo que ele soltou seu
sêmen em mim. Meu corpo enrijece quando me pergunto o que vai
acontecer.

“Você poderia preencher o ventre de uma mulher que está


morrendo?” Pergunto, com minha voz trêmula de emoção. “Rei
imprudente e horrível.”

Não estou falando sério.

Ele não é horrível.

“Enquanto você me tiver, floco de neve, você não irá a lugar


nenhum.”

Suas palavras, embora sejam promessas vazias, me enchem


de calor, alegria e esperança.

“Você não é horrível”, eu sussurro, acariciando sua espinha


com meus dedos.

Ele não responde, simplesmente beija meu pescoço.

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Beijos e beijos e beijos chegam até que ele está duro


novamente dentro de mim. Este manipulador de fogo planeja me
manter quente a noite toda.

Não é horrível.

Nem um pouco.

Eu não quero morrer. Eu quero viver. E quero ficar com esse


homem.

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CAPÍTULO DEZ

Ryke

É adorável quando ela se esconde de mim. Como se sua


cortina de cabelo branco e azul de alguma forma afastasse suas
bochechas vermelhas dos meus olhos. Eu vejo minha rainha corar.
Vermelha e recentemente arrebatada. Ela finge que não estou
olhando-a descaradamente enquanto veste um de seus vestidos
elegantes adornados com diamantes.

Durante toda a noite, eu a fodi. Repetidamente. Ela não


protestou, nem uma única vez. Não, ela cravou as unhas na minha
carne e implorou. Minha doce e bela rainha implorou por mais.

Eu gemo porque meu pau está endurecendo mais uma vez.


O momento é ruim, considerando que temos deveres esta manhã.
Decidi que ela e eu tomaremos nosso café da manhã na sala de
jantar antes de irmos a uma reunião com meus homens. Os
Malditos estão chegando e quero ter certeza de que temos um plano
de ataque. E então há a questão de permitir que ela veja sua irmã.

A raiva, quente e violenta, surge através de mim.

Eu quero manter minha rainha só para mim.

Ela está mais segura assim.

“Estou pronta”, ela diz, levantando o queixo para finalmente


encontrar meus olhos.

Sua cor não é mais pálida e azulada. Ela está rosa e corada.
Bela. Mas muito pouco vestida.

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“Onde está o seu xale?” Questiono.

“Eu não uso nada para cobrir meus braços...” Ela franze a
testa e surge uma expressão preocupada em seu rosto bonito.

“E por que você não veste nada para cobrir seus braços?”
Questiono novamente.

As sobrancelhas dela se erguem mais. “Eu não vejo você


oferecendo sua capa”, ela retruca, correndo em direção à porta.

Fogo corre através do sangue da rainha do gelo.

“Não tão rápido”, falo, então agarro seu braço quando ela
passa.

Pele fria e fresca.

A raiva pela situação me faz convocar minhas chamas para


aquecê-la com o meu toque. Sua postura rígida relaxa. Eu a solto
para desabotoar minha capa. Depois de removê-la, amarro-a em
volta dela, deixando-a cair pesadamente sobre seus ombros.

“Deixe-me vê-la, floco de neve.”

Ela se vira para mim, seus olhos azuis estão tempestuosos.


“Cheira como você.”

“Tente não me sentir a manhã toda”, eu provoco.

Um sorriso brinca em seus lábios. “Eu não quis gritar com


você.”

“Está esquecido.” Estendo a mão e puxo uma mecha de seus


cabelos brancos. “Mas precisarei da minha capa no campo de
batalha. Eu posso ficar sem ela no café da manhã. Enquanto isso,
pedirei que meus criados façam algo quente para você.”

Seus olhos se levantam até a coroa que coloquei em minha


cabeça. Então excitação brilha em seus olhos.

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“Há muito tempo”, ela diz com um sorriso, “eu criava lâminas
de diamante impenetráveis como meu pai e seu pai e assim por
diante. Assim que ganhei meu dom, isso desapareceu
abruptamente.” Seus dedos se movem e ela olha para eles. “Mas
eu sinto isso, Ryke. Sinto o gelo e o aço nas veias.” Ela levanta o
olhar para encontrar o meu. “Eu acho que posso fazer novamente.”

O fato dessa rainha ter perdido o dom em primeiro lugar me


deixa péssimo.

Não consigo imaginar perder minhas habilidades de fazer


fogo.

“Vamos ver”, eu a encorajo.

Sua mão brilha um azul muito parecido com o meu


vermelho-alaranjado. O barulho do que soa como uma pedra
contra o aço mói em uníssono com a lâmina de diamante que
desliza do seu dedo indicador. É afiado e forte. Esta lâmina nunca
derreterá. Pego-a na minha mão e a separo antes de colocá-la na
cama.

“Mais uma vez, Elzira.”

Repetidas vezes, ela me mostra seu dom até que a cama está
cheia de lâminas. Então assisto com muita atenção enquanto ela
forma um círculo no ar aparentemente do nada, mas posso dizer
que é do gelo. Uma por uma, ela prende suas lâminas de diamante
ao círculo, prendendo-as com mais gelo. Quando termina, percebo
que ela criou uma coroa nova. Alta. Afiada. Forte. Apta para uma
rainha cruel e poderosa.

Eu me ajoelho diante dela e beijo as costas da sua mão antes


de me levantar novamente. “Permita-me”, eu murmuro, pegando a
coroa da outra mão. Coloco a pesada coroa em sua cabeça. Cabe
perfeitamente.

“Vou acompanhá-la”, digo a ela, oferecendo-lhe meu braço.

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Ela arqueia uma sobrancelha. “Vamos descer juntos, como


uma frente unida?”

“Precisamos estar se pretendemos combinar nossos


exércitos e derrotar uma horda de Malditos.”

“Eu quero ver Yanna”, ela me lembra enquanto coloca seu


braço no meu.

“Você a verá. Eu não quebro minhas promessas.”

Aparentemente satisfeita com essa resposta, ela me permite


guiá-la para fora. Um sentimento de satisfação masculina toma
conta de mim ao ver suas roupas brancas escondidas embaixo da
minha capa preta. É como se ela me pertencesse. O pensamento
me emociona.

Eu vim aqui para casar-me com uma princesa e encontrar


um caminho para as Terras Ocultas em busca de guerra.

Em vez disso, peguei uma rainha e estou me unindo em uma


batalha com ela.

Sou um homem de oportunidades.

Entramos na sala de jantar, ganhando o olhar de todos.


Danser mal levanta uma sobrancelha em diversão sutil. Os olhos
de Jorshi e Fayden se arregalam de surpresa. O que me faz querer
bater no peito com orgulho é a maneira como os olhos verdes de
Cavon queimam por trás de sua máscara branca. Eu gostaria de
poder ver todas as suas feições. Ah, estar dentro da cabeça daquele
homem por um segundo enquanto ele me observa reivindicar o que
ele deseja para si.

“O status dos Malditos”, eu grito em saudação enquanto guio


Elzira para a cabeceira da mesa e puxo a cadeira para ela se sentar.

“Quase chegando”, Jorshi responde. “Antes do anoitecer.”

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“Sabemos a quantidade?” Eu pergunto, sentando-me na


cadeira ao lado de Elzira.

Jorshi explica o que o batedor viu. Não tanto quanto nossos


dois exércitos juntos, mas duplamente implacável e selvagem. Os
Malditos não são intimidados pelo frio. Uma flecha no peito não os
detém. Cada bastardo sem alma deve ser abatido com força bruta.
Não podemos dar margem de manobra ou eles nos dominarão
antes que percebamos.

“Também há notícias da guerra Moral”, Jorshi diz, com a voz


baixa. “Isso vai além dos Malditos.”

“Sabemos alguma coisa sobre os animais que se deleitam


com os humanos?” Venho estudando rumores há anos, tentando
aprender mais sobre o que há nas terras ocultas.

“Vorazes e brutais. Machos.”

“Onde estão as fêmeas?”

“Nenhuma informação sobre isso, meu rei.”

Ele continua falando sobre o que descobriu com o batedor.


Estou ouvindo o relatório dele quando meus olhos prestam atenção
em uma criada. Ela é uma das mulheres da noite passada que
trouxe água à minha doce rainha para tomar banho. Fixando os
olhos nela, eu observo cada movimento. Outros criados colocam
pratos familiares à nossa frente, enquanto Elzira recebe um prato
com três doces pequenos alinhados em uma fileira.

Antes que ela possa ir embora, eu agarro o pulso grosso da


mulher. “O que é isso?”

Elzira distraidamente pega um doce, mas eu arrasto o prato


para longe dela enquanto também puxo a mulher para mais perto.

“O que. É. Isso?” Questiono com meu tom pontuado com


raiva ofuscante.

“A refeição dela, sua alteza”, diz a mulher.

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Afasto a mão dela e aponto para o prato. A sala fica em


silêncio enquanto todos assistem a conversa estranha. “Isso é
comida suficiente para você?”

A mulher olha para mim. “Não.”

“Não o quê?”

“Não, sua alteza.”

Pego o prato e o cheiro antes de soltá-lo com um ruído alto.


“Coma.”

Os olhos da mulher se arregalam. “Fiz algo errado?”

Mostrando meus dentes para ela, inclino-me para mais


perto. “Eu quero que você coma tudo naquele prato.”

Ela olha para Elzira como se ela fosse poupá-la da minha ira.

“Não olhe para ela”, eu me exalto. “Eles não me chamam de


Buscador da Verdade sem motivo, mulher. Coma os malditos
doces.”

“S-Senhor, eu não posso comer o...”

Pego um dos doces e empurro para ela. “Coma.”

Ela balança a cabeça, desafiando-me, enquanto se afasta de


mim. Eu me levanto da mesa e vou atrás dela com o doce.

“Por que você não come, mulher?”

“É para a rainha”, ela murmura. “Eu já comi.”

“Eu quero que você ouça uma coisa”, eu rosno. “Três doces
para sua rainha é um insulto. É traição porque você a está
subalimentando. Lentamente tentando matar sua rainha.”

A mulher engasga com suas palavras. “N-não, é o que ela


sempre come.”

Encaro-a com um olhar frio. “Hoje é o que você comerá.”

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Seus olhos se voltam para a saída, como se ela fosse se


afastar de mim. Eu a desafio a tentar.

“Eu não posso comer”, ela diz. “Eu não gosto desses doces.”

“Coloque na sua boca ou então eu a matarei onde você está.”

A mulher trêmula pega o doce e faz uma careta. Como se o


doce a tivesse prejudicado pessoalmente. Seus olhos disparam
para a porta novamente. Ela o leva à boca e depois o cheira. O
pânico contorce suas feições gordinhas em uma expressão azeda.
Em vez de dar uma mordida, ela joga para mim e corre.

Ela mal deu três passos antes de eu desembainhar minha


espada e apontar para ela.

Thwack!

Thud.

O som do seu corpo pesado no chão de pedra ecoa alto na


sala de jantar. Sua cabeça decepada rola alguns metros antes de
parar, os olhos abertos da mulher me olhando. Enfio minha espada
ensanguentada de volta na bainha antes de me virar para observar
todos na sala. Os criados me olham, Cavon estreita os olhos para
mim e Danser sorri.

É Elzira cujos olhos eu pego e seguro.

Surpresa. Gratidão. Fome.

Ela sorri para mim e eu sorrio de volta.

“Yashka!” Eu grito, minha voz viaja da sala de jantar em


direção à cozinha.

O homem entra, com o rosto vermelho e coberto de suor pela


comida. “Sim, sua Majestade?”

“A rainha Whitestone gostaria de uma de suas refeições


saudáveis e deliciosas. Não é o que a serva dela apenas tentou
servi-la.” Eu olho diretamente para os servos restantes. “Se

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qualquer um de vocês tentar alimentá-la, será a sua cabeça que irá


rolar. Yashka deve trazer suas refeições. Ninguém mais.”

Passamos o resto da nossa refeição discutindo a situação dos


Malditos.

E minha rainha come tudo que há no prato dela.

As coisas estão mudando por aqui.

O Buscador da Verdade ainda não terminou.

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CAPÍTULO ONZE

Elzira

Um dos homens de Ryke, Danser, lidera o caminho pelo


corredor até uma sala protegida por dois guardas. Pelo menos
ninguém entrará para machucar minha irmã. Os dois homens
parecem ferozes e dedicados ao rei, ao contrário do covarde de
ontem. Danser tira uma chave do bolso e abre a porta. Assim que
abre, ouço a voz dela.

“É melhor você, monstro, me deixar ver minha irmã”, ela


grita, batendo em Danser na minha frente. “Ou então matarei todos
vocês!”

Meu coração se enche de orgulho ao ouvir minha irmã


protetora arriscar a vida ao confrontar um dos homens mais letais
de Ryke. O sorriso no meu rosto cai quando olho além dela para o
fogo piscando na lareira.

“Yanna!” Eu grito, passando por ele.

Minha irmã solta um soluço de dor ao me ouvir e cai em


meus braços. Seu abraço é apertado, como se ela se recusasse a se
separar de mim novamente.

“Oh, irmã, querida”, murmuro. “Estou aqui. Não se


preocupe.”

Mas sou eu quem está preocupada.

O fogo.

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As lagartas de sichee.

“Você está doente?” Eu pergunto, me afastando para apalpar


suas bochechas rosadas e quentes.

As sobrancelhas dela se juntam em confusão. “Não”, ela


respira. “Estou furiosa porque eles nos separaram. Como você
está? O homem conseguiu entregar seus tônicos? Você comeu
hoje?”

A maneira familiar com a qual ela se preocupa comigo me


aquece. Por tanto tempo, suas palavras e ações carinhosas foram
as únicas coisas que me aqueceram. Agora tenho Ryke. Só de
pensar nele me faz queimar por dentro.

“Estou bem”, asseguro a ela, radiante. “Eu estou me


sentindo bem. Comi um pouco no café da manhã.”

Ela se inclina. “Os tônicos? Você precisa deles.”

“Estou me sentindo melhor. Acho que não preciso mais


deles. O médico do rei Bloodsun é muito talentoso. Ele me curou...”

“Aqui”, ela me interrompe, enfiando a mão no bolso do


vestido e puxando três pequenos frascos. “Pegue eles. Eu me
recuso a deixar você perecer porque eles acham que o médico é
especial. Estudei sua condição. Eu sei o que você precisa, irmã.”

Ryke entra no quarto e nos separa, pegando os frascos da


minha mão. “Elzira não precisará mais deles.” Ele os guarda antes
de encarar Yanna. “Você está quente o suficiente aqui? Talvez você
devesse ter dado este quarto à rainha.”

Yanna endurece e suas mãos se fecham em punhos. “Ela


precisa dos tônicos.”

“Talvez você não seja tão experiente quanto pensa”, ele


desafia. “Porque você pensou que era mortalmente alérgica a
lagartas e tinha certeza de que os esporos estavam em todas as

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chaminés. E mesmo assim...” Seu olhar se volta para o fogo. “Eu


ainda não vi nenhum.”

“O que você está dizendo?” Yanna bufa, claramente


insultada por suas palavras.

“Sua irmã está segura comigo”, é tudo o que ele diz, se


virando para me olhar. “Venha, rainha. Temos que planejar a
batalha.”

“Batalha?” Yanna grita. “Não é seguro. Elzira, você não pode


entrar em uma batalha. Você não está bem.” Lágrimas pesadas
surgem em seus olhos e caem. “Por favor, não me deixe. Você é
tudo o que me resta.”

Meu peito dói e engulo a emoção. “Você não deve se


preocupar comigo. Eu sou a Justiceira dos Malditos. Eles precisam
de mim nesta batalha.”

“Por favor”, ela implora. “Sua doença é inconstante. E se


ocorrer quando você precisar ser forte?”

Ryke serpenteia um braço possessivo em volta da minha


cintura, enviando tentáculos de desejo através de mim. “Então
serei forte por ela.”

Pego a mão de Yanna e a aperto. “Isso vai acabar logo”,


asseguro a ela. Mas espero que termine de maneira diferente da
que eu penso. Sou egoísta o suficiente para desejar me curar e
Ryke me tomar como sua, e não a minha irmã. Independentemente
disso, os Malditos estarão aqui antes que percebamos. E ou irei
morrer, ou não. O fim está definitivamente próximo.

Depois que saímos do quarto da minha irmã, Ryke entrega


os tônicos para Danser e se inclina para fazer um pedido. Danser
se afasta depois de um instante.

A fúria ondula de Ryke e ele agarra minha mão bruscamente.


Franzo a testa para ele quando ele quase me arrasta de volta para
a minha torre. Assim que a porta se fecha, ele me libera e caminha

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até a lareira. Cruzo os braços sobre o peito e vejo como ele atira
sua raiva nos troncos. Um a um, ele os bate na lareira como se
fossem dignos de seu castigo. Como se decapitar um criado não
fosse suficiente por um dia. Ele joga o punho na direção dos
troncos e então eles explodem em uma grande chama que envia
ondas de calor dançando pela minha pele. Quando ele se vira para
me olhar, ele parece que está no limite da maldade, há um brilho
escuro em seus olhos âmbar. Um sorriso sinistro curva um lado de
seus lábios. Seu cabelo escuro está desarrumado e uma mecha
rebelde cai sobre sua testa.

Ele ronda meu caminho, sua expressão ilegível. No momento


em que me alcança, ele puxa sua capa que está ao meu redor e a
envia para o chão antes que suas mãos segurem minha cintura.
Seus lábios batem nos meus de uma maneira punitiva que me
deixa ofegando por ar. Deslizo minhas mãos pelo peito dele,
travando meus dedos atrás de seu pescoço. Ele começa a puxar
meu vestido com uma mão e levanta meu traseiro com a outra. Eu
gemo quando ele me prende com força contra a parede de pedra.
Nossos olhos se encontram no momento em que sua ereção mói
em mim. Ele coloca a mão entre nós para desabotoar a calça e
segurar seu pau. Eu gemo quando ele mal pressiona sua dureza
no meu sexo dolorido. Minhas unhas cravam na pele atrás do seu
pescoço de uma maneira ameaçadora.

“Eu preciso estar dentro de você”, ele rosna, com seus lábios
roçando minha mandíbula até minha orelha. “Mas você não está
pronta, está?”

Eu choramingo quando ele dá uma leve mordida na minha


orelha. Então, ele contorna meu lóbulo da orelha na boca com os
dentes, me provocando. Quanto mais ele me lambe e chupa, seu
hálito quente no meu ouvido, mais excitada fico. Coloco meus
calcanhares em sua bunda, puxando-o para mais perto. A ponta
do seu pau desliza facilmente dentro de mim.

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“Estou pronta agora, meu rei”, respiro, trabalhando meus


quadris de uma maneira carente. “Foda-me com força, como você
quiser.”

Ele morde meu pescoço enquanto entra em mim. Nenhum


aviso. Apenas um impulso brutal. Eu grito e o puxo para mais
perto, desesperada pela conexão. Flocos de neve flutuam ao nosso
redor, mas então uma onda de calor intenso que emana dele os
derrete e me encharca de suor pelo meu vestido.

“Tão quente”, eu engasgo, jogando minha cabeça para trás


para ofegar por ar mais frio.

Como um louco, ele me fode com força e severidade. A parede


deixará contusões nas minhas costas e nem me importo. Amo esse
lado bruto e selvagem dele. O lado dele que está prestes a explodir
o cômodo com seu calor. Um dedo quente queima na frente do meu
vestido, expondo meus seios para ele quando se abre. O cheiro de
tecido queimado pode ser sentido quando ele rasga meu vestido
com dedos ardentes. Seu toque me encanta, mas gosto da dor. Um
lembrete de quem está comigo. Uma vez que ele remove
completamente meu vestido, ele me puxa para longe da parede,
suas mãos segurando minha bunda com força. Como se eu não
pesasse nada, ele me faz cavalgar em seu pau, tomando cada
centímetro dele dentro de mim.

“Elzira”, ele rosna, puxando-me do seu pau latejante.

Ele me joga na cama, fazendo-me perder o fôlego, não me


dando um segundo para me recuperar antes que ele agarre meus
quadris e me vire. Grito quando ele me puxa bruscamente para o
lado da cama, então minha bunda está nua para ele. Sua bota
empurra minha perna direita, me separando, e então seu pau está
me invadindo mais uma vez. Mãos quentes seguram minha bunda,
enviando sensações ardentes através da minha pele.

Tão quente.

Tão ardente.

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Tão bom.

Aperto em volta dele, desesperada pelo orgasmo iminente


que está me provocando. Ele deve sentir minha necessidade,
porque ele desliza a mão em mim enquanto brutalmente me fode
por trás. Seus dedos estão quentes ao toque e temo que ele queime
meu lugar mais sensível diretamente no meu corpo. Mas ele os
move rápido demais para permanecer em um local por tempo
suficiente para causar danos. A dor rapidamente se transforma em
prazer quando ele me empurra cada vez mais perto da beira do
penhasco que me enviará em uma espiral para o inferno da
felicidade.

Ah! Eu grito, pressionando contra ele.

Tão perto.

Sua palma bate contra minha bunda, ecoando alto no


quarto. É o suficiente para me fazer gozar. Um grito rasga de mim
um segundo antes que meu prazer exploda, me sacudindo com
força. Meu corpo se aperta em torno dele, fazendo com que ele goze.
Um rosnado sobrenatural saindo dele.

Fogo.

Posso sentir queimando minhas palmas, meus seios, meus


cabelos. E ainda assim permaneço dentro dele, seguro nos braços
do criador de fogo. Chamas lambem meu torso por baixo de mim.
As peles estão pegando fogo. A sala está cozinhando conosco dentro
dela. Quando sua semente ardente explode em mim, eu me entrego
a suas chamas. Entrego-me a ele.

A dor quase se torna insuportável na minha pele, mas então


sou arrancada da cama. Ryke me pega em seus braços e me
carrega para fora do quarto em direção ao banho que havíamos
abandonado no início da manhã. A água fria é um choque para o
meu sistema quando ele me joga nela, enterrando-me sob a
superfície. Eu me debato quando saio a tempo de vê-lo arrancando
suas roupas. Uma vez que ele está gloriosamente nu, ele entra na

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água fria comigo. Sua pele assobia quando entra em contato com
a água. Ele se instala nela antes de puxar minhas costas contra o
seu peito.

Mãos quentes procuram minhas queimaduras sob a água e


seu toque curativo tira a dor. Seus lábios encontram minha orelha
e ele me beija.

“Sinto muito”, ele murmura. “Perdi o controle. Eu nunca te


machucaria.”

Um arrepio percorre meu corpo. Ele invoca suas chamas e


aquece a água.

“Eu gostei”, digo a ele, virando-me para olhá-lo. “Eu ainda


me sentia segura com você.”

A loucura em seus olhos desaparece quando o homem que


adoro olha para mim. Ele acaricia meu cabelo e distribui beijos no
meu rosto.

“Eu gostaria que não estivéssemos prestes a lutar contra os


Malditos. Nosso tempo juntos parece muito curto”, ele resmunga.
É agradável ver o homem forte e poderoso das chamas fazer
beicinho.

Um flash de uma criança de cabelos pretos com olhos azuis


em chamas e um sorriso malicioso vêm em minha mente.

Mulher tola.

Finais felizes não são para rainhas frias, quase mortas.

Sua boca pressiona a minha em um beijo que rouba a alma.

Uma mulher tola pode fingir, no entanto.

Enquanto ele me beija até eu ficar tonta, permito que


imagens de crianças com um homem como Ryke passem pela
minha mente. Posso não ter uma vida longa pela frente, mas tenho

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o poder de desejar uma. E até eu dar meu último suspiro,


continuarei desejando.

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CAPÍTULO DOZE

Ryke

“Precisamos sair agora”, Danser diz, a urgência em sua voz


me leva à ação.

“Eles já estão perto?” Olho brevemente para o meu homem


mais confiável antes de inspecionar minha espada novamente.

“Eles estão.”

“Rainha Whitestone?”

“Ela já se despediu da irmã e está se preparando com a


armadura.”

Arqueio uma sobrancelha. “Como foi a despedida?”

“Teve muitas lágrimas”, ele resmunga. “Yanna sussurrou


algumas coisas para a rainha que não consegui ouvir.”

Minha coluna endurece. “A rainha está bem?”

“Perfeitamente.”

Exalando uma respiração afiada, revisto minha espada e


puxo minha capa. Danser e eu já estamos usando nossa armadura
de batalha. Seu capacete de metal revela seus olhos e boca. Meu
próprio capacete é mais uma coroa com pontas altas, pretas e
irregulares no topo, para que meus homens possam diferenciar o
rei deles. Danser e meus outros homens se destacam contra as
paredes brancas e o exército da rainha.

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“Você não deveria ir”, Cavon rosna, ecoando pelo corredor


em nossa direção, em conjunto com os passos.

“E você não deveria dar ordens à sua rainha”, Elzira


responde. “O Exército dos Olhos Brancos precisa de mim para
liderá-los.”

“Eu posso liderá-los”, ele rebate, indiferente ao seu lugar,


que é sob as botas dela.

Eles aparecem e meu rosto se abre em um sorriso largo.

Linda.

Ela é uma visão incrível.

E minha.

Em vez de seus vestidos extravagantes ou brancos, Elzira


está vestindo calça preta justa, botas pretas que vão até os joelhos,
uma camisa preta e uma capa preta do seu tamanho. O que faz
meu pau subir é a placa de metal sobre o tronco com a forma de
uma chama esculpida no metal. Seus cabelos loiros e brancos
caem nos ombros, um forte contraste contra o preto. A mulher é
linda em sua glória natural, mas hoje está extraordinária. Tons de
preto e cinza alinham seus olhos e fazem o azul parecer estrelar.
Suas bochechas estão rosadas com cor natural e seus lábios
outrora azuis estão da cor do sangue.

Se tivéssemos mais tempo... eu adoraria ver aqueles lábios


em volta do meu pau.

Como se ela tivesse entrado dentro da minha cabeça, Elzira


sorri, seus olhos brilhando maliciosamente para mim. “Sua alteza”,
ela cumprimenta, sua voz em um ronronar sedutor. “Ouvi dizer que
devemos sair imediatamente.”

“Você não vai deixá-la ir, vai?” Cavon exige, seus olhos
verdes queimando em mim com ódio e acusação. “Ela está fraca.

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Doente. Morrendo.” Ele pronuncia a última palavra para que


somente nós quatro possamos ouvir.

Em um relâmpago rápido, ataco ele, agarrando seu pescoço.


Invoco minhas chamas até que seus olhos brilham em pânico.

“Não fale com sua rainha como se ela fosse frágil e fraca”, eu
me irrito, rosnando para ele. “Você deve executar os comandos dela
sem questionar. Ela é um grande reforço e nossa melhor chance
contra uma multidão de Malditos.” Virando a cabeça, sorrio para
ela. “Ela parece fraca para você agora? Ou ela se parece com a
mulher que fará com que todos os inimigos, enlouquecidos e
totalmente conscientes, sangrem aos seus pés?” Olho de volta para
ele. “Sua rainha não é fraca, nem é estúpida. Como uma boa
rainha, ela faz movimentos estratégicos que você nunca poderia
entender completamente, Green. Interrogue sua rainha de novo e
eu mandarei sua cabeça rolar como fiz com sua serva sem valor.
Estamos entendidos?”

Os olhos verdes de Cavon praticamente brilham. “Claro, sua


alteza.”

Eu o solto e ele esfrega sua garganta. Marcas de chamuscado


preto arruínam sua roupa perfeitamente branca. Agrada-me saber
que eu o arruinei um pouco. Um dia eu quero nada mais do que
arruiná-lo completamente.

“Dê-nos um momento”, instruo Cavon e Danser.

“Não temos tempo para quaisquer ações nefastas que você


esteja conjurando nessa sua cabeça maligna”, ela brinca, seus
lábios se curvando em um sorriso brilhante.

Ando até ela e a coloco encostada na parede mais próxima.


Pressionando nela, eu a deixo sentir exatamente o que ela faz
comigo, simplesmente por estar por perto. Ela cheira como as
maçãs com canela que tivemos como sobremesa.

Não folhas de billibone, voxin ou amora.

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Não, ela cheira a vida, poder e uma pitada de raiva.

Deslizando minhas mãos em seus cabelos, eu a atraio para


mim em um beijo punitivo, para que eu possa ter certeza de que
ela tem o mesmo gosto do seu perfume. Todo cuidado é pouco. Eu
a beijo profundamente como se eu pudesse consumi-la.
Certamente tento. Seus gemidos são aqueles que engulo
avidamente. Meus quadris moem contra ela, desesperados pelo
atrito que apenas seu doce corpo pode proporcionar.

“Se eu morrer no campo de batalha...” ela murmura contra


os meus lábios.

Então morrerei também.

O pensamento é repentino e feroz. Consumindo-me


completamente. A verdade mais verdadeira que já conheci.

É bom que nenhum de nós esteja morrendo tão cedo.

“Então eu terei pena de quem colocar um dedo em você.” Eu


mordo seu volumoso lábio inferior. “Porque vou queimá-lo vivo
lentamente, para que eu possa saborear o cheiro de sua pele
cozinhando.”

Ela ri.

Rainha má.

“E se eu morrer...” Eu levanto uma sobrancelha para ela em


questão.

A raiva brilha em seus olhos azuis, a temperatura esfria a


um nível desconfortável. “Enviarei mil lâminas de diamante para
perfurar o corpo e prendê-lo na terra enquanto os Malditos se
alimentam do seu inútil corpo por ter matado o rei.”

“Tem certeza de que não temos tempo?” Eu rosno.


“Realmente quero me deitar com a minha rainha de preto, safada
e má.”

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“Sua?” Ela respira.

“É melhor você acreditar nisso.”

Um dos homens grita por perto, roubando nosso momento,


mas não antes que de eu roubar mais um beijo.

“Vamos matar, Justiceira.”

Lado a lado, Elzira e eu montamos em dois dos meus cavalos


pretos. Nossos homens, tanto em preto quanto em branco, são uma
frente unida atrás de nós. Cada um de nós é letal. O rugido dos
Malditos se aproximando de Norta Layke pode ser ouvido. Eles
terão que percorrer o rio para chegar até nós, dividindo seu exército
imediatamente. Homens com flechas, esperando para serem
acionados e se juntarem aos outros, esperam na copa das árvores.
Homens todos vestidos de branco, camuflam-se na paisagem
branca de neve. E homens com tochas ardentes estão atrás de
mim, atraindo os loucos para nós.

O tempo passa devagar enquanto esperamos. Um exército


maciço e silencioso pacientemente aguardando enquanto monstros
cruéis e corajosos correm em nossa direção. O fogo em minhas
veias esquenta para temperaturas incríveis, apenas esperando
para ser desencadeado.

Paro de encarar o branco para onde os gritos estão ficando


mais altos e olho para Elzira. Sua coroa de diamante está
orgulhosa em sua cabeça e sua capa preta se abre atrás dela. Ela
é poderosa e mais forte do que qualquer outra pessoa que conheci.

Como se atreveram a insultá-la?

Como se atreveram a tentar mantê-la trancada em uma


torre, infeliz e adoecendo?

Todos pagarão com a cabeça no final.

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Ela deve sentir meus olhos nela, porque ela inclina a cabeça
ligeiramente para o lado, criando seu gelo em minha direção. Um
sorriso brinca em seus lábios vermelhos.

“Eles estão vindo”, ela adverte, sua voz poderosa e


destemida. “Você está pronto, criador de chamas?”

“Os Malditos são a única coisa entre mim e Hidden Lands.


Eu nasci pronto, rainha má.” Eu sorrio para ela. “A guerra moral
me espera. O fim está próximo.”

Ela franze os lábios. “Eu ainda estou no seu caminho.


Quando todos estiverem mortos e seus cadáveres inundarem
minha terra, serei eu parada no seu caminho. Você acha que vou
permitir que você se case com minha irmã agora?”

O cavalo em que ela está bufa e balança a cabeça. Ela alisa


a palma da mão na lateral da cabeça para acalmá-lo.

“Você está com ciúmes, Justiceira?”

“Eu sou inteligente, Volc. E deixar você fugir com minha irmã
não é uma atitude sábia.”

“Sua irmã sempre foi uma transação comercial. Nada mais.”

“E eu?”

“Você deveria morrer”, digo a ela suavemente, recebendo um


olhar de ódio de Cavon ao lado dela. “Mas você não morreu, não é?
E agora, rainha Whitestone?”

“Não deixarei você ir”, ela diz.

Para Hidden Lands?

Ou em modo geral?

“Que bom que eu não me curvo para ninguém, nem mesmo


para você”, provoco, amando o jeito que seus lábios se curvam de
um lado. “Eu tenho outros planos.”

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“Você não vai me matar”, ela diz, erguendo o queixo daquela


maneira altiva que me faz querer beijá-la.

“Não, Rainha do Gelo”, digo com um sorriso perverso. “Eu


não terminei de foder você ainda.”

Cavon rosna ao seu lado e depois aponta. “Eles estão aqui.”

No começo, é apenas um leve borrão cinza. Então,


rapidamente, o borrão surge da neve pesada caindo e pintando a
distância de preto. Os rugidos são sobrenaturais e desumanos. A
loucura alimenta esses monstros. Não haverá negociações e não
faremos prisioneiros. Eles vieram para morrer.

Assim que eles alcançam Norta Layke, uma labareda de


vermelho alaranjado dispara através das árvores em direção à
horda. Uma flecha acesa não mata vinte mil dos Malditos. Mas as
centenas de flechas que se seguem, iluminando o céu branco com
fogo, certamente os prejudicarão.

Os gritos ficam mais altos quando a maioria das flechas


atinge seu objetivo, derrubando centenas enquanto caminham. Os
Malditos passam por cima dos que caíram, com uma força
imparável avança em nossa direção. Enquanto outras centenas de
flechas voam na direção deles, olho para Elzira.

Ela brilha.

Brilhante. Azul. Uma rainha prestes a aniquilar aqueles que


ameaçam seu reino.

Parando de olhar para ela, vejo como a multidão se divide


em dois ao contornar os lados exteriores de Norta Layke. Desta vez,
gritos podem ser ouvidos do nosso lado, enquanto um mar de
branco e preto avança. Homens com espadas agem como uma
barreira entre os loucos e seu rei e rainha.

Os minutos passam enquanto nossos homens rodeiam o rio


dos dois lados. E então um barulho alto de espadas encontrando
corpos e gritos loucos ecoam pelo ar.

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“Avante!” Elzira grita, chutando o cavalo para andar.

Sua capa ondula atrás dela sob uma bagunça de cabelos


brancos enquanto ela cavalga a toda velocidade em direção à maior
das duas multidões que se aproximam de um lado. Coloco meu
próprio cavalo em ação e galopeio atrás dela. As bolinhas de gelo
ardem no meu rosto, mas derretem rapidamente enquanto minhas
chamas me consomem.

Um flash azul explode na minha frente e, brevemente, estou


atordoado com a magia disso. A Justiceira usa sua fera interior e
se torna a arma. Afiada como uma lâmina. Letal como uma cobra.
Mais forte que uma nevasca maciça. Seus braços se erguem à sua
frente, ficando azul brilhante quando ela invoca seu gelo, e então
ela lança as mãos para frente, disparando dezenas de lâminas de
diamante em direção a seus inimigos. Elas cortam o ar gelado e
cumprem seu objetivo, derrubando muitos dos Malditos de uma só
vez.

Ela é a Justiceira dos Malditos e não decepciona.

Passo por ela, invocando minhas chamas enquanto seguro o


punho da minha espada. Colocando para fora, deixo o fogo aquecer
o metal até incendiá-lo.

Os Malditos encontrarão seu criador hoje.

Todos eles. Um por um. Vamos eliminá-los.

Eu corto através do crânio de um dos loucos, jogando um


pedaço de couro cabeludo na neve. Antes que este caia morto,
outro cai morto em minha direção.

Golpeio. Corto. Mato.

Uma carga de lâminas de diamante passa por mim saindo


do olho dela. Antes que eu possa atirar minha espada, várias
lâminas de diamante a apunhalam, derrubando-a no chão. Eu
balanço minha cabeça para a direita bem a tempo de ver o sorriso
presunçoso de Elzira antes que ela volte a jogar mais lâminas.

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Rainha corajosa.

Minha amante linda, ardente e feroz.

Eu poderia encará-la para sempre.

Infelizmente, tenho um massacre para liderar.

Eu só mato mais seis antes que algo que atravesse o meu


abdômen. Eu gemo de dor, olhando para baixo e vendo uma espada
de lâmina de diamante saindo da minha barriga. Meu instinto é
olhar para Elzira.

Seus olhos estão iluminados com mais ódio do que já vi.

Ainda ardente.

Ainda feroz.

Ainda linda.

Mas também malévola, má e perversa.

E cruel.

Deslizo do meu cavalo, caindo de joelhos na neve enquanto


a dor me imobiliza. Se eu puder remover a espada... alguém a
arranca de mim e é enfiada nas minhas costas novamente.

O branco fica preto.

Piscando para longe do atordoamento, fecho os olhos em


minha rainha.

Um rei sempre se ajoelha diante de sua rainha.

Ela é minha.

Desde o momento em que a vi, soube que ela era minha. Eu


nunca planejei pegar a irmã dela ou deixá-la. Não, eu a faria minha
rainha de todas as maneiras possíveis.

E essa é a minha verdade.

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Pena que ela nunca vai ouvir isso.

Meus olhos ficam escuros e, desta vez, eles não se abrem.

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CAPÍTULO TREZE

Elzira

Ódio como eu nunca senti antes me consome.

Me enlouquece.

Me transforma.

O grito arrancado de mim é pior do que de todos os Malditos


juntos.

Traição me corta profundamente. Aquela dos que dizem que


nos amam cortam mais fundo.

Um rugido surge atrás de mim e Danser passa por mim -


além do seu rei caído - para matar os loucos. Protegendo sua
rainha. Minha batalha está diante de mim.

"Ele envenenou sua mente." Olhos verdes ciumentos brilham


para mim. Como se isso o absolvesse de sua ação monstruosa.

"Ele me libertou", eu grito, a neve espessa ao nosso redor,


escondendo-nos em um vórtice de vingança, o cenário apenas para
nós três.

"Ele te enganou", diz Cavon, segurando sua espada de


diamante na frente dele, o sangue de Ryke pingando. “Ele é um
trapaceiro, Elzira. Ele não pode amar você como eu.”

Meus olhos caem para o perfeito rei sombrio. Seu sangue


encharca a neve branca. Ele pode se curar, então por que ele
permanece imóvel?

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Não morra agora, Volc.

Não depois de tudo o que passamos.

"O que é que você fez?" Exijo humildemente, gelo congelando


cada centímetro da minha alma com a necessidade de vingança.

Cavon tira sua máscara para revelar seu rosto bonito. Houve
um tempo, em que eu fui atraída por ele - secretamente desejei
uma vida com ele. Mas algo, no fundo, sempre me alertou. Eu
pensei que era por causa de sua posição dentro do meu exército.
Sem sangue real. Não era isso no fim das contas. Eu sabia que algo
estava errado, então a confiança nunca estava totalmente lá. Não
era suficiente para ir além da amizade.

"Não é segredo que o Rei Bloodsun quase morreu de


envenenamento por Honnin drops quando era mais novo e que seu
pai destruiu todas as plantas", diz Cavon, com os lábios curvados
de maneira cruel. Ele inspeciona sua espada e sorri. "Parece que
eu encontrei alguns."

Mazon.

Eu preciso levar Ryke para Mazon.

Mas primeiro…

"Isso não ficará impune, Cavon", digo em tom frio. "É como
se você nem soubesse mais quem eu sou."

Ele faz uma careta. "Nós poderíamos ter sido tudo", ele diz
rispidamente. “Eu poderia ter sido seu protetor e pai de seus filhos.
Eu poderia ter envelhecido com você.”

Meu ódio se manifesta em uma enorme tempestade


rodopiando em torno de nós. Eu posso sentir o gelo me atraindo
como um ímã. Crescendo, endurecendo, afiando. A violência no ar
combina com o que está dentro do meu coração.

O traidor tentou arrancar a única coisa boa da minha vida.

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Tentou envenenar e destruí-lo.

Um pequeno gemido de Ryke faz uma onda de esperança


tremer através de mim. Ele pode se auto curar. A espada se foi,
então talvez com a ajuda de Mazon ele possa ser curado.

Então me ajude, Ryke, se você não voltar disso, eu vou te


caçar no submundo e te arrastar de volta para mim.

Outro gemido.

"Você é fraco", digo a Cavon, rindo dele. “Um pobre,


maltratado, insignificante homenzinho. Homens como você não
ficam com mulheres como eu. Mulheres como eu são demais para
você lidar.”

"Eu posso lidar com você", ele argumenta. “Você não acha
que eu sei usar meu pau, Elzira? Eu fodi meu caminho através do
seu castelo, então eu seria bom para você. Melhor que bom. O
melhor."

"Você é patético. Não importa o quão bom você seja na cama,


você nunca terá o que é preciso para ser o melhor. Não como Ryke”,
eu assobio, levantando meus braços no ar.

"O que é?" Cavon rosna. “Posso garantir que tenho o que ele
tem e muito mais. Um pau grande? Eu te rasgaria em pedaços com
o meu, sua alteza.”

Balanço a cabeça para ele. “Não, Cavon. Você não tem meu
amor. Nunca terá. O amor é o que faz meu rei mágico fodido.” Eu
zombo dele. "Agora dobre o joelho uma última vez."

Ele se prepara para mim, levantando a espada.

Swish. Swish. Swish. Swish. Swish.

Cavon faz uma pausa, olhando para a frente, onde cinco


lâminas de diamante novas perfuram seu peito. Carmesim mancha
seu terno branco. Seus olhos verdes disparam para os meus,
traição brilhando neles.

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Oh, quão terrível ele deve se sentir.

Ele faz um som sufocado e balança a espada para mim. Seu


braço não alcança muito antes de uma gigantesca camada de gelo
cair de cima, cortando seu bíceps. O braço e a espada caem no
chão, o sangue pulverizando um arco na paisagem gelada do seu
apêndice cortado.

"Elzira", ele choraminga.

"Ajoelhe-se", eu grito, puxando o vento forte em minha


direção.

A rajada o força a cair para a frente, fazendo-o cair de


joelhos.

Caminhando pela neve, eu seguro minha mão e convoco meu


gelo. Em vez de cinco lâminas, um taco de gelo se forma do meu
punho e depois se transforma em uma grande e afiada lâmina de
diamante. Agarro seu cabelo castanho encharcado e puxo sua
cabeça para trás para que ele possa ver meu rosto.

"Você traiu a rainha errada e está oficialmente dispensado


de seus deveres comigo", eu sussurro enquanto agito meu braço
no ar.

Ele continua me olhando em choque, mesmo depois que seu


corpo cai no chão. Eu olho para a cabeça decepada dele por um
longo momento antes de jogá-la para fora do vórtice de vento e gelo
girando ao nosso redor.

"Danser!" Eu grito. "Venha rápido!"

Eu acalmo a fúria dentro de mim por tempo suficiente para


fazer os ventos acalmarem um pouco. Danser está lutando contra
a horda que está fervilhando ao nosso redor, mas preciso que ele
cuide do seu rei.

"Mazon", eu falo. “Leve-o para o castelo. Peça a Mazon que


lhe dê gappenoil. Nós não temos tempo. Depressa!"

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Danser mata vários outros Malditos antes de rosnar para


mim. "Existem muitos. Não posso deixar você aqui.”

“Como sua rainha, ordeno que leve meu rei de volta ao meu
castelo. Agora, Danser”, ordeno, virando-me para a horda. "Eu
cuido disso."

Ele faz uma pausa para matar outro dos Malditos antes de
inclinar a cabeça. "Claro, minha rainha."

Respiro fundo e enfrento os inimigos que antes me


assustavam. Agora não. Eu sou o pior pesadelo deles. Eu vou
erradicar todos eles. Com um grito alto, derramo minha raiva na
tempestade ao nosso redor.

Eu sou a rainha Whitestone.

Rainha do gelo.

Criadora de lâminas de diamante.

Fabricante do tempo.

A Justiceira dos Malditos.

E eu solto minha fera.

Entre branco e preto, encontro os loucos sombrios e sujos.


Abro o punho e faço chover ... gelo, é isso. Minha arma é o clima e
ordeno que me obedeça. Como flechas afiadas feitas de gelo,
minhas armas caem do céu com uma força incrível. Uma força
alimentada por fúria, vingança e clareza.

O mundo está caótico ao meu redor, mas vejo com absoluta


certeza o que deve ser feito. Agora, depois, sempre.

Eu devo me tornar meu dom.

Tornar-me a lâmina de diamante.

Arruinar todos eles.

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Twhip-thwip-twhip-twhip-thwip-twhip-twhip-thwip-twhip-
twhip-tww-thwip-twhip-twhip-twwip-thwip-twhip-twhip-thwip-
thwip-twhip-tww-thwip thwip-twhip-twhip-thwip-

twhip-tww-thwip-twhip-twhip-thwip-thwip-twhip-twhip-
twwip-thwip-twhip-twhip-thwip-thwip-twhip-twhip-thwip-thwip-
twhip-twhip-thwip-thwip-twhip-twhip-thwip-thwip-twhip-twhip-
thwip!

Os sons das lâminas de diamante chovendo ao meu redor


com precisão exata fazem minha alma se alegrar com a felicidade.

Ele sabia.

Ryke viu dentro de mim e sabia que tudo isso era possível.

O único a acreditar.

O único a amar a fera, acariciá-la, tirá-la da gaiola. O único


a me fazer ver que ser poderosa é uma dádiva, não uma maldição.

Ryke não me mimava.

Ele me provocou e me enlouqueceu.

Ele me salvou.

Ele me amou.

Ao meu redor os Malditos caem. O exército dos Olhos


Brancos e o exército dos Volc avançam, eliminando o que podem.
Abaixo meu punho novamente.

Twhip-thwip-twhip-twhip-thwip-twhip-twhip-thwip-twhip-
twhip-tww-thwip-twhip-twhip-twwip-thwip-twhip-twhip-thwip-
thwip-twhip-tww-thwip-thwip-twhip-twhip-thwip-twhip-tww-thwip-
twhip-twhip-thwip-thwip-twhip-twhip-twwip-thwip-twhip-twhip-
thwip-thwip-twhip-twhip-thwip-thwip-twhip-twhip-thwip-thwip-
twhip-twhip-thwip-thwip-twhip-twhip-thwip!

Eles caem e caem e caem.

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Nós seguimos adiante.

Eles caem.

Eu continuo andando até estar na frente dos homens,


eliminando os Malditos muito mais facilmente agora sem a
distração de manter alguns vivos. A horda se desintegra em meus
pés, destruída em minha terra, destruída pela Justiceira dos
Malditos.

Estou vasculhado o horizonte por mais quando uma mão


toca suavemente meu ombro. Girando, pego cinco lâminas de
diamante e as coloco apontadas para a garganta daquele que se
esconde atrás de mim.

"Sou eu, Jorshi", diz Jorshi em uma voz calma. "Eles se


foram. Você matou todos eles.”

Seu cavalo bufa atrás dele.

"Eu preciso ver o rei Bloodsun", eu assobio, ainda vibrando


de raiva.

Ele sorri amplamente para mim. "E eu vim para acompanhá-


la de volta, sua alteza."

Jorshi me levanta com facilidade em seu cavalo e depois sobe


atrás de mim. Ele chuta o cavalo para a ação e nós explodimos ao
longo da terra coberta de sangue de soldados mortos, mas
principalmente cadáveres dos Malditos. Quando passamos por
uma cabeça que parece pertencer a Cavon, eu me sento mais reta,
o ódio congelando minhas veias.

"Calma agora, sua alteza", diz Jorshi atrás de mim. “Ele já


está morto e você está criando outra tempestade. Se você quer que
eu me apresse para levá-la de volta ao nosso rei, sugiro que relaxe.”

Nosso rei.

Não o corrijo porque ele é meu rei e eu sua rainha.

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O castelo aparece à medida que as nuvens se dissipam. É


um lugar formidável. Meus olhos se voltam para a torre, onde fiquei
trancada por muito tempo. O tempo para fraqueza, ocultação e
negação acabou.

Quando chegamos à entrada da frente, deslizo para fora do


cavalo e ando pela neve. Danser me encontra, uma expressão
preocupada no rosto.

"Como ele está?" Exijo enquanto corremos para dentro.

"Ele flerta com a morte às vezes", resmunga Danser. "Eu


gostaria que ele não fizesse isso."

Seguro o braço de Danser e sorrio. "Ele não seria aquele Volc


insuportável se não o fizesse."

Ele sorri para mim antes de me guiar para a sala que Mazon
comandou como sua sala de cura. Fico séria ao ver Mazon mexendo
no corpo sem vida de Ryke.

"O gappenoil?" Eu pergunto enquanto corro para o lado de


Ryke.

Seus olhos estão fechados e suas sobrancelhas estão


enrugadas, como se estivesse com dor. Ele não está mais usando
sua capa ou camisa. As facadas estão descobertas e com aparência
de irritação, sangue tingido de amarelo escorrendo pelos lados do
corpo.

“Ele bebeu o gappenoil. O resto é com ele”, diz Mazon.

Mas isso não está certo.

Depende de mim.

Convoco meu gelo e corro a ponta do dedo ao longo do seu


corte, fechando sua primeira ferida. Então, eu trabalho na outra.
Os dois homens na sala permanecem quietos enquanto eu
trabalho.

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"Role-o de lado para que eu possa cuidar das costas", eu


grito. "Rápido, agora."

Danser e Mazon o movem e eu repito minha ação nas costas


dele. Uma vez que ele não está mais sangrando, eles o acalmam
quando eu seguro sua mão na minha.

"Isso é tudo o que podemos fazer?" Eu pergunto a Mazon.

Ele solta um suspiro. “Enquanto seu corpo luta contra o


veneno e cura, seus fogos virão à superfície. Temos que manter a
febre baixa.”

Isso eu posso fazer.

"Cuide dos outros homens feridos", instruo. "Eu vou ficar


com o rei."

Mazon sorri para mim antes de pegar sua bolsa e sair.


Danser me observa com um olhar curioso.

"Ele está seguro comigo", asseguro-lhe enquanto pressiono


uma das minhas mãos no peito e a outra na testa.

"Claro que ele está”, ele concorda. "E você está segura com
ele."

Convoco meu dom e esfrio sua pele sob minhas mãos para
reduzir o calor que emana dele. “Você tem algum comentário que
gostaria de dizer, Danser, ou estamos jogando um jogo? Acabei de
matar milhares de Malditos. Estou um pouco exausta. Talvez outra
hora?”

"Talvez outra hora", diz ele, sorrindo. “Mantenha-o vivo. Ele


é o filho que eu nunca tive.”

Assim que ele sai, eu me concentro em Ryke. Ryke bonito,


forte e poderoso. Ele me salvou e me trouxe de volta da quase
morte. Eu farei o mesmo por ele. Afinal, é o que uma rainha faz por
seu rei.

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CAPÍTULO QUATORZE

Ryke

Eu o odeio.

Cruel, bastardo podre.

O amor é para os fracos. Pelo menos é o que meu pai sempre


me dizia. E quando minha mãe foi pega com outro homem,
desesperada pelo amor e carinho que meu pai nunca deu, ela foi
expulsa de nossas terras. Ele nem foi homem o suficiente para fazer
isso sozinho. Simplesmente mandou seus homens puxá-la de sua
cama uma manhã, ela foi levada para Equatoria e forçada à loucura
junto com os outros que o haviam prejudicado de alguma maneira.
Quando ele me disse, eu quase enlouqueci. Passei semanas lutando
contra os Malditos em busca dela. Talvez ela tenha sobrevivido.
Talvez ela não tenha sucumbido como o resto deles. Mas então eu a
vi. Seus cabelos castanhos macios e sedosos que ela uma vez me
ensinou a trançar, estavam pegajosos. Seus olhos amorosos
estavam vazios. E ela estava com fome. Em um dia quente com o
coração partido, eu matei minha mãe porque meu pai foi fraco
demais para fazer isso sozinho.

Misericórdia.

Eu mostrei a ela a misericórdia que ele deveria ter tido.

Com o sangue dela nas minhas mãos, invadi o castelo em


busca do meu pai.

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Todo e qualquer homem abaixo dele acenou para mim quando


passei na minha missão de vê-lo. Eles viram o olhar nos meus olhos.
A fúria. O ódio. A sede de vingança. E eles me deixaram passar
porque também amavam minha mãe. Ela era a doçura, o amor e a
bondade que nosso reino sempre carecia. Sem ela, éramos apenas
outro reino sob o domínio de um tirano cruel.

Não mais.

Enquanto olhava para sua forma adormecida, soube que isso


deveria terminar. Isso terminaria com ele. Jurei ser como minha mãe,
escolhi mais do que apenas morte fria. Um buscador da verdade
exige respostas, não sangue. Eu sempre exigirei respostas.
Desembainho minha espada que, até recentemente, era pesada
demais. Agora sou quase um homem, a poucos meses do meu
décimo oitavo aniversário e, finalmente, aproveito meu dom. Minha
idade é irrelevante, no entanto. Sou o herdeiro do trono, não importa
minha idade, e com meus poderes recém-descobertos, sou uma força
a ser reconhecida. Convoco minhas chamas, mais quentes agora por
causa da minha raiva, e acendo minha espada com chamas. Papai
se mexe e eu pressiono a ponta da minha lâmina em sua pele nua
sobre seu coração.

"Por quê?" Eu exijo, acordando o homem que roubou minha


única fatia de felicidade. "Por que você a mandou embora para
Equatoria?"

Verdade, não sangue.

Esse é o meu desejo final.

Seus olhos âmbar se abrem e encontram os meus. “Eu sempre


soube que acabaria por chegar a isso. Você está tentando tomar o
meu trono.”

Pressiono a ponta da lâmina em sua pele, deleitando-me com


a maneira como o sangue escorre da nova ferida que criei. O pânico
brilha brevemente no olhar do meu pai feroz.

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"Responda à pergunta", eu rosno. Meu dom é uma fera furiosa


dentro de mim - uma fera com quem apenas lidei com moderação,
mas agora a liberto de bom grado da gaiola.

"Ela era uma prostituta, garoto", zomba o pai. "E estava


grávida do bebê de outro homem."

Uma dor se lança através de mim. “E você a enviou para a


morte? Sabendo que ela carregava o meu irmão? Poderia ter sido
seu!”

"Um rei precisa apenas de um herdeiro", ele retruca. “E o meu


está me ameaçando com uma espada. Imagine se houvesse mais.
Caos."

“Você levou a única coisa que eu já amei. Por quê?"

“Isso não era sobre você, Ryke. Era sobre traição. E ela teve o
que era merecido.”

Minha raiva me consome enquanto eu empurro para baixo. O


som molhado da minha espada empurrando através de seus
músculos e em seu coração é algo que nunca esquecerei. Um
fabricante de fogo pode se curar, mas uma espada no coração o
matará. Minha lâmina atinge o alvo porque seus olhos piscam
quando a vida literalmente sangra nele.

"Você me traiu também, Pai", eu digo com uma voz fria. "E você
está tendo o que merece também."

Arranco a coroa da mesa e roubo sua espada mais afiada e


melhor que a minha. Ao sair, encontro seu homem mais confiável.
Seus olhos estão molhados de lágrimas, a dor o dominando.

"Você poderia ter me parado", eu desafio, levantando minha


espada.

Este homem poderia ter feito isso. Facilmente. Ele é o lutador


mais forte e rápido do exército de Volc.

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"Noni não gostaria que eu fizesse." Seus olhos queimam nos


meus, brilhando de amor enquanto ele fala dela. "Ela sempre soube
que você era um bom homem."

"Ela estava grávida", murmuro. " Seu filho, hum?"

Lágrimas quentes correm pelo seu rosto enquanto ele assente.

Eu aperto seu ombro. Eu a encontrei. Eu a tirei de sua miséria.

Alívio o faz ceder. "Obrigado."

Ele cai de joelhos e inclina a cabeça. “Juro minha lealdade a


você, meu rei. Sua mãe gostaria que fosse assim.”

"Remova a cabeça do meu pai e queime seu corpo", ordeno.


“Esta noite, teremos um banquete de coroação. Certifique-se de que
todos saibam.”

"Sim, meu rei." Ele se levanta. "Mais alguma coisa, sua


alteza?"

"Eu não sou como ele, Danser", asseguro ao homem. "Eu não
sou nada como ele."

"Não, sua mãe se certificou disso."

Acordo suando frio, desorientado e grogue, mas vivo. Leva


um momento para eu entender onde estou. Paredes de pedra
espessa coberta de gelo. Um frio no ar que corta até os ossos. Uma
rainha adormecida ao meu lado.

A última coisa que me lembro é de ter uma espada passada


por meu peito. Eu vi o belo ódio nos olhos de Elzira voltado para
quem me machucou. Senti como se tivesse levado um soco no
coração. Eu sobrevivi, no entanto. Por um momento, deitado na
neve, questionei se eu sobreviveria. Eu tive muitas espadas
enfiadas em meu corpo ao longo dos anos e me curei facilmente.

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Isso foi diferente. A espada foi mergulhada em algo prejudicial para


mim.

Olhando para o meu peito, uma mão pequena e feminina


repousa sobre minhas novas cicatrizes rosa. Ela deve ter me
curado com seu toque. Seu corpo para quando ela acorda e então
ela se levanta para me olhar.

Olhos azuis arregalados e preocupados.

Os lábios mais carnudos de todos os reinos.

"Elzira", eu murmuro, minha voz seca e rouca.

"Shhh", ela canta enquanto se senta e pega um copo na mesa


ao lado da cama. "Não fale, beba."

A ternura com que ela leva o copo aos meus lábios faz meu
coração apertar no peito. Aquele bastardo quase me tirou dela.
Engulo alguns goles e depois faço a pergunta que mais preciso da
resposta.

"Ele está morto?"

Sua expressão se torna assassina, o azul em seus olhos


brilhando. "Eu cortei a cabeça dele."

Estendendo a mão, deslizo minha mão em seus cabelos


loiros e a puxo para mim para um beijo. "Tão feroz", eu digo contra
seus lábios. "Cruel, linda rainha."

"Apenas protegendo o meu rei."

"Como você está se sentindo?" Danser pergunta quando


entra no quarto de Elzira.

"Faz três dias", eu reclamo. "Estou bem."

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Elzira revira os olhos para ele. “O veneno está lento para


deixar seu sistema. Mazon acha que ele deveria descansar na cama
por uma semana.”

"Por que ele está no chão, então?" Danser pergunta, diversão


curvando os cantos dos lábios.

"Ele é um tolo teimoso", explica Elzira.

"Um tolo teimoso que está fortalecendo seus músculos


abdominais", eu retruco enquanto faço outra rodada, sentando e
flexionando meus abdominais. "Estarei pronto para a batalha em
dois dias."

Elzira se levanta da cadeira perto da janela e se aproxima de


mim. Ela não está usando um vestido. De fato, desde a batalha
com os Malditos, ela fez meus alfaiates fazerem seus trajes sob
medida em preto. Meu pau dói cada vez que eu vislumbro sua
bunda moldada com o material. O peso que ela está ganhando fica
bem nela. Saudável. Forte.

"Batalha?" Ela pergunta, colocando o pé no centro do meu


peito para me impedir de sentar novamente. “Nós matamos todos
eles. A batalha foi vencida.”

Eu seguro o tornozelo dela e o afasto para que eu possa


continuar com meu exercício. "A batalha, sim, mas não a guerra."

"Você ainda quer ir lá?" Danser pergunta. "Mesmo agora?


Mesmo depois…"

Ele está falando dela.

Elzira.

"Eu vim aqui com uma missão: invadir as terras ocultas",


lembro a ambos.

"E para tirar uma princesa de uma rainha moribunda",


Elzira assobia, a fúria ondulando dela em ondas frias.

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Eu me levanto e seguro seu queixo. "Sim. Por isso vim aqui.”

"Vou preparar as tropas para partirem em dois dias", diz


Danser friamente, nada impressionado com a minha resposta.

Assim que a porta se fecha atrás dele, Elzira se afasta do


meu aperto. Ela se afasta, indo para a janela. Suas mãos seguram
a borda e ela olha pela janela, um leve tremor percorre seu corpo.
Eu a persigo, enjaulando-a.

Lá fora, meus homens estão acampados e ainda comemoram


nossa vitória liderada por uma rainha cruel e seu exército de
brancos.

"Em dois dias, esse esconderijo em uma torre com você


terminará", eu rosno. "E você deseja passar esse tempo com raiva
de mim?"

Sua respiração vacila quando alcanço à sua frente para


desabotoar sua calça. Eu a empurro pelas coxas e imito a ação com
minha própria calça. Uma vez que o meu pau está em minhas
mãos, eu a provoco por trás, esfregando-o entre suas coxas até
sentir que ela precisa revestir meu eixo.

"Implore por isso, rainha."

"Nunca", ela assobia. "Você quer tanto, pegue."

Eu bato em seu traseiro carnudo, amando o grito que lhe


escapa. "Eu quero muito", eu concordo, minha voz rouca. "E eu vou
levá-la quantas vezes puder até que eu vá em direção às Terras
Ocultas com uma noiva no meu cavalo comigo."

Segurando um punhado de seus cabelos, eu a empurro em


direção à janela e entro nela com um forte impulso. O ar ao nosso
redor gira com neve. Eu bato nela com força suficiente para sua
testa bater no vidro. Ela choraminga, mas pressiona sua bunda
para trás, querendo cada centímetro longo e duro que eu estou
oferecendo a ela.

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Em dois dias, tudo acabará.

Ela se contorce quando seu orgasmo se aproxima.

Pobre, pobre rainha.

Sinto muito, tem que ser assim.

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CAPÍTULO QUINZE

Elzira dois dias depois ...

O conto de fadas acabou.

É fácil permanecer em um mundo de fingimento quando você


está trancada em uma torre sendo violada por um rei
diabolicamente bonito e implacável.

Agora é hora de voltar à realidade.

Eu devo enfrentar as partes difíceis da minha vida. As que


eu gostaria de poder evitar. Dizer adeus a um capítulo da minha
história.

A dor queima dentro de mim, irritada e devastada, mas


minha fera a congela e range os dentes. Não há tempo para
fraqueza. Passei todo o meu reinado sendo fraca. Eu não sou mais
a mulher que eu era. Eu mudei.

Minha coroa está pesada na minha cabeça, lembrando-me


do meu lugar neste reino. Quando entro na sala de jantar, Ryke
está sentado à cabeceira da mesa, com uma expressão sem emoção
no rosto. A única coisa que diz que ele sente alguma coisa por mim
é um pequeno tique em sua mandíbula.

"Buscador da verdade", eu cumprimento friamente.

"Justiceira."

Engulo minha raiva e viro meus olhos para ele enquanto


espero. "Onde está minha irmã?" Eu exijo.

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"A caminho", ele me assegura, levantando-se.

A temperatura cai alguns graus enquanto tento manter


meus sentimentos sob controle. Quando ouço a voz de Yanna
enquanto ela grita com Danser, minha frequência cardíaca
aumenta. Seus passos aceleram e eu me viro a tempo de pegá-la
em um abraço.

"Minha irmã", ela grita, me apertando com força.

"Irmãzinha", eu engasgo. "Aqui está você."

Ela se afasta, com as mãos nos meus ombros, e me


inspeciona. "Como você está? Ele machucou você?”

Tão bonita.

Uma réplica exata de sua mãe, até o ponto em que seus seios
cheios quase caem da parte de cima do vestido, seduzindo qualquer
homem com um pau que funciona. Seus lábios estão manchados
de vermelho e seus olhos estão pintados de preto. Sua beleza
sempre foi algo que eu tinha inveja.

"Isso é o suficiente", Ryke late, segurando meu braço e me


puxando de volta.

Yanna olha furiosamente para ele. "Tire suas mãos da minha


irmã, seu monstro!"

Ryke invoca seu fogo e sua palma brilha em brasa, fazendo


Yanna recuar vários passos. Ele apaga o calor e depois tira um
pano do bolso.

Quando ele levanta a mão e tira minha coroa da cabeça,


Yanna grita de horror.

"Elzira", ela choraminga, o medo em sua voz. "Corre."

"Se ela correr, eu vou pegá-la", Ryke promete em um tom


perverso, enviando um calafrio pela minha espinha. Ele coloca a

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coroa aos meus pés e depois amarra um pano em volta da minha


cabeça, silenciando-me de falar.

Eu não luto contra ele.

Eu sabia que isso estava por vir.

Ele usa o chicote para prender minhas mãos atrás de mim,


lembrando-me do nosso primeiro encontro.

"Rainhas parecem bonitas de joelhos", ele murmura,


cutucando as costas das minhas pernas com os joelhos, forçando-
me a cair para a frente. Ele me pega pelos cabelos antes de eu
pousar dolorosamente e atenua o resto do caminho. "Adorável."

"Elzira", Yanna diz chorosa. "Eu sinto muito."

Ryke bufa enquanto caminha até ela. Ele brinca com uma
mecha escura do cabelo dela, seu calor fazendo o ar ao seu redor
ondular.

"Por que você sente muito?" Ele pergunta, sua voz soando
um pouco divertida. "Porque você não pode salvá-la?"

Ela assente, lágrimas gordas escorrendo por seu rosto


bonito.

"Tudo o que você fez durante toda a sua vida foi tentar salvar
a dela", diz ele, como se sentisse pena dela. “Você dedicou toda a
sua vida à morte da Rainha do Gelo. Isso é verdade, princesa?”

As sobrancelhas de Yanna se enrugam e ela desvia os olhos


para ele. "Ela é minha irmã."

"Ela é o dom." Ryke olha para mim, seus olhos ardentes frios.
“E quanto ao futuro, hmmm? Quando a rainha do gelo der seu
último suspiro e não for mais uma rainha, onde isso deixa a irmã
altruísta?”

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"Eu não sei", ela murmura, olhando para ele sob seus cílios.
Seus lábios carnudos se abrem e seus seios agitados tremem a
cada respiração que ela toma.

A ponta dos dedos dele acaricia a umidade de sua bochecha.


"Talvez uma princesa esteja pronta para ser promovida a rainha."

Ela olha para ele, seus lábios tremendo com um sorriso.


"Rainha?"

"Bonita e temida", diz ele. "Uma rainha de fogo dos Volcs."


Sua cabeça acena em minha direção e ele se aproxima de mim para
passar os dedos pelos meus cabelos. "Você é fraca, Yanna, como
sua querida irmã aqui de joelhos e sem a coroa?"

É então que meus olhos se deparam com os de Yanna.

O amor se transformou em algo muito mais duro do que gelo,


pedra ou diamante.

Ódio.

Sua risada é cruel, pois ecoa na sala de jantar. "Fraca? Eu


nunca serei fraca ... como ela.”

Eu endureci, afetada mais do que eu imaginava ao ouvir as


palavras saírem de sua boca.

"A culpa é dela, sabe", Yanna diz amargamente.

"Culpa dela?" Ryke aguça. "A morte da sua mãe?"

Yanna treme de raiva. “Não, o favorecimento do nosso pai.


Ela era o pano que cobria os olhos dele. Elzira, você o cegou.”

Ryke faz a pergunta que eu gostaria de poder.

"Como assim, princesa?"

“Ele era cego por seu amor por ela. A certeza dele de que ela
se tornaria uma grande rainha um dia. Ele a favoreceu e me tratou
como uma filha insignificante. Uma criança ignorante, não digna

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de amor ou de futuro.” Suas feições se contraem de raiva. "Quando


eles morreram, prometi destronar a bruxa." Ela zomba de mim.
"Minha mãe se certificou disso."

A fera dentro de mim chacoalha, desesperada para devastar


o mundo ao meu redor. Em vez disso, mantenho-a na coleira.

"Sua mãe?" Ryke pergunta. "Ela traiu o rei?"

Ela balança a cabeça. “Não, ela o amava. Tanto que ela o


levou da mãe de Elzira.”

O que?

"Continue", ele pede.

“Ela lentamente a envenenou. Muitas vezes, antes de dormir,


ela sussurrava exatamente como havia feito isso. Eu ouvi com
admiração”, Yanna diz sonhadora, fazendo meu estômago apertar
de horror. "Eu aprendi."

Minha pobre mãe. Ela não estava doente de alguma doença


incurável. Minha mãe foi atacada por uma amiga que queria o
marido.

"Você era criança, sim?" Sonda Ryke.

"O reino deveria ser meu", Yanna assobia. “A mãe me


prometeu tantas vezes. Eu seria a rainha da Norta Icelands.”

Sua traição é um corte pior do que o de Cavon. Ela corta até


a alma.

Ryke caminha até ela e se inclina para inalá-la. Ela relaxa


na proximidade dele. "E agora, princesa?"

"Eu também posso ser sua rainha", ela respira, claramente


tomada pela beleza dele e pelo perfume decadente.

Ryke sorri para ela, iluminando a sala inteira com a ternura


disso. "Eu gostaria disso", ele canta. “Mas primeiro princesa, você

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deve provar a si mesma para mim. A lealdade é algo muito


importante no que me diz respeito. A confiança é ainda mais.”

Ela assente rapidamente, os seios saltando em conjunto com


a cabeça. "Qualquer coisa, meu rei."

Uma onda de fúria envia uma onda de flocos de neve pela


sala. Ryke me encara com um olhar duro. Eu respiro fundo e
acalmo minhas emoções. Ele olha para mim por um tempo mais
antes de se virar para ela.

“Mate Elzira. Aqui. Agora. E então eu me casarei com você.


Governaremos os dois reinos lado a lado.” Ele sorri para ela
novamente. “Você quase conseguiu, não foi? Sem a minha
intervenção?”

Yanna olha para mim, o ódio brilhando em seus olhos. "Eu


tentei", ela respira, seu pescoço queimando de raiva. "Oh, como eu
tentei."

"Os tônicos?" Ele sonda.

Ela franze a testa para ele. "Como você sabe?"

"Eles não me chamam de Buscador da Verdade por nada,


princesa." Ele enfia uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.
"Continue."

“O tônico billibone tira as dores no estômago. O tônico da


folha de voxina lhe dá energia. O tônico de amora amarela é
conhecido por atacar doenças ocultas. Quando tomado
diariamente, ele pode manter a morte à distância.” Yanna ri
cruelmente. "Veneno, veneno e mais veneno."

"Yellowberry?" Ele pergunta. "Honnin drops?"

Ela sorri. “Seu pai os erradicou, mas minha mãe os cultivou


nos terrenos do castelo. Continuamos a cultivar e colhê-los.”

Meu estômago revira, mas pela primeira vez, não por dor ou
doença. É porque eu fui tão estúpida todos esses anos. Até Ryke

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aparecer, então comecei a ver os fatos que ele silenciosamente me


apresentou. Ele sabia da minha teimosia e me permitiu chegar a
minhas próprias conclusões. Posso ter chegado até elas devagar,
mas cheguei lá mesmo assim.

"Os banhos frios", ela continua, alimentada por seu ódio por
mim. “A falta de fogo. Todos os meios pretendiam mandá-la para a
morte mais cedo. Eu até tentei matá-la de fome.” Ela olha para
mim. "Mas você simplesmente não queria morrer, irmã."

Outra onda de raiva fria me consome.

Ryke se aproxima de mim e se ajoelha atrás de mim,


rosnando no meu ouvido. “Você ficará de joelhos, Justiceira. Você
vai me obedecer.” Seu fogo me queima entre os pulsos e o cheiro
de cabelo queimado enche minhas narinas. Ele se levanta
novamente e caminha até Yanna, pegando a mão dela. "Vamos
jantar juntos, vamos?"

Lágrimas geladas escorrem pelo meu rosto. É doloroso me


conter. Para não destruí-la por sua traição. Em vez disso, fico
ajoelhada ao lado da minha coroa, uma rainha em desgraça.

Ele puxa uma cadeira e a ajuda a sentar-se antes de grasnar


para os criados para trazer a refeição. Rostos familiares que
trabalharam para mim a minha vida inteira entram na sala
carregando pratos cobertos, seus desdém fixados em mim. Quando
eles veem Yanna, eles sorriem e acenam com a cabeça, orgulhosos
de seu trabalho sujo. Ryke senta na beira da mesa perto de Yanna.

"Estes são seus servos leais que traiu sua rainha para ajudá-
la?" Ele pergunta, olhando para cada um.

"Eles são", diz ela com orgulho.

O ar ao nosso redor arrepia quando minha fúria fica


descontrolada. Aço raspando em pedra é o som que pode ser ouvido
enquanto eu produzo minhas lâminas de diamante. Eu as atiro,
apontando para os criados que tentaram me matar. Sons doentios

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ressoam quando as lâminas fazem um lance mortal, fazendo com


que todos caiam a seus pés. Ryke me lança um olhar irritado
quando ele puxa uma lâmina de sua omoplata. Se ele não estivesse
sentado onde está, a lâmina teria eliminado a princesa podre e
traidora. Pena.

"Não se preocupe", Ryke ronrona enquanto levanta uma


tampa de um prato. “Não deixarei que ela te machuque. Ainda não
tomamos café da manhã.” Ele destampada um prato na mesa e ri.
"O que? Você não gosta de doces?”

Ela pisca em confusão com o prato. O mesmo prato que ela


me ofereceu todos esses anos, quando ela estava tentando me fazer
comer, para que eu não me definhasse e morresse. Pouco a pouco,
ela me envenenou com doces e chá. Ela drenou minha vida com
banhos frios e sem fogo. E eu permiti. Permiti porque ela era minha
irmã e eu não conseguia ver a verdade.

O Buscador da Verdade viu o que eu não conseguia ver.

Ele nos separou e me curou. Manteve-me longe do meu


assassino. Amou-me quando eu mais precisava.

"O que?" Ryke pergunta. "Não é do seu gosto?" Ele caminha


até mim e acaricia meu cabelo. "Talvez possamos criar uma
maneira mais criativa de você morrer."

Seus olhos se arregalam quando eu agarro minha coroa e me


levanto. Ele a pega de mim, coloca no topo da minha cabeça e
depois passa os lábios nos meus. "Obtenha sua vingança, esposa."

"Esposa?" Ela engasga. "Do que você está falando?"

Eu sorrio maliciosamente para ela. “Enquanto Ryke e eu


estávamos negociando, ele abriu meus olhos. Então, ele fez amor
comigo. Ele lentamente tirou seu veneno das minhas veias.” Eu me
viro para aceitar um beijo mais profundo dele. "E depois que ele
quase morreu com o veneno que Cavon claramente conseguiu de

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você, nos casamos ontem em uma cerimônia tranquila porque eu


não aguentava passar mais um segundo sem ele."

"Sua bruxa", ela assobia.

"Você realmente achou que alguém como ele poderia amar


alguém como você?" Eu provoco, adorando ver a traidora se
contorcer. "Diga-me, irmã, você pode fazer chover gelo do céu?"

Faço um movimento para baixo e solto um grito de raiva.


Gelo bate no ar e cai em pedras ao seu redor - espigões altos a
prendendo.

"Diga-me, irmã, você pode fazer a temperatura cair com o


estalar dos dedos?" Eu gargalho quando estalo e o ar fica
mortalmente frio.

Seus dentes batem enquanto o ar nubla em sua respiração


pesada. “V-você deveria ter morrido! C-Cavon era fraco! Seu R-Rei
é fraco! Nosso pai era fraco! Eu sou a única forte aqui! E-Eu me-
mereço se-er rainha!”

Corro para frente, convocando meu frio pelo punho e


formando uma espada forjada de lâmina de diamante. Seus olhos
se arregalam quando eu me aproximo, mas ela não tem para onde
correr. Entre as barras da prisão de gelo dela, deslizo minha espada
de lâmina de diamante no estômago dela. Ela suspira e fica
boquiaberta para mim como se não pudesse acreditar que eu a
esfaqueei.

"Eu não morreria porque eu deveria me tornar isso", eu


rosno, puxando minha lâmina apenas para enviá-la de volta
através de seu peito. "Uma rainha, uma esposa, um monstro.”

Puxando meu braço para trás, avanço novamente, desta vez


logo abaixo do coração dela. Eu propositadamente desvio dele para
prolongar a morte dela. O sangue jorra da boca e depois escorre
pelo queixo.

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Eu a encaro sem piscar até que suas pálpebras caiam e eu


posso sentir a vida se esvaindo dela. O bater do seu coração que
posso sentir vibrando através da lâmina de diamante diminui até
parar. Ela não respira mais. A última coisa que viu foi a fúria de
uma rainha que ela pensou que poderia destruir. O traidor foi
traído por sua própria carne e sangue.

O calor me envolve por trás. A mão de Ryke agarra meu


punho enquanto ele invoca seu fogo. Ele derrete a espada de
lâmina de diamante o suficiente para me desconectar dela e depois
me afasta da carnificina que criei.

"Como você está se sentindo?" Ele pergunta, seu rosto


acariciando o lado da minha cabeça enquanto ele inspira meu
perfume.

"Como se o futuro estivesse aqui e estamos prontos para


embarcar nele juntos."

Ele morde minha orelha. “Para as terras ocultas nós vamos,


minha esposa. Vencemos a Batalha dos Malditos, mas a Guerra
Moral espera.”

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CAPÍTULO DEZESSEIS

Ryke um dia antes ...

"Você está pensativo", Elzira diz da janela, sua postura rígida


e seu tom frio. “Um homem que planeja deixar aquela que que ama.
Você está realmente planejando me deixar?”

Mulher maldita e irritante.

Abra seus malditos olhos.

Algumas verdades precisam ser encontradas, não reveladas


como um presente. O buscador deve caçar e encontrá-las sozinho.
Este é o caminho de Elzira, não o meu.

"Se você realmente acreditasse nisso, eu estaria morto",


afirmo. "Nós dois sabemos que você nunca me deixaria sair."

Ela se vira e faz uma careta para mim. Seus olhos azuis
brilham com lágrimas. Faz uma pausa enquanto a dor no seu
coração brilha em seu olhar. Eu reconheço a verdade sendo
descoberta, quer ela queira encontrar a verdade dita ou não.
"Honnin drops..." Seu lábio inferior treme. "Eles são redondos e
amarelos?"

Ahh, rainha inteligente.

"Eles são. Acho que os ouvi referindo-se a eles como amoras-


amareladas aqui.” Esse é o meu presente para você, minha rainha.
Uma dica. Embora eu não ache que você precise mais de dicas.

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Uma lágrima corre por sua bochecha e ela rapidamente a


afasta. “Folhas de Billibone e voxina? Você sabia que são
venenosas também?”

Vou até ela e pego suas mãos nas minhas. "Não no começo,
mas Mazon confirmou isso para mim."

"Por que não me contou?" Ela exige. "Por que me deixou


descobrir isso sozinha?"

"Você teria acreditado em mim se eu lhe dissesse que sua


própria irmã estava tentando te matar?" Eu pergunto, minhas
sobrancelhas franzindo. "Você teria enviado um pingente de gelo
através do meu coração."

Ela solta uma risada chorosa. "Eu teria."

Inclinando-me para a frente, beijo sua testa. “Este castelo é


uma tumba. Você realmente quer ficar aqui depois que ela tentou
te matar?”

Um suspiro pesado lhe escapa. "Não. Eu quero ir com você


para as Terras Ocultas e depois ...” Ela franze a testa. "De volta ao
seu reino?"

“Meu castelo é uma relíquia. Uma representação do meu pai


e os modos arcaicos da minha linhagem. Eu não me encaixo
naquele lugar, Elzira, assim como você não se encaixa aqui.” Eu
beijo seus lábios carnudos que estão quentes. Já foram gelados e
azuis, mas não mais.

“Um castelo nas terras ocultas? Nós nem sabemos o que


existe naquele lado”, ela argumenta.

“Estudei livros de história e pelo que reuni, acho que são as


antigas terras dos deuses antes que os humanos vagassem pela
terra. Terras onde pessoas como você e eu, com nossos dons, já
moraram. Terras que agora são invadidas por monstros que comem
a carne dos humanos. Eles são inteligentes e calculistas, ao
contrário dos Malditos. Não vou descansar até vasculhar aquelas

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terras e torná-las minhas. Até matar todos os animais e vencer a


Guerra Moral.” Escovo meu polegar sobre o lábio inferior. "Apenas
o melhor para nossos filhos."

"Nossos filhos?" Seus olhos azuis se arregalam quando ela


me olha com esperança brilhando em seu olhar.

“Planejo me casar com você, a rainha do gelo de Norta


Icelands, e espero que você já esteja fecundada por minha semente.
Se é o que você também quer, então nos casaremos esta noite.”

Seu sorriso é passageiro antes que ela empurre para trás e


enrole os braços em volta do abdômen, com uma dor aparente.
“Não posso deixá-la viver. Vou ter que matar minha própria irmã.”

“Ela tem tentado a vida toda te matar. Isso deve ser feito,
minha rainha.”

Ela suspira pesadamente. "As fogueiras..."

“Nós dois sabemos que ela não é alérgica a insetos. Ela usou
o seu amor e proteção a ela como uma arma contra você.”

"Os banhos ..."

Ela deixa cair outra lágrima. “No fundo da minha mente,


sabia que algo não estava certo. A forma como você se comportou
em relação à minha irmã e, em seguida, como ela ficou tão fanática
para me fornecer os meus tônicos... eu sabia.” Sua cabeça se
inclina. “E ainda assim fiquei em negação.”

“É fácil negar quando se trata de quem você ama.”

Ela funga. “Não foi até Cavon esfaquear você que minha
mente ficou clara. No momento em que você caiu na neve e não se
levantou, eu sabia. Ele o envenenou e todos os pensamentos que
eu estava negando colidiram comigo. Eu disse a Mazon que lhe
desse o gappenoil porque era a mesma coisa com que ele
costumava me tratar. Cavon conseguiu esse veneno através da

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minha irmã. Eu apenas sabia.” A temperatura cai vários graus.


“Como pude ser tão cega? Com os dois?”

“Você era criança quando o seu pai foi morto e foi forçada a
ser rainha”, digo gentilmente, segurando seus quadris para puxá-
la para mais perto de mim, onde é o lugar dela. “Você se apegou às
duas pessoas em seu mundo e confiou nelas com todo o seu
coração. Não há culpa no amor, minha rainha.”

“Como posso saber que você não irá me trair um dia, Volc?”
Ela exige, direcionando sua raiva para mim.

Sorrio. “Porque se eu fizesse, você me empalaria com suas


lâminas de diamante.”

“Não se esqueça disso, Ryke.”

“Nunca”, eu juro.

Seu corpo relaxa no meu aperto. “Quero que ela confesse.


Então, quero fazê-la pagar.”

Passamos a próxima hora planejando a morte de sua irmã.


E quando terminamos, levo minha rainha para uma sala pitoresca
onde um padre espera.

O casamento é simples, dado que dois reinos estão se


unindo. Nenhum de nós deseja extravagância, apenas estamos
ansiosos pela união e pelo que ela representa.

Perguntei a Elzira se ela queria um diamante ou uma joia no


dedo, mas ela tinha algo melhor em mente.

“Marque sua rainha como sua agora, para todo o sempre”,


instrui o padre.

Pego a mão esquerda e estendo o dedo anelar. Convocando


minhas chamas, olho para ela antes de fazer o que devo. Ela
levanta o queixo daquela maneira altiva que deixa o meu pau duro
e sorri. O cheiro de carne queimada se infiltra no ar ao nosso redor
enquanto a rainha do gelo range os dentes através da dor. Quando

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termino de queimar um anel em torno do dedo dela, sigo-o com


meu poder de cura, selando a queimadura e deixando uma cicatriz
rosa elevada em seu rastro. Ela afasta a mão e sorri com sua nova
marcação antes de virar os olhos diabólicos para mim.

"Sua vez, Volc."

O padre bufa e depois diz a próxima parte. "Marque o seu rei


como seu agora, para todo o sempre."

Ela pega minha mão e, em vez de me queimar, congela a


carne no meu dedo até que fique preto. Dói, mas não ouso me
afastar. Quando termina, ela me cura, deixando-me com uma
cicatriz rosa que combina com a dela.

“Um rei sombrio e uma rainha branca, unidos em


matrimônio até que deem suas últimas respirações. Eu o declaro
rei e rainha Bloodstone, primeiro de seus nomes, governantes de
Souta Volcanoes e Norta Icelands. Fogo e gelo. Uma união poderosa
que nenhum exército, governante e humanos jamais romperão.
Agora beije a sua rainha e sele o seu destino, sua alteza.”

Eu puxo minha rainha para mais perto e deslizo minhas


mãos em seus cabelos sedosos. Sua respiração trava quando eu
puxo as raízes de uma maneira possessiva, inclinando a cabeça
para que eu possa ver seu lindo rosto. Seus olhos azuis brilham
com um amor que a maioria das uniões da realeza não tem. Nós
somos sortudos. Nossas feras se encontraram. Meus lábios
pressionam com força os dela quando a beijo de uma maneira
reivindicadora. Ela separa seus lábios e permite que minha língua
procure a dela.

Frio e quente.

Um choque de dois opostos que de alguma forma são


perfeitos juntos.

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Eu beijo a rainha, que fica mais forte a cada dia sem que o
veneno escorra por suas veias. Minha. Ela é minha e eu a arrastarei
por todo o mundo para que possamos conquistá-lo juntos.

"Isso é tudo?" Resmungo para o padre.

"Isso é tudo", diz o padre, rindo.

Pego Elzira em meus braços e saio da sala, amando suas


risadinhas doces enquanto ecoam pelo corredor. Uma vez dentro
de sua torre, eu a desnudo rapidamente e a jogo na cama. Seus
olhos azuis me olham com fome enquanto eu tiro minhas próprias
roupas.

Ela prende o lábio inferior entre os dentes antes de separar


as coxas delgadas. Sua excitação brilha ao longo de sua fenda e
meu pau incha com a necessidade. Eu a ataco, ansioso para
devorar cada parte dela.

"Eu quero te comer", eu murmuro, beliscando sua barriga


enquanto faço o meu caminho para sua buceta. "Eu vou começar
aqui."

Um grito escapa dela enquanto corro minha língua ao longo


de sua fenda, saboreando sua doce excitação. Suas costas
arqueiam para fora da cama. Pedrinhas de gelo pingam em minhas
costas, mas basta um olhar abrasador sobre minha rainha para
aquecê-la.

"A próxima vez que eu tiver meu pau dentro de você, será
como minha esposa." Eu chupo seu clitóris até que ela grita.
“Implore por isso, esposa. Implore para eu te encher e lhe dar um
pequeno príncipe.”

Seus olhos azuis brilham com amor e adoração. "Por favor.


Por favor, me dê uma família.”

Eu chupo seu clitóris repetidamente até que ela espasma


com prazer, seu orgasmo rasgando através dela violentamente. Não
espero minha esposa se recuperar enquanto eu rondo seu corpo

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contorcido. Ela choraminga quando eu a penetro sem aviso,


empurrando meus quadris com força suficiente para machucá-la
profundamente. Agarrando seus pulsos, eu a prendo na cama
enquanto balanço contra ela. Nossas bocas se encontram e eu a
beijo até que ela saiba com cada centímetro de seu ser que eu darei
a ela tudo o que ela anseia ... especialmente uma família. Esfrego
nela do jeito que a faz gozar mais uma vez. Desta vez, com sua
buceta apertada em volta do meu pau, eu gemo com a minha
libertação. O sêmen quente brota profundamente dentro dela e eu
rezo para todo deus lá fora, que um pequeno herdeiro comece a
crescer dentro dela antes da manhã.

Deslizando para fora da minha rainha, eu a pego nos braços


e a puxo para o meu peito enquanto descanso nas minhas costas.
Deslizo meus dedos pelos seus cabelos macios.

"O que você será quando não houver mais Malditos para
punir?" Eu pergunto a ela distraidamente. Eventualmente,
assumirei Easta e Westa, proibindo essa prática em todos os
cantos do mundo.

Ela levanta e franze a testa. “Sempre houve e sempre haverá


os Malditos. Você se certificou disso.”

"Eu não. Meu pai. O pai dele. E assim por diante. Nunca eu.”

"Por que não?"

"Minha mãe ..." Minha voz falha com a menção dela. “Ela
estava feroz e faminta. Uma rainha verdadeiramente desonrada,
mandada embora por seu marido tirano porque ela amava outro.”

"Oh, Ryke", ela sussurra. "Eu sinto muito."

"Eu a matei. O que restou dela, de qualquer maneira. Jurei


que encontraria uma maneira mais civil de punir aqueles que
desobedecessem a lei. Danser sempre me ajudou a governar com
justiça, como minha mãe gostaria. Sou o buscador da verdade, não
um criador de Malditos como o meu pai.”

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Ela se inclina para a frente e me beija. “Sempre haverá


traidores, assassinos e estupradores. Alguém precisará puni-los.”

"Você simplesmente será a Justiceira?"

"Simplesmente sim."

"Não sei o que nos espera nas Terras Ocultas, mas garanto
que o meu coração não descansará até que eu a veja com meus
próprios olhos".

“Vamos procurar juntos. Sempre juntos, Volc.”

Eu a puxo para cima de mim e fazemos amor para que eu


possa assistir seus seios perfeitos balançando enquanto a neve cai
ao seu redor.

Bela.

Minha rainha ardente e fria.

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CAPÍTULO DEZESSETE

Elzira Alguns dias depois ...

O passeio a cavalo por Norta Layke e pela passagem da


montanha em direção às Terras Ocultas é silencioso. Ryke está
determinado, consciente e feroz como sempre. Apesar de ganhar
um marido com o acordo, não posso deixar de sentir a maldita
perda dentro de mim.

Minha irmã.

Cavon.

As duas pessoas que eu mais gostava neste mundo me


traíram.

Não é algo que você simplesmente supera. Somente o tempo


curará essas feridas. Até chegar a esse tempo, continuarei com o
meu rei. Como se estivesse dentro da minha cabeça, ele vira a
cabeça na minha direção, seus olhos cor de âmbar brilhando de
preocupação.

Antes que ele possa falar, Jorshi galopa em nossa direção.


"Há alguns remanescentes dos Malditos, mas esse não é o nosso
problema."

Ryke desenrola o chicote do quadril e vai até Jorshi. "Qual é


o nosso problema?"

“Párias. Intocáveis. Os perdidos. Eles não têm a loucura,


mas são igualmente indomáveis e selvagens”, explica Jorshi.

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"Eu pensei que poderíamos encontrar esses grupos",


resmunga Ryke. "Quantos?"

"Eles estão em agrupamentos", explica Jorshi. "Pequenos.


Mas não podemos apenas m...”

Eu saio a galope, o som do meu cavalo batendo na neve e


silenciando o resto de suas palavras. Se esses perdidos precisarem
ser destruídos, eles encontrarão a Justiceira.

Ryke grita atrás de mim, mas eu me inclino, mais perto do


cavalo, e inspeciono as árvores à minha frente. Um homem sai da
linha das árvores e levanta um arco, apontando para mim. Ele pega
fogo antes que ele possa dispará-lo e Ryke passa por mim. Vários
outros homens emergem das árvores e Ryke os ataca com seu
poderoso chicote, derrubando-os por tempo suficiente para eu
atirar lanças de diamante nos seus corações. Quando ouço sons
vindos além da linha das árvores, guio o meu cavalo para mais
perto.

"Mamãe!" Uma pequena voz clama.

Chego ao ponto, olhando em choque e horror para as


pessoas enjauladas em prisões de madeira. São mulheres e
crianças pequenas. Eles olham para mim como se eu estivesse aqui
para salvá-los.

"Pegue a cadela de cabelos brancos!" Um homem corpulento


grita atrás de mim.

Sua cabeça voa dos ombros e rola em direção a uma das


gaiolas. Fecho os olhos com Danser e ele assente enquanto tira o
sangue da espada. Danser e Ryke decolam, perseguindo um grupo
de homens com armas. Deslizo do cavalo e vou até a jaula onde
uma mulher da minha idade me olha com cautela.

"Você é prisioneira deles?" Eu exijo.

Ela assente. "Injustamente."

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"Qual foi o seu crime?"

“Ser mulher. Os Intocáveis veem as mulheres como moeda”.


Ela olha por cima do ombro para uma criança pequena que
choraminga no canto. "As crianças estão em situação pior."

“Você é usada como moeda? O que acontece quando você é


trocada?”

A mulher esfrega a barriga.

"E as crianças estão em pior situação, por quê?" Eu


sussurro.

"Os homens gostam de carne fresca e os Malditos limparam


a maior parte das terras ", diz ela severamente, com a voz
embargada. "Estou cultivando comida para os monstros."

Meu estômago revira violentamente.

Os Intocáveis comem sua própria espécie.

Eles comem crianças.

Não.

Não. Não. Não. Não.

Estes são os lendários "monstros" na Guerra Moral.

Quando eu era criança, perguntei sobre as terras ocultas. O


pai disse que foi invadida pelos Malditos, mas eles ficaram presos
lá. Que a guerra moral não era real. Ele nunca me disse que as
pessoas que moravam lá eram piores que os Malditos.

Eu me sinto enganada.

Pessoas, a apenas alguns dias de viagem, estavam sendo


mantidas por monstros. Alimentando-os. E eles são piores que
bestas porque são humanos.

“Você sempre morou aqui? Presa com eles?” Eu pergunto, a


neve espessa ao meu redor.

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"Nem sempre. Meus pais me mantiveram segura, no meio da


floresta, até que um grupo nos encontrou. Eles mataram o meu pai
e depois ... minha mãe ...” seu queixo balança. “Você não quer
saber o que eles fizeram com minha mãe. Quanto a mim, bem, você
pode ver o que eles fizeram comigo. Ela esfrega a barriga e, mesmo
que eu não saiba, ela está indicando sua gravidez.”

A raiva queima dentro de mim. Tantas crianças pequenas e


mulheres trancadas dentro dessas gaiolas. Eu ando para frente,
pronta para destruir a fechadura, quando a mulher grita.

"Cuidado!"

Eu giro atrás de mim quando um homem se aproxima. Com


um rugido de fúria, eu lanço quase uma dúzia de lâminas de
diamante perfurando seu coração. Ele cai com um baque na neve.

Quando me viro, a mulher está ajoelhada, a esperança


brilhando em seus olhos castanhos. “Você é uma rainha, sim?
Salve essas pessoas e você terá nossa lealdade eterna. Precisamos
de proteção, que você pode oferecer. E você precisa de informações
que podemos oferecer. Por favor. Eu imploro a você."

Todas as outras mulheres e crianças mais velhas estão


assentindo rapidamente.

"Você pode lutar?" Eu pergunto, quebrando uma lâmina de


diamante da minha coroa e oferecendo a ela.

Seus olhos castanhos brilham com violência enquanto ela a


pega. "Eu posso, sua alteza." Com essas palavras, ela joga a lâmina
bem em minha direção. Passa por mim e apunhala a garganta de
um de seus captores.

Eu já gosto dela.

Convocando meu gelo, crio uma lâmina longa no meu punho


e depois atravesso a corda segurando a gaiola. Assim que se solta,
eu abro a porta. A mulher ajuda a todos e sai por último. Eu seguro
seu braço antes que ela possa se afastar.

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"Qual o seu nome?"

"Valari."

Cascos trovejantes batem em nossa direção e então uma


onda de calor me atinge. Ryke pula do seu cavalo e entra em meu
caminho, seu rosto se transformando em raiva. "A área está limpa."
Seu olhar percorre Valari antes de levantar uma sobrancelha em
questão.

“Cativos. E os intocáveis?

Ele resmunga. "Nós matamos todos eles."

"Os que estão neste agrupamento, sua alteza, mas muitos


estão nessa floresta entre aqui e Castle Highland." Valari aponta
em direção a uma montanha à distância.

"E o que há no castelo?" Eu pergunto. "Mais deles?"

"Os Intocáveis, sim", ela cospe. "Eles reinam aqui."

Ryke e eu compartilhamos um olhar sombrio.

"Não mais", digo a Valari.

Ryke sorri e pega minha mão. "Nós iremos agora."

Há meses que viajamos para Castle Highland. Os


agrupamentos, embora desorganizados, são abundantes. Resgatar
mulheres e crianças é um esforço demorado. Mas nunca me senti
tão viva. Tão cheia de propósito.

Os Olhos Brancos passaram a confiar no exército Volc.


Ambos os lados se acostumaram. Amizades os uniram. A confiança
fortaleceu o exército como um só. Ryke começou a chamá-los de
Bloodstones. Quando ele fundiu nossos nomes, eu pensei que era
tolo no começo. E fiquei um pouco brava. Eu era um Whitestone.
Ele era um Bloodsun. Por que arruinar centenas de anos
misturando nossos nomes? Mas ele gentilmente me lembrou que

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somos melhores do que aqueles que estão atrás de nós. Como


Bloodstones, somos algo novo e mais poderoso. Nós reinamos
juntos, como iguais, sobre todas as terras que escolhemos
reivindicar como nossas.

"Sua alteza", diz Valari, emergindo através de um bosque de


árvores, arrastando um cervo atrás dela.

"Ahh, alguém estava caçando." Sorrio quando ela deixa cair


a coisa morta aos meus pés. "Melhor que a hora da soneca para as
crianças?"

Ela faz uma cara azeda. "Eu deveria estar lá fora, não presa
com os pequenos."

Eu me aproximo e toco seu abdômen que ficou maior. Às


vezes você pode sentir o bebê se mexer. "E esse pequeno?"

"Pertence aqui no deserto."

Danser sai tempestuosamente das árvores, um olhar


zangado transformando seus traços geralmente impassíveis. “Eu
disse para você esperar por mim, mulher. Não podia nem me dar
um minuto para sair da maldita árvore. Você não deveria estar
carregando aquela carcaça pesada sozinha.”

"Você deve ser mais rápido que isso, velho", diz ela,
lançando-lhe um sorriso presunçoso antes de ir embora.

Os olhos dele se estreitam. "Ela é enlouquecedora."

"Você gosta dela", eu provoco. "Você quer fazê-la sua."

Ele vira a cabeça na minha direção. "Se ela fosse minha,


seria colocada em uma barraca descansando enquanto crescia com
a gravidez."

O calor de Ryke me envolve por trás e ele beija o topo da


minha cabeça. O calor viaja para o meu abdômen, onde ele toca
nosso próprio pequeno que está crescendo lá dentro. "Imagine se

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eu tivesse dito à minha rainha que ela tinha que ficar trancada em
um castelo enquanto eu fazia tudo por ela."

Danser geme. “Valari não é minha rainha. Ela não é nada


para mim.”

"Ela é sua companheira de exército no exército Bloodstone",


eu o lembro, amando o jeito que ele revira os olhos de uma maneira
desrespeitosa. Se eu aprendi alguma coisa com Ryke, é que eu amo
um desafio daqueles mais próximos a mim. Isso torna as coisas
mais interessantes. Divertidas.

"Apenas um soldado, porque você o ordenou." A voz de


Danser pinga em sarcasmo. "Minha rainha."

Ryke ri e depois atira fogo nas botas de Danser. Danser faz


uma careta enquanto apaga o fogo na neve.

"Um casal de crianças", Danser resmunga enquanto se


afasta. "Eu sirvo duas crianças."

Assim que ele sai, eu olho através das árvores em Castle


Highland. Mais um dia de viagem e estaremos lá.

"Eles estarão seguros aqui enquanto avançamos?" Eu


pergunto, virando-me para olhar para Ryke.

“Eles terão que estar. Não podemos invadir um castelo cheio


de Intocáveis com um bando de crianças agitadas a reboque. Eu já
instruí alguns dos homens mais velhos a ficar para trás e cuidar
deles. Os mais jovens, mais fortes, precisaremos deles.” Seus olhos
caem para o meu abdômen e a preocupação nubla seus olhos cor
de âmbar.

"Você vai me pedir para ficar para trás?" Eu desafio,


levantando meu queixo.

Seus lábios se curvam de um lado de uma maneira


diabolicamente bonita. "Eu não sonharia com isso, Justiceira."

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K. WEBSTER

CAPÍTULO DEZOITO

Ryke

Nosso plano é usar a surpresa. Eles precisam saber que


estamos chegando, mas estão esperando um ataque extravagante.
Para invadir o portão da frente. Eles não esperam que subamos
pelas janelas e os matemos enquanto dormem. Olho para Elzira,
que está perto de uma janela. A luz da lua brilha sobre ela e eu
tomo um momento para admirar sua beleza.

Houve um tempo, em que seus olhos estavam afundados e


seus ossos se projetavam. Seus lábios e dedos e pele eram azuis.
Até o cabelo dela estava ficando azul. Minha rainha cruel estava
morrendo nas mãos de outras pessoas. Agora, ela está forte e seu
corpo se encheu, principalmente porque ela carrega nosso filho. O
cabelo dela, que era loiro gelo e azul, mudou. Fios escuros de preto
se misturam com o loiro. No começo, fiquei preocupado que algo
terrível estivesse acontecendo com ela, mas Mazon me garantiu que
é porque o fogo percorre suas veias. Nosso primogênito é um
fabricante de fogo.

Corro para a minha noiva e a beijo com força suficiente para


roubar seu fôlego. Ela enfia os dedos no meu cabelo, me dando um
olhar suave que geralmente é reservado para mim quando estamos
sozinhos e eu tenho as coxas dela em volta da minha cabeça.

"O que é isso?" Ela sussurra.

"Se eu morrer hoje", murmuro. "Saiba que cada segundo com


você foi o melhor presente."

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K. WEBSTER

"Quem matar você terá que encontrar minha ira." Seus


lábios carnudos se curvam em um sorriso. “A morte por
decapitação parece fácil demais. Talvez desta vez eu os congele de
dentro para fora.”

Eu belisco seu lábio cheio. "Fico duro quando você me conta


como vai se vingar da minha morte, Justiceira."

"Você sempre foi um pervertido", ela brinca. Então, sua


expressão fica sombria. "E quanto a mim? O que você fará com
quem matar sua rainha e seu filho ainda não nascido?”

Calor brilha através de mim, meus olhos ardendo nos dela.


“Eu vou queimar o mundo inteiro até o chão. Se você não pode
existir no meu mundo, então ninguém mais poderá.”

Minha rainha cruel sorri. "Nosso amor é destrutivo."

"Somente para aqueles que tentam ficar entre nós."

Estou prestes a jogar a responsabilidade no vento e levar


minha rainha agora, mas Danser sussurra para mim que devemos
fazer nossa jogada agora. Eu levanto Elzira e a empurro pela janela,
antes de segui-la em silêncio. A base do castelo, está vazia. A sala
está silenciosa, a não ser por uma lareira no canto que brilha em
vermelho pela abertura quadrada. Será uma questão de tempo até
que quem mantém o fogo retorne.

Quando me viro, vinte homens, incluindo Danser e Valari,


entram na sala conosco. Valari caminha até mim e aponta para
uma pilha de escombros. Eu sigo seu olhar até os ossos. Tão
pequenos. Uma raposa, talvez? Uma olhada nos lábios franzidos
de Valari e eu sei.

Crianças.

Elzira endurece. A calmaria antes da tempestade.

Sua raiva a consome a tal ponto que a neve começa a cair


pesadamente na sala. Eu toco seu ombro em um gesto calmante.

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K. WEBSTER

Acalme-se até matarmos todos e cada um deles, minha


rainha.

Não podemos deixar que eles saibam que estamos aqui e ela
perdendo a calma - literalmente - é a pior ideia possível de todos
os tempos.

Vou para uma escada e todo mundo me segue. Mais homens


aparecem atrás de nós. Subimos as escadas que acabam nos
levando a uma grande sala onde ainda há fogo. O cheiro de carne
cozida faz meu estômago revirar. Vários homens gordos roncam
por perto, desmaiados à mesa. Valari e Danser fazem um rápido
trabalho de esfaqueá-los através da base de seus crânios. Rápido,
violento, silencioso.

"Espalhem-se", eu ordeno. "Lembrem-se do plano."

Valari e alguns outros já haviam estado no castelo antes.


Depois que eles nos informaram onde estavam os Intocáveis,
decidimos a melhor maneira possível de matá-los sem machucar
mulheres ou crianças.

Por mais que eu discorde do plano, Valari e Elzira devem


procurar o ninho de inocentes enquanto os homens matam os
monstros. Eu sei que ela queria a satisfação de derramar o sangue
deles, mas há mais em ser uma rainha do que apenas punir os
maus. Salvar os bons é igualmente importante.

“Por aqui,” Valari pede, avançando silenciosamente. Elzira a


segue com cinco dos Bloodstones atrás dela. Eles desaparecem ao
virar do corredor.

Tudo em mim implora para ir com eles, mas o castelo é muito


grande. Elzira e Valari são capazes. Danser e eu temos nossas
próprias batalhas para lutar.

Nós subimos outro lance de escada. Para cima, para cima e


para cima. Não precisava que Valari me dissesse que quem governa
os Intocáveis vive no topo, a salvo em sua torre. Danser e eu

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K. WEBSTER

subimos furtivamente escadas e corredores, cortando as gargantas


dos homens pelo caminho.

Quando chegamos ao que parece ser a suíte real e matamos


os dois homens que estavam de guarda, entro suavemente para
dentro. Um fogo pisca na lareira. Na cama, um homem com uma
barriga grande fode uma mulher pequena, que fica lá e não faz
nada. Ele está perdido no meio da paixão, sem saber que dois
homens letais entraram em seu espaço. Ao me aproximar, noto que
a mulher tem marcas de mordida em todo o corpo e seu abdômen
está inchado com uma criança. Ela está sem vários dedos das mãos
e pés. O pior é que os olhos dela sumiram das órbitas.

"Sim", o homem geme, mostrando os dentes cobertos de


sangue.

Eu sigo para frente e bato o meu chicote nele, satisfeito com


a maneira como seu estômago se abre com a marca do chicote. Ele
engasga com dor antes de tropeçar para trás, segurando seu
abdômen. Eu chicoteio novamente, cortando seu pênis molhado
direto de seu corpo patético. Acabo de levantar o meu chicote
quando o homem grita um apelo truncado.

Um flash de cabelo escuro passa por mim e a garota se joga


pela janela. Danser não chega à janela a tempo. A queda doentia
pode ser ouvida alguns momentos depois, quando ela atinge o
fundo.

"Minha rainha", o homem soluça. "Você a deixou ir."

Pelo menos a pobre mulher encontrou a paz.

“Você não é rei, porco. Reis têm paus.”

O homem chora enquanto agarra o lugar onde seu pau


costumava estar. Danser dá um passo à frente e enfia a lâmina no
intestino do homem antes de arrastá-la com força. O abdômen do
homem se abre e todas as suas entranhas se derramam no chão
com um barulho alto. Ele cai com um baque.

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K. WEBSTER

Convocando o meu fogo, incinero o porco morto e todas as


partes de seu corpo. Não gosto do cheiro de carne humana, mas
assistir a este monstro humano queimar é prazeroso. Eu inspiro
seu doce perfume da morte. Uma vez que ele está preto e
carbonizado, corro para ajudar o resto dos meus homens a assumir
o controle de Castle Highland.

Elzira

Quando nos aproximamos de uma porta trancada, convoco


meu gelo. A fechadura fica azul antes de quebrar no meio. Eu a
retiro e gentilmente a coloco no chão. Valari se move para dentro
do cômodo. O que vemos me dá nojo.

Quatro homens.

Dois estão fodendo mulheres sem vida, enquanto os outros


dois estão tirando a carne de carcaças. Carne humana. Não são
animais. Pequenos corpos humanos. Valari, tomada pela raiva,
corre em direção a um deles que está em cima de uma mulher de
cabelos castanhos, um grito violento escapa dela. Antes que eu
possa evitar, algo me bate na parte de trás da cabeça. Minha coroa
racha e faz barulho ao cair na pedra. Eu caio no chão ao lado dela,
meus olhos pesados, quando um quinto homem aparece. A espada
dele está molhada. Todos os cinco Bloodstones que vieram conosco
estão mortos.

Eu tento convocar meu gelo, mas uma nuvem de escuridão


se espalha sobre mim.

Quando consigo abrir os olhos, percebo que meus braços


estão amarrados atrás de mim. Eu pego o olhar de Valari do outro

Sinister Fairy Tales


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lado da sala. Eles a despiram e amarraram os pulsos em cordas


penduradas no teto. Suas pernas curtas a têm na ponta dos pés.
A maneira como sua barriga de grávida se sobressai tem uma
preocupação rastejando dentro de mim. Ela está tão vulnerável a
esses monstros.

"Ahh, então a rainha acordou", declara quem matou cinco


dos meus homens, revelando seu sorriso desdentado para mim.
"Você é uma rainha, certo?" Ele segura as duas partes da minha
coroa quebrada e inspeciona as peças. “Você não parece tão
majestosa sem sua coroa. Na verdade, você parece outra cadela
aumentando minha comida.”

Minha fera dentro de mim está silenciosa.

Sem gelo.

Vazia, fria.

O medo aperta meu coração. Confiei tanto no meu dom que,


sem ele, me sinto tão vulnerável quanto Valari.

"Vamos lá", eu exijo. "Deixe-nos ir e suas mortes serão


rápidas e indolores."

O homem bufa, ganhando algumas risadas de seus quatro


homens. “Nós não vamos deixar você ir. Não, vamos nos revezar
com suas bucetas apertadas antes de tomar um lanche da meia-
noite. Ele caminha até Valari e cutuca a ponta da faca na barriga
dela. “Aposto que este tem um sabor doce. Eles sempre têm um
sabor mais doce quando estão frescos e ainda estão chutando.”

A fúria se agita dentro de mim.

Quente, branca, violenta.

Raiva como nada que eu já tenha conhecido queima através


de mim como um fogo selvagem em uma floresta densa. Consome
todos os meus pensamentos. A sala aquece vários graus.

Ryke!

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K. WEBSTER

A emoção ameaça me superar, mas eu permaneço forte. Eu


aproveito minha fúria. Eu atraio a fera de seu esconderijo.

Ryke nunca aparece.

Assovio. Estouro.

Minhas mãos estão soltas e eu as puxo para minha frente


em confusão. Elas brilham em vermelho. Fogo. Está queimando
nas minhas veias como se fosse meu dom. Parece novo, indomável
e desconhecido. Selvagem, livre e incontrolável. Os olhos de Valari
se arregalam em choque. Os cinco homens recuam quando eu me
levanto.

"Não fique aí parado", o líder late. "Mate a cadela!"

Um dos homens gordos corre para mim, eu o golpeio com um


chicote de fogo, cortando o homem em dois. Cada uma de suas
duas metades desliza e bate no chão de pedra com um baque
violento. O menor dos homens sai correndo em direção à porta.
Valari pula e prende sua cabeça, apertando suas coxas nuas ao
redor dele, em um esforço para fazê-lo sufocar.

Eu envio duas bolas de fúria ardente que atravessam o peito


dos dois homens que permanecem de cada lado do líder. Eles
gritam, segurando o peito antes de cair no chão. Então, dou um
passo em direção ao homem no comando. Ele desembainha sua
espada, ganhando uma gargalhada minha.

"O que você planeja fazer com essa faca grande, monstro?"
Eu zombo dele. "Cortar-me como fez com aquelas crianças pobres
e inocentes?"

Minha dor de cabeça começa a desaparecer quando minha


própria fera avança. Em vez de afugentar o fogo, minha fera o usa.
Fecho o punho com a mão e fico maravilhada quando uma lâmina
de diamante se transforma em uma grande espada, com chamas
azuis lambendo-a.

"O que ..." o homem para, horrorizado pelos meus poderes.

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Com um rápido balanço do meu braço em um movimento


arrebatador, vejo através do pescoço do homem. Sua cabeça cai no
chão de pedra aos meus pés. Eu o chuto para fora do meu caminho
e, em seguida, empurro o corpo parado antes de ir para Valari.
Deslizo por cima dela, cortando a corda com a minha sangrenta e
ardente lâmina de diamante. Assim que suas mãos estão livres, ela
puxa os cabelos do cara. Agacho-me e enfio minha lâmina em suas
panturrilhas, cortando suas pernas em duas. Seu grito é de outro
mundo assim que a porta se abre. Ele balança as pernas
decepadas. Um leve movimento e seu corpo se separará abaixo do
joelho. É inevitável.

Danser dispara para nós com velocidade alarmante,


arrancando Valari da cabeça do homem. Aproveito o momento para
chutar o homem no chão e depois ficar em pé sobre ele com minha
ardente lâmina de diamante azul na garganta. A ponta de suas
pernas jaz espalhadas ao lado dele, enquanto o sangue jorra
espessamente dos membros. Ele soluça alto, então eu empurro a
lâmina entre seus lábios, tornando o fogo azul mais brilhante. Seu
rosto pega fogo e queima azul, colocando-o fora de sua miséria
muito cedo. Uma vez que ele está morto e não está mais se
movendo, levanto meu olhar para encontrar Ryke me observando
com um olhar intenso da porta.

Dou um passo trêmulo em sua direção e ele segue o resto do


caminho para mim. Ele me pega em seus braços, me puxando com
força para ele.

"Eu não sei o que aconteceu", sussurro. “Pensei que você


estivesse aqui, mas fui eu, Ryke. Eu tive fogo. De alguma forma,
tive fogo.”

Sua mão encontra meu abdômen. "Parece que você teve uma
pequena ajuda do nosso fazedor de fogo."

Eu suspiro enquanto aperto minha barriga. Meu bebê. Meu


bebê me protegeu quando eu mais precisei. Lágrimas quentes caem

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dos meus olhos. "Eles eram homens maus", sussurro, tocando os


lábios de Ryke com os meus.

"Todos eles se foram agora."

Jorshi entra na sala e observa a cena ao nosso redor. "Eles


se foram, meu rei e rainha." Seu olhar se concentra nas duas
mulheres encolhidas no canto. "E elas?"

"Vou levá-las para o acampamento e instalá-las", diz Valari,


puxando o resto de suas roupas. "Vocês estão seguras conosco
agora", diz ela às mulheres. "Enquanto vocês servirem aos
Bloodstones, estarão seguras e protegidas."

Quando as mulheres parecem inseguras, Valari ri.

"Você acha que Os Intocáveis ou os Malditos são páreos


contra uma rainha que é fogo e gelo?" Valari pergunta.

As mulheres sorriem para mim com esperança nos olhos.

"Vocês estão seguras", asseguro a elas. "Danser, Jorshi,


acompanhem Valari e qualquer inocente que encontrarem."

Assim que eles se vão, Ryke sorri para mim. “Então, eu estou
apenas mantendo o fogo, suponho? Algo para manter a rainha
toda-poderosa aquecida à noite?”

Eu beijo sua boca bonita. “Todo mundo tem seu dever. Fico
feliz que você tenha encontrado o seu.”

Ele sorri. "Você é uma rainha cruel."

"Você me escolheu", eu falo com atrevimento.

Seu polegar passa pelo meu lábio. “Eu escolheria você de


novo e de novo. Eu amo você, Elzira.”

"Eu também te amo, Volc."

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EPÍLOGO

Ryke Quatorze anos depois ...

"Por favor, Pai", implora meu filho mais velho e herdeiro da


coroa.

"Soren, implorar está abaixo de você."

Soren faz uma careta para mim, sua coroa negra pesada em
sua cabeça. Seus cabelos pretos se enrolam debaixo do metal, me
lembrando de quando ele ainda era um bebê chupando o peito de
sua mãe. Nada sobre o modo como seus olhos azuis gelados
queimam com fúria é infantil, no entanto. Meu filho está se
tornando um homem.

"Diga-me, filho, você deseja visitar Easta Waterways porque


quer lutar com os Bloodstones na Guerra das Guerras ou é porque
está perseguindo uma garota lá?" Eu sorrio quando sua carranca
se aprofunda.

"Eu não persigo ninguém", ele responde teimosamente, mas


seu olhar a segue.

Aylin senta-se ao lado de seu pai, Danser – não é seu pai de


verdade, mas ninguém fala disso - e sua mãe Valari na grande sala
de jantar onde todos os nossos homens e mulheres mais confiáveis
comem juntos. Como se sentisse o olhar do jovem príncipe, ela
ergue os olhos castanhos e lhe lança um breve sorriso, suavizando
suas feições geralmente endurecidas.

Sinister Fairy Tales


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Enquanto Soren foi criado para ser um príncipe, feroz e forte


para proteger seu povo, Aylin foi criada como uma guerreira. Para
encontrar os ímpios antes que eles nos encontrem. Podemos ter
vencido a Guerra Moral, depois de anos vasculhando as Terras
Ocultas, mas a Guerra das Guerras continua. Um dia, os reinos de
Easta e Westa também pertencerão a Bloodstone. Recentemente,
Aylin se tornou maior de idade e Danser a leva com ele em missões.
Em breve, ela será tão feroz quanto seu pai. Pessoas sem dons
devem confiar na habilidade. Ela certamente tem habilidade para
a idade dela.

Soren sacode o pulso, distraidamente rolando uma bola de


fogo azul na palma da mão, seu olhar fixo nela. Dos meus oito
filhos, ele é o único a apresentar sinais de que tem dons de fogo e
gelo. Mazon acha que aconteceu no útero quando sua mãe precisou
acessar seu dom para se proteger. Ele acredita que naquele
momento eles trocaram dons por dons, mas nunca os devolveram.
Minha rainha nunca perdeu suas habilidades de fazer fogo. Ela
continua sendo a pessoa mais poderosa que eu já encontrei.

E com dois dons, meu filho precisará de treinamento extra


para aprimorar os dois. Para o dia, quando seus pais partirem, ele
governará os dois reinos restantes - o Easta e o Westa - junto com
os que já estão sob o reinado de Bloodstone.

"Papai!"

Eu me viro a tempo de pegar Farren quando ela se lança em


meus braços. Ela é minha pequena andarilha. Adora correr e fazer
travessuras. Seus cabelos loiros gelo e olhos cor de âmbar a tornam
uma visão de tirar o fôlego. É fácil perdoar sua safadeza quando
ela sorri para mim.

"Pequena Farren", eu repreendo. “Você não deveria estar


correndo sozinha. Onde estão seus irmãos e sua mãe?”

"Eles são lentos, papai." Ela faz beicinho.

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Atarah corre para a sala, seus olhos cor de âmbar pegando


fogo com fúria. Minha filha, nascida logo após Soren, apesar de
parecer como eu, é idêntica à sua mãe. Ela o cortará com um olhar
cruel e, se isso não funcionar, ela o queimará onde você estiver.
Perdemos muitos criados quando ela teve birras quando criança.

"Minha linda garota", eu cumprimento quando pego seu


olhar com o meu.

Ela perde seu olhar gelado por tempo suficiente para me dar
um sorriso raro. "Boa noite, Papai." Soren e ela geralmente me
chamam de Pai, mas às vezes ela me lembra que sempre será
minha garotinha quando escorrega e me chama de Papai.

As gêmeas, Kenna e Nilsa, andam de mãos dadas. Ambas


com seus cabelos brancos gelo e olhos azuis pálidos são réplicas
em miniatura de sua mãe. Elas são quietas e mal-humoradas, duas
meninas unidas compartilhando um útero. Por causa do que
aconteceu com sua irmã, Elzira observa-as quanto a sinais de
animosidade. Mas o amor brilha entre as duas. Eu acredito que
elas estarão juntas até o final desta vida, melhores amigas.

Beijo cada uma das gêmeas e elas encontram seu lugar à


mesa com suas irmãs e irmão.

Thane e Caswell entram em seguida, logo após as gêmeas.


Dois irmãos aos onze e dez anos, unha e carne. Eles me lembram
a mim e meu primo crescendo. Eu mantenho um olho extra neles
para que não tenham problemas como nós tivemos. Eles são
excessivamente protetores sobre as gêmeas e os pequeninos, mas
não conseguem esconder sua raiva por Soren. Não tenho certeza
do que aconteceu entre os três garotos, mas o que quer que seja,
não é algo que nenhum deles discuta. Soren olha para eles e eles
olham de volta. Eu acho que se os meninos fossem maiores, eles
tentariam derrotar Soren.

"Meninos", eu cumprimento, sorrindo para eles. "Yashka fez


o prato favorito de vocês hoje à noite."

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Ambos sorriem de volta para mim, perdendo as carrancas


antes de se instalarem ao lado das gêmeas.

Um silêncio cai sobre a sala de jantar enquanto todos


inclinam a cabeça em respeito. Minha esposa, a Rainha
Bloodstone, entra, minha filha caçula mamando no peito. O cabelo
de Elzira está escondido sob uma enorme coroa de lâminas de
diamante. Hoje à noite, ela usa um vestido preto brilhando com
diamantes. Bela. Talvez, deixaremos a pequenina com Valari hoje
à noite e vou tentar colocar outro na barriga dela.

Olhos azuis ardentes encontram os meus, piscando com


aviso.

Não haverá mais filhos ela disse depois que Asterin quase a
matou durante o parto. Mas Asterin é um presente. Por que um rei
e uma rainha deveriam negar-se a mais desses presentes
preciosos?

Apesar do olhar feroz no rosto de Elzira, vejo a fachada


derreter. Depois que todos forem dormir, ela me deixará separar
suas coxas e espalhar minha semente profundamente dentro dela.
Ela vai me dar outro filho. Ela vai me dar o máximo que seu corpo
permitir.

"Por favor, Papai", Soren pronuncia novamente, sua voz


suave.

Arranco meu olhar da minha linda esposa para inspecionar


meu filho. Ele quer muito isso. Seria tolice enviar o herdeiro ao
trono para Otherlands – como chamamos agora tudo fora das
Terras Ocultas. Se ele fosse morto, então o que faríamos?

Atarah se senta e sorri para mim.

Uma princesa com uma espinha de fogo.

As rainhas provaram ser tão poderosas quanto os reis.

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Solto um suspiro pesado. "Eu vou concordar com uma


condição, Sor."

Ele se senta, um sorriso largo se estendendo por seus lábios.


“Qualquer coisa, Papai. Eu farei qualquer coisa."

"Qualquer coisa?"

Ele assente rapidamente. Ele não vai gostar disso. Nem um


pouco.

"Você pode andar com Danser e os Bloodstones até Easta


Waterways", eu concordo. “Mas você deve levar Thane e Caswell
com você. É seu dever proteger seus irmãos acima de tudo.”

O sorriso cai do rosto do meu filho mais velho. "Pai", ele


rosna, sua voz tão profunda para sua idade. "Você não pode pedir
isso de mim."

Estendendo a mão, tiro um de seus cachos rebeldes da testa.


“Um rei faz sacrifícios. Se eu devo sacrificar o meu herdeiro ao
trono para que ele possa perseguir uma garota em Otherlands,
então você deve sacrificar um pouco de si, jovem príncipe. Eles são
seus irmãos, e qualquer que seja a disputa entre vocês três, será
resolvida na jornada de vocês. Estamos entendidos?"

Sua mandíbula contrai. "Eu não vou mimar eles, Pai."

“Não espero que você faça isso. Além disso, eles odiariam se
você fizesse.”

"Thane mal sabe usar uma espada", reclama. "Caswell


provavelmente ainda molha a cama."

"Eu te desafio a deixá-los ouvir você dizer isso", eu provoco.


“Thane é excelente com um chicote. E Caswell torna as lâminas de
diamante mais afiadas do que sua mãe jamais fez.”

Os olhos azuis de Soren brilham perversamente. "Mas eles


podem fazer as duas coisas?"

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"Eu não posso fazer as duas coisas", murmuro, inclinando-


me mais perto, "e posso garantir a você, garoto, que ainda posso
derrubá-lo."

Em vez de ficar assustado, meu bravo príncipe sorri.


“Obrigado Papai. Não vou decepcioná-lo.”

Eu o puxo para mim e beijo meu menino, que deseja


desesperadamente ser um homem, bem na testa. Ele resmunga e
me afasta, suas bochechas queimando de vergonha, mas ele
continua sorrindo.

Quando Aylin se aproxima do meu filho, viro-me para Elzira,


que está do meu outro lado. Os olhos dela brilham com diversão.

"Você terminou de aterrorizar meus filhos?" Ela pergunta,


sorrindo.

"Nunca", resmungo. "Não é mesmo, Asterin?"

Minha filha se afasta do mamilo da mãe para sorrir para


mim. Eu levanto meu dedo e ela o agarra com uma força
surpreendente. Um assobio me escapa quando seu punho se
acende com uma chama azul.

"Ow", eu disparo, separando meu dedo da minha filha com


dons duplos. "Quando isto aconteceu?"

Elzira ri. "Agora mesmo."

Eu encontro os olhos da minha esposa. “É melhor


esperarmos até Soren retornar de Easta Waterways para
contarmos a ele. Ele está voando alto por ser o Bloodstone mais
talentoso no momento.”

"Garotos arrogantes", Elzira murmura. "Quando eles


aprenderão que a rainha sempre supera o rei?"

Asterin sorri para mim, procurando por minha mão


novamente.

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Acho que não, sadista, fabricante de gelo ardente.


Inclinando-me para a frente, beijo sua testa. Então, eu beijo os
lábios carnudos e vermelhos da minha rainha.

"Eu estava pensando", murmuro, prendendo-a com um


olhar ardente. "Com os meninos partindo em breve, o castelo ficará
terrivelmente vazio."

"Volc insaciável e insuportável", Elzira resmunga de


brincadeira.

“Seu coração está congelado, cruel? Você não quer me fazer


o homem mais feliz do mundo?”

O olhar dela suaviza. “Suponho que seja justo. Você me faz


a mulher mais feliz.”

"Coma", resmungo enquanto roubo um beijo. "Você


precisará de sua energia para mais tarde."

"Eu não me curvo a ninguém", ela sussurra. "Ninguém me


diz o que fazer."

“Hoje à noite você vai se curvar a mim, Rainha do gelo. E


depois vou passar o resto da noite te adorando entre suas coxas.”

Uma das crianças mais velhas geme por perto, fazendo-nos


rir.

Sento-me ereto e deixo a menininha segurar meu dedo


novamente, apenas estremecendo um pouco quando ela me atinge
com o punho ardente. Olhando a mesa, admiro todos os meus
lindos filhos. Alguns com cabelos brancos e outros com preto.
Todos lindos, poderosos e amados.

Quando parti em minha jornada pelas Terras Ocultas, anos


atrás, ansioso por lutar na Guerra Moral, esperava fortalecer um
império e levar uma princesa para torná-la minha rainha. Eu
nunca sonhei que me apaixonaria por uma rainha cruel e fria à
beira da morte e daria a ela oito filhos perfeitos. Nunca ousei ter

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esperança de amar sequer uma pessoa, muito menos mais oito,


com todas as partes do meu ser.

Há espaço no meu coração para muitos mais.

E essa é a minha verdade.

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