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O MARTÍRIO DO SENHOR JESUS

Após ter sido traído por um de seus discípulos, chamado Judas Iscariotes, Jesus é levado para a
casa do Sumo Sacerdote Caifas, e ali começa um período de humilhação, na qual Jesus é
castigado sem nada ter feito e esse caminho de sofrimento eu escrevo pormenorizadamente na
mensagem “O SOFRIMENTO DE JESUS”.

Jesus mesmo nada tendo que o mostrasse como um homem que devesse ser condenado ou
que tivesse feito algo mau ou ruim, foi julgado quatro vezes e em todas foi visto que realmente
era inocente, pois nada havia feito para que o matassem como exponho abaixo, veja:

OS QUATRO JULGAMENTOS DE JESUS

a) O PRIMEIRO JULGAMENTO – O
JULGAMENTO DO SINÉDRIO
Em MC-14:55 a 58, a bíblia relata que os principais dos sacerdotes procuravam testemunhas
contra Jesus para o matarem, mas depunham falsamente, e os testemunhos não concordavam.
Que corjas de gente mesquinhas forjavam pessoas, comprando com valores, só para
testemunharem falsamente contra um Homem inocente, e Jesus nada falava, apenas disse “Eu
sempre estive no meio de vós”, como que dissesse; vocês são cobras traiçoeiras, eu os
conheço. Mas mesmo com artimanhas diabólicas não conseguiram condenar a Jesus, mas não
satisfeitos, procuravam algo que o incriminasse, armaram outro julgamento para o Filho de
Deus.

b) O SEGUNDO JULGAMENTO – O
JULGAMENTO DE PILATOS
Agora em MC-15:01 a 06 os covardes dos sacerdotes levam Jesus para o covarde Pilatos que já
estava se borrando todo, mas Pilatos tentando se safar lembra que era Páscoa, e que o
costume dos judeus era nessa data soltar um condenado, e então quis que soltassem Jesus,
mas eles não quiseram, dizendo crucifica-o, então Pilatos queria trocá-lo por Barrabás. Não
deu! Vou dar-lhe uma surra e soltá-lo, também não deu! Pilatos não viu culpa em Jesus. Então
Pilatos se lembrou que Herodes estava por ali, e enviou Jesus para ele, colocando Jesus em um
terceiro julgamento.

c) O TERCEIRO JULGAMENTO – O
JULGAMENTO DE HERODES
Doutor Lucas é o narrador, LC-23:6 e 7, 10, 11 e 14, você pode ler que o curioso Herodes, que
tinha vontade de conhecer Jesus mata sua curiosidade, pois creio que quando ele viu a Jesus
pensou em seu coração: “Este é Jesus? Que cara feio! Eu imaginava outra pessoa!”. Herodes
interrogou mas também não viu culpa em Jesus e envia o meu Jesus de volta para Pilatos. Mas
Ele seria contado entre os malfeitores. Então quando Jesus volta o covarde do Pilatos vejam o
que ele faz, se mostrando um frouxo ele lava as mãos, pois preferiu deixar que os outros
decidissem ao invés de inocentar a Jesus.

d) O QUARTO JULGAMENTO – O JULGAMENTO


DO POVO
MT-27:22 a 25, é surpreendente esse julgamento, pois o povo chama a responsabilidade para
eles, no versículo 25 eles dizem que o sangue Dele caia sobre nós. Buscavam de toda maneira
condenar a Jesus e não conseguiram, mas fizeram somente depois que o covarde lavou as
mãos, não lave suas mãos, não seja omisso. Preferiram Barrabás à Jesus, não prefira o mundo,
prefira Jesus. Agora o povo conseguiu decretar a crucificação de Jesus, Ele iria mesmo para
cruz, Sua placa seria escrita e carregada em seu pescoço até o Golgota.

A VIA DOLOROSA
Deram a Jesus a cruz que era de Barrabás, pois devido a rapidez dos julgamentos não foi
possível ser confeccionado uma cruz nas medidas de Jesus, ele morreu em uma cruz que não
era dEle, mas minha e sua.

Com a cruz nas costas Jesus sai do centro religioso de Jerusalém, do pretório e desse uma
ladeira, que chamamos de “Via Dolorosa”. Por ali as pessoas cuspiam em Jesus e proferiam
palavras torpes. Por essa rua estreita e calçada de pedras irregulares, Jesus caminha
carregando uma cruz que pesava aproximadamente cerca de 70 Kilos, a julgar pelas medidas
de Barrabás, mas Jesus está todo surrado, cortado, havia sangrado muito e seu corpo está
ultrajado, então ele cai algumas vezes, mas torna a se levantar e prosseguir em direção ao
Gólgota.

Da fortaleza Antônia, onde Jesus foi açoitado e saiu carregando a cruz existe uma rua estreita e
andando por ela existe uma esquina que converge para a direita e dá para uma das portas que
leva para fora da cidade murada. Próximo a esta esquina existe uma pedra que tem em cima
uma pequena inscrição, Shimom Cirineu, ou seja, foi neste lugar que um homem estranho foi
constrangido a ajudar um condenado inocente.

Ao virar nesta esquina se segue até um dos doze portões da cidade de Jerusalém, que se
chama O Portão de Damasco, e ao passar por este portão já se está fora da cidade Santa e
próximo ao lugar onde aconteceu a crucificação do Senhor Jesus que em Hebraico é chamado
de Gólgota.

O CIRINEU
Onde Jesus cai perto da pedra até a próxima estação da via dolorosa, é exatamente cinqüenta
passos de distância, que foi o espaço exato que Shimom ajudou o homem de Nazaré. Mas o
que um homem da cidade de Cirene estaria fazendo em Jerusalém? O que teria levado este
homem a fazer uma viagem de 1.600 Km? Qual seria o objetivo de Simão ao chegar a
Jerusalém no dia 14 de Abibe? Quem era realmente este Simão Cirineu?

Cirineu é a indicação de onde ele viria, e Cirene ficava na costa da África do Norte e tinha sido
fundada por uma colônia grega. Essa comunidade Grega, mais tarde foi entregue à posse dos
Romanos. A população judaica dessa província era tão significativa, que Jerusalém tinha
orgulho de ter uma sinagoga dos libertos para os visitantes de Cirene e para outros estados
livres (Atos-6:9). Hoje é a Etiópia.

Então Simão o Cirineu era um africano que em hebraico é chamado de Shuaz, que significa
negro e ele chega a Jerusalém no dia 14 de Abibe, o grande dia da Páscoa, uma das três datas
mais importantes do calendário judaico da época.

Essa cidade ou este território antes de ser uma colônia grega era um reino chamado Sabá, e
tinha uma rainha chamada e conhecida por “Rainha de Sabá”, que a muitos anos atrás teria
vindo visitar e conhecer o famoso rei e tido com ele um relacionamento profundo (I Reis 10).
Os historiadores Judeus acreditam que Simão era descendente desse relacionamento e a prova
de que ele era um judeu é o seu nome, Shimom, que era também o nome do segundo filho de
Jacó, uma das tribos de Israel. Sim, este homem era um judeu negro! Ele era um monoteísta,
ele acreditava em um único e verdadeiro Deus que reinava sobre toda a terra.

SIMÃO EM JERUSALÉM
Mas por que ele estava em Israel? Havia um mandamento que dizia que todo Judeu uma vez
na vida todo judeu deveria peregrinar até a cidade Santa a fim de participar de uma das três
grandes festas, ou seja, a festa dos Tabernáculos, a festa da Páscoa e a festa de Pentecostes.
Então Simão o Cirineu estava em Jerusalém a fim de participar da festa da páscoa.

Um ritual acontecia todo ano no dia 14 de Abibe, no templo sagrado, pontualmente, onde uma
multidão de homens se aglomerava para participar, vestidos de linho branco, era o sacrifício do
cordeiro pascal. Na entrada o local ficava homens responsáveis por inspecionar as vestes dos
que desejavam entrar ali, sabendo que se houvesse uma mancha ou qualquer sujeira na veste
branca de linho, este não poderia entrar no local sagrado da cerimônia.

Dentro do templo havia um altar grande e alto, com cerca de 2,80 metros de altura todo feito
em pedra inteira sem corte ou trabalhada, e após o Sacerdote cortar a jugular do cordeiro ele o
pegava pelas pernas traseiras e com movimentos no sentido horário girava sete vezes em torno
do altar deixando que o sangue caísse e escorresse pelo altar, e quando todo o sangue já havia
saído o sacerdote pegava uma planta citada no Salmo 51:7, chamada hissopo, que é uma
planta esponjosa, com forte poder de absorção, e com a planta encharcada, ele aspergia sobre
os homens que ali estavam para que recebessem ao menos uma gota do sangue do cordeiro na
veste de linho puro, e quando isso acontecia aquela veste passava a ser um troféu para a vida
do judeu. Imagine que os judeus viajavam milhares de quilômetros para receber ao menos uma
gotinha do sangue do cordeiro.

Então quando Simão chega à cidade de Jerusalém após uma longa viagem, muito feliz, ele
entra pela porta de Damasco e veste a sua roupa branca de linho puro e caminha em direção
ao local da cerimônia a fim de receber uma gotinha de sangue. Assim caminha Simão, mas
quando ele dobra uma esquina ele depara com uma cena horrenda, pois um condenado todo
ensangüentado caminhava em sua direção carregando uma cruz e pendurado em seu pescoço
uma tábua com inscrição em três línguas, Grego, Latim e Hebraico, que dizia: “Yeshua et
Nazareth melec Yudim”, ou seja, “Jesus de Nazaré rei dos judeus”.

Penso que Simão se assusta, pois nunca havia visto tal coisa. Simão procura se proteger a fim
de que a multidão e o condenado passassem por ele para que pudesse seguir seu caminho,
mas ao chegar a frente a Simão o condenado cai, e os soldados olham para Simão e lhe
obrigam a ajudar o condenado. Talvez Simão lá bem dentro de seu coração ele se arrepende
ter pegado aquele caminho, mas a ordem dos soldados romanos foi ameaçadora. Simão olha e
naquele momento o condenado também levanta seus olhos e os olhares de Simão e Jesus se
cruzam. Na verdade Simão não foi constrangido pelos saldados romanos, mas sim pelo olhar
manso e suave de Jesus.
Simão se abaixa e o condenado joga um dos braços em seu pescoço e Simão o abraça e pega a
cruz lavada de sangue e joga nas costas e ajuda um homem que nunca tinha visto antes e o
leva até adiante e depois o condenado segue sozinho. Simão olha para cima para ver a posição
do sol a fim de saber se ainda há tempo para participar da cerimônia sagrada, mas vê que o
tempo passou e ele perdeu a gotinha do sangue do cordeiro. Simão olha para sua veste e vê
que ela está toda encharcada de sangue, e então procura saber quem era aquele condenado, e
alguém lhe conta a história de Yeshua Ben-David, Jesus filho de Davi.

Agora que tudo passou, e Simão perdeu a cerimônia, ele tem que voltar para casa, pois sua
família o esperava para ver sua veste branca de linho puro salpicada de gotinhas de sangue.
Mais 1.600 Km seriam percorridos com uma cena em sua mente.

DE VOLTA PARA CASA


Uma longa jornada de volta teria que ser feita pelo judeu negro, mas agora ele carrega dentro
de seu coração a imagem da face machucada de um homem que era inocente, e dentro de sua
bagagem vai uma roupa de linho branco encharcada de sangue. Quando Simão chega em casa,
seus filhos, sua família, seus amigos, querem ver o troféu, então Simão tira a veste de linho e
lhes conta a história de Yeshua Ben-David, e todos choram juntos e se convertem ao nome que
está acima de todos os nomes. E talvez você pergunte como cheguei a esta conclusão, é só
lermos o escrito de em Romanos 16:13. Mais tarde encontramos o Apóstolo Paulo se referir a
um grande missionário da região de Corinto, na cidade Cencréia, que na verdade era um porto
de Corinto. Segundo historiadores este Rufo tinha um irmão também muito fervoroso e fiel a
palavra, e seu nome era Alexandre, ambos os filhos de Simão.

Os 50 passos do local onde Simão ajudou a Jesus até a próxima estação significam os
cinqüenta dias que se deu após a morte de Jesus até o dia do pentecostes, a descida do maior
presente dado ao homem, O Espírito Santo.

CONCLUSÃO
Precisamos que nossos propósitos sejam confrontados com os propósitos do Senhor Jesus, pois
de nada adianta buscarmos o pouco se Ele tem muito para nos dar, pois Simão buscava
gotinhas de sangue e ganhou uma veste encharcada do verdadeiro sangue do verdadeiro
cordeiro pascal.

Toda vez que A Bíblia se referir a linho fino, ela esta se referindo a justiça, e assim Simão se
veste da justiça da religião, do mundo, dos homens, e vai e entra em Jerusalém mas acaba por
encontrar o sangue que purifica toda a justiça, o sangue de Jesus. Sangue este que ainda está
disponível a todos nós.

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