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Entretanto, para evitar problemas com o sinédrio,

e para evitar problemas em sua própria casa, pois


sua esposa havia ouvido secretamente a algumas
pregações de Jesus, e que por isso pediu a Pilatos
que poupasse Sua vida, eis que Pilatos tenta uma
solução alternativa. Ou seja, manda prender Jesus
e chicoteá-Lo, para ver se, com isso, atendia tanto
ao sinédrio, aplacando a sua ira, quanto à sua
esposa, que não queria ver Jesus morto.
Os discípulos de Jesus, que até então
esgueiravam-se pelos cantos e perambulavam
pelas ruas procurando saber a respeito do
andamento do julgamento de Jesus, ao saberem
da prisão e do chicoteamento, covardemente
começam a esconder-se. Fogem todos, sumindo
para não serem localizados e apanhados como
cúmplices dos mesmos "crimes" de Jesus.
Até mesmo Pedro, que acompanhava mais de
perto as inquirições a Jesus, indo às portas do
templo, do sinédrio, e dos palácios de Pilatos e
Herodes, agora Pedro fugia como um coelho
assustado. Até que subitamente próximo à es-
cadaria do palácio de Pilatos uma escrava que
ouvira Jesus pregar, questiona Pedro: — "Tu és
amigo de Jesus, o galileu. Tu estavas com ele."
E Pedro, amedrontado, responde: — "Não sei
quem ele é. Não conheço este homem." E corre
apavorado, até que mais adiante pára por um
instante e assustado teve arrepios ao lembrar do
que Jesus havia dito sobre a traição e a negação
pelos amigos.
Judas Iscariotes, por sua vez, estava inconsolável,
pois tudo estava saindo errado, completamente
diferente do que ele imaginara. O julgamento
"justo", que deveria livrar Jesus duma morte
traiçoeira, pelas costas, havia se transformado
num verdadeiro linchamento moral. Os romanos,
tradicionais inimigos dos judeus, não condenaram
Jesus e nem queriam condená-Lo, mas seu próprio
povo, os próprios judeus (saduceus e fariseus)
estavam arrastando-O à crucificação. E Jesus,
mesmo diante da morte que se desenhava não
fazia nada para alterar Seu destino. Não procurava
Se salvar. Deixava-Se conduzir à morte como um
cordeiro. Era incompreensível. Inaceitável. De
nada havia adiantado o beijo na boca, transmitin-
do sabedoria a Jesus. Isso tudo torturava Judas
Iscariotes e consumia-lhe em vida.
No dia seguinte, sexta-feira, ao saberem da pena
alternativa aplicada a Jesus, sem execução por
crucificação, os juízes do sinédrio enfrentam
Pilatos e veladamente fazem-no ver que não punir
Jesus exemplarmente com a crucificação, por ter-
se declarado "rei dos judeus" poderia chegar aos
ouvidos de César como uma conspiração de Pilatos
contra o imperador, que àquela altura vivia uma
paranóia profunda com alucinações sobre
conspirações de novos reinos.
Entendendo o recado dos saduceus e fariseus, e
mesmo assim não querendo punir pessoalmente
Jesus por algo que Ele não havia feito, Pilatos
propõe um julgamento público de Jesus, com o
voto do povo. (O que é um preceito romano
normal de julgamento. Uma espécie de júri popu-
lar).
Jesus, então, é trazido preso a grilhões e
amarrado, com as roupas marcadas de sangue nas
costas, devido às chicotadas. E apresentando Jesus
ao povo, para julgamento em frente à escadaria do
palácio, Pilatos anuncia: "Ecce Homo!" (Eis aqui o
homem).
Abaixo das escadarias o povo (orientado e
manipulado pelos saduceus e fariseus) se
amontoava e gritava pedindo a crucificação de
Jesus. Era até compreensível, pois os discípulos e
simpatizantes de Jesus estavam fugidos,
escondidos, com medo de serem presos. Os
saduceus e fariseus insuflavam pessoas a pedir a
morte de Jesus. Os zelotes, embora simpatizassem
com algumas das teorias de Jesus, acham que
Jesus era fraco demais, calmo demais, moderado
demais, um covarde. E, de mais a mais, um zelote
arruaceiro, bastante conhecido, estava preso, de
nome Barrabás (Jesus bar Abás ou Jesus filho de
Abás). E, como os zelotes sabiam que pela
passagem da páscoa um preso seria solto,
logicamente eles queriam que libertassem
Barrabás e não Jesus.
Pilatos, ainda tentando salvar Jesus, que mesmo
sofrendo teimava em não salvar-se, eis que vira-se
para Jesus e questiona: — "Quem realmente és
Tu? És o messias deste povo?"
Jesus fica impassível, não responde. Teimava em
não defender-se.
Pilatos se irrita e diz para Jesus que ele era
insolente, pois ele, Pilatos, como governador da
Judéia, tinha o poder de soltá-lo ou de crucificá-lo e
Jesus sequer fazia algo em seu próprio favor.
Para piorar a situação, Jesus responde mais uma
vez de maneira altiva e firme: — "Tu não tens
poder algum se Deus não o te der. Só Deus tem
poder sobre Mim e sobre ti"
Pilatos mais irritado ainda: — "Então, não posso te
tirar a vida?"
Jesus volta a afirmar: — "Podes mandar Me matar.
Mas ainda assim viverei junto a Deus e só Deus
pode tirar-Me esta vida eterna."
Incrédulo com o que via e irritado com a
intransigência de Jesus, Pilatos ainda tenta uma
última cartada para salvar a vida de Jesus: — "Que
pecado fez este homem? Por que querem
crucificá-lo?", questiona Pilatos enfurecido e aos
berros.
— "Crucifica-o. Crucifica-o. Crucifica-o.", brada a
multidão.
A esposa de Pilatos, atrás dele, sussurra dizendo
que Pilatos não deveria manchar seu nome com o
sangue daquele inocente. Mas, por outro lado,
Pilatos não poderia contrariar uma decisão de um
julgamento popular.
Pilatos, então, joga sua derradeira alternativa para
tentar salvar Jesus da crucificação. Diz ao povo
que conforme o costume, pela época da páscoa,
perdoava-se um culpado, libertando-o. E assim,
sugere que Jesus seja solto. Mas, a multidão
ensandecida, comandada pelos saduceus e pelos
fariseus, e ainda ajudada, desta vez, pelos zelotes,
pedem a libertação do zelote Barrabás.
Sem alternativas, Pilatos não vê outra saída senão
render-se à decisão popular. Não sem antes
mandar vir uma ânfora cheia d'água e uma bacia,
e simbolicamente lava suas mão para que não as
sujasse com o sangue daquele inocente.
— "Não vejo crime ou pecado neste homem. Mas
não posso contrariar uma decisão de um
julgamento popular. Portanto, lavo minhas mãos
para que não as suje com o sangue deste
inocente. E s e é a vontade de todos que seja
crucificado, levem-no e cumpram vocês mesmos,
judeus, a justiça que acabam de fazer."

1 º . Final
Jesus Morre na Cruz

Começam os maus tratos a Jesus, com Ele sendo


entregue à multidão ensandecida e os guardas
simplesmente cumprindo a determinação de
Pilatos de se fazer cumprir a vontade popular, mas
ao mesmo tempo permitindo que os saduceus e os
fariseus encarniçassem, humilhassem e
tripudiassem sobre Jesus. As cenas seguintes
transformam-se praticamente em um linchamento.
Populares arrancam um arbusto espinhoso e
tecem uma coroa de espinhos para ser colocada
em Jesus. Entregam-na a um dos guardas. Os
guardas riem-se do escárnio que aquilo tudo havia
virado. Eram seres primitivos (não-romanos)
aguilhoando sua própria gente. Judeus humilhando
judeus. Era a confissão pública da autoridade
moral de Roma e a baixeza e selvageria dos
primitivos povos conquistados.
De fato, simulando uma solenidade, com
menosprezo e profundo deboche, um dos guardas
coloca a coroa de espinhos na cabeça de Jesus,
fazendo-o sangrar na cabeça.
— "Eu te corôo, oh rei dos judeus!"
Em seguida colocam nos ombros de Jesus uns
trapos cor de púrpura simulando um manto real, e
na mão direita uma cana, como se fosse um
cajado real.
A multidão ria zombeteira e dizia toda sorte de
ofensas. Uns simulavam respeito debochado e
ajoelhavam diante de Jesus e faziam saudações
irônicas. Outros simplesmente cuspiam-lhe no
rosto.
Em seguida, arrastam uma trave de madeira, a
parte superior da cruz à qual Jesus irá ser pregado,
e obrigam Jesus a levá-la dali até o local da
crucificação, no alto do morro conhecido como
Gólgota (lugar da caveira ou da calva). Tem então
início a "via crucis" ou "caminho do calvário", do
palácio de Pilatos (Hoje Fortaleza Antônia) até o
Gólgota.
Por entre ruas estreitas, espremido por uma
multidão que se comprimia para assistir a tudo,
carregando a trave superior da cruz e vez por
outra recebendo chibatadas, Jesus cai pela
primeira vez.
Seguindo pelas vielas, Jesus depara-se com seu
maior desespero, Ele sofre como nunca ao ver Sua
mãe e Seu irmão Tiago presenciando tudo e
sofrendo por Ele.
Guardas empurram-No e chicoteiam-No para que
continue andando. Mas Jesus abate-se moralmente
ao ver o sofrimento e a dor de Sua mãe e Seu
irmão mais querido presenciando aquilo tudo.
Quando então, um homem aparece da multidão e
se oferece para ajudar Jesus. É Simão Cireneu
quem socorre Jesus e ajuda-O a carregar a trave
superior da cruz, com a autorização de um dos
guardas que permite que Jesus seja ajudado.
Suado e sangrando na cabeça, em razão da coroa
de espinhos, surge uma mulher para limpar-lhe o
rosto, é Verônica, uma de suas seguidoras, que se
apieda de Jesus e transmite-lhe coragem e
compaixão.
Já em direção ao morro (lugar da caveira), Jesus
cai pela segunda vez, apesar da ajuda de Simão
Cireneu.
Um guarda irritado, aplica novas chibatadas em
Jesus.
Arrastando a trave superior da cruz pela subida do
morro, Jesus vê as mulheres, aos prantos, que
seguiam-no fervorosamente: Verônica, Salomé,
Maria Madalena, Maria Sua mãe, Marta e duas
outras Marias. Jesus diz: "Filhas de Jerusalém, não
choreis por mim. Chorai por vós mesmas e pelos
vossos filhos."
Chegando ao alto do Gólgata, Jesus não resiste de
cansaço e cai pela terceira vez. E mais uma vez
Simão Cireneu ajuda-o a levantar-se. Ao longe,
disfarçados e cobrindo o rosto, alguns dos "santos"
discípulos, covardemente, não se atreviam a
chegar perto.
Os guardas despem Jesus de suas vestes
andrajosas, deixando-o somente com um pano
cobrindo a cintura e a virilha.
Alguns saduceus e fariseus, ansiosos pela
crucificação de Jesus, pregam, na parte superior
da cruz, a trave horizontal trazida por Jesus. Fixam
o apoio para os pés. Colocam Jesus deitado para
pregá-Lo na cruz. Amarram-Lhe cordas envolvendo
os bíceps, os pulsos e os tornozelos... Em seguida
crucificam-No, colocando um cravo em cada mão e
nos pés. E como um deboche final, os guardas
colocam uma placa, acima de sua cabeça, com a
inscrição INRI (Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum),
que significa Jesus Nazareno Rei dos Judeus.

Nota do autor: Por um exagero do "evangelista"


João, o pernóstico, que a cada parágrafo estava
mais preocupado em titular-se como "o discípulo a
quem Jesus amava", do que relatar fatos com
isenção, diz em João 19:20 que o letreiro estava
escrito em três idiomas: hebraico, grego e latim.
(Só faltando dizer que quem não pudesse ou não
soubesse ler deveria perguntar a quem soubesse)

Os saduceus e fariseus que até então divertiam-se


com tudo que acontecia, revoltam-se com a placa
chamando Jesus de rei dos judeus. Bradam e
dizem que aquilo era uma blasfêmia. Tentam
forçar os guardas a retirar a placa, mas
firmemente os guardas garantem que a placa é
instrução e ordem de Pôncio Pilatos. A placa é
mantida.
Mesmo diante de tanto escárnio, num gesto de
piedade e comiseração, Jesus pede pela alma dos
que o agrediam: — "Pai, perdoai, eles não sabem o
que fazem."
Uma vez amarrado e pregado na cruz, esta é
levantada e fixada no lugar, com Jesus crucificado,
sob o olhar de uma pequena multidão, tendo à
frente as piedosas e corajosas mulheres de
Jerusalém (Verônica, Salomé, Maria Madalena,
Maria Sua mãe, Marta e duas outras Marias).
Quando Jesus olha para sua mãe e diz: — "Mulher,
eis aqui o Teu filho!" (como que a dizer: — "Veja
no que me transformaram") e virando-se para seu
adorado irmão Tiago, que a tudo acompanhava de
perto, junto de sua mãe, diz: — "Irmão, eis aí a sua
mãe. Zele por ela."
Indiferente aos choros e lamentações, os soldados,
após repartirem as vestes de Jesus, disputam a
sorte nos dados para saber com quem ficará o
manto púrpura de Jesus.
Crucificados pouco antes de Jesus, postados ao
Seu lado, um à direita e outro à esquerda, dois
ladrões esqueciam de seus próprios sofrimentos e
zombeteiam de Jesus: — "Tu não é o messias? Não
fazes milagres? Livra-te a Ti mesmo desta cruz!"
Imediatamente arrependido, um dos ladrões pede
perdão a Jesus e suplica que o abençoe, pedindo
um lugar, no reino de Jesus, nos céus. No que
Jesus abençoa-o e diz que ainda hoje, naquele
mesmo dia, eles irão se encontrar junto ao Pai, no
reino dos céus.

Nota do autor: Ao contrário do que se supõe, a


morte na cruz não é imediata e nem rápida. Na
realidade, a verdadeira intenção da crucificação é
que o crucificado sofra bastante e fique por muito
e muito tempo penando na cruz, até que com o
tempo e o sofrimento, lentamente, o crucificado
venha a morrer. E isso pode demorar até dias, pois
na crucificação nenhum órgão vital é atingido. Ou
seja, os cravos são enfiados entre os osso das
mãos e dos pés e a perfuração corta a pele e um
pouco de carne. E dependendo do caso, raramente
pega uma veia que sangre muito. (E a intenção é
esta mesmo, fazer o crucificado sofrer e morrer
aos poucos, lentamente)

Jesus estava na cruz havia três horas (o que em


termos gerais de uma crucificação é muito pouco
tempo), e desde a hora sexta (meio-dia) até a hora
nona (quinze horas ou três horas da tarde) tinha
ocorrido simultaneamente dois fenômenos
naturais coincidentes: um eclipse e próximo ao
final do eclipse houve um ligeiro tremor de terra, o
que fez com que muita gente, com medo de ser
um prenúncio dos céus, fugisse dali.
Sentindo muitas dores, Jesus solta um brado,
quase que de revolta, e questiona Deus: — "Pai,
Pai, por que me abandonastes?" ("Elli, Elli, lema
sabacthani?"). Mas quase que imediatamente,
arrepende-se, lembrando de suas meditações no
horto das oliveiras e como que pedindo perdão a
Deus exclama: — "Seja feita a vossa vontade."
Os guardas e um dos ladrões na cruz, não
entendem direito as palavras murmuradas por
Jesus, e fazem troça com o que Jesus fala. E
ironizam dizendo que Ele estava chamando por
Elias, pedindo que Elias o salvasse. Quando na
verdade Jesus chamava por Deus (Elli) e não pelo
profeta Elias.
Sofrendo muitas dores, Jesus pede água: —
"Tenho sede. Dai-me de beber!", diz. E um guarda,
apiedando-se d'Ele, pega a água de seu cantil (que
na realidade era água com um pouco de vinagre,
conforme era comum aos guardas da legião
romana e à qual eles estavam bastante
acostumados, isto porque os guardas não
carregavam água pura em seus cantis, sem nada,
pois água pura, sozinha, não alimenta e não mata
a sede, por isso os guardas romanos carregavam
sempre água misturada com um pouco de
vinagre), e embebendo um chumaço de pano das
próprias vestes de Jesus na água misturada com
vinagre, oferece a Ele para matar a sede.
Entretanto, Jesus supondo tratar-se de mais um
deboche, mais um escárnio, ante o gosto estranho
da água, cospe e rende-se: — "Tudo está con-
sumado. Pai, em tuas mãos eu entrego meu
espírito."
Como era sexta-feira, véspera de um sábado —
que é sagrado para os judeus -, dois essênios
pertencentes à irmandade de Jesus, José de
Arimatéia (um rico comerciante e que era
simpatizante, mantenedor e permanente doador
de recursos às causas essênias ) e Nicodemos (um
mestre essênio, um dos doze primeiros essênios
que compunham a Sociedade Secreta e um
fervoroso admirador de Jesus) vão até Pilatos e
fazem um pedido respeitoso em razão de suas
religiões, ou seja, como aproximava-se o sábado
sagrado dos judeus (que começava às seis horas
da tarde da sexta-feira, ou na décima segunda
hora, deles), nenhum judeu poderia atravessar o
sábado sagrado em sofrimento a caminho da
morte. E em razão disso, solicitavam, José de
Arimatéia e Nicodemos, que fossem apressadas as
mortes dos três crucificados, e em especial
pediam autorização a Pilatos para sepultar o corpo
de Jesus, uma vez que ele era essênio e seu corpo
não poderia ficar insepulto num sábado sagrado.
Contrariado com o que havia acontecido durante o
julgamento de Jesus, e parcialmente arrependido
por ter cedido às pressões dos saduceus e fariseus
do sinédrio, Pilatos autoriza que sejam apressadas
as mortes dos três crucificados e que o corpo de
Jesus fosse entregue aos dois religiosos essênios.
Acompanhados por um guarda para garantir o
cumprimento das ordens de Pilatos, José de
Arimatéia e Nicodemos, que sabiam que nenhum
dos três crucificados havia morrido ainda, uma vez
que a morte na cruz demora muitas e muitas
horas e em geral até dias, engendravam um plano
para ver se conseguem salvar Jesus da morte.
Em lá chegando, o guarda enviado por Pilatos
transmite aos outros três guardas, que guardavam
o local da crucificação, que a morte dos três
crucificados deveria ser abreviada por ordem de
Pilatos e que o corpo de Jesus fosse entregue, para
sepultamento, aos dois religiosos essênios.
Cumprindo as ordens de Pilatos, os guardas soltam
as amarras dos tornozelos de um dos ladrões
crucificados, arrancam o suporte dos pés e
quebram-lhe as pernas para que, com o corpo
pendente, sem sustentação, morresse por asfixia
em função do seu próprio peso.
O mesmo é feito com o outro ladrão, mas quando
isto vai ser feito com Jesus, José de Arimatéia e
Nicodemos interferem e dizem que pela religião
deles (essênia) nenhum osso poderia ser quebrado
após um homem estar morto e alegam que não é
necessário quebrar as pernas de Jesus, pois Ele já
estaria morto.
Concordando, em princípio, um dos guardas então
pega uma lança e dá uma estocada abaixo da
costela esquerda de Jesus para certificar-se de que
Jesus havia realmente morrido. E imediatamente
escorre sangue e soro (um líquido como água).
Com a descida do corpo de Jesus da cruz,
consuma-se o maior de todos os sofrimentos sobre
a face da Terra, o derradeiro sofrimento, a agonia
e desespero de uma mãe, que depois de assistir à
todas as maldades, ofensas, humilhações, torturas
e selvagerias feitas contra seu filho, toma-O no
colo, após a crucificação, e consola-O mesmo
morto. É a imagem da "Pietá".
Entretanto, José de Arimatéia e Nicodemos, ainda
supondo estar Jesus vivo, em estado de letargia ou
em estado de coma, envolvem-No em um lençol
branco, apressam-se em carregá-Lo até o
sepulcro, e ao mesmo tempo pedem às mulheres,
que estavam acompanhando Jesus o tempo in-
teiro, que trouxessem panos, ataduras, unguentos,
óleos e ervas curativas.
Desconfiados, dois guardas colocam-se na porta
de entrada do sepulcro, aguardando a saída das
pessoas para fechar a entrada do sepulcro com
uma pedra. Entretanto, como eles demorassem
muito a sair, os guardas ficaram bastante irritados
e desconfiados daquela atitude.
Após um longo período no sepulcro, os seguidores
de Jesus justificam a demora na saída dizendo que
as ervas, óleos e perfumes que foram levadas
eram para embalsamar o corpo e que os rituais
essênios para a encomenda da alma eram
bastante demorados. (Na realidade, o ritual de
embalsamento e um tratamento curativo, como no
caso de Jesus, têm procedimentos semelhantes e
por isso demoram aproximadamente o mesmo
tempo)
Contrariados, finalmente os dois guardas rolam a
pedra fechando a entrada do túmulo, e principiam
a vigiar para que não roubassem o corpo de Jesus,
pois os sacerdotes saduceus haviam pedido a
Pilatos que os guardas não se afastassem do
túmulo por pelo menos três dias, vez que Jesus
havia prometido ressuscitar após o terceiro dia, e
eles não queriam histórias e invencionices de
ressurreição.
Junto com os guardas, velando a entrada do
sepulcro, ficaram as seguidoras de Jesus, as
mulheres de Jerusalém, até tarde da noite.
Entretanto, no alvorecer do dia seguinte, sábado
sagrado dos judeus, o sepulcro estava aberto, sem
a pedra que fechava a entrada e os guardas não
estavam mais guarnecendo o sepulcro. Mas, o
mais misterioso é que o corpo de Jesus havia
sumido.
Segundo o evangelista Mateus (28:11-15), os
sacerdotes saduceus e os guardas, sabendo do
misterioso desaparecimento do corpo de Jesus,
ainda no sábado, teriam inventado uma história de
que os discípulos de Jesus teriam vindo à noite e
roubado o Seu corpo.
Ainda segundo Mateus, esta "mentira" estaria
vigorando até a data em que ele escreveu o
evangelho.
Os dois evangelistas (Marcos e João) pouco falam
do corpo de Jesus, exceto que o corpo
misteriosamente sumiu e nunca foi encontrado.
Entretanto Lucas é mais rico em detalhes. Fala que
as mulheres (as primeiras que viram o sepulcro
aberto e as primeiras que viram Jesus ressuscita-
do. Mas isso não contava, pois eram mulheres,
seres inferiores, eram somente mulheres. Suas
palavras não valiam nada) ao visitarem o sepulcro
viram dois essênios, da irmandade de Jesus,
vestidos de branco, muito alvo, resplandecente,
que pareciam anjos e que com elas conversaram.
(Marcos, no entanto, diz que era somente um
jovem essênio vestido de branco. Já Mateus atribui
esta pessoa a um anjo)
Lucas, sempre mais rico em detalhes, afirma em
(24:4-5) "Estando elas perplexas com o caso (do
desaparecimento do corpo de Jesus), apareceram-
lhe dois homens em trajes resplandecentes (os
dois essênios já citados). Como estivessem
amedrontadas e voltassem o rosto para o chão,
eles disseram-lhes: “Por que buscais entre os
mortos Aquele que vive?"
Lucas segue dizendo que Jesus não estava mais
ali, havia ressuscitado, exatamente conforme Ele
havia prometido, ressurgir dos mortos ao terceiro
dia (Embora de sexta-feira a domingo houvesse se
passado muito menos de três dias. Ou seja, um dia
e meio de luz ou duas noites completas).
Nota do autor: Desse ponto em diante, é preciso
entender a ressurreição de Jesus como uma
questão de fé e religiosidade e não somente como
uma simples e documentada questão de história.
Razão pela qual, neste livro, para que o leitor
possa ter a liberdade de escolha entre a fé e a
razão, foram colocados dois finais, onde em um
final são atendidos os interesses religiosos, da fé,
em que Jesus ressuscita dos mortos, assombrando
e modificando o mundo; e no segundo final, que
atende aos interesses frios e documentados da
história em si, até então pouco conhecida, em que
Jesus não morre na cruz e tem uma vida
grandiosa, após escapar dos seus algozes. (A
escolha do final é do leitor)

Mas, voltando ao primeiro final: Jesus ressurge


entre os mortos, mas estranhamente ninguém O
reconhece. Maria Madalena não reconhece
Jesus. Os dois seguidores de Jesus que seguiam no
caminho de Emaús, andam quilômetros pelo
caminho inteiro com Ele e não O reconhecem.
Nem mesmo quando Ele aparece aos 10 discípulos
(Judas Iscariotes e Tomé não estavam presentes),
estes não O reconhecem num primeiro momento.
Lamentavelmente, sendo o episódio mais
significativo de toda a Bíblia, que é a ressurreição
e a prova definitiva da vida eterna, os apóstolos
pouco falam a esse respeito, proporcionalmente ao
tanto que se fala de outras coisas, como
curandeirismo, por exemplo, sem esta relevância.
Mateus quase não fala sobre a ressurreição de
Jesus. Quando fala é vagamente sobre as mulheres
(sem precisar quantas) que o viram e num curto
relato, apresenta Jesus, muito tempo depois,
aparecendo aos discípulos, não mais na Judéia,
mas já na Galiléia.
Marcos é muito sucinto e fala muito pouco a
respeito de ressurreição. Muito rapidamente fala
da aparição para Madalena, aos dois de Emaús e
aos discípulos ainda na Judéia.
Lucas é o mais pródigo nos detalhes sobre a
ressurreição, em 24:36-42. Fala do aparecimento
de Jesus aos dois a caminho de Emaús, mas ao
falar na aparição de Jesus aos discípulos apresenta
um espírito de Jesus materializado, em carne e
osso, pedindo que O toquem para sentir Sua
carne. E depois, depois da morte, com fome e
sede, Jesus pede comida (servem peixe a Ele) e
bebida.
João Evangelista fala quase tanto quanto Lucas. Só
que no aparecimento de Jesus para Madalena, que
ela não o reconhece, Ele aparece junto com o
essênio vestido de branco. E ainda, no relato de
João Evangelista, um dado muito curioso e místico,
Jesus diz que ainda não subira aos céus. E, horas
depois, de tarde, Jesus aparece aos discípulos
(Sem Judas Iscariotes e sem Tomé). Entretanto,
Tomé, que estivera ausente, ao saber da
ressurreição de Jesus, duvida do renascimento e
diz que quer tocar as feridas de Jesus para
acreditar na reencarnação.
E oito dias após, ainda sem subir aos céus, Jesus
aparece novamente aos 11 (Sem Judas Iscariotes)
ainda na Judéia e desta vez com Tomé presente.
Tomé, entretanto, somente acredita em Jesus
tocando-Lhe as feridas físicas, materiais (feitas no
espírito?). E muito tempo depois Jesus aparece na
Galiléia a Pedro, Tomé e Natanael.
E com este relato, a Bíblia encerra os seus quatro
evangelhos narrando a vida de Jesus.
É certo que todo esses registros sobre a história de
Jesus poderia ter-se perdido no tempo e o
cristianismo sequer ter se desenvolvido e tomado
as proporções que tomou, não fosse, entre outras
coisas, a participação abnegada de um homem,
um discípulo — a posteriori — que tornou-se o
maior responsável pela difusão e propagação do
cristianismo como religião, e que contribuiu mais
do que qualquer outro discípulo de Jesus para a
implantação mundial do cristianismo: Saulo / Paulo
de Tarso.
Natural da cidade de Tarso, na Turquia, Paulo de
Tarso, nascido Saul (hebreu) ou Saulo (romano) e
mais tarde passando a Paulo, era um defensor do
judaísmo ortodoxo, colocando-se a serviço de
Roma (tinha a cidadania romana), como uma
espécie de oficial assistente, ferrenho perseguidor
de cristão. Perseguiu e matou muitos cristãos, e
que de tanto perseguir cristão e de tanto perseguir
Jesus ("Saulo, Saulo, por que me persegues?") e
aprender sobre Sua vida, acabou transformando-
se no maior admirador do cristianismo e o seu
maior propagador.
A transformação e conversão de Paulo de Tarso foi
uma questão tão importante e acima de tudo tão
surpreendente e inimaginável (algo como um dia
ser possível haver paz sobre o povo de Israel), que
merece por si só um registro destacado. Paulo era
hebreu, mas também era um cidadão romano,
defensor das tradições judaicas, que não aceitava
Jesus como o messias, como a maioria dos judeus,
e que durante a perseguição a Jesus, no caminho
de Damasco, converte-se diante de Jesus e
transformando-se em seu discípulo, contra a
opinião de todos os demais discípulos, e
principalmente enfrentando os ciúmes, a
presunção e arrogância de Pedro (que considerava
a si mesmo como o discípulo número um), João (o
evangelista pernóstico e fútil, que achava que
Jesus amava somente a ele) e Tiago (irmão de
Jesus, que imaginava herdar o cristianismo pelo
parentesco, e a quem a Bíblia chama de Tiago de
Jerusalém, com receio de identificá-lo
corretamente como irmão de Jesus, para não
descaracterizar Maria como "virgem").
Paulo de Tarso deixou o maior de todos os legados
do cristianismo. Escreveu, pregou e deixou obras,
registros e ensinamentos mais do que todos os
outros discípulos juntos. Foi o maior e mais claro
propagador das verdadeiras "boas novas"
(evangelho) de Jesus. Centrou seus ensinamentos
na verdadeira pregação de Jesus, na divulgação do
humanitarismo, na paz, na esperança, no perdão,
ao invés de valorizar o curandeirismo conforme
fizeram os quatro "evangelistas". E principalmente
Paulo de Tarso difundiu o conceito de ressurreição
e vida eterna, com a possibilidade de um
renascimento e um novo porvir, como a maior
dádiva dos ensinamentos de Jesus. Correu o
mundo difundindo o cristianismo e fundando várias
e importantes igrejas. Na Anatólia / Antióquia,
atual Turquia (e não na Síria, como querem alguns,
pois a Antióquia da Síria não tem nada a ver com a
Antióquia da Turquia), levadas por Saulo, foram
criadas as bases de expansão do cristianismo. Pois
foi nas sete igrejas da Ásia (Éfeso, Esmirna,
Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia —
Todas próximas umas das outras) que o
cristianismo, como religião, teve o seu nascimento,
sua base e propagação. E foi na Anatólia /
Antióquia (Turquia) que pela primeira vez falou-se
numa nova religião que surgia, chamada
cristianismo, e chamando seus seguidores de
cristãos.
Pode parecer estranho que o cristianismo surgido
com Jesus na Palestina, tenha tido a sua base e
propagação surgido a muitos quilômetros da
Judéia e da Galiléia, exatamente na Turquia. Mas a
explicação é razoavelmente simples. Pois o
cristianismo da Palestina era só e pobremente um
dos muitos ramos do judaísmo, e deveria ficar
preso e restrito às bases judaicas, com todos os
seus ritos e sacramentos (principalmente a
circuncisão), conforme mantido e preconizado por
Tiago (irmão de Jesus), intolerante e intransigente
com os gentios (não-judeus), de quem não queria
a conversão ao cristianismo. Entretanto, Paulo de
Tarso queria e fez o inverso. Ou seja, tirou o
cristianismo da obscuridade e da limitação de
simples ramo religioso judeu, restrito somente a
judeus, para o universalismo da prática cristã,
aberto a gentios (não-judeus) adeptos de outras
religiões que quisessem se converter, sem ter que
seguir os ritos judeus (circuncisão, jejum, etc.). E
mais atrevido ainda foi Paulo de Tarso, ao
enfrentar os judeus ortodoxos, separando, de vez,
o judaísmo do cristianismo, atribuindo importância
maior a Jesus do que a Adão (em quem ele não via
importância alguma), e do que Moisés (a quem
atribuía somente relativa importância), e
estabelecendo o nascimento de Jesus como o
maior marco da humanidade, o ano zero, que
dividiria a humanidade em antes e depois de
Jesus.
Com esta prática e abertura ousadas, Paulo de
Tarso tirou o cristianismo da condição de uma
religião judaica tribal, restrita à palestina e aos
judeus, como queria Tiago, para lançar as bases
de uma gigantesca religião universal. E com isso
Jesus deixou de ser apenas um messias judeu,
renegado pelos próprios judeus, e passou a ser o
salvador de todos os povos. (Só isso merecia um
lugar único e de destaque para o discípulo Saul /
Saulo ou Paulo de Tarso)

2° Final
Jesus NÃO Morre na Cruz

(Nota do autor: Conforme alertado


anteriormente, o primeiro final, em que Jesus
morre na cruz, é um final em respeito à f é que
cada um possa ter e não é intenção do autor
discutir a fé. Entretanto, abstraindo-se a questão
da fé tradicionalista, caso seja de interesse do
leitor buscar um Jesus histórico, que não
necessariamente altera a fé (em sua essência),
baseado em documentos, fatos, evidências e
provas, o leitor poderá se informar neste
segundo final em que Jesus não morre na cruz)

Tão logo Jesus foi levado pelos judeus (saduceus


e fariseus) e pelos guardas para ser crucificado,
diferentemente dos discípulos de Jesus que
estavam apavorados e com muito medo de ter o
mesmo destino do mestre, dois seguidores
arquitetam um plano de salvamento de Jesus:
José de Arimatéia (um rico comerciante e o maior
doador e mantenedor individual dos essênios) e
Nicodemos (um dos doze essênios que formavam
a primeira Sociedade Secreta: Jesus, João Batista,
Benjamim, Samuel, Isaac, Jacob, Aarão, Josias,
Nicodemos, Amós, Silas e Oséas)
Sabendo de antemão que a crucificação não
mata rapidamente e sim por demorada e muito
prolongada exposição ao tempo e à dor, e que
Jesus por ser essênio, de vida bastante regrada,
e de cuja formação fazia parte a doutrinação do
controle da mente sobre o corpo, Ele suportaria
dores que as pessoas comuns normalmente não
suportam, e por isso, as chances de Jesus
suportar a dor na cruz, mais do que as pessoas
normais, seriam ainda muito maiores do que as
de uma pessoa comum. E com isso a chance de
sobrevivência de Jesus à crucificação seria muito
grande.
De posse deste conhecimento e certeza, José de
Arimatéia e Nicodemos iniciam então a execução
do plano de salvamento de Jesus. Vão até Pilatos
e convencem-no de que por ser sexta-feira,
véspera do sábado sagrado dos judeus, e que a
agonia e sofrimento dos crucificados deveria
ultrapassar a décima segunda hora (seis horas
da tarde) e conseqüentemente após aquele
horário já seria sábado. Pedem então que Pilatos
autorize antecipar a agonia dos crucificados,
matando-os, para que não morressem no sábado
sagrado. E em especial pediram também a
autorização de Pilatos para sepultar o corpo de
Jesus, uma vez que José de Arimatéia era rico e
dispunha de um sepulcro particular disponível e
que Jesus, por ser essênio, Seu corpo não poderia
ficar insepulto.
Sem perceber o plano de José de Arimatéia e
Nicodemos, e achando justa a solicitação
religiosa, Pilatos autoriza a antecipação da morte
dos três crucificados (Jesus e os dois ladrões
crucificados), assim como autoriza, também, a
entrega do corpo de Jesus a José de Arimatéia e
Nicodemos para sepultamento.
De fato, em chegando ao local da crucificação,
conforme o esperado, constataram que nenhum
dos três crucificados havia morrido (Jesus e os
dois ladrões estavam vivos), pois havia se
passado somente cerca de três horas que
estavam sofrendo aquela tortura. O que em
termos de sofrimento é bastante, mas em termos
de ser fatal ou mortal, é muito pouco tempo.
Cumprindo as determinações de Pilatos, os
guardas soltam as amarras dos tornozelos dos
ladrões crucificados, arrancam os suportes dos
pés, quebram-lhe as pernas para que morressem
por asfixia em função do peso de seu próprio
corpo.
Quando o mesmo procedimento é iniciado com
Jesus, espertamente José de Arimatéia e
Nicodemos interferem dizendo que pela religião
deles (essênia) nenhum osso poderia ser
quebrado após um homem estar morto e alegam
que não seria necessário quebrar as pernas de
Jesus, pois Ele já estaria morto (e de fato Jesus
estava como se estivesse morto, em estado de
letargia, semelhante a um coma).
Para que não restasse dúvidas quanto a morte
de Jesus, um dos guardas então pega uma lança
e dá uma estocada abaixo da costela esquerda
de Jesus. E imediatamente escorre sangue e soro
(um líquido como água).
É o suficiente para que Nicodemos (por ser um
sábio essênio, dominando perfeitamente a cura e
a medicina) constatasse que Jesus realmente
estava vivo, uma vez que se não houvesse mais
vida em Jesus não haveria como ter a fluidez
sangüínea apresentada. Pois não havendo mais
vida não havia como o sangue circular e jorrar
como jorrou.
Acreditando piamente ainda estar Jesus vivo, em
estado de letargia, José de Arimatéia e
Nicodemos apressam-se em retirar Jesus da cruz,
envolvendo-O rapidamente em um lençol branco,
carregando-O até o sepulcro, e ao mesmo tempo
pedindo às mulheres, que estavam acompanhan-
do Jesus o tempo inteiro, que trouxessem,
rapidamente, panos, ataduras, assim como os
unguentos, óleos e várias ervas curativas
previamente preparadas e já separadas na casa
de um "irmão" essênio.
Sem muita surpresa, constataram, que de fato,
Jesus estava muito mal, ferido e traumatizado
pela tortura, mas estava vivo, sem nenhum osso
quebrado, e sem haver sido atingido qualquer
grande artéria ou veia que pudesse causar
grande hemorragia.
Enfim, Jesus estava vivo e podia ser curado...
Usando os conhecimentos curativos das ervas,
dos unguentos, e dos óleos medicinais, que os
essênios conheciam muito bem, Nicodemos e
José de Arimatéia, trataram de todos os
ferimentos e colocaram ervas, unguentos e óleos
medicinais cobertos por ataduras em todos os
locais de feridas. Enquanto que para simular o
sepultamento de Jesus, as mulheres que
acompanhavam Jesus rezavam alto e
pranteavam de modo a não gerar desconfiança
por parte dos guardas.
Como demorassem muito no tratamento das
feridas, os guardas que estavam vigiando a
entrada do sepulcro começaram a reclamar e a
pedir o término daquele "funeral".
Após completar todo o serviço de curativos em
Jesus, o seu corpo é parcialmente coberto com o
lençol usado para carregá-lo da cruz e saem
todos para não despertar maiores suspeitas nos
guardas.
Para garantir que Jesus estaria em segurança, as
mulheres que acompanharam Jesus
permaneceram em frente ao sepulcro, montando
vigília juntamente com dois guardas, após o
sepulcro ser fechado por um pedra.
Altas horas da noite, José de Arimatéia e
Nicodemos retornam com mais dois essênios
mestres, pertencentes àquela primeira formação
de doze mestres que compunham a primeira
base essênia da Sociedade Secreta, com Jesus,
João Batista e outros dez, vestidos de branco, um
branco resplandecente, bastante incomum de se
ver habitualmente, e dispensaram as mulheres
que seguiam Jesus, para que pudessem ir para
casa descansar, enquanto José de Arimatéia e
Nicodemos montavam vigília durante a noite
toda.
Como trouxessem vinho, pão, azeite e queijo
para passarem a noite em vigília, com o avançar
das horas ofereceram aos dois guardas um dos
vinhos especialmente preparado com uma
beberagem de modo a apressar-lhes o sono. E,
realmente, pouco tempo depois os guardas
estavam dormindo em sono profundo, e os
quatro (Nicodemos, José de Arimatéia e os outros
dois mestres essênios) entram no sepulcro,
retiram os primeiros curativos aplicados em Jesus
(que mais tarde são achados por Pedro,
espalhados pelo chão e por toda parte, conforme
relatado em João (20:5-7), refazem os curativos e
cuidadosamente carregaram Jesus para um
abrigo seguro, na casa de um "irmão" da
sociedade dos essênios, mantendo-O oculto até
Sua completa recuperação.
Segundo o receituário essênio, uma combinação
de doze plantas, óleos e medicamentos foram
aplicados em Jesus: 1) Cera branca; 2) Goma
Gugal (também conhecida como bálsamo
dendron mukul) ; 3) Plumbi oxidum; 4) Mirra
(também conhecida como bálsamo dendron
myrrh); 5) Galbanaum; 6) Aristoelchia longa; 7)
Subacetato de cobre; 8) Goma ammonicum; 9)
Resina de pinus longifolia; 10) Olibanum; 11)
Aloés; 12) Óleo de oliva (azeite).
Ao raiar do dia, no sábado, vendo o sepulcro
aberto e tendo o corpo de Jesus sumido, os
guardas, com medo de Pilatos, vão até os
sacerdotes saduceus e contam-lhes a história do
desaparecimento do corpo de Jesus. No que os
sacerdotes saduceus tranqüilizam os guardas e
garantem que, caso a história chegue aos
ouvidos de Pilatos, eles (os sacerdotes) iriam
convencer Pilatos a não punir os guardas,
deixando-os em paz, pois era sabido que os
discípulos de Jesus iriam mesmo tentar roubar o
corpo.
Esta história está parcialmente contada em
Mateus (28:11-15) Entretanto, como o cadáver
de Jesus jamais apareceu e isto desmoronaria a
tese da ressurreição, pois ninguém ressuscita
sem morrer e para morrer tem que haver um
cadáver; este corpo de Jesus morto jamais
apareceu. E Mateus, novamente, conta
exatamente esta história do roubo do corpo, mas
depois diz que é mentira.
Para os próprios cristãos, segundo evidências
claras na Bíblia, Jesus não morreu na cruz. Senão
vejamos:
João (20:11-17) — Dois essênios de branco
(confundidos como anjos) são vistos no sepulcro
e Jesus — depois de "morto" — diz para
Madalena, dentro do sepulcro, que ainda não
havia morrido.
"Jesus disse-lhe: = Não Me detenhas porque
ainda não subi para Meu Pai."
Lucas (24:4-5) — Dois essênios de branco,
resplandecentes, estão no sepulcro vazio e falam
para Madalena, Joana e Maria mãe de Tiago: —
"Por que buscais entre os mortos Aquele que
vive?"
Mateus (28:3) — Um essênio, vestido de branco,
estava no sepulcro e fala às mulheres sobre o
desaparecimento do corpo de Jesus. (Aqui uma
questão simples: Se Jesus tivesse morrido
(matéria) e ressuscitado (espírito)... onde foi
parar o corpo? Tinha de haver um corpo. Tinha
de haver a matéria).
Marcos (16:5) — Um jovem essênio, vestido de
branco, guardava o túmulo de Jesus e fala com
Madalena, Salomé e Maria Mãe de Tiago. — Aqui
sai Joana e entra Salomé, mas tudo bem —
(Novamente a mesma questão simples: Se Jesus
tivesse morrido e ressuscitado... onde foi parar o
corpo?)
João (20:5-7) — Pedro entra no sepulcro e
encontra ataduras de curativos e ligaduras
espalhadas por toda parte. (Se Jesus havia
morrido na cruz... por que colocaram ataduras,
remédios, unguentos e ligaduras num "morto",
como as que Pedro encontrou no sepulcro?
Coloca-se atadura e remédio em morto?)
Lucas (24:36-43) — Diante do espanto dos
discípulos que imaginavam estar vendo um
espírito, Jesus confessa aos discípulos, com todas
as palavras que Ele não havia morrido na cruz. E
para provar que era Ele mesmo, Jesus diz: —
"Vede as Minhas mãos e os Meus pés?; Sou Eu
mesmo!" E para provar que não era espírito e
sim carne, complementa:— "Apalpai-me e olhai
que um espírito não tem carne, nem ossos, como
verificais que eu tenho!"
E para encerrar de vez a discussão sobre espírito
e matéria, Jesus pede comida aos discípulos
ainda assombrados: — "Tendes aí alguma coisa
que se coma?". Deram-lhe então uma posta de
peixe assado e, tomando-a, comeu diante deles."
Pode um relato ser mais claro? Ou seja, nem
mesmo os cristãos, mais cegamente fiéis
seguidores da Bíblia, podem acreditar na morte
de Jesus na cruz, pois o relato de Lucas (24:26-
43) é claro demais, cristalino demais,
insofismável, resistente até ao mais insano dos
exegetas de bicicleta. Jesus diz claramente que
não havia morrido na cruz ("não ascendi ao pai"),
que não era espírito e sim carne ( e para provar
que não era espírito e sim carne, complementa:
Apalpai-me e olhai que espírito não tem carne
nem ossos como verificais que eu tenho") e para
finalizar Jesus pede comida e bebida, e de fato
come peixe assado e bebe com os discípulos.
Por mais algum tempo Jesus ainda permaneceu
escondido na casa de um seguidor da Sociedade
Secreta Essênia, arranjado por José de Arimatéia
e Nicodemos. Até que, por segurança, foi levado
para o mosteiro essênio de Qunram, conforme
relatado em "The Crucifixion by an Eye-Witness
(A crucificação, por uma testemunha ocular).
Livro de pesquisa lançado em 1873, relançado
em Chicago, USA, em 1907, mas que foi
rapidamente retirado de circulação e todos os
exemplares destruídos. Uma cópia ficou em po-
der da Ordem Maçônica em Massachussets.
Outra com a Fraternidade Maçônica da Alemanha
e uma última na Ordem dos Essênios, em
Alexandria.
À partir do restabelecimento de Jesus e da
realidade de sua nova vida, um terrível dilema
passou a tomar conta dos essênios. Ou seja, se
Jesus aparecesse novamente, muito certamente
seria crucificado mais uma vez e desta vez seus
algozes iriam tomar mais precaução no sentido
de garantir que Ele fosse morto, de verdade. Por
outro lado, estando Jesus vivo e mantê-lo oculto,
todos os seus ensinamentos e legados de uma
vida inteira poderiam ser perdidos. E para piorar,
os discípulos de Jesus, que já viviam em disputas
pequenas, menores, com jogos de vaidades,
ciúmes tolos, agora sem uma liderança efetiva
de Jesus, estavam se dispersando e
absolutamente fora de controle.
Então, os mestres essênios da Sociedade Secreta
que se formara originariamente, (Jesus, João
Batista, Benjamim, Samuel, Isaac, Jacob, Aarão,
Josias, Nicodemos, Amós, Silas, Oséas) agora
com Seth ocupando o lugar deixado por João
Batista, após longas discussões, chegam à
conclusão de que Jesus deveria decidir seu
próprio destino, para que, à partir daí, a
sociedade essênia tivesse uma continuidade nor-
mal. Ou seja, ou Jesus aceitaria ficar em
definitivo no mosteiro, incógnito, para sempre,
como se efetivamente tivesse morrido, ou Jesus
deveria sair da Palestina, também incógnito, para
não comprometer a vida de seus discípulos e
seguidores, e ir para um lugar distante onde
ninguém conhecesse a sua história.
Resumindo: qualquer que fosse a decisão de
Jesus, Ele teria que assumir que havia morrido e
jamais poderia aparecer novamente como Jesus.
Sem um plano perfeitamente definido, e ainda
bastante confuso com todos os acontecimentos
que transformaram terrivelmente a sua vida, e
emparedado pela única alternativa de ter que
assumir que havia morrido, Jesus opta por deixar
a comunidade essênia e partir para fazer a via-
gem que um dia ele e João Batista haviam feito,
rumo ao extremo oriente, seguindo a rota de
seda, até a China, passando por Irã, Iraque, Índia,
Paquistão, etc.
Embora os essênios soubessem que esta era
uma das opções possíveis de Jesus, deixar a
comunidade essênia foi um choque tremendo
para a irmandade. Os essênios estavam
perdendo sua referência maior, o seu messias e
o ser iluminado em quem eles depositaram tanta
fé e esperaram por tantos e tantos anos. E para
piorar, juntamente com Jesus, mais quatro
mestres daquela primeira sociedade também
estavam deixando o mosteiro seguindo os passos
de Jesus. Restando somente seis dos essênios da
primeira Sociedade Secreta que se formou, que
ficaram na Palestina e se dedicaram à luta de
resistência e fundamentação religiosa conforme
a tradição essênia pura, dentro do mosteiro.
Estes seis essênios da primeira formação da
sociedade secreta, e mais os "irmãos" que viviam
na clausura dos mosteiros, ficaram, resistiram e
documentaram para a posteridade a vida de
Jesus e João Batista e deixaram registrado suas
vivências e ensinamentos em vários documentos
manuscritos, que posteriormente alguns destes
documentos foram encontrados ao longo de
vários séculos, sendo os mais importantes
descobertos nos séculos 19 e 20 como as
descobertas arqueológicas religiosas mais
importantes até hoje encontradas, onde os
documentos mais conhecidos — e por isso mais
importantes — são os Manuscritos do Mar Morto
ou Manuscritos de Qunram.
Lamentavelmente, esta resistência essênia e a
devoção e idolatria a Jesus e João Batista, mesmo
depois de mortos (ou "morto") acarretou mais
uma grande tragédia para os essênios, vez que
provocou uma enorme ira dos saduceus e
fariseus, a ponto de, quando da invasão das
legiões romanas destruindo Jerusalém em 70
d.C., e da diáspora do mesmo ano, os essênios
sofrerem terrível e implacável perseguição, onde
foram praticamente dizimados, não sem antes
lacrar hermeticamente seus manuscritos em
potes (urnas) de barro, guardados em
catacumbas, que duraram por séculos e séculos
até serem encontrados quase dois mil anos
depois.
Os cinco membros que saíram da comunidade
essênia (Jesus e mais quatro membros da
formação da primeira Sociedade Secreta),
uniram-se aos discípulos de Jesus de modo a
debaterem e decidirem qual o caminho a ser
tomado dali em diante.
Inicialmente foi um choque. Os discípulos não
acreditavam que Jesus estivesse vivo. Mas aos
poucos, foram se recompondo e a felicidade
passou a tomar conta de todos pela volta e
retorno do rabi. Entretanto, os planos de Jesus
não eram bem o que os discípulos esperavam.
A vontade de Jesus era sair da Palestina e seguir,
com uma outra identidade, rumo ao extremo
oriente. E tão fortemente Jesus colocou esta
questão que passou a ser ponto pacífico, a ponto
de não se discutir mais sobre isso. Quer dizer,
discutia-se muito sobre várias coisas, mas a
única certeza era que Jesus deixaria seus
discípulos (na Palestina ou espalhados pelo
mundo), mas Ele partiria incógnito, numa viagem
sem volta.
Jesus tinha irrestrita convicção sobre sua crença
e por isso assumiu que iria continuar a fazer suas
pregações "em outros apriscos", sem identificar-
se como Jesus (até para preservar sua vida, de
sua mãe, de seus irmãos e dos discípulos).
Entretanto, os demais seguidores de Jesus não ti-
nham o menor consenso sobre quais caminhos
seguir sem o messias e grande mestre. E o pior,
o que fazer com tanto ensinamento, tanta
sabedoria deixada por Jesus? Uma vida inteira de
ensinamentos estaria perdida? E os discípulos e
os seguidores de Jesus? Fariam o que? Teria
valido a pena acreditar em Jesus e depois
desperdiçar tudo?
O primeiro impulso do grupo foi manter a
sociedade unida e continuar com a pregação
religiosa, levando a palavra de Jesus a cada
canto da Terra, como se nada tivesse acontecido.
Ou melhor, como se os acontecimentos havidos
só tivessem fortalecido ainda mais a sociedade.
Jesus, de imediato foi contra esta idéia, mas à
força dos argumentos, aos poucos deu-se por
vencido ao ser convencido pelos discípulos de
que não tendo o mestre para ser perseguido, não
haveria como os saduceus e fariseus
perseguirem os seguidores de Jesus, que iriam se
espalhar por todos os cantos do mundo,
seguindo a dialética de Jesus. Entretanto, Jesus
colocou um ponto crucial: O que seria dito às
pessoas a respeito de Jesus? Isto porque, se
falassem a verdade, que Jesus não havia morrido
na cruz, haveria perseguição à sua mãe, seus
irmãos, seus parentes, seus discípulos e demais
seguidores. E rapidamente a sociedade seria
destruída. Sem contar que ninguém seria con-
vencido por uma pregação religiosa, por melhor
que ela fosse, onde o líder espiritual estava
oculto, escondido com medo de aparecer.
Por outro lado, se dissessem que Jesus havia
morrido na cruz, ressuscitado, e deixado um
legado enorme de ensinamentos, as chances de
sucesso na evangelização seriam enormes, mas
esbarraria num ponto crucial: as pregações
estariam encobertas por uma grande mentira. E
como iniciar uma pregação religiosa, embora
cheia de bons e profundos ensinamentos, cuja
base fundamental era uma mentira?
A maneira encontrada por Jesus e passada aos
discípulos para resolver este impasse foi quase
que salomônica. Ou seja, em todos os locais
onde pudessem existir registros escritos, a
verdade sobre a não-morte de Jesus seria conta-
da sempre (em todos os evangelhos, em todos os
manuscritos, em tudo que pudesse ficar
registrado para a posteridade) e claramente seria
evidenciado que Jesus não havia morrido na
crucificação. Exatamente conforme está regis-
trado em todos os evangelhos existentes
(inclusive nos da Bíblia).
Estes registros seriam guardados e ocultados em
locais seguros, secretamente, como de fato o
foram, de modo a que quando aparecessem
estes registros, no futuro, um dia, já não
estariam vivos Jesus e os primeiros discípulos,
tornando-se impossível a perseguição pessoal a
eles e a seus parentes. E ao mesmo tempo a
verdade, a história real sobre a não-morte de
Jesus estaria preservada, claramente
documentada e enquanto isso o cristianismo já
estaria alastrado pelo mundo todo, tendo como
base os ensinamentos de Jesus. E o fato de Jesus
ter morrido ou não na cruz não teria mais
importância alguma, vez que o que importava
era o legado de Jesus, sua pregação, seus
ensinamentos, suas parábolas, suas obras.
Por outro lado, na pregação oral, que é a que
convence, que atrai o adepto às idéias de
evangelização, seria dito uma mentira
temporária, provisoriamente, simplesmente
dizendo que Jesus havia morrido na cruz e que
havia ressuscitado. O que seria suficiente para
que não houvesse perseguição aos discípulos de
Jesus e para que estes mesmos discípulos
pudessem fazer suas pregações em paz, sem
serem incomodados. Pois as pregações orais
seriam feitas de imediato, enquanto que os
registros por escrito (evangelhos manuscritos)
somente seriam divulgados muitos anos após as
pregações verbais terem sido difundidas e con-
solidadas.
Ou seja, seria dito — de imediato — uma coisa
nas pregações (e com isso seriam evitadas as
perseguições) mas ao mesmo tempo a verdade
ficaria registrada, para todo o sempre, por
escrito, em todos os lugares, para serem
divulgadas mais tarde, para demonstrar que a
verdade tinha sido ocultada por bons e sólidos
motivos e que esta havia sido a única forma
encontrada para se falar da vida e obra de Jesus,
sem expor ao perigo ou risco de vida os
discípulos, os familiares de Jesus e os familiares
dos discípulos.
Assim, ciente de que Seus discípulos e
companheiros da "Sociedade Secreta de Jesus" e
os demais "irmãos" essênios iriam deixar
registrado a verdade (que Jesus não havia
morrido na cruz) em vários documentos
manuscritos, e que seus discípulos também
contariam a verdade em vários evangelhos que
seriam escritos, Jesus então concordou em que
nas pregações dos discípulos fosse dito que Jesus
teria morrido na cruz e ressuscitado.
Diante desta nova realidade, foi estabelecido o
plano de evangelização mundial, onde cada
discípulo foi orientado para seguir evangelizando
numa determinada direção geográfica, de modo
a espalhar pelo mundo os ensinamentos da
cristandade.
Alguns ficariam na Palestina mesmo. Outros
seguiriam o rumo norte, indo em direção a Roma
e ao centro da Europa (como Pedro). À oeste os
ensinamentos seriam espalhados pela África,
começando pelo norte da África. À leste, bem na
direção extrema, seriam lançadas as bases do
cristianismo no que hoje é a Rússia (a sóbria
igreja ortodoxa cristã). Ao sul, uma parte cobriria
o Egito e região, enquanto que outros seguiriam
passos semelhantes aos de Jesus (como Tomé)
pela rota da seda em direção à Índia e China.
Nesta longa viagem sem volta, aos poucos Jesus
vai se despedindo dos discípulos e indicando os
caminhos a serem seguidos: A Pedro, pede que
ele seja a base (a pedra) de sua igreja e designa
como sua função atingir a Grécia e toda a
Europa, principalmente o centro do império
romano: Roma. À Tiago e João é pedido que lan-
cem as bases religiosos e façam suas pregações
pela Palestina, Síria e terras vizinhas. À Tomé,
Jesus pede que evangelize pelo mesmo caminho
que ele irá seguir, no extremo oriente. À
Bartolomeu, Jesus pede que siga o caminho do
extremo leste, até onde hoje é a Rússia. E assim
vai indicando o caminho de evangelização a cada
um dos discípulos.
Passando pela Síria até chegar à Turquia
(Anatólia/ Antióquia), Jesus inicialmente detém-se
temporariamente na Síria, e novamente em
Damasco, com Saul/Saulo, a quem ele batizara
como Paulo (de Tarso), Jesus estabelece o maior
plano de evangelização que o mundo já viu. Ou
seja, cria as bases para que Paulo e Pedro
(principalmente), junto com alguns discípulos
pudessem criar as sete igrejas da Ásia, e dali
fazer a maior propagação religiosa sobre a face
da Terra.
Eufórico, Paulo garante a Jesus: — "Mestre,
iremos evangelizar o mundo, levar a palavra do
Senhor a cada canto da Terra e criar uma nova
Jerusalém."
Ao que Jesus contesta: — "Não Paulo. Nova
Jerusalém não! Jerusalém está perdida para
sempre. E sempre será alvo de disputas
encarniçadas, com chacais e hienas disputando
cada resto de carniça. Jamais haverá paz sobre
Jerusalém. A nossa direção é muito maior do que
Jerusalém. É um novo mundo, uma nova vida,
um novo futuro, um novo porvir!"
Repassando mais uma vez aos discípulos os seus
ensinamentos e as diretrizes religiosas da
irmandade, basicamente os ensinamentos
essênios que ele tanto pregou, difundiu,
encantou e reconfortou tantos e tantos seguido-
res; Jesus reforça então o aspecto organizacional
da irmandade, explicando que com base em doze
discípulos, que ele transformaria em doze
mestres eles conquistariam o mundo e fariam a
maior propagação de idéias religiosas que o
mundo jamais havia visto: doze discípulos se
tornam mestre e convencem doze discípulos a
que cada um convença mais doze a convencer
outros doze e assim sucessivamente, até atingir
a maior quantidade de gente possível, numa
perfeita irradiação e propagação de idéias.
Despedindo-se definitivamente de seus
discípulos, Jesus deixa Paulo na Turquia, com a
missão de estabelecer sete pontos, em sete
igrejas, para que depois de estabelecido estes
sete pontos dali seguisse numa peregrinação
percorrendo o mundo e difundindo as boas novas
de Jesus. Enquanto que Jesus partiria para sua
nova vida como um homem sem nome e sem
passado. Assumindo uma vida inteiramente
nova, fazendo as mesmas pregações que sempre
fizera ao longo de toda a sua vida, sem,
entretanto, poder dizer que Ele era Jesus e que
não havia morrido na cruz.
Em seu rastro vai deixando para trás a Palestina,
Síria e Turquia onde torna-se um profeta para os
muçulmanos (logicamente sem falar em
crucificação, reencarnação, pois estes são
aspectos inadmissíveis para os muçulmanos). E
como profeta muçulmano, desce pelo que hoje é
o Iraque, Irã e Paquistão. (Embora
lamentavelmente mais de 90% — noventa por
cento — dos cristãos não saibam, Jesus também
é um profeta muçulmano, tem uma importância
fantástica para aquela religião, como nenhum
outro de qualquer religião, salvo Maomé)
Chegando na Índia e Nepal, arregimenta não só
seguidores muçulmanos que o têm como um
profeta, como passa a ser idolatrado no
hinduísmo e no budismo, como um iluminado.
(Um caso único no mundo. Idolatrado pelo cris-
tianismo, pelos muçulmanos, pelo hinduísmo e
pelos budistas)
Para os muçulmanos não ortodoxos, do ramo
Ahmadiyya, fundado no século dezenove por
Hazrat Mirza Ghulam Ahmad de Qadian,
Paquistão, com milhões de seguidores
espalhados pelo mundo todo, após longa
pesquisa por toda a Ásia, e os caminhos
percorridos por Jesus após a crucificação, eles
têm como certo e verdadeiro que Jesus não
morreu na cruz, sobreviveu à crucificação em
estado de torpor e letargia, com o coração lento
e pulso fraco, quase imperceptíveis, foi salvo
pelos essênios que fizeram atendimento médico
com ervas curativas, óleos medicinais e
unguentos, ainda no sepulcro e foi viver na
região da Caxemira (entre a Índia e o Paquistão),
onde teria se casado, teve um filho, e morreu de
velho, com cerca de quase 100 anos.
A maioria dos escritos muçulmanos refere-se a
Jesus (Yesus) como "Yuz" ou como Yuz (Líder)
Asaf (Curador), líder das curas (ou Yuzu Asaph).
Em amplas descrições muçulmanas, inclusive
ligando Jesus a Maria e Tiago, não deixam a
menor dúvida que Jesus adotou como nome pro-
fético o "título" que lhe atribuíram: Yuz (Líder)
Asaf (Curador), líder das curas.
Nas tradições Iranianas, por exemplo, contadas
por Agha Mustafai, Yuz Asaf veio pregando do
oeste (Palestina e Síria) arrebanhando muitos
seguidores, a sua pregação era a mesma que
Jesus pregava quando na Palestina. Entretanto, a
única diferença é que Ele não falava em
reencarnação. Ou porque isso era contra os
conceitos do Islam, ou porque os documentos
muçulmanos não quiseram registrar casos
polêmicos como reencarnação que só interessa-
vam aos cristãos.
E, finalmente, na região de destino de Jesus (Yuz
Asaf) que inicialmente era Índia e Nepal e que
acabou tendo como residência final a região da
Caxemira (área de disputa entre Índia e
Paquistão), lá encontramos o seu último e
derradeiro registro: A sepultura em Srinagar,
capital da Caxemira (Índia) como o profeta Yuz
Asaf.
Em documentos existentes em mosteiros na
Índia há a versão de que Jesus teria vivido com o
nome de Yuz Asaf, até a velhice, em Srinagar,
capital de Caxemira, onde se casou, teve filho e
viveu até próximo dos cem anos.
Ainda em Srinagar, há um monumento em
homenagem ao trono de Salomão, que foi
parcialmente destruído pelos Sikhs em 1819,
mas que restaram quatro inscrições em Persa,
das quais as duas últimas foram descritas pelo
historiador muçulmano da Caxemira, Mulla
Nadiri, em 1413, como:
"Nesta época, Yuz Asaj, proclamado como
profeta, no ano cinqüenta e quatro do reinado do
Marajá Gopadatta, é Ele mesmo Jesus, profeta
das crianças de Israel."

Nota do autor: A data, ano 54 do reinado do


Marajá Gopadatta, é tido como ano 107 da nossa
era, pelo historiador alemão Holger Kersten,
enquanto que o professor Fida Hassnain, diretor
arqueólogo da Caxemira e especializado em
antigüidades aponta o ano 78 d.C. como sendo o
ano 54 do reinado de Gopadatta.

Há na cidade de Srinagar uma sepultura com a


placa na qual se lê Rozabal ou Roza bal (Túmulo
Sagrado) "Tumulo de Yuz Asaf". Nesses
documentos, diz-se que Yuz Asaf (que em Persa
quer dizer algo como "líder das curas") foi um ho-
mem que chegou à Índia no reino do rajá
Gopadatta e passava os dias rezando a Deus e
meditando. Ressalta também que ele "pregou a
existência de um único Deus até a morte".
A sepultura de Srinagar (Roza bal) é reconhecida
mundialmente como um monumento santo
desde 1766 e anualmente milhões de
muçulmanos, cristãos, hindus e budistas, do
mundo inteiro, fazem romaria ao túmulo de
Jesus/Yuz Asaf e prestam homenagem a um
exemplo único no mundo, capaz de reunir ao
mesmo tempo as quatro maiores religiões do
mundo venerando uma única pessoa: Jesus.

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