1) Pilatos tenta evitar a crucificação de Jesus e ordena que seja chicoteado. Quando isso não satisfaz os líderes judeus, ele propõe um julgamento público.
2) Durante o julgamento, a multidão orientada pelos líderes judeus pede a crucificação de Jesus. Pilatos tenta libertá-Lo, mas cede à vontade popular.
3) Jesus é condenado à crucificão e levado ao Gólgota, carregando Sua cruz e sofrendo maus-tratos ao longo do
1) Pilatos tenta evitar a crucificação de Jesus e ordena que seja chicoteado. Quando isso não satisfaz os líderes judeus, ele propõe um julgamento público.
2) Durante o julgamento, a multidão orientada pelos líderes judeus pede a crucificação de Jesus. Pilatos tenta libertá-Lo, mas cede à vontade popular.
3) Jesus é condenado à crucificão e levado ao Gólgota, carregando Sua cruz e sofrendo maus-tratos ao longo do
1) Pilatos tenta evitar a crucificação de Jesus e ordena que seja chicoteado. Quando isso não satisfaz os líderes judeus, ele propõe um julgamento público.
2) Durante o julgamento, a multidão orientada pelos líderes judeus pede a crucificação de Jesus. Pilatos tenta libertá-Lo, mas cede à vontade popular.
3) Jesus é condenado à crucificão e levado ao Gólgota, carregando Sua cruz e sofrendo maus-tratos ao longo do
sua esposa havia ouvido secretamente a algumas pregações de Jesus, e que por isso pediu a Pilatos que poupasse Sua vida, eis que Pilatos tenta uma solução alternativa. Ou seja, manda prender Jesus e chicoteá-Lo, para ver se, com isso, atendia tanto ao sinédrio, aplacando a sua ira, quanto à sua esposa, que não queria ver Jesus morto. Os discípulos de Jesus, que até então esgueiravam-se pelos cantos e perambulavam pelas ruas procurando saber a respeito do andamento do julgamento de Jesus, ao saberem da prisão e do chicoteamento, covardemente começam a esconder-se. Fogem todos, sumindo para não serem localizados e apanhados como cúmplices dos mesmos "crimes" de Jesus. Até mesmo Pedro, que acompanhava mais de perto as inquirições a Jesus, indo às portas do templo, do sinédrio, e dos palácios de Pilatos e Herodes, agora Pedro fugia como um coelho assustado. Até que subitamente próximo à es- cadaria do palácio de Pilatos uma escrava que ouvira Jesus pregar, questiona Pedro: — "Tu és amigo de Jesus, o galileu. Tu estavas com ele." E Pedro, amedrontado, responde: — "Não sei quem ele é. Não conheço este homem." E corre apavorado, até que mais adiante pára por um instante e assustado teve arrepios ao lembrar do que Jesus havia dito sobre a traição e a negação pelos amigos. Judas Iscariotes, por sua vez, estava inconsolável, pois tudo estava saindo errado, completamente diferente do que ele imaginara. O julgamento "justo", que deveria livrar Jesus duma morte traiçoeira, pelas costas, havia se transformado num verdadeiro linchamento moral. Os romanos, tradicionais inimigos dos judeus, não condenaram Jesus e nem queriam condená-Lo, mas seu próprio povo, os próprios judeus (saduceus e fariseus) estavam arrastando-O à crucificação. E Jesus, mesmo diante da morte que se desenhava não fazia nada para alterar Seu destino. Não procurava Se salvar. Deixava-Se conduzir à morte como um cordeiro. Era incompreensível. Inaceitável. De nada havia adiantado o beijo na boca, transmitin- do sabedoria a Jesus. Isso tudo torturava Judas Iscariotes e consumia-lhe em vida. No dia seguinte, sexta-feira, ao saberem da pena alternativa aplicada a Jesus, sem execução por crucificação, os juízes do sinédrio enfrentam Pilatos e veladamente fazem-no ver que não punir Jesus exemplarmente com a crucificação, por ter- se declarado "rei dos judeus" poderia chegar aos ouvidos de César como uma conspiração de Pilatos contra o imperador, que àquela altura vivia uma paranóia profunda com alucinações sobre conspirações de novos reinos. Entendendo o recado dos saduceus e fariseus, e mesmo assim não querendo punir pessoalmente Jesus por algo que Ele não havia feito, Pilatos propõe um julgamento público de Jesus, com o voto do povo. (O que é um preceito romano normal de julgamento. Uma espécie de júri popu- lar). Jesus, então, é trazido preso a grilhões e amarrado, com as roupas marcadas de sangue nas costas, devido às chicotadas. E apresentando Jesus ao povo, para julgamento em frente à escadaria do palácio, Pilatos anuncia: "Ecce Homo!" (Eis aqui o homem). Abaixo das escadarias o povo (orientado e manipulado pelos saduceus e fariseus) se amontoava e gritava pedindo a crucificação de Jesus. Era até compreensível, pois os discípulos e simpatizantes de Jesus estavam fugidos, escondidos, com medo de serem presos. Os saduceus e fariseus insuflavam pessoas a pedir a morte de Jesus. Os zelotes, embora simpatizassem com algumas das teorias de Jesus, acham que Jesus era fraco demais, calmo demais, moderado demais, um covarde. E, de mais a mais, um zelote arruaceiro, bastante conhecido, estava preso, de nome Barrabás (Jesus bar Abás ou Jesus filho de Abás). E, como os zelotes sabiam que pela passagem da páscoa um preso seria solto, logicamente eles queriam que libertassem Barrabás e não Jesus. Pilatos, ainda tentando salvar Jesus, que mesmo sofrendo teimava em não salvar-se, eis que vira-se para Jesus e questiona: — "Quem realmente és Tu? És o messias deste povo?" Jesus fica impassível, não responde. Teimava em não defender-se. Pilatos se irrita e diz para Jesus que ele era insolente, pois ele, Pilatos, como governador da Judéia, tinha o poder de soltá-lo ou de crucificá-lo e Jesus sequer fazia algo em seu próprio favor. Para piorar a situação, Jesus responde mais uma vez de maneira altiva e firme: — "Tu não tens poder algum se Deus não o te der. Só Deus tem poder sobre Mim e sobre ti" Pilatos mais irritado ainda: — "Então, não posso te tirar a vida?" Jesus volta a afirmar: — "Podes mandar Me matar. Mas ainda assim viverei junto a Deus e só Deus pode tirar-Me esta vida eterna." Incrédulo com o que via e irritado com a intransigência de Jesus, Pilatos ainda tenta uma última cartada para salvar a vida de Jesus: — "Que pecado fez este homem? Por que querem crucificá-lo?", questiona Pilatos enfurecido e aos berros. — "Crucifica-o. Crucifica-o. Crucifica-o.", brada a multidão. A esposa de Pilatos, atrás dele, sussurra dizendo que Pilatos não deveria manchar seu nome com o sangue daquele inocente. Mas, por outro lado, Pilatos não poderia contrariar uma decisão de um julgamento popular. Pilatos, então, joga sua derradeira alternativa para tentar salvar Jesus da crucificação. Diz ao povo que conforme o costume, pela época da páscoa, perdoava-se um culpado, libertando-o. E assim, sugere que Jesus seja solto. Mas, a multidão ensandecida, comandada pelos saduceus e pelos fariseus, e ainda ajudada, desta vez, pelos zelotes, pedem a libertação do zelote Barrabás. Sem alternativas, Pilatos não vê outra saída senão render-se à decisão popular. Não sem antes mandar vir uma ânfora cheia d'água e uma bacia, e simbolicamente lava suas mão para que não as sujasse com o sangue daquele inocente. — "Não vejo crime ou pecado neste homem. Mas não posso contrariar uma decisão de um julgamento popular. Portanto, lavo minhas mãos para que não as suje com o sangue deste inocente. E s e é a vontade de todos que seja crucificado, levem-no e cumpram vocês mesmos, judeus, a justiça que acabam de fazer."
1 º . Final Jesus Morre na Cruz
Começam os maus tratos a Jesus, com Ele sendo
entregue à multidão ensandecida e os guardas simplesmente cumprindo a determinação de Pilatos de se fazer cumprir a vontade popular, mas ao mesmo tempo permitindo que os saduceus e os fariseus encarniçassem, humilhassem e tripudiassem sobre Jesus. As cenas seguintes transformam-se praticamente em um linchamento. Populares arrancam um arbusto espinhoso e tecem uma coroa de espinhos para ser colocada em Jesus. Entregam-na a um dos guardas. Os guardas riem-se do escárnio que aquilo tudo havia virado. Eram seres primitivos (não-romanos) aguilhoando sua própria gente. Judeus humilhando judeus. Era a confissão pública da autoridade moral de Roma e a baixeza e selvageria dos primitivos povos conquistados. De fato, simulando uma solenidade, com menosprezo e profundo deboche, um dos guardas coloca a coroa de espinhos na cabeça de Jesus, fazendo-o sangrar na cabeça. — "Eu te corôo, oh rei dos judeus!" Em seguida colocam nos ombros de Jesus uns trapos cor de púrpura simulando um manto real, e na mão direita uma cana, como se fosse um cajado real. A multidão ria zombeteira e dizia toda sorte de ofensas. Uns simulavam respeito debochado e ajoelhavam diante de Jesus e faziam saudações irônicas. Outros simplesmente cuspiam-lhe no rosto. Em seguida, arrastam uma trave de madeira, a parte superior da cruz à qual Jesus irá ser pregado, e obrigam Jesus a levá-la dali até o local da crucificação, no alto do morro conhecido como Gólgota (lugar da caveira ou da calva). Tem então início a "via crucis" ou "caminho do calvário", do palácio de Pilatos (Hoje Fortaleza Antônia) até o Gólgota. Por entre ruas estreitas, espremido por uma multidão que se comprimia para assistir a tudo, carregando a trave superior da cruz e vez por outra recebendo chibatadas, Jesus cai pela primeira vez. Seguindo pelas vielas, Jesus depara-se com seu maior desespero, Ele sofre como nunca ao ver Sua mãe e Seu irmão Tiago presenciando tudo e sofrendo por Ele. Guardas empurram-No e chicoteiam-No para que continue andando. Mas Jesus abate-se moralmente ao ver o sofrimento e a dor de Sua mãe e Seu irmão mais querido presenciando aquilo tudo. Quando então, um homem aparece da multidão e se oferece para ajudar Jesus. É Simão Cireneu quem socorre Jesus e ajuda-O a carregar a trave superior da cruz, com a autorização de um dos guardas que permite que Jesus seja ajudado. Suado e sangrando na cabeça, em razão da coroa de espinhos, surge uma mulher para limpar-lhe o rosto, é Verônica, uma de suas seguidoras, que se apieda de Jesus e transmite-lhe coragem e compaixão. Já em direção ao morro (lugar da caveira), Jesus cai pela segunda vez, apesar da ajuda de Simão Cireneu. Um guarda irritado, aplica novas chibatadas em Jesus. Arrastando a trave superior da cruz pela subida do morro, Jesus vê as mulheres, aos prantos, que seguiam-no fervorosamente: Verônica, Salomé, Maria Madalena, Maria Sua mãe, Marta e duas outras Marias. Jesus diz: "Filhas de Jerusalém, não choreis por mim. Chorai por vós mesmas e pelos vossos filhos." Chegando ao alto do Gólgata, Jesus não resiste de cansaço e cai pela terceira vez. E mais uma vez Simão Cireneu ajuda-o a levantar-se. Ao longe, disfarçados e cobrindo o rosto, alguns dos "santos" discípulos, covardemente, não se atreviam a chegar perto. Os guardas despem Jesus de suas vestes andrajosas, deixando-o somente com um pano cobrindo a cintura e a virilha. Alguns saduceus e fariseus, ansiosos pela crucificação de Jesus, pregam, na parte superior da cruz, a trave horizontal trazida por Jesus. Fixam o apoio para os pés. Colocam Jesus deitado para pregá-Lo na cruz. Amarram-Lhe cordas envolvendo os bíceps, os pulsos e os tornozelos... Em seguida crucificam-No, colocando um cravo em cada mão e nos pés. E como um deboche final, os guardas colocam uma placa, acima de sua cabeça, com a inscrição INRI (Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum), que significa Jesus Nazareno Rei dos Judeus.
Nota do autor: Por um exagero do "evangelista"
João, o pernóstico, que a cada parágrafo estava mais preocupado em titular-se como "o discípulo a quem Jesus amava", do que relatar fatos com isenção, diz em João 19:20 que o letreiro estava escrito em três idiomas: hebraico, grego e latim. (Só faltando dizer que quem não pudesse ou não soubesse ler deveria perguntar a quem soubesse)
Os saduceus e fariseus que até então divertiam-se
com tudo que acontecia, revoltam-se com a placa chamando Jesus de rei dos judeus. Bradam e dizem que aquilo era uma blasfêmia. Tentam forçar os guardas a retirar a placa, mas firmemente os guardas garantem que a placa é instrução e ordem de Pôncio Pilatos. A placa é mantida. Mesmo diante de tanto escárnio, num gesto de piedade e comiseração, Jesus pede pela alma dos que o agrediam: — "Pai, perdoai, eles não sabem o que fazem." Uma vez amarrado e pregado na cruz, esta é levantada e fixada no lugar, com Jesus crucificado, sob o olhar de uma pequena multidão, tendo à frente as piedosas e corajosas mulheres de Jerusalém (Verônica, Salomé, Maria Madalena, Maria Sua mãe, Marta e duas outras Marias). Quando Jesus olha para sua mãe e diz: — "Mulher, eis aqui o Teu filho!" (como que a dizer: — "Veja no que me transformaram") e virando-se para seu adorado irmão Tiago, que a tudo acompanhava de perto, junto de sua mãe, diz: — "Irmão, eis aí a sua mãe. Zele por ela." Indiferente aos choros e lamentações, os soldados, após repartirem as vestes de Jesus, disputam a sorte nos dados para saber com quem ficará o manto púrpura de Jesus. Crucificados pouco antes de Jesus, postados ao Seu lado, um à direita e outro à esquerda, dois ladrões esqueciam de seus próprios sofrimentos e zombeteiam de Jesus: — "Tu não é o messias? Não fazes milagres? Livra-te a Ti mesmo desta cruz!" Imediatamente arrependido, um dos ladrões pede perdão a Jesus e suplica que o abençoe, pedindo um lugar, no reino de Jesus, nos céus. No que Jesus abençoa-o e diz que ainda hoje, naquele mesmo dia, eles irão se encontrar junto ao Pai, no reino dos céus.
Nota do autor: Ao contrário do que se supõe, a
morte na cruz não é imediata e nem rápida. Na realidade, a verdadeira intenção da crucificação é que o crucificado sofra bastante e fique por muito e muito tempo penando na cruz, até que com o tempo e o sofrimento, lentamente, o crucificado venha a morrer. E isso pode demorar até dias, pois na crucificação nenhum órgão vital é atingido. Ou seja, os cravos são enfiados entre os osso das mãos e dos pés e a perfuração corta a pele e um pouco de carne. E dependendo do caso, raramente pega uma veia que sangre muito. (E a intenção é esta mesmo, fazer o crucificado sofrer e morrer aos poucos, lentamente)
Jesus estava na cruz havia três horas (o que em
termos gerais de uma crucificação é muito pouco tempo), e desde a hora sexta (meio-dia) até a hora nona (quinze horas ou três horas da tarde) tinha ocorrido simultaneamente dois fenômenos naturais coincidentes: um eclipse e próximo ao final do eclipse houve um ligeiro tremor de terra, o que fez com que muita gente, com medo de ser um prenúncio dos céus, fugisse dali. Sentindo muitas dores, Jesus solta um brado, quase que de revolta, e questiona Deus: — "Pai, Pai, por que me abandonastes?" ("Elli, Elli, lema sabacthani?"). Mas quase que imediatamente, arrepende-se, lembrando de suas meditações no horto das oliveiras e como que pedindo perdão a Deus exclama: — "Seja feita a vossa vontade." Os guardas e um dos ladrões na cruz, não entendem direito as palavras murmuradas por Jesus, e fazem troça com o que Jesus fala. E ironizam dizendo que Ele estava chamando por Elias, pedindo que Elias o salvasse. Quando na verdade Jesus chamava por Deus (Elli) e não pelo profeta Elias. Sofrendo muitas dores, Jesus pede água: — "Tenho sede. Dai-me de beber!", diz. E um guarda, apiedando-se d'Ele, pega a água de seu cantil (que na realidade era água com um pouco de vinagre, conforme era comum aos guardas da legião romana e à qual eles estavam bastante acostumados, isto porque os guardas não carregavam água pura em seus cantis, sem nada, pois água pura, sozinha, não alimenta e não mata a sede, por isso os guardas romanos carregavam sempre água misturada com um pouco de vinagre), e embebendo um chumaço de pano das próprias vestes de Jesus na água misturada com vinagre, oferece a Ele para matar a sede. Entretanto, Jesus supondo tratar-se de mais um deboche, mais um escárnio, ante o gosto estranho da água, cospe e rende-se: — "Tudo está con- sumado. Pai, em tuas mãos eu entrego meu espírito." Como era sexta-feira, véspera de um sábado — que é sagrado para os judeus -, dois essênios pertencentes à irmandade de Jesus, José de Arimatéia (um rico comerciante e que era simpatizante, mantenedor e permanente doador de recursos às causas essênias ) e Nicodemos (um mestre essênio, um dos doze primeiros essênios que compunham a Sociedade Secreta e um fervoroso admirador de Jesus) vão até Pilatos e fazem um pedido respeitoso em razão de suas religiões, ou seja, como aproximava-se o sábado sagrado dos judeus (que começava às seis horas da tarde da sexta-feira, ou na décima segunda hora, deles), nenhum judeu poderia atravessar o sábado sagrado em sofrimento a caminho da morte. E em razão disso, solicitavam, José de Arimatéia e Nicodemos, que fossem apressadas as mortes dos três crucificados, e em especial pediam autorização a Pilatos para sepultar o corpo de Jesus, uma vez que ele era essênio e seu corpo não poderia ficar insepulto num sábado sagrado. Contrariado com o que havia acontecido durante o julgamento de Jesus, e parcialmente arrependido por ter cedido às pressões dos saduceus e fariseus do sinédrio, Pilatos autoriza que sejam apressadas as mortes dos três crucificados e que o corpo de Jesus fosse entregue aos dois religiosos essênios. Acompanhados por um guarda para garantir o cumprimento das ordens de Pilatos, José de Arimatéia e Nicodemos, que sabiam que nenhum dos três crucificados havia morrido ainda, uma vez que a morte na cruz demora muitas e muitas horas e em geral até dias, engendravam um plano para ver se conseguem salvar Jesus da morte. Em lá chegando, o guarda enviado por Pilatos transmite aos outros três guardas, que guardavam o local da crucificação, que a morte dos três crucificados deveria ser abreviada por ordem de Pilatos e que o corpo de Jesus fosse entregue, para sepultamento, aos dois religiosos essênios. Cumprindo as ordens de Pilatos, os guardas soltam as amarras dos tornozelos de um dos ladrões crucificados, arrancam o suporte dos pés e quebram-lhe as pernas para que, com o corpo pendente, sem sustentação, morresse por asfixia em função do seu próprio peso. O mesmo é feito com o outro ladrão, mas quando isto vai ser feito com Jesus, José de Arimatéia e Nicodemos interferem e dizem que pela religião deles (essênia) nenhum osso poderia ser quebrado após um homem estar morto e alegam que não é necessário quebrar as pernas de Jesus, pois Ele já estaria morto. Concordando, em princípio, um dos guardas então pega uma lança e dá uma estocada abaixo da costela esquerda de Jesus para certificar-se de que Jesus havia realmente morrido. E imediatamente escorre sangue e soro (um líquido como água). Com a descida do corpo de Jesus da cruz, consuma-se o maior de todos os sofrimentos sobre a face da Terra, o derradeiro sofrimento, a agonia e desespero de uma mãe, que depois de assistir à todas as maldades, ofensas, humilhações, torturas e selvagerias feitas contra seu filho, toma-O no colo, após a crucificação, e consola-O mesmo morto. É a imagem da "Pietá". Entretanto, José de Arimatéia e Nicodemos, ainda supondo estar Jesus vivo, em estado de letargia ou em estado de coma, envolvem-No em um lençol branco, apressam-se em carregá-Lo até o sepulcro, e ao mesmo tempo pedem às mulheres, que estavam acompanhando Jesus o tempo in- teiro, que trouxessem panos, ataduras, unguentos, óleos e ervas curativas. Desconfiados, dois guardas colocam-se na porta de entrada do sepulcro, aguardando a saída das pessoas para fechar a entrada do sepulcro com uma pedra. Entretanto, como eles demorassem muito a sair, os guardas ficaram bastante irritados e desconfiados daquela atitude. Após um longo período no sepulcro, os seguidores de Jesus justificam a demora na saída dizendo que as ervas, óleos e perfumes que foram levadas eram para embalsamar o corpo e que os rituais essênios para a encomenda da alma eram bastante demorados. (Na realidade, o ritual de embalsamento e um tratamento curativo, como no caso de Jesus, têm procedimentos semelhantes e por isso demoram aproximadamente o mesmo tempo) Contrariados, finalmente os dois guardas rolam a pedra fechando a entrada do túmulo, e principiam a vigiar para que não roubassem o corpo de Jesus, pois os sacerdotes saduceus haviam pedido a Pilatos que os guardas não se afastassem do túmulo por pelo menos três dias, vez que Jesus havia prometido ressuscitar após o terceiro dia, e eles não queriam histórias e invencionices de ressurreição. Junto com os guardas, velando a entrada do sepulcro, ficaram as seguidoras de Jesus, as mulheres de Jerusalém, até tarde da noite. Entretanto, no alvorecer do dia seguinte, sábado sagrado dos judeus, o sepulcro estava aberto, sem a pedra que fechava a entrada e os guardas não estavam mais guarnecendo o sepulcro. Mas, o mais misterioso é que o corpo de Jesus havia sumido. Segundo o evangelista Mateus (28:11-15), os sacerdotes saduceus e os guardas, sabendo do misterioso desaparecimento do corpo de Jesus, ainda no sábado, teriam inventado uma história de que os discípulos de Jesus teriam vindo à noite e roubado o Seu corpo. Ainda segundo Mateus, esta "mentira" estaria vigorando até a data em que ele escreveu o evangelho. Os dois evangelistas (Marcos e João) pouco falam do corpo de Jesus, exceto que o corpo misteriosamente sumiu e nunca foi encontrado. Entretanto Lucas é mais rico em detalhes. Fala que as mulheres (as primeiras que viram o sepulcro aberto e as primeiras que viram Jesus ressuscita- do. Mas isso não contava, pois eram mulheres, seres inferiores, eram somente mulheres. Suas palavras não valiam nada) ao visitarem o sepulcro viram dois essênios, da irmandade de Jesus, vestidos de branco, muito alvo, resplandecente, que pareciam anjos e que com elas conversaram. (Marcos, no entanto, diz que era somente um jovem essênio vestido de branco. Já Mateus atribui esta pessoa a um anjo) Lucas, sempre mais rico em detalhes, afirma em (24:4-5) "Estando elas perplexas com o caso (do desaparecimento do corpo de Jesus), apareceram- lhe dois homens em trajes resplandecentes (os dois essênios já citados). Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, eles disseram-lhes: “Por que buscais entre os mortos Aquele que vive?" Lucas segue dizendo que Jesus não estava mais ali, havia ressuscitado, exatamente conforme Ele havia prometido, ressurgir dos mortos ao terceiro dia (Embora de sexta-feira a domingo houvesse se passado muito menos de três dias. Ou seja, um dia e meio de luz ou duas noites completas). Nota do autor: Desse ponto em diante, é preciso entender a ressurreição de Jesus como uma questão de fé e religiosidade e não somente como uma simples e documentada questão de história. Razão pela qual, neste livro, para que o leitor possa ter a liberdade de escolha entre a fé e a razão, foram colocados dois finais, onde em um final são atendidos os interesses religiosos, da fé, em que Jesus ressuscita dos mortos, assombrando e modificando o mundo; e no segundo final, que atende aos interesses frios e documentados da história em si, até então pouco conhecida, em que Jesus não morre na cruz e tem uma vida grandiosa, após escapar dos seus algozes. (A escolha do final é do leitor)
Mas, voltando ao primeiro final: Jesus ressurge
entre os mortos, mas estranhamente ninguém O reconhece. Maria Madalena não reconhece Jesus. Os dois seguidores de Jesus que seguiam no caminho de Emaús, andam quilômetros pelo caminho inteiro com Ele e não O reconhecem. Nem mesmo quando Ele aparece aos 10 discípulos (Judas Iscariotes e Tomé não estavam presentes), estes não O reconhecem num primeiro momento. Lamentavelmente, sendo o episódio mais significativo de toda a Bíblia, que é a ressurreição e a prova definitiva da vida eterna, os apóstolos pouco falam a esse respeito, proporcionalmente ao tanto que se fala de outras coisas, como curandeirismo, por exemplo, sem esta relevância. Mateus quase não fala sobre a ressurreição de Jesus. Quando fala é vagamente sobre as mulheres (sem precisar quantas) que o viram e num curto relato, apresenta Jesus, muito tempo depois, aparecendo aos discípulos, não mais na Judéia, mas já na Galiléia. Marcos é muito sucinto e fala muito pouco a respeito de ressurreição. Muito rapidamente fala da aparição para Madalena, aos dois de Emaús e aos discípulos ainda na Judéia. Lucas é o mais pródigo nos detalhes sobre a ressurreição, em 24:36-42. Fala do aparecimento de Jesus aos dois a caminho de Emaús, mas ao falar na aparição de Jesus aos discípulos apresenta um espírito de Jesus materializado, em carne e osso, pedindo que O toquem para sentir Sua carne. E depois, depois da morte, com fome e sede, Jesus pede comida (servem peixe a Ele) e bebida. João Evangelista fala quase tanto quanto Lucas. Só que no aparecimento de Jesus para Madalena, que ela não o reconhece, Ele aparece junto com o essênio vestido de branco. E ainda, no relato de João Evangelista, um dado muito curioso e místico, Jesus diz que ainda não subira aos céus. E, horas depois, de tarde, Jesus aparece aos discípulos (Sem Judas Iscariotes e sem Tomé). Entretanto, Tomé, que estivera ausente, ao saber da ressurreição de Jesus, duvida do renascimento e diz que quer tocar as feridas de Jesus para acreditar na reencarnação. E oito dias após, ainda sem subir aos céus, Jesus aparece novamente aos 11 (Sem Judas Iscariotes) ainda na Judéia e desta vez com Tomé presente. Tomé, entretanto, somente acredita em Jesus tocando-Lhe as feridas físicas, materiais (feitas no espírito?). E muito tempo depois Jesus aparece na Galiléia a Pedro, Tomé e Natanael. E com este relato, a Bíblia encerra os seus quatro evangelhos narrando a vida de Jesus. É certo que todo esses registros sobre a história de Jesus poderia ter-se perdido no tempo e o cristianismo sequer ter se desenvolvido e tomado as proporções que tomou, não fosse, entre outras coisas, a participação abnegada de um homem, um discípulo — a posteriori — que tornou-se o maior responsável pela difusão e propagação do cristianismo como religião, e que contribuiu mais do que qualquer outro discípulo de Jesus para a implantação mundial do cristianismo: Saulo / Paulo de Tarso. Natural da cidade de Tarso, na Turquia, Paulo de Tarso, nascido Saul (hebreu) ou Saulo (romano) e mais tarde passando a Paulo, era um defensor do judaísmo ortodoxo, colocando-se a serviço de Roma (tinha a cidadania romana), como uma espécie de oficial assistente, ferrenho perseguidor de cristão. Perseguiu e matou muitos cristãos, e que de tanto perseguir cristão e de tanto perseguir Jesus ("Saulo, Saulo, por que me persegues?") e aprender sobre Sua vida, acabou transformando- se no maior admirador do cristianismo e o seu maior propagador. A transformação e conversão de Paulo de Tarso foi uma questão tão importante e acima de tudo tão surpreendente e inimaginável (algo como um dia ser possível haver paz sobre o povo de Israel), que merece por si só um registro destacado. Paulo era hebreu, mas também era um cidadão romano, defensor das tradições judaicas, que não aceitava Jesus como o messias, como a maioria dos judeus, e que durante a perseguição a Jesus, no caminho de Damasco, converte-se diante de Jesus e transformando-se em seu discípulo, contra a opinião de todos os demais discípulos, e principalmente enfrentando os ciúmes, a presunção e arrogância de Pedro (que considerava a si mesmo como o discípulo número um), João (o evangelista pernóstico e fútil, que achava que Jesus amava somente a ele) e Tiago (irmão de Jesus, que imaginava herdar o cristianismo pelo parentesco, e a quem a Bíblia chama de Tiago de Jerusalém, com receio de identificá-lo corretamente como irmão de Jesus, para não descaracterizar Maria como "virgem"). Paulo de Tarso deixou o maior de todos os legados do cristianismo. Escreveu, pregou e deixou obras, registros e ensinamentos mais do que todos os outros discípulos juntos. Foi o maior e mais claro propagador das verdadeiras "boas novas" (evangelho) de Jesus. Centrou seus ensinamentos na verdadeira pregação de Jesus, na divulgação do humanitarismo, na paz, na esperança, no perdão, ao invés de valorizar o curandeirismo conforme fizeram os quatro "evangelistas". E principalmente Paulo de Tarso difundiu o conceito de ressurreição e vida eterna, com a possibilidade de um renascimento e um novo porvir, como a maior dádiva dos ensinamentos de Jesus. Correu o mundo difundindo o cristianismo e fundando várias e importantes igrejas. Na Anatólia / Antióquia, atual Turquia (e não na Síria, como querem alguns, pois a Antióquia da Síria não tem nada a ver com a Antióquia da Turquia), levadas por Saulo, foram criadas as bases de expansão do cristianismo. Pois foi nas sete igrejas da Ásia (Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia — Todas próximas umas das outras) que o cristianismo, como religião, teve o seu nascimento, sua base e propagação. E foi na Anatólia / Antióquia (Turquia) que pela primeira vez falou-se numa nova religião que surgia, chamada cristianismo, e chamando seus seguidores de cristãos. Pode parecer estranho que o cristianismo surgido com Jesus na Palestina, tenha tido a sua base e propagação surgido a muitos quilômetros da Judéia e da Galiléia, exatamente na Turquia. Mas a explicação é razoavelmente simples. Pois o cristianismo da Palestina era só e pobremente um dos muitos ramos do judaísmo, e deveria ficar preso e restrito às bases judaicas, com todos os seus ritos e sacramentos (principalmente a circuncisão), conforme mantido e preconizado por Tiago (irmão de Jesus), intolerante e intransigente com os gentios (não-judeus), de quem não queria a conversão ao cristianismo. Entretanto, Paulo de Tarso queria e fez o inverso. Ou seja, tirou o cristianismo da obscuridade e da limitação de simples ramo religioso judeu, restrito somente a judeus, para o universalismo da prática cristã, aberto a gentios (não-judeus) adeptos de outras religiões que quisessem se converter, sem ter que seguir os ritos judeus (circuncisão, jejum, etc.). E mais atrevido ainda foi Paulo de Tarso, ao enfrentar os judeus ortodoxos, separando, de vez, o judaísmo do cristianismo, atribuindo importância maior a Jesus do que a Adão (em quem ele não via importância alguma), e do que Moisés (a quem atribuía somente relativa importância), e estabelecendo o nascimento de Jesus como o maior marco da humanidade, o ano zero, que dividiria a humanidade em antes e depois de Jesus. Com esta prática e abertura ousadas, Paulo de Tarso tirou o cristianismo da condição de uma religião judaica tribal, restrita à palestina e aos judeus, como queria Tiago, para lançar as bases de uma gigantesca religião universal. E com isso Jesus deixou de ser apenas um messias judeu, renegado pelos próprios judeus, e passou a ser o salvador de todos os povos. (Só isso merecia um lugar único e de destaque para o discípulo Saul / Saulo ou Paulo de Tarso)
2° Final Jesus NÃO Morre na Cruz
(Nota do autor: Conforme alertado
anteriormente, o primeiro final, em que Jesus morre na cruz, é um final em respeito à f é que cada um possa ter e não é intenção do autor discutir a fé. Entretanto, abstraindo-se a questão da fé tradicionalista, caso seja de interesse do leitor buscar um Jesus histórico, que não necessariamente altera a fé (em sua essência), baseado em documentos, fatos, evidências e provas, o leitor poderá se informar neste segundo final em que Jesus não morre na cruz)
Tão logo Jesus foi levado pelos judeus (saduceus
e fariseus) e pelos guardas para ser crucificado, diferentemente dos discípulos de Jesus que estavam apavorados e com muito medo de ter o mesmo destino do mestre, dois seguidores arquitetam um plano de salvamento de Jesus: José de Arimatéia (um rico comerciante e o maior doador e mantenedor individual dos essênios) e Nicodemos (um dos doze essênios que formavam a primeira Sociedade Secreta: Jesus, João Batista, Benjamim, Samuel, Isaac, Jacob, Aarão, Josias, Nicodemos, Amós, Silas e Oséas) Sabendo de antemão que a crucificação não mata rapidamente e sim por demorada e muito prolongada exposição ao tempo e à dor, e que Jesus por ser essênio, de vida bastante regrada, e de cuja formação fazia parte a doutrinação do controle da mente sobre o corpo, Ele suportaria dores que as pessoas comuns normalmente não suportam, e por isso, as chances de Jesus suportar a dor na cruz, mais do que as pessoas normais, seriam ainda muito maiores do que as de uma pessoa comum. E com isso a chance de sobrevivência de Jesus à crucificação seria muito grande. De posse deste conhecimento e certeza, José de Arimatéia e Nicodemos iniciam então a execução do plano de salvamento de Jesus. Vão até Pilatos e convencem-no de que por ser sexta-feira, véspera do sábado sagrado dos judeus, e que a agonia e sofrimento dos crucificados deveria ultrapassar a décima segunda hora (seis horas da tarde) e conseqüentemente após aquele horário já seria sábado. Pedem então que Pilatos autorize antecipar a agonia dos crucificados, matando-os, para que não morressem no sábado sagrado. E em especial pediram também a autorização de Pilatos para sepultar o corpo de Jesus, uma vez que José de Arimatéia era rico e dispunha de um sepulcro particular disponível e que Jesus, por ser essênio, Seu corpo não poderia ficar insepulto. Sem perceber o plano de José de Arimatéia e Nicodemos, e achando justa a solicitação religiosa, Pilatos autoriza a antecipação da morte dos três crucificados (Jesus e os dois ladrões crucificados), assim como autoriza, também, a entrega do corpo de Jesus a José de Arimatéia e Nicodemos para sepultamento. De fato, em chegando ao local da crucificação, conforme o esperado, constataram que nenhum dos três crucificados havia morrido (Jesus e os dois ladrões estavam vivos), pois havia se passado somente cerca de três horas que estavam sofrendo aquela tortura. O que em termos de sofrimento é bastante, mas em termos de ser fatal ou mortal, é muito pouco tempo. Cumprindo as determinações de Pilatos, os guardas soltam as amarras dos tornozelos dos ladrões crucificados, arrancam os suportes dos pés, quebram-lhe as pernas para que morressem por asfixia em função do peso de seu próprio corpo. Quando o mesmo procedimento é iniciado com Jesus, espertamente José de Arimatéia e Nicodemos interferem dizendo que pela religião deles (essênia) nenhum osso poderia ser quebrado após um homem estar morto e alegam que não seria necessário quebrar as pernas de Jesus, pois Ele já estaria morto (e de fato Jesus estava como se estivesse morto, em estado de letargia, semelhante a um coma). Para que não restasse dúvidas quanto a morte de Jesus, um dos guardas então pega uma lança e dá uma estocada abaixo da costela esquerda de Jesus. E imediatamente escorre sangue e soro (um líquido como água). É o suficiente para que Nicodemos (por ser um sábio essênio, dominando perfeitamente a cura e a medicina) constatasse que Jesus realmente estava vivo, uma vez que se não houvesse mais vida em Jesus não haveria como ter a fluidez sangüínea apresentada. Pois não havendo mais vida não havia como o sangue circular e jorrar como jorrou. Acreditando piamente ainda estar Jesus vivo, em estado de letargia, José de Arimatéia e Nicodemos apressam-se em retirar Jesus da cruz, envolvendo-O rapidamente em um lençol branco, carregando-O até o sepulcro, e ao mesmo tempo pedindo às mulheres, que estavam acompanhan- do Jesus o tempo inteiro, que trouxessem, rapidamente, panos, ataduras, assim como os unguentos, óleos e várias ervas curativas previamente preparadas e já separadas na casa de um "irmão" essênio. Sem muita surpresa, constataram, que de fato, Jesus estava muito mal, ferido e traumatizado pela tortura, mas estava vivo, sem nenhum osso quebrado, e sem haver sido atingido qualquer grande artéria ou veia que pudesse causar grande hemorragia. Enfim, Jesus estava vivo e podia ser curado... Usando os conhecimentos curativos das ervas, dos unguentos, e dos óleos medicinais, que os essênios conheciam muito bem, Nicodemos e José de Arimatéia, trataram de todos os ferimentos e colocaram ervas, unguentos e óleos medicinais cobertos por ataduras em todos os locais de feridas. Enquanto que para simular o sepultamento de Jesus, as mulheres que acompanhavam Jesus rezavam alto e pranteavam de modo a não gerar desconfiança por parte dos guardas. Como demorassem muito no tratamento das feridas, os guardas que estavam vigiando a entrada do sepulcro começaram a reclamar e a pedir o término daquele "funeral". Após completar todo o serviço de curativos em Jesus, o seu corpo é parcialmente coberto com o lençol usado para carregá-lo da cruz e saem todos para não despertar maiores suspeitas nos guardas. Para garantir que Jesus estaria em segurança, as mulheres que acompanharam Jesus permaneceram em frente ao sepulcro, montando vigília juntamente com dois guardas, após o sepulcro ser fechado por um pedra. Altas horas da noite, José de Arimatéia e Nicodemos retornam com mais dois essênios mestres, pertencentes àquela primeira formação de doze mestres que compunham a primeira base essênia da Sociedade Secreta, com Jesus, João Batista e outros dez, vestidos de branco, um branco resplandecente, bastante incomum de se ver habitualmente, e dispensaram as mulheres que seguiam Jesus, para que pudessem ir para casa descansar, enquanto José de Arimatéia e Nicodemos montavam vigília durante a noite toda. Como trouxessem vinho, pão, azeite e queijo para passarem a noite em vigília, com o avançar das horas ofereceram aos dois guardas um dos vinhos especialmente preparado com uma beberagem de modo a apressar-lhes o sono. E, realmente, pouco tempo depois os guardas estavam dormindo em sono profundo, e os quatro (Nicodemos, José de Arimatéia e os outros dois mestres essênios) entram no sepulcro, retiram os primeiros curativos aplicados em Jesus (que mais tarde são achados por Pedro, espalhados pelo chão e por toda parte, conforme relatado em João (20:5-7), refazem os curativos e cuidadosamente carregaram Jesus para um abrigo seguro, na casa de um "irmão" da sociedade dos essênios, mantendo-O oculto até Sua completa recuperação. Segundo o receituário essênio, uma combinação de doze plantas, óleos e medicamentos foram aplicados em Jesus: 1) Cera branca; 2) Goma Gugal (também conhecida como bálsamo dendron mukul) ; 3) Plumbi oxidum; 4) Mirra (também conhecida como bálsamo dendron myrrh); 5) Galbanaum; 6) Aristoelchia longa; 7) Subacetato de cobre; 8) Goma ammonicum; 9) Resina de pinus longifolia; 10) Olibanum; 11) Aloés; 12) Óleo de oliva (azeite). Ao raiar do dia, no sábado, vendo o sepulcro aberto e tendo o corpo de Jesus sumido, os guardas, com medo de Pilatos, vão até os sacerdotes saduceus e contam-lhes a história do desaparecimento do corpo de Jesus. No que os sacerdotes saduceus tranqüilizam os guardas e garantem que, caso a história chegue aos ouvidos de Pilatos, eles (os sacerdotes) iriam convencer Pilatos a não punir os guardas, deixando-os em paz, pois era sabido que os discípulos de Jesus iriam mesmo tentar roubar o corpo. Esta história está parcialmente contada em Mateus (28:11-15) Entretanto, como o cadáver de Jesus jamais apareceu e isto desmoronaria a tese da ressurreição, pois ninguém ressuscita sem morrer e para morrer tem que haver um cadáver; este corpo de Jesus morto jamais apareceu. E Mateus, novamente, conta exatamente esta história do roubo do corpo, mas depois diz que é mentira. Para os próprios cristãos, segundo evidências claras na Bíblia, Jesus não morreu na cruz. Senão vejamos: João (20:11-17) — Dois essênios de branco (confundidos como anjos) são vistos no sepulcro e Jesus — depois de "morto" — diz para Madalena, dentro do sepulcro, que ainda não havia morrido. "Jesus disse-lhe: = Não Me detenhas porque ainda não subi para Meu Pai." Lucas (24:4-5) — Dois essênios de branco, resplandecentes, estão no sepulcro vazio e falam para Madalena, Joana e Maria mãe de Tiago: — "Por que buscais entre os mortos Aquele que vive?" Mateus (28:3) — Um essênio, vestido de branco, estava no sepulcro e fala às mulheres sobre o desaparecimento do corpo de Jesus. (Aqui uma questão simples: Se Jesus tivesse morrido (matéria) e ressuscitado (espírito)... onde foi parar o corpo? Tinha de haver um corpo. Tinha de haver a matéria). Marcos (16:5) — Um jovem essênio, vestido de branco, guardava o túmulo de Jesus e fala com Madalena, Salomé e Maria Mãe de Tiago. — Aqui sai Joana e entra Salomé, mas tudo bem — (Novamente a mesma questão simples: Se Jesus tivesse morrido e ressuscitado... onde foi parar o corpo?) João (20:5-7) — Pedro entra no sepulcro e encontra ataduras de curativos e ligaduras espalhadas por toda parte. (Se Jesus havia morrido na cruz... por que colocaram ataduras, remédios, unguentos e ligaduras num "morto", como as que Pedro encontrou no sepulcro? Coloca-se atadura e remédio em morto?) Lucas (24:36-43) — Diante do espanto dos discípulos que imaginavam estar vendo um espírito, Jesus confessa aos discípulos, com todas as palavras que Ele não havia morrido na cruz. E para provar que era Ele mesmo, Jesus diz: — "Vede as Minhas mãos e os Meus pés?; Sou Eu mesmo!" E para provar que não era espírito e sim carne, complementa:— "Apalpai-me e olhai que um espírito não tem carne, nem ossos, como verificais que eu tenho!" E para encerrar de vez a discussão sobre espírito e matéria, Jesus pede comida aos discípulos ainda assombrados: — "Tendes aí alguma coisa que se coma?". Deram-lhe então uma posta de peixe assado e, tomando-a, comeu diante deles." Pode um relato ser mais claro? Ou seja, nem mesmo os cristãos, mais cegamente fiéis seguidores da Bíblia, podem acreditar na morte de Jesus na cruz, pois o relato de Lucas (24:26- 43) é claro demais, cristalino demais, insofismável, resistente até ao mais insano dos exegetas de bicicleta. Jesus diz claramente que não havia morrido na cruz ("não ascendi ao pai"), que não era espírito e sim carne ( e para provar que não era espírito e sim carne, complementa: Apalpai-me e olhai que espírito não tem carne nem ossos como verificais que eu tenho") e para finalizar Jesus pede comida e bebida, e de fato come peixe assado e bebe com os discípulos. Por mais algum tempo Jesus ainda permaneceu escondido na casa de um seguidor da Sociedade Secreta Essênia, arranjado por José de Arimatéia e Nicodemos. Até que, por segurança, foi levado para o mosteiro essênio de Qunram, conforme relatado em "The Crucifixion by an Eye-Witness (A crucificação, por uma testemunha ocular). Livro de pesquisa lançado em 1873, relançado em Chicago, USA, em 1907, mas que foi rapidamente retirado de circulação e todos os exemplares destruídos. Uma cópia ficou em po- der da Ordem Maçônica em Massachussets. Outra com a Fraternidade Maçônica da Alemanha e uma última na Ordem dos Essênios, em Alexandria. À partir do restabelecimento de Jesus e da realidade de sua nova vida, um terrível dilema passou a tomar conta dos essênios. Ou seja, se Jesus aparecesse novamente, muito certamente seria crucificado mais uma vez e desta vez seus algozes iriam tomar mais precaução no sentido de garantir que Ele fosse morto, de verdade. Por outro lado, estando Jesus vivo e mantê-lo oculto, todos os seus ensinamentos e legados de uma vida inteira poderiam ser perdidos. E para piorar, os discípulos de Jesus, que já viviam em disputas pequenas, menores, com jogos de vaidades, ciúmes tolos, agora sem uma liderança efetiva de Jesus, estavam se dispersando e absolutamente fora de controle. Então, os mestres essênios da Sociedade Secreta que se formara originariamente, (Jesus, João Batista, Benjamim, Samuel, Isaac, Jacob, Aarão, Josias, Nicodemos, Amós, Silas, Oséas) agora com Seth ocupando o lugar deixado por João Batista, após longas discussões, chegam à conclusão de que Jesus deveria decidir seu próprio destino, para que, à partir daí, a sociedade essênia tivesse uma continuidade nor- mal. Ou seja, ou Jesus aceitaria ficar em definitivo no mosteiro, incógnito, para sempre, como se efetivamente tivesse morrido, ou Jesus deveria sair da Palestina, também incógnito, para não comprometer a vida de seus discípulos e seguidores, e ir para um lugar distante onde ninguém conhecesse a sua história. Resumindo: qualquer que fosse a decisão de Jesus, Ele teria que assumir que havia morrido e jamais poderia aparecer novamente como Jesus. Sem um plano perfeitamente definido, e ainda bastante confuso com todos os acontecimentos que transformaram terrivelmente a sua vida, e emparedado pela única alternativa de ter que assumir que havia morrido, Jesus opta por deixar a comunidade essênia e partir para fazer a via- gem que um dia ele e João Batista haviam feito, rumo ao extremo oriente, seguindo a rota de seda, até a China, passando por Irã, Iraque, Índia, Paquistão, etc. Embora os essênios soubessem que esta era uma das opções possíveis de Jesus, deixar a comunidade essênia foi um choque tremendo para a irmandade. Os essênios estavam perdendo sua referência maior, o seu messias e o ser iluminado em quem eles depositaram tanta fé e esperaram por tantos e tantos anos. E para piorar, juntamente com Jesus, mais quatro mestres daquela primeira sociedade também estavam deixando o mosteiro seguindo os passos de Jesus. Restando somente seis dos essênios da primeira Sociedade Secreta que se formou, que ficaram na Palestina e se dedicaram à luta de resistência e fundamentação religiosa conforme a tradição essênia pura, dentro do mosteiro. Estes seis essênios da primeira formação da sociedade secreta, e mais os "irmãos" que viviam na clausura dos mosteiros, ficaram, resistiram e documentaram para a posteridade a vida de Jesus e João Batista e deixaram registrado suas vivências e ensinamentos em vários documentos manuscritos, que posteriormente alguns destes documentos foram encontrados ao longo de vários séculos, sendo os mais importantes descobertos nos séculos 19 e 20 como as descobertas arqueológicas religiosas mais importantes até hoje encontradas, onde os documentos mais conhecidos — e por isso mais importantes — são os Manuscritos do Mar Morto ou Manuscritos de Qunram. Lamentavelmente, esta resistência essênia e a devoção e idolatria a Jesus e João Batista, mesmo depois de mortos (ou "morto") acarretou mais uma grande tragédia para os essênios, vez que provocou uma enorme ira dos saduceus e fariseus, a ponto de, quando da invasão das legiões romanas destruindo Jerusalém em 70 d.C., e da diáspora do mesmo ano, os essênios sofrerem terrível e implacável perseguição, onde foram praticamente dizimados, não sem antes lacrar hermeticamente seus manuscritos em potes (urnas) de barro, guardados em catacumbas, que duraram por séculos e séculos até serem encontrados quase dois mil anos depois. Os cinco membros que saíram da comunidade essênia (Jesus e mais quatro membros da formação da primeira Sociedade Secreta), uniram-se aos discípulos de Jesus de modo a debaterem e decidirem qual o caminho a ser tomado dali em diante. Inicialmente foi um choque. Os discípulos não acreditavam que Jesus estivesse vivo. Mas aos poucos, foram se recompondo e a felicidade passou a tomar conta de todos pela volta e retorno do rabi. Entretanto, os planos de Jesus não eram bem o que os discípulos esperavam. A vontade de Jesus era sair da Palestina e seguir, com uma outra identidade, rumo ao extremo oriente. E tão fortemente Jesus colocou esta questão que passou a ser ponto pacífico, a ponto de não se discutir mais sobre isso. Quer dizer, discutia-se muito sobre várias coisas, mas a única certeza era que Jesus deixaria seus discípulos (na Palestina ou espalhados pelo mundo), mas Ele partiria incógnito, numa viagem sem volta. Jesus tinha irrestrita convicção sobre sua crença e por isso assumiu que iria continuar a fazer suas pregações "em outros apriscos", sem identificar- se como Jesus (até para preservar sua vida, de sua mãe, de seus irmãos e dos discípulos). Entretanto, os demais seguidores de Jesus não ti- nham o menor consenso sobre quais caminhos seguir sem o messias e grande mestre. E o pior, o que fazer com tanto ensinamento, tanta sabedoria deixada por Jesus? Uma vida inteira de ensinamentos estaria perdida? E os discípulos e os seguidores de Jesus? Fariam o que? Teria valido a pena acreditar em Jesus e depois desperdiçar tudo? O primeiro impulso do grupo foi manter a sociedade unida e continuar com a pregação religiosa, levando a palavra de Jesus a cada canto da Terra, como se nada tivesse acontecido. Ou melhor, como se os acontecimentos havidos só tivessem fortalecido ainda mais a sociedade. Jesus, de imediato foi contra esta idéia, mas à força dos argumentos, aos poucos deu-se por vencido ao ser convencido pelos discípulos de que não tendo o mestre para ser perseguido, não haveria como os saduceus e fariseus perseguirem os seguidores de Jesus, que iriam se espalhar por todos os cantos do mundo, seguindo a dialética de Jesus. Entretanto, Jesus colocou um ponto crucial: O que seria dito às pessoas a respeito de Jesus? Isto porque, se falassem a verdade, que Jesus não havia morrido na cruz, haveria perseguição à sua mãe, seus irmãos, seus parentes, seus discípulos e demais seguidores. E rapidamente a sociedade seria destruída. Sem contar que ninguém seria con- vencido por uma pregação religiosa, por melhor que ela fosse, onde o líder espiritual estava oculto, escondido com medo de aparecer. Por outro lado, se dissessem que Jesus havia morrido na cruz, ressuscitado, e deixado um legado enorme de ensinamentos, as chances de sucesso na evangelização seriam enormes, mas esbarraria num ponto crucial: as pregações estariam encobertas por uma grande mentira. E como iniciar uma pregação religiosa, embora cheia de bons e profundos ensinamentos, cuja base fundamental era uma mentira? A maneira encontrada por Jesus e passada aos discípulos para resolver este impasse foi quase que salomônica. Ou seja, em todos os locais onde pudessem existir registros escritos, a verdade sobre a não-morte de Jesus seria conta- da sempre (em todos os evangelhos, em todos os manuscritos, em tudo que pudesse ficar registrado para a posteridade) e claramente seria evidenciado que Jesus não havia morrido na crucificação. Exatamente conforme está regis- trado em todos os evangelhos existentes (inclusive nos da Bíblia). Estes registros seriam guardados e ocultados em locais seguros, secretamente, como de fato o foram, de modo a que quando aparecessem estes registros, no futuro, um dia, já não estariam vivos Jesus e os primeiros discípulos, tornando-se impossível a perseguição pessoal a eles e a seus parentes. E ao mesmo tempo a verdade, a história real sobre a não-morte de Jesus estaria preservada, claramente documentada e enquanto isso o cristianismo já estaria alastrado pelo mundo todo, tendo como base os ensinamentos de Jesus. E o fato de Jesus ter morrido ou não na cruz não teria mais importância alguma, vez que o que importava era o legado de Jesus, sua pregação, seus ensinamentos, suas parábolas, suas obras. Por outro lado, na pregação oral, que é a que convence, que atrai o adepto às idéias de evangelização, seria dito uma mentira temporária, provisoriamente, simplesmente dizendo que Jesus havia morrido na cruz e que havia ressuscitado. O que seria suficiente para que não houvesse perseguição aos discípulos de Jesus e para que estes mesmos discípulos pudessem fazer suas pregações em paz, sem serem incomodados. Pois as pregações orais seriam feitas de imediato, enquanto que os registros por escrito (evangelhos manuscritos) somente seriam divulgados muitos anos após as pregações verbais terem sido difundidas e con- solidadas. Ou seja, seria dito — de imediato — uma coisa nas pregações (e com isso seriam evitadas as perseguições) mas ao mesmo tempo a verdade ficaria registrada, para todo o sempre, por escrito, em todos os lugares, para serem divulgadas mais tarde, para demonstrar que a verdade tinha sido ocultada por bons e sólidos motivos e que esta havia sido a única forma encontrada para se falar da vida e obra de Jesus, sem expor ao perigo ou risco de vida os discípulos, os familiares de Jesus e os familiares dos discípulos. Assim, ciente de que Seus discípulos e companheiros da "Sociedade Secreta de Jesus" e os demais "irmãos" essênios iriam deixar registrado a verdade (que Jesus não havia morrido na cruz) em vários documentos manuscritos, e que seus discípulos também contariam a verdade em vários evangelhos que seriam escritos, Jesus então concordou em que nas pregações dos discípulos fosse dito que Jesus teria morrido na cruz e ressuscitado. Diante desta nova realidade, foi estabelecido o plano de evangelização mundial, onde cada discípulo foi orientado para seguir evangelizando numa determinada direção geográfica, de modo a espalhar pelo mundo os ensinamentos da cristandade. Alguns ficariam na Palestina mesmo. Outros seguiriam o rumo norte, indo em direção a Roma e ao centro da Europa (como Pedro). À oeste os ensinamentos seriam espalhados pela África, começando pelo norte da África. À leste, bem na direção extrema, seriam lançadas as bases do cristianismo no que hoje é a Rússia (a sóbria igreja ortodoxa cristã). Ao sul, uma parte cobriria o Egito e região, enquanto que outros seguiriam passos semelhantes aos de Jesus (como Tomé) pela rota da seda em direção à Índia e China. Nesta longa viagem sem volta, aos poucos Jesus vai se despedindo dos discípulos e indicando os caminhos a serem seguidos: A Pedro, pede que ele seja a base (a pedra) de sua igreja e designa como sua função atingir a Grécia e toda a Europa, principalmente o centro do império romano: Roma. À Tiago e João é pedido que lan- cem as bases religiosos e façam suas pregações pela Palestina, Síria e terras vizinhas. À Tomé, Jesus pede que evangelize pelo mesmo caminho que ele irá seguir, no extremo oriente. À Bartolomeu, Jesus pede que siga o caminho do extremo leste, até onde hoje é a Rússia. E assim vai indicando o caminho de evangelização a cada um dos discípulos. Passando pela Síria até chegar à Turquia (Anatólia/ Antióquia), Jesus inicialmente detém-se temporariamente na Síria, e novamente em Damasco, com Saul/Saulo, a quem ele batizara como Paulo (de Tarso), Jesus estabelece o maior plano de evangelização que o mundo já viu. Ou seja, cria as bases para que Paulo e Pedro (principalmente), junto com alguns discípulos pudessem criar as sete igrejas da Ásia, e dali fazer a maior propagação religiosa sobre a face da Terra. Eufórico, Paulo garante a Jesus: — "Mestre, iremos evangelizar o mundo, levar a palavra do Senhor a cada canto da Terra e criar uma nova Jerusalém." Ao que Jesus contesta: — "Não Paulo. Nova Jerusalém não! Jerusalém está perdida para sempre. E sempre será alvo de disputas encarniçadas, com chacais e hienas disputando cada resto de carniça. Jamais haverá paz sobre Jerusalém. A nossa direção é muito maior do que Jerusalém. É um novo mundo, uma nova vida, um novo futuro, um novo porvir!" Repassando mais uma vez aos discípulos os seus ensinamentos e as diretrizes religiosas da irmandade, basicamente os ensinamentos essênios que ele tanto pregou, difundiu, encantou e reconfortou tantos e tantos seguido- res; Jesus reforça então o aspecto organizacional da irmandade, explicando que com base em doze discípulos, que ele transformaria em doze mestres eles conquistariam o mundo e fariam a maior propagação de idéias religiosas que o mundo jamais havia visto: doze discípulos se tornam mestre e convencem doze discípulos a que cada um convença mais doze a convencer outros doze e assim sucessivamente, até atingir a maior quantidade de gente possível, numa perfeita irradiação e propagação de idéias. Despedindo-se definitivamente de seus discípulos, Jesus deixa Paulo na Turquia, com a missão de estabelecer sete pontos, em sete igrejas, para que depois de estabelecido estes sete pontos dali seguisse numa peregrinação percorrendo o mundo e difundindo as boas novas de Jesus. Enquanto que Jesus partiria para sua nova vida como um homem sem nome e sem passado. Assumindo uma vida inteiramente nova, fazendo as mesmas pregações que sempre fizera ao longo de toda a sua vida, sem, entretanto, poder dizer que Ele era Jesus e que não havia morrido na cruz. Em seu rastro vai deixando para trás a Palestina, Síria e Turquia onde torna-se um profeta para os muçulmanos (logicamente sem falar em crucificação, reencarnação, pois estes são aspectos inadmissíveis para os muçulmanos). E como profeta muçulmano, desce pelo que hoje é o Iraque, Irã e Paquistão. (Embora lamentavelmente mais de 90% — noventa por cento — dos cristãos não saibam, Jesus também é um profeta muçulmano, tem uma importância fantástica para aquela religião, como nenhum outro de qualquer religião, salvo Maomé) Chegando na Índia e Nepal, arregimenta não só seguidores muçulmanos que o têm como um profeta, como passa a ser idolatrado no hinduísmo e no budismo, como um iluminado. (Um caso único no mundo. Idolatrado pelo cris- tianismo, pelos muçulmanos, pelo hinduísmo e pelos budistas) Para os muçulmanos não ortodoxos, do ramo Ahmadiyya, fundado no século dezenove por Hazrat Mirza Ghulam Ahmad de Qadian, Paquistão, com milhões de seguidores espalhados pelo mundo todo, após longa pesquisa por toda a Ásia, e os caminhos percorridos por Jesus após a crucificação, eles têm como certo e verdadeiro que Jesus não morreu na cruz, sobreviveu à crucificação em estado de torpor e letargia, com o coração lento e pulso fraco, quase imperceptíveis, foi salvo pelos essênios que fizeram atendimento médico com ervas curativas, óleos medicinais e unguentos, ainda no sepulcro e foi viver na região da Caxemira (entre a Índia e o Paquistão), onde teria se casado, teve um filho, e morreu de velho, com cerca de quase 100 anos. A maioria dos escritos muçulmanos refere-se a Jesus (Yesus) como "Yuz" ou como Yuz (Líder) Asaf (Curador), líder das curas (ou Yuzu Asaph). Em amplas descrições muçulmanas, inclusive ligando Jesus a Maria e Tiago, não deixam a menor dúvida que Jesus adotou como nome pro- fético o "título" que lhe atribuíram: Yuz (Líder) Asaf (Curador), líder das curas. Nas tradições Iranianas, por exemplo, contadas por Agha Mustafai, Yuz Asaf veio pregando do oeste (Palestina e Síria) arrebanhando muitos seguidores, a sua pregação era a mesma que Jesus pregava quando na Palestina. Entretanto, a única diferença é que Ele não falava em reencarnação. Ou porque isso era contra os conceitos do Islam, ou porque os documentos muçulmanos não quiseram registrar casos polêmicos como reencarnação que só interessa- vam aos cristãos. E, finalmente, na região de destino de Jesus (Yuz Asaf) que inicialmente era Índia e Nepal e que acabou tendo como residência final a região da Caxemira (área de disputa entre Índia e Paquistão), lá encontramos o seu último e derradeiro registro: A sepultura em Srinagar, capital da Caxemira (Índia) como o profeta Yuz Asaf. Em documentos existentes em mosteiros na Índia há a versão de que Jesus teria vivido com o nome de Yuz Asaf, até a velhice, em Srinagar, capital de Caxemira, onde se casou, teve filho e viveu até próximo dos cem anos. Ainda em Srinagar, há um monumento em homenagem ao trono de Salomão, que foi parcialmente destruído pelos Sikhs em 1819, mas que restaram quatro inscrições em Persa, das quais as duas últimas foram descritas pelo historiador muçulmano da Caxemira, Mulla Nadiri, em 1413, como: "Nesta época, Yuz Asaj, proclamado como profeta, no ano cinqüenta e quatro do reinado do Marajá Gopadatta, é Ele mesmo Jesus, profeta das crianças de Israel."
Nota do autor: A data, ano 54 do reinado do
Marajá Gopadatta, é tido como ano 107 da nossa era, pelo historiador alemão Holger Kersten, enquanto que o professor Fida Hassnain, diretor arqueólogo da Caxemira e especializado em antigüidades aponta o ano 78 d.C. como sendo o ano 54 do reinado de Gopadatta.
Há na cidade de Srinagar uma sepultura com a
placa na qual se lê Rozabal ou Roza bal (Túmulo Sagrado) "Tumulo de Yuz Asaf". Nesses documentos, diz-se que Yuz Asaf (que em Persa quer dizer algo como "líder das curas") foi um ho- mem que chegou à Índia no reino do rajá Gopadatta e passava os dias rezando a Deus e meditando. Ressalta também que ele "pregou a existência de um único Deus até a morte". A sepultura de Srinagar (Roza bal) é reconhecida mundialmente como um monumento santo desde 1766 e anualmente milhões de muçulmanos, cristãos, hindus e budistas, do mundo inteiro, fazem romaria ao túmulo de Jesus/Yuz Asaf e prestam homenagem a um exemplo único no mundo, capaz de reunir ao mesmo tempo as quatro maiores religiões do mundo venerando uma única pessoa: Jesus.