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Senac – Lapa Tito

Arquitetura da Paisagem

Disciplina: EARPA_TIT_02-1901-669444 (1901-BIOMAS BRASILEIROS E


ECOLOGIA URBANA)
EXERCÍCIO 3 – CAATINGA

Aluno: Pedro Guilherme Paulino da Silva


Docente: Prof.ª Patrícia Sanches

07 de abril de 2020

Relatório 5 – CAATINGA

INTRODUÇÃO
A Caatinga de nome originado pelos índios Guaranis de Mata Branca, devido a
adaptação caduciflora feita pelas vegetações nos períodos de seca predominante
do bioma que expões os galhos espinhosos na paisagem do bioma. Segundo o
IBGE (2004) possui uma extensão de 844.453 quilômetros ², fazendo fronteiras
com os Biomas Cerrado e Mata Atlântica e possuindo em suas classificações
macro de vegetação, as fitofisionomias Savana Estépica Florestada; Savana
Estépicas Arborizada; Savana Estépica Parque e Savana Estépica Gramínea-
Lenhosa, Conforme Figura 01.

Para Coutinho (Figura 2), a terminologia Savana estépica é desconsiderada pois


tem fisionomia diversa além de serem características de clima frio. O termo
considerado é uma fisionomia de Savana Semiárida.

Seu preenchimento territorial é de aproximadamente 11% da ocupação brasileira,


ocorrendo no interior dos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas,
Sergipe, Pernambuco, Bahia e no norte do estado de Minas Gerais.

É a região do Semiárido mais populosa do planeta, possui cerca de 15 milhões de


habitantes (Coutinho, 2016), que está dispersa predominantemente por toda área
rural. Sendo a Caatinga, a extensão territorial que abriga cerca da metade da
população rural existente no Brasil.
Figura 1 Mapas e Biomas do Brasil – IBGE (2004)
Figura 2 Territórios Fisionômicos das vegetações
Figura 3 Percentual aproximado de área ocupada por biomas nas unidades da federação. Fonte IBGE –
2004.
O relevo do bioma Caatinga é formado por “amplas depressões no interior da
‘montanas’ e no interior ‘planálticas’, são de superfícies aplainadas (pediplanos)
de 200 a 300 metros de altitude, há formações entremeadas entre essas, por
planaltos em altitude de 700 a 800m acima do nível do mar, (Coutinho, 2016) no
Alto dos Interflúvio de chapadas onde encontra-se cerrados.

Morros isolados, Inselbergs (Figura 4), como ilhas revestido por florestas chamado
de brejos, onde desenvolvem matas semelhantes as tropicais pluviais de encosta
(Coutinho 2016)

Figura 4 Campo de inselberg no Município de Quixadá. CE Fonte:


https://www.researchgate.net/figure/Figura-25-Campo-de-inselberg-no-Municipio-de-
Quixada_fig9_320908446
CLIMA
De clima Semiárido, a Caatinga possui índice pluviométrico de média entre
600 e 800mm, apesar de ter curta concentração chuvosa durante o ano, apenas
três meses, distribuídos entre outono e inverno. As chuvas são usualmente são
irregulares em média anual, principalmente quando há o fenômeno el ninõ, do
qual intensifica ainda mais a falta d’agua podendo reduzir até a 300 milímetros /
ano.

O Relevo acidentado favorece a falta de chuva na caatinga por causa de


nuvens de chuvas vindas do oceano atlântico, originadas nas zonas de
convergência intertropical (ZCIT), formada pelo encontro dos ventos alísios do
aquecimento do hemisfério norte e sul, que se encontram no nordeste brasileiro
nos meses do outono e inverno.

Os Rios são Rio intermitentes, isso quer dizer que falta lençol freático durante
parte do ano. Na caatinga passa um dos principais rios brasileiros, o rio são
Francisco (velho chico).

A temperatura média anual do bioma é de 27ºC, favorecem a


evapotranspiração sendo responsável pela semiaridez.

Figura 5 Paisagens da Caatinga em período de chuva (3 meses) e de seca (9 meses)


VEGETAÇÃO

Figura 6 Mapa de vegetação do Brasil – IBGE 2004

A Savana estépica estabelecida para o IBGE


(2004) possui fitofisionomias florestais, savanicas, áreas serranas, brejos e outros
tipos de bolsões climáticos mais amenos que foram divididas em tipologias para
considerar a formação remanescente da Caatinga, sendo elas conforme figura 5:

“Savana estépica em todos os estados do bioma; Savana nos estados do Piauí, Ceará, Rio
Grande do Norte e Bahia; Floresta Ombrófila Aberta em ocorrências isoladas no Ceará, Paraíba,
Pernambuco e Alagoas. Floresta estacional Semidecidual com pequenas ocorrências no Ceará,
Paraíba e Pernambuco e áreas mais representativas na Bahia; Floresta Estacional Decidual com
pequena área de ocorrência no sul do Piauí e outras mais expressivas no centro sul da Bahia e
norte de Minas Gerais; Formações Pioneiras, representadas pelas restingas e mangues na costa
voltada para o norte; refúgio vegetacional da região central da Bahia. ” (IBGE 2004)

A Savana tropical decidual semiárida apresenta um mosaico de fitofisionomias em


gradiente, com paisagens heterogênea, chamado de domínio das caatingas,
influenciado pelas condições hídricas, sendo, portanto, xerófitas adaptáveis a falta
d’agua. Muitas com raízes tuberosas, que armazenam nutrientes e agua e plantas
decíduas ou caducifólias, que perdem completamente suas folhas para
economizar energia e entrar em dormência durante a seca.

A reprodução por sementes, muitas vezes devastadas pelo fogo em período de


seca, podem ficar inertes anos sem umidade, germinando assim no período
chuvoso.

Figura 7 Fitofisionomias vegetativas do cerrado Fonte: https://www.acaatinga.org.br/sobre-a-


caatinga/ Acesso Abril 2020

Coutinho (2016) considera inclusive, as fitofisionomias de escrube e savana stricto


sensu

Caatinga arbóreas e de escrube: Com vegetação de porte até 20 metros, solo


enriquecido com serapilheira que produz os húmus rico em nutrientes, estratos
arbustivos de caule fino tortuoso difíceis de adentrar chamado de carrasco, área
de maior incidência de chuva vindas do oceano atlântico. Possuem espécies
como:
Jacarandá(Machaerium acutifolium vogel), Gameleiras(fícus doliaria);
Barriguda(Cavanillesia arbórea); Paineiras (Chorisia spp); Aroeira(Myracrodruon
urundeuva), Baraúna(Schinopsis brasiliensis); Catingueira(Caesalpinia
pyramidalis); Oiticica (Licania rígida); Acácia (Acacia ssp).(Figura 11)

Caatinga savânica: carnaúba produz cera para evitar perda dagua

Jurema( Mimosa sp) ; Velame(Croton campestris); Facheiro(Cereus squamosus);


Mandacaru(Cereus jamacaru) Palma(Opuntia inamoena); Unbuzeiro (Spondias
tuberosa); Faveleira (Cnidoscolus phyllacanthus); Pau-pereiro(Aspidosperma
pyrifolium); Amburana(Amburana cearenses); Quixabeira(Bumelia sartorum);
Juazeiro (Ziziphus joazeiro); Icó(Capparis yco)

Figura 9 Bromelia (Encholirium sp.) Fonte:


Figura 8 (Melocactus bahiensis) Fonte: https://faunaefloradorn.blogspot.com/2016/11/m
https://br.pinterest.com/pin/459648705701442615 acambira-de-flecha-encholirium.html

Figura 10 Selaginella convoluta Fonte: Figura 11 Acácia (Acacia ssp). Fonte:


https://inpn.mnhn.fr/espece/cd_nom/731267/tab/taxo?lg=e https://www.bioparquebrasil.com.br/arvores/acaci
n a-amarela/
Caatinga baixa Campos de Gramíneas, Suculentas, Espinhentas espaçadas,
cactáceas, essas possuem parênquima aquífero, uma fibra que estimula menor
perda de agua por evapotranspiração, seus espinhos são um processo evolutivo
a adaptação a folhas pela falta hídrica, na busca do menor superfície transpirante
com contato a radiação solar pela planta pelo fechamento dos estômatos que faz
a troca de gases com a atmosfera. Algumas espécies da caatinga baixa é: Coroa-
de-frade(Melocactus bahiensis) (Figura 8); xiquexique(Pilosocereus gounellei);
chegue-pra-lá(Harrisia adscendens); cansanção(Jatropha urens)
Bromelia(Encholirium sp.)(Figura 9), (Bromelia laciniosa)(Neoglaziovia vareigata);
Jericó(Selaginella convoluta)(Figura 10)

Figura 12 Perfil esquemático do gradiente fitofisionômico da Caatinga, Coutinho - 2016

SOLO
A falta de umidade atrapalha a decomposição de rochas e o desenvolvimento do
solo, como desintegração em fragmentos de pedras. Sendo típico um Solo
pedregoso chamado de lajeado, onde tem profundidade rasa, arenoso, de baixo
abastecimento hídrico as vegetações, além de pobre em nutrientes. Muitas vezes
exposto os solos rochosos

Algumas ocasiões, podem ser férteis devido a poços ou cacimbas que acumulam
concentração de salinas após evapotranspiração nas superfícies.

DIVERSIDADE

Do total, restou apenas 53% do bioma Caatinga, e desmatamento é acelerado,


pela monocultura do algodão, madeira, carvão, pecuária de caprinos tem
acelerado o processo de desertificação em muitas regiões sem capacidade
produtiva. Segundo Coutinho (2016) a desertificação dependendo da magnitude
do processo de degradação e demandando um bom tempo, ainda pode ser
revertida e voltar ao que era antes. Embora, entre 1990 e 2010, foram desmatados
80.000km² da vegetação lenhosa natural.

A Caça e o tráfico de animais são comuns para o consumo e comercio da cultura


local. A fauna é também responsável pela polinização da biodiversidade de
espécies vegetais por meio de consumo de sementes, a interferência desse no
meio ocasiona o desequilíbrio do ambiente. A degradação de fauna flora da
caatinga produz a diminuição de biomassa e maior exposição do solo.

Das 950 espécies, somente são encontradas 350 exclusivamente na caatinga, ou


seja, aproximadamente 36% são endêmicas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COUTINHO, L.M. Biomas Brasileiros. São Paulo: Oficina de Textos, 2016.
IBGE - Manual técnico da Vegetação Brasileira, 2012. Disponível em:
http://www.terrabrasilis.org.br/ecotecadigital/pdf/manual-tecnico-da-vegetacao-
brasileira.pdf
IBGE - Biomas e Sistema Costeiro-Marinho do Brasil, 2019. Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-
catalogo?view=detalhes&id=2101676
Pantanal | Biomas do Brasil | Ep.3 - https://www.youtube.com/watch?v=-
Xf8BEQtk3Y
MMA Ministerio do Meio Ambiente- Cadastro Nacional de Unidades de
Conservação - 2019. Disponível em: https://www.mma.gov.br/areas-
protegidas/cadastro-nacional-de-ucs
Site - Geografia da Paraiba - Patos/PB: inselberg do Espinho Branco, 2018
Disponivel em: https://geografiaparaiba.wixsite.com/geografiapb/blog

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