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APROPRIAÇÃO E PERTENCIMENTO CULTURAL NO IMAGINÁRIO DA PRAÇA

ROOSEVELT NA CONTEMPORANEIDADE DE 2020

Pedro Guilherme Paulino da Silva

2020
Praça
Roosevelt

Complexidade de
tensões
territoriais sobre
uma diversidade
consolidada de
usuários.

https://vejasp.abril.com.br/estabelecimento/praca-franklin-roosevelt/
Períodos relevantes:

• Revolução Industrial do séc. XVIII, provoca uma mudança na imagem da cidade traduzido
pelo transporte individual.
• Em São Paulo, pós década de 1930, crise econômica, gera políticas de industrialização de
base.
• Crescimento econômico e demográfico da cidade, através da indústria automobilística.
• Plano de Avenidas Prestes Maia (1938-1945) como totem ideológico desenvolvimentista.
Praça Roosevelt

• 1910 seguiu uma proposição de similaridade as praças secas coloniais brasileiras


• 1961, automóveis e relações de status social.
• Inaugurada em 1971 em um período marcado pelo desenvolvimento tecnológico e ditadura militar.
• Enobrecimento político e econômico através da produtividade nos usos.
• Edifício complexo multifuncional sem atender adequação “funcional, ambiental e estética.” (MACEDO, jun 1995)

• Area degradada por anos.


• Séc. XIX.: Palacete de Dona Veridiana Prado • 1980: Processo de degradação acentuou

• 1880: Início do loteamento • 1990: O jornal O Estado de S. Paulo escreveu que a praça era
"um dos locais mais criticados pela população paulistana por causa
• 1910: Espaço usado como estacionamento e feira-livre da sujeira e do barulho"

• 1915: Desapropriação do velódromo para dar lugar a Rua Nestor• 1997: Poder público tenta realocar camelôs e artesãos de feiras
Pestana e Construção da Igreja Nossa Senhora na Praça da República há 20 anos, sem sucesso com protestos

• 1942: Área cedida à Prefeitura como melhoramento urbano para• 2000: Chega à praça o Grupo teatral Satyros "para disputar
Praça terminal da Avenida Ipiranga espaço com traficantes e prostitutas", segundo relatou a revista São
Paulo em 2011
• 1950: Asfaltamento irregular da Praça e demolição dos casarões
do entorno • 2005: José Eduardo Lefèvre, apresenta projeto de revitalização.
2008: Atrasos na licitação da obra pelo governo Serra por
• 1961: Extinta feira livre de quarta-feira em prol de trânsito; acúmulo de entulho da praça Pentagonal sobre a laje

• fase áurea de público artístico, cinemas e teatros no entorno,• 2009: Casa noturna ao lado do Teatro de Cultura Artística é
segundo Dulce Muniz. "Na ditadura, fizemos daqui o nosso reduto” decretada utilidade pública com a intenção de transformar o local
em área verde.
• 1967: Anunciado conjunto arquitetônico por prefeito José Vicente 2010: Outro lote de uso de casa noturna foi decretado utilidade
Faria Lima, pública;

• 1968: Extinta a feira livre aos sábados na Praça • 2012: Inauguração da nova obra da Praça Roosevelt. Demolição
da casa noturna
• 1970: Inaugurado com a previsão excedida, o complexo
arquitetônico • 2016: Impresso em diário oficial a solicitação de tornar a Praça
em Parque para gradeamento do entorno Disponível em:
• “A praça continua a ser um fantasma de concreto armado, http://documentacao.camara.sp.gov.br/iah/fulltext/justificativa/JPL04
apesar das 'festinhas' promovidas pela Secretaria de Turismo da 21-2016.pdf
Prefeitura", escreveu O Estado de S. Paulo em junho.”
prestígio social

Segunda metade da década de 1960: a Praça Roosevelt tomada por carros. Foto: autor desconhecido O antigo casarão que pertenceu a Dona Veridiana e Martinho Prado na Consolação.
Atrás, a Igreja da Consolação. Foto: Caio Prado Jr., 1944.
“acontecimento urbano, polifacetado co
a cidade, múltiplo, denso” (CARDOZO,
1970.),

Figura 1 Praça Roosevelt -


Feira Livre - 1961 Disponível
“As reformulações urbanas tendem a apoiar suas propostas na grandiosidade em:
https://www.pinterest.pt/pin/491
033165626331025/
da megametrópole, completa, coletiva e uniformizada, criando monumentos
onde se destrói a vitalidade do detalhe e seu correspondente humano”
Figura 2 Inauguração da Praça
(CARDOZO, dez 1970.) década de 1970. Disponível em:
https://arquivo.arq.br/projetos/praca
-roosevelt Acesso: novembro 2020
Estudo para a Praça Roosevelt sobre a via expressa Leste-Oeste, nesse estudo o gigantismo da praça se estendia à quadra
vizinha, acabando com a sede, hoje centenária, do Instituto Clemente Ferreira.
Figura 3 Supermercado Praça
Rossevelt Disponível em:
https://www.pinterest.co.uk/pin/471
541023468910928/
“O não lugar “nunca se realiza completamente, [...]
é o contrário da utopia: ele existe e não abriga
nenhuma sociedade orgânica[...Como
comportamentos de viajantes que estão ]aptos a
encontrar vocação profética de espaço, onde nem
a identidade, nem a relação, nem a história
fazem realmente sentido, onde a solidão é
sentida como superação ou esvaziamento da
individualidade, onde só o movimento da imagem
Figura 4 Praça Roosevelt deixa escrever, por instantes, àqueles que as olha
1970. Disponivel em:
https://www.arquivo.arq.br/pra fugir, a hipótese de um passado e a possibilidade
ca-
roosevelt?lightbox=image_749 de um futuro” (AUGÉ, 1992, p. 81)
Acesso: março 2020.

Figura 5: Imagem
equipamentos utilitaristas
distribuído pela extensão da
praça, Fonte:
https://www.arquivo.arq.br/pra
ca-
roosevelt?lightbox=image_17h
u Acesso: março 2020.
Os moradores têm se
queixado do barulho que, à
noite, fazem os bares cheios
e os skates. Durante o dia,
as disputas envolvem
skatistas que usam os
equipamentos como parte de
suas manobras ,afugentando
os frequentadores
.associação de moradores
,representantes dos skatistas
,comerciantes de associação
de bairro têm discutido ,com
a intermediação da prefeitura
,algumas posturas para a
praça que, se cumpridas
,podem estabelecer não só a
resolução dos conflitos como
também um Marco em
termos de gestão de espaço .
(CALLIARI, 2016, pp. 178 -
179).

Figura 6 A praça em 2012. Foto: Mauricio Cremonini.


Disponível em: https://saopaulosao.com.br/nossos-
encontros/3257-praca-roosevelt-5-anos-depois-da-
reforma-muita-gente-e-pouco-cuidado-com-o-espaco-
publico.html
Figura 8 Imagem aérea
Diagramação sobre base. Fonte:
http://
https://www.google.com.br/maps/
Acesso: 03/2020.
Figura 14 - Valor do solo urbano 2005 Disponível em: Secretaria Municipal de
Finanças/Departamento de Rendas Imobiliárias. PGV, 2005 agregação por
quadra fiscal e TPCL, 2005 e geoSampa, acesso Novembro, 2020

Figura 7 Uso Predominante do solo diagramação sobre base. Fonte:


Geosampa Acesso: 01/2020.
Figura 10 Reconhecimento do entorno, diagramação sobre base Figura 9 Idade média das quadras da cidade, Diagramação sobre base Fonte:
Fonte: Geosampa Acesso: 01/2020. http://blog.estadaodados.com/sao-paulo-uma-cidade-dos-anos-70/ Acesso:
03/2020.
Figura 11 Indicadores Sociais. Diagramação sobre base, fonte: GeoSampa julho de 2020

Figura 12 Densidade Demográfica hab./ha Diagramação sobre base, fonte: GeoSampa


julho de 2020
Figura 15 Hidrografia Diagramação sobre base, fonte: GeoSampa julho de 2020

Figura 13 Mapeamento de cobertura vegetal Diagramação sobre base, fonte:


GeoSampa julho de 2020
Hegemonica e
Dissidente

Demanda
coletiva e
inconsciente

Produção urbana
temporal

Imaginário
IMAGINÁRIO
DA PRAÇA
FRANKLIN
ROOSEVELT

Figura 16 Fachada prédios


por Edison Hiroyama. As cidades assim como relações sociais
Disponível em:
https://www.pinterest.pt/pin/ demarcam limites imaginários para
147000375313767694/
fortalecer potencialidade de laços
identitários de grupos sociais. “O
irmanamento/fraternidade que estes
grupos propõem permite remediar o
vazio espiritual e o isolamento que se
desenvolve nas megalópoles pós-
modernas. A solidariedade e o espírito
de tolerância que eles preconizam
convêm perfeitamente às jovens
gerações que, [...] desconfiam dos
dogmatismos religiosos, políticos ou
ideológicos.” (BOECHAT, 2014)
Beleza, Função reflexiva, Profundidade e memoria (HILLMAN, 1926)

Lucrecia Ferrara, “a imagem urbana é


mediação para compreender o significado das
relações sócio-culturais na cidade, sua sintaxe
apoia-se na própria urbanização, isso é, a
imagem da cidade atual revela um momento
crucial que ela atravessa” (1999, p. 225).

Figura 17 : Apoio ao
isolamento da pandemia
COVID-19 A Vida No
Centro Disponível em:
https://avidanocentro.com "simulação da realidade ao mesmo tempo procuramos
.br/blogs/receitas-de-arte-
contra-o-covid-19/8 criar uma réplica do mundo, uma ficção na qual, graças a
banalização, vivemos na felicidade permanente do
espetáculo” (CORTÉS, 2008, p. 98)
Beleza, Função reflexiva, Profundidade e memoria (HILLMAN, 1926)

“o espelho passou a ser uma metáfora predileta:


a adolescência e a infância o topos principal,
resultando numa síndrome contemporânea, num
distúrbio de caráter, relativamente ignorada nos
primeiros 75 anos da psicanálise[...] Narcisismo
[...] como uma ausência ou um distúrbio de "libido
objetal", aquele desejo que se estende ao mundo
"lá fora." Ao contrário, o desejo jorra para dentro,
ativando nossa subjetividade isolada. A beleza do
mundo perde o fascínio, perde o eco que atrai
minha atenção. Porque a beleza do mundo não
mais atrai, procuro e encontro essa beleza num
olhar autocentrado. Isso é narcisismo [...] a libido
sem objeto, cativado pela beleza (distúrbio da
beleza) (HILLMAN, 1926, p. 38)

Figura 18 Praça efervescente Eduardo Anizelli - 4.out.2012/Folhapress Disponível em:


https://m.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/02/1858518-prefeitura-de-sp-estuda-colocar-grades-na-
praca-roosevelt-durante-o-carnaval.shtml
Beleza, Função reflexiva, Profundidade e memoria (HILLMAN, 1926)

Inventário de Memórias Paulistanas promovido pelo Departamento de Patrimônio Histórico (DPH)


Disponível em: https://avidanocentro.com.br/cidades/placas-
memoria/?fbclid=IwAR310uEZrUC_eVzOcQk3fBV6PnzjvOGCJpwJ6WRMCAEpS9sf0wmxpjjUO8U

“A cidade, então, é uma história que se conta


para nós à medida que caminhamos por ela.”
(1926, p. 39).
Disponível em: http://www.ipatrimonio.org/wp-content/uploads/2013/12/Ipatrimonio-Processo-
33188-95-Teatro-Cultura-Artistica.pdf
Tempo
A partir desta primeira semantização do espaço pode
ele experimentar mudanças ou acréscimos
semânticos - e às vezes se colocam camadas sobre
camadas de significados sobre a carga inicial. Se as
simples modificações semânticas são fáceis de
detectar e analisar quando se opera a partir da
prática física do espaço (quando por exemplo se
transforma um centenário moinho industrial em
centro coletivo de lazer), as transformações ao nível
da prática do imaginário e as sobressignificações
atribuídas e a um espaço (a proposição de espaços
sobressignificantes), que interessam aqui de modo
particular, normalmente se revestem de um cunho
especialmente ideológico ao adquirirem essas
dotações semânticas extras através de um discurso
sobre o espaço.( (ELIAS, 1954, p. 119)

Figura 19 Imagem utilitarismo de funções. Disponível em: https://www.arquivo.arq.br/praca-


roosevelt?lightbox=image_1sq3 Acesso: março 2020.
Após agressão de skatista, Praça Roosevelt passará por modificações
Disponível em: http://www.espn.com.br/noticia/302441_apos-agressao-de-skatista-praca-roosevelt-passara-por-modificacoes

“Assumir o equilíbrio incerto entre a ordem e a desordem


é admitir que a história de tempo de espaço é
manifestação contextualizada dialeticamente, pois retira a
informação dos parâmetros teóricos das classificações,
para jogá-la na vida das linguagens, na qual a única
Panóptico, acesso: https://br.pinterest.com/pin/148407750212030851/ realidade é a mudança.” (FERRARA, 1999, p. 192)
monoteísmo da razão e da consciência

No processo de enantiodromia, “a cultura racional dirige-se


necessariamente para o seu contrário, ou seja, para o
aniquilamento irracional da cultura”, (JUNG, 2001, p. 64)
ANÁLISE DE GRUPOS

Tabela 1 Resultado de Questão 1.1 do formulário

Figura 20 Formulário para avaliar Percepção cultural da Praça Roosevelt

Google Forms: https://forms.gle/UkfeiiH6gL3GQJft6

repertórios culturais:

“A linguagem da cidade não é uma propriedade do


fenômeno urbano no sentido de distingui-lo e dá-lo
a conhecer, mas é operativa é funcional para o seu
conhecimento: permite uma mediação no
conhecimento do objeto, que por si só, não é
auto evidente.” (FERRARA, 1999, p. 202),
Tabela 3 Resultado de Questão 2.1 do formulário

Tabela 4 Resultado de Questão 1.4 do formulário


Tabela 5 Resultado de Questão 2.1 do formulário

Tabela 6 Resultado de Questão 2.2 do formulário


Tabela 7 Resultado de Questão 2.3 do formulário

Tabela 8 Resultado de Questão 2.4 do formulário


Menções

3% 3% 12%
9% Lazer
Cultura
4% Esporte
17% Sociabilidade
Diversidade
17% Arte
Prazer
11%
Descanso
Trabalho
24%

Tabela 9 Resultado de Questão 3.1 do formulário

Tabela 10 Resultado de Questão 3.2 do formulário


Figura 21 Ilustração de regiões numeradas para questão 3.3 do formulário
contraste (p. 78): estilo artístico neogótico como protagonismo Espada
na área livre. Fogo
Integração de árvores, interpenetração com os elementos Abrigo
construídos (p. 84)

Figura 22 Vista Região 1 Google Maps Acesso: 09/2020 Figura 21 Ilustração de regiões numeradas para questão 3.3 do formulário
sobreposição de usos (p. 78) Turbilhão
Abrigo

Figura 23 Vista Região 2 Google Maps Acesso: 09/2020 Figura 21 Ilustração de regiões numeradas para questão 3.3 do formulário
Território ocupado, [...] “O fato de se assinalarem esses locais Pássaro
como elementos de caráter permanente pode contribuir para indicar Abrigo
os tipos de ocupação que existem na cidade e criar um meio
ambiente que não seja fluido e monótono, mas sim estático e
equipado.” (1971, p. 25)

Figura 24 Vista Região 3 Google Maps Acesso: 09/2020 Figura 21 Ilustração de regiões numeradas para questão 3.3 do formulário
Escala da praça reivindica, implicitamente, a dialética do antagonismo Abrigo
entre público e privado, “é uma fronteira entre ambos e na forma como
as relaciona”. (CULLEN, 1971, p. 81)
Paisagem interior e compartimento exterior(1971, p. 30)

Figura 26 Vista Região 4 Google Maps Acesso 09/2020


Figura 21 Ilustração de regiões numeradas para questão 3.3 do formulário
Fogo

Buraco “surpresa no
desconhecido”

Figura 25 Vista Região 5 Google Maps Acesso: 12/2020


Figura 21 Ilustração de regiões numeradas para questão 3.3 do formulário
Fogo, cabendo associar a energia
Sobreposição de usos (p. 78) esportistas em alta da combustão,
velocidade sobre a calçada, Destruição e transformação [social]

Figura 27 Vista Região 6 Google Maps Acesso 09/2020 Figura 21 Ilustração de regiões numeradas para questão 3.3 do formulário
Buraco e Espada.
armadilha obscura
inconsciente
Ambiguidade e contradição
nos termos simbólicos

Figura Vista Região 7 Google Maps Acesso 09/2020 Figura 21 Ilustração de regiões numeradas para questão 3.3 do formulário
Turbilhão
“centralidade, espaço de
convivência e diversidade. Essa
região cabe a intencionalidade de
protagonismo das relações. “

Figura Vista Região 7 Google Maps Acesso 09/2020 Figura 21 Ilustração de regiões numeradas para questão 3.3 do formulário
Continuidade (1971, p. 56) de acessos que se abrem ao
centro da praça.

Herói. região cívica “exercício da democracia nas ágoras gregas do qual


recebe aqueles dispostos a transcender o processo da inércia na
jornada do herói. “

Figura 29 Manifestação contra a cultura do estupro. 8 de novembro de 2020 Figura Vista Região 9 Google Maps Acesso 09/2020 Figura 21 Ilustração de regiões numeradas para questão 3.3 do formulário
Disponível em: https://www.instagram.com/p/CHWcj6FnQ-c/
+Abrigo,: 1 ,3
-Monstro : 1,3
Heroi: 1,8 e 9

Tabela 11 Resultado de Questão 3.3 do formulário


Palco: 52,9% “eventos artísticos teatrais das décadas de 1960”

[...]modelo de apropriação artístico explicitamente cultural.


Tabela 12 Resultado de Questão 3.4 do formulário
Conclusão

Ações nos diferentes períodos na praça possibilitou incorporar e consolidar diferentes tipos de grupos no mesmo
território.

imagem apresenta uma intenção ideológica que habita a disputa do território sejam elas hegemônicas ou dissidentes.
vocação artística, esportiva, boêmia, política e de engendramento de minorias, monumentos faraônicos, pixo, etc.

espírito de época como anseios a sociedade e suas repercussões pendulares

O repertório imaginário do território disposto pelo tempo, somatiza características identitárias


que compõem a materialidade e o inconsciente coletivo da sociedade. Onde os sujeitos
componentes se identificam pertencentes e representados no território.
ações orgânicas da sociedade civil intervindo supõem se cumprir a Função Transcendente de reconhecer a natureza de
propósitos.

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