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Amélia

Amélia era uma menina que vivia numa aldeia do interior.


Como a sua família era muito pobre, todos os dias tinha de ajudar
em diferentes tarefas. Uma delas era tratar do gado logo pela
madrugada.

Para ela era muito triste e difícil viver naquela pobreza. Como
era uma criança muito tímida e reservada, não conversava com
ninguém sobre a sua triste vida. No entanto, Amélia era uma
menina muito sonhadora. Por vezes, até sonhava demais. O sonho
que mais adorava sonhar era ser uma pessoa como as outras, com
dinheiro suficiente para uma vida normal e ter uma casa muito
diferente da que tinha.
Além de sonhar, havia uma atividade que lhe dava muito
prazer: trabalhar com o barro! Colhia o barro numa encosta perto
da aldeia e, das suas mãos, nasciam bonecos que eram verdadeiras
obras de arte e que ela oferecia aos seus amados pais, quando eles
faziam anos, pois não tinha outro presente para dar.

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Como era tão reservada e solitária, era muito gozada pelos
colegas de escola. Também por ser tão pobre e se vestir tão mal!
E a sua mochila ser uma… saca de plástico!...

Certa altura…
7º B (Ana Bárbara) – Orientação do Prof. Francisco Magalhães
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Escrita em 3 ciclos (continuação)

Certa altura, quando Amélia bem cedinho se levantou para


tratar do gado pareceu-lhe ouvir uma voz:
- Amélia, onde estás tu?
- Quem está a falar?- perguntou Amélia soletrando cada
palavra.

Ela ficou um pouco assustada, pois não sabia de onde vinha


aquela voz.
- Sou eu, estou aqui atrás de ti.
Quando Amélia se virou… viu um bezerro no chão deitado.

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Amélia deu-lhe comida e água.
Eram oito horas da manhã. Amélia pegou no seu saco de
plástico com o material escolar, e, como habitualmente, foi para a
escola com receio do que os seus colegas iriam dizer-lhe.

Como sempre, ela foi muito gozada por todos os seus


colegas de turma que faziam troça da sua “ mochila” e do seu
vestuário, que eram trapos.
Amélia teve uma ideia para ganhar algum dinheiro. Nos fins
de semana e no fim das aulas fazia, com o barro, peças
decorativas e utensílios de cozinha. Quando havia feira ia vender
as peças feitas por si. Quando não havia, vendia pelas portas da
vizinhança.

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Ao fim de algum tempo, conseguiu juntar algum dinheiro e
comprou materiais escolares, roupa e a desejada mochila.
Também comprou algumas coisas para os pais, é claro!
Apesar de ter de ajudar os pais em diversas tarefas, foi
sempre uma excelente aluna. Agora, os colegas pararam de a
criticar, não só pelas roupas e mochila, mas também por ser uma
excelente aluna.
Por ser muito sonhadora tinha outras expetativas para além
de uma vida normal. Quando fosse adulta queria tirar um curso
universitário para poder ter uma vida melhor e ajudar os pais.
Mais tarde...

Turma M3 (Centro Escolar de S Martinho de Mouros)

Conclusão

Mais tarde, não muito distante da sua juventude  tornara-se numa


artista plástica famosa e internacionalmente conhecida. A sua
simplicidade continuou presente em si e convidou todos os colegas de
escola e vizinhos para a estreia de uma exposição dos seus trabalhos
no Centro Cultural de Belém. Todos lá se encontravam na estreia e
estupefactos com a beleza e com o tema das suas obras. O quadro mais
valioso e requisitado era uma jovem vestida de trapos com um pequeno
saco na mão.

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Quando conseguiram aproximar-se da obra e viram o seu
valor, ficaram mudos e quietos. Sentiram uma vergonha enorme, e daí em
diante deram mais valor a todos os meninos e meninas iguais à Amélia.

Alunos 6ºC

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