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QUÍMICA

FÁCIL
ZÉ LUCAS
Ciências da Natureza e suas
Tecnologias – Física
Lei Geral dos Gases
QUÍMICA, 2ª Série
Equação de Estado dos Gases Perfeitos

O comportamento dos GASES é melhor compreendido quando conhecemos ...

... sua temperatura (T)

... sua pressão (P)

... seu volume (V)

... a quantidade de partículas do gás.


QUÍMICA, 2ª Série
Equação de Estado dos Gases Perfeitos

TEORIA CINÉTICA DOS GASES

As partículas de um GÁS ...

... encontram-se muito afastadas umas da outras.


... movimentam-se em trajetória retilínea.
... sofrem colisões perfeitamente elásticas.

... possuem força de interação desprezível.


QUÍMICA, 2ª Série
Equação de Estado dos Gases Perfeitos

Todo gás exerce uma PRESSÃO, ocupando um certo


VOLUME à determinada TEMPERATURA (3) .

Aos valores conhecidos (medidos)


de pressão, volume e temperatura chamamos de
ESTADO DE UM GÁS.

V = 5L
Assim:
T = 300 K

P = 1 atm
QUÍMICA, 2ª Série
Equação de Estado dos Gases Perfeitos

Os valores da pressão, do volume e


da temperatura não são constantes, então, dizemos que
PRESSÃO (P), VOLUME (V) e TEMPERATURA (T)
são
VARIÁVEIS DE ESTADO DE UM GÁS (4).

P1 = 1 atm P2 = 2 atm P3 = 6 atm

V1 = 6 L V2 = 3 L V3 = 3 L

T1 = 300 K T2 = 300 K T3 = 900 K


QUÍMICA, 2ª Série
Equação de Estado dos Gases Perfeitos

Denomina-se pressão de um gás a razão (força/área)


originada pela colisão de suas moléculas com as
paredes
do recipiente em que ele se encontra.
QUÍMICA, 2ª Série
Equação de Estado dos Gases Perfeitos

Experiência de TORRICELLI
vácuo

1 atm = 76 cmHg = 760 mmHg


mercúrio

100 cm
76 cm 1 atm = 101,3 kPa
1 atm

mercúrio
QUÍMICA, 2ª Série
Equação de Estado dos Gases Perfeitos

é o espaço ocupado pelo gás.

1 L = 1000 mL = 1000 cm3

Nos trabalhos científicos, a unidade usada


é a escala absoluta ou Kelvin (K).

T = t + 273
QUÍMICA, 2ª Série
Equação de Estado dos Gases Perfeitos

P1 = 1 atm P2 = 2 atm

V1 = 6 L V2 = 3 L

T1 = 300 K T2 = 300 K
ESTADO 2

ESTADO 1

TRANSFORMAÇÃO ISOTÉRMICA
Mantemos constante a TEMPERATURA e
modificamos a pressão e o volume de
uma massa fixa de um gás (5).
QUÍMICA, 2ª Série
Equação de Estado dos Gases Perfeitos

P1 = 1 atm P2 = 2 atm P3 = 6 atm

V1 = 6 L V2 = 3 L V3 = 1 L

T1 = 300 K T2 = 300 K T3 = 300 K

P (atm)
7
LEI DE BOYLE-MARIOTTE
6

5 PP1 xx V
V1= constante
= P2 x V2
4
PRESSÃO e VOLUME
3
são
2 inversamente proporcionais.
1

V (litros)
1 2 3 4 5 6 7 8
QUÍMICA, 2ª Série
Equação de Estado dos Gases Perfeitos

P1 = 1 atm P2 = 1 atm

V1 = 6 L V2 = 3 L

T1 = 300 K T2 = 150 K
ESTADO 2

ESTADO 1

TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA

Mantemos constante a PRESSÃO e


modificamos a temperatura absoluta e o volume
de uma massa fixa de um gás (6).
QUÍMICA, 2ª Série
Equação de Estado dos Gases Perfeitos

P1 = 2 atm P2 = 2 atm P3 = 2 atm


V1 = 1 L V2 = 2 L V3 = 3 L
T1 = 100 K T2 = 200 K T3 = 300 K
V (L)
7 VOLUME e TEMPERATURA ABSOLUTA
são diretamente proporcionais.
6

5
V
4 = constante
3
T
2
1 LEI DE CHARLES

T (Kelvin)
100 200 300 400 500 600 700 800
QUÍMICA, 2ª Série
Equação de Estado dos Gases Perfeitos

P1 = 4 atm P2 = 2 atm

V1 = 6 L V2 = 6 L

T1 = 300 K T2 = 150 K

ESTADO 1 ESTADO 2

TRANSFORMAÇÃO ISOCÓRICA

Mantemos constante o VOLUME e


modificamos a temperatura absoluta e a pressão
de uma massa fixa de um gás.
QUÍMICA, 2ª Série
Equação de Estado dos Gases Perfeitos

P1 = 1 atm P2 = 2 atm P3 = 3 atm

V1 = 2 L V2 = 2 L V3 = 2 L

T1 = 100 K T2 = 200 K T3 = 300 K

P (atm)
7
PRESSÃO e TEMPERATURA ABSOLUTA
6 são diretamente proporcionais.
5

4 P
= constante
3
T
2
1 LEI DE GAY-LUSSAC
T (Kelvin)
100 200 300 400 500 600 700 800
FÍSICA - 2º ano do Ensino Médio
Lei Geral dos Gases

Estudo dos Gases


Entender o comportamento
dos gases quando
aprisionados, servirá para
compreensão de muitas
situações do nosso cotidiano.
Além disso, servirá de
fundamento para entender o
funcionamento de
máquinas térmicas. Imagem: Olivier2000 at fr.wikipedia / Creative Commons
Attribution-Share Alike 2.5 Generic
FÍSICA - 2º ano do Ensino Médio
Lei Geral dos Gases

O gás ideal
As equações que utilizamos para estudar o
comportamento dos gases nunca fornecem valores
exatos. Na tentativa de nos aproximarmos mais do
valor exato, estabelecemos condições ou
características de operação de um gás.
Assim, dizemos que um gás ideal para aplicação das
equações é aquele que possui algumas
características...
FÍSICA-2º ano do Ensino Médio
Lei Geral dos Gases

Características de um gás ideal


1. Possuir baixa densidade;
2. Encontrar-se acima da temperatura crítica;
3. Ter moléculas que se movem desordenadamente
distantes umas das outras;
4. Possuir moléculas que colidem eventualmente umas
com as outras e com as paredes do recipiente, sendo
esta colisão perfeitamente elástica.

Assista o vídeo em http://www.youtube.com/watch?v=id-pbSQczco


FÍSICA - 2º ano do Ensino Médio
Lei Geral dos Gases

Estudos de Robert Boyle e Edme Mariotte

A coluna de mercúrio do lado direito indicava a


pressão exercida sobre o gás.
Após uma variação de pressão, Boyle aguardava
o equilíbrio térmico do gás com o ambiente e em
seguida efetuava a medida do volume do gás
aprisionado.

Alguns anos depois, o francês Mariotte descobriu a mesma relação.

Se admitirmos que a temperatura do gás não se altera será possível analisar a


correspondência entre Pressão (P) e Volume (V) do gás (veja tabela).
Pelo fato da temperatura ser constante, essa TRANSFORMAÇÃO é
denominada ISOTÉRMICA.
Imagens (esq. p/ dir.) : a) Experimento de contração dos gases, extraído pelo usuário LA2 do livro The New Student's Reference Work, editado por Chandler B.
Beach em 1914 / Public Domain; b) Robert Boyle por Johann Kerseboom (1689) / Public Domain.
FÍSICA - 2º ano do Ensino Médio
Lei Geral dos Gases

Gráfico de uma Isoterma


P (cmHg) V(cm³) P.V 160
152

Pressão do gás (em cmHg)


140
76 30 2280 120
114
100
114 20 2280 80 76
60
152 15 2280 40
20

P1.V1 = P2.V2 = P3.V3 0


0 5 10 15 20 25 30 35
Volume do gás (em cm³)

A tabela registra os valores de pressão do


gás e volume correspondente. Ao marcar
os valores em um gráfico, tem-se uma curva
denominada ISOTERMA.
Quanto mais afastada dos eixos P e V, a
isoterma indicará uma temperatura maior.
Boyle observou que o produto da
Pressão P pelo Volume V era constante.
(complete você mesmo a coluna P.V)
Imagem: Gráfico de pressão x volume de Gay-Lussac, por Roger469 / Public Domain
FÍSICA - 2º ano do Ensino Médio
Lei Geral dos Gases

Trabalhos de Charles e Gay Lussac


Em suas experiências, realizaram, de forma independente,
medidas do volume e da temperatura de um gás, mantendo
sua pressão constante (TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA).
Experimente você mesmo!

Constatou que a variação do volume era


V1 V2
diretamente proporcional à variação da
temperatura. Assim, a razão entre Volume
=
e Temperatura era constante. T1 T2
Se mantivermos o volume constante e variarmos a
temperatura e a pressão do gás, teremos uma
TRANSFORMAÇÃO ISOCÓRICA OU ISOVOLUMÉTRICA.

Observamos que a variação da pressão é


P1 P2
=
Imagens (de cima para baixo):
diretamente proporcional à variação da a) Jacques Alexandre César
Charles, imagem disponível pela
temperatura. Assim, a razão entre Pressão U.S. Library Congress / U.S.
T1 T2 e Temperatura é constante.
Public Domain;
b) Joseph Louis Gay-Lussac por
François-Séraphin Delpech /
Public Domain.
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Lei Geral dos Gases

Encha uma bexiga com um pouco de ar e prenda nela um peso suficiente


para mantê-la dentro d`água. Coloque a bexiga em um recipiente com água
gelada. Aguarde um pouco e observe. Em seguida coloque a bexiga num
recipiente com água bem quente. Aguarde um pouco e observe. Registre suas
observações.

Água gelada Água quente

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Lei Geral dos Gases

P1.V1 = P2 .V2
P1 P2
=
T1 T2

V1 V2
=
T1 T2

P .V1 P2 .V2
É a junção das equações de Boyle- 1
Mariotte e Charles-Gay Lussac.
= = constante
T1 T2
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Lei Geral dos Gases

Paul Emile Clapeyron


A Lei Geral dos Gases é válida para um gás, cuja massa é
constante.
O Físico francês Clapeyron estudou o comportamento de
massas diferentes e gases diferentes. Ele concluiu que a
constante da Lei Geral era proporcional ao número de
moléculas do gás.

Onde n é o número de mols de Imagem: Benoît Paul Émile

P.V Clapeyron por AAAAA /

= n.R
moléculas e R é uma constante Public Domain.
válida para todos os gases.
Por isso, R é denominada
T Constante Universal dos Gases.

atm.L J
R = 0,082 ou R  8,31
mol.K mol.K
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Lei Geral dos Gases

P.V = n.R.T
R = 1,38 J/mol.K
Corresponde à energia média necessária para variar
em 1K, a temperatura de 1 mol de moléculas de um
gás ideal.

P.V = energia contida em um gás

ATENÇÃO: As equações para estudo dos gases são válidas apenas para
temperaturas absolutas. Portanto, você deve trabalhar sempre com
temperaturas na escala Kelvin.
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Lei Geral dos Gases

01. O pneu de um automóvel foi regulado de forma a manter uma pressão


interna de 21 libras-força por polegada quadrada (lb/pol²), a uma temperatura de
14°C. Durante o movimento do automóvel, no entanto, a temperatura do pneu
elevou-se a 55°C. Determine a pressão interna correspondente, em lb/pol²,
desprezando a variação do volume do pneu.

Veja no texto que praticamente


não houve variação no volume,
então T1 = 14 + 273 = 287K
logo, trata-se de
TRANSFORMAÇÃO ISOCÓRICA
uma
T2 = 55 + 273 = 328K
P1 P2 21 P2
= =  287.P2 = 328.21
T1 T2 287 328
Note também que, antes de usar 328.21 6888 lb
a equação, é preciso que as P2 = = = 24
temperaturas estejam na escala 287 287 pol 2
Kelvin
FÍSICA - 2º ano do Ensino Médio
Lei Geral dos Gases

Os fabricantes de pneus informam sempre a


pressão recomendada para garantir o bom
funcionamento e aumentar a vida útil dos pneus.
Por esta razão, é preciso sempre verificar a
pressão dos pneus de um automóvel.

Pensando no problema que acabamos de


resolver, qual seria a ocasião mais
apropriada para se fazer uma verificação e
ajuste da pressão dos pneus de um
automóvel?

Imagem: A.Viazemsky / Public Domain


FÍSICA - 2º ano do Ensino Médio
Lei Geral dos Gases

02. O gás de um dos pneus de um jato comercial em voo encontra-se à temperatura de


-33°C. Na pista, imediatamente após o pouso, a temperatura do gás encontra-se a
+87°C.
a) Transforme esses dois valores de temperatura para a escala absoluta.
b) Supondo que se trate de um gás ideal e que o volume do pneu não varia, calcule a
razão entre as pressões inicial e final desse processo.
FÍSICA -2º ano do Ensino Médio
Lei Geral dos Gases

03. Calibra-se a pressão dos pneus de um carro em 30psi ( libras-força/polegada²


usando nitrogênio na temperatura ambiente (27°C). Para simplificar os cálculos, adote:
1 polegada=2,5cm; 1 libras-força=5,0N e a constante universal dos gases
R=8,0J/mol.K.

a) Quanto vale essa pressão em N/m²?


b) Faça uma estimativa do volume do pneu e, com essa mesma estimativa, estime o
número de moles de nitrogênio contidos no pneu.
c) Em um dia quente a temperatura do pneu em movimento atinge 57°C. Qual a
variação percentual da pressão no pneu?
FÍSICA - 2º ano do Ensino Médio
Lei Geral dos Gases

04. Um cilindro reto, contendo gás ideal à temperatura de 300K, é vedado por um
êmbolo pesado que pode deslizar livremente. O volume ocupado pelo gás é V0 e a
pressão exercida sobre ele pelo peso do êmbolo e da coluna de ar acima dele é igual a
12N/cm².
Quando a temperatura passa para 350K, o gás expande-se e seu volume aumenta.
Para que ele volte ao seu valor original, V0, mantendo a temperatura de 350K, aplica-se
sobre o êmbolo uma força adicional F, vertical, como mostra a figura

a) Calcule a pressão do gás na situação final, isto é, F
quando está à temperatura de 350K, ocupando o
volume V0.
V0 V0
b) Sabendo que o pistão tem área de 225cm², calcule
300K 350K
o valor da força adicional F que faz o volume ocupado
pelo gás voltar ao seu valor original.

Próximo problema
FÍSICA - 2º ano do Ensino Médio
Lei Geral dos Gases

De início temos uma transformação isobárica. O volume e a temperatura do gás


aumentam, mas a pressão se mantém constante em 12 N/cm².
Será necessário calcular o volume após a expansão do gás...

V1 V2 V0 V 350.V0 7.V0
= =  300.V = 350.V0  V = V =
T1 T2 300 350 300 6
Temos o novo volume (V) em função do volume inicial do gás (V0)
Em seguida, se propõe retornar ao volume V0 mantendo-se a temperatura constante em
350K. Logo, trata-se de uma transformação isotérmica para a qual calcularemos o
valor da pressão final.
2 7.V
P1.V1 = P2 .V2 12 
6
0
= P  V0  P = 14 N/cm²
1

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