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ESTUDO DE CASO SOBRE O NÍVEL DE

CONHECIMENTO PRÉVIO DE MATEMÁTICA E


PROGRAMAÇÃO EM UMA TURMA DE SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO.
Arthur S. Rodrigues1, Rafaela V. Nascimento 1, Salomão Salim 1
1
Faculdade de Computação – Universidade Federal do Pará (UFPA)– 66.075-110 –
Belém – PA – Brasil
arthur1300.ar@gmail.com, rafaela.vasconcelos.nascimento@icen.ufpa.br,
salomao.salim@icen.ufpa.br

Abstract. This paper approaches the perception of knowledge that students,


recently enrolled in Information Systems currently have, elucidating their
strengths and weaknesses. In addition, questions about evasion(students who
did not complete the course or those who enrolled and dropped out) are
raised and investigated, focusing on their difficulties to absorb the subjects,
which can be traced back to their gaps in their education throughout
elementary and high school. In that view, two points were addressed
regarding their knowledge in mathematics and in programming, focusing on
IT (Information Technology) and IS (Information Systems) related areas.
Resumo. O presente artigo aborda a percepção de conhecimento que o aluno,
recém ingressado em Sistemas de Informação possui, elucidando seus pontos
fracos e fortes. Ademais, ponderam-se questões sobre a evasão, alunos que
não concluíram o curso ou aqueles que se matricularam e desistiram, pois
estes, encontram grande dificuldade em absorver os conteúdos da graduação,
devido ao gap na formação destes ao longo no ensino fundamental e médio,
por diversos fatores. Diante disso, foram abordados dois pontos a respeito do
conhecimento, tanto em matemática quanto em programação, com foco na
área de TI (Tecnologia da Informação) em um curso de SI (Sistemas de
Informação).

1. Introdução
Os setores ligados a Tecnologia da Informação (TI) têm tido um grande crescimento nos
últimos anos. Com o crescimento destes, a Brasscom projeta a criação de 797 Mil novos
postos de trabalho na área até 2025 com mais de 159 Mil vagas novas todos os anos. No
entanto, a própria entidade projeta que a formação de profissionais de tecnologia não
suprirá a demanda do mercado por novos, já que apenas 53 mil novos profissionais são
formados anualmente [BRASSCOM, 2021].
Neste sentido, um dos maiores entraves à formação de novos profissionais de TI são a
evasão escolar e a retenção acadêmica dos discentes [GARCIA; LARA; ANTUNES,
2020]. Em relação à reprovação acadêmica, Garcia et al (2020) apurou em seu estudo de
caso sobre retenção no Curso de Bacharelado em Sistemas de Informação da
Universidade do Estado do Mato Grosso que os componentes curriculares de Algoritmo
e Cálculo possuíam os maiores índices de reprovação. Tendo em vista que ambas as
disciplinas citadas fazem parte do chamado ciclo básico da formação de Sistemas de
Informação, o conhecimento prévio sobre programação e matemática dos discentes
ingressantes é fundamental para o sucesso dos mesmos em tais componentes
curriculares.
O presente trabalho buscará averiguar, com base em pesquisas e aplicação de
questionário, o conhecimento prévio em Programação e Matemática de discentes
ingressantes no curso de Bacharelado em Sistemas de Informação, em 2022 e anos
anteriores, da Universidade Federal do Pará - Campus Belém; incluindo na pesquisa
uma Revisão de Literatura sobre a evasão escolar em cursos da área de Tecnologia da
Informação, bem como índices de aprovação destes discentes, afinal é notória a margem
de deficiência de conhecimento dos mesmos quando estes adentram uma
universidade/Ensino Superior.
A importância do projeto reside em como a oportunidade e aplicação de novas
estratégias para a medição de tais conhecimentos fornecem no fim um levantamento de
dados pertinentes os quais, com a devida análise, podem ser utilizados como respostas
de feedback e nivelamento que, com a adequada aplicação do docente, tornaria por
proporcionar um nível apropriado e eficaz ao lecionar determinado conteúdo ou
conhecimento (se ele/ela estiver disposto). Este terá pontos críticos de noção e controle
sobre qual se trata o perfil de uma determinada turma; podendo assim escolher a melhor
forma para abordagem de ensino, onde a grande maioria aprenda de fato o conteúdo
ministrado e/ou proposto, sem muita margem para não-entendimento, desistências, e até
mesmo reprovação dos discentes na disciplina como um todo. Em outras palavras, a
estratégia tem por diferencial propor uma solução efetiva tanto para alunos quanto
professores, afinal, o sucesso de uma turma é um mérito gratificante para qualquer
dedicado professor, contribuindo destarte à toda comunidade em cadeia acadêmica e
nacional.

2. Revisão de Literatura
2.1 Importância do conhecimento matemático
O surgimento da computação está intimamente ligado à matemática, pois em seus
primórdios os computadores surgiram como uma ferramenta para auxiliar e facilitar a
realização de cálculos, que seriam demasiadamente onerosos caso fossem realizados de
maneira manual.
No que tange a programação, os conceitos matemáticos são de suma importância para o
desenvolvimento de algoritmos, que pode ser definido como um conjunto de passos
para resolver um problema, pois conceitos como variáveis, equações, fórmulas, funções
e matrizes são base para o entendimento dos mesmos e para o desenvolvimento de
software [MUELLER & MASSARON, 2018].
Deste modo, um conhecimento de matemática básica é de fundamental importância para
o desenvolvimento acadêmico do profissional de TI em formação. Tendo em vista que o
conhecimento sobre os conceitos anteriormente citados facilitaria o aprendizado deste
no ensino superior.
Neste sentido, dados como sobre o aprendizado de matemática do Sistema de Avaliação
da Educação Básica (Saeb) são verdadeiramente alarmantes, pois como é possível
verificar no portal QEdu, que compila os dados do Saeb, o percentual de estudantes do
Terceiro ano do ensino médio que possuem um conhecimento adequado na disciplina é
de cerca de 8%, e ainda o estudo aponta que cerca de 57% dos estudantes avaliados
possui conhecimento insuficiente na matéria [QEdu, 2022].
Tal dado aponta que caso o aluno consiga a aprovação no ensino médio e venha a
ingressar no ensino superior ele encontrará severas dificuldades em componentes
curriculares da grade dos cursos de TI, conforme o apontado por Garcia et al (2020) que
em seu estudo encontrou uma retenção absoluta de 61% na disciplina de Algoritmo e de
57% em Cálculo no Curso de Bacharelado em Sistemas de Informação da Universidade
do Estado do Mato Grosso.
Deste modo, o uso de estratégias de ensino como o nivelamento de conhecimentos do
ensino básico se faz necessário a fim de diminuir o gap na formação desses discentes.
2.2 Evasão e Reprovação Escolar
No Brasil, historicamente lidamos com um problema que esteve sempre presente em sua
realidade: evasão escolar (especialmente no que se diz respeito ao ensino básico). No
entanto, o tema passa a tomar outra forma e complexidade ao tratarmos sobre evasão e
reprovação no Ensino Superior. Segundo Maia et al (2004), “Evasão é o termo que se
refere à situação de alunos que não concluem os cursos, incluindo os que se
matricularam e desistem antes mesmo do curso iniciar” [MAIA et al, 2004 apud
SLHESSARENKO, 2014, p.133]. Esse fenômeno ocorre por diversos fatores de caráter
internos quanto externos, a exemplo: realidades incompatíveis, obstáculos pessoais,
sociais, financeiros e/ou institucionais; porém de maneira geral podemos inferir que -
tanto este quanto o da reprovação - está relacionado com a qualidade na educação
[INEP, 2011 apud SLHESSARENKO, 2014].
Em um estudo proposto na evasão do curso Sistemas de Informação, apontou-se que ao
menos sete foram os motivos relevantes responsáveis por levarem os alunos a tal
resultante, sendo estes: a mudança de interesse, opção de vida e/ou indecisão
profissional, a didática dos professores ineficiente, o não atendimento às expectativas, a
carga horária semanal de trabalho, os aspectos inadequados das salas de aula ao ensino,
a insuficiente orientação por parte da coordenação do curso e as dificuldades de
acompanhamento do curso [SLHESSARENKO et al., 2014]. Estes aspectos determinam
que medidas preventivas ou posicionamentos estratégicos de solução devem ser
tomados a fim de minimizar evasões/reprovações e reter discentes ao promover uma
melhor qualidade de ensino e serviços prestados - afinal tais motivos inferem nas causas
do problema. Portanto, vale ressaltar que, no fim, este problema torna-se persistente e
prejudicial não só para o discente que evade, quanto à Instituição que o perde (além da
própria comunidade). Para Nagai e Cardoso (2018): “a universidade pública falha em
cumprir seu papel de formar pessoas que contribuam com a sociedade, tornando-se
ineficiente no processo ensino-aprendizagem”.
Vendo por uma perspectiva negativa, a problemática culmina no volume de gasto
público que não obteve o devido retorno, perdendo um excesso de recursos públicos;
prejudicando assim a qualidade da educação, e por conseguinte o país, como um todo.
2.3 Experiências com Nivelamento
Em primeira análise, uma das matérias abordadas ao longo do curso é a de cálculo.
Nesse viés, a ausência de uma forte base matemática é realidade de muitos alunos que
cursam exatas, pois a maioria chega à graduação sem dominar os conceitos
fundamentais dessa disciplina e um dos fatores é a possível inadequação do próprio
sistema educacional [VITELLI, 2009 apud ASSIS, 2013]. Sob essa ótica, a UFPR
(Universidade Federal do Paraná) emergiu um curso de nivelamento de matemática para
o ensino superior em que a primeira parte ocorreu em 2020 de modo presencial e
posteriormente foi adaptado para o modo virtual por conta da pandemia do novo
coronavírus (SARs Cov-2), esse nivelamento justifica-se por conta do grau de
dificuldade que os acadêmicos apresentavam nas disciplinas de cálculo [GARCIA et al,
2020]. Para isso, a instituição elaborou um curso virtual, para alunos de ciências exatas
de diferentes níveis da graduação, com a finalidade de reunir diferentes perspectivas da
matéria, criando um debate entre os graduandos respondendo dúvidas a respeito da
matéria, e posteriormente sanar as incertezas dos novatos.
Por conseguinte, ressalta-se a área de programação como um fator ponderante na
questão, não distante do assunto abordado anteriormente, a programação também possui
dificuldades no meio dos estudantes. Nessa lógica, o curso de Sistemas de Informação,
requer alguns conhecimentos prévios, considerados básicos, para melhor desempenho
do aluno uma vez que linguagens de computação podem parecer bem complexas para
quem nunca programou [GARCIA et al, 2020]. Alguns requisitos como: inglês, noções
de informática são fundamentais para quem vai cursar TI, haja vista que esses assuntos
não são abordados na grade curricular do semestre, logo é interessante que o discente
venha com esses conhecimentos o que não é a realidade da maioria. Nesse ínterim, uma
pesquisa realizada pela UNEMAT- Universidade do Estado de Mato Grosso- no curso
de Sistemas de Informação no período de 2014 a 2019, apontou em um de seus dados
que na matéria de Algoritmo I houve 67% de retenção absoluta, a maior dentre as
demais matérias, isso demonstra o grau de dificuldade que os graduandos presenciam
durante a disciplina, acarretando no elevado número de alunos que desistem e
abandonam a disciplina, consequentemente prejudicando sua formação acadêmica
[GARCIA et al, 2020].
Portanto, ambas as análises possuem um ponto em comum: a necessidade de um curso
preparatório para as disciplinas, um pré curso, tanto para cálculo quanto para
programação, visando corrigir essa lacuna deixada pelo ensino fundamental e médio,
maximizando o aprendizado do discente e atenuar sua desistência pelo curso.
2.4 Importância dos Dados
Dados e informações são importantes principalmente para obtenção de conhecimento.
Ignácio (2011, p. 177) defende que o grau de importância atribuído à estatística - no
caso também se aplica aos dados e informações - “é tão grande que praticamente todos
os governos possuem organismos oficiais destinados à realização de estudos
estatísticos”. Um exemplo disto reside na importância da coleta de dados para o IBGE,
o qual: “principal provedor de dados e informações do país, atendendo às necessidades
dos mais diversos segmentos da sociedade, [...] órgãos das esferas governamentais
federal, estadual e municipal, oferecendo uma visão completa e atual do país” [IGNÁCIO,
2011, p.177].
Nesse sentido, o levantamento de dados se mostra ferramenta indispensável frente a
necessidades estatísticas demandadas, exigidas ou requeridas para fins de controle,
soluções, tomada de decisões, conhecimento, ou desenvolvimento de atividades em
geral. Esse processo tampouco é íntegro/fidedigno sem antes passar por um meticuloso
filtro ou análise. De acordo com Minayo (1994), a análise de dados na pesquisa social
tem finalidade de: “estabelecer uma compreensão dos dados coletados, confirmar ou
não os pressupostos da pesquisa e/ou responder às questões formuladas, e ampliar o
conhecimento sobre o assunto pesquisado” [MINAYO, 1994 APUD TEIXEIRA, 2003].

3. Metodologia
Este estudo de caso foi baseado inicialmente em uma extensa revisão de literatura em
base de dados acadêmicas, prioritariamente na base do Periódicos Capes e no Google
Acadêmico, a fim de averiguar as bases teóricas sobre a reprovação acadêmica,
sobretudo nos estudos de caso envolvendo cursos da área de Tecnologia da Informação,
com ênfase nos Cursos de Bacharelado em Sistemas de Informação.
Em seguida foi feita uma aplicação de questionário online na Plataforma Google Forms,
com perguntas fechadas aos discentes sobre o seu conhecimento prévio em Matemática
e Programação, além de realizar uma revisão de literatura onde se buscará apontar as
causas das dificuldades que estes venham a encontrar nestes componentes.
O questionário foi elaborado com perguntas de múltipla escolha, de modo a detectar a
percepção que eles possuem em relação a sua formação no ensino médio, se estudaram
em escola pública ou particular, e a percepção do aprendizado dos mesmos sobre
funções no ensino médio. Em relação às disciplinas de Cálculo 1 e Algoritmos, foi
averiguado a percepção destes em relação ao aprendizado nos componentes, bem como
se obtiveram aprovação. E ainda, foram incluídas perguntas para detectar se os alunos já
possuíam algum conhecimento ou formação prévia nas áreas relacionadas a TI.
Após a coleta dos dados, as respostas dos discentes foram tabuladas utilizando o Google
Spreadsheet, sendo usado os gráficos gerados pelo Google Forms para analisar as
respostas fornecidas pelos discentes.

4. Resultados e Discussões
No que tange a pesquisa online realizada com os discentes regularmente matriculados
no curso de bacharelado em Sistemas de Informação houve um total de 34 respostas
coletadas no período de 10 a 18 de dezembro de 2022. Em um primeiro momento, foi
feito uma limpeza dos dados, a fim de retirar respostas duplicadas e/ou que não faziam
parte da população alvo deste estudo, que neste caso são os discentes regularmente
matriculados no curso de Bacharelado em Sistemas de Informação da Universidade
Federal do Pará.
Após esta etapa, constatou-se que entre os alunos que participaram deste estudo, 24
(70,6% do total) cursava o segundo semestre, 4 (11,8% do total) o quarto semestre, 3
(8,8 % do total) ao terceiro semestre e 3 (8,8% do total) o quinto, sexto ou sétimo
semestre do curso. Destes 21 discentes fizeram todo o ensino médio em escola pública
(62% do total), 9 em escola particular (26% do total), 3 com parte em escola pública
(9% total) e parte em particular e 1 concluiu o ensino médio através do
ENCCEJA/ENEM (3% do total). A Figura 1 mostra a distribuição percentual da
formação dos discentes na forma de um gráfico.
Figura 1. Distribuição percentual de onde os discentes estudados
cursaram o ensino médio.
Fonte: Os Autores.

Em relação ao conhecimento prévio de informática, 70,6% dos discentes entrevistados


não fizeram ensino técnico antes de ingressarem na graduação e 52,9% relataram que
não haviam feito cursos livres na área de TI previamente, de modo que podemos inferir
que cerca de 50% dos alunos tiveram o seu primeiro contato com o pensamento
computacional somente ao iniciar a graduação.
Dentre os 34 questionados, no gráfico que cerne ao Conhecimento em Funções na
Matemática, ao menos 9 (26,5% do total) classificaram este como bom ou excelente –
sendo 7 (20,6%) para bom e somente 2 (5,9%) para excelente – enquanto a sua grande
maioria, sendo estes 25 (73,5% do total), classificaram-no como ruim ou regular – 6
ruim (17,6%) e 19 (55,9%) regular. Desta maneira, se consagra que suas bases já vêm,
desde muito cedo, deficientes em alguns quesitos específicos matemáticos; processo
longínquo adjunto de um conjunto de fatores que se mostra à esquerda na Figura 2, em
respeito à sua formação em Matemática no Ensino Médio, possibilitando compará-los.

Figura
2. Distribuição percentual da formação em Matemática (lado esquerdo) dos discentes
em comparação a seu Conhecimento em Funções na Matemática (lado direito).
Fonte: Os Autores.

Por estas mesmas bases se revelarem insuficientes ou deficitárias, o resultado é


consequente no nível acadêmico, visto que 6 (17,6%) discentes avaliaram seu
aprendizado em Cálculo 1 como bom ou excelente, sendo, na realidade, somente 1
(2,9%) para excelente; diagnosticando os 28 (82,3%) restantes com rendimento de 13
(39,2%) para regular e 14 (41,2%) para ruim – sendo deste total 1 participante não
havendo cursado em ocasião alguma a matéria. Isto revela um desagrado majoritário e
possível falta de entendimento em relação à disciplina. Esta nossa pesquisa, no entanto,
mostrou uma surpresa positiva acerca das expectativas previstas: apenas 9 (26,5%)
pessoas reprovaram em alguma ocasião em Cálculo 1 – de tal maneira que 2 (5,9%)
nunca realmente cursaram – dos 23 (67,6%) restantes; ponderando que os mesmos são
capazes de se sobressair ante as dificuldades, ainda que isso implique de forma
autônoma ou autodidata. A Figura 3 salienta o processo.

Figura 3. Distribuição percentual de nível de aprendizado e percentual de reprovações


dos discentes em Cálculo 1.
Fonte: Os Autores.

Abaixo na Figura 4, consoante à pesquisa realizada com os discentes acerca da pergunta


"Você reprovou em alguma ocasião em Algoritmos?”, dentre as 34 análises, 32 (94,1%)
responderam que não reprovaram na disciplina. Deste modo, pode-se inferir pelo
gráfico que a maior parcela da turma cursante desta disciplina concluiu a matéria de
forma satisfatória.

Figura 4. Distribuição percentual de reprovação em Algoritmos.


Fonte: Os Autores.

Além disso, é demonstrado a seguir na Figura 5 a validade de ressaltar em questão a


classificação dos discentes em seu aprendizado na disciplina de Algoritmos como sendo
21 para bom (61,8%), 5 para regular (14,7%), 1 (2,9%) para ruim, e apenas 7 (20,6%)
classificações de aprendizado como excelente; isto é, mesmo com resultados positivos –
dentre os bons, regulares e excelentes – ainda assim a porcentagem de graduandos
excelentes foi de aproximadamente ⅕ (um quinto) do total da turma.
Figura 5. Distribuição percentual de classificações dos níveis de aprendizado dos
discentes em Algoritmos.
Fonte: Os Autores.

Por fim, mediante ao exposto e dados analisados, 21 (61,8%) dos alunos afirmaram que
nunca desistiram ou desistiriam de algum componente curricular durante seu
aprendizado por conta do grau de dificuldade enfrentado ao longo de seu aprendizado,
enquanto que 13 (38,2%) asseguraram que já chegaram ou considerariam desistir de
algum componente, como retratado visualmente na Figura 6. Este último requer análise
e/ou atenção pois os 38%, mesmo que não sejam a maioria, representam uma parcela
significativa de graduandos inseguros quanto ao seu aprendizado.

Figura 6. Distribuição percentual acerca da possibilidade de desistência dos discentes


de um componente curricular do curso devido a dificuldade de aprendizado.
Fonte: Os Autores.

5. Conclusão
Com o advento das áreas ligadas à TI e aumento da necessidade de mão de obra com
conhecimentos ligados à programação e informática, consequentemente, a busca por
formação nestas acompanhou este crescimento. Por isso dificuldades enfrentadas pelo
ensino superior como o gap na formação pregressa dos discentes e fenômenos como a
evasão escolar.
Neste sentido estudos de caso realizados com dificuldades enfrentadas pelos alunos
estão ligados às disciplinas de Algoritmo e Cálculo, o que os dados sobre a
conhecimento sobre a formação dos alunos no ensino médio pode-se facilmente
concluir que isto está ligado ao gap na formação em matemática dos alunos no ensino
médio/fundamental, já que os dados apontam a incipiência da formação dos alunos no
ensino médio.
No que tange o curso de bacharelado em Sistemas de Informação da Universidade
Federal do Pará, notou-se que dentre os alunos entrevistados a maior dificuldade
encontrava-se na Disciplina de Cálculo 1, no entanto, em ambas as disciplinas o índice
de reprovação foi relativamente menor do que em outros estudos. O que sugere que os
métodos avaliativos ou/e de ensino utilizados nestas matérias tenham sido mais
considerativo as dificuldades inerentes da formação prévia dos discentes, tendo em vista
que mais de 50% dos discentes que responderam a pesquisa consideraram o seu
aprendizado no ensino médio como ruim ou regular.
Por isso, com base nos estudos sobre a evasão e reprovação, e nas respostas fornecidas
pelos discentes sobre formação prévia é necessário que a Universidade tenha medidas
de forma a diminuir o gap na formação pregressa dos discentes, seja pela adoção de
disciplinas de Pré cálculo nas graduações, cursos de formação para nivelamento ou
metodologias de ensino que levem em consideração estas lacunas na formação do aluno.
vale salientar que cerca de 38% dos alunos entrevistados responderam que deixariam de
cursar disciplinas/conteúdos em caso de dificuldade de aprendizado.Por isso,
metodologias de ensino mais inclusivas (que considerem a dificuldade do discente) são
fundamentais no combate à evasão e a retenção, que por fim culminam por impactar a
formação de mão de obra especializada e de pesquisadores, consequentemente
impactando o mercado de TI e gerando entraves a sua expansão.

Referências
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