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UNIVERSIDADE AUTÓNOMA DE LISBOA

“LUÍS DE CAMÕES”

DEPARTAMENTO DE DIREITO

MESTRADO EM DIREITO

A CONSTITUCIONALIDADE DA PRESUNÇÃO DE ILICITUDE


DO PATRIMÔNIO INCONGRUENTE NO CONFISCO ALARGADO

Projeto de investigação de dissertação de mestrado em Direito

Aluno: Geovaldri Maciel Laitartt

Professor: Doutor Alex Sander Xavier Pires

Número do aluno: 30011157

Lisboa

Janeiro de 2023
1. TEMA
Confisco Alargado.

2. DELIMITAÇÃO DO TEMA
Constitucionalidade da presunção de ilicitude do patrimônio incongruente no
confisco alargado: estudo comparado entre Portugal e Brasil.

3. PROBLEMAS
3.1.Problema principal:
É constitucional a presunção de ilicitude do patrimônio incongruente no
confisco alargado à luz da presunção de inocência?
3.2.Problemas secundários:
3.2.1. A presunção de ilicitude do patrimônio no confisco alargado induz a
inversão do ônus da prova quanto à ilicitude do patrimônio
incongruente?
3.2.2. As presunções legais que fundamentam o confisco alargado ferem o
princípio da presunção de inocência?
3.2.3. A necessidade de o acusado demonstrar a licitude de seu patrimônio
fere o direito ao silêncio?
3.2.4. O confisco de patrimônio sem demonstrar a origem ilícita afronta o
direito de propriedade?

4. OBJETIVOS:
Pretende-se demonstrar que existe a necessidade de interpretar a presunção
de ilicitude do patrimônio incongruente no sentido em que haja o respeito aos
direitos e garantias fundamentais, em especial a da presunção de inocência e do
direito ao silêncio.

Estudar caminhos dogmáticos para dar efetividade aos fins de política


criminal que motivaram a criação do confisco alargado, numa perspectiva
democrática e de direito.

2
Analisar os standards probatórios exigidos na presunção legal quanto a
ilicitude do patrimônio incongruente;

Provar que somente será possível aplicar a presunção de ilicitude do


patrimônio incongruente estabelecendo parâmetros probatórios, no qual incidirá
o princípio da concordância prática entre princípios de segurança e presunção de
inocência;

Estabelecer a diferença entre o confisco clássico e o confisco alargado,


pontuando os motivos da criação deste último;

Verificar as concepções de natureza penal, civil e administrativa do


confisco alargado;

Diferenciar confisco alargado e a extinção civil de domínio;

Estudar a legislação portuguesa e a legislação brasileira para comparar as


estruturas dos institutos nestes países;

Analisar os documentos internacionais no âmbito da Organização das


Nações Unidas – ONU e da União Europeia – EU que tratam de políticas de gestão
dos problemas decorrentes do crime organizado transnacional, em especial
aqueles documentos que prevejam a criação do confisco alargado;

Identificar decisões jurisdicionais dos tribunais portugueses, tribunais


brasileiros e tribunais europeus, quanto à interpretação e aplicabilidade do
confisco alargado;

Comparar as limitações legais e constitucionais do uso das presunções


legal em Portugal e no Brasil;

5. JUSTIFICAÇÃO:
Responder quanto a constitucionalidade da presunção de ilicitude do
patrimônio incongruente de propriedade do investigado, no confisco alargado,
promoverá a segurança jurídica deste instituto, evitando assim a possibilidade de
que sejam maculados princípios constitucionais processuais de maneira a extirpar

3
o mínimo existencial dos direitos fundamentais. Importa desde já esclarecer que
são equivalentes as expressões “Confisco Alargado” e “Perda Alargada”.1

Investigar sobre a possibilidade de o confisco alargado ferir princípios


constitucionais da presunção de inocência, do direito à propriedade, do direito ao
silêncio, entre outros, permitirá conduzir sua aplicação democrática, bem como
compreender os limites e campos de não incidência do instituto;

A compreensão estrutural do instituto do confisco alargado definirá seu


alcance e permitirá compatibilizá-lo com as proteções constitucionais pertinentes.
Na estrutura dogmática do confisco alargado está presente, dentre outras,
a presunção de ilicitude do patrimônio incongruente do investigado. Entender o
tipo, a validade, limites e decorrências lógicas desta presunção nos permitirá
estabelecer standers probatórios necessários e suficientes para a realização
daquele confisco, sempre observando as garantias processuais em um regime de
direito e democrático.
Na perspectiva que o crime organizado transnacional tem seu principal
objetivo o ganho financeiro, e que este ganho gera diversas externalidades
negativas nas natureza econômica, social e política, é uma exigência internacional
a implementação do confisco alargado como ferramenta de prevenção deste
fenômeno criminal. Para tanto se faz necessário que, para fins de cooperação
jurídica internacional, que Portugal e Brasil tenham legislações dogmaticamente
compatíveis. Assim, o estudo comparado nos mostrará strengths and weaknesses
dessa ferramenta de cooperação.
Sobretudo, a definição dogmática adequada permitirá que se alcance o
objetivo da comunidade internacional no enfrentamento a criminalidade
organizada transnacional, ou mesmo tempo em que se deve compatibilizar com
princípios constitucionais penais;

6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O fenômeno da criminalidade organizada transnacional, que se expandiu
vertiginosamente aproveitando as flexibilizações comerciais e culturais

1
(CAEIRO, 2011, p. 269)

4
decorrentes do fenômeno da globalização, foi reconhecido como problema social
de interesse mundial com a aprovação, no âmbito da Organização das Nações
Unidas - ONU, da Convenção de Viena de 1988 sobre Tráfico de Entorpecentes23,
cujo fundamento lógico e fático para a aprovação foi o reconhecimento do “efeito
devastador” que a produção, traficância e consumo de drogas provocam em
diversos grupos sociais. Importante lembrar, pelo contexto sócio criminal em que
viviam, que os Estados Unidos da América foram os principais entusiastas desta
medida.

Os signatários desta convenção consignam que são “conscientes de que o


tráfico ilícito é fonte de rendimentos e fortunas consideráveis que permitem às
organizações criminosas transnacionais invadir, contaminar e corromper as
estruturas do Estado, as atividades comerciais e financeiras legítimas e a
sociedade a todos os seus níveis”.

Percebe-se que o poder financeiro gerado pelo fenômeno criminal tem


influência, além da saúde, na economia, na política e na soberania dos países.

Assim, decidiu-se no âmbito da ONU que os países deveriam “privar as


pessoas que se dedicam ao tráfico ilícito dos produtos das suas atividades
criminosas e a eliminar assim o seu principal incentivo para tal atividade”.

Verifica-se que o enfoque na descapitalização das organizações


criminosas passou a ser estratégia principal, visando desincentivar a prática
criminosa, retirando-lhes sua grande motivação ao crime. A fortuna. Constituem-
se hoje em grandes desafios, tanto a criminalidade organizada como a
criminalidade econômica, pois ambas visam lucros expressivos.4

Ao mesmo tempo promover a efetividade às ações do Estado diante da


política criminal no tratamento e prevenção da criminalidade organizada
transnacional, neste enfoque da descapitalização, evitando a proteção deficiente.

2
Disponível em: https://www.ministeriopublico.pt/instrumento/convencao-das-nacoes-unidas-contra-
o-trafico-ilicito-de-estupefacientes-e-substancias-1, acessado em 27/01/2023;
3
No âmbito juríco portugues passou vigorar em 03/03/1992, diante da aprovação para ratificação pela
Resolução da Assembleia da República n.º 29/91, de 06/09; ratificada pelo Decreto do Presidente da
República n.º 45/91, de 06/09. No Brasil esta convenção foi aprovada pelo Decreto nº 154, de 26 de Junho
de 1991.
4
(MINAS, 2017, p. 2)

5
A lógica é de política criminal5, pois se pretende que o indivíduo, antes do
cometimento de delito, possa vislumbrar que o lucro poderá ser todo perdido, pois
ele “tem um papel fundamental e decisório pois integra a dinâmica da
probabilidade de ganho como os riscos de perda”. 6

Neste sentido, criaram-se recomendações para os Estados Partes no


sentido de legislarem tipificando as várias modalidade de tráfico de entorpecentes,
bem com “a conversão ou a transferência de bens” oriundos do tráfico, e, ainda, a
tipificação da lavagem de dinheiro7 oriunda do tráfico de drogas.

Em especial esta Convenção buscou padronizar a implementação de várias


ferramentas de investigação criminal e cooperação jurídica internacional, em
especial a estrutura dogmática da “Perda”, prevendo em seu art. 5º, número 1, que
“As Partes adotam as medidas que se mostrem necessárias para permitir a perda:
a) De produtos provenientes de infracções estabelecidas de acordo com o n.º 1 do
artigo 3.º ou de bens cujo valor corresponda ao valor desses produtos;

É clara a intenção da ONU em facilitar a cooperação entre as nações na


implementação desta estratégia8 de estrangulamento financeiro do crime
organizado.

Com o aumento exponencial do campo de atuação9 das organizações


criminosas transnacionais, que outrora se dedicavam ao tráfico de entorpecentes,
e agora exploram desde crimes econômicos, corrupção, tráfico de mulheres,
crianças, migrantes, armas, contrabando de material biológico, contrabando de
pedras preciosas, cibercrime, entre tantos outros a comunidade internacional,
visando mais uma vez o enfrentamento conjunto, necessário para este tipo de

5
(OLIVARES, 2010, p. 10)
6
(LINHARES, 2019, p. 16)
7
Esta orientação deu origem às Leis de Lavagem de Dinheiro de 1ºgeração, pois o crime antecedente seria
somente o de tráfico de entorpecentes. As de 2ºgeração são as que preveem uma lista, numerus clausus,
de crimes antecedentes à Lavagem oriundas das orientações da Convenção de Palermo. Por fim, as de
3ºgeração são as leis que somente definem como antecedente de forma genérica a infração penal.
8
Outra perspectiva que incentivou a implementação desta estratégia é no sentido de que a pena privativa
de liberdade não se mostrava eficaz, por diversos aspectos. Dentre eles destaca-se o fato rápida
substituição dos traficantes presos, ainda a falência dos sistemas carcerários em isolar e ressocializar os
presos. Sob o aspecto da estratégia de apreensão, também se mostrou ineficiente, uma vez que o
entorpecente se tornou uma mercadoria, obedecendo a lei da oferta e da procura, ou seja, quanto mais
se aprende, mais se produz e com preços maiores. Sobre vide
9
(BLANCO CORDERO, 2008, p. 70) Apud (LINHARES, 2019, p. 15);

6
criminalidade, no âmbito da ONU, aprovou Convenção das Nações Unidas Contra
a Criminalidade Organizada10, conhecida como “Convenção de Palermo”.

As inovações trazidas pela Convenção de Palermo são, mas para nossa


investigação interessa especificamente que foram reforçados conceitos do tipo
“Bens”, “Congelamento ou Apreensão”, “Produto do Crime” e “Perda de Bens”.

Importante ressaltar, mais uma vez, que a ONU procura padronizar


modelos jurídico criminais para viabilizar a cooperação jurídica internacional,
uma vez que a identidade de conceitos sobre crimes e institutos jurídicos tornam
possíveis a mútua cooperação.

Nesta perspectiva a Convenção de Palermo previu em seu artigo 12º a


“Perda e Apreensão”, estipulando que os Estados Partes possam legislar para
permitir a perda de produtos, de bens correspondentes aos produtos, de bens
convertidos, bem como adotariam “medidas necessárias para permitir a
identificação, a localização, o congelamento ou a apreensão dos bens”;

Chama a atenção a previsão de que se os bens ilícitos forem misturados


aos bens lícitos estes poderão ser apreendidos até o limite daqueles.

Verifica-se aqui a possibilidade de apreensão de bens lícitos em


substituição aos ilícitos, justamente pela impossibilidade de o Estado realizar a
prova de quais bens seriam originários das atividades criminosas.

No número 7 deste artigo 12 a Convenção prevê que “os Estados Partes


poderão considerar a possibilidade de exigir que o autor de uma infracção
demonstre a proveniência lícita do presumido produto do crime ou de outros
bens que possam ser objeto de perda, na medida em que esta exigência esteja em
conformidade com os princípios do seu direito interno e com a natureza do
processo ou outros procedimentos judiciais”.

Verificamos aqui a existência de uma presunção relativa em relação à


ilicitude dos bens alvo de perda, podendo haver a possibilidade de facultar ao
autor da infração a oportunidade de demonstrar a origem lícita dos bens.

10
Iniciou a vigência em Portugal em 09/06/2004, com a aprovação para ratificação pela Resolução da
Assembleia da República n.º 32/2004, de 02/04; ratificada pelo Decreto do Presidente da República n.º
19/2004, de 02/04. No Brasil foi internalizado pelo Decreto 5.015 de 12/03/2004;

7
É neste contexto que se acentua a inquietação intelectual da presente
investigação, pois a presunção de que determinado bem seja produto do crime
acarreta, até certo ponto, a inversão do ônus em demonstrar a licitude da origem
dos bens. Esta inversão tem inclinação para ferir o consagrado princípio da
presunção de inocência. Questão que será melhor explorada adiante.

Ainda a Convenção Contra a Corrupção11, conhecida como “Convenção


de Mérida” também declara a necessidade da comunidade internacional reforçar
a estratégia de retirar das organizações criminosas seu objetivo principal, qual
seja, a questão patrimonial.

Ocorre que, diante de inúmeras inovações tecnológicas e possibilidades


de transações econômicas internacionais, a demonstração pelo Estado que
determinado bem seja derivado da atividade criminosa, tornou-se extremamente
difícil. As estruturas das transações econômicas transnacionais, para dissimular
sua origem, inviabilizam tal identificação. A prova do vínculo entre o bem e o
crime passa a ser impossível de se produzir, tornando os mecanismos clássicos12
do confisco totalmente ineficientes. 13

Este cenário se acentua ao nos depararmos com contínua sofisticação de


mecanismos de transação financeira, o que se reveste de grande evolução
econômica e social, mas promovem o surgimento das “variantes delitivas, os
meios à disposição dos sujeitos que pretendem delinquir, a exemplo das práticas
criminosas por meio de cripto ativos."14

A preocupação de natureza global se verifica pela introdução do confisco


alargado em diversos ordenamento, tais como “no espanhol (pela Ley Orgánica
5/2010 que modificou o artigo 127.º do Código Penal Espanhol), no francês (pela
Lei n.º 2007-297, de 5 de Março de 2007, que alterou o artigo 131-21 do Código
Penal francês), no italiano (pelo artigo 12-seixas da Lei n.º 356/92), no alemão

11
Início de vigência relativamente a Portugal em 28/10/2007, pela aprovação pela Resolução da
Assembleia da República n.º 47/2007, de 31/09; ratificada pelo Decreto do Presidente da República n.º
97/2007. No Brasil DECRETO Nº 5.687, DE 31 DE JANEIRO DE 2006.
12
Os mecanismos clássicos em Portugal estão previstos nos artigos 109.º a 112.º do Código Penal, os quais
preveem a perda dos instrumentos, objetos e vantagens do crime. No Brasil estão previstos como regra
geral também no Código Penal no artigo 91. Mas existem disposições específicas em leis esparsas, como
por exemplo a Lei 11.343/06 (Lei Antidrogas).
13
(MINAS, 2017, p. 9)
14
(LINHARES, 2019, p. 39)

8
(pela Lei de 15-07-1992, que alterou o § 73d do Código Penal Alemão) e no inglês
(pelo Durg Trafficking Act de 1994 e pelo Proceeds of Crime Act de 2002).” 15

Diante da ineficiência que os institutos da Perda de Confisco tradicional


demonstraram ao longo do tempo, especialmente decorrente da natureza
globalizada e complexa que as organizações criminosas passaram a adotar, o
confisco alargado é mais uma tentativa de retirar o atrativo financeiro do crime.
Mais uma ferramenta tanto para a prevenção geral e especial, na medida em que,
ao planejar a empreitada criminosa, o delinquente visualize que não compensa
financeiramente. Também no aspecto da prevenção geral desestimulando a prática
de crimes diante da eficiência do direito penal no estrangulamento financeiro,
especialmente frente a organizações transnacionais.

Neste contexto é que a decisão quadro nº Decisão-Quadro 2005/212/JAI,


de 24 de Fevereiro, do Conselho Europeu, e ainda a Diretiva 2014/42/UE, de 3 de
Abril, do Parlamento Europeu e do Conselho, inspiraram a criação do instituto do
confisco alargado em Portugal, por meio da Lei n.º 5/200216, pois era notório a
incapacidade dos mecanismos clássicos de confisco frente às novas figuras
criminais.

Ainda, importa ressaltar, que a pressão internacional também tem


influência na legislatura portuguesa, pois desde a Convenção de Viena de 1988
até a Convenção de Mérida se reforça a necessidade dos Estados Partes legislarem
no sentido de reforçarem a estratégia de enfraquecimento financeiro das
organizações criminosas.17

No Brasil o confisco alargado foi recentemente aprovado. Somente em


2019 em decorrência do chamado “Pacote Anti Crime" liderado pelo então

15
(CAEIRO, 2011, p. 279)
16
No Capítulo IV trata da “Perda de bens a favor do Estado”, na Secção I deste capítulo trata da “Perda
Alargada”, sendo que o artigo 7º prevê a perda alargada com a seguinte redação: “1 - Em caso de
condenação pela prática de crime referido no artigo 1.º, e para efeitos de perda de bens a favor do Estado,
presume-se constituir vantagem de atividade criminosa a diferença entre o valor do património do
arguido e aquele que seja congruente com o seu rendimento lícito. (grifo meu).
17
(MINAS, 2017, p. 13)

9
Ministro da Justiça Sérgio Moro, vindo a inserir o artigo 91-A18 no Código Penal
brasileiro.

Verificamos, assim, certa similaridade entre os institutos da “Perda ou


Confisco Alargado” entre os dois países, especialmente em relação à presunção
da ilicitude do patrimônio incongruente, “à descoberto”, ou seja, sem origem lícita
definida.

Esta diferença temporal entre a criação do instituto em Portugal e no Brasil


possibilitou ampla discussão sobre o tema, embora sua origem possa ser atribuída
a legislação italiana que em 1965 “permite uma espécie de confisco preventivo
não baseado em condenação, muito semelhante ao confisco alargado, que foi
incorporado ao sistema jurídico para combater crimes praticados por organizações
criminosas do tipo mafiosa (Lei n.º 575, de 31 de maior de 1965). Sobre essa
medida de confisco, vale observar que a legislação italiana da década de 60 já
utilizava a desproporção entre os ativos e a renda lícita da pessoa acusada
para justificar a perda dos bens”19 (grifo nosso).

A questão que merece reflexão é se esta presunção de ilicitude do


patrimônio a descoberto fere o princípio da presunção de inocência, ou mesmo, o
direito ao patrimônio. Atribuir ao acusado/condenado a incumbência de realizar
prova da ilicitude de seu patrimônio não está de acordo com o sistema acusatório,
cujo um dos pilares é a incumbência do Órgão de acusação produzir provas sobre
o que alega.

Um enfoque possível ao problema é no sentido de que essa presunção de


ilicitude é do tipo legal, diferente da judicial. Essas presunções legais podem ser
do tipo juris tantum e jure et jure, a depender se admitem ou não prova em
contrário.20 Assim, faria parte de técnica legislativa na qual se estabeleceu
standard probatório para definição da ilicitude do patrimônio incongruente,
podendo o acusado elidir a presunção demonstrando a origem lícita daqueles bens.

18
Artigo 91-A CP. Art. 91-A: Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima
superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime,
dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja
compatível com o seu rendimento lícito. (grifo meu).
19
(ALLENA, 2019) Apud (CUNHA, 2021, p. 787)
20
(MINAS, 2017, p. 16)

10
Por outro lado, pode-se entender que esta presunção inverteria “ônus da
prova penal”, o que feriria a presunção de inocência e o sistema acusatório, pois
retiraria o núcleo essencial do direito processual penal democrático que seria a
aplicação do “in dubio pro reo.21 Existe entendimento jurisdicional no sentido de
admitir como válida tal presunção, alegando especialmente que a questão da
demonstração da ilicitude dos bens é da natureza patrimonial, não penal.22 23

Outro ponto relevante é a possibilidade de interpretar o confisco alargado


como instituto de natureza não penal, dispensando assim o standard probatório
típico deste ramo do direito, pois não haveria nexo com a culpabilidade do fato
gerador da riqueza, pelo qual já fora condenado. O Parlamento Europeu tem
sugerido que, num primeiro momento, um procedimento específico, de natureza
civil, seja instaurado, com natureza cautelar incidental. Assim, se preservaria as
garantias constitucionais de ampla defesa e direito à propriedade. Ou seja, que não
fosse procedimento automático e nem tramitasse junto ao processo principal. 24

21
(MINAS, 2017, p. 36)
22
“Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra Processo: 347/10.8PATNA.C1. Relator: BELMIRO
ANDRADE, Descritores: PROVAS PRESUNÇÃO JUDICIAL. Data do Acordão: 09/05/2012, Votação:
UNANIMIDADE. Sumário: 1.- A presunção judicial é admissível em processo penal e traduz-se em
tribunal, partindo de um facto certo, inferir, por dedução lógica, um facto desconhecido. 2.- As
presunções de facto - judiciais, naturais ou hominis – fundam-se nas regras da experiência comum. 3.-
Para a valoração de tal meio de prova devem exigir-se, os seguintes requisitos: - pluralidade de factos-
base ou indícios; - precisão de tais indícios estejam acreditados por prova de carácter direto; - que sejam
periféricos do facto a provar ou interrelacionados com esse facto; - racionalidade da inferência; -
expressão, na motivação do tribunal de instância, de como se chegou à inferência.” (grifo meu) Esta
decisão refere-se a presunção do tipo judicial, cuja valoração probatória irá decorrer das regras de
experiência comum do magistrado, o qual decidirá pela existência de uma fato como decorrência
(presunção) de outro que foi cabalmente provado. Disponível em:
http://www.dgsi.pt/jtrc.nsf/8fe0e606d8f56b22802576c0005637dc/9d7b6ce371ad5a6b80257a0f004fdf
62?OpenDocument ; acesso em 26/01/2023.
23
Tribunal Constitucional, 3ª Secção, Acórdão 521/2018 de 17 Out. 2018, Processo 321/2018: “NORMAS
CONSTITUCIONAIS. PROVA INDICIÁRIA E PRESUNÇÕES. Não é julgada inconstitucional, por violação dos
princípios da presunção de inocência e da estrutura acusatória do processo penal, consagrados nos n.ºs
2 e 5 do artigo 32.º da Constituição, o artigo 125.º do Código de Processo Penal, na interpretação de que
a prova indiciária e a prova por presunções judiciais são admissíveis em direito penal e em direito
processual penal. (grifo meu).
24
Parlamento europeu tem sugerido que se busque legislar neste sentido, LEGISLATIVE TRAIN. 06.2022 7
AREA OF JUSTICE AND FUNDAMENTAL RIGHTS. COMMON RULES FOR NON-CONVICTION BASED
CONFISCATION: “However, it is often very difficult to establish a direct link between specific proceeds and
specific crimes. Moreover, in some cases, there is a risk of criminal assets dissipating. Therefore, some
Member States allow for the confiscation of property without a prior criminal conviction, by a criminal or
a civil court decision. There are no common EU rules, and substantial differences exist in this respect
between EU Member States.” “In a resolution on organised crime, corruption, and money laundering from
June 2013, the Parliament invited Member States to consider implementing models of civil law asset
forfeiture. Such a possibility was to be restricted to cases where, on the balance of probabilities and

11
Esta posição já fora objeto de pronunciamento jurisdicional pelo Tribunal
Constitucional afirmando que “embora enxertado naquele processo penal, o que
está em causa neste procedimento, repete-se, não é já apurar qualquer
responsabilidade penal do arguido, mas sim verificar a existência de ganhos
patrimoniais resultantes de uma atividade criminosa. Assim, quer a
determinação do valor dessa incongruência, quer a eventual perda dos bens
decorrente, não se funde num concreto juízo de censura ou de culpabilidade em
termos ético-jurídicos, nem num juízo de concreto perigo daqueles ganhos
servirem a prática de futuros crimes, mas numa constatação de uma situação
em que o valor do patrimônio do condenado, em comparação com o valor dos
rendimentos lícitos auferidos por este faz presumir a sua proveniência ilícita,
importando impedir a manutenção e consolidação dos ganhos ilegítimos”.
Acórdao 392/2015. Acórdãos: TRP 1653/12.2JAPRT.P1; 490/10.3IDRT.P2.

Ainda, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos - TEDH, no ano de 2020,


também entendeu ser legítima utilização de modelo probatório de natureza civil
para o confisco alargado, decidindo “que o fato de ter sido determinado no curso
de um processo penal não transforma o confisco alargado em uma medida
penal, uma vez que medidas civis podem ser decretadas na justiça criminal, a
exemplo da reparação civil do dano à vítima.25

Percebemos a necessidade de aprofundar o estudo sobre o Confisco


Alargado, pois trata-se de importante ferramenta de política criminal, no entanto
precisa ser melhor entendida e estabelecida legislativamente, pois mesmo antes
de ser instituída no Brasil já era objeto de críticas quanto a sua sistemática.

Juarez Cirino já dizia que “do ponto de vista político-criminal, uma


concepção conservadora e autoritária do Sistema de Justiça Criminal. A ideologia
neoliberal e a lógica de mercado que informam as propostas destacam a
racionalidade de uma aparente modernização do sistema penal, mas escondem a

subject to the permission of a court, it could be established that assets are the result of, or are used for,
criminal activities. The EP expressed the view that preventive models of confiscation could be envisaged
following a court decision, in compliance with constitutional national guarantees and without prejudice
to the right of property and the right of defence.” Disponível em:
https://www.europarl.europa.eu/legislative-train/carriage/common-rules-for-non-conviction-based-
confiscation/report?sid=6001 ; acesso em 26/01/2023;
25
(CUNHA, 2021, p. 808).

12
realidade de uma radical burocratização e administrativização do poder punitivo
do Estado capitalista, em prejuízo dos princípios políticos e dos direitos humanos
garantidos pelo Estado Democrático de Direito.”26

Estão em causa os princípios constitucionais da presunção de inocência,


do direito ao silêncio, da propriedade privada, bem como princípios processuais
penais quanto ao encargo probatório, presunções legais, “in dubio pro reo”.

O que não é posto em causa é a lesividade social que as organizações


criminosas provocaram e provocam no mundo todo, ao ponto de diversas nações
implementarem em seus ordenamentos jurídicos o Confisco Alargado.

De fato, os fenômenos criminais modernos não são alcançados pelos


modelos dogmáticos de outrora, cujas estruturas são insuficientes para prevenção
da criminalidade transnacional. É necessário que se aprofunde a investigação
sobre a Perda Alargada sem ficarmos atrelados ao formato da normativa penal
criada para um modelo de sociedade superada.27 A diminuição das garantias
parece ser uma realidade como resposta ao cenário da macro criminalidade,
havendo certa “flexibilização das regras de imputação, relativização das garantias
político-criminais substantivas e processuais”.28

A título de exemplo das dimensões econômicas que envolve os ilícitos das


organizações criminosas transnacionais, segundo estimativas das Nações Unidas,
o montante aproximado do lucro gerado pelas organizações criminosas no ano de
2009 foi de 2,1 bilhões de dólares, isto é, 3,6% do PIB mundial do mesmo ano. O
mais impressionante é que apenas 1% desse valor foi objeto de sequestro ou
confisco.29

Na comunidade internacional pode-se verificar alguns modelos de


implementação do confisco alargado, sintetizado por LINHARES30 em três: “(i)
O modelo norteamericano de procedimento in rem, instrumento de
natureza cível, ataca parcela de patrimônio cuja origem se compreenda como
contaminada pela prática do ilícito penal, ou ainda, daqueles bens que de alguma

26
(DOS SANTOS & DOS SANTOS, 2015)
27
(LINHARES, 2019, p. 16)
28
(SÁNCHEZ, 2002)
29
(LINHARES, 2019, p. 94)
30
(LINHARES, 2019, p. 84)

13
forma tenham qualquer relação com a prática criminosa – tal medida já se encontra
historicamente superada, especialmente porque afeta terceiros de boa-fé na
medida em que, uma vez que se trate de expediente essencialmente patrimonial,
não se vê limitada por critérios ligados à pessoalidade da sanção; (ii) O segundo
modelo está fundamentado na inversão da carga probatória, ou seja, são políticas
criminais que visem inverter o ônus probatório do arguido. Neste contexto, para
que os bens não sejam objetos de perda, deve o investigado provar a licitude de
sua origem; (iii) O terceiro modelo, por sua vez, está vinculado diretamente com
as formas de confisco introduzidas pela Alemanha, é dizer: se o sujeito que é
condenado ao cumprimento de uma pena privativa de liberdade de dois anos ou
mais ou ainda nos casos de condenação por tráfico de drogas, a consequência será
o confisco dos bens, sem que para isso haja a necessidade de comprovação da
origem ilícita do patrimônio. Presume-se que os bens daquele sujeito, considerado
traficante de drogas, condenado a uma pena privativa de liberdade de dois anos
ou mais, foram adquiridos por intermédio de expedientes contrários ao
ordenamento jurídico vigente, logo, passíveis de perda”.

No entanto, não se pode perder de vista a fundamentalidade da preservação


dos princípios constitucionais democráticos. Faz-se necessário o aprofundamento
da reflexão e ampla investigação para assim chegar a um modelo que possa
harmonizar a necessidade internacional de política criminal com a eficaz
salvaguarda das garantias constitucionais, numa perspectiva de concordância
prática.

Importante consignar que toda a investigação deve sempre ter como pano
de fundo normas axiomaticamente superiores, tais como “Declaração Universal
dos Direitos Humanos”, cujo nº 2 assim prescreve: “ No exercício de seus direitos
e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às limitações determinadas
pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e
respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas
exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade
democrática.”

Outra norma de referência interpretativa é “Constituição da República


Portuguesa” que em seu artigo 18.º, número 2, prevê que “a lei só pode restringir

14
os direitos, liberdades e garantias nos casos expressamente previstos na
Constituição, devendo as restrições limitar-se ao necessário para
salvaguardar outros direitos ou interesses constitucionalmente protegidos.

Neste panorama apresentado, cujos fenômenos sociais transgressores por


parte de organizações criminais organizadas de caráter transnacional exigem por
parte do Estado a utilização de estratégias de política criminal que, de certa forma,
se confrontam com direitos e garantias constitucionais, como é o caso do confisco
alargado.
A relevância desta investigação é descobrir a possibilidade da
“concordância prática”, como já foi dito, entre as necessidades de ordem e
segurança públicas e as garantias constitucionais fundamentais.

7. METODOLOGIA:
O método de abordagem a ser utilizado na investigação será o dedutivo.
Os métodos de procedimento serão o histórico e o comparativo.

8. TÉCNICAS PARA A RECOLHA DA INFORMAÇÃO:


As técnicas a serem utilizadas serão as pesquisas bibliográfica e
documental. Na bibliográfica exploraremos obras, artigos, dissertações e teses
sobre os temas investigados, sobretudo de direito processual penal e direito
constitucional. Na pesquisa documental serão avaliados convenções
internacionais e leis nacionais sobre o tema, bem como os posicionamentos dos
Tribunais Constitucionais do Brasil e de Portugal, sem negligenciar o Tribunal
Europeu de Direitos Humanos – TEDH.

9. CRONOGRAMA:
Tarefa/Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Pesquisa bibliográfica x x x x x
Pesquisa documental x x x
Revisão das fichas de leitura x x
Redação x x x x

15
Revisão de texto x x
Encontros com orientador x
Última revisão de texto x
Impressão e encadernação x
Entrega da Dissertação x

10. ÍNDICES OU SUMÁRIO PROVISÓRIO:


RESUMO
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I – Confisco Alargado: Origem, evolução e fundamentação
1. Definição do termo “Confisco Alargado” ou “Perda Alargado”
1.1. Origens do confisco alargado
1.1.1. No direito português
1.1.2. No direito brasileiro
1.1.3. No direito americano
1.1.4. No direito alemão
1.2. Natureza Jurídica do confisco alargado
1.2.1. Natureza penal
1.2.2. Natureza civil
1.2.3. Natureza administrativa
1.3. Fundamentos de política criminal

CAPÍTULO II – Garantias Constitucionais e Processuais em risco


2.1. Princípios constitucionais
2.1.1. Princípio da presunção de inocência
2.1.2. Princípio do direito da propriedade
2.2. Princípios processuais
2.2.1. Princípio processual da garantia do silêncio
2.2.2. Princípio processual do in dúbio pro reo
2.3.3. Princípio processual relativo ao encargo probatório

CAPÍTULO III – Possibilidades dogmáticas de concordância prática


3. Novas perspectivas de política criminal
3.1. Standard probatório
3.2. Processos autônomos de confisco
3.3. Flexibilização de garantias ponderadamente justificadas
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS

11. FONTES:
Primeiramente as fontes serão utilizadas serão documentos, em especial
Acordos Internacionais, constituições, leis e decisões jurisdicionais;

16
Num segundo momento as serão as que nos forneçam as necessárias
reflexões e interpretações dos textos legais, tais como literatura especializada na
matéria.

12. BIBLIOGRAFIA
12.1 Documentais

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terrorismo, que altera o Regulamento (UE) n.o 648/2012 do Parlamento Europeu e do
Conselho, e que revoga a Diretiva 2005/60/CE do Parlamento Europeu e do Conselho
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JARDIM, Matheus Chaves. Relator. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS -
Agravo em Execução Penal 1.0024.08.962178-3/001, 2ª Câmara Criminal.
MARIANO, João Cura. Relator. TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DE PORTUGAL -
Acórdão 476/2015, , 2ª Secção. Lisboa, 30 de setembro de 2015.
MENDES, Oliveira. Relator. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PORTUGAL -
Processo 1653/12.2JAPRT.P1.S1, 3ª Secção, 25 de fevereiro de 2015.
MOURA, Neto. Relator TRIBUNAL DA RELAÇÃO DO PORTO - Acórdão do Tribunal da
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