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Vendetta

Crises

Naquela crise… naquele momento… nesse instante entre a vida e o toque quente e
saboroso do gosto da não vida em sua boca, Vendetta se encontra perdido em ilusões de
desastres e desinteresse momentâneo na vida de meros mundanos.

*Uma sombra se esguia sob a iluminação escassa de velas em seu refúgio pouco arrumado
no alojamento central*

-Q-QUEM ESTÁ AÍ?


-Eveee…l-lyyyyn…-sussurros

-O QUE VOCÊS QUEREM?


-Eveee…l-lyyyyn…-sussurros

-MALDITOS APAREÇAM!
-Eveee…l-lyyyyn…-sussurros

-SEUS PORCOS, CRIATURAS INFERNAIS! APAREÇAM MALDITOS!


-mua ha ha ha… aaaaa hooo… raaaa…-sussurros

Nesta hora ele pega um revólver e atira na parede.

-ONDE ESTÃO? APAREÇAM, COVARDES!


-está chegandooo… aaaa hoooo…raaaaa-sussurros

Mais um tiro na porta desta vez. Em menos de seis segundos alguém bate na porta.
Num susto Vendetta aponta a arma da porta e se aproxima.

-Q-QUEM É?
-Senhor Vendetta, sou eu, Bernard, o serviçal
-Oh… Claro… eu pedi comida não é mesmo? -responde Vendetta em contraste à sua
situação momentos antes, observando o seu quarto, agora bagunçado.
-Sim senhor.

Vendetta abre a porta após guardar a arma no suporte em suas costas.

-Pode deixar o levadouro, me resolvo com o Monsieur Boland mais tarde.


-Claro senhor… -fala o garoto olhando para Vendetta fixamente- permita-me com sua
licença questionar… o senhor está bem? Estás pálido e com semblante assustado… o
quarto bagunçado e os hóspedes reclamaram mais cedo do barulho em seu quarto… há
algum problema? -termina, observando o quarto de Vendetta.
-NÃO. -afirma Vendetta fechando a porta. O suor caindo lentamente de seu rosto espantado
e esguio.
-Permita-me checar o quarto então.
-Escute só… -Vendetta muda seu semblante para algo entre empático e ameaçador. -Eu
entendo seu trabalho e entendo o que precisa fazer… no entanto, para o seu bem, esqueça
que houve quaisquer conversas entre nós nos últimos minutos, se quiser preservar um
braço ou uma perna, senão a sua própria vida… estamos entendidos?
-C-claro senhor… no entanto, eu diria que você baixasse seu tom de voz. Se quiser
"preservar" um pouco de tempo de vida -fala olhando nos olhos de Vendetta e esbanjando
uma aura de medo capaz de afetar todo o Hotel.

Vendetta recua por um momento e encosta na parede.

B- Meu nome é Bernard, cria de Borea Dirseu. E a julgar pela sua aura pouco forte,
demoníaca e vampirica, mas humana, você é carniçal de um Baali. Me diga, quem é seu
mestre.
V- Sou servo de Evellyn -fala gastando um ponto de força de vontade e resistindo ao efeito
de medo do Brujah.
B- Entendo… ela o criou e se foi, estou certo?
V- Você não está errado.
B- Hum… -sorri- gosto de pessoas como você. Decidido. Você vendeu sua alma pro pior
dos demônios. Deve ser difícil controlar as ilusões.
V- Ilusões?
B- Você deveria saber que o sangue de um vampiro é mais forte que o de um humano. Tão
forte que oferece poder… mas também tira sua força de vontade…
V- Como posso fazer parar?
B- Você não pode. Quer dizer… não poderia. Mas posso lhe ensinar a controlar. Basta que
me dê uma gota de seu próprio sangue.
V- Eu aceito.

Vendetta passa a treinar com Bernard por quase 4 meses. Ao controlar os efeitos do
sangue vampírico no seu organismo, o carniçal percebe que sua visão de mundo está
distorcida. O costume sobre esse efeito lhe permite ler e escrever normalmente e agora o
dialético demoníaco é possível para o jovem, no entanto, ao custo disto, ilusões o
perturbam noite após noite, soletrando e desfazendo a sanidade aos poucos.

2 anos depois…

Vendetta caminha em meio à multidão em Madrid numa noite estrelada e limpa, observando
a aura de pecado de criaturas que ele sequer liga pro que fazem.
Uma presença espreita numa viela. Presença que Vendetta não desconhecia, seguindo os
rastros demoníacos deixados no local Vendetta chega numa estalagem onde estandartes
demoníacos são a borda de um hexagrama bem desenhado com Evellyn no centro.

E- Então você veio mesmo… meu jovem e bobo Carniçal. -fala seduzindo o garoto.
V- Eu diria que é um prazer vê-la mas já não caio em seus efeitos, negócios e apenas
negócios espero com você Evellyn.
E- Olha… O cachorrinho virou um lobo?! E que lobo… -desdenha olhando-o com olhar
sedutor novamente.
V- O que você quer? Diga.
E- Negócios… e apenas negócios. -fala sorrindo de lado.
Fim

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