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Já faz dias desde que Nia voltará para seu mundo, Daion, Eu e ???

estamos revezando
para vigiar o Portal que a Arauto usou para ir embora. Ele ainda continua apagado, e por
mais de todos os esforços que fiz, não encontrei nenhuma magia, nenhum selo que
pudesse faze-lo funcionar. Ele só parece, adormecido, estranhamente adormecido

~ Eu queria poder visitá-la Beliel, saber como é o mundo mundano… acha que um dia ela
voltará? Ou liberará o portal?

A sombra espreita ao meu lado, observando os arredores como se esperasse algo em


silêncio, negando levemente meu questionamento

~ Só o tempo dirá criança. Se for da vontade da Arauto, ela retornará…

Afirmo com um aceno simplório, desviando o corpo para o lado, encostando sob uma das
arvores antigas da floresta

~ Embora a ansiedade, não estou preocupado com Nia. Mas você me parece inquieto
ultimamente… algo te preocupa?

~ Não é nada… é só uma sensação… como se algo estivesse próximo.

abano levemente meu corpo, ao sentir uma onda de calor invadir minhas vestes

~ Você só está com saudades de Nia, e acha que algo pode aparecer a qualquer
momento… relaxa, e aproveita o calor pra pegar um solzinho.

~ Calor?

Beliel se vira para mim, assimilando-se novamente as sombras e se desmaterializando,


despertando a temperatura continua da floresta em meu corpo.

~ Não estava calor?... Então, o que foi que eu senti?

Questiono, mas antes que o algoz pudesse me responder, uma onda de calor intensa
invade o ambiente, se aproximando cada vez mais. O temor em meu corpo, me faz
estremecer, me virando na direção após o Portão.

Como um flash carmesim, um ser de pedra e fogo se ergue em minha frente. Os olhos em
chamas que parecem nunca tremular, acessas durante essa era e até o fim das incontáveis
que virão. O Demônio de fogo, me encara não com ódio, mas como se eu não passasse de
um inseto, que debocha de sua presença.
— Onde está a maculada? Eu sinto o cheiro dela em você

~ A maculada? De quem se refere?

— A Arauto das primeiras escritas. Fale!!! Aonde ela está?

Nia… um pensamento se faz presente, visto através de meu olhar que se vira para a
direção do portal. O Demônio sibila irritado e curioso

— A ponte entre mundos? Então ela realmente abandonou este mundo? Saia de minha
frente inseto!!

E como uma velocidade implacável, o demônio avança contra mim, arrastando um caminho
de enxofre a medida que suas garras rasgam os centímetros que restam entre nós

~ Não deixarei que chegue até ela… repulsão primordial!

E como uma ordem já catalogada, uma runa se ascende no espaço que resta entre nós,
uma runa que desponta uma lufada instantânea de vento, forte o bastante para empurrar o
demônio metros para trás.

— Ora ora… um Mago primordial? Acha que está runa do genti pode me deter? Ela não
passa de uma brisa diante de meu fogo guardião

– Não importa o que você seja. Espírito Guardião ou não, não chegará até minha senhora
de Guerra.

O Demônio ruge contra mim, atiçando as chamas em seu corpo.


— Escolhido de Guerra, você OUSA SE LEVANTAR CONTRA MIM? MORRA!

E num gesto simplório, como se fosse costume, uma onda de chamas corta o ar,
escorrendo até mim. Eu traço um conjunto de escritas de vento e fogo, partindo a lâmina
flamejante antes que está chegasse até mim, e devolvendo ela em estilhaços de fogo, que
vão nos pontos de Pedra do corpo do demônio. Ele se impacta para trás, mas ri em
escárnio

~ Patético! Usar fogo contra fogo? É mais burro do que eu pensei!

E novamente, a figura avança contra mim, mais rápido que antes, estendendo as garras
flamejantes contra mim, eu mal tenho tempo suficiente para reagir, quando a primeira garra
de Pedra e fogo invade meu corpo, mas atiço a runa novamente, ampliando ela, afastando
o demônio num turbilhão que o faz se esvair um pouco. Diante daquilo, eu bato minha
bengala sobre o chão, e crio cópias de escuridão que se dividem em um quadrado, duas
nas laterais do demônio, e uma atrás dele

~ Rápido, Teçam as Runas!

Comando antes que ele pudesse ouvir, e quando este se dissipa do turbilhão, ele encara
irritado minha corporea, olhando para as cópias em suas laterais

— Ilusões? Acha mesmo que sou burro a ponto de cair nelas?

~ Não… mas acho que é estúpido o suficiente para não perceber o que ocorre ao seu redor!
Prisão Primordial: Involucro dos 4 ventos!

E da união das 4 runas, uma prisão de vento começa a se formar ao redor dele, puxando o
fogo e pedra de seu corpo para o centro dela, aprisionando o espírito ali, com um grande
esforço, a medida que ele se debate
— Acha que pode me aprisionar Mago? Acha que pode me prender seu inseto? Eu sou um
Espírito Guardião! QUEM VOCÊ ACHA QUE É SEU PATÉTICO?

O espírito força as garras para fora do Involucro, me fazendo arrastar a terra para tras de
mim, forçando a continuidade da prisão

— Mesmo que custe todo meu fluxo… eu não deixarei que chegue até a Arauto!

— Eu vou mata-lo!!! Destruir sua conexão com a runa e depois Despedaçar seu corpo em
frente aquela vadia estúpida, seu traidor de Merda!

E diante aquela situação, uma voz retumba sobre mim, trazendo a atenção e o medo do
espírito

— Quem você pensa que é para falar assim com meu senhor? Espírito Patético

E Beliel se forma acima de mim, na forma de sombra espectral, encarando o guardião como
um soberano encara sua plebe

— Um algoz? Está com o mago? Um demônio tão poderoso, encoleirado por um inseto?

— Encoleirado? Nic é meu companheiro… e eu exijo que você o respeite!

— Exige? Quem você pensa que é?

— Quem eu sou?

Sentindo a tatuagem formigar, o contrato com Beliel se expande, e sobre mim, a presença
espectral se torna mais temerosa, e o hálito de flamua se faz presente, e o espectro do
dragão se prosta sobre mim
Num tom de medo, mas ainda com o escárnio na voz, o espírito de fogo, gargalha
debochando da presença do Dragão

— O Terror Sombrio? Um ser tão poderoso se deixou render a este mortal Inútil?

— Silêncio!!!!!!

Esbraveja Beliel, fazendo as chamas do guardião quase se apagarem pelo urro imperal que
derá.

— Não me trate como um cachorro, seu guardião patético! Se estou ao lado dele, é por que
foi merecido… Diferente de você, que qualquer besta pode apagar, Nic foi o único que
conseguiu viver mesmo depois de 1 ataque meu. Não o trate como insignificante… ou eu
mesmo, o matarei

Sentindo o fraquejar das chamas do guardião, aperto o Involucro mais forte, trazendo as
garras do espírito para dentro dos ventos novamente

— Extensão de Contrato: Ampliação!... Sele-o Nic!

Beliel ordena, e eu sinto a tatuagem queimar em minhas costas, e com o fluxo ampliado, eu
fecho a cadeia, controlando e diminuindo o fogo que insiste em queimar

— Involucro de Selamento: Restringir!

Grito, e então fecho a mão totalmente, expiando o demônio aos poucos com o vento que se
desfaz, o fazendo retornar ao mundo dos espíritos, como a flamula que era ao nascer. E
então, cansado, me viro para Beliel que aos poucos retorna a minha sombra

— Estou exausto Nic…

~ Sabe que essa forma o faz chegar a um limite poderoso… não podia ampliar meu fluxo
sem confronta-lo assim?

— Eu precisei mostrar quem você era, e com quem estava. Mesmo forte, nem todo espírito
Guardião como ele, poderá ser selado por você. As vezes, eu preciso intervir, como agora

~ Eu entendo… mas mesmo assim, não deixa de ser perigoso

— Derrotamos ele não é? Foi preciso

~ Quer um obrigado de meus lábios? Sabe que sou agradecido, desde o contrato…

— Eu sei… De toda forma, o que esse guardião significou?

— Pensaremos nisso depois, descanse Beliel… creio que este não será o último.

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