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Coisas raras.
Arrancou-os do seu ambiente natural e preservou-os em todo o seu
esplendor morto.
Morte.
Ele me arrancou do meu ambiente natural, a prisão que eu criei, e
me trancou com todas as suas belas coisas mortas.
Eu o odeio.
Antônio Pigafetta
John Berry
Dedicatoria
Para todas as pessoas quebradas.
Ele não falou, não pareceu surpreso com minha paralisia, então
quando chegou à beira da minha cama, fui capaz de surpreendê-lo
quando arranquei meu abajur e bati em sua cabeça mascarada.
Aproveitei a maldição murmurada e seu tropeço com o impacto,
atirando para fora da cama e correndo para a porta. Em direção a
fuga.
Eu não pensei na falta de fuga que estava por trás dessa porta,
a falta de destino para correr. No meu terror, esqueci sobre a coisa o
que ocasionou uma rocha solida dentro dos meus pulmões, me
deixando incapaz de respirar sem identificá-la.
De novo não.
Meu olhar foi até sua mão. Sua mão enluvada. A única
segurando uma grande arma.
Ele olhou para mim, hesitou, sua reação violenta para o que ele
pensou que eu estava sugerindo. Uma pequena parte de mim
relaxou. Uma pequena parte. Uma mínima parcela. O homem que
invadiu a minha casa, me maltratou, me ameaçou com uma arma
mortal era contra o estupro. Ele se ofendeu. Por tudo o que vale a
pena. Não que isso era motivo de alívio. Estupro pode esta fora da
mesa, mas eu não estava enganada com a situação perigosa. Morte
ainda estava pendurado no ar.
Eu tive que fazer minha gaiola o mais bonita que pude. Talvez
todo o branco apagaria as barras que cobriam todas as entradas e
saídas.
Confusão. Respeito?
E eu ponderei isso.
Quando me estuprou.
Eu nem sei porque fiz isso, naquelas semanas depois que meu
mundo se transformou em um terreno baldio. Por que recuei em vão
e com esperança idiota para proteger o que foi deixado para doer.
Minha sanidade.
Minha identidade.
Esta alma não tinha acabado de tirar férias - esta alma estava
morta. Se isso existia mesmo antes de mais nada.
Coisas assim.
Eu gritei. Chorei.
Me estudando.
Com um desejo de... algo que gelou meu sangue, mais também
não aumentou as batidas constantes do meu coração.
Chuveiro.
Rotina.
Então eu lia. A noite toda. Até que estava tão cansada que mal
conseguia manter meus olhos abertos e tropeçar para a cama. Ou
desmaiaria no sofá, um livro na minha cara.
Se ele estivesse assistindo há muito tempo, ele poderia
perceber entregadores. Levando mantimentos. Suprimentos
médicos. Suprimentos para casa. Ele poderia notar muitas pessoas
chegando.
E é por isso que pensei que ele estava assistindo por um longo
tempo, para me dar o rótulo apropriado de covarde.
Mas foi progresso. Pelo menos para mim. Para um homem com
uma arma e olhos vazios, acho que seria um bom alvo. A menina que
fisicamente não pode correr.
Mas não havia nada. Ele era uma estátua. Uma que piscou.
Havia uma pessoa nesta terra que poderia ter feito isso.
Apenas dizendo seu nome teve mais efeito sobre mim do que o
Ele assentiu.
Muitas.
3 A autora aqui faz um trocadilho usando “cartões de crédito” como uma tentativa de humor
referindo-se a vida. Deixei conforme o original.
pessoas. Raiva era o que os alimentava para se levantar, sair, se
salvar.
Ou minha filha.
E eu estava tão fraca que não tinha raiva suficiente para reunir
para a pessoa que mais merecia.
Eu.
Porque eu fiz algo que não deveria ter. Eu pensei sobre isso e a
dor foi paralisante.
A dor.
O sofrimento.
—Ok—, eu sussurrei.
Não. Antes, quando tinha ela, minha filha para focar no meio do
inferno, fui algo mais do que papelão. Eu dei ela o último da minha
vida, minha alegria. Também morreu com ela.
Eu não recuei.
Ele
—Está feito?—, Perguntou a voz sem corpo no telefone.
É por isso que ele vivia invisível. Sem verdade. Tantas mentiras
quanto possível.
Ele tomou isso como um adeus e depois desligou. Ele não fazia
amabilidades.
Nunca.
Ele não sabia bem o que ela era, mas ela era de alguma forma
única.
Ele ainda pode matá-la. Seria a coisa sensata a fazer, antes que
a palavra chegasse aos ouvidos certos.
Ele não terminou com ela, com certeza. Ele não podia mesmo
se ele quisesse. Ela era uma complicação. Um final solto. Ele não
deixava pontas soltas. Ou complicações.
Elizabeth
Depois que ele me desamarrou, não me mexi. Durante
horas, não me mexi. o sol surgiu. Se pôs novamente. E eu fiquei
congelado no meu lugar engolida pelo peso do meu terror, da
realidade que ele deixou na sua ausência.
Mais foi assim que todos nós nos apegamos porque a opção que
alguém poderia ser malvado, sem remorso, vazio - bem, isso só não
funcionaria. Porque isso significaria que os monstros não eram o
que nós criamos para nos assustar, nos assegurar de que humanos
nos salvaria dos monstros.
Não, você fez assim, uma voz disse. Você está no controle de
como você responde às ações de outras pessoas.
Mas quem eu tinha que culpar por quem eu era agora não era
importante. Eu era quem eu era agora por causa dessa experiência.
O meu casamento.
Desde o começo.
—Você sabe o que ele vai fazer se você não seguir com isso—
Mamãe disse, endireitando meu véu com eficiência eficiente que
coalhou meu estômago. Ela nunca me mostrou afeto real
Nunca me enganei que ela se importava com sua filha mais nova,
mas eu pensei agora, pouco antes de ela me enxotar para o inferno em
um vestido branco, talvez mostrasse alguma coisa.
Esse status.
—Eu não disse que não ia, mãe—, disse, minha voz mansa, não
utilizada. Foi a primeira vez que falei o dia todo.
Meu marido.
Ele não me deixou esquecer o que eu estava fazendo. Por que
estava fazendo isso. Porque minha família era egoísta, sedenta de
poder e totalmente brutal.
E eu o paguei na íntegra.
Não poderia.
Eu fui ao banheiro.
Eu comi.
A vergonha da família.
Ainda inconveniente.
Mas eu não corri de volta. Para ele pelo menos. Seria morte
certa e não rápida.
Melhor?
—Patético.—
Como sempre.
Agora não.
Qual teria sido preferível, se não fosse pelos olhos azuis de gelo
que encontrou meu olhar trêmulo.
Seu cabelo era quase tão branco quanto a neve atrás dele,
penteado para trás como gelo e um pequeno coque próximo ao
pescoço dele.
Ele fez.
Ele olhou para mim mais uma vez, depois passou por mim na
direção do meu quarto.
5 Miss Havisham é uma personagem do romance de Charles Dickens, Great Expectations (1861). Ela é
uma solteirona rica, uma vez abandonada no altar, que insiste em usar seu vestido de noiva para o resto
de sua vida. Ela mora em uma mansão arruinada com sua filha adotiva, Estella. Dickens descreve-a como
parecendo "a bruxa do lugar".
6 bota Ugg. FABRICANTE AUSTRALIANO. Você sabe o que é? Essa botinha leva o nome da marca
que a criou, e ganhou fama de ser mega confortável e estilosa para dias de frio.
Então o closet estava quase vazio, mas o homem - meu
assassino – encontrou a mochila que possuía e jogou na cama.
Como ele.
—Por quê?—
—Então você pode ter mais do que blusas comidas por traças e
frouxas leggings para usar na neve— - ele retrucou. —Embora
pareça que isso é tudo que você tem.— Ele olhou para a desculpa
lastimável de um armário de roupa. —Nós vamos corrigir isso, uma
vez que sairmos daqui.— Ele olhou para a mochila. —Empacote.—
Pisquei para ele novamente, desta vez rapidamente. —Uma vez
que sairmos daqui?— Eu repeti.
Eu aposto no último.
Ele olhou para cima. —Eu estou supondo que você tem uma
farmácia cheia de medicação dentro de seu banheiro que você
precisa para continuar com o que quer que seja funcional em você—
?
Eu pisquei. —Drogas?—
Ele assentiu uma vez. —Antipsicóticos, antidepressivos. Tipo:
Downer 8 . Valium,Lorazepam, Prozac. — Ele os listou com
impaciência e malícia.
Sua total repugnância pelo que ele havia imaginado sobre mim.
A porta da frente.
—Você pode porque você é e, se não, você está morta. Você não
entende isso?—
Cheirava mal, esse ar. Limpo, quase estéril. Frio. Eu sabia que
devia entrar em pânico. Eu queria entrar em pânico. Mas havia uma
incorpórea qualidade para esse pânico. Não era possível concretizar.
Meus pensamentos eram muito suaves nas bordas. Não era
suficientemente urgente.
IV.
Eu pensei que ele era uma estátua no começo, ele ainda era.
Meu assassino.
É vazio? Não, pode ser tão cheio de algo que apenas parece
vazio. É treinado dessa maneira.
Fiquei em silêncio também, mas isso foi porque minha boca era
de algodão. Seca. Meus lábios estavam pesados, incapazes de abrir,
para formar palavras. Eu apenas olhei para ele, muda, talvez
apavorada. Porque eu estava apavorada. Além disso. Debaixo de
todas as camadas de tudo, isso estava socando o pânico no meu
sistema, eu estava me desfazendo. Completamente. Saindo da minha
própria pele. Mas eu estava fazendo isso sem realmente fazer isso.
Isso não fazia sentido. Não, não mais aconteceu. Como se você
estivesse se afogando, mas alguém te enganou para pensar que a
água era oxigênio, então você se afogou calmamente. Sem saber
disso.
Eu não o vi até que ele estivesse lá, bem ao meu lado. Ele era
alto, magro, esbelto. Camisa agradável. Cara. Óculos que me fez
querer dizer a palavra espetaculoso. Porque pessoas distintas
usavam óculos. E ele era distinguido, com o suéter chique, o cabelo
penteado e o nariz adunco. E seus óculos.
Estava vazia.
O que quer que esteja nela agora estava em mim e era bom.
Não há mais fogo imediato. Foi salvo para mais tarde. Mas
depois não parecia mais tão urgente e aterrorizante. De fato, dormir
seria legal. Meus olhos sonhadores pousaram naqueles vazios. Os de
gelo. Mas o gelo estava quente agora. E isso seguiu-me para os meus
sonhos, aquele gelo.
Ele
Ele fechou a porta silenciosamente atrás deles, embora não
tivesse certeza por que. Não havia necessidade de silêncio, não com
o coquetel de drogas foi administrado nela. Ele se viu fazendo isso
de qualquer maneira, e falando em um tom suave enquanto
caminhavam pelo corredor.
Seu médico olhou para ele de lado. —Por isso, você quer dizer
ela, eu estou assumindo—?
—Oliver, você não pode consertar o que ela tem—, disse Evan,
parando na porta da frente.
Ele olhou para o homem por usar seu nome - não o seu
verdadeiro, mas ainda assim. Talvez ele estivesse tão perto quanto
poderia estar com o médico, que sabia tanto quanto ele poderia
saber sem Oliver ter que excluí-lo, mas ele não gostou da
familiaridade em seu tom.
O médico - Evan - olhou para ele dessa maneira que Oliver não
gostou muito. —Não há pílula para isso. Não para o porquê, pelo
menos,— ele suspirou. —Especialmente não neste estágio—.
Mas ele tentou isso com ela. E ele não podia fazer isso. Em vez
disso, ele a trouxe aqui. Para sua casa. Muito provavelmente um
lugar que ela estaria segura de seu cliente. Mas ela não estava segura
dele. Sua reação foi muito emocional. Muito incontrolável. Um mero
cerrar de seu punho lhe disse isso.
Nada importava.
Minha fraqueza.
Ela era pequena, e ele a estava segurando como se ela fosse tão
leve como uma pena. Mas o peso do seu corpo silencioso e sem vida no
meu peito encharcado de suor tornava impossível respirar. Toda vez
que meu coração bateu debaixo do dela silencioso, dor irradiava ao
meu redor. Se eu pudesse ter dado a ela o meu trovejante e saudável
coração e levar o silencioso e quebrado, eu teria. Em um piscar.
Eu desejei isso naquele momento, mais que tudo. Tão duro que
manchas pretas dançaram na minha visão.
Oliver
Dois dias depois
Evan mal sabia de nada, mas ele sabia o suficiente para aguçar
Oliver.
Ele suspeitava que manter alguém vivo era muito mais difícil.
Ele acenou com a cabeça uma vez e depois passou pela porta,
fechando-a atrás dele.
Elizabeth
Eu acordei de novo e de novo. Às vezes gritando. Debatendo.
Lutando contra os braços que me seguraram, para escapar de sua
prisão para que pudesse de alguma forma correr de volta para a
minha própria. Não me ocorreu em meus momentos cheios de
terror que não havia maneira de eu correr de volta.
O mundo real.
Horrores.
9 Sitcom, abreviatura da expressão inglesa situation comedy, é um estrangeirismo usado para designar
uma série de televisão com personagens comuns onde existem uma ou mais histórias de humor
encenadas em ambientes comuns como família, grupo de amigos, local de trabalho. ...
Por não me matar. Por me forçar a testemunhar a minha vida,
sentindo toda a dor que estava à espreita em todas as minhas
células, esperando pelo meu tênue aperto na sanidade vacilar.
Eu as inspecionei.
E as tirou imediatamente.
E ele esperou.
Ele.
O meu nome.
—Nomes são apenas rótulos que outras pessoas nos dão. Eles
significam nada —, disse ele, observando meus dentes se moverem
contra meus lábios.
Ele não invadir, não passo com a fúria que estava por trás dele
mesmo palavras e olhar vazio. Não, ele caminhou propositadamente,
com calma, fechando a porta silenciosamente atrás dele, deixando a
promessa de minha morte sobre a minha cabeça.
Com ele.
5
E U SAI DA CAMA .
A vergonha não ficou por muito tempo - não havia espaço para
focar nisso comandou meu cérebro, não com tudo mais já pulsando
meu crânio. Eu tentei escapar de tudo dentro da minha mente,
concentrando-me em tarefas imediatas na minha frente, então fiz
um esforço meticuloso para cuidar da minha bexiga. E foi diligente.
Meu corpo era frágil, esquelético, todos os ossos visíveis por baixo
da minha pele translúcida, no entanto, era tão pesado quanto o
chumbo. Meu tempo na cama significava que os músculos que eu
tinha negligenciado não foram usados para suportar até mesmo o
peso de um cadáver.
Eu tropecei.
Mas eles - mesmo com sua falta de fibra moral - não puderam
destruir sua própria família.
Então eu permaneci.
Eu senti vontade de fazer todas essas coisas, mas não fiz nada.
Meu corpo estava paralisado; até mesmo o comando afiado de minha
mãe não poderia me fazer prestar atenção como normalmente fazia.
—Você deve saber agora que não deve deixar as coisas como a
morte se tornarem uma consequência para você —, disse ela. —Deixe
eles chocalharem você. Morte não choca um Hades. Não pode. Porque
então isso deixa de ser parte da vida. Torna-se um fato de morte.—
Ela pegou meu queixo entre os dedos dolorosamente. —Você faria
bem em lembrar se você quiser sobreviver a este mundo.— O olhar
que ela segurava era mais fisicamente doloroso do que suas unhas
cavando na minha mandíbula. Estava cheio de desgosto.
Desprazer.
Acordar.
Então eu me levanto.
Ele não disse nada sobre o porquê, mas isso era provavelmente
porque nós não falamos. Não desde aquele dia que eu tinha
acordado. Eu não o via desde então. Como se ele fosse algum tipo de
fantasma, flutuando pelos corredores, só aparecendo quando ele
assim desejava, que era nunca neste momento.
O feto.
Carregava isso.
Não mais um bebê, minha linda menina, minha pequena luz,
minha salvadora.
Feto.
Isto.
O lugar nenhum.
A lógica.
Fiquei colada ao meu laptop nos primeiros dias depois de
tentar criar uma nova versão do normal, depois de aceitar que não
havia só morte.
Sua coleção.
6
Demorei mais tempo para encontrar do que deveria,
considerando todas as coisas.
Eu queria. Violentamente.
Então eu não fiz. Eu andava por aí com os pés leves, meus olhos
se arrastando sobre objetos em várias salas. As pontas dos meus
dedos podem às vezes seguir, mas eu não abri as coisas que estavam
fechadas, saquear através de gavetas, pegar fechaduras.
Eu apenas vaguei.
Eu odiava o vestíbulo.
E é aí que eu encontrei.
Ele.
Aves
5 Errol Fuller, autor de Drawn from Paradise, enquanto ele explora a história de pássaros extraordinários e misteriosos e a arte que eles inspiraram.
Mais uma vez, foi o que notei como estranho.
Atração?
Não. Algo pior, mais escuro, muito mais fatal do que mera
atração.
Esta foi a primeira vez desde que acordei, desde que me tornei
algo parecido com um ser humano mais uma vez, que eu estava
enfrentando ele.
Nunca.
Eu não era uma pessoa que gritava. Por várias razões. Primeiro
havia as regras da minha mãe onde o comportamento igual a uma
lady proibia tais explosões desenfreadas de emoção.
Não havia nada complexo por trás disso - ele simplesmente não
se importou. Nem minha mãe. Nem meus irmãos ou irmã.
Até agora.
Ele suspeitava que ela soubesse. Talvez ele tenha visto ela
pessoalmente, talvez não. Mas ele sabia que ela estava ciente de
outro conjunto de olhos nela. Ele sentou na frente de suas telas de
segurança pela manhã, a assistiu sair para o café da manhã em
horários dispersos.
Mais do que ele deveria, o que não era todo tempo. Ele viajou,
trabalhou, mas só aceitou contratos que o levaram embora por
menos de cinco horas. Ele disse a si mesmo que era porque não
podia deixá-la sozinha em casa por tanto tempo – era
potencialmente prejudicial para ele e tudo o que ele passou anos
para construir.
Este não foi o caso, tanto quanto ele sabia, e ele fez o seu
negócio para saber tudo.
Foi o que ela disse. Que ele sabia tudo. O veneno combinado
com a tristeza absoluta em suas palavras fez algo para ele. Mas ele
não podia admitir isso também. Já era ruim o suficiente que ele
passasse cada vez mais tempo nesta pequena sala de telas
assistindo-a ir sobre suas rotinas.
Observar o jeito que seus membros se moviam no quarto que
ele fez para ela praticar yoga dentro. Assistido como ela tomou um
gole de chá que sua governanta tinha feito para ela, mas mal tocou
os inúmeros outros alimentos espalhados ao redor.
E jantar.
12 Os alérgenos são substâncias que podem induzir uma reação de hipersensibilidade (reação
alérgica) em pessoas suscetíveis, podendo levar à morte, em casos mais graves.
Isso o irritou, embora ele não tenha admitido isso.
Sua explosão minutos atrás provou que ele estava errado. Ele
estudou a condição humana, tanto na vida e na morte e naquele
tempo entre elas. Ele se considerava um pouco especialista. Mais
toda vez que ele tinha certeza de que a tinha descoberto, ela provou
que ele estava errado.
Sua raiva em sua sala de coleta havia feito algo para ele.
Ela fez algo para ele. Ela mostrou a ele que ela não era um
ratinho. Gritou para ele, insultou-o e o fustigou.
Ele queria machucá-la. Mas não como ele fez com mais
ninguém.
Ele ficou.
Ele se certificaria de que não seria fatal para ele. Andando para
frente, ele estava prestes a ir e fazer exatamente o que deveria ter
feito há um mês – matá-la. Os bipes do telefone dele o pararam.
Olhando para a tela, no contrato, ele decidiu que não era o dia dela
morrer. Ainda. Era de outra pessoa.
Elizabeth
Foi difícil, aparentemente impossível voltar a minha rotina
depois de ontem. Depois de ver seu quarto de beleza horrível.
Depois de ver ele em toda a sua horrível beleza.
Mais essa foi a única coisa que restou a fazer. Sem rotina, não
havia nada aqui, mas a verdade impossível que eu estava presa aqui
numa casa de coisas mortas. Incluindo ele. Incluindo a mim.
Então eu me levantei.
Banho.
Vestido.
Encontrei ele.
Onde estava a mulher que minha mãe criou? A esposa que não
conseguiu nem mesmo ferir um pulso de seu marido com uma xícara
de chá – aquele sentado em frente a ela lendo o jornal - a tinha
quebrado na noite anterior?
Quem quer que eu fosse agora, o que quer que fosse agora, era
uma estranha. Como foi que estava percebendo isso apenas agora?
—Eu vou ter que pedir que você coma mais—, disse ele após
um período de tempo indeterminado. Seus olhos foram para o meu
prato vazio.
Eu continuei parada.
Minha rotina foi alterada. Não que isso tenha sido realmente
meu. Eu ainda saí da cama no mesmo horário, ainda dedicava meu
tempo para a ioga. Ainda trabalhava em contratos existentes,
comecei novos. Lia na Biblioteca.
Ele.
Mas eu comi.
Cada parte do meu dia foi consumida com ele agora. Quando eu
não estava com ele, eu estava pensando em nossa próxima
interação, ou sacudindo o veneno da nossa última. Porque é isso que
ele era: algum tipo de toxina, infiltrando-se pelos meus poros,
apesar de todas camadas que usei para me proteger.
Mesmo que não tenhamos falado uma palavra para o outro por
semanas nós estávamos comendo três refeições por dia juntos.
Havia algo correndo debaixo do silêncio, como uma torrente
subterrânea. Imprevisível. Mortal. Algum tipo de escuridão esboçada
que eu sentia por ele. Não segurava ilusões românticas. Eu ainda
estava certa que ele não hesitaria em me matar se a ocasião surgisse.
Ele iria me machucar também, se ele precisasse. Mas só se
precisasse. Eu passei anos com um homem que me machucava
porque podia. Porque ele gostava. Minha dor. Meu sofrimento. Eu
sabia como isso era.
—Você é um sádico?—
Eu esperei.
Desta vez não houve aceno de cabeça. Ele não parecia ver a
necessidade de continuar a aplacar minha confusão desde a noite ele
veio me matar. —Então, você é um sádico? Em algum sentido da
palavra? Faço parte das pessoas da minha geração que conhece o
sadismo como um termo clínico e existe um traço de caráter.— Eu
engoli porque eu não queria soar como o pobre vítima indefesa de
um sádico supracitado - mas isso é exatamente o que eu era, então
foi exatamente assim que eu soei.
Violentamente.
O desejo era tão forte, que tive que morder meu lábio com
força suficiente para o sangue quente e metálico correr para a minha
boca. Gostei, o gosto de sangue. A dor.
Foi uma coisa boa também, porque eu estava muito mais nisso.
OLIVER
Ela estava fazendo isso de novo. Mordendo o interior do lábio
dela. Mais violentamente desta vez. Violento o suficiente para tirar
sangue.
Mas ele não se mexeu. Ele sabia que não deveria deixar o seu
pior instintos ditar seu comportamento. Ele passou a vida
certificando-se que seus instintos não aflorariam. Mais nunca foi tão
difícil lutar contra isso. Em vez disso, forçou-se a pensar nas razões
clínicas para ela morder o lábio. Era um tique extremamente comum
naqueles com transtornos de ansiedade. Um dos muitos hábitos
comportamentais utilizados pelo corpo para fornecer uma
estratégia de enfrentamento. Ela fez isso muitas vezes, porque o
cérebro dela estava desesperado por saídas para direcionar sua
ansiedade.
Décadas.
—É onde você está agora—, disse ele, com voz severa. —No
inferno, com o diabo, que gosta de matar —. Ele olhou para ela, na
esperança de convidar mais ódio, desgosto, algo que lutaria contra o
que quer que havia em seu cérebro que a mantinha prisioneira. Isso
poderia deixa-la com raiva o suficiente para sair. Ele esperava muito
dessa mulher. Tinha visto muito a aprender o que esperar. Ele
estudava pessoas. Esse era o seu trabalho, antes de matar eles. O que
significava que ele raramente era surpreendido pelas pessoas.
Ela mudou com aquela risada. Todas aquelas arestas duras que
tinham parecido tão permanente moldado em outra coisa. O rosto
dela iluminado, os demônios gravados desaparecendo. Os olhos dela
brilhava com algo diferente de tristeza ou medo ou até mesmo a
raiva que ele considerou tão atraente.
Reivindicá-la.
Ele quase fez isso também. Foi por pouco. Menos que um
cabelo. Ele poderia sentir sua morte no ar, sentir sua vida decaindo
em suas mãos.
Mais ele falou em seu lugar. Ele nem sabia o porquê. —Não, eu
sou muito pior do que ele, —ele disparou de volta.
Então ele virou-se e saiu, deixando-a no meio da sala, sozinha
com as sombras e a verdade que ela descobriu.
Ele trouxe sua verdade com ele, anexado como uma ferida. O
som de sua risada, a suavidade de sua voz falando com ele. O brilho
de algo - saudade, talvez desejo? - nos olhos dela. Algo que ele
precisava esmagar. Algo que ele precisava substituir com ódio. Para
a sobrevivência de ambos.
8
Elizabeth
Dois dias depois
Algo grande.
Algo mais havia despertado quando ele fez isso. Raiva que era
tão estranho, mas tão natural, tão bem vinda ao mesmo tempo. E a
sede de sangue, a necessidade de sangue e dor, a necessidade de
infligir sangue e dor.
Provavelmente não.
Eu corri minha mão para cima pela minha barriga, agora plana.
A pele de alguma forma apertada e livre de estrias que as mulheres
em todo o mundo lamentavam. Enquanto eu desejei elas. Orei por
elas. Por mais evidências de que minha filha havia crescido lá.
Morado lá. Foi algo importante, foi tudo antes de ela ser pega.
Meu olhar foi para o meu rosto. Para meu desgosto, não era
horrível. Não era nada, na verdade. Esquecível. Avoado. Somente
outro fantasma. A pele estava pálida e sem linha. Não graças a uma
cara rotina de cuidados com a pele, mas porque nunca a expus ao
sol. Nada para romper as células, fazê-las murchar. Por fora, pelo
menos.
Ele me provocou com isso. Porque uma vez que elas se foram,
com um punhado de dinheiro e um rosto corado, ele me fodia.
Me estuprava.
Rude.
A cor do sangue.
Perfeito.
Ele.
—O que?—
14Old Norse ou nórdico antigo era uma língua germânica setentrional que era falada pelos habitantes da
Escandinávia e pelos habitantes de seus assentamentos no exterior do século IX ao XIII.
fonética e fonologia, entre outras coisas. Desde que estou supondo
que você os mate antes que consigam ir mais longe?—
—Eu não vou deixar você criar outra prisão—, disse ele sem
rodeios, abrindo a porta.
15 A definição de Banshee é - um espírito feminino no folclore gaélico cuja aparência ou lamentação adverte a
família de que um deles morrerá em breve. Seu grito é como um lamento muito alto.
Eu acordei com uma sensação horrível de déjà vu. E uma
terrível dor de cabeça Isso sacudiu a parte de trás dos meus olhos.
Riachos de luz eram cacos de vidro, cortando a minha pele,
estabelecendo-se de uma picada aguda a uma persistente dor surda
quando o tempo passou. Eventualmente, diminuiu o suficiente para
que eu pudesse abrir meus olhos e piscar ao meu redor.
Eu não.
Eu fiquei em silêncio.
Desejo.
Mas o que eu descobri foi que todas pareciam ter muito medo
das pessoas. Eu não tinha nenhum problema com as pessoas. Eu
interagia com meus entregadores, embora estranhamente, mas eu
era uma pessoa estranha. Minha identidade sempre foi de uma
pessoa estranha. Pessoas quebradas sempre eram estranhas. Não
havia qualquer chance de ser algo parecido a normal depois de ter
sido quebrado.
Não havia mais nada a temer deles desde que eles tinham ido
através da lista de atrocidades, checando-as e qualquer coisa a mais
deles seria algo que eu já tinha com experiência. Não havia medo em
algo que você já tinha experimentado, vindo a conhecer. Essa é toda
a base do medo – o desconhecido.
Era eu.
Ele estava fazendo isso, eu não tinha dúvidas sobre isso. Ele
estava aprendendo todas as coisas grotescas e horríveis sobre mim,
mesmo sem conhecer meu programa de televisão favorito ou lanche.
E ele estava lá. Não no primeiro quarto, mas no real que estava
além disso. A porta estava entreaberta e a luz forte rastejava na luz
âmbar da sala da morte. Hesitação e medo e cerca de mil emoções
diferentes fluíram através de mim, mas meu anseio por ele os
superou.
Quase.
—Eu planejei sair, disse a mim mesma que tinha que ser
perfeito, então ele nunca me encontraria e esperei. Eu a matei com
essa espera.— Foi a dura verdade que eu me recusei a admitir até
que disse em voz alta. Até que coloquei meu coração pulsante, nu,
quente na mesa para ele enquadrar entre sua coleção.
—Grande homem, mas vou ter que discordar dele—, disse ele,
em pé na frente do quadro. —A morte só torna as coisas mais
lindas.— Ele olhou através do vidro, como se o pássaro dentro fosse
vivo, em voo, olhando para ele.
Foi só então que ele olhou para mim. Ambas de mim. O eu que
era elaborada em conjunto pela pele e osso e o outro eu que ele
poderia esmagar sob seus pés se assim o desejasse.
A paz não era um luxo dos torturados. E ele deu para mim
então, da única maneira que ele sabia. Com violência. Com a morte.
Tudo em um beijo.
Eu era minha.
Lukyan
O beijo foi um erro.
Mas Lukyan não tinha poder no momento. Ele não tinha nada
além do animal dentro dele exigindo seus lábios. Para provar a
tristeza na sua língua. Para brincar com a morte que eles
introduziram no quarto. Para deixar a dor que ele acabou de infligir
se misturar com o prazer que quase o derrubou no chão.
Ele fodia.
Apenas prazer. Desejo. Dor. Fúria. Tudo o que ele tinha estado
certo, confortavelmente certo, ele havia conquistado.
Ambos fizeram.
Ele teria assistido ela por toda a noite se não fosse pela
vibração de seu telefone contra sua mesa de madeira. Merda, ele
provavelmente teria ido lá embaixo e fodido ela a inconsciência se
não fosse por esse telefonema. E esse pensamento fez ele hesitar.
Apenas ligeiramente, mas ligeiramente foi o suficiente. Ele nunca
hesitava. Especialmente quando seu telefone tocava. Quando um
contrato estava chegando.
Ele se foi.
Eu não a culpei. Claro que ela sabia que ela estava preparando
mais café da manhã do que apenas o que ela tinha anteriormente,
então ela sabia que Lukyan tinha um hóspede. E minha roupa
sempre parecia ser magicamente levada embora enquanto eu estava
lendo na biblioteca ou alongando no meu estúdio de yoga, então ela
provavelmente sabia que a convidada de Lukyan era uma mulher.
Ela fez uma pausa, ainda embalando o açúcar que ela tinha
varrido. —Vera— ela disse finalmente, depois de decidir que seu
empregador não iria matar ela por trocar nomes com a cativa dele.
Seu contrato.
Sua complicação.
E então ela deixou a sala com os pés leves, como a maioria dos
funcionários de homens de sucesso provavelmente dominam dentro
de dias de seu emprego.
Meu couro cabeludo gritou quando ele puxou minha cabeça para
trás. Eu não. Eu sabia que gritar só piorava as coisas. Só o fazia mais
animado. Só fez durar mais tempo.
Ele viu algo nos meus olhos. Ele viu muitas coisas mais provável.
Dor, tristeza, derrota, fraqueza. Mas ele também viu a verdade porque
a pressão na minha cabeça liberou e ele me deixou cair no chão.
É o que lhe deu ocupação desde que ele partiu. Desde o beijo.
Desde antes disso, se eu quisesse ser honesta comigo mesma. Havia
também o fato de que eu o odiava. Com uma paixão. Eu odiava ele
pelo que ele fez para mim. O que ele me fez sentir. Por sua frieza.
Pelo fato de que ele poderia me matar tão facilmente quanto me
beijar. Pelo fato de que, para ele, minha vida era descartável. Eu era
descartável.
Mas o olhar em seus olhos, gravado em seu corpo, não foi sutil.
Eu olhei para o seu rosto impassível com ódio, com calor, com
acusação. Ele não fez nenhum movimento para falar, para
interromper, para fode, me dar um soco no rosto como eu meio que
esperava que ele fizesse. Eu esperava ele enfrentar minha violência
com a sua. Para vencê-lo. Mas ao invés disso ele enfrentou minha
fúria com a contemplação pacífica. Claro, isso fez eu ainda mais
maníaca.
—Isso faz de você tão fraco e patético e feio quanto eu. Você fez
uma escolha e eu também. Isso nos matou de maneiras diferentes,
mas realmente não importa porque os mortos estão mortos, certo?
Bebendo-me. Me devorando.
Ele não me tocou imediatamente. Claro que ele não fez. Lukyan
sentiu meu desconforto, minha excitação erótica, então ele
continuou a olhar. Para pressionar as almofadas de seus polegares
dentro das minhas coxas.
Isso machucaria.
Mais uma vez, quando o meu clímax veio, não foi simples. Não
foi o alívio de uma explosão, de uma liberação de prazer. Foi algo
mais que isso. Algo horrível e lindo ao mesmo tempo.
Eu não queria.
A mesa se moveu com a violência que Lukyan estava batendo
em mim. Sua boca estava em todo lugar. Nossos dentes beliscaram a
carne um ao outro, como se nossa conexão não fosse suficiente. Não
foi. Nos precisávamos de mais. Nós precisávamos de sangue e dor e
violência.
E eu amava isso.
E eu amava isso.
Mais não era como antes, quando não doía, gritava com a
violação. Cada movimento tinha sido agonia, usando o banheiro
quase me fez desmaiar, e todo o meu corpo estava coberto, oprimido
com vergonha.
Seu corpo não era tão branco quanto o meu. Não tinha aquele
cinza, um tom de decadência que a minha possuía. Mas ele era
adequado, cremoso. isso era suave e porcelana, como mármore. Seus
músculos pareciam estar esculpidos fora dele. O bíceps mais
próximo de mim era grande, veias arroxeadas serpenteando até a
superfície e traçando ao longo de seus antebraços. Uma pequena
Aspersão de pêlos luminescentes espalhados pelo peito, arrastando
para baixo como um rio entre seu abdômen definido. Porque do seu
ângulo, eu não consegui ver o pau que tinha tão completamente
conheci o meu interior.
Eu endureci. —O que?—
Ele nos arrastou, então minha cabeça estava inclinada para
cima para ver a dele. Eu não consegui vê-lo corretamente, claro,
apenas o mais fino dos contornos em espessura na escuridão que foi
reservada para as horas entre duas e quatro.
As horas perdidas.
Lukyan
Ele ouviu a história dela, inexpressivamente, pelo menos do
lado de fora. Ele poderia dizer que esta máscara que ele estava
segurando estava afetando-a. Danificando-a mais. Ele sabia disso.
Ela era um livro aberto: ela era disfuncional, era louca, junto com o
coração dela que estava exposto. Na cara dela. Em seus olhos
brilhantes. Em todos os lugares duros, expiração torturada. A mera
função da respiração era dolorosa para ela. Lukyan sabia que doía
quando ele não reagia, externamente ao menos.
Sua vida era dor; ela poderia lidar com um pouco mais.
O resto sendo o bebê que foi forçado dentro dela, que ela de
alguma forma encontrou uma maneira de amar, apesar de sua
implantação violenta, morrendo e tendo que trazê-lo para o mundo
dessa maneira.
Seu corpo ficando mole debaixo dele, ainda dentro dela quando
ela se rendeu completamente a ele.
Mais tarde, ele disse a si mesmo e a seu pau. Ele fez uma
anotação mental para enterrar a boca entre as pernas dela mais
tarde também. Não que ele precisasse ser lembrando. O gosto dela
estava manchado em sua língua com a sua doçura inebriante quando
tudo o que ele provava era azedo. isso foi como heroína. Mas a
heroína não era tão viciante.
Ele não respondeu a ela, e não iria até que tivesse a informação
que queria. Ela não o investigou. Não era como outras mulheres de
muitas maneiras, e não era apenas isto. Ela não iria importuná-lo
por uma resposta, repreender o seu silêncio. Não que uma mulher,
qualquer mulher, ousaria fazer isso com ele, mas ele tinha vindo a
saber o que elas fizeram com outros homens mais fracos.
Ela apenas ficou lá, seu calor nas costas dele, imprimindo seu
perfume nele, respirando quente contra o pescoço, engrossando seu
pau a cada segundo que passava.
Ele fechou a tela e se virou, seus olhos passando por seu corpo
nu que, como ele, ela se recusou a cobrir. Ela era verdadeiramente
linda agora. Não apenas de uma maneira única, mais de um modo
completamente único. Tipo de curvas delicadas. Sua pele era de
porcelana, porcelana fina, sem manchas além da aspersão de rosa
nas maçãs de suas bochechas.
Mas ele não fez. E a evidência estava olhando para ele na cara.
Com aquelas manchas roxas e aqueles olhos negros.
Foda-se o controle.
—Eu vou fazer isso por mim—, disse ele contra sua boca, antes
de reivindicá-la. O que ele não disse foi o que ele estaria fazendo
para ela.
Ela pegou a mão dele e apertou os lábios nela. Ela então virou
um pouco a palma para afundar os dentes na carne, não duro, mas
dando-lhe a dor que ele tanto desejava. A dor que ele ansiava. Ele
coçava por mais, alguma parte animal dele querendo ela rasgando
sua carne.
Mas eu fiz.
Eu era de Lukyan.
Este era carvão, camisa preta por baixo. Gola aberta, assim
você podia ver as marcas de dentes e hematomas decorando seu
pescoço. Eu corei com a percepção de que elas eram minhas marcas
de dentes. Eu havia infligido aquelas contusões. A parte doente de
mim - aquela que estava crescendo a cada segundo gasto com
Lukyan – revelava vendo essas marcas. Essa parte queria fazer mais
delas, torná-las mais profundas, então elas cicatrizaram e
permaneceriam nele para sempre.
Talvez não estivesse vindo dele, aquele frio gelado. Talvez isso
estava vindo de mim. Talvez estar com ele me fez perceber quão
perto de uma coisa morta eu realmente era.
—Eu pensei que você tivesse saído—, eu disse, levantando meu
corpo frágil para cima me inclinando contra a cabeceira da cama.
Não veio.
—Eu sei—, sussurrei. —Eu sei disso. E talvez seja por isso que
fiz isso. Porque sabia que você iria me destruir. Porque quero você
me destruindo.
E foi magnífico.
Mas eu aprendi algo sobre mim mesma, algo que sempre soube
mas nunca admiti. Não havia volta à vida para mim. Isso
simplesmente não ia acontecer. Às vezes as pessoas eram tão
quebradas que elas tinham que viver com isso. Esculpir-se uma vida
no deserto que era o mundo deles.
Sobre o sexo.
Muito sexo.
Eu queria mais.
Eu queria controle.
Seus olhos grudaram nos meus, seu corpo ficou imóvel, seu
pescoço pulsou com contenção. Mas ele não falou.
—Eu quero chupar seu pau—, eu sussurrei.
Mas eu não me mexi, porque o pau dele estava lá, bem ali
diante de mim. Minha mão foi circulando em torno dele antes de eu
propriamente entender como ele nos colocou nessa posição.
—Você chupa meu pau, eu como sua boceta—, disse ele, voz
grossa.
Esqueci que estava nervosa, que nunca fiz isso antes. Ele
comandando me fez fazer exatamente isso.
No segundo em que meus lábios se fecharam ao redor dele, sua
boca estava lá, movendo-se entre o meu mais íntimo dos lugares
para lugares proibidos.
—É—, disse ele. —Isso foi. Esses homens são diferentes. E...—
—Eu tenho pessoas que são meus inimigos e pessoas que não
são mortas.—
Eu sorri.
Ele não gostou disso. Não que seu rosto traísse isso - o ar fez.
Tornou-se mais pesado. Mais difícil de engolir.
—Eles não tentam porque não tenho pontos fracos para eles
explorar. Eu nunca tive fraquezas para explorar. O que me levou
onde estou, no topo. Seus dedos entraram em mim. —Eles devem ter
descoberto o que você é para mim...— Seus dedos se moveram mais
rápido.
—Sim—, disse ele. —Mas eu não posso fingir que você não
existe. E você vai existir por mais tempo do que planejei, muito mais
tempo. O que significa que você não vai se esconder. Não mais.—
Mas isso não me deu muito conforto desde que o mais novo
ainda estava perto o suficiente para eu sentir seu cheiro caro de
loção pós-barba.
—Eu não percebi que você levava lembranças—, disse ele com
um sorriso. Eu prendi a respiração enquanto ele se demorava na
minha frente, brincando com meu cabelo por mais um segundo
antes de recuar.
Quase.
Talvez tenha sido porque eu era algo menos que uma pessoa.
—Ela joga bem com quem eu digo para ela brincar—, Lukyan
respondeu, mantendo a mão onde estava até que ele sentiu os meus
batimentos cardíacos lentos.
Então sua presença me deixou completamente, e o único toque
que ultrapassou meus sentidos foi o acima do meu joelho contra o
interior da minha coxa. O pânico me prendeu e tinha certeza de que
não seria capaz de fazer como Lukyan havia perguntado, eu não era
forte o suficiente para isso. Deixar um único monstro a mais toca
meu corpo, deixar isso apodrecer mais rápido do que já foi.
Eu achei que não podia mais agir como a vítima, mesmo que
minha vida dependesse disso. Minha vida dependia de não ser mais
fraca. Assim eu saltei meu queixo em desafio, voltei para o meu lugar
propositadamente, delicadamente, a mamãe teria muito orgulho de
como era elegante - colocar as mãos nos joelhos, uma no topo da
outra, e encontrando seu olhar.
O homem mais velho acenou com a mão. —Claro que não. Você
é um homem de palavra—.
Ele era o mais perigoso dos dois. Porque não sabia agir com
ameaça ou violência. Em público, pelo menos.
Eli olhou para mim, mas seu olhar não me afetou mais depois
que eu fui o foco do seu amigo, o verdadeiro perigo.
—Ligue para mim se você ficar entediado com ela—, disse ele.
—Ou até depois que você terminar.— Seus olhos correram para
cima e para baixo do meu corpo. Eu retomei minha postura. —Não
importa se ela está respirando ou não. Ainda poderei… utilizá-la.—
Lukyan não respondeu. Em vez disso, ele acenou uma vez para
o mais homem mais velho. —Morris, espero que não nos cruzemos
novamente.—
—T-o jeito que você fez isso, tr-me tratou—, eu gaguejei, minha
voz pequena e crua e totalmente fraca.
—Se for uma escolha entre salvar sua vida ou preservar seus
sentimentos, eu vou escolher a sua vida. Sempre, solnyshko.
—Eu vou viver com você ficando puta comigo, magoada por
mim, até mesmo me odiando. Mas eu não vou viver com você morta.
É simples assim. Seus sentimentos não são considerados. Você sim.
E você precisa aprender que eu farei qualquer coisa para mantê-la
viva mesmo que isso signifique matar o que temos entre nós. Mesmo
que isso signifique destruir sua alma. Eu vou fazer isso.—
Seu polegar roçou minha aréola antes que ele beliscasse meu
mamilo entre o polegar e o indicador. Duro.
Meu estômago revirou com ácido das memórias que ele estava
arrancando para a superfície, as que eu estava tentando empurrar
para longe. Ele notou a minha mudança, mas ele não parou. Ele
espalmou meu peito, suavemente desta vez.
Então ele me puxou para baixo. Bem baixo. Então eu fiz o mais
deliciosamente perfeito contato com sua boca no mais
deliciosamente local perfeito. Ele não me deixou montar seu rosto.
Suas mãos morderam meus quadris, puxando-os para cima e para
baixo, então eu tinha o poder e ele tinha o controle.
17Grim reapers são espíritos malignos que controlam organismos mortos-vivos. Eles são
independentes, não servem a ninguém, mas tem seus próprios objetivos maliciosos. Enquanto eles
podem causar dor e medo ...
Lukyan
Ele fechou a porta silenciosamente, embora ele não soubesse
por que ele fez isso. Elizabeth estava inconsciente , seu corpo e
mente tão gastos que a inconsciência ia segurá-la em suas garras por
enquanto. Nada, nem mesmo ele, iria arrancá-la.
Foi um deslize, matando-o, que ele poderia pagar, mas teve que
fazer. Tudo nele ansiava por ele fazer isso.
Animado pode ter sido uma palavra muito forte. Isso não
conseguiu despertar emoções, não de nada. Matar estava
satisfazendo-o porque alimentava o vazio que ele tinha dentro dele.
Ele gostou de olhar nos olhos das pessoas quando estavam tirando a
última respiração, gostava de ser sugado em seu desaparecimento.
Ele primeiro pensou que queria isso com Elizabeth. Assistir sua
morte. Para provar isso. Mas ele já fez isso. Ele fazia isso todo dia. A
morte estava ligada aos seus poros. Ela já vivia no abismo.
A morte dela.
Medo.
Ele se concentrou na tela porque não estava se dando ao luxo
do medo. A própria presença da emoção significava que ele
precisava estar na frente de sua tela.
Sem nada.
Eu queria resistir. Gritar para ele que ele não tem o poder de
me comandar. Mas estava na cadeira antes de saber o que estava
acontecendo.
Eu esperei.
—Um lugar que não existe mais—, disse ele. —Um lugar
morto—.
De suas palavras.
Não por mim, embora imaginei que deveria ter ficado ferida em
sua relutância em se abrir para mim. Eu não estava. Ele não
acreditava que sua infância, sua vida, era importante o suficiente
para ele para compartilhar comigo. Isso é o que dói.
—Você quer com a pergunta saber por que não corri? Tentei
escapar?— Eu disse finalmente.
Ele não falou. não me oferecer platitudes para não correr, não
lutar. Embora não esperava que o fizesse.
Ele assentiu.
—Quem?—
Ele nem sequer piscou. —Eu não distingo contratos entre sexo,
raça ou religião.—
—Exatamente.—
Ele pareceu sentir que ainda estava preocupada porque ele não
reivindicou minha boca, me reclamar como eu sabia que ele queria,
quando sua excitação pressionou através de sua calça me disse que
ele queria.
Ele deve ter visto alguma coisa da maneira que eu olhei para
ele, no ligeiro abrandamento do meu olhar.
Nós dois estávamos atraídos por ela agora. Cercada pelos belos
cadáveres para nos distrair da nossa feiura mútua. Nós nunca
seríamos tão bonitos, mesmo na morte. Eu tinha passado horas aqui
nos dias que ele tinha ido embora, maravilhada com a paz que me
oferecia. No fato de que me senti tão em casa aqui.
—Você acha que a única maneira que pode possuir coisas belas
é matá-las?—, Sussurrei para suas costas.
Minha fraqueza.
Lugar algum.
Seus olhos congelou meu sangue. —Você não está bem viva
ainda.— As palavras eram plana e sem emoção na superfície. Sua
composição, seu significado era muito mais. Porque ele estava
dizendo que estou respirando...como eu estou certa então que não
estava vivendo. Que estou fora daquela cama, mas minha alma
mutilada e rasgada ainda estava em um quarto, murchando,
drogada, pendurada entre este mundo e em nenhum lugar.
Mas eu não podia dizer o que era para ele que não seja uma
anomalia do mundo normal, capaz de ser preservada por causa do
meu status de não-muito-viva. Devido ao fato de que esta casa ampla
funcionava como uma espécie de gaiola para me manter. Ver-me.
Mim possuir.
O mais próximo que ele iria ficar era que ainda não estava me
matando.
19
cada um dos distúrbios psíquicos que se caracteriza pela preferência ou obsessão por práticas
sexuais socialmente não aceitas como a pedofilia, o sadomasoquismo, o exibicionismo etc.
20 Bonnie Elizabeth Parker (Rowena, 1 de outubro de 1910 — Bienville Parish, 23 de maio de 1934) foi uma
criminosa norte-americana que, com o namorado Clyde Barrow e sua quadrilha de assaltantes, cometeu assaltos
pelo interior dos Estados Unidos no começo da década de 1930, até ser morta pela polícia em 1934.
mesmo. Claro, isso era só na superfície. Ele não me deu tempo para
falar, e não tentei, porque sabia que ele estava longe de terminar.
Eu ouvia suas palavras, cada uma delas, mas foi em torno deste
ponto que comecei a ver as palavras por trás desses carinhos,
comecei a perceber que Lukyan estava distraindo-se com padrões
de desenho no meu ombro para evitar dar-me toda a sua atenção.
1991, sendo a maioria dos assassinatos ocorridos entre os anos de 1989 e 1991.
23 Ricardo Leyva Muñoz Ramírez, mais conhecido por Richard Ramírez foi um assassino em série dos Estados
Unidos que morreu quando se encontrava no corredor da morte da Prisão Estadual de San Quentin à espera de ser
executado
24 Hybristophilia. Também conhecida como “Síndrome de Bonnie and Clyde“, é caracterizada pela atração
Apertei os lábios. Por que não pegar uma doença mais obscura
que meu namorado inteligente não poderia explicar?
Rosnou.
—Eu não estou fora do mundo, no caso que você não tinha
notado,— disse secamente. —Então, se você está pensando em
tomar a decisão de me matar, mais uma vez, não preciso aprender a
lutar.—
Ele correu para a frente, o punho voando com ele. Mais uma
vez, não afastei a tempo, então os nós dos dedos bateram em minha
bochecha.
—Eu vou fazer isso tão duro quanto possível, precisamente por
causa do que temos—, disse ele. —Eu não estou perdendo você.—
Mas isso não era como Christopher, que bateu em mim para me
fazer mais fraca. Lukyan estava fazendo isso para me tornar mais
forte. Eu sabia. Eu não quis dizer que isso não doeu. Quase doía
mais.
E me senti bem.
Sobre mim.
Mas desta vez não era isso. Havia algo inescrutável sobre seu
rosto, algo que causou mal-estar a floresceu no meu estômago e
rastejou até a minha garganta. Eu não lhe perguntei o que era; não
era como ele trabalhava. Ele falava quando ele decidisse. Então
esperei. Esperei no silêncio e à distância, apesar do fato de que não
tinha visto ele, não tinha notícias dele há três dias, e meu corpo
coçava para ser dele mais uma vez.
Lukyan
Ele estava nervoso.
Em absoluto.
Ela estava virando para ele, e ele não gostava de ver a ausência
de humanidade em seu rosto. Ele pensou que era o que mais odiava
sobre ela, quando ele descobriu que era realmente o que ele mais
amava.
—Eu pensei que você disse que não estava em tortura—, disse
ela em tom de conversa. Os olhos dela se mudou para focar em
Lukyan. Ela ainda não tinha focado seu olhar para encontrar o olhar
alargado e em pânico de seu marido. Ele não podia falar, é claro.
Estava amordaçado.
Mas, novamente, é claro que ele não queria tirar isso. Porque
isso levaria Elizabeth longe. Ela só poderia ser sua se ela fosse
marcada, danificada, quebrada.
É claro que ele não poderia colocá-la de volta junta. Não queria.
Elizabeth
Ele não me encontrou imediatamente.
não me perseguiu.
O que considerei uma coisa boa, já que não era suscetível de
ser responsável por minhas ações se tivesse feito isso. Demorou
muito para eu virar as costas e ir embora, como fiz. Sair e não
desencadear a violência implorando em grande parte de mim. Não
contra o homem responsável por me quebrar, por me desnudar para
além das peças integrais para ser um ser humano. Não, contra o
homem que partilhou minha cama. O homem que poderia me amar
apesar de eu ser apenas metade humana. Aquele que só poderia me
amar porque eu era metade humana.
Isso não significa que ele não acabaria por estragar-me. Mesmo
que fosse apenas por fazer-me um pouco mais como ele. Mesmo que
fosse no desejo de me ajudar a sobreviver no seu mundo brutal e
feio.
Ele balançou sua cabeça. —Eu quero que você faça isso—.
Eu congelei, aberta para ele. —Isso é o que você acha que vai
acontecer aqui? Que vou me transformar em uma assassina Eu vou...
o quê? Tornar-me mais forte?—
Ele me olhou. —Para pessoas como nós, você sabe que é.—
—Sabe-se muito menos se você acha que não pode fazer isso—,
ele respondeu. Então ele colocou seus lábios nos meus por meio
segundo. E então ele se foi. Deixando-me a contemplar a morte entre
os belos corpos que já não oferecidos paz.
—Eu não acredito que o que temos entre nós vai ser bom para
nós—, disse ele. —Indo para nos tornar pessoas melhores.—
Ele olhou para mim, o efeito que esse coração a pouco estava a
pensar sobre isso pouco mais do que invisível. Mas ele estava me
tocando. E ele tinha acabado de dizer que me amava, à sua maneira
fria e calculada. Eu não esperava muito mais. Eu não queria mais.
Nada mais, nada bonito, seria artifício.
Olhei para o homem que foi meu marido. Meu algoz. Então
olhei por cima do meu ombro. Para o homem de pé no canto, os
braços ao lado do corpo, e não cruzou porque isso trairia fraqueza,
mal-estar, seu rosto de granito, olhos frios. O homem que pensei
nele como meu assassino. O que tinha sido tão certa que iria colocar
o último prego no meu caixão, me tirou fora dele e forçando-me a
ver o cadáver que eu tinha me transformado.
E eu deixei-o.
Eu não estava dizendo nada disso, fazendo nada disso, para ele.
Ou mesmo para Lukyan. O homem que eu odiava. O monstro que eu
amava.
Então eu liberei.
—Mas isso seria dar-lhe algo que você não merece—, eu disse,
levantando a arma. —Outra segunda parte do meu tempo.—
Ele acenou com a cabeça uma vez. —Eu espero que isso não vai
ser tão fácil quanto abrir a porta da frente e sair.—
O simples pensamento disso assalta meu coração. Eu balancei
minha cabeça.
Lukyan tinha sido fiel à sua palavra, como ele sempre foi.
Nem ele.
Ele soltou um som no fundo de sua garganta e sua mão foi para
o meu cabelo, puxando-o e aprofundando o beijo, estendendo a sua
ferocidade.
Era posso dizer que Lukyan gostou da minha confiança.
Outro grunhido.
Eu estava a mudar.
Preto, é claro.
Sexy.
Elegante.
Mordi o lábio.
Cicatrizes.
Não que Lukyan não tinha visto antes. Ele explorou cada
polegada do meu corpo nu. Mas havia algo diferente em se expor
quando foram feitos para ficar nua do que quando você estava
destinada a ficar vestida.
Desequilibrada.
Ele me convinha.
Seu rosto estava em branco, mas isso não significava muito. Seu
rosto estava sempre em branco. Limpo de toda a emoção humana
concebível, até o ponto que você estava quase certa que a emoção
humana nunca existiu uma vez dentro desta coisa a fazer um
trabalho quase perfeito de passar por um ser humano.
Mas mesmo agora, eu, talvez a única pessoa que viu um pedaço
da plenitude por trás de tudo isso, mesmo eu só vi em branco.
Imaginei que minha cara poderia ter estado em branco agora
também. Não era o meu padrão como seu. Eu não tinha o domínio do
jeito que ele tinha. Mas ao redor dele, de alguma forma eu poderia
apresentar o vazio que não poderia aperfeiçoar mesmo na solidão.
Em torno dele, eu não era nada. E isso significava tudo.
Seus olhos brilharam para cima e para baixo, mais uma vez em
branco, predatório de uma forma fria e distante, e meu coração
pulou um pouco.
Então, talvez eu não era nada, mas algo menos do que a soma
das minhas partes.
Do meu sofrimento.
Minha dor.
Foi legal.
Seu olhar deslizou para cima e para baixo no meu corpo nu,
ainda em branco, nem mesmo um lampejo de calor que geralmente
se escondia neste momento em nosso relacionamento, o ponto de
sexo. Então, eu imaginei que isso não era sobre sexo.
Meu sangue.
Eu gostei daquilo.
Eu amei isso.
Algemas.
Ele não falou. Em vez disso, ele avançou, nem mesmo me dando
a chance de recuar como tentei fazer no último minuto. Seu corpo
me prendeu debaixo dele, e contive o impulso de lutar como uma
alma penada.
Eu estava dormente.
Talvez eu desmaiei.
Eu tinha que ter desmaiado.
Eu olhava. Não, isso não era ferrugem. Esse foi o meu sangue,
secas e podres contra o metal. Meu estômago se agitou, e eu de
alguma forma, virei-me para as minhas mãos e joelhos para
lançando seco.
—Elizabeth—.
Ele não disse nada. Não, só fez com que eu ficasse olhando para
ele quando propositadamente soltou a minha mão para que pudesse
estender as mãos acima da cabeça, envolvê-las em torno da
cabeceira de ferro forjado.
Ele não disse nada. não mandou-me fazer nada. Palavras nos
abandonou, deixando-nos unicamente com os instintos.
Preferi deixar no original por achar que a palavra não cabe na frase - metamorfose definição -
27
mudar suavemente de uma imagem para outra por pequenos passos graduais usando técnicas de
animação por computador.
bíceps de Lukyan, veias lutando contra a pele a partir do ângulo
antinatural.
Poder.
Controle.
Ele me comeu.
Furiosamente.
Primorosamente.
Não havia nada, mas sua boca em mim. Sua entrega ao meu
poder.
—Você sabia que elas iam fazer alguma coisa para mim, as
algemas,— continuei.
Lukyan
Três semanas depois
Ele fez.
Lukyan esperou.
Como ele projetou. Ela era a única que tinha durado tanto
tempo. A anterior não tinha entendido. Ela cuidava da casa com
eficiência, e o melhor, a invisibilidade. Lukyan tinha deduzido que
era porque ela era de seu país natal e também foi criada com a
distância fria necessária para sobreviver nele.
Elizabeth sorriu para algo que a mulher mais velha disse. Não
parecia muito bem, a expressão. Isso estava enferrujado, sem uso,
seus músculos faciais não tem certeza de como flexionar com
felicidade para fora.
Lukyan não hesitou, nem mesmo uma batida. —Claro que fiz.
Você sabe melhor que isso para me questionar.—
Seu rosto seria sempre um pouco contraído com essa dor que
ele sabia que nunca iria escapar dela, não importa o quão forte ela
fosse. Aqueles olhos sempre seria um pouco duros demais para seus
traços por causa do horror calcificado estar por trás deles.
Distração.
Afeição.
Amor.
Medo.
Pelo o seu bem-estar, é claro. Por sua vida prolongada que iria
durar tanto tempo quanto a sua própria. Ele suspeitava serem os
medos habituais dos tolos no amor.
Mas havia algo mais. O medo de uma coisa que ele nunca tinha
estado uma vez com medo em sua vida. A única coisa que ele
geralmente usava como uma arma.
A verdade.
Porque se ela descobrisse, então, estava tudo acabado. Tudo.
Sua vida poderia muito bem durar tanto quanto a sua própria - mais,
na verdade. Porque depois que a verdade matasse tudo o que foi
deixado o que ela tinha dado a ele, ela iria matá-lo. E não
figurativamente também.
Elizabeth
—Eu vou te avisar, eu não sou boa padeiro—, eu disse,
medindo a farinha.
Vera olhou para cima. —Oh, não é por isso que estamos aqui—,
ela respondeu. Seus olhos afiados se voltaram para mim e o que eu
estava fazendo. —pedaços frios de manteiga. Misture-os com as
mãos,— ela instruiu.
E foi isso.
Eu gostei daquilo.
Não era aquele silêncio horrível que caiu quando você corria
para colocar para fora palavras para preencher os espaços vazios.
Era compatível.
Mas agora parecia que Vera tinha algo a dizer. O ar não estava
confortavelmente vazio.
—Você sabe, se isso não der certo, ele vai matá-la—, disse ela
em tom de conversa.
—Ah, sim—, respondeu ela. —É por isso que ele vai matá-la se
isso não funcionar. O desgosto não funciona bem em pessoas que
nunca amou antes. Especialmente pessoas como Lukyan. Ele vai
destruí-los. Mas não antes de tirar todos ao seu redor.— Ela tomou a
massa das minhas mãos.
Fui até a pia para lavar o grude que se tinha ligado a minha
pele. A água lavou a mistura, mas não o mal-estar que se instalou
sobre a minha pele com as palavras de Vera.
—Oh não, não sei, mas Lukyan - e talvez você - pode saber
quem ele é—, disse ela, amassando a massa. —Mas eu sei o que ele
é.—
Ela teria que sair. A única outra opção era ir embora sem ela, o
que não era uma opção em tudo.
E magoada.
A parte fria e vazia dele doía para levá-la sobre a oferta, para
mostrar-lhe verdadeiramente o que havia dentro dele. Para desafiar
os seus próprios sentimentos para ela, para ver se poderia empurrar
mais. Porque ela estava certa, ela podia. Mas ele não sabia se podia.
Ele apertou seu pulso, ao ponto de dor. Ele sabia disso porque
era seu trabalho, a sua natureza, a perceber a sua ingestão rápida da
respiração, a dilatação de suas pupilas, a tensão em seu corpo, o
aumento constante de seu batimento cardíaco.
Muito mais.
Meu corpo estava gritando. Latejante. Cada músculo. Cada osso.
No início, pensei que ele tinha ouvido o que nós falamos. Que
ele ficou lá e ouviu e depois veio para as conclusões perigosas
naquilo, e ele trabalhou sem descanso sobre isso. Mas Lukyan não
era assim. Teria me confrontado imediatamente. Ele não falava
muitas vezes, mas ele tinha certeza de que falou sobre as coisas que
importavam.
Seu rosto cintilou com alguma coisa, mas ele não respondeu.
Lukyan
—Ah, Lukyan, eu estava começando a ficar com medo de que
você não viria—, seu pai cumprimentou-o com um frio aceno de
cabeça.
A esposa dele.
Isca.
Lukyan tinha dito uma vez que Elizabeth era a mais bonita de
todos os seus contratos que tinham cometido os atos mais atrozes.
Ela era podre e decomposta por trás desse exterior agradável.
Sua esposa era a epítome do que era a vulgarização.
Ela era marcante. Os anos não tinha mudado isso. Embora ele
tinha certeza de que Botox tinha muito a ver com isso.
28 novo corte chamado Long Bob que chegou pra arrasar, mantém a base totalmente reta, muitas mulheres
Ele lançou a cabeça para trás de volta a seu pai, garantindo que
sua expressão entediada ficasse no lugar. —Agora que as
brincadeiras apropriadas e redundantes foram feitas, devemos
chegar a razão para a convocação—, disse ele. —Eu cumpri a última
tarefa que foi criada, em seguida, deixei claro a minha posição.—
Lukyan não sentia nada para a mulher que ele foi legalmente
vinculado. Ele a mataria num piscar de olhos, se pudesse. Mas ela
tinha se brindado bem sobre isso. Não apenas arrebatando seu pai
em suas garras; que era parte de um plano torcido, ele tinha certeza.
Sua linhagem, e linhagem significava que ela era pouco mais que
intocável.
—Não é por isso que seu pai pediu esta reunião,— Ana
interrompeu.
Duvidava que seu pai pediu esta reunião em tudo. O homem
era astuto, inteligente, mortal. Mas ele era suscetível à manipulação.
—É por isso que estamos falando com você—, disse Ana. —Nós
apenas queremos ter certeza de todos os nossos patos estão em uma
fileira, por assim dizer.— Ela lhe deu um olhar significativo. —Todos
os corpos estão enterrados.—
Lukyan não vacilou em seu olhar, embora seu sangue gelou. Ele
não falou também. Eles ainda estavam tentando ganhar a mão
superior, enganando-o para reagir.
Mas ele não estava incomodando-se com isso. Seu pai tinha
merecido a morte dez vezes ao longo de sua vida. Ele estava
reavaliando se ela o havia irritado o suficiente para incomodar-se
com a sua morte.
Seu pai estudou ele por um traço de mentira que ele não iria
encontrar. —Por que é que você está brincando de casinha?—
Nada faria.
16
Elizabeth
Uma semana depois
Ele tinha voltado muito pior de quando ele tinha saído. Embora
seus olhos eram apenas um pouco mais duros, nossos silêncios
duravam muito mais tempo. Nosso amor mais cruel, violento, e
quase desesperado.
Não era ruim. Ele superou qualquer coisa singular. Mas isso
significava alguma coisa, algo que se arrastava mais perto de nós a
cada dia que passava, algo que me disse que eu tinha um relógio de
quanto tempo poderia deixar minha mente prende-me neste lugar.
Era enervante.
—O que?—
—A última vez que me trouxe até aqui com algo para me dar,
você tinha o meu marido, sangrando e amarrado—, comentei
enquanto descíamos as escadas. —Eu devo esperar algo
semelhante?—
Literalmente.
Vida.
Eu pulei quando algo voou acima da minha cabeça.
—Eu não poderia obter algo tão raro quanto eu teria gostado
enviado ao vivo em tal aviso tardio—, disse Lukyan, os olhos ainda
na criatura alada. —Morto teria sido outra história.— Seus olhos
foram para mim. —Mas nós não precisamos de morte para destruir
por agora. Isto não estaria funcionando, com que estamos fazendo
nesta sala.—
Preocupação.
Inclinei-me para cima nos meus dedos dos pés para que meus
lábios pudessem pressionar suavemente contra os seus. —O risco
valeu a pena—, murmurei contra sua boca.
Socorro.
Doeu mais.
Então eu esperei.
29
Barnes & Noble, Inc. é a maior livraria varejista dos Estados Unidos, operando principalmente através de sua cadeia de livrarias, Barnes &
Noble Booksellers localizada na Quinta avenida de Manhattan. A companhia opera uma pequena cadeia de pequenas lojas "B.
Meus olhos percorreram sobre ele quando entrou na sala. Ele
mal poupou-me um olhar antes de caminhar em direção a um
quadro. Poderia ter me magoado se eu não o conhecesse melhor. Eu
não tinha sentido esse poder, da pequena intimidade, mas que
destrói a ilusão da alma.
30
Aegotheles savesi é uma espécie de ave da família Aegothelidae, endêmica da Nova Caledônia.
Ele virou para mim.
Havia mais.
Eu sabia disso.
—Eu fui—, ele disse rapidamente, como pode não doer tanto se
fizesse isso com eficiência.
Engoli. —Entendo.—
Tarde demais.
Ele enrijeceu todo o seu corpo rigidamente. Não como o
granito, a maneira definitiva que ele mantinha-se normalmente, mas
desajeitado, tenso, como se não tinha certeza sobre o que fazer com
seus membros poderosos. Ele estava esperando por algo. Talvez
mais perguntas de mim, mais de uma reação do que a fachada em
branco que escondia a dor gritando dentro de mim.
—Eu não tenho uma relação com a minha família, exceto para o
que sou obrigado a ter. Estou em dívida com eles, mas não detenho
afeto por eles —, disse, como se fosse de alguma forma torná-lo
melhor. Ele não amava sua família; portanto, não havia problema em
trabalhar com eles para arruinar meu farrapo de uma vida. —Mas
viemos a trabalhar juntos para ganhar poder. Isso não perturbou-me
muito antes. Tratava-se de problemas e resolvê-los —.
—Sim—, disse ele, uma voz que ele usou para proferir uma
palavra áspera e cheia de dor.
Eu não me movi.
Será que ele quebrar a sua? Seu marido tão facilmente jogá-la
de lado, mas fazendo-a ficar ali, ao lado, não deixando-a livre? Ou ela
já era quebrada? Será que ela não se importava? Será que ela, assim
como o filho que ela criou, tinha um coração gelado, se ela tinha um
coração em tudo?
Nada.
Seu olhar estava trancada com o meu. —Eu não quero nada
além de você.—
Apenas decepção.
Mentiras.
Morte?
Ele tinha mentido sobre tudo, então talvez agora que a verdade
tinha sido desencadeada, que o relógio, a contagem regressiva dos
meus batimentos cardíacos, talvez tinha parado.
Não era algo que eu não disse a Lukyan sobre minha vida antes.
Sobre a minha vida depois que quebrou, bem e verdadeiramente.
Quando Christopher considerou meu ventre estéril e alma desfiada
como um trabalho bem feito e lançou-me para viver com isso. A
definhar e morrer com ele.
Mas o que ele não sabia, o que eu não contei em diante, foi o
fato de não ser executado imediatamente. não agarrei a minha
recém-descoberta e a ilusão manchada de sangue de liberdade e
deixei tudo para trás.
Mas eu ainda fiz. Porque não tinha outra escolha. Porque tanto
quanto queria ter sangue de Christopher em minhas mãos, tanto
quanto queria o alívio frio e satisfatório da sepultura, eu não queria
que viesse deles. Eu não deixaria as pessoas que tinham controlado
a minha vida, se isso é o que era, determinar a minha morte.
Então, eu estava em silêncio.
Sortuda.
E eu andei.
Eu queria todos eles feridos com uma paixão tão real que se
tivesse algum tipo de arma, poderia ter derramado sangue.
A governanta respondeu.
Vazia.
Ela já tinha.
Eu percebi com o choque que ela não tinha ouvido. Ela quase
certamente sabia sobre o meu bebê. Ela sabia que estava grávida.
Até mesmo me enviou um cartão.
Muitas felicidades.
Eu estava morta.
Eu andei.
Banho.
Vestida.
Café da manhã.
Trabalhos.
Errante.
Leitura.
Eu sabia disso.
Busquei ele.
Mas ao contrário de todo o resto das vezes, ele não olhou para
mim e depois de volta para sua comida. Seus olhos encontraram os
meus no segundo que entrei na sala e eles não parou de olhar.
Custou-me tudo.
Lukyan me ensinou.
Minha mente quebrada não me deu a força para sair por aquela
porta, mesmo quando esse mundo fora não poderia me esmagar
mais de Lukyan fez.
Lukyan
Ele não tinha sido capaz de ingerir um único item de alimentos
de toda refeição. Inferno, mal foi capaz de engolir qualquer coisa nos
últimos quatro dias. Principalmente apenas sentou-se em seu quarto
de comando, observando-a. Observando cada movimento dela,
deixando tudo cair, menos ela.
Era pior do que qualquer uma das morte que ele tinha
testemunhado em inúmeros olhos nas décadas de seu negócio.
Ela ia ser a morte dele. Isso era verdade. Sabia isso em seus
ossos. Ele sempre havia determinado que iria deixar esta terra em
seus próprios termos.
Ele desprezava cada segundo dos últimos quatro dias. Sua pele
estava desconfortável, insuportável em cima de sua carne. Seu plano
original era de esperar pacientemente por ela se recuperar o
suficiente para chegar a ele. Para deixá-la fazer o primeiro
movimento. Para que ele pudesse recuperar o poder.
Seu controle.
Seu poder.
E foi um alívio.
De sua morte.
E eu tinha sobrevivido.
Eu tinha lutado.
Ele ainda teve tempo suficiente para levantar a arma, mas não
o suficiente para puxar o gatilho. Eu já tinha identificado a marca e
modelo - Lukyan me fez memorizar todas as armas comuns e
incomuns utilizadas por profissionais, e isso significava que eu sabia
exatamente onde botão de ejeção da revista era. Em um movimento,
eu levantei minha mão e prendi-a sobre o local correto para o clipe
cair no chão. Eu usei a minha outra mão para deslizar para trás o
martelo para ejetar a bala na câmara.
Ele voou para cima e para trás, saltando fora no rosto de meu
atacante.
Muito mais.
Meu coração parou de repente no meu peito com o
pensamento de um deles pegando Lukyan inconsciente. De uma bala
rasgando seu crânio.
Eu tinha praticado pelo menos uma hora por dia com Lukyan.
Batalha e vitória.
Eu sorri.
Eu não podia.
Lukyan
Ele quase a matou.
Ela baixou a arma segundos depois que ele baixou a dele. Mas,
em vez de se agarrar a dela, ela bateu no chão com um barulho
ofensivo.
A mandíbula de Lukyan se contraiu, e ele estava prestes a
repreendê-la por um movimento tão tolo em uma situação incerta,
mas parou no segundo que reconheceu o balanço de seu corpo,
como se estivesse em um barco experimentando mar agitado. O
sangue, fresco e fluindo para baixo em seu pescoço.
De sua cabeça.
Que aterrorizava.
Potencialmente sério.
Incomodava-o.
Mas ele não poderia ter sido qualquer uma dessas coisas,
considerando sua conexão com Lukyan. Se havia qualquer conexão.
Isso é o fato de que ele não tinha sequer poupado um olhar para a
sala salpicada de sangue e os cadáveres horrivelmente exibidos em
torno dele. Ele foi direto para mim e começou seu exame
imediatamente. Eu tinha apenas começado a ser capaz de ouvir
passado o toque maçante em meus ouvidos antes de ele chegar.
Covarde total.
Planejado.
Era horrível demais para ser verdade, e era por isso que tinha
que ser verdadeiro.
Inclinei a cabeça. Talvez esta noite não era por seu design, mas
outras coisas foram. —Então você não providenciou para esses
bandidos entrar, sabendo que pelo menos um deles iria cruzar a
linha, atravessar a minha linha, para me forçar a lidar com isso?
Você não sabia que convidando aqueles dois homens apenas
resultaria em um deles saindo?—, Perguntei. —E então você não
sabia que aquele saindo iria falar de você e a mulher misteriosa que
reside em seu túmulo, embora ela não estava morta. Você não sabia
que isso não iria chegar aos ouvidos certos e trazer tudo isso.— Eu
segurei meus braços para a carnificina na sala. —Que cada
movimento que você fez foi calculado para mover a terra dos meus
alicerces mentais, para agitar, quebrar, então eu seria empurrada
para algum tipo de... remissão?— Andei pelo quarto, corrigindo-me
rapidamente quando ele balançou. —Você fez tudo isso, não é, para
me tirar de casa. Foi tudo um plano para se livrar de mim. Não se
atreva a porra de mentir.—
—Qual dos meus irmãos você escolheu para se casar com sua
irmã?— Esclareci. —Eu estou pensando em Henry. Mesmo que ele é
mais novo, e parece ser o mais fraco, é só porque ele se faz parecer
dessa forma. Ele tem mais amigos que querem vê-lo ter sucesso, e
ele é brutal o suficiente para se certificar de que fez isso. Ter
sucesso.—
—E eu esquecer tudo que você fez para mim chegar lá, ao seu
lado?— Perguntei, vendo-o aproximar-se com algo que beirava o
medo e brincou com excitação.
—Não—, ele disse. —Você não. Você usa isso. Deixe-o como
combustível para você.—
Uma arma.
Sua mão rodeou meu pulso, moveu-se no espaço entre nós para
a arma pressionada em seu peito. Meu dedo flexionando no gatilho.
—Eu não estou pronta para fácil—, respirei, meu corpo, tanto
mais pesado e mais leve com o peso da minha decisão.
Eu estava sozinha.
Segui-a, a luz, até que minha mão estava plana na porta fechada
da sala dos morto. Eu estabeleci-me a minha bochecha para os livros
encerrados na porta, inalando o cheiro de cigarro, deixando-a
infiltrar-se em mim.
Então eu empurrei, provisoriamente, revelando o espaço para
mim. A morte reveladora.
Eu inalei.
Eu.
Não era isso que eu queria? Por que outra razão eu vim aqui?
31 Halloween - conhecido como Dia das Bruxas - é uma celebração popular de culto aos mortos. A popularidade do
Halloween é maior em alguns países de língua anglo-saxônica (especialmente nos EUA), cujo significado se refere à noite sagrada
de 31 de Outubro, véspera do feriado religioso do Dia de Todos os Santos. A tradição do Halloween foi levada pelos irlandeses
aos Estados Unidos, onde a festa é efusivamente comemorada.
eu poderia ir a lugar nenhum, mas aqui e utilizando isso. Utilizando
cada um dos meus pontos fracos para o seu ganho.
Mas eu fui feita para ser quebrada. Nascida para ser quebrada.
Quando as mãos de Lukyan rasgavam no meu cabelo, enquanto sua
boca agredia e alternadamente adorava minha boca, percebi a
verdade de suas palavras.
O que me arruinou.
A biologia também foi o que fez o meu sangue cantar, meu
coração sangrando e triturando no meu peito para o homem me
segurando em seus braços, beijando-me como se quisesse me matar
apenas para que ele pudesse me trazer de volta à vida.
Nosso ódio.
Ele sorriu.
Sorriu.
—Eu não espero o perdão—, ele respondeu, sua voz clara, mas
de alguma forma preguiçosa. Saciada. Quase contente.
Seus olhos estavam cheios. Tão cheios que tudo isso, tudo o
que estava dentro deles, vazou para fora dele e começou a me
encher também. —Eu não estou dando-lhe um limite. Para sempre é
uma preferência.— Seus braços se apertaram em torno de mim.
Muito apertado. Apertado o suficiente para ser doloroso. Mas isso é
como seria sempre conosco. Demais para ser confortável, dor
apenas o suficiente para nos manter vivos.
32 Anjo da morte ou ceifador – Grim Reaper são espíritos malignos que controlam organismos
mortos-vivos. Eles são independentes, não servem a ninguém, mas tem seus próprios
objetivos maliciosos. Enquanto eles podem causar dor e medo para os seres vivos, eles
também estão dispostos a se aliar com outras entidades do mal. A teoria mais popular
diz que esses espíritos são realmente uma raça antiga que nunca teve qualquer forma
corporal.
Meus dedos se fecharam ao redor da maçaneta, testando a
resistência do metal com as palmas das mãos, brincando com a idéia
de abri-la. Deixar o mundo entrar. Instintivamente, as palmas das
mãos umedecida, meu batimento cardíaco acelerado, e o ar ficou
espesso e pegajoso.
Eu sabia disso.
Em nossas metas.
Cada passo mais perto, o saco que eu pensava estava tão vazio
parecia ganhar um balde de chumbo. Minhas costas começaram a
esticar sob o peso, tiros de dor através do meu corpo quando ele
tentou me trair, me convencer de que eu não poderia continuar sem
morrer.
Eu congelo.
Fim
Agradecimentos
Se você está lendo isso, então você sabe que este livro é
diferente do que qualquer coisa que eu já escrevi. Mais escuro.
Pedregoso. Difícil de ler - confiar me foi difícil de escrever.
Minha mãe. Você é minha heroína. Você vai estar aqui, no final
de cada livro que eu escrevo. Porque eu não estaria aqui sem você.
Eu não teria o meu amor pela leitura sem você. Eu não teria tido a
confiança ou força para fazer isso se você não tivesse me
transformado em uma mulher forte e confiante.
Meu pai. Ele não pode ler isso, mas eu sei que ele está olhando
por mim. Ele me fez ser a mulher que sou hoje. Ele é a razão pela
qual eu sou teimosa, me recuso a deixar, e determinada a fazer
qualquer coisa que um menino pode fazer e fazê-lo melhor.