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Referências:

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• Anormalidades funcionais nas veias


(refluxo ou obstrução) Etiologias
• Ausência congênita das valvas venosas (- Alterações funcionais em MMII decorrentes da
Definição
comum) dilatação das veias das extremidades e elevação
persistente das pressões venosas. Afeta 7% da
• Veias varicosas primárias isoladas (incompetência
população.
superficial pura)

Fatores de risco idade avançada, obesidade, tabagismo, história


Dor em MMII familiar, trauma de MMII, gravidez,
hiperestrogenismo e profissão ortostática.
Edema em MMII
Quadro clínico
Desconforto em MMII Sequela de longo prazo da trombose
venosa profunda (TVP) ou incompetência
Dificuldade de deambulação Fisiopatologia valvar → falha de funcionamento valvar →
Fadiga refluxo valvar crônico e obstrução venosa
→ hipertensão venosa na deambulação →
Veias tortuosas e dilatadas em MMII IVC grave → dilatação venosa, alteração
na cor e textura da pele e úlcera cutânea.
Melhora com elevação de MMII Insuficiência Venosa Crônica

Telangiectasias, veias reticulares, veias Clínico + exclusão de outras causas


varicosas (Veia subcutâneas dilatadas e de edema. Confirmação diagnóstica
tortuosas com > 3 mm de diâmetro), edema com Doppler de MMII (avalia
perimaleolar no fim do dia, hiperpigmentação gravidade da doença) ou Venografia
da pele, dermatite por estase (rash Exame físico Diagnóstico (Padrão ouro no diagnóstico de TVP,
eczematoso com eritema, prurido, erosões e mas não indicado de rotina pelo
crostas), lipodermatoesclerose (grave). custo).

ICC, doença renal (SD nefrótica, SD


• Terapia de compressão: Usar meias de nefrítica, nefropatia), cirrose hepática, TVP,
compressão elástica com pressão mínima de 20 hipervolemia, desnutrição, trauma, sepse,
mmHg no tornozelo ou bandagens compressivas. hipotireoidismo, uso de vasodilatadores,
Diagnósticos diferenciais
queimaduras, edema idiopático, pé
• Elevação das pernas: Elevação dos pés até o nível
Tratamento diabético
cardíaco, durante 30 minutos, 3 ou 4x/dia, melhora
a microcirculação cutânea e reduz o edema.

• Exercício: Caminhada diária e exercícios de flexão


do tornozelo. Estase venosa
Fisiopatologia
• Drogas venoativas: Diosmina + hesperidina (450 (Tríade de Virchow) Estado de hipercoagulabilidade
mg + 50 mg), castanha da Índia.

• Cicatrização de úlceras: Pentoxifilina, AAS 300 Lesão endotelial


mg/dia, Estanozolol. Esses fatores levam ao recrutamento de
plaquetas ativadas, as quais liberam
• Cirurgia: Ablação térmica (indicada para veias
Complicações mediadores pró-inflamatórios,
safenas grandes) ou não térmica (endovenosa) da
da patologia e desencadeando cascata de reações que
veia acometida. Se insuficiência/dilatação de TEP, sangramento durante o
de seu resultam em agregação plaquetária e
safenas, faz-se excisão do vaso afetado. tratamento inicial,
tratamento síntese de trombina dependente de
trombocitopenia induzida por
heparina, síndrome pós-
plaquetas. Trombos venosos se formam
trombótica e osteoporose em ambiente de estase, baixa tensão de
Coagulação do sangue em Definição oxigênio e aumento da expressão de
Recomenda-se o tratamento inicial com Heparina genes pró-inflamatórios.
de baixo peso molecular (HBPM) subcutânea uma veia profunda do MI
(SC), heparina não fracionada (HNF) endovenosa Hereditários: resistência à proteína C ativada
(EV) ou subcutânea (SC) monitorizada, dose fixa (principalmente fator V de Leiden); mutação
de HNF SC, ou fondaparinux SC, seguida de do gene da protrombina G20210A;
anticoagulantes orais a longo prazo. deficiência de antitrombina; deficiência de
Fatores de risco proteína C; deficiência de proteína S;
Recomenda-se a duração do tratamento inicial (HNF,
Trombose Venosa Profunda hiperhomocisteinemia; aumento do fator VIII;
HBPM ou fondaparinux) por pelo menos cinco dias, aumento do fibrinogênio.
Farmacológico
associado aos antagonistas da vitamina K (AVK)
desde o primeiro dia de tratamento, até que a relação Profunda x Superficial
de normatização internacional (RNI) esteja no nível Classificação Adquiridos: síndrome do anticorpo
terapêutico, entre 2 e 3, por dois dias consecutivos. Distal x Proximal antifosfolipídio; câncer; hemoglobinúria
paroxística noturna; idade > 65 anos (a idade
Aguda x Subaguda x Crônica é o maior fator de risco para trombose);
Em pacientes com TVP espontânea, recomenda- obesidade; gravidez e puerpério; doenças
se o tratamento com AVK por, pelo menos, três Dor mieloproliferativas (policitemia vera;
meses e que, após esse período, seja avaliado o trombocitemia essencial etc.); síndrome
Edema
risco-benefício do tratamento estendido. nefrótica; hiperviscosidade
Eritema (macroglobulinemia de Waldenström;
Para TVP distal idiopática sugere-se o mieloma múltiplo); doença de Behçet; trauma;
tratamento oral por três meses, ao invés de Cianose cirurgias (as de maior risco são as
terapia por tempo estendido. Quadro Clínico neurocirurgias e as ortopédicas, com enfoque
Dilatação venosa superficial em quadril e joelho); imobilização; viagens
em MI acometido
Tratamento Aumento da temperatura local aéreas prolongadas (>6 horas); terapia
estrogênica.
Filtro de veia cava
Empastamento muscular
Meias elásticas medicinais de compressão
gradual:
Não farmacológico Escore de Wells - Câncer ativo últimos 6 meses (1 ponto); Paralisia, parestesia ou imobilização
Deambulação recente (1 ponto); acamado há mais de 3 dias (1 ponto); Dor localizada no trajeto do sistema
venoso profundo (1 ponto); edema de todo o membro inferior (1 ponto); edema de panturrilha >3
cm (1 ponto); edema compressivo/cacifo positivo apenas na perna afetada (1 ponto); veias
Remoção precoce de trombos
colaterais superficiais não varicosas (1 ponto); TVP prévia documentada (1 ponto); Diagnóstico
diferencial mais provável q TVP (-2 pontos).

Distensão muscular ou trauma fechado; Diagnóstico Se a somatória é 0, é baixa probabilidade. Se é 1-2, é intermediária. Se é >3, é alta probabilidade.
rotura muscular com hematoma subfascial;
hematoma ou hemorragia espontânea; rotura
de cisto sinovial; artrite, miosite ou sinovite; Mensuração do D-dímero
celulite ou linfangite; flebites; insuficiência
arterial (phlegmasia alba dolens); gestação Diagnósticos diferenciais
USG Doppler
ou dor secundária ao uso de hormônios
femininos; linfedema; lipedema; insuficiência Venografia com contraste
venosa crônica; compressão venosa
extrínseca; edema sistêmico; Classificação de Caprini: tabela de
pontuações para classificação do risco
cirúrgico de pacientes para TVP, envolvendo
TVP prévio, AVC prévio, IAM prévio, fraturas,
uso de anticoagulantes, história familiar etc.
Classe 0 - Não visível ou palpável
As veias varicosas são veias superficiais
Classe 1 - Talengectasias e/ou veias reticulares Clínica, etiológica, dilatadas, dos membros inferiores. Em geral, não
anatômica e patológica Classificação Definição
há uma causa óbvia. As veias varicosas são
Classe 2 - Veias varicosas
tipicamente assintomáticas, mas podem
Classe 3 - Edema desencadear sensação de plenitude, pressão e
dor ou hiperestesia nas pernas.
Classe 4 - Pigmentação, eczema e
lipodermoesclerose
Classe 5 - Úlcera varicosa cicatrizada Geralmente é desconhecida, mas as veias
varicosas podem ser decorrentes de insuficiência
Classe 6 - Úlcera varicosa aberta Etiologia valvar venosa primária com refluxo ou dilatação
Veias varicosas primária da parede da veia consequente à fraqueza
estrutural. Em alguns indivíduos, as veias varicosas
Meias de compressão resultam de insuficiência venosa crônica e
hipertensão venosa.

A maioria das pessoas não tem fatores de risco óbvios. As veias


Terapia minimamente varicosas são comuns dentro de famílias, sugerindo um
invasiva (p. ex., Tratamento componente genético. São mais comuns entre as mulheres, pois
escleroterapia, ablação o estrógeno afeta a estrutura venosa, a gestação aumenta a
térmica) ou cirurgia pressão venosa de pelve e perna ou ambas. Raramente, as
Fatores de risco veias varicosas fazem parte da síndrome de Klippel-Trénaunay-
Weber, que envolve fístulas arteriovenosas congênitas e
angiomas capilares cutâneos difusos.
Avaliação clínica

USG doppler Inicialmente, as veias varicosas podem ser tensas e palpáveis, mas não são
necessariamente visíveis. Mais tarde, elas podem se dilatar progressivamente,
Diagnóstico provocar protrusão e tornarem-se óbvias; elas podem causar uma sensação de
O diagnóstico geralmente é óbvio a
Sinais e sintomas
plenitude, fadiga, pressão e dor superficial ou hiperestesia nas pernas.
partir do exame físico. O teste de
Trendelenburg (comparação do Dermatites de estase e úlceras de estase venosa são incomuns. Quando ocorrem
enchimento venoso antes e após a alterações cutâneas (p. ex., induração, pigmentação e eczema), classicamente elas
liberação de torniquete da coxa) não é afetam a região maleolar medial. Pode haver desenvolvimento de úlceras após trauma
mais utilizado para identificar o fluxo mínimo de uma área afetada, sendo normalmente pequenas, superficiais e dolorosas.
sanguíneo retrógrado através de valvas
safenas incompetentes.

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