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obstrutiva do sono (SAOS):
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aspectos de interesse
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OG
odontológico
IA
Luana dos Santos SOUZA1
Alessandro Leite CAVALCANTI2
RESUMO
Cirurgiã-dentista.
1
senta os processos exclusivos da região da base gea posterior pouco profunda e estenose óssea do
da língua (hipofaringe) ou região retrolingual (BAL- canal faringiano); a discrepância ântero-posterior
BANI; FORMIGONI, 1999; D’AVILA et al., 2003). dos maxilares (por exemplo, o retrognatismo man-
dibular); as obstruções das fossas nasais (como
Epidemiologia desvio de septo, hipertrofia de cornetos nasais, ri-
A prevalência da SAOS na população varia nites alérgicas, sinusites crônicas, cistos e pólipos
entre 1 e 9% (BAGNATO et al., 2000; MIRANDA, nasais e colapso da válvula nasal); as alterações
1999; SILVA, 1999), podendo chegar a 24% em congênitas e adquiridas (anemia falciforme, hipo-
uma população de idosos com idade superior a tireoidismo, diabetes, acromegalia, insuficiência
65 anos (DRAGER et al., 2002). Essa variação renal crônica e espinha bífida); as enfermidades
na prevalência está na dependência da idade da neuromusculares e do SNC; as doenças metabó-
amostra, do gênero, do país, da metodologia e do licas; a gravidez; a posição de decúbito dorsal; a
critério empregado para o diagnóstico (DRAGER obesidade; e a herança genética (história familiar)
et al., 2002). (AVELINO et al., 2002; BALBANI; FORMIGONI,
A apnéia obstrutiva é mais comum em homens 1999; CAMPOS, 2003; DRAGER et al., 2002; GO-
de meia idade (entre 40 e 60 anos), compreenden- DOLFIM, 2002; MACHADO et al., 2004; MARTI-
do de 82 a 95% dos casos (PAULIN et al., 2001; NHO et al., 2004; MIRANDA, 1999; SILVA, 1999;
SPYRIDES et al., 2000). SILVA, 2002; SILVEIRA, 2001; SPYRIDES et al.,
Entretanto, os distúrbios do sono não se encon- 2000; VALERA; DEMARCO; ANSELMO-LIMA,
tram ligados somente aos adultos. A insônia infan- 2004; WADI et al., 2002).
til atinge 35% das crianças com menos de cinco
anos (ALBERTINI; SIQUEIRA, 2001) e a SAOS, Sintomatologia
de 1 a 3% das crianças em geral (AVELINO et al., Na SAOS, podem ser manifestados os seguin-
2002; CAMPOS et al., 2003; VALERA; DEMAR- tes sinais e sintomas físicos: ronco alto associado a
CO; ANSELMO-LIMA, 2004), principalmente em períodos de silêncio (períodos apnéicos), insônia,
idade pré-escolar e escolar inicial (CAMPOS et redução dos estágios mais profundos do sono, mo-
al., 2003; VALERA; DEMARCO; ANSELMO-LIMA, vimentação noturna, despertares freqüentes com
2004), dos dois aos seis anos, não havendo pre- sensação de sufocamento (episódios de asfixia),
dominância entre os gêneros (VALERA; DEMAR- sono agitado, geralmente insuficiente (não repa-
CO; ANSELMO-LIMA, 2004). rador), sonambulismo, pesadelos, refluxo gastro-
esofágico noturno, enurese e sudorese noturnas,
Etiologia nictúria, aumento da atividade motora dos mem-
A SAOS é ocasionada pela obstrução da pas- bros inferiores, respiração bucal forçada, tosse e
sagem do ar no trajeto do meio externo até os pul- engasto durante o sono, boca seca ao acordar,
mões, a qual ocorre devido a uma alteração ana- distúrbios de deglutição e hipersalivação durante o
tômica, que reduz o espaço aéreo, e a um com- período diurno, hipersonolência diurna, cansaço fí-
ponente funcional, que permite o colapso das vias sico e mental, indisposição para tarefas rotineiras,
aéreas. Há três locais importantes de obstrução fadiga, déficit energético, queda de produtividade,
das vias aéreas: a cavidade nasal, a região retro- cefaléia matinal na região frontal, náuseas, taqui-
palatal e a região retrolingual (MIRANDA, 1999). cardia com cardiopatias associadas, hipertensão
Os principais fatores etiológicos e/ou predispo- arterial e pulmonar (podendo ser apenas matinal),
nentes envolvidos são: a hipotonicidade da mus- arritmia cardíaca, disfunções sexuais (diminuição
culatura do palato mole, devido ao consumo de da libido e impotência), dor, dificuldade respirató-
álcool, fumo, sedativos e drogas miorrelaxantes, ria, redução da concentração da oxiemoglobina,
ao sedentarismo, ao envelhecimento ou à respira- cianose em lactentes e atraso do crescimento em
ção bucal; as hipertrofias de úvula, amigdalianas crianças (ALBERTINI; SIQUEIRA, 2001; AVELINO
e adenoidianas, causadas por alergia, infecção ou et al., 2002; BALBANI; FORMIGONI, 1999; CAM-
traumatismo; a laringomalácia; as mudanças mor- POS et al., 2003; DURSO; SPALDING, 2001; GO-
fológicas do esqueleto craniofacial (exemplos: ma- DOLFIM, 2002; MACHADO et al., 2004; PAULIN
croglossia, micrognatia, hipoplasia facial, palato et al., 2001; SILVA, 2002; SILVEIRA, 2001; SPYRI-
mole largo, arco mandibular estreito, parede farín- DES et al., 2000).