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O ATENDIMENTO FRATERNO
O QUE É O ATENDIMENTO FRATERNO?
É o atendimento que busca, através do diálogo franco e fraterno, oferecer à pessoa que
procura a Casa Espírita a oportunidade de expor livremente, em caráter privativo, suas
dificuldades.
A QUEM SE DESTINA:
Destina-se ao atendimento de pessoas que buscam elucidações espíritas para os seus
problemas pessoais, dificuldades existenciais, conflitos e anseios.
“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos
aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e
humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu
jugo e leve o meu fardo.” (MATEUS, 11:28 a 30)
O OBJETIVO:
O Atendimento Fraterno objetiva orientar as pessoas que o procuram, facultando-lhes
uma compreensão elevada de suas dificuldades à luz da Doutrina Espírita e do
Evangelho de Jesus, propondo-se a promover assistência aos que sofrem,
fundamentando-se no Evangelho e dando cumprimento às palavras do Cristo: “Amai-
vos uns aos outros como eu vos amei” e ao “Vinde a mim, vós que estais aflitos e
sobrecarregados e eu vos aliviarei”.
A ORIENTAÇÃO:
As pessoas são esclarecidas e orientadas à luz do Espiritismo. São encorajadas para o
conhecimento de si mesmas e elevação de sua autoestima, indispensável para o êxito
nas lutas da vida e para o equilíbrio emocional.
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SUMÁRIO
01. INTRODUÇÃO.
02. NO AMBITO DA AÇÃO.
03. NO LAR.
04. NO TRABALHO.
05. NA VIA PÚBLICA.
06. NO TRANSPORTE COLETIVO.
07. NA CASA ESPÍRITA.
08. O ATENDIMENTO FRATERNO.
09. O ATENDENTE FRATERNO.
10. CRITÉRIOS E CONDIÇÕES.
11. FASES DO ATENDIMENTO FRATERNO.
12. PROBLEMAS COMUNS.
13. CONFLITOS DE RELACIONAMENTOS.
14. CONFLITOS SEXUAIS.
15. DEPRESSÃO.
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16. SÍNDROME DO PÂNICO.
17. ABUSO DE DROGAS.
18. MEDIUNIDADE.
19. OBSESSÃO.
20. PROVAS E EXPIAÇÕES.
21. PERDA DE ENTE QUERIDO.
22. DIFIICULDADES SOCIOECONÔMICAS.
23. PRÁTICAS ESPÍRITAS E ORIENTAÇÕES COMUNS.
FONTE DE CONSULTAS.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
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MÓDULO I
ATENDIMENTO FRATERNO ATRAVÉS DO DIÁLOGO – AFD
01. FUNDAMENTAÇÃO
Em JESUS temos o Atendente Fraterno Perfeito que, além de ter ensinado às multidões,
através de seus inolvidáveis discursos, deixou-nos preciosas lições dialogadas, através das
quais o Seu verbo de luz socorreu os indivíduos, cada um conforme a sua necessidade: O
Moço Rico, A Mulher Samaritana, A Mulher Equivocada, Zaqueu, Joana de Cusa, A
Mulher Cananita, Os Cegos de Jericó, As irmãs de Lázaro, O menino lunático, A mulher
hemorroíssa (1) e tantos outros, libertando a todos.
... Maria de Magdala ouvira as pregações do Evangelho do Reino, não longe da Vila
Principesca onde vivia entregue a prazeres, em companhia de patrícios romanos, e tomara-
se de admiração profunda pelo Messias.
O Profeta Nazareno havia plantado em sua alma novos pensamentos. Depois que lhe ouvira
a palavra, observou que as facilidades da vida lhe traziam um tédio mortal ao espírito
sensível. Envolvida em pensamentos profundos, Maria penetrou o umbral da humilde
residência de Simão Pedro, onde Jesus parecia esperá-lo, tal a bondade com que a recebeu
num grande sorriso. A recém-chegada sentou-se com indefinível emoção a lhe estrangular
o peito.
- Ouvi o vosso amoroso convite ao Evangelho! Desejava ser das vossas ovelhas, mas será
que Deus me aceitaria? O Profeta Nazareno fitou-a, enternecido, sondando as profundezas
de seu pensamento, e respondeu, bondoso:
- Maria, levanta os olhos para o céu e regozija-te no caminho, porque escutaste a Boa Nova
do Reino e Deus te abençoa as alegrias.
Estava cansado de viver. Com a mente perturbada, fez-se esquivo. Selara os lábios desde o
dia de hediondez, temendo, odiando os seres iguais, todos os homens... E sofria as aflições
disso tudo decorrentes.
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O doce Rabi da Galileia fascinava-o, NELE havia inconfundível grandeza e parecia comum,
entranhada força e ressumava fragilidade, desconhecido poder, e Sua voz era um canto.
Penetrava-lhe o corpo, balsamizava-lhe a alma. Supunha tê-lo dentro e fora; não saberia
explicar. Por que não O conhecera antes, nos dias venturosos? Interrogou-se. TÊ-LO-IA
amado...
Tudo em volta desapareceu numa visão de luz, de beleza de aspirações que se renovavam,
e Mathias ben Mordeckai se resolveu avançar, crescer, qual se fora um dardo disparado na
direção do infinito que alcançaria. Perdeu-se no tempo, confundiu-se no espaço.
O aflito deu-se conta do luar sobre as montanhas e desceu cantando a poesia do Reino de
Deus que já abundava no país de sua vida e adentrou-se pelas portas do futuro, consolado.
Se o Divino Mestre disse: “Vinde a mim todos vós que estais aflitos e sobrecarregados”
Mateus, Cap. XI, v. 28, 29 e 30, também propôs: “Que vos ameis uns aos outros”, dizendo-
nos, assim, “ se estiverdes em condição, vinde diretamente a mim pelos caminhos formosos
da oração, mas se vos sobrecarregardes a ponto de não achardes o caminho emocional da
prece, recorrei a vosso irmão pois que através dele eu vos ajudarei”.
Funciona, ainda, como uma verdadeira porta que, se aberta, poderá lhe prodigalizar bênçãos
de alegria e paz.
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Daí, a grande responsabilidade de quem atende, pois, sendo o primeiro contato direto com
um trabalhador da Casa Espírita, da sua atuação dependerá o ingresso ou não do recém-
chegado à utilização dos recursos que a Casa oferece.
02. CONCEITO
O Atendimento Fraterno é uma relação que deve estar presente em todas as atividades da
vida humana, nas relações interpessoais, em especial na Casa Espírita.
03. OBJETIVOS
Objetivo primacial: receber bem e orientar com segurança todos aqueles que o buscam.
Não se propõe a resolver desafios nem as dificuldades, eliminar doenças nem os
sofrimentos, mas propor ao participante os meios hábeis para a própria recuperação.
(Joanna de Ângelis)
Os problemas que aturdem as pessoas, nos dias de hoje, são os mais diversificados possíveis
e vão, desde a necessidade pura e simples do conhecimento, às angústias superlativas dos
que se encontram sobraçando os mais pesados fardos.
Algumas vezes, ouvem-se as narrativas que são apresentadas com estado de espírito crítico
e perdem-se os melhores conteúdos, porque não estão de acordo com o pensamento e a
conduta de quem escuta. As criaturas humanas convivem umas com as outras, mantendo-
se sempre estranhas, não conseguindo sair do próprio cárcere em que restringem os passos,
embora preservando a aparência de livres.
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induzidos a fazer uma avaliação de conduta, mudando de atitude em relação àqueles que os
buscam.
Passam, então, a ouvi-los com o coração, isto é, participam da narrativa do outro com
espírito solidário, saindo da própria solidão.
Pode ser molesto para quem ouve. No entanto, uma palavra dita com o coração consegue
o milagre de modificar-lhe a visão em torno do que lhe ocorre, encorajando-a para
prosseguir no cometimento.
Além de ouvir, oferecer algo em troca: uma palavra alentadora, um gesto fraternal, um
sorriso compassivo, qualquer coisa que responda ao suplicante de maneira encorajadora.
Ouvir com o coração é também uma forma feliz de falar com o coração, mediante ou não
o uso de palavras.
A arte de ouvir é também a ciência de ajudar, e não será pelo muito falar que o objetivo será
alcançado.
Aprende, tu, a ouvir com o coração, tudo quanto outros corações estejam procurando dizer-
te.
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JESUS, como Psicoterapeuta Excelente, ouvia com respeito para responder com segurança.
A eficácia da ajuda possível de ser prestada a alguém está vinculada, portanto, a valores
subjetivos relacionados com o seu carisma, o amor que irradia, que o torna uma pessoa
dotada de qualidades interpessoais relevantes que o credenciam para o trabalho. Portanto,
ao Atendente Fraterno, mais ainda, necessita ter alguns requisitos:
a) HUMANOS BÁSICOS:
- Saber ajudar-se;
- Interesse fraternal por outras pessoas;
- Conhecimento das relações humanas e interpessoais;
- Hábito da prece e do estudo;
- Ser pessoa moralizada;
- Equanimidade, ponderação, paciência, segurança, equilíbrio emocional.
b) NATUREZA EVANGÉLICO-DOUTRINÁRIA:
- Conhecimento evangélico-doutrinário;
- Integração nas atividades da Casa Espírita;
- Ser aplicador de passe.
c) OUTROS REQUISITOS:
- Comedido, discreto, fraterno, afável, gentil, caridoso, carismático;
- Ouvir mais do que falar, expressar sentimentos com sinceridade e interesse real de
ajuda, capacidade de levar o atendido à compreensão de si mesmo;
- Evitar interromper àquele que fala;
- Ter paciência, reservando-lhe o tempo necessário para apresentar a ideia, o pedido
de orientação e de ajuda, para libertar-se da opressão do drama que o aflige;
- Não fazer perguntas embaraçosas, quando a questão seja apresentada de forma
nebulosa. O que não foi dito poderá constranger o atendido, caso se veja convidado
a detalhar situações delicadas ou perturbadoras;
- Quando convidado a opinar, expressar com bondade aquilo que deduz, buscando
sempre ajudar, nunca aumentando o peso das preocupações, acusando, seja quem
for, ou estimulando a consciência de culpa;
- Demonstrar simpatia na face, exteriorizando interesse, ao invés do enfado, em razão
do tema parecer cansativo ou sem maior significado;
- Quando a narrativa se alongar em forma repetitiva, sugerir, fraternalmente, que as
queixas, lamentações, reclamações, autopiedade, devem ser substituídas por
confiança e fé em DEUS.
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06 – FASES RELEVANTES DO ATENDIMENTO
Essas etapas do processo de ajuda são fases sequenciadas e ordenadas de forma invariável,
ou seja, uma depende da outra: o ATENDER é pré-requisito ao RESPONDER e assim
sucessivamente. Exemplo: não se pode ORIENTAR – que significa delinear metas para
ajudar o atendido sem antes ATENDER, RESPONDER E PERSONALIZAR, ou seja,
demonstrar compreensão pela verbalização do Atendido que é a fase do RESPONDER
(não por palavras e sim por gestos). Essa fase (a do RESPONDER) bem executada
possibilita o PERSONALIZAR que é – levá-lo à compreensão de sua experiência vivida.
Essa compreensão da vivência instrumentaliza o Atendente Fraterno à orientação do
atendido aos recursos que a Casa Espírita possui, assim como a rede de serviços sociais
existentes nos bairros da cidade.
Importante observar que se não houver uma boa preparação em cada uma dessas fases pode
comprometer irremediavelmente a fase seguinte e ao Atendimento Fraterno como um todo.
Assim sendo, quando o Atendente Fraterno ATENDE E ATENDE BEM, o atendido
envolve-se, ou seja, adquire a capacidade de confiar no processo de ajuda.
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07. DIFERENÇAS FUNDAMENTAIS DO DIÁLOGO DE JESUS E O PROFISSIONAL.
Importante, portanto, dizer que o Atendimento Fraterno através do diálogo (AFD) na Casa
Espírita dispensa modelos acadêmicos, normalmente utilizados por profissionais técnicos.
O material mental arquiva-se na memória e é trazido à tona muitas vezes, por intervenção
de amigos espirituais, quando situações semelhantes se apresentam na tarefa.
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b) Inspiração ostensiva de trabalhadores espirituais:
O trabalho do Atendente é feito em solidão e muitas vezes, o atendido nunca mais é visto.
É necessário, portanto, que o Atendente reflita, constantemente, que o seu trabalho é feito
perante o olhar do mundo espiritual. Que a mais importante aprovação deve vir de sua
consciência tranquila por ter feito o melhor que podia. Não sendo assim, a tendência é
desestimular-se e abandonar a tarefa.
O Atendimento Fraterno através do diálogo (AFD) nas Casas Espíritas pode acontecer de
diversas formas:
1. Nos mesmos dias e hora do Atendimento Espiritual;
2. Vinculado aos Plantões de Passe;
3. Vinculado as Palestras;
4. Outros....
9.1. A COORDENAÇÃO:
9.2 A RECEPÇÃO
9.2.1 Requisitos:
9.2.2 Atribuições
10.1. Local do atendimento: agradável e que garanta uma certa privacidade, resguardando a
intimidade das pessoas atendidas, sem, contudo, ser um ambiente totalmente fechado a fim
que não dê margem a suposições infelizes comprometendo a seriedade do trabalho;
10.2. O tempo: dependendo do caso, o atendimento pode variar de 15 a 20 minutos.
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MÓDULO II
MANUAL DO ATENDENTE - Baseado no
“PROJETO MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA”
INTRODUÇÃO
“Coloco em primeira instância o Consolo que é preciso oferecer aos que sofrem, erguer
os corações caídos em desespero, arrancar um homem de suas paixões, do suicídio,
detê-lo talvez no limiar do crime!”
(Allan Kardec)
Em Jesus temos o Atendente Fraterno perfeito que, além de ter ensinado às multidões,
através de Seus inolvidáveis discursos, deixou-nos preciosas lições dialogadas, através das
quais o Seu verbo de luz socorreu os indivíduos, cada um conforme a sua necessidade: o
Moço Rico, a Samaritana, a Mulher Equivocada, Zaqueu, Joana de Cusa e tantos outros,
libertando a todos, que se fizeram heróis no futuro. Se o Divino Mestre disse: “Vinde a mim
todos vós que estais aflitos e sobrecarregados”, também propôs: “Que vos ameis uns aos
outros”. Isto como a dizer-nos assim: “Se estiverdes em condição, vinde diretamente a mim
pelos caminhos formosos da oração, mas se vos sobrecarregardes a ponto de não achardes
o caminho emocional da prece, recorrei a vosso irmão, pois que através dele Eu vos
ajudarei”.
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Já Emmanuel, no livro Caminho, Verdade e Vida, explica que “os auxílios do invisível são
incontestáveis e jamais falham em suas multiformes expressões, no momento oportuno; mas
é imprescindível não se vicie o crente com essa espécie de cooperação, aprendendo a
caminhar sozinho, usando a independência e a vontade no que é justo e útil, convicto de
que se encontra no mundo para aprender, não lhe sendo permitido reclamar dos instrutores
a solução de problemas necessários à sua condição de aluno”.
NO ÂMBITO DA AÇÃO
(Equipe do Projeto “Manoel Philomeno de Miranda”)
Os problemas que aturdem as criaturas humanas, nos dias de hoje, são os mais
diversificados possíveis e vão, desde a necessidade pura e simples do conhecimento, às
angústias superlativas dos que se encontram sobraçando os mais pesados fardos. Nesta
variada gama está a clientela que busca o Atendimento Fraterno dos Centros Espíritas. Uns
perderam entes queridos e não conseguiram superar a dor dessas perdas; outros, não
alcançando um relacionamento estável na vida afetiva ou familiar, transferem para o convívio
social os seus conflitos, desajustando-se e fracassando nas metas programadas; alguns,
pedindo por outros, tocados de compaixão ou incomodados pelo desequilíbrio daqueles
com quem se relacionam; há os vitimados pela pobreza, pelo desemprego, cuja
problemática, conquanto de ordem material, tem raízes e implicações mais profundas;
também, entre essa clientela, se incluem os viciados, vítimas de si mesmos mas, de certo
modo, atingidos pelo meio hostil de uma sociedade ainda não transformada pelas luzes do
Evangelho; incluem-se os doentes de toda ordem: da mente, do corpo e da emoção, em
processos demorados de inadaptação social; por fim, os que, de uma hora para outra, se
vêm a braços com desafios superiores às suas forças. Todos pleiteando soluções específicas
e encaminhamentos adequados para suas dificuldades.
É o Centro Espírita um campo de trabalho, entre tantos outros, onde o Cristo espera que a
distribuição de Sua misericórdia seja prodigalizada. Todavia, a atividade de ouvir e orientar-
dialogando está presente em todo lugar, é parte da vida, podendo e devendo ser exercida
onde se esteja. Não há quem não se recorde que, em algum momento da existência,
precisou ser ouvido e auxiliado por outrem a encontrar um rumo, a solucionar um conflito
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interno. Esse alguém pode ter sido o pai, a mãe, um professor, um amigo ou mesmo um
estranho que se aproximou, providencialmente, a partir daí fazendo-se o benfeitor a
favorecer com elementos decisórios importantes para o existir. Propomos, a seguir, algumas
situações ou oportunidades onde o Atendimento Fraterno se impõe como dever daqueles
que disputam a honra de ajudar e servir.
NO LAR
NO TRABALHO
Não se isole do companheiro que divide com você as horas estafantes de sua jornada de
trabalho. Estando emocionalmente a ele ligado, em surgindo na vida do colega a dificuldade
moral e o momento inquietante, eis o seu instante de compartilhar-ajudando, extravasando
sentimentos fraternais em ondas de amizade pura. O verbo, utilizado a serviço da
compreensão, é como gotas de remédio oportuno para minimizar aflições e abrir horizontes
alentadores de otimismo e de esperança. Se hoje você ajuda, mais adiante poderá ser aquele
que necessita ser ajudado. Esforce-se para conservar o bom humor, para que não seja você
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o interruptor a desligar o circuito da alegria, destoando dos demais. Porém, a pretexto de
estar bem com todos não comungue com o anedotário vulgar e a conversação vazada em
termos maledicentes e depreciativos. Todos acabarão se acostumando com o seu jeito de
ser e respeitando os valores morais de seu caráter reto. Essa é uma mensagem de auxílio
que você passa silenciosamente. Ante o rastilho de pólvora da desconfiança e da competição
inescrupulosa, seja sua a palavra sensata, a atitude fiel e o comportamento recatado quanto
nobre. É de real valor a presença de alguém que se pronuncie com equanimidade e justiça
onde medra a discórdia. Disfarçada ou não. Defenda princípios de cooperação, valorizando
o esforço de todos. Não explorar nem se deixar explorar é atitude educativa que abre,
sempre, possibilidades para trocas de qualidade superior. Passe uma mensagem não verbal
que traduza a sua alegria de viver, mantendo-se organizado e disponível. Uma decoração
personalizada em sua sala de trabalho, uma mensagem otimista, emoldurada num quadro
de parede ou sobre a sua carteira, pode ser o toque de sua presença falando à intimidade
das outras pessoas.
NA VIA PÚBLICA
Talvez seja coincidência um encontro inesperado, na rua, com uma pessoa desconhecida;
mas pode ser alguém trazido à sua presença, por Deus, a fim de que você exercite a
capacidade de amar ao próximo. Cumprimentando-a, gentilmente, ouça-a com a devida
atenção, a fim de que possa ser útil e (quem sabe?) ajudá-la na solução de alguma
dificuldade. Suas palavras, envolvidas por um sentimento empático, podem redirecionar
aquela mente, se atribulada, abrindo espaço para que encontre resposta adequada.
Inquirindo, veio a saber que o jovem sofrera um atropelamento que redundou naquele ser
deformado que estava, agora, diante dos seus olhos, fragilizado e infeliz. Fizera oito
operações plásticas de efeitos benéficos diminutos. Na semana seguinte iria submeter-se à
nona intervenção e encontrava-se muito angustiado. A sua família não lhe dava a atenção
desejada e, naquele encontro casual, estava recorrendo a um estranho para rogar apoio,
compreensão, amizade. Sim, estava pedindo que lhe fosse feita uma visita ao hospital geral
da cidade, onde seria operado, pois a sua convalescença seria muito difícil de enfrentada,
como das vezes anteriores, sem a presença dos familiares. Sabendo da impossibilidade de
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atender àquela solicitação, em decorrência dos compromissos profissionais do clube que
defendia, o astro, religioso que era, aproveitou o ensejo para estimular o rapaz, dizendo-lhe
da excelência da fé em Deus, que a ninguém desampara. Que ficasse tranquilo porque tinha
certeza de que, daquela vez, os resultados da cirurgia seriam exitosos. Incutiu naquela mente
juvenil as bênçãos do otimismo, da esperança, e já ia despedir-se, quando o adolescente lhe
segredou:
— “Não fosse este encontro com você e, talvez, eu desse cabo da minha vida, pois estava
desesperado”.
NO TRANSPORTE COLETIVO
Verifique, sempre, quem está sentado ao seu lado, familiarizando-se com aquela fisionomia
que lhe parece desconhecida. Pense: “Poderá ser alguém que esteja enfrentando as
dificuldades naturais da existência, carregando, nos ombros, difíceis problemas íntimos;
senão, poderá ser um amigo que a vida está me trazendo de volta”. Tente auscultar o que
transita na mente da pessoa, mantendo uma conversação amistosa; aborde um assunto
agradável para lhe sondar a alma e, notando algum indício de qualquer carência relacionada
com a personalidade fragilizada, fale da necessidade da comunhão com o Criador, que
sempre dá sinal de Seu amor pelas criaturas através de uma infinidade de meios, e, em
particular, pelos fios invisíveis do pensamento quando, em prece, a Ele nos ligamos.
Demonstre o seu interesse por aquilo que ele fala pois, assim, terá a oportunidade de
prender a atenção do novo amigo para o que você lhe quer transmitir. E passe-lhe pequenas
notas de compreensão e de interesse, construindo, a partir daquele instante, vínculos novos
de amizade fraternal. É a sua oportunidade para, discretamente, aplicar os recursos de uma
construção de ajuda, sem interesses subalternos. Introduza, nos sentimentos dessa pessoa,
que lhe parece um estranho, a força estimulante da sua afetividade, qual o bom samaritano
que usa dos recursos da caridade ao próximo sem a preocupação de identificar-se. Não se
preocupe em tornar-se inoportuno. Fale sem constrangimento, atirando a semente de bom
humor no solo promissor daquela alma merecedora de atenção. Sentado ao lado de um
rapaz, visivelmente deprimido, na classe de um trem suburbano, aquele coração gentil
conseguiu saber, através de suas habilidades interpessoais, do grande drama que se escondia
naquele coração:
— “Minha prisão envergonhou meus pais. Nenhum dos meus parentes visitou-me durante
os oito anos que passei na Penitenciária Estadual pagando a dívida que contraí para com a
Sociedade.” O rapaz conjecturava que isso tivesse acontecido porque seus genitores eram
pessoas de poucas letras e sem recursos financeiros para viajar. No entanto, uma grande
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interrogação o inquietava a todo instante: “Será que os meus entes queridos já me
perdoaram?” Para facilitar as coisas, escrevera previamente para eles, dizendo que
colocassem um aviso qualquer onde o trem iria parar, a fim de facilitar a sua decisão de
continuar viagem ou regressar definitivamente ao lar. Quando o comboio de ferro se
aproximou da cidade, embora as palavras otimistas e cheias de esperança de que o amigo
inesperado lhe dissera, o jovem não estava em condições psicológicas de olhar para a janela
com o intuito de verificar a mensagem que os pais tinham para ele. Seu companheiro de
viagem delicadamente ofereceu-se para essa incumbência, trocando de lugar com ele e se
pondo a observar através da janela. Minutos depois, colocou a mão no braço trêmulo do
ex-sentenciado dizendo em sussurro e emocionado: — Vê, agora. E o rapaz, com lágrimas
incontidas nos olhos, leu a mensagem de boas-vindas: — Bem-vindo sejas, filho de nossa
alma”.
NA CASA ESPÍRITA
Ao perceber alguém que chega, por primeira vez, a Casa Espírita a que você está vinculado
por laços de afeição e compromissos de serviços, aproxime-se, sorria, converse... seja
alguém a dar boas-vindas com efusão de legítima fraternidade. Esse não é um trabalho
protocolar e formal da responsabilidade exclusiva de quem dirige a Casa, mas um impulso
espontâneo de quem está feliz com a convivência cristã e, por isso mesmo, interessado em
expandir sentimentos de amizade. Lembre-se que uma recepção fria traduz apatia
injustificável, e que a presença de alguém na Casa Espírita, por muito tempo despercebida,
demonstra que os que estão ali albergados se encontram enclausurados em si mesmos e
pouco interessados na expansão da Boa Nova na Terra.
Que seja a sua presença na Casa Espírita uma viagem permanente ao coração de seu irmão.
Integre-se no espírito da alegria, disputando a honra de trabalhar, com todos e entre todos,
sem preocupações hegemônicas ou dominadoras. Cordialidade permanente, silêncio a
qualquer impulso maledicente, o máximo de empenho para o aproveitamento de toda e
qualquer contribuição, sem cobranças, exibicionismos, querelas... Lembre-se de que, em
parte, depende de você o clima de amizade que atrairá os bons Espíritos. Se, marcas do
passado e desafios do presente lhe ameaçam o compromisso com a postura fraternal,
discipline os impulsos e cumpra o seu dever de trabalhar e servir até que possa amar em
profundidade.
Não seja você a pedra de escândalo, nem o ácido dissolvente da amizade, mas, antes de
tudo, um ponto de referência para que o amor triunfe. Cuidado com a indiferença, o
desapreço e as preferências para que tais atitudes não maculem a sua participação no esforço
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coletivo. Se o companheiro se afastou, conquanto não saiba o motivo, interesse-se por ele;
nada custa um telefonema, uma visita, uma conversa estimuladora e, se enfermo, a sua
presença junto a ele. São essas atitudes deveres impostergáveis, sem os quais a convivência
cristã deixa de ter sentido, tornando-se igual a outra qualquer. Às vezes, você deixa de adotá-
las, não por descaso, mas por excesso de trabalho ou preocupações com os seus próprios
problemas. Todavia, reveja a atitude e refaça as prioridades, pois os deveres da solidariedade
estão em primeiro lugar no coração do espírita.
“O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem
grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.” - Francisco Cândido
Xavier
O ATENDIMENTO FRATERNO
O Atendimento Fraterno tem como objetivo principal acolher (receber bem), ouvir e
orientar com segurança todos aqueles que o buscam. O Atendimento Fraterno tem caráter
SIGILOSO.
Segundo Martins Peralva, “o Atendimento Fraterno visa, pois, ser o apoio efetivo a todos
aqueles que vão em busca de um roteiro que os conduza para as esferas mais altas. É aquela
ajuda silenciosa, gentil e amiga que cabe em qualquer parte. É o arado silencioso de amor
que revolve o solo dos corações, retirando a erva daninha da ignorância”.
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Diz Manoel Philomeno de Miranda, através da psicografia de Divaldo Franco, que: “O
Atendimento Fraterno não é um confessionário. Como o próprio nome diz, é um encontro,
no qual se atende fraternalmente àquele que tem qualquer tipo de carência”.
O ATENDENTE FRATERNO
O Atendente tem a tarefa de oferecer consolo e/ou orientação à luz da Doutrina Espírita, à
pessoa que busca o Atendimento Fraterno, identificando suas necessidades, reerguendo sua
esperança e orientando para uma nova postura diante da vida.
Uma descoberta importante feita por profissionais da Psicologia foi que a eficácia da ajuda
possível de ser prestada a alguém por um terapeuta não depende tanto da escola psicológica
a que ele está vinculado, mas, sobretudo, a valores subjetivos relacionados com o seu
comportamento — diríamos, seu carisma, o amor que irradia — que o torna uma pessoa
dotada de qualidades interpessoais relevantes e qualidades íntimas (força interior) que o
credenciam para o trabalho. Em sendo uma pessoa tolerante (sem ser conivente), expressará
um respeito e uma aceitação incondicionais em relação ao ajudado, separando sempre o
ser, o Espírito, da problemática que o inquieta, que deverá ser vista como um jugo, um
acessório incômodo que a personalidade assumiu e, portanto, temporário, que nada tem a
ver com aquele ser de humanas paixões, mas de essência divina, que lhe cabe amar com
todas as veras de seu sentimento.
(...) No espaço do Atendimento Fraterno não há campo para dissimulação da parte de quem
atende, que deverá expressar sentimentos com sinceridade e interesse real de ajudar.
Quando dizemos sinceridade, não estamos aconselhando que a pretexto de ser real, se deixe
de guardar as conveniências e o bom tom. (...)Somente assim ele inspirará confiança e
perceberá adequadamente os sentimentos e emoções do outro a quem ajuda, recebendo a
inspiração dos bons Espíritos e transformando aquela vivência confusa e deformada da
pessoa a quem atende em algo compreensível e passível de renovação.
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É recomendado que o Atendente Fraterno:
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O ATENDENTE FRATERNO NÃO PODE:
RECOMENDAÇÕES
“Não façais aos outros o que não gostaríeis que vos fizessem.”
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ATENDIMENTO FRATERNO CRITÉRIOS E CONDIÇÕES
1. SABER OUVIR
Observações e comentários podem ser guardados até o final da exposição, quando sempre
haverá tempo para dirimir dúvidas. “Ouvir é renunciar. É a mais alta forma de altruísmo,
em tudo quanto essa palavra significa de amor e atenção ao próximo.” O ato de ouvir, exige,
de quem ouve, associar-se a quem fala. É necessário empenho de quem fala para fazer-se
compreender. Qualquer pessoa pode melhorar sua capacidade para ouvir. Ouvir é uma
técnica mental que pode ser aperfeiçoada em treinamento e prática.
(Equipe do Projeto)
A Equipe do Projeto Manoel Philomeno de Miranda chama a atenção para outros fatores,
que, muitas vezes, nos passam despercebidos. Embora não sejam determinantes no sucesso
de um atendimento fraterno, podem influir sobremaneira:
RUÍDO: quando intenso, perturba a audição da mesma forma que o silêncio absoluto.
Foram realizadas experiências com pessoas por técnicos em Comunicação Humana na área
da audição, chegando-se à conclusão de não existir grande diferença no rendimento do ato
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de ouvir em ambiente barulhento ou silencioso, a depender da capacidade de ouvir bem de
cada pessoa.
INDIFERENÇA: o atendente desinteressado não ouve bem. Nada pesa mais no autoamor
do atendido do que a indiferença com que está sendo ouvido. Quando se consegue deixar
de lado o egoísmo, com o objetivo de ouvir, descobre-se que as pessoas merecem a nossa
atenção e têm dificuldades e problemas que pretendem compartilhar conosco.
IMPACIÊNCIA: o ato de ouvir exige, de quem ouve, associar-se a quem fala, e vice-versa.
Necessário empenho de quem fala para fazer-se compreendido, e de quem ouve para
compreender. Qualquer emoção perturba o processo da audição. As impaciências são todas
emocionais, portanto, desajustadoras do equilíbrio nervoso de quem está ouvindo.
ANSIEDADE: Um hábito que deve ser corrigido, O ouvinte ansioso para provar a sua
rapidez de conclusão, antecipa as palavras do interlocutor, dizendo: “Já sei o que você vai
dizer”. Como não poderia deixar de ser, equivoca-se por precipitação, enganando- se quanto
ao que iria dizer a pessoa que faz a narrativa. Isto demonstra dificuldade de concentração,
provocando uma atenção difusa (e não dirigida) com características de desinteresse,
indiferença e uma série de fatores que concorrem para se ouvir mal, sem que exista na
pessoa que está ouvindo qualquer defeito do aparelho auditivo. Como as pessoas estão mais
propensas a falar do que a ouvir, habituadas a interromper, acontece um efeito desagradável,
quando dois indivíduos resolvem falar ao mesmo tempo, convencidos de que se farão ouvir
levantando o timbre de suas vozes.
III. ATENDER:
O comportamento de polidez e de interesse do Atendente, que deverá saber receber, ter
postura adequada durante a entrevista, aproximar-se (não criar distâncias por superioridade
ou excesso de formalismo), prestar atenção (concentrando-se para ouvir bem e observar as
reações do outro). Queremos particularizar, neste tópico, uma habilidade especial: o saber
ouvir, que, além de impressionar positivamente pelo grau de empatia que vincula ajudador
e ajudado, assegura, através da memorização, a evocação dos elementos fáticos e opinativos
que o ajudado expressa, favorecendo a orientação. Nada pior do que um ajudador que não
presta atenção e que a cada momento precisa recapitular com perguntas o que ouviu. É
nessa fase do ouvir que começa a brotar na mente do Atendente a inspiração dos bons
Espíritos, que deve ser guardada para, no momento próprio, nas fases seguintes do
atendimento, basear a sua orientação.
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IV. RESPONDER:
Não significa tão somente a devolução de respostas às perguntas formuladas pelo atendido.
Responder perguntas é só uma parte desta fase. Responder é identificar e confirmar com o
próprio ajudado o seu problema principal, escoimando-o dos acessórios inúteis de sua
mente em confusão. E expressar com os próprios, os sentimentos do outro. É, enfim,
perceber a linguagem corporal do outro e o que ela representa como mensagem a ser
correspondida adequadamente. Não há destaque no Atendimento Fraterno para o ato de
perguntar como iniciativa do atendente, porque a ele pouco é dado perguntar, só o devendo
fazer nas seguintes ocasiões:
i. Quando não entendeu;
ii. Quando o ajudado, mesmo estimulado, não consegue se expressar, não consegue
traduzir seus sentimentos ou está perdido no âmbito de suas divagações.
V. PERSONALIZAR:
É o momento do ajudado se descobrir como pessoa, perceber o fato de que não é um agente
passivo diante de sua experiência, mas um atuante, uma pessoa responsável por seus atos,
pensamentos e emoções, alcançando a compreensão de que os outros podem ser, tão
somente, agentes estimuladores dessas emoções (positivas ou negativas). A partir daí, toma-
se consciência de deficiências que precisam ser alijadas e qualidades a ser aperfeiçoadas no
esforço da reconquista do equilíbrio íntimo. Este é um processo muitas vezes doloroso, mas
necessário, por ser a antecâmara do autodescobrimento, que só pode ser alcançado pelos
caminhos do amor, quando o atendente é capaz de passar essa chama divina, através de
palavras e atitudes gentis, e quando o atendido é capaz de recebê-la através de uma entrega
confiante e esperançosa. É por esta razão que se afirma serem as duas fases iniciais do
atendimento, o atender e o responder, praticamente definidoras do sucesso da ajuda, pois
estes são os momentos do contato pessoa a pessoa em que o amor deve penetrar a alma do
atendido predispondo-o à transformação.
VI. ORIENTAR
Será a parte mais fácil, se o Atendente conhece bem a Doutrina, cabendo-lhe organizar a
sua expressão de forma clara e simples para transferi-la para o atendido como informações
práticas, a partir das quais se definirá um plano de ação, que o atendido deverá seguir por
iniciativa própria, objetivando a solução almejada.
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PROBLEMAS COMUNS
A maioria dos problemas que chegam são da própria criatura. São problemas psíquicos,
dificuldades emocionais e relacionais, conflitos e agitações mentais. Importante se evitar o
viés de enxergar sempre um Transtorno Obsessivo ou mediúnico na maioria dos casos que
chegam. Lembrar-se da lição espírita "Causas atuais das aflições" e considerar este
ensinamento, estimulando o atendido a fazer a parte dele, tomando a atitude que lhe será
recomendada.
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Jorge Andréa elucida:
Exemplos:
CONFLITOS DE RELACIONAMENTO
“Basicamente, do ponto de vista da nossa missão na existência humana, temos três missões
a serem realizadas:
Em uma relação, encontramos nossas maiores afinidades, bem como nossos maiores
desafios. Em uma mesma pessoa conseguimos encontrar aspectos de total afinidade e,
também, de falta de afinidade, portanto, as pessoas, ou melhor, as relações sempre
promovem grandes aprendizados e quando não os entendemos e não evoluímos, sofremos.
“Devemos aprender a aceitar as pessoas como elas são. Manter a liberdade nas relações,
cultivar o respeito pelas vontades alheias e entender principalmente que ninguém, ninguém
mesmo é responsável pela sua felicidade.”
O seu estudo, por si só, constitui uma excelente terapêutica, visto que auxilia a libertação de
muitos conflitos e encaminha as pessoas para a tomada de atitudes mais coerentes e seguras
diante da vida. Os benfeitores do Alto, nas questões 200 e 201 de O Livro dos Espíritos
(Ed. FEB), deixam claro que os Espíritos não têm sexo, como o entendemos, e que podem
encarnar ora como homem, ora como mulher. E complementam – “há entre eles amor e
simpatia, mas baseados na afinidade de sentimentos”.
Portanto, as preferências sentimentais de pessoas por outras do mesmo gênero nem sempre
implicam a existência de conúbio carnal ou o desvirtuamento e o abuso das faculdades
genésicas, abuso esse que também ocorre, expressivamente, entre os indivíduos
heterossexuais. Qualquer pessoa, independentemente de sua orientação sexual, jamais
logrará realização, se se entregar aos excessos no campo da sexualidade. Nesses casos, o
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indivíduo sujeita-se a adquirir hábitos nocivos e a viciar- se nas aberrações da luxúria, essas,
sim, contrárias às leis naturais, as quais convidarão o Espírito imortal a corrigi-las nas futuras
encarnações.”
(Revista O Reformador/2010)
DEPRESSÃO
****
Estima-se que a depressão incida em cerca de 14% da população, ou seja, temos no Brasil
cerca de 21 milhões de deprimidos. Ela afeta todo o ser, acarretando uma série de
desequilíbrios orgânicos, sobretudo, comprometendo a qualidade de vida, tornando a
criatura infeliz e com queda do seu rendimento pessoal.
1º) Perde sintonia com a Fonte Divina de Energia Vital: O indivíduo não se amando como
deve, com sentimento de autoestima em baixa, afasta de si mesmo, da sua natureza divina,
elo de ligação com a fonte inesgotável do Amor Divino. Além do mais, o indivíduo ao se
fechar em seus problemas e suas mágoas, cria um ambiente vibracional negativo que dificulta
o acesso da Espiritualidade Maior em seu benefício.
SÍNDROME DO PÂNICO
Talvez, o que pareça ruim, a partir da primeira crise, torna-se ainda pior, com o receio do
aparecimento de um novo episódio de pânico, já que a pessoa não tem noção de quando
ela virá. Qualquer estímulo interno, como uma dor, tonteira, aceleração cardíaca, ou fator
externo, como um cheiro, a associação a um lugar, podem remeter a uma recordação da
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crise anterior, ou das crises anteriores, desencadeando assim uma nova crise. A qualidade
de vida da pessoa tende a ficar agravada, pois geralmente ela passa a evitar sair de casa, para
não se expor a situações que possam ser embaraçosas ou difíceis de encontrar uma saída
caso tenha uma nova crise. É o chamado medo do medo.
O transtorno do pânico tem uma prevalência de cerca de 1,5 a 2% sobre a população geral
e tem uma preferência três vezes maior para mulheres do que para homens, por questões
hormonais
No Evangelho Segundo o Espiritismo, no Capítulo 5, temos dois itens que tratam das causas
atuais das aflições e das causas passadas das aflições, onde os benfeitores maiores nos dizem
que tudo aquilo que não foi gerado nesta existência, como causa do efeito que agora se
experimenta, seguramente esta causa estará em uma outra existência.
Joanna de Ângelis, espírito, em sua obra Amor Imbatível Amor, afirma que as raízes do
transtorno do pânico encontram-se na criatura que desconsiderou as Soberanas Leis e se
reencarna com predisposição fisiológica, imprimindo nos genes a necessidade da reparação
dos delitos passados que ficaram sem a retificação, porque ficaram desconhecidos da justiça
humana, porém, não da justiça divina e da própria consciência. A pessoa abre campo para
uma série de resgates, abrindo também campo para o processo obsessivo, por parte de
entidades espirituais que se utilizam dos arquivos mentais do doente, para manipular seus
pensamentos e emoções, criando quadros aterradores para quem lhe padece o conúbio
devastador.
Por isso, o Mestre nos adverte docemente, como encontramos em Mateus 5:25, concilia-te
com o teu inimigo. Isso, porque se podemos nos ter por conta de nossos melhores amigos,
somos também nós mesmos os nossos piores inimigos. Nossos inimigos maiores são as
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nossas imperfeições! Nossos piores adversários estão dentro de nós. Reconciliar é mudar
enquanto é tempo. É não se permitir desencarnar com o sentimento da culpa, que é tão
avassalador. Para aquele que desencarna, a realidade espiritual é encontrar do outro lado
do espelho da vida, aquela realidade que nos mostra como realmente somos e estamos, sem
máscaras a nos ocultar o íntimo.
ABUSO DE DROGAS
Hoje o uso de substâncias responde por uma parcela importante das internações
psiquiátricas (segundo uma recente pesquisa do ministério da saúde, publicada no jornal do
CFM, essa parcela é de 18% das internações) e está associada a elevadas taxas de
adoecimento psíquico e físico (vários órgãos são afetados). além disso temos a gravidade das
consequências dos episódios de abuso, principalmente acidentes de trânsito, exposição a
comportamento sexual de risco e atos de violência, trazendo danos individuais e coletivos.
Dependências:
É muito importante dizer que a questão da dependência e dos vícios não se restringe às
drogas. A dependência de drogas faz parte de um grande grupo de dependências e por isso
é importante lembrar que as pessoas podem ser viciadas em drogas, mas também viciadas
em trabalho, em comida (temos assim os transtornos alimentares como as compulsões
alimentares e a bulimia nervosa), viciadas em jogo (jogo patológico), viciadas em sexo (em
psiquiatria, são os quadros conhecidos como satiríase e ninfomania), e há os viciados em
pessoas (são dependências afetivas, relacionamentos afetivos doentios onde a pessoa se
torna objeto da outra e na sua ausência podemos observar verdadeiras crises de abstinência).
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Das dependências aos adoecimentos:
Na visão de Emmanuel, nós adoecemos por reter a energia dos objetos da dependência
(tratando-se das dependências de pessoas e objetos).
No livro Caminho, Verdade e Vida, o autor nos fala que “somos proprietários apenas
daquilo que conseguimos levar dentro de nós. O resto é empréstimo Divino. Mas temos o
hábito (ou melhor, o hábito adoecido que chamamos de vício) de reter as coisas, os objetos,
as pessoas e suas energias, e assim vamos adoecendo…”. Veremos então todo o processo de
adoecimento físico, psíquico e perispiritual.
Vontade:
“Não há arrastamento irresistível. Uma vez que se tenha vontade de resistir. Lembrai-vos de
que querer é poder.”
(Questão 845 de O Livro dos Espíritos).
“Todos os recursos terapêuticos são importantes, mas a eficácia de todos eles dependerá
sempre, da vontade da pessoa dependente querer abandonar o vício.”
MEDIUNIDADE
A mediunidade não serve para "falar com os mortos", pois os espíritos desencarnados não
se enquadram nesta concepção do imaginário da cultura material. A mediunidade não se
reduz a um balcão de atendimento ao qual se recorre para resolver problemas. Não serve
para dizer o que as pessoas devem fazer ou para decidir seu futuro, tolhendo o seu livre-
arbítrio.
A mediunidade não faz milagres. Não concede "poderes" especiais. Ela não é fonte de todo
o conhecimento. Os espíritos encarnados e os desencarnados envolvidos no processo
mediúnico só conhecem alguma coisa na medida de suas experiências e de suas vivências.
A mediunidade não é exclusiva de algumas pessoas. Ela é uma capacidade, uma faculdade
do espírito, que se aperfeiçoa pelo exercício e esforço pessoal. Ela é de todo o grupo cultural
e está intimamente ligada aos seus valores e sentimentos. A mediunidade não está pronta e
acabada, transforma-se e modifica-se ao longo do tempo, acompanhando o momento
emergente, as situações vividas pelo grupo, a evolução das pessoas.
Mediunidade é instrumento que auxilia cada pessoa na construção do novo ser, através do
rompimento de seus limites, ampliando a visão de si mesmo, dos outros, da natureza, de
Deus. Mediunidade é expressão de identidade, é sintonia e troca de experiência.
Mediunidade é interação entre os polissistemas material e espiritual.
OBSESSÃO
A obsessão apresenta caracteres diversos, que é preciso distinguir e que resultam do grau
do constrangimento e da natureza dos efeitos que produz. A palavra obsessão é, de certo
modo, um termo genérico, pelo qual se designa esta espécie de fenômeno, cujas principais
variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação. "
Assim, tal fenômeno existiu em todas as épocas da humanidade, de tal modo que, na época
de Jesus, usava-se o termo possessão para denominar os fenômenos de cunho obsessivo.
Recordemo-nos de quando Jesus caminhava e deparou com um homem mentalmente
perturbado. O homem inquiriu o Mestre: "quem és tu?"
Jesus respondeu: "Eu sou Jesus, e tu meu irmão, quem és?" O homem, totalmente
desequilibrado, disse: "Tu não, nós...nós somos legião". Jesus, sabendo perfeitamente que
se tratava de um processo obsessivo, asseverou: "Legião, sai dele". E rendendo à perfeição
do Mestre os espíritos inferiores foram-se e deixaram aquele homem em paz.
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Assim, "é a obsessão, cobrança que bate às portas da alma. É um processo bilateral. Faz-se
presente porque existe de um lado o cobrador, sequioso de vingança, sentindo-se ferido e
injustiçado, e de outro o devedor, trazendo impresso no seu perispírito os matizes de culpa,
o remorso ou do ódio que não se extinguiu."
Allan Kardec salienta (A Gênese, pág. 305) que "Nos casos de obsessão grave, o obsidiado
fica como que envolto e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos
fluidos salutares e os repele..." Ainda nos orienta o Codificador (mesma obra, pág. 285), que
"Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os
assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem
sobre o perispírito uma ação tanto mais direta quando, por sua extensão e irradiação, o
perispírito com eles se confunde. Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno,
reage sobre o organismo material com quem se acha em contato molecular. Se os eflúvios
são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é
penosa. Se os eflúvios maus são permanentes e enérgicos, podem ocasionar desordens
físicas; não é outra a causa de certas enfermidades". Daí a ideia de que "No conhecimento
do perispírito está a chave de inúmeros problemas até hoje insolúveis".
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- A cabeça e mãos desocupadas;
- A palavra irreverente;
- A boca maledicente;
- A conversa inútil e fútil, prolongada;
- A atitude hipócrita;
- O gesto impaciente;
- A inclinação pessimista;
- A conduta agressiva;
- O apego demasiado às coisas e pessoas;
- O comodismo exagerado;
- A solidariedade e a caridade ausentes;
- Tomar os outros por ingratos ou maus;
- Considerar nosso trabalho excessivo;
- O desejo de apreço e reconhecimento;
- O impulso de exigir dos outros mais do que de nós mesmos;
- Empreender fuga dos problemas e desafios através do álcool ou drogas psicoativas.
PROVAS E EXPIAÇÕES
Para auxiliar-nos no processo ascensional, Deus nos concede o livre arbítrio, uma vez que,
se o homem “(…) tem liberdade de pensar, tem também a de agir.” Podemos, então, afirmar
que o ser humano é o árbitro do seu destino e que cada escolha, independentemente das
suas motivações ou justificativas, acionam a lei de causa e efeito em qualquer plano de vida
que se situe: o físico ou o espiritual.
O uso do livre arbítrio são ações que provocam reações, no tempo e no espaço. As boas
escolhas produzem progresso evolutivo, enquanto as escolhas infelizes geram provações ou
expiações que se configuram como mecanismos evolutivos, moduladores da lei de causa e
efeito, claramente consubstanciada no planejamento reencarnatório de cada indivíduo. Daí
Emmanuel afirmar: “A lei das provas é uma das maiores instituições universais para a
distribuição dos benefícios divinos.”
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Para melhor compreensão do assunto, Emmanuel especifica também a diferença que há
entre prova (ou provação) e expiação: “A provação é a luta que ensina ao discípulo rebelde
e preguiçoso a estrada do trabalho e da edificação espiritual. A expiação é pena imposta ao
malfeitor que comete um crime.”
Percebe-se, portanto, que a prova se assemelha a uma corrida de obstáculos que tem o
poder de impulsionar o progresso humano. As provas sempre existirão, mesmo para
Espíritos superiores, por se tratar de desafios evolutivos. A expiação, contudo, representa
uma contenção temporária da liberdade individual, necessária à reeducação do Espírito que,
melhor utilizando o livre arbítrio, reajusta-se às determinações das leis divinas.
As provações podem ser difíceis, não resta dúvida, mas, por seu intermédio, o Espírito é
colocado em situações que o afastam do estado de inércia em que ora permanece ou se
compraz, proporcionando-lhe, ao mesmo tempo, oportunidades para que ele possa
trabalhar a melhoria das suas atuais condições de vida.
Nas expiações, o Espírito vê-se colocado prisioneiro das más ações cometidas, pelo uso
indevido do livre arbítrio. Para que não se prejudique mais, renasce sob processos de
contenção que, obviamente, produzem sofrimentos, sobretudo se o ser espiritual ainda não
consegue apreender o valor da dor como instrumento de educação e cura espirituais.
Em “O Céu e o Inferno”, Allan Kardec lança outras luzes a respeito do tema, quando explica
que o arrependimento das faltas cometidas é o elemento chave para liberar o Espírito das
provações dolorosas e das expiações. O Codificador, assim se expressa: Arrependimento,
expiação e reparação são as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e
suas consequências. O arrependimento suaviza as dores da expiação, abrindo pela
esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito lhe
destruindo a causa.
Nesses termos, a libertação do Espírito, ou reparação, indica ser a etapa final da expiação
porque, perante os códigos divinos, não nos é suficiente expiar uma falta, é preciso anulá-
la, definitivamente, da vida do Espírito imortal, pela prática do bem.
A reparação consiste em fazer o bem a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus
erros nesta vida por fraqueza ou má vontade, achar-se-á numa existência posterior em
contato com as mesmas pessoas a quem prejudicou, e em condições voluntariamente
escolhidas, de modo a demonstrar-lhes o seu devotamento, e fazer-lhes tanto bem quanto
mal lhes tenha feito.
(www.febnet.org.br)
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PERDA DE ENTES QUERIDOS
A dor causada pela perda dos entes amados atinge a todos nós com a mesma intensidade.
É a lei da vida a que estamos sujeitos. Quando nascemos, nossa única certeza absoluta no
transcorrer da vida será a de que um dia morremos.
Não costumamos pensar muito na morte, não fazendo ela parte das nossas preocupações
mais imediatas. Vamos levando a vida sem pensar que um dia morremos. Mas daí vem o
inesperado, e quando nos deparamos ela bate a nossa porta arrebatando-nos um ente
amado.
Então sentimo-nos impotentes diante dela e o pensamento de que nunca mais “o veremos”
aumenta mais a dor. Dor alguma é comparável a essa. Ceifando a alegria de viver de quem
fica no corpo, assinala profundamente os sentimentos de amor, deixando vigorosas marcas
no campo emocional. Mesmo na vida física há separações traumáticas, longas e às vezes
definitivas. Na morte, então a saudade e a vontade de ter outra vez aquele que se foi é
perfeitamente natural e compreensível.
A morte, no entanto, é uma fatalidade inevitável, e todos aqueles que se encontram vivos no
corpo, em momento próprio dele serão arrebatados.
Algumas pessoas sentem com maior intensidade a perda do ente amado, demorando a se
recuperar da dor pela partida deste. O chamado período de luto. O período de luto é
influenciado por vários fatores, dentre estes a idade, saúde, cultura, crenças religiosas,
segurança financeira, vida social, antecedentes de outras perdas ou eventos traumáticos e
principalmente quando a morte ocorreu repentinamente, de uma forma brusca, como
acontece em desastres, acidentes ou por ato de violência. Cada um desses fatores pode
aumentar ou diminuir a dor do luto.
Mas porque é tão dolorosa a perda, ou melhor, a separação de um ente amado? Justamente,
porque os amamos, e porque os amamos queremos tê-los continuamente junto a nós, e isso
é natural, portanto, não necessita de explicações! Vivemos em função uns dos outros, se
aquele que amamos se vai... Como não sentir? A impossibilidade de se conversar, ouvir a
voz, tocar no ente amado que partiu, é devastador para aquele que ficou. Uma foto, um
aroma, uma música bastam para lembrar o ente querido e a dor da sua ausência reaparece
cada vez mais forte acompanhada da saudade causticante!
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Diante de tão terrível e amarga dor, onde procurar consolo? Onde procurar respostas? O
que fazer e qual a nossa atitude mais correta para sobrevivermos a ela?
Para entender a atitude dos espíritas diante da dor da perda de entes queridos, é preciso
entender a visão espírita da morte!
Diante da imortalidade da alma a morte é, pois, a destruição do corpo físico, comum a todos
os seres biológicos, seja pelas transformações orgânicas, pelo desgaste à medida que nele se
movimenta, ou por uma agressão violenta!
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Em segundo, as comunicações são acompanhadas de uma necessidade e de uma utilidade!
Temos que entender que o mundo espiritual não está para nos servir a qualquer hora ou
custo, para saciar desejos desenfreados, isso pode abrir portas para mistificações e até
obsessões. Por isso toda e qualquer comunicação deve ser vista com cautela e seriedade!
Então, as pessoas que buscam o centro espírita com profundo desejo de receberem uma
mensagem de um ente querido desencarnado, estejam avisadas de que este contato nem
sempre é possível. Às vezes passam-se meses e até anos antes de obterem uma palavra ou
mensagem. Nem os médiuns, nem os Espíritos estão obrigados a nos dar as respostas que
queremos, mas se a Misericórdia Divina permitir, com certeza será recebida, como
podemos comprovar por tantas psicografias, posteriormente publicadas em livros, recebidas
por Francisco Candido Xavier, mensagens consoladoras e esperançosas para pais, filhos,
amigos...
Continuando, esclarece Sanson: “Regozijai-vos em vez de chorar quando apraz Deus retirar
um dos seus filhos deste vale de misérias. Não é egoísmo desejar que ele fique para sofrer
convosco? Ah! essa dor se concebe entre os que não têm fé, e que vêm na morte a separação
eterna. Mas vós espíritas, sabeis que a alma vive melhor quando livre de seu invólucro
corporal. Mães sabeis que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, eles estão bem
perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, vossa lembrança
os inebria de contentamento, mas também as vossas dores sem razão os afligem, porque
revelam uma falta de fé e constituem uma revolta contra a vontade de Deus!”
DIFICULDADES SOCIOECONÔMICAS
E outras aflições:
“As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, tem duas origens bem
diversas, que importa distinguir: umas têm sua causa na vida presente; a outra, fora desta
vida.
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Remontando à fonte dos males terrenos, reconhece-se que muitos são as consequências
naturais do caráter e da conduta daqueles que os sofrem. Quantos homens caem por sua
própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!
Quantas pessoas arruinadas por falta de ordem, de perseverança, por mau comportamento
ou por não terem limitado os seus desejos!
Quantas uniões infelizes porque resultaram dos cálculos do interesse ou da vaidade, nada
tendo com isso o coração! Que de dissensões de disputas funestas, poderiam ser evitadas
com mais moderação e menos suscetibilidade! Quantas doenças e aleijões são o efeito da
intemperança e dos excessos de toda ordem!
(...) A quem, portanto, devem todas essas aflições, senão a si mesmos? O homem é, assim,
num grande número de casos o autor de seus próprios infortúnios. Mas, em vez de
reconhecê-lo, acha mais simples, e menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a
Providência, a falta de oportunidade, sua má estrela, enquanto, na verdade, sua má estrela
é a sua própria incúria.”
(E.S.E. Cap. 5 – Bem-aventurados os aflitos)
O mundo progrediu muito no decorrer dos últimos séculos em função das conquistas
vinculadas à liberdade e à igualdade. Mas ainda há focos de injustiças nas sociedades
modernas, tais como a discriminação racial e da mulher e as desigualdades sociais impostas
pela pobreza extrema.
Outra desigualdade social injustificável perante as leis divinas, principalmente depois das
conquistas resultantes do progresso científico e dos princípios morais e éticos aceitos por
todas as religiões, é a imposta pela pobreza extrema de indivíduos, famílias e comunidades.
Essa mácula social da extrema pobreza sempre existiu no mundo e sobrevive não somente
nas nações reconhecidamente pouco desenvolvidas economicamente, mas também nas
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mais ricas comunidades internacionais. Já existe uma consciência mundial que não é mais
aceita os extremos de pobreza e de miséria em um mundo que já tem condições de erradicá-
las, desde que haja planificação adequada e espírito de fraternidade e compreensão das
sociedades humanas. Pobres sempre existiram e continuarão a existir em um mundo de
expiações e provas como o nosso. A igualdade absoluta das riquezas é pura utopia com que
sonharam certos filósofos. Essa igualdade, se fosse possível, por convenção ou imposição
legal, em breve seria "desfeita pela força das coisas", uma vez que a ela "se opõe a diversidade
das faculdades e dos caracteres".
Nós, espíritas, graças aos ensinos e postulados da Doutrina Consoladora, temos posição
definida diante das desigualdades oriundas do egoísmo, do orgulho e da indiferença dos
homens. Sabemos que há necessidade de mais compreensão, mais amor e fraternidade,
mais instrução e educação para todos, para que os problemas sociais encontrem as soluções
dentro das leis naturais, que precisam ser conhecidas e vivenciadas.
A Assistência Social deve haver nas Casas Espíritas. Apenas ela não deve ser maior do que
a assistência espiritual, eixo de todo trabalho espírita. Se for possível ter um Clínico Geral
ou um Farmacêutico para melhor atendimento dos irmãos carentes, devemos tê-los, mas
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que isso não prejudique as tarefas de reeducação espiritual de todos os que chegarem em
busca de auxílio.
Tendo em vista que comumente surgem informações relacionando a Doutrina Espírita com
as atividades de jogos de tarô, cartas, quiromancia e outras (radiestesia ou utilização de
varetas ou pêndulos para detecção de doenças ou outros desajustes, cromoterapia,
descarregos etc.) a Federação Espírita Brasileira esclarece como se desenvolve a prática
espírita:
* Toda a prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho: “Dai
de graça o que de graça recebestes”.
* A prática espírita é realizada com simplicidade, sem nenhum culto exterior, dentro
do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade.
* O Espiritismo não tem sacerdotes e não adota e nem usa em suas reuniões e em suas
práticas: altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos (casamento,
batizado, extrema-unção), concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas
ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia,
pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.
* O Espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-lo
a submeterem os seus ensinos ao crivo da razão, antes de aceitá-los.
* A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é uma
faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da
religião ou da diretriz doutrinária de vida que adotem.
* Prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da
Doutrina Espírita e dentro da moral cristã.
* O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para
a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e
entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença,
nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que
cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.
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As orientações mais comuns, de acordo com as práticas Espíritas são:
I. A PRECE
A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar Nele; é aproximar-se Dele; é pôr-se
em comunicação com Ele. Três coisas podemos propor-nos por meio da prece:
• louvar,
• pedir,
• agradecer.
(Livro dos Espíritos, questão 659)
A fluidoterapia, como o próprio nome indica, é o tratamento feito com fluidos, ou seja,
através dos passes e da água fluidificada. Os Espíritos superiores explicam através da
codificação, que as mãos servem como instrumento para a transmissão do magnetismo
humano que, com as energias distribuídas pelos Espíritos, constituem o passe espírita.
Para que se realize a conjugação dos fluidos do plano espiritual com os do médium passista,
ressaltamos não ser necessário que dê passividade ao Espírito que vem cooperar. A
associação de energias se verifica sem que isto seja preciso. A aproximação de um Amigo
do plano extra físico, atende ao apelo do médium passista feito através da prece e estando
este receptivo e preparado para a doação fluídica.
Trata-se de um encontro semanal, sendo previamente marcado o dia e a hora, (devendo ser
repetido sempre no mesmo dia e hora da semana) com o objetivo de reunir a família em
torno dos ensinamentos evangélicos, à luz do Espiritismo, e sob a assistência dos Benfeitores
Espirituais. Pode-se realizar a reunião sozinho, pois estamos cercados pelos amigos
“invisíveis”. Para tanto, é necessário fazer em plena voz, normalmente.
O estudo do Evangelho no lar não é uma inovação. É uma necessidade em toda parte onde
o Cristianismo lance raízes de aperfeiçoamento e sublimação. A Boa Nova seguiu da
Manjedoura para as praças públicas e avançou da casa humilde de Simão Pedro para a
glorificação no Pentecostes. A palavra do Senhor soou, primeiramente, sob o teto simples
de Nazaré e, certo, se fará ouvir, de novo, por nosso intermédio, antes de tudo, no círculo
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dos nossos familiares e afeiçoados, com os quais devemos atender às obrigações que nos
competem no tempo.
Roteiro da Reunião:
1. Leitura, sem comentários, de uma página de um livro (por exemplo, Pão Nosso,
Fonte Viva, entre outros);
2. Prece inicial;
3. Leitura e comentários de um tópico de O Evangelho segundo o Espiritismo, estudado
de forma sequencial;
4. Ter próximo um copo com água e ao final, bebê-la;
5. Prece de encerramento.
OUTRAS ORIENTAÇÕES
Muito mais que atender aos interesses da Terra, a Casa Espírita faz nossa iniciação nos ideais
do Céu, mostrando-nos a estrutura e funcionamento das Leis Naturais, através da divulgação
do Espiritismo. Simultaneamente convoca-nos à sua observância como o único caminho
para que nos libertemos de sentimentos inferiores como o egoísmo, a vaidade, o orgulho,
geradores de todos os nossos infortúnios. Somente assim nos habilitaremos a viver felizes,
contribuindo para a construção de um mundo melhor e uma sociedade mais feliz, com o
empenho de nossa própria renovação.
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f) Procurar tratamento médico ou psicológico quando a queixa principal se tratar de
doença.
g) Praticar exercício físico sob orientação ou procurar a Assistência Social. Se o atendido
já o fez e não observou melhoras, pode-se orientá-lo a buscar uma segunda opinião
com outro profissional, se possível;
h) Buscar atividades voluntariamente no bem.
OBSERVAÇÃO
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre
vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; encontrareis
descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”
(Mateus 11: 28-30)
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MÓDULO III
ATENDIMENTO FRATERNO VIRTUAL – AFV
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O Atendimento Fraterno Virtual do é realizado de forma individual pela ferramenta de
videoconferência, sendo possível acessar pelo computador ou pelo celular, para isso basta
acessar o disponibilizado no momento do agendamento.
1- PREPARAÇÃO
Munir-se de papel, caneta ou lápis para possíveis anotações, bem como, formar memória
para favorecer atendimento futuro, caso ocorra. Tais anotações serão destruídas, sem deixar
vestígios, o mais breve possível, em nome da segurança dos dados pessoais de terceiros.
Mantenha-se em ambiente reservado e silencioso para que possa, o quanto possível, captar
a construção da fala e a emoção da voz que, por si só, sinalizam caminhos de ajuda eficaz e
consoladora.
2- ATENDIMENTO
De início, identificar-se com saudação fraterna indicando seu nome e que o atendimento é
pelo Centro Espírita Bezerra de Menezes, perguntando o nome da (o) solicitante (respeitar
caso deseje o anonimato) e sua idade. Durante o atendimento, evitar sistematicamente
expressões de apreço exagerado, tipo querido, querida, meu bem e outras considerando
que não conhecemos quem nos busca, impondo-nos o máximo respeito no trato da situação.
Tentar colher com habilidade, qual é a religião professada pelo atendido, sem ser invasivo.
” Falarás com a firmeza de quem sabe o que diz e com os cuidados de quem, ainda, não
conhece a quem diz.” [Camilo/Raul Teixeira. Correnteza de Luz]
Respeitar o tempo psicológico que o (a) consulente precisa, para expor suas dificuldades e
dúvidas. Ouvir com tolerância, compreensão e sem cansaço. Fundamental dar toda a
atenção para quem fala.
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Dialogar com entonação natural, mesmo sob narrativas carregadas de ansiedade ou
sofrimento, transmitindo ao (à) ouvinte mensagem de segurança e expectativa feliz na
superação do problema.
Não aceitar, com firmeza e bondade, atendimento fora do seu dia e horário.
“O Atendente Fraterno deve manter-se em condição não preferencial por pessoas, numa
neutralidade dinâmica, como diria Joanna de Angelis, porque todos são iguais perante a Lei.
A todos (...) deveremos atender com carinho, sem preferências, sem excepcionalidades e
sem absorvermos o seu problema, para que ele não se torne um paciente nosso e não
transfira todos os seus desafios para nossa residência”.
Ajudar, sem impor, respeitando o livre-arbítrio da pessoa, não interferindo nas suas
escolhas.
Não concordar com o erro, mas ser solidário com a pessoa que errou, ajudando-a na
recuperação.
FINALIZAÇÃO
Com habilidade, cuidar para que o diálogo não se estenda em demasia (em média, de 10 a
20 minutos), tornando-se cansativo e improdutivo.
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1. Deixar a critério do (a) solicitante a iniciativa de novo atendimento.
2. Estimular o cultivo, no dia a dia, do bom pensamento, da boa palavra, da boa ação.
3. Recomendar a leitura diária de página espírita, que inspire otimismo, esperança e
bom ânimo, valorizando o Evangelho segundo o Espiritismo, dentre outras obras.
4. Sugerir que ouça palestras, presenciais ou virtuais, espíritas que várias casas oferecem.
5. Propor ter seu nome do(a) atendido(a) em nossas reuniões de irradiação e preces.
Caso concorde, anotar o nome e a cidade do(a) atendido(a) e registrar na ficha ao
término do atendimento.
6. Recomendar que o atendido permaneça em recolhimento e prece nos dias e horários
de irradicação indicados.
7. Sugerir atendimento especializado para os atendidos com ideação suicida; oferecer
rede de assistência junto ao Grupo de Atendimento Espiritual (desobsessão);
8. Sugerir a realização do Evangelho no Lar (explicar como funciona e, se for o caso,
auxiliar na sua implantação). Caso o atendido precise de um roteiro, sugira o roteiro
disponível no site da FEB (https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/11/O-
Evangelho-no-Lar-e-no-Coracao-Livreto.pdf)
9. Em momento oportuno, sugerir participar de atividades da Casa Espírita.
DECIDIDAMENTE
. Não estabelecer certezas absolutas, nem prometer curas;
. Não interferir no tratamento médico;
. Evitar opiniões pessoais;
. Recusar gratificações, atenções e distinções pessoais;
. Ainda que sob indução espiritual amiga, não noticiar qualquer revelação espiritual,
participando a ocorrência, se necessário, à coordenação da atividade;
. NUNCA insinuar ou afirmar – você está obsidiado (a);
. NÃO ATENDER pessoa alcoolizada ou em transe mediúnico, declarado ou suspeito
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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