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L IS B O A
nova l iv r a r ia in t e r n a c io n a l
96, Rua do Arsenal, 96
IS S l
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DIAS FERIADOS
F e s ta s m o T e ls
Septuagesima........................ 5 de fevereiro.
C inza..................................... 22 de fevereiro.
Paschoa................................... 9 de abril.
Ascensão............................... 18 de maio.
Espirito Santo...................... 28 de maio.
SS. Trindade........................ 4 de junho.
Corpo de Deus..................... 8 de junho.
Coração de J e s u s ...? ......... 16 de junho.
E c lip s e s d o a n n o de ftS S S *
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Serviços
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D en tro da d e m a rca ç ã o
P o r d ia
Todo o dia, desde o romper do sol
até á meia noite............................ 4^500 4i?i000 7^500
Manhã, desde o romper do sol até
ao meio d ia..................................... 2 ^ 2i;ooo õíipOO
Tarde, desde o meio dia até á meia
noite.................................................. 3W0 31000 611500
Cada hora de serviço antes ou de
pois das horas supra..................... 400 300 800
horas
Desde o romper do sol até á meia
n oite:
Duas horas.......................................... W500 liíí300
Terceira e seguintes, não havendo
interrupção................... .................. 400 300
Meias horas depois das duas.......... 200 200
Póra da d e m a rca ç ã o
Além dos preços acima estipulados
paga-se mais :
Por cada legua fora da demarcação 400 300 600
Por cada meia legua mais............... 1 200 200 300
o
S IQ N A E S D E IN C Ê N D IO
K m . K is b o a
jN o B orto
E m C o im b r a
. . 10 Sauta Cruz..................... 13
S. Christovâo.... ......... 11 Santa C lara................... 14
S. Bartholomeu.. .......... 12 St.“ Antonio dos Olivaes 15
s
açores e madeira
H a d e lra
! . “■ Classe.................................................
2 . » Classe.................................................................
3. » Classe................................. ................................
Convés.................................... .................... . ■ 55000
• Sa n ta H a r la e S. H lg a e l
3.» Classe..................................................... f4
....................... í S
F lôre»
1.® Classe................................................... Q
2 “ Classe......................‘ ; ......................................
Convés 135000
.................................................................... 05000
o
Lisboa...............................
Entroncam ento............... 23130 13660 13180
107 13930
23210 13720
111 13320
23370 13840
119 13140
Trama g a l......................... 23580 23010
130 13490
23680 23090
135 13630
23920 23270
147 13810
Ponte de S ô r ................... 33260 23540
164 23030
33660 23850
184 23210
33970 33090
200 33H50 23400
217 43310
43510 33ÕIO 23510
227 23720
43890 33800
246 23930
63260 43100
265
53630 43390 33130
282
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D © X jis b o a a O a c e r e s
Lisboa...............................
175 Torre das Vargens......... 33480 23710 13930
204 Peso................................... 43060 33100 23250
224 Caslello de V id e............. 43100 33470 23480
240 Mar vão.............................. 43770 33720 23050
250 Valencia d'A lcau tara.. . 53090 33970 23830
I3 e Hiisboa, ao f^orto
Lisboa..............................
107 Entroncam ento............. 23130 13600 13180
121 Thomar (P a y a lv o )......... 23410 13870 13340
ISO (Jlião de M açà»............. 23580 23010 13140
140 Cacharias......................... 23780 23170 13550
150 Albergaria........................ 23980 23320 13600
162 Verm oil............................. 33220 23510 13790
170 Pom bal..................... 33380 230:30 13880
180 Soure............................. 33700 23880 230G0
202 Formoselha...................... 43010 33120 23230
212 Taveiro.............................. 43210 33280 23340
218 Coim bra............................ 43330 33370 23110
225 Souzellas........................... 43470 33180 23490
237 Mealhada....................... 43710 33600 23020
245 M ogofores......................... 53870 33790 23710
253 Oliveira do Bairro . . . 53030 33910 23790
273 Aveiro............................... 53420 43220 33010
288 E starreja....................... 53720 43150 33180
301 O var.................................. 53980 43650 33320
312 Esmoriz............................. 03200 43820 33110
318 Espinho........................... 63320 43910 33510
sa 1 Granja............................... 03380 43960 33540
328 V alladares..................... 63510 53070 33020
333 V'illa Nova de G a y a ... . 63610 53140 33080
337 P orto.................................. 63090 53210 33720
CAlllMlO DE FERRO DO JilMlO E DOL'RO
_
P orto..................................
120 90 70
5 R io T in to..........................
Erinezinde {Entronc.'o).. 180 140 100
9 170
S. Rom ão.......................... 310 240
16 250
T r o fa ................................. 440 340
23 340
Fam alicao......................... 610 480
2 680 410
9 Nine.......... ......................... 740
910 710 510
48 T adim ................................
15030 800 570
51 B raga.................................
870 680 490
46 S. Bento........................ •••
950 840 530
50 Barcellos...........................
15140 890 630
60 Tarael................................
15310 15020 730
68 Barrozelas.........................
15480 15150 820
77 1Jerque...............................
15550 15210 870
82 Vianna............................... 940
89 M ontcdor........................... 15690 1 15310
15840 1 15430 m o io
97 Ancora...............................
15990 1 15550 U l ’O
Caminha............................
105
110 Seixas.......................... _• •• 25100 i 15620 mioo
25200 15710 1,5220
116 V illa Nova da Cerveira.
25390 15860 15330
126 S. Pedro da T o r re .........
25510 15950 15400
130 Valença.............................
Linha do Douro
- ---
P orto................................
120 90 70
Rio T in to ....................... ICO
Erinezinde [EntroncM). 180 140
310 240 170
V allongo......................... 280
500 300
R ecarei....................... ..
590 460 1 330
Cette................................
PREÇOS DOS BILHETES
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ESTAÇOK3
1.» 2.* 3,*
C a m in h o d e F o r r o d o F o r t o á F o v o a
PRE^O
5 estações — -----
2.«
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P orto...............
4 Senhora da H o ra .. . .
80 50
9 C ustoias............... 1 1A
n Pedras Rubras........ ...........1 1«A
14 Viilar do Pinheiro..........
240 150
16 Modivas................... OQA
20 M indello...............
23 Azurara..............
25 Villa do Condo........
450
28 Povoa..................
olO
Amorim...................
O iiU
Laundoa.............
Rates................. 7CA
Fontainhas.............. 7QA
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Caminhos de ferro do sul e sueste
ESTAÇÒBS
s 1.* 2.* 3/
1 3 e I^isboa a Setúbal
Lisboa (vapor)........ .. __ _ —
Lisboa...............................
90 Casa Branca. . . . - ............ 15900 15520 15090
116 Evora................................. 25360 '159O0 15360
136 Azaruja............................. 25770 25190 15570
141 Valle do Pereiro............. 25860 25270 15630
149 Venda do Duque............. 35010 25390 15710
157 E vora-M onto................... 35160 25500 15790
168 E xtrem oz......................... 35370 25660 15910
XDe S e j a a O asevel
Beja {Entroncamento) . . __ _
19 O uteiro.............................. 330 250 180
24 Figuoirinha................ .. 460 360 260
38 C arregueiro..................... 720 560 400
47 Casevel.............................. 890 700 500
'V a le s
’X ’e l e g r a m m a s
h. m. A. ■m. h. m. A. m,
1e 16 2 55 3 20 9 7 9 32
2 17 3 44 4 90 9 57 10 22
3 18 4 34 4 59 10 45 11 11
4 19 5 24 5 49 11 3(5
5 20 6 13 6 38 0 1 0 2G
6 21 7 3 7 28 0 51 1 15
7 22 7 53 8 18 40 2 5
8 23 8 42 9 7 30 2 55
9 24 9 32 9 57 3 20 3 44
10 25 10 22 10 46 4 9 4 34
11 26 11 11 11 36 4 59 24
12 27 0 1 5 49 13
13 28 0 26 0 51 38 3
14 29 1 15 1 40 28 53
15 30 2 5 2 30 8 18 42
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Porte das correspondências permutadas entre os correios
do reino e o das Ilhas adjacentes entre si e com destino
aos demais paizes que fazem parte da União postal uni
versal, 1.®, 2.® e 3.® grupos, segundo as suas respectlvas
condiQoes do franquia.
0$ IsS
. *o *o 'o Grupos
Cartas 1
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i s s Oi Cada 15 grammas ou fracção
Prémio de registo
s s s s Cada volume além do porte
O ’ tn C l
ooo to Avisos de recepção — Cada um
O'
O l)s e r v a ç ô o s
Nas cartas não registadas é prohibido incluir dinheiro,
ou qualquer objecto de ouro ou prata, mas podem incluir-
se estampilhas e sellos.
No caso de extravio do carta ou maço registado o estado
pagará 9^000 reis e o valor total do registo, caso esto o de
clare.
As cartas não franqueadas pagam o dohro do (lorte, e o
dobro do porto que lhes falta as franqueadas insuflieiente-
mente.
Conaideram-se jornaes de qualquer natureza, os impres
sos que teern titulo especial, repetido em cada publicação
feita em dias certos. O que contém indicações manuscri-
ptas, além do nome e residência, são considerados como
lO
cartas e nào sâo expedidos maços de mais de 1:000 gram
mas de jornaes, impressos ou amostras.
Consideram-se impressos : os livros, brochados ou enca
dernados, os preços correntes, os catalogos, as circulares,
as estampas, mappas, papeis de musica, bilhetes de visita,
participações e convites, e as provas de imprensa com no
sem correcçòes, podendo ser acompanhadas de original.
Os livros podem ter manuscripta qualquer dedicatória e
assignatura; os preços correntes os algarism os; as circula
res o nome, categoria e tratamento das pessoas a quem se
dirigem, data e assignatura ; os papeis de musica a musica
e le tr a ; os avisos e convites os espaços destinados a indi
cações proprias ; os bilhetes de visita as palavras de peza-
mes, parahens, agradecimento ou despedida.
Consideram-se como manvscriptos e amostras: os papeis
escriptos á mào, as apólices, os titulos e outros papeis com-
merciaes lithographados ou impressos.
Não ha limite de peso para os manuscriptos.
Os processos, precatórias e autos judiciaes civis ou mili
tares devem ser sempre registados.
Os objectos de ouro ou prata e as pedras preciosas podem
ser expedidos como amostras, sendo registadas.
CALENDARIO
L
por causa das quaes veio a esquadra franceza a Lisboa
erigir a aunullação das sentenças, a dcmissào dos ju í
zes e uma indemnisaçào a cada um de 60:000 fraecos,
1831. — Recomposição ministerial, presidência do mar
ques de Loulé, 1857. — Creação do asylo Maria P ia,
1867.
15 Quart. S. Zacharias. — Os rebeldes da ilha Terceira
instituem a Regencia, composta por Palmella, Villa-
Flôr e (xuerreiro, dando-se o primeiro a si proprio reis
tlihOOJíOOO por anno e aos colleges 7:200i|!000 reis,
quando se deviam aos soldados nove mezcs e os emigra
dos de França e B tlg ica nào haviam recebido aoccorro
algum, 1830
16 Quint, S. Cyriaco. — São executados no Caes de Sodré
sete indivíduos accusados de conspiração contra o go
verno de D. Miguel, 1831. — .VIousinho da Silveira de
creta a abolição dos dizimos nos cereaes, frutas e vi
nho, que chegavam a pagar até cincoenta e mais por
cento e a amnistia dos crimes politicos, 1832. — E au-
thorisado o governo portuguez a vender as lezírias do
Tejo e Sado, defraudando-sc a nação, 18.36. — É no
meado o duque da Terceira presidente de ministros, e
Fontes Pereira de Mello do reino, 1859. — Cahe o minis
tério Loulé e D. Pedro v chama ao poder Fontes, Mar
tens, Casal e Serpa, a 2.® regeneração, 1859. — Chega
a Pretoria o arrojado explorador Serpa Pinto, 1879.
17 Sext. S. Patricio. Inaugura-se a linha ferrea Ituana no
Brazil e n’esta mesma cidade se elFectua a reunião de
grande numero de delegados republicanos dos munici-
pios da provincia de S. Paulo, os quaes resolveram or-
ganisar um congresso do mesmo partido, ficando esta
reunião cognominada a Convenção de Itú, 1873.
18 Sab. S. Gabriel. — Uma sociedade secreta de estudan
tes, para se vingarem principalmente de castigos e ty-
rannias escolares, tendo apurado á sorte doze dos seus
membros, trucidam a tiro e punhaladas em Cartaxinho,
tres lentes, o deão e um conego de Coimbra, os quaes
vinham a Lisboa dar os parabéns a D. Miguel pelo seu
regresso, 1828. — É abolida a casa do Infantado, crea-
da por D. João iv, 1834. — Decreta-se o primeiro Co-
digo administrativo, 1842. — Portugal rectifica o trata
do de Berne de 9 de outubro de 1874, para a união ge
ral dos correios, 1875.
19 ® Dom. S. José. (Liia nova ás 10 h. e 43 m. da t.). —
Pernambuco revoluciona-se o os chefes do movimento
proclamam a fôrma republicana, adoptando a bandeira
branca como o symbolo da paz, 1817. — E proclamado
o dogma da Iinmaculada Conceição de Maria, absurdo
monstruoso para que os poderes publicos de Portugal
estolidainente contribuíram, 1855.
20 Seg S. Martinho. P kimavbra. — Morro no Rio do Ja
neiro completamente idiota D. Maria i, 1816. — A Re-
geucia reconhece a D. Pedro iv, imperador do Brazil
como rei de Portugal, contra a vontade dos jacobinos
de 1820, os quaes pediam a convocação dos tres estados
para os transformarem n’uma constituinte semelhante á
franccza de 1789, e também contra a vontade da rai
nha desterrada pelo marido e adorada por todos os des
embargadores venaes, pela plebe faminta, pelo exercito
reaccionario e indisciplinado, e pelos padres e frades
•devassos, 1826. —•As cortes extraordinarias e consti
tuintes decretam nova Constituição para Portugal,
1838.
21 Terç. S. B en to.— São fusilados em Vizeu oito soldados
accusados do deserção para o Porto, 1832. — Costa Ca
bral recebe poderes extraordinarios para sufiPocar a re
volução do Minho, 18á6.
22 Quart. S. Emygdio. — É creada a guarda nacional pa
ra defender a Constituição portugueza, 1823. — Lam b,
o delegado da Inglaterra que acompanhou D. M iguel,
vendo que este pretendia fazer causa commum com o
exercito apostolico hespanhol e acolhia com agrado as
manifestações absolutistas do povo de Lisboa, reousa-so
a eutrcgar as 50:000 libras, quarta parte do emprésti
mo Rotsehild contrahido com o concurso do governo in-
glez, para a installaçào do governo, 1828. — E enforca
do no Porto um padre, 1830. — À policia assalta alta
noite a casa do inglez Roberts em Vai do Pereiro, ten
do antes prendido e insultado varios inglezes, pelo que
Palmerston exige a demissão dos funccionarios de con
fiança miguelista e grandes indemuisações pecuniarias,
1831. — Estabolece-se um porto franco em Lisboa, para
deposito de mercadorias nacionaes e estrangeiras, 1834.
— Reorganisação ministerial, 1838. — Começa a vigo
rar ein Portugal o Codigo civil, 1868.
23 Quint. S. Pelix. — Suspendem-se as admissões do novi-
as
cos nos conventos de frades em Portugal, 1821.
24 Sext. S. Marcos. — Os miguelistas commandados pelo
conde de 8. Lourenço, sào repellidos nos ataques con
tra as linhas leste e noroeste do Porto, 1833.
25 iji Sab. Annuneiação de N. Senhora.— O exército rea
lista, que se havia revolucionado em Traz-os-Montes,
• dando vivas a el-rei absoluto, á rainha, á religião, e
morras á constituição e nos pedreiros livres, é comple
tamente batido e Silveira obrigado a entrar em Hespa-
nha. 1823. — D. Pedro iv dá uma Constituição repre
sentativa ao império do Brazil, também modificada co
mo a nossa por um acto addicional, 1824.
26 (£ Dom. S. Ludgero. (Q. cresc. á 1 h. da — Con
venção entre Portugal e Hespanha para a reciproca en
trega de criminosos, 1823. — Saldanha que havia rece
bido em dote 100:000|í000 reis dados pelos constitucio-
naes, além doa rendosissimos cargos que desempenha
va, encontra-se, durante o governo de Costa Cabral já
sem recursos, a ponto de uma commissâo anonyma lhe
dar no primeiro de cada mez 82 libras, visto elle decla
rar não poder viver com menos de 20 contos por a n n o!
1851.
27 Seg. 8 . Roberto. — Napier, o salvador do constitucio
nalismo agonisante, á frente de insignificantes forças
toma Vianna e Ponte do Lim a, 1834. — Assigna-se no
R io de Janeiro o tratado de paz do Brazil com o Para
guay, 1872.
28 T erç. 8. Alexandre. — Nasce Alexandre Herculano, o
homem que sem razão plansivel alguma exerceu maior
authoridade moral em Portugal e nada duradouro fez
em beneficio da liberdade, 1810. — Tumultos em Lisboa
em consequência da morte do primeiro marido de D .
Maria ii, attribuida a Palmella que se dizia pretendia
fazer da rainha siía nora, 1835. - As côrtes decretam
a construcçào d ’uma estrada ordinaria de Lisboa ao
Porto, 1837. — Sá da Bandeira por ordem da Junta do
Porto, sahe do Porto e desembarca em Lagoa_ com as
forças que miseravelmente veio entregar ao inimigo no
Alto do Viso, 1847.
29 Quart. 8 . Victorino. — A segunda invasão franceza en-
tr» pelo norte e Soult apodera-se do Porto, 1809. —
Mousinho da Silveira decreta a liberdade de ensino,
1832. — Cria-se novamente a guarda nacional, compos-
ta de todos os cidadãos que teaham mais de lOOâOUO
teis de bens de raiz e de 18 a 60 annos de idade, 1834.
— Saldanha é nomeado presidente de ministros, 1848.
— 0 vapor Porto naufraga na Foz do Uouro, nào esca
pando nem um só passageiro e a maioria dos tripolantes,
1852.
30 Quint. S. João. — São prohibidas em Portugal todas as
sociedades searetcta, 1818. — As opposiyões setembrista,
miguelista e cartista dissidente, colligadas publicam
um energico manifesto ao paiz, aceusando o governo e
a rainha, 1842.
31 Sext. S. Benjamim. — A divida portugueza elevada á
somma de 10:698 contos, cresce n’este anno maia 500.
applieados em puras dissipações da côrte, 1806. — As
cortes declaram legitimos e necessários os gloriosos fei
tos do 13 de agosto e 15 de setembro de 1820 e benemé
ritos da patria os authores dos mesmos feitos, 1821. —
D. Pedro iv é insultado publicamente no theatro de 8.
Carlos por ter deixado escapar seu irmão D . Miguel,
1834.
1 Sab. S. Macario.
2 Dom. S. Francisco de Paula. — A divisão ingleza com-
mandada por Clínton, havendo recusado a Saldanha au
xilio para restaurar a Carla que v^era sustentar, retira
para Inglaterra, 1828.
3 igi Seg. S. Paneracio. {Lua cheia ás 5 h. e 13 m. da t.).
— .Vlousinho da Silveira manda estudar a questão das
corporações religiosas por entender que a nação depois
de separada do Brazil nào podia manter tanta gente a
viver do trabalho alheio, 1832. — Os constituoionaes
oocupam Valença e o duque da Terceira realisa uma
expedição aveuturosa ao centro do reino, 1834. —^Os
republicanos portuguezes, que haviam assistido ao jan
tar democrático, reunem-se na rua da Rosa, em casa do
ar
dr. Isidoro Vianna e tendo rejeitado, por enorme maio
ria, as propostas de Eduardo Maia e Conseglieri Pedro-
so, o primeiro dos quiies se desoedin, corrido peia as-
semblca, nomeiam o Directorio do Partido KepuhUcano
Demonratico Portuguez, composto de 33 membros, na
maioria militares e empregados públicos, com grandes
vencimentos e rendosas commissões e allianças com as
facções monarebicas don d e vieram expressamente para,
como hoje, desvirtuarem a opinião publica e obstarem á
organisaçào do partido, 187B.
4 Terç S. Isidoro. — Nasr.e no Brazil a princezado Grào-
Pará, D. Maria ii, 1819. — Mousinho da «ilveira re
solve D. Pedro iv a decretar a abolição, embora parcial,
doa morgados inferiores a 20050 lO reis de rendimento
annual, 183'1. — D . M aria n ju ra perante as cortes a
Carta constitucional de 20 de março, 1838. — Morre
em Lisboa, descrente e abandonado, .Mousinho da Sil
veira, o famoso ministro constitucional, author das leis
de IB de maio, .30 de julho e 13 da agosto, publicadas
quando os constitueionaes não tinham ainda reino, mas
tão profundas nos seus resultados que equivalem a um
89 francez, havendo nascido em Castello de Vide a 12
de julho de 1780, 1849. — Decreta-se a dcsamortis.a-
çào geral dos bens de raiz pertencente a igrejas e cor
porações religiosas, empregando-se em inscripções de
3 0/^ os rendimentos dos mesmos bens e reduzindo a uma
fu tura penúria e bancarrota, as misericórdias, asylos,
associações e monte-pios, 1861.
^ Quart, de Trevas. S. Vicente Ferrer. — José Estevão
pronuncia na camara o principal de todos os seus dis
cursos pelas soluções praticas, advogando a abolição do
senado ou camara dos pares, a abolição do veto ao rei e
a responsabilidade ministerial, 1837.
” Quint, de Endoenças. desde o meio dia até ao meio
"ia seguinte) S. rlareellino.— Graves tumultos no Rio
<Je Janeiro, exigindo o povo a demissão do ministério,
a abdicação em D. Pedro ir, sob a tutoria de Andrade,
corn o acto-addicional á Carta, 1831.
next, da Paixão. 8. Epiphanio. — As cortes decre
tam a extincçào do Santo Officio, inquisições e juizes do
“ ®'^>.1821. — A ilha Terceira com grande esforço e sa-
cniicio consegue reunir 40 contos para occorrer ás despe
gas da Regeucia, 1829. — D. Pedro iv por tal fôrma se
torua odiado do povo brazileiro que se vê obrigado a
cenauciar a oorôa ein favor de seu íiLho Pedro ii, 1831.
8 Sab. de Alleluia. S. Âmancio. — D. Pedro iv embarca
para a Europa, 1831. — Morre, dizem que envenenado
pelos inglezcs de accordo oom acam arilha,em Viliar de
Mancada, o audaci..so liberal Rodrigo Pinto Pizarro, que
se oppoz como ministro ás pretensões da Inglaterra, a
sua morte fui annunciada em Lisboa 3 dias antes de se
1'ealisar, 1811. — Reune em 8. Paulo, no Brazil, o se
gundo congresso republicano, apresentando-se já o pro-
jecto de Coastituiçào do estado de S. Paido, 1874.
9 Dom. de P a s c h o a . Trasladai^ào de 8. Monica. — A al
çada mandada ao Porto por D . Miguel condemna a se
rem enforcados na Praça Nova d ’aquella cidade o coro
nel de milícias da Louzà, Victor Telles e mais 9 marty-
res que haviam coadjuvado a revolução liberal, sendo a
cabeça d ’aquelle exposta n’ um poste na Praça de 8am-
são em Coimbra, 18Í19. — D. Maria n casa com D, Fer
nando de Cobourg, contractado por 1(K):UOOJÍOOO reis an-
nuaes e palacios, etc., que o paiz ainda hoje lhe dá, ape
sar das reclamações de alguns deputados reformistas,
que passados annos votaram em sentido contrario,
como Alarianno de Carvalho, tendo portanto comido a
esto paiz pobrissimo e endividado 4.500:000á000 reis(l),
1836.
10 Seg. l . ’' Oit. 8. Ezequiel. — D . Pedro ii de Portugal
embarcado n ’uma nau ingleza escrevo ao governo bra
zileiro, declaraudo-se credor ao thesouro do império de
1.308:00011000 reis em apólices, 15:000^000 reis em ouro,
80:0 OiSOOO de juros, fóra baixella, louças, moveis etc.,
ganhos a intrigar, 1831.
11 3) Terç. 2.» Oit. 8 . Leão i (Q. ining. á s ô h . e 56 m. da
t.). — Decreta-se que a dignidade de par do reino
se herde por varonia de legitimo matrimonio em
recta descendente com representação in, infinitum {.),
1845. .
12 Quart. S. Victor. — O duque da Terceira com » »
libcraes ataca os miguelistas e derrota-os,
governo portuguez contracta com o delegado da f®?
blica do Transtval Jorge Moudie a construcçào e exp
ração de um caminho da ferro de
Pretoria, com a approvação das camaras, vilipen
mais tarde este tratado os regeneradores c progr
tas, ambos criminosos e cúmplices na venda de Lourcnço
Marques á Inglaterra, e££eciuada por suggestues reaes,
mas impedidas em 1881 pela energia das manifesta
ções republicanas, que salvaram a dignidade nacional,
1877
13 Quint. S. Hermenegildo. — D. Pedro iv, ex-imp rador
do Brazil, e D. Maria ii embare.am para a Europa, d i
rigindo-se aquelle para os Açores e esta para França,
1831. — Morre Santos Silva, tribuno que pretendeu se
cundar em Portugal a proclamação da republica hespa-
nhola de 1873, fazendo com que os históricos se decla
rassem republicanos, 1874.
14 Sext. S. Pedro. — Authorisam-se a poderem estabele
cer-se em Lisboa as servas dos pobres, ou irmãs da cari
dade, 1819. — Prohibe-se a mendicidade pelas ruas de
Lisboa e funda-se o asylo de mendicidade, 183G.
15 Sab. As SS. Basilissa e Anastacia. — Palmerston em
desafifronta dos insultos que soífriam em Lisboa os ingle-
zes exige de D. .Miguel, em termos (Juros e condições hu
milhantes, o pagamento immediate das indeinnisai;ões o
reclama contra os novos direitos aduaneiros, contraven
ção dos tratados de 1810, com o fim de derrocar o ul
timo baluarte da Europa austriaca e apostólica, 1831.
— Contrahe-se um empréstimo de 1.750;000^000 reis
para navios de guerra era vez de transportes para as
colonias, 1874. — Sublevação popular no Minho, cha-
Wada a Maria da Fonte, e formação de juntas revolu-
cionarias no reino, 1846.
“ BíJin de l AscHOKLA. S E ngracia.— São supprimidos os
Jmzes eleitos, augmentadas as attribuições dos ordina-
17 A**'* oriam-se mais .30 novas comarcas, 1874.
® Seg. Nossa Senhora dos Prazeres e da Pena. (Lua
nova às 9 h. e 4 m. da t ). — V illa -Flôr com o emprosti-
oontrahido na Terceira prepara a expedição ás ilhas
® oeste, 1831. — 0 marquez de Sá é nomeado presi-
18 x**” *'^ M’ oistros, 1865
orç tJualdino. — Mousinho da Silveira decreta a
^’J*°**^_'iidade da propriedade individual, 1823. — Ro-
*'-arro, barão (la Ribeira de Sabrosa, é nomeado
Qitart***'^ ministros, 1839.
jq: Hermogaues. — Ruptura de relações de D .
nã^h ^ França, saldado o consul de Lisboa, por
0 attenderem ás reclamações, esperando ser pro-
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mes recursos que resiste dura^t! “in"*'** “ ° 'í‘
adoptadas pelo^ im peril p a S s u p p la n ta rr'lS sT ^ '^ n "^
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l í b ^ t c S a 'D . ® £ r i r ^ Desembarca em
pas- que os emigrados da imft rainha, a
1828. _ Morre D p L r n ^ bandidos,
r u iS T r a " « f í ó “ he*ato*dí
iio», 1004:. — Mmisterio Palmei!a irqa 1 ^^
creta-se que uma forca de 10*nrin i. ' ° . D e-
Isabel ir de Hesnanha^pm ^ homens vá auxiliar
ÍÍ5 Seg. S. F i r m i n r _ \r— p e r r a com D. Carlos, 1835.
Silveira 183-’ n Palmella-Mousinho da
mehos desnaVhoT .pbm arino transmitte os pri-
26 Terc % « Madeira, 1873,
se ter estabeíeddo e m ^ L i f c ' o “
Sõ.r.ísír •
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decorridos 4. *
riXorATS
p a n d es homens, mas só depois do
S ^ c a m n d iT r ^ *°"do por ora vi-
27 I ) Quart P Pessoas reaes (!), 1833.
ID Quart. 8. Cosme. (Zua cheia ás 4 h . c 36 m. da m.).
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n arW , q u a t r ò 7 s :r e m % ';t ;“á^
£ s ao m T l 8 1 7 '® Í “ o “ queimados e as oinsas l^nça-
diotador insloz^Beresford^^o"^” ” ’’evolução intima o
do Rio dfi ínnoiw ’ uvd, o qual acabava de chegar
no p r L o de a l h d « veino
senão o dn !oh* •’e™®’ “ ?e reconhecendo outro direito
1« ^ ?i • da soberania nacional, 1820.
fo m “ da n ' Z,®o“ (Q- da11 h. e
discussão dás oA ? P°T*’ eenhecimento da violenta
tra os aulicoH do^^+1’ *‘'®vada entre Passos Manoel con-
apnellandò n L fí * p “ ™ ’ defendendo estes a rainha e
Bandoli- P°^ Pe®®e® pura a republica, que Sá da
S . “ ; . ' r r v ; “ “ , s “ ” ' ’ eT í’- " ’ í t t "-
S ”s r r ; " T K ' “ “ ^
francameni-’ .P*’ ®’” ®!' e Portalegre, os candidatos
Thennh^o R ''®P"^,^e?“ o« dr. Rodrigues de Freitas, dr.
os trns u- Teixeira Bastos e Carrilho Videira,
D-ni-Q, f ‘ “ ’’ u* aceitando o mandato iníperativo, uma
garantia segura para eleitores e elegiveis, 1879.
■ rr
21 Ia b ? “ /u M ^ u la ^ -’ s\ o'fixados em
vencimentos dos ministros portugueses, hoje ‘5 .2 0 0 ^ 0
reis, além das verbas votadas para
22 Dom. S. Maria Salomé. — Saldanha, presidente « o ga
binete chamorro, tendo renegado as suas ideas e aban
donado Mousinho, Pizarro e os Passos, que reclamavam
que estes bens vendidos a dinheiro se “ ““
fundo de instrucção publica, continua a venda dos bens
uaoionaes, riquezas prodigiosas, vendidas a »1°®°
inserincõcs e titulos da divida ao thesouro, muitíssimo
depreciados yX com o deficit de
apresentava jã o orçamento de d l a do, „
23 Sog. S. Romào. — D . Pedro iv escreve a seu pai D.
Joio VI dando-lhe parte de se ter proclamado “ a p e ^ -
dor do Brazil e offerecendo á naçao portuguesa um
asylo nas adversidades que lhe estavam •“«ninentes
1822. — Os constitucionaes co“ t;ahem em Londi^^^^
empréstimo de 2.910:000^00 reis por 182:762^500 reis
elfeotivos com os juros ou encargos de cerca de 20 /q
ao anno, 1832.
21 Terc. S. Raphael Archanjo.
25 Quart. S. Chrispim. — S. M iguel, nos Açores, pronun
cia-se em favor da junta do Porto contra o
1816. — É authorisada D . M ana José Cruz O liveua ô
Silva, de Vagos, a fazer exame de
versidade de Coimbra, 1660 - Principia o julgamento
dos empregados do banco Ultramarino, accus.idos de
roubo pelo governador e vice-governador do m
banco, mas Ibsolvidos pelo ju ry, dando occasiao este
processo a reconhecer o publico que os bancos por
guezes na maior parte sào uma exploração ignobil, em
que alguns exploram o povo com capRims do n ie ^ o ,
servindo só pai^a os directores e seus afilhados, 18. U.
26 ® Quint. S. Evaristo. (Lua cheia ás 2 h. da t.). —
Nasce D. Miguel de Bragança, o ultimo, ostensivamen
te rei absoluto de Portugal, 1802.
27 Sext. S. Elosbão.
28 Sab. S. Siinào. — A marqueza de Chaves, cognominada
pelos franoezes que a temiam o panorama da fealdade,
montada n’um macho, com uma banda a tiracollo e
grande cbapío de abas atado com uin laço vermelho,
entra em Villa Pouca e subleva ein favor de D. Miguel
e da religião, caçadores 7, que fica commandando, 1826.
— Inauguração do caminho de ferro de Lisboa ao Car
regado, 1856.
29 Dom. Trasladação de Santa Isabel. — Tratado do Fon
tainebleau pelo qual Portugal 6 dividido em dous rei
nos, um para o rei de Etruria e o outro para D. Ma
noel Godoy, 1807. — Cria-se a moeda do bronze (pata
co), 1811. — D. Pedro IV do Brazil outorga a Carta
constitucional, 1826. — Ministerio A vila, 1870.
30 Seg. 8. Serapião. — Abertura das primeiras cortes con
vocadas segundo a Carta constitucional, 1826.
31 Terç. S. Quintino.
editar manuscrintos
Dardil hÍ ^•’ “ ^“ ’ P'^ee>oso8 para a historia^im-
183^ - convinha á monarchia,
18Sfi M. n ? Conservatório da arte dramatica
ir n • ■ ~ C - Maria ii, 1853. ’
cas de S4 Val-Passos entre as for-
ças de ba da Bandeira e as de Casal, 1846. — Extinc-
if° impostos vexatórios em Ango-
la, iB ij. _ A camara municipal de Lisboa discute a
celebre qiwstao do muro nos cemitérios, 1877
sitiados constitucionaes pro-
C arrilho V ideira .
L
0 HOMICIDIO SAGRADO
M odsinho da S il v e ir a ,
or
A liberdade, junta á sciencia e á justiça é to
do 0 fim do homem. P roudhon.
OS R O M E I R O S D A S C I E N C I A
Eil-os! vão por estradas escabrosas,
Por áridos caminhos, por desertos.
Impávidos heroes, nunca libertos
De trabalhos, de luctas fadigosas.
Athietas colossaes nas espaçosas
Liças da experiencia, vão cobertos
Do louros e de espinhos, sempre abertos
Os braços para as cousas luminosas.
Modestos, não se prendem nas chimeras.
Nas phantasias vãs, nas vãs miragens
De um mundo de illusões e de vaidade.
São romeiros que vem de antigas éras.
De longínquas montanhas e paragens
Só em busca do templo da Verdade.
T eixeira B asto s .
A fé quer o impossível; só se satisfaz_ por este
ço.
preço R enan .
B
AO EPICO IMMORTAL
Se aqui podesse vir Camões, n’estes instantes,
Ha campa onde repousa ha já trezentos annos;
Se aquella rude mão, que fulminou tyrannos
E sustentou cruéis batalhas de gigantes,
Podesse ainda agitar em crispações vibrantes
O velho Portugal de heroicos puritanos;
io«
E viase como o altivo estandarte das quinas
Treinúla esfarrapado ao riso do estrangeiro,
As terras d’além-mar vendidas a dinheiro,
A patrla toda em sangue, em trevas e em ruinas.
As grandes tradições no fundo das sentinas,
E o soluço íiual d’um povo aventureiro;
UNUS IN DUO
Um dia o Omnipotente aborrecido
Da somnolenta inércia do seu sêr
Decidiu que também ia morrer
Para se dar um gozo probibido.
RELIGIÃO E POSITIVISM O
É , na verdade, assombrosa a rapidez com que
nos últimos tempos a religião tem ido perdendo
terreno e cedendo o passo a uma nova doutrina,
inteiramente opposta ás revelações theologicas e
ás^ phantasias metaphysicas de uma época que ter
mina. Estamos já n’um avançado grau de transi
ção em que todos reconhecem a decadência e a
ruina do catholicismo entre nós, admittindo-o po
rém ainda como uma necessidade, como um freio
moral, para conter os excessos e evitar os desre
gramentos. Esses não separam a moral da religião,
e desconhecem por ignorância, ou por atonia men
tal, que são cousas distinctas que por fórma algu
ma se devem confundir. A moral, seguindo a sua
evolução historica, está passando para uma phase
nova, muito superior ás que a antecederam e que
se baseavam absolutamente no egoismoj o que ó a
caridade tão apregoada dos christàos, essa virtude
tào divinisada como a maior gloria do catholicis-
mo, senão o egoismo interesseiro e sordido? Faz-
se a caridade na esperança de se receber a recom
pensa no céo. É um empréstimo e um empréstimo
a juro excessivo, porque a recompensa celeste ó
eterna! Ora a nova phase da moral, a moral
positiva, —- ó sem contestação muito superior. Ba
seia-se no altruismo. Esta palavra significa a ante-
posição dos interesses geraes aos particulares, o
sacrificio do individuo á oollectividade — vivre
pour autrui. É o nosso dever — viver para a fa
milia, viver para a patria, viver para a Humani
dade. É esta também a maior das felicidades, por
que o individuo é parte de um todo, e só póde ser
feliz quando o todo de que faz parte também o é.
0 conhecimento da solidariedade humana tem
muito mais força para obter este resultado do que
a crença nos prémios e castigos eternos. A idéa
da solidariedade é muito mais efficaz para desen
volver a perfeição, do que a idéa de Deus. E esta
uma verdade demonstrada já pela experiencia e
pela observação, embora peze aos que ainda crêem
ua virtude dos principios gastos e estafados de
uma religião já morta. Dizem que o positivismo
mata a intelligencia e os sentimentos e deixa ape
nas um materialismo grosseiro e bestial. Que idéa
fazem, pois, da philosophia positiva? Em vez de
matar a intelligencia e os sentimentos o positivis
mo desenvolve-os, é uma fonte de idealisaçao muito
mais abundante e muito mais pura, do que todas
as religiões. É isto que não querem vêr, nem ad-
mittem os theologos e os metaphysioos. O tempo,
porém, dar-nos ha razão.
T eixeira B astos .
SONETO DE UM POSITIVISTA
Ás vezes, quando o legendário vento
Irrompe furioso das cavernas,
E os astros, como lúcidas lanternas,
Alumiam o vasto firmamento.
A COOPEKAÇÂO
A cooperação procura os meios materiaes de
progresso. Reune provisões para os seus membros
estabelecendo armazéns; fornece-lhes objectos
uteis para as suas manufacturas; aspira a tornar-
se proprietária de terrenos e de navios; edifica;
faz operações commerciaes e agricolas com o fim
fie empregar n’ellas os seus proprios membros; a
sua educação e o seu self-governement levam a so-
IIO
M u c i o T e ix e ir a .