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P ara 1882

C v -iz i ^ n sra sro )

Contém tabellas das marés, caminhos de forro, americanos,


carruagens, vapores, telegraphos, correios, lei do sello, incêndios, e
um kalendario, comprehendendo todos os ^ctos mais salientes
da nossa historia desde 1800 até nossos dias, c artigos,
poesias ou trechos de Theophilo Braga, Teixeira Bastos, Julio de
Mattos, Alexandre da Conceição, Carrilho V ideira, X avier do
Carvalho, Reis Damaso, Victor Hugo, Spencer, Littré,
E. de Glrardin, Voltaire, Proudhon, Quinet, Baspail, Borges
Carneiro, Passos Manoel e Mousinho da Silveira, etc.

- o -^ c^3s»e»-o -

L IS B O A
nova l iv r a r ia in t e r n a c io n a l
96, Rua do Arsenal, 96

IS S l
<
DIAS FERIADOS

Janeiro 1 — Entrada do anno.


Abril 29 — Outorga da Carta. •
Julho 31 — Juramento da Carta.
Setembro 28 — Anniversario de D . Carlos.
Outubro 16 — Anniversario de D . Maria Pia.
Outubro 29 — Anniversario de D. Fernando.
Outubro 31 — Anniversario de D . Luiz.

F e s ta s m o T e ls

Septuagesima........................ 5 de fevereiro.
C inza..................................... 22 de fevereiro.
Paschoa................................... 9 de abril.
Ascensão............................... 18 de maio.
Espirito Santo...................... 28 de maio.
SS. Trindade........................ 4 de junho.
Corpo de Deus..................... 8 de junho.
Coração de J e s u s ...? ......... 16 de junho.

E c lip s e s d o a n n o de ftS S S *

17 DE M aio . — Eclipse total do sol, visivel em


Lisboa como eclipso parcial. Principia ás 5 h., 8 m.
e 30 seg., e finda ás 6 h., 37 m. e 46 s.
10 DE Novembro. — Eclipso annular do sol, in­
visível em Lisboa.
6 DE D ezembeo . — Passagem de Venus pelo
disco do sol, parte visivel em Lisboa. Contacto ex­
terno no ingresso á 1 h. e 25 m. da t . ; contacto
interno no ingresso á 1 h. e 44 m. da t.

CAMINHO DE FERRO AMERICANO

De qualquer dos pontos ás portas do caneiro do


Alcantara ou vice-versa: dia 50 reis, noite 60 reis.
De Alcantara a Belem ou vice-versa; dia 50
reis, noite 60 reis.
Do caminho de ferro a Belem ou vice-versa:
dia 100 reis, noite 120 reis.
Do caminho de ferro ao largo do Intendente:
dia 50 reis, noite 60 reis.
Do Passeio a B elem : dia 100 reis, noite 120
reis.
Do caminho de ferro a A lg é s : dia 100 reis,
noite 160 reis.
Do largo^ do Intendente a Belem : dia 100 reis,
noite 120 reis.
De Belem a A l g é s d i a 5£) reis, noite 60 reis.
Da praça do Principe Real a qualquer ponto
dentro da cidade: 50 reis de dia e 60 reis de noite.
Pela época dos banhos ha carreiras de ida e
volta para Algés, por 200 reis.
M g n a c s : Para Belem, azul; Intendente, ver­
d e; caminho de ferro, encar?iado/Passeio, aniarel-
lo ; praça do Principe Real, amarello e azul.
Meia luz branca e outra metade de diversas co­
res indica que os carros recolhem á estação.
COMPANHIA DE CARRUAGENS LISBONENSES

TABELLA DOS PREÇOS

«sm
u *_
<e |ita
B Cs
Cu O
2 «o*
uS
Serviços
^ S
VsA rttS
o
O
D en tro da d e m a rca ç ã o
P o r d ia
Todo o dia, desde o romper do sol
até á meia noite............................ 4^500 4i?i000 7^500
Manhã, desde o romper do sol até
ao meio d ia..................................... 2 ^ 2i;ooo õíipOO
Tarde, desde o meio dia até á meia
noite.................................................. 3W0 31000 611500
Cada hora de serviço antes ou de­
pois das horas supra..................... 400 300 800
horas
Desde o romper do sol até á meia
n oite:
Duas horas.......................................... W500 liíí300
Terceira e seguintes, não havendo
interrupção................... .................. 400 300
Meias horas depois das duas.......... 200 200
Póra da d e m a rca ç ã o
Além dos preços acima estipulados
paga-se mais :
Por cada legua fora da demarcação 400 300 600
Por cada meia legua mais............... 1 200 200 300
o

S IQ N A E S D E IN C Ê N D IO

K m . K is b o a

Bica do Sapato e Valle de


Santa Engracia, Beato An-'/
11 • Santo Antonio, Eegedo-
tonio...................................)
ria e Cabeço de Bola,
S. Vicente, Santo Estevão 12 Escólas Geraes, Chafariz
de Dentro.
G raça................................... 13 Calçada do Monte.
S. Thiago, Sé, S. Chris-'/ (Loyos, Aljube, Costa do
14
tov ã o................................. j ( Gastello.
Carmo, Conceição Nova. 15 Quartel do Carmo, Guar­
da do Deposito.
S. N icolau.......................... 16 Praça da Figueira.
Soccorro .............................. 17 Mouraria.
8 . J o s é ................................ 18 Passeio (lado do norte).
P e n a .................................... 19 Convento da Encarnação.
Bemposta, Anjos, Penha)
de França........................)
20 (Campo do Sant’ Anna, A r-
( roios. Monte Agudo.
S. Sebastião....................... 21 Quartel de Santa Rita.
Coração de Jesus............. 21 Largo de Santa Martha.
Monserrate......................... 22 Amoreiras.
S. Mamede......................... 22 Collegio dos Nobres.
Santa Isabel....................... 23 Rua Nova da Estrella.
Estrella............................... 24 Buenos Ayres, Boa Morte.
L a p a ................................... 24 Rua do Pau da Bandeira.
Necessidades..................... 25 Praça de Armas.
S. Francisco de P a u la ... 26 Pampulha.
Santos-o-V elho................. 27 Inglezinhas.
P a u lista s........................... 28 Junto á igreja.
C h a g a s............................... 29 Rua das Flores.
S. I&)que........................... 30 Travessa da Queimada.
M artyres............................. 31 Governo civil.
S. P au lo.............................. 32 Caes do Sodré.
Para cessarem os toques. 7
Em. Bolem

Boa H ora............................ 33 Paço do Concelho.


Convento dos Jeronymos. 34 Mercado do Peixe.
S. Pedro em A lca n ta ra .. 35 Junq ueira.
36 Casa do regedor.
Carnide............................... 37 Casa do regedor.

jN o B orto

S é ................................ 4 Largo da Sé.


Santo Ildefonso......... 5 Casa Pia.
Orphàs....... T.............. 6 Guarda do Jardim.
Cam panhã................. 7
Uom&m....................... 8 Largo do Bomfltn.
Santa Catharina....... 9 Praça do Bolhào.
A guardente............... 10 Quartel de S. Braz.
Paranhos................... 11
L ap a............................ 12 Quartel de Santo Ovidio.
Cedufeita.................... 13 Priorado.
Palacio de C r y s ta l.. 14 Palacio de Crystal.
Carm o......................... 15 Quartel da Municipal.
Trindade.................... 16 Praça do Bolhào.
Praça de D . Pedro . 17 Guarda da Camara.
M isericordia............. 18 Banco de Portugal.
S. Nicolau................. 19 Utilidade Publica.
V illa Nova de Gaya, 20
M iragaya................... 21 Alfandega.
M aasarcllos............... 22 Caes Novo.
L ordello................... 23
Foz do D o u ro ......... 24
Para parar............... 3

E m C o im b r a

. . 10 Sauta Cruz..................... 13
S. Christovâo.... ......... 11 Santa C lara................... 14
S. Bartholomeu.. .......... 12 St.“ Antonio dos Olivaes 15
s

EMPRESA INSULANA DE NAVEGAÇÃO

açores e madeira

Sahe de Lisboa no dia 5 para S. Miguel, Ter-


ceira, Graciosa, S. Jorge, Payal, Pico e Flores, e
chega de 21 a 25,- e no dia 20 para a Madeira,
de^O ^ ^o” ^’ ^ Terceira e Fayal, e chega

H a d e lra
! . “■ Classe.................................................
2 . » Classe.................................................................
3. » Classe................................. ................................
Convés.................................... .................... . ■ 55000

• Sa n ta H a r la e S. H lg a e l

2 ‘ r c u " ® ® ......................................................................... 305000


3 a C as!e................................................................ 225000
Convés ...................................................................... 105000
...................................................................... 65000
T e r c e ir a
1. “ Classe................................................ p
2. » C lasse............................. ; ; ...................................
3. » Classe............................. ................................
................................................................ 65500
d racion a, S. J o r g e , F ayal e Pico
1.» Classe...................................................... O9

3.» Classe..................................................... f4
....................... í S
F lôre»
1.® Classe................................................... Q
2 “ Classe......................‘ ; ......................................

Convés 135000
.................................................................... 05000
o

COMPANHIA REAL DOS CAMINHOS DE FERRO PORTEGUEZES


De Lisboa ao Entroncamento
PREÇOS DOS BiLH>
ESTAÇÕES
1.* 2.a
_
Lisboa...............................
4 Poço do B ispo................. 120 100 70
7 O liv aes............................. 140 110 80
200 160 120
10 Saca vem ...........................
360 280 200
18 Povoa ................................ 250
A lv o r c a ............................ 440 340
22 290
A lh a n dra......................... 520 410
26 350
V illa F ra n ca ................... 620 480
31 580 410
37 Carregado......................... 740
940 730 520
47 Azambuja.........................
55 Ponte do R e g u e n g o ----- 13100 850 610
13220 950 680
61 Sant’ A n n a ..................... .
13490 I3I6O 830
75 Santarém ....................... .
13670 13300 930
84 Valle de Figueira.........
13S70 13460 13010
94 Matto do Miranda........
23O6O 13590 13140
103 Torres Novas.................
Entroncamento............. 23130 13660
107
De Lisboa a Dadajoz

Lisboa...............................
Entroncam ento............... 23130 13660 13180
107 13930
23210 13720
111 13320
23370 13840
119 13140
Trama g a l......................... 23580 23010
130 13490
23680 23090
135 13630
23920 23270
147 13810
Ponte de S ô r ................... 33260 23540
164 23030
33660 23850
184 23210
33970 33090
200 33H50 23400
217 43310
43510 33ÕIO 23510
227 23720
43890 33800
246 23930
63260 43100
265
53630 43390 33130
282
lO

D © X jis b o a a O a c e r e s

PAKÇOS DOS BILUKTES


£STAÇÒES
1.» 2.» 3.»

Lisboa...............................
175 Torre das Vargens......... 33480 23710 13930
204 Peso................................... 43060 33100 23250
224 Caslello de V id e............. 43100 33470 23480
240 Mar vão.............................. 43770 33720 23050
250 Valencia d'A lcau tara.. . 53090 33970 23830

I3 e Hiisboa, ao f^orto

Lisboa..............................
107 Entroncam ento............. 23130 13600 13180
121 Thomar (P a y a lv o )......... 23410 13870 13340
ISO (Jlião de M açà»............. 23580 23010 13140
140 Cacharias......................... 23780 23170 13550
150 Albergaria........................ 23980 23320 13600
162 Verm oil............................. 33220 23510 13790
170 Pom bal..................... 33380 230:30 13880
180 Soure............................. 33700 23880 230G0
202 Formoselha...................... 43010 33120 23230
212 Taveiro.............................. 43210 33280 23340
218 Coim bra............................ 43330 33370 23110
225 Souzellas........................... 43470 33180 23490
237 Mealhada....................... 43710 33600 23020
245 M ogofores......................... 53870 33790 23710
253 Oliveira do Bairro . . . 53030 33910 23790
273 Aveiro............................... 53420 43220 33010
288 E starreja....................... 53720 43150 33180
301 O var.................................. 53980 43650 33320
312 Esmoriz............................. 03200 43820 33110
318 Espinho........................... 63320 43910 33510
sa 1 Granja............................... 03380 43960 33540
328 V alladares..................... 63510 53070 33020
333 V'illa Nova de G a y a ... . 63610 53140 33080
337 P orto.................................. 63090 53210 33720
CAlllMlO DE FERRO DO JilMlO E DOL'RO

L in h a d o M in h o — Do Porto 4 Regoa, Braga e Valensa

_
P orto..................................
120 90 70
5 R io T in to..........................
Erinezinde {Entronc.'o).. 180 140 100
9 170
S. Rom ão.......................... 310 240
16 250
T r o fa ................................. 440 340
23 340
Fam alicao......................... 610 480
2 680 410
9 Nine.......... ......................... 740
910 710 510
48 T adim ................................
15030 800 570
51 B raga.................................
870 680 490
46 S. Bento........................ •••
950 840 530
50 Barcellos...........................
15140 890 630
60 Tarael................................
15310 15020 730
68 Barrozelas.........................
15480 15150 820
77 1Jerque...............................
15550 15210 870
82 Vianna............................... 940
89 M ontcdor........................... 15690 1 15310
15840 1 15430 m o io
97 Ancora...............................
15990 1 15550 U l ’O
Caminha............................
105
110 Seixas.......................... _• •• 25100 i 15620 mioo
25200 15710 1,5220
116 V illa Nova da Cerveira.
25390 15860 15330
126 S. Pedro da T o r re .........
25510 15950 15400
130 Valença.............................

Linha do Douro

- ---
P orto................................
120 90 70
Rio T in to ....................... ICO
Erinezinde [EntroncM). 180 140
310 240 170
V allongo......................... 280
500 300
R ecarei....................... ..
590 460 1 330
Cette................................
PREÇOS DOS BILHETES
tS
ESTAÇOK3
1.» 2.* 3,*

Paredes..................... 670 O(U


P en afiel................. 740 410
Cabide..................... 870 4yo
V illa M eã............. 990 770 550
Marco de Cauavezes . . . 1^160 900 650
Juncai.............' 1 <00
M osteiró........... \maa i <0
Caídas de A reg os........ 1JI500 1ÍI170
E rm id a .......... T. 1Í1610 Xj^£,0\J yiA)
Harqueiros............. uuo 1ÍI360 970
Caídas de M oledo......... 1|;880 1^460 ISOiO
Regfoa.....................
1^100
Covellinhas.............. 2^140 1H670 im o
Ferrão................... 2â270 W770 1^260
Pinhão ....................
lj:340

C a m in h o d e F o r r o d o F o r t o á F o v o a

PRE^O
5 estações — -----
2.«
__
P orto...............
4 Senhora da H o ra .. . .
80 50
9 C ustoias............... 1 1A
n Pedras Rubras........ ...........1 1«A
14 Viilar do Pinheiro..........
240 150
16 Modivas................... OQA
20 M indello...............
23 Azurara..............
25 Villa do Condo........
450
28 Povoa..................
olO
Amorim...................
O iiU
Laundoa.............
Rates................. 7CA
Fontainhas.............. 7QA
___ L
Caminhos de ferro do sul e sueste

X>e Xjisboa a Serpa

PREÇOS DOS BILHETES

ESTAÇÒBS
s 1.* 2.* 3/

Lisboa (v a p o r ).. ...........


B a rreiro........................... 150 150 100
2 Lavradio........................... . 310 290 210
5 Alhos y e d ro s................... 310 290 210
8 M oita................................. 350 310 230
16 Pinhal Novo (Etxtronc.). 500 430 310
31 Poceirào............................. 780 650 4<0
42 Pégões............................... 690 810 590
57 Vendas Novas................. 1^270 1^30 760
75 M onte-M ór....................... m e io 1^300 930
60 Casa Branca (Entronc.). 1Í900 Ub-zO 12090
102 A lcaçovas ........................ 2;èl20 1^660 12220
110 Vianna............................... 2i3270 1,2810 12300
117 V illa Nova....................... 2ig4l0 12910 12370
125 A lvito................................. 2^60 22030 12460
137 Cuba................................... 2^780 22210 12580
154 Beja {Entronc.)............... 3^110 22460 12760
166 B a leizã o........................... 3iS;330 22640 12890
173 Quintos.............................. 8;g4G0 22740 12960
183 Serpa................................• 3^650 22890 22070

1 3 e I^isboa a Setúbal

Lisboa (vapor)........ .. __ _ —

Barreiro........ .................... 150 150 100


2 Lavradio........................... 310 260 210
5 Pinhal................................ 310 290 210
8 Alhos V edros................... 350 310 310
16 Moita.................................. 500 430 310
23 Palm ella........................... 630 530 390
28 S etú bal............................. 720 610 440
X )e I ^ is b o a a JB vora e G x tre m o z

PREÇrS DOS BILHETES


ESTAÇÕES ■

1.» 2." 3.*

Lisboa...............................
90 Casa Branca. . . . - ............ 15900 15520 15090
116 Evora................................. 25360 '159O0 15360
136 Azaruja............................. 25770 25190 15570
141 Valle do Pereiro............. 25860 25270 15630
149 Venda do Duque............. 35010 25390 15710
157 E vora-M onto................... 35160 25500 15790
168 E xtrem oz......................... 35370 25660 15910

XDe S e j a a O asevel

Beja {Entroncamento) . . __ _
19 O uteiro.............................. 330 250 180
24 Figuoirinha................ .. 460 360 260
38 C arregueiro..................... 720 560 400
47 Casevel.............................. 890 700 500

'V a le s

Sacam-se vales do correio em todas as terras onde hou­


ver propostos de recebedor de comarca.
O prémio da emissão de vales do correio é de 50 reis por
55000 reis ou fracção de 55000 reis.

’X ’e l e g r a m m a s

Taxa fixa 50 r e is ; por cada palavra 10 reis, logo que se­


ja entre duas estações do reino ou das ilhas. Telegrammas
noticiosos para a imprensa etc. : taxa 25 reis; por cada pa­
lavra 5 reis. Telegrammas dentro de Lisboa e Porto ou lo­
calidades circumvisinhas até á distancia de 15 hiloraetros,
taxa 25 reis; cada palavra 5 reis. Telegrammas multiplos,
a mais de um destinatário na mesma localidade : taxa . 100
reis; cada palavra 10 reis.
Enchentes e vasantes das marés

PBEA MAR BAIXAMAR


Idade da
lua Da manhã D a tarde D a manhã Da tarde

h. m. A. ■m. h. m. A. m,

1e 16 2 55 3 20 9 7 9 32
2 17 3 44 4 90 9 57 10 22
3 18 4 34 4 59 10 45 11 11
4 19 5 24 5 49 11 3(5
5 20 6 13 6 38 0 1 0 2G
6 21 7 3 7 28 0 51 1 15
7 22 7 53 8 18 40 2 5
8 23 8 42 9 7 30 2 55
9 24 9 32 9 57 3 20 3 44
10 25 10 22 10 46 4 9 4 34
11 26 11 11 11 36 4 59 24
12 27 0 1 5 49 13
13 28 0 26 0 51 38 3
14 29 1 15 1 40 28 53
15 30 2 5 2 30 8 18 42

N. B. As horas das marés do dia 1 da lua, são as mes­


mas do dia 16; as do dia 2, das do dia 1 7 ; e assim por
diante.

M a r é s . — Conheeem-se as horas das marés pela ida­


de da lua, que data do l . ° dia da lua nova. Procurando es­
ta idade na tabella acima, ter-se-hão as horas de preamar
e baixamar em um dia qualquer. Supponhamos que se de­
seja saber os preamares e baixamares de 28 de a b r il: pro­
cura-se este dia na folhinha e acharemos que é o 11 dia
da lua, e procurando na 1.* columna da tabella o n.® 11,
acharemos na mesma linha horisontal o que desejamos.
Quando na tabella das primeiras marés se notam marés da
tardo, as marés da maphà d’esse dia são as segundas do
dia antecedente ; como acontece no dia 30 da lua, cujas ma­
rés da manhã são as segundas do dia 29.
IG

88
1Í5 00

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Porte das correspondências permutadas entre os correios
do reino e o das Ilhas adjacentes entre si e com destino
aos demais paizes que fazem parte da União postal uni­
versal, 1.®, 2.® e 3.® grupos, segundo as suas respectlvas
condiQoes do franquia.

0$ IsS
. *o *o 'o Grupos
Cartas 1
to
i s s Oi Cada 15 grammas ou fracção

03 CO tsO 1-^ Bilhetes postaos — Cada um


O O O o
<jí C i J5*. M> Bilhetes postaes com resposta paga
O O O 1 o
to
tsC M ^ M Jornaes — Cada 50 grammas ou fracção
O O O

to to h-* Impressos 2 — Cada 50 grammas ou fracç&o


o o o Oi

to ^ Amostras — Cada 50 grammas ou fracção


o o o O*

to Até 250 grammas i o q S


O'
r i o . 's s
8 8 S ( 5 “ i
Cada 50 grammas a mais } m. »
o* /
o oos

Prémio de registo
s s s s Cada volume além do porte

to Cartas de valor declarado — Cada 100|$l000 reis


0 '
111 o ou fracção, além do porte o do registo

O ’ tn C l
ooo to Avisos de recepção — Cada um
O'

1 O porte de qualquer carta ori^naria do continente do reino,


Açores ou Madeira, destinada ás pi'ovlncias ultramarinas poi*tagnesas
ou vice-vers^, ou do provin da ultramarina para outra p rovin da ul­
tramarina, feita a remessa |ior embarcações portuguezas ou nnvios es­
trangeiros que transportem gratnitamente as malas, custa cada J5
grammas, ou fracção, 60 reis.
2 Jornaes, impressos e amostras, nas condições da nota anterior,
pagam 5 reis por cada 50 grammns ou fracção. Para com os i>aize8 es­
trangeiros não ha diatinoção alguma entre jornaes e impressos.
I*aizcs quo compõem os grupos <la
União postal uuívoi-Si>l, nas tros
ultimas casas da tabella supra in­
dicada.

1. ® G ru po. — Allemanha — Aiistria-Hungria — Bélgica


— Brazil (por vapores nào subsidiados) — Canadá — Con­
federação Argentina — Dinamarca — Égypto — Estados-
Unidos da America — França — Grau-Bretanha — Grécia
— Hollanda —> Itnlia — S VIarino — Montenegro — No­
ruega — Persia — Romania — Russia — Sorvia — Suécia
— b iiissa — Terra N ov a— Turquia.
2. ® G ru p o ^— Aden — Bermudas— Brazil (pelos paque­
tes das Me.!‘8ageries-Maritimes) — Ceylão — Colonias diiia-
marquezas — Colonias francezas na A iia, A frica, America
e na Oceania — Colonias hollandczas na America e ua
Oceania — Colonias portuguezas na Asia, Africa e Oceania
— Confederação Argentina (polos paquetes das Measageries)
— Costa do Ouro — Estabelecimentos inglezes do Estreito
— Republica de Honduras — Hong-Kong — índia ingleza
— Jamaica — China— Janào — Siberia —•Mauricias — Me­
xico — Persia — Salvador— Serra Leôa — Trindade.
3 ® G ru p o. — Cabo V erd e— Brazil e Republica Argen­
tina (p(dos paquetes das companhias Royal Mail e do P a­
cifico)— Colonias francezas, hespanholas, hollandczas, in-
glezas e portuguezas, e todos os outros paizes além de Suez
na Asia, A frica ou Oceania (via Brindisi).

O l)s e r v a ç ô o s
Nas cartas não registadas é prohibido incluir dinheiro,
ou qualquer objecto de ouro ou prata, mas podem incluir-
se estampilhas e sellos.
No caso de extravio do carta ou maço registado o estado
pagará 9^000 reis e o valor total do registo, caso esto o de­
clare.
As cartas não franqueadas pagam o dohro do (lorte, e o
dobro do porto que lhes falta as franqueadas insuflieiente-
mente.
Conaideram-se jornaes de qualquer natureza, os impres­
sos que teern titulo especial, repetido em cada publicação
feita em dias certos. O que contém indicações manuscri-
ptas, além do nome e residência, são considerados como
lO
cartas e nào sâo expedidos maços de mais de 1:000 gram­
mas de jornaes, impressos ou amostras.
Consideram-se impressos : os livros, brochados ou enca­
dernados, os preços correntes, os catalogos, as circulares,
as estampas, mappas, papeis de musica, bilhetes de visita,
participações e convites, e as provas de imprensa com no
sem correcçòes, podendo ser acompanhadas de original.
Os livros podem ter manuscripta qualquer dedicatória e
assignatura; os preços correntes os algarism os; as circula­
res o nome, categoria e tratamento das pessoas a quem se
dirigem, data e assignatura ; os papeis de musica a musica
e le tr a ; os avisos e convites os espaços destinados a indi­
cações proprias ; os bilhetes de visita as palavras de peza-
mes, parahens, agradecimento ou despedida.
Consideram-se como manvscriptos e amostras: os papeis
escriptos á mào, as apólices, os titulos e outros papeis com-
merciaes lithographados ou impressos.
Não ha limite de peso para os manuscriptos.
Os processos, precatórias e autos judiciaes civis ou mili­
tares devem ser sempre registados.
Os objectos de ouro ou prata e as pedras preciosas podem
ser expedidos como amostras, sendo registadas.
CALENDARIO

Naecõ o sol . ^ i. P3e-se o sol


Dia 1 — 7 h. 20 tn. JANEIRO, 31 diaS Dia 1 — 4 h. 48 in.
. 17 — 7 h. 18 m. . 17 — 5 h. m.

1 Dom. ^ Circuinfíisão. Grande gala. — A incapacidade


dos geiieraes portuguezes, não querendo os constituoio-
naes admittir Saldanha e Pizarro, emigrados em Paris,
obriga aquelles a chamarem ao Porto Solignac, obscura
e caduca relíquia dos exercitos napoleonicos, 1833.
2 Seg. S. Isidoro. — Abrem-se as eamaras e M A . de
Carvalho apresenta o orçamento em que figura já uma
receita de 10:982 contos, uma despeza de 15:302 contos
e um deficit de 4:320 contos, 1828.
3 T erç. S. Anthero. — Chegara de Londres a Belle-Isle
300 vadios, assalariados para a causa constitucional por
Shaw, descalços, esfarrapados, ?tm hando de parcos, re'u-
nera-se á expedição já preparada com os 9:000 contos do
empréstimo contrahido em Londres por Mendizabal a
48 com o juro de 5 por cento ! 1832.
4 ® Quart. S. Gregorio. (Lva, cheia ás 10 h. e 21 m. da
TO.) — A burguezia portuense indigna-se contra os re­
generadores por causa dos impostos de consumo, que os
progressistas, doze annos mais tarde, puzeram em pra­
tica, entregando-se nas mãos do bispo de Vizeu e refor­
mistas, que renegaram no poder tudo quanto na op-
posiçâo proinettiam, 1868.
5 Quint. 8. Simeâo. — O imperador Pedro ii vendo o in­
cremento do partido republicano no Brazil demitte o mi­
nistério conservador e encarrega Sinimbu de constituir
novo ministério, incluindo Silveira Martins, Ottoni e
Lafayette, alguns dos quaes haviam assignado o pro-
gramma republicano de 3 de dezembro de 1870, com o
fim de, pela corrupção, desorganisar o nascente partido
republicano, 1878.
6 Sext. D ia de Reis. Grande gala, — Morre Sá da
Bandeira, um aulico com pretensões a democrata, não
deixando na historia senão dous actos honrosos, a reti­
rada para Heapanha em 1828 e os esforços que empre­
gou para a emancipação da escravatura nas nossas co­
lónias, 1876. — Saldanha parte com 4 navios de emi­
grados para a Terceira, 1829.
7 Sab. S. Theodoro. — Morre Carlota Joaquina, megera
horrenda e desdentada, croatura devassa e ahominavel,
em cujas veias corria toda a podridão do sangue bourbo-
nico, viciado por tres séculos de casamentos contra a na­
tureza, a mài de ura rancho de princezas, que nas gran­
des agonias do povo se banqueteavam com os offieiaes
da esquadra ingleza, para onde fugiram , 1830.
8' Dom. S. Lourenço.
9 Seg. S. Julião. — D. Pedro, nomeado lugar-tenente de
D . João VI, recusa-se a obedscer ao decreto das côrtes
de Lisboa que lhe retiravam a regencia, aununeia que
fica no R ioe declara-se defensor perpetuo do Brazil, 1822.
— Ferreira Borges, jã considerado um pusillanime, por
instigações de Palrnclla, que desejava desfazer-se dos
3:000 emigrados da Junta do Porto, tenta sublevar
Lisboa, comprando com 25:000 libras a vários intrigan­
tes e a brigada de marinha, composta de tabernistas, dan­
do ein resultado o enforcamento de 5 offieiaes liberaes,
incluindo (Jhaby de 16 annos, promettendo Paulo Cor­
deiro fazer os malhados em azeite e alumiar-se com
elle, 1828.
10 Terç. S. Paulo. — Silva Carvalho, ministro da fazenda,
apresenta ás côrtes o orçamento geral do Estado em
que se eueontra já um defieU, de mais de 4.000:000.8000
reis, havendo-se no anno anterior recebido apenas
3.000:0008000 para uma despeza de 13.000:0008000,
1835.
11 Quart. S. Hygino. — A esqnadra ingleza, agora alliada
politica apostólica, faz fogo ■sobre a primeira expedi­
ção liberai portugueza que tenta desembarcar na ilha
Terceira, indo do Londres commandada por Saldanha, o
qual é obrigado a demandar Brest e internar-se em
França, 1829.
12 3) Quint. S. Satyro. (Q. ming. ás 3 h, e 13 m. da t.) —
Violentos debates nas camaras entre Costa Cabral e
Saldanha, aceusando-se os proprios monarehistas de
conoussionarios e ladrões, iniciando a politics da diflfa-
mação e do cynismo que ainda hoje praticam os republi-
canos conservadores, progressistas, constituintes e re­
generadores, 1850.
13 Sext. N. áenhora de Jesus. — O representante de D. Pe­
dro era L >udres pede a intervenção da Inglaterra con­
tra o usurpador D. Miguel, recusando lli’a o rainistro
inglez Aberdeen, estranhando que um p^nrtuguez soli­
cite a intervenção estrangeii'a para decidir uin litigio
de suooessào, leinbrando-llie que a Iiisjlaterra não in­
terviera, quando 1). Pedro usurpou o Brazil, '8.'9 .
14 Sab. S. F e lix .— Saldanha toma e fortiSoa L-iria, 1834.
Amnistia politioa, para os revoltosos de abril de 1851,
1852. É dias )lvida a oamara dos deputados, 1868.
15 Dom. S. Amaro.
16 Sog. S. .Marcello. — O c u z e iro inglez impede Saldanha
d l d isombaroar na T erceira, 1829.
17 Terç. S. Autào. — Por iniciativa de Américo Brazilien-
se e Américo do Campos orga iisa-se ern S. Paulo, no
Brazil, o partido republicano federal, tendo então por
orgão na imprensa o Correio Paulikauo, de Azevedo
Marques, 1872.
18 Quart. S. Prisca. — Morre em Santarém Passos Ma­
noel, nascido em Bouças a 5 do janeiro do 1801, jã com-
pletaraente desauthorisado por se ter submettido ás im­
posições e caprichos da realeza e desenganado pelas de­
serções dos patriotas que deviam seguií-o, 1862.
19 ® Quint. S. Canute. {Lua nooa ás 4 h, e 1 m. da t.j.
— São declaradas rebeldes algumas provincias do Bra­
zil e privadas da representação nas cortes de Lisboa, por
desobediência ás leise constituição portngucza, 1821.—
A Inglaterra, por instancias do Palmella, para. abater a
influencia franceza na peninsula, delibera enviar Clinton
a Portugal, com o fim de desconcertar os planos da San­
ta Alliauça, contrariada peia Carta de D. Pedro, unico
paiz que lhe resistia, 1827. — É dissolvida a camara dos
deputados, 1870.
20 8ext. SS Nome de Jesus. '
21 Sab. S. Ignez. — Passos Manoel declara que ao tomar
conta do governo encontrou apenas no cofre 6:000á000
reis, não tendo para pagar os dividendos vencidos em
Londres, 1»37.
22 Dom. S. Vicente. — Desastre do brigue de guerra por-
tuguez MoiídegCi, morrendo afogadas 43 pessoas, 1860.
23 Sog. S. Raymundo. — É encontrado morto, aos 33 an-
nos d ’idade na sua cama, em Lisboa, o austero e con­
victo lepubhcano Jose Felix Henriques Nogueira, se­
gundo poucas inas authorisadas opiniões, envenenado
pela reacvao, com o consenso dos seus correligionários
d essa época, e de todos em summa que queriam ban­
dear-se a rnonarchia para os quaes este homem, pela sua
tirmesa, era um empecilho, comprovando este facto o si­
lencio que todos elles fizeram em torno d ’este nome
que fizemos resurgir, coutrariando-os, no Almai.ach dò
1876, e como revindicavào de justiça foi por Theophilo
liraga imposto para denorninaçào de um Club, partidá­
rio d aquelles velhos republicanos de 48, homens sem
fé, sem sciencia e sem caraeter e que corm.nperam
umas poucas do gerações sem pro lagar os seus prinoi-
pios e ainda hoje, pela intriga e calumnia, desanimam as
mais firmes vontades, perventendo tudo, o alliando-se
aos regeneradores ou a progressisi.as, iiào deixando ir o
partido onde dev e ir, 1858. — É dissolvida a camara dos
deputados, 1860.
24 Terç. N Senhora da Paz. — É abolido o papel sellado por
causar embaraços ao commercio, 1804 — Solignac com
torças constitucionaes ataca os fortes miguelistas do
yu eijo e do Castro, mas tem de retirar porque nem as
toiças commandadas por D. Pedro, nem a esquadra co-
operaram na acçào, como estava combinado. 18d3.
25 Quart. Conv. de S. Paulo. — Abrem se as famosas côr-
tes constituintes que dotaram o paiz eom uma cont-titui-
çao libérrima, baseada na hespaiihola de 1812, graças
aos esforços dos illustres republicanos Fernaudes Tho-
maz, Horges Carneiro, Freire, Castello Branco, Peixoto,
oc e Pereira do Carmo etc., 1821.
2b (J. Wuint S. Polycarpo. (Q. crenc. d.i 1 h. e 11 m. da m .).
— Abrem-se as cortes constituintes, as únicas que du­
rante o predorainio do systema constitaeional trataram
com seriedade dos interesses do paiz. graças á honradez
e energia de Passos Manoel, patriota que obrigou a rea-
Icza a reconhecer a soberania do povo, miseravelmente
alliada com a Inglaterra, a Bélgica e a Hespaiiha reac-
oioiiarias 1837. — Morre a im.ieratriz viuva de D. Pe­
dro IV, legando todos os seus bens aos seus herdeiros
no estrangeiro, e vendendo-se em publico leilào a livra-
ria e todos os moveis inferiores do palacio comprados com
dinheiro portuguez, 1873.
27 Sext. S. Chryaostomo. — As cortes portuguesas elegem
urna regencia que fuucciona iité 3 de julho, enti que che­
ga L). Joào VI que havia abandonado o reino aos france­
ses e ingleses, fugindo para o Brasil, d ’onde afinal foi
corrido, 1821. — Passos Manoel defende ern cortes o hu­
manitário principio da abolição da pena de morte, 1835,
28 Sab. S. C y rid o .— E aberto a todas as nações o com-
mereio do Brasil com o direito de 2 i ®/q, 1808. — Che­
ga a Lisboa e parte para o theatro da guerra a divisão
inglesa de Clinton, pondo em cheque as temeridades
apostólicas e desfasendo os planos da Santa Alliança
austro-russo-prusso hespanhola, 1827. — Saldanha des­
embarca no Porto, onde os constitucionaes se incrimi­
navam recipro.'amente, reinando o maior desanimo e
confusão, 1833.
29 Dom. S. Francisco do Salles. — Decretam-se exéquias
soleinnes ao regenerador da patria, Manoel Fernandes
Thomas e pensões vitalicias de 1:00 )|Í(X)3 reis ã viuva e
5 0 0^ 0 0 reis a cada um dos dous filhos do illustre pa­
triota, 1823. — Os regeneradores voltam ao poder, 1878.
30 Seg. S. M artinho.— Cria-se uma regencia para gover­
nar o reino durante a ausência de D. João vi, 1821. —
A expedição de Saldanha ã Terceira regressa a Brest e
interna-se em França, 1829.
31 Terç. S. Pedro Nolasco.

Nas«e 0 sol Pue-se o sol


Eia 1 — 7 h. 8 m . FEVEREIRO, 28 diaS Di a 1 — 5 h . SOm.
‘ 1 7 — 8h. 5 1 m . » 17 — 5 h . 3 8 m .

1 Quart. S. Ignaoio. — Junot, senhor da esquadra portu­


guesa que fortificava a barra contra os ingleses, e de
todo o pais, -considerado nor .Mendonça, patriarcha de
Eisboa, o delegado Ao prodígio, o grande imperador eleito
por Dem para fortuna dos povos, dissolve a Regencia
e toma conta do reino em nome de Napoleão i, já im­
perador e traidor, la07.
2 Quint Purificagào de N . Senhora. — Desembarcam
na ilha Terceira os voluntários da rainha, 1829. —
Pinto Pizarro dirige em nome dos emigrados saldanliis-
tas, excluidos da lucta da Tereeira, um manifesto ao
paiz, oharaando-lhe usurpador levado pela auri aac.ra fa­
mes, sagrada fome de dinheiro, e chamando aos oonstitu-
cionaei bando de damuinhos,famintose immoraos, 1832.
3 © Sext. S. Bvaz. {Lua cheia ás 5 h. e 24 m. da m.) —
— As oppo3Íí;òo3, incluindo Almeida Uarret,, combatem
violentamente nacamara o ministério Costa Cabral, por
pretender construir uma linha ferrea de Lisboa ao Por­
to e Badajoz, 1846.
4 Sab. S. André. — São declarados innocentes os dons me­
ninos do Palhavã, uns dos maia felizes íilhos bastardos
do 11. João V. protectores dos jesuitas, 1801. — Cesar de
Vaseoncellos e José Estevão levantam em Torres Vedras
o grito de revolu(;ão contra o despotismo feroz de Costa
Cabral, hoje, summo escandalo! elevado a marquez de
Thomar oor Antonio liodrigues Sampaio, então o jorna­
lista maia violento a atacal-o, 1844.
5 Uom. S. A g u e d a .— Costa Cabral, tendo atraii;oado os
seus eollegas do ministério, de aecordo com a rainha e
depois de Um restaurado a Carta, sublevando p Porto,
sabe d’esta cidade em direcçào a Coimbra, á frente do
exercito cartista, assistindo o povo indilfurente a tão in­
digna farçada, e nào querendo seguir nem um só dos
chefes que pediam a resistência por estarem completa­
mente já desauthorisados, 1842.
6 Seg. As Chagas de Christo. — José Estevão pronuncia
o celebre discurso do Porto do Pireu, aecusando Rodrigo
da Fonseca de lacaio de Palmerston e o ministério de
delegação de Inglaten-a, o que leva a rainha a dissol­
ver as cortes por causa da violou,ta oppo-içào dos se-
tembristas, 1846. — Tnaugura-so o serviço dos america­
nos de Lisboa a Belem, 1874.
7 Terç. S. Romualdo. — É mal suceedida a tentativa de
revolução militar e constitucional em Lisboa, 1831.
8 Quart. 8. João da .Matta. Gregorio xvi excommunga
D . Pedro IV, 08 ministros, militares, padres o frades que
obedecessem áquelle e em especial o padre Marcos,
1834. — Uma salva real do castello annuncia a Lisboa
u restauração da Carta de 1826, appollando em balde o
ministério de entrudo, Palmella e 8á da Bandeira, para
o povo que quatro annos antes, em defeza do throno, ha­
viam cruelraente fusilado no R ocio, 1842.
9 Quint. S. Apolonia. — A b cortes amnistiam todos os
portuguezes que serviram no exercito franccz, 1891. —
D . Miguel institue os tribunaes maroiaes compostos pe-
la nata do iniguelismo epiléptico, 1831. — Os históricos
presididos pelo duque de Loulé, consentem a installai^ão
das irmãs da cavidade em Portugal, 1857.
10 3) Sext. S. Escolástica. (Q. ming. ás 8 h. da m.) —
Parte de Inglaterra para os Açores a expedição or-
ganisada em Belle-lsle por D. Pedro iv, ja então expul­
so do throno do Brazil, 1832. — E restaurada a l.arta
constitucional e convocam-se as cortes extraordinárias,

11 Sab. S. Lazaro. — O ministro Manoel Antonio de Car­


valho apresenta ás cortes o primeiro orçamento geral
do Estado, em fórma, 1828.
12 Dom. S. Eulalia. — E enforcado em Lisboa o assassi­
no Diogo Alves, uma das ultimas execuções que se rea-
lisaram em Portugal, que legitimamente se vangloria
em preceder as nações civilisadas e as proprius republi-
cas na sagração do mais augusto de todos os direitos, o
da inviolabilidade da vida, l841._
13 Seg. S. Gregorio. — Chega a Lisboa o é sympathiea-
mente recebido pelo povo, Amadeu de S a b o ^ , o
acabava de abdicar e recusar a corôa de Hospanha,
dando aos reis o exemplo de como é que se tornam cida­
dãos queridos e uteis em vez de reis detestados c prcju-
dicialissimos, 1873. .
14 T erç. 8. Valentim. — Novo desembarque de emigrados
portuguezes da Inglaterra na ilha Terceira, 1829.— Bào
supprimidos os arrumamontos das classes em Lisboa,
1 8 3 4 .__ Deoreta-se o registo do todos os escravos exis­
tentes eratorritorio portuguez, mellioram-se as condições
d’estes, facilitando-lhes a emancipação, 1854.
15 Quart. Os 88. Paustino e Jovita. — Sahem do Eio de
Janeiro em direcçào a Portugal as r e s 'antes 983 praças
das 1:192 da divisão portugueza auxiliar, 1822.
18 Qniiit. 8. Porphyrio. — São dissolvidas as juntas cartis-
tas do Porto e Coimbra, 1842.
17 Sext. 8. Faustino.
18 • Sab. 8. Thootonio. (Lua nova ás 2 h. e 16 m. da
m.). — Promette-se um prémio de 8:(X)0.?000 e uma me­
dalha de ouro a quem apresente um projeeto de Codi-
go de Commeroio para Portugal, 1823.— Batalha de A l-
moater, em que Saldanha, então omnipotente, derrota aa
forç ia de D. Miguel, 1834.
19 Dom. S. Conrado. — Bereaford, inglez, viee-rei de Por­
tugal e a Regeneia cehibram o contracto de alliança e
coinmereio com a Inglaterra, não para noa proteger, maa
tão aóinente para noa acabar de aaquear e com os nossos
00:030 soldados abater o poder do bandido Napoleào na
peninsula. 1810. — Grandes inundações nas margens do
T ejo, dando 12“',50 em Villa de Rodam, 1855.
20 Seg. S. Eleuterio. — O conde de Amaranto ã frente
dos retrogrades portuguezea subleva Trazros-Montes
contra as cortes a favor do absolutismo, 1823.— Decre­
ta-se um irrisorio augmento «le vencimento aos professo­
res de iustrueçào primaria, 1875.
21 Terç. Entrado. S. .Vlaxirniano. — Santa Martha, em vis­
ta das insubordinações e do cansaço do e.xercito, lembra
ein conselho propôr a capitulação, em que os constitu-
cionaes sitiados ao mesmo tempo fallavam, e é nomeado
general do exercito miguelista o ccnde do S. Lourenço,
1833. — Concordata do governo portuguez com o Papa
para a continuação do real padroado portuguez no Orien­
te, assumpto para declainações, nicho para ociosos e ex­
ploração do povo, 1857. — O bispo de Olinda (Pernam­
buco) é coiidemnado a 4 annns de prisão por desobediên­
cia ás ordens dos poderes constituídos, 1874.
22 Quart, do Cinza. S. Margarida de Cortona. — D. Mi­
guel ehoga do desterro, desembarca em Helem, no meio
de um enthusiasmo ardente, insultante e ameaçador,
1828. — D. Pedro tendo partido de Belle-Isle, desem­
barca na ilha de S. .Miguel, onde é mal recebido, em vir­
tude, de jã acreditarem que a questão se reduzia ã sub­
stituição de D. Miguel por D. Pedro, da camarilha de
Lisboa, pela d ’este, em consequência da exclusão feita
por D . Pedro de bravms militares emigrados, como Sal­
danha, Pizarro, Moura etc., 1831.
23 Quint. 8. Pedro Damiào. — O exercito anglo-1 uso-his­
pano trava batalha com o franeez, gauhando o primei­
ro a victoria, 1814.
24 (£ Sext. 8. Mathias. (Q. cresc. ás 8 h. e õ7 m. da t.).
— Rodrigo da Fonseca e Costa Cabral, senhores do po­
der, depois do desprestigio dos marechaes emigrados, de
Passos retirado em Alpiarça e Pizarro em Chaves, de-
liberam aceitar a Constituição com o proposito de a so-
phismarern e dissolvem a velha camara, 1 ^ 0 .
25 Sab. S. Cesario. — A camai a dos pares felicita D Mi­
guel pelo feliz enlace com a sobrinha D. Mana ii, 1827.
— Decreta-se a aboligão da escravidão em tern ton o
portuguez, sendo considerados libertos os escravos exm-
tentes e obrigados ao serviço dos seus patrões ate 29
de abril de 1878, 1869.
26 Dom. S. Torquato. — D . Miguel jura a Carta perante
as camaras reunidas em sessão, ■assume a Degencia que
lhe entrega D. Isabel Maria, nomeia ministério reaccio-
nario e substitue os governadores militares, 1828.
27 Seg S. Leandro. — Villa-Flòr bate coinpletamente o
exercito da fé em Ponte do Prado e Ponte da Barca,
obrigando-o a refugiar-se em Hespanha, lj^27-
28 Terç. S. Romão. — Termina a campanha do liio Gran­
de do Sul, ein que esta provincia do Bi^azil mais uma
vez tentou proclamar a Republica, 1845. Apparece
assassinado em Salvaterra o marquez de Loulé, que
aconselhava ao rei moderação, attribuindo-so este crime
á ferocidade de Carlota Joaquina e seu filho D. Miguel,
1824.

Nasce o sol PÕO-80 O sol


Dia 1 — h. 35 m. Março, 31 dias dí i 1 — 5 h. 51 m.
» 17 — 6 h. 11 tn. 17 — 0 h. 7 m.

1 Quart. S. Adrião. — É revogado o decreto que mandava


fechar as fabricas do Brazil por se opporem ao desen­
volvimento da agrieultura e exploração das minas,
18 08 .— Suspendem-se as garantias constitueionaes pa­
ra serem presos os conspiradores compromettidos em
restaurar o absfdutismo, 1823. — Modificação ministe­
rial, entrando Bomfim, 1841.
2 Quint. S. Simplicio. — Authorisa-se a ere.oção d’um mo­
numento em Angola erigido á memória do governador
Cunha, 1854.— Sahe do T ejo em direcçào á Italia o
ex-rei Amadeu, 1873. . .
3 Sext. S. Hemiterio. — D. Pedro iv declara definitiva a
Biia abdicação e nomeia D. Miguel regente em nome do
D. Maria ii, 1898. — D Pedro iv chega á Terceira, on­
de 08 Bens partidários estavam j í coinpletamente dividi­
dos em facçoes, muitas das quaes o recebem friameute
e sem recursos, assume a regeneia e nomeia o ministério
Palmella, Freii’0, Mousinho da Silveira e a Terceira,
general, 1832.
4 ® Sab. S. Casimiro. (Lua cheia ás 5 m. da í . ) — D .
João VI adoece com uma indigestão de laranjas, n’uma
merenda na quinta-de Helem, 182(5.— Saldanha é re­
cebido no Porto com frieza por parte de O. Pedro e dos
seus aulieos, desconfiando até de que o pretendiam en­
venenar, e acolhido enthusiasticamonte pelo povo e pe­
las tropas, ropelle brilhantrmente os ataques dos mi-
guolistas ás linhas léste e noroeste, sustentando as com-
municações do Porto com a Foz, 1833.— È nomeado
ministro Almeida (xarrett, com Fonseca Magalhães e
Fontes, chegando ja a decadência do seu espirito a g ri­
tar contra os caminhos de fiírro e praticando actos que
muito 0 amesquinham, 1852.
5 Dom. S. Theophilo. — .VIassena retira de Portugal com
o exercito francez perseguido pelo angloJuso, 1811. — É
privado de todos os titulos e honras o conde de Ama-
rante, .Manoel da Silveira Pinto da Fonseca, por se ha­
ver revoltado contra a constituição liberal de 1822,
1823. - José Passos, presidente do senado do Porto,
reage^ energicamente contra o decreto infame das indem-
nisações aos constitucionaes, A custa dos miguelistas,
1834. — .Ministerió Loulé-Mathias, 1865. — Ministério
Avila-Bento-Cunha, 1877.
6 Seg. S. Ollegario. — São enforcados cm Lisboa cinco
militares e seis réos degredados em virtude da intitulada
conspiração do Moreira. 1829.— Os inglezes levantam
o bloqueio da ilha Terceira e logo no dia 8 desembar­
cam 6(X) emigrados de Inglaterra que engrossam aquel-
le fóco da revolução constitucional, 1829. — Hão enfor­
cados seis réos accusados de roubo e desacato á igreja
da Graça, no Funchal, 1830.
7 T erç. S. Thomaz d ’Aquino. — Chega ao Rio de Janeiro
a familia real portuguesa, fugindo cobardemente do ini­
migo, 1808. — D. João VI peorando nomeia a Regeneia do
reino presidida por sua filha .1). Isabel iMaria, cuja
bondade merecia as graças particulares do infeliz paii
até que o legitimo herdeiro dô as suas providencias,
1326. — Mousiiiho da Silveira, conhecendo a versatilida­
de dos constitucionaes, aproveita a dictadura e o perío­
do em que D. Pedro apenas possuía algiiunm leguas de
terra no meio do mar, para realisar a transformaçao da
sociedade portuguesa por meio de decretos, então sem
ap ilicação. mas que mais tarde não podiam os aulicos
abafar, principiando pela abolição dos sequestros, ata­
que inaudito ã prop-iedado individual, 1832.— Sa da
Bandeira demitte o liberal convicto Soares Caldeira e
nomeia para o lugar d’este, chefe de segurança a Cos-
ta Cabral, 1837. — E enterrado civilmento em .Mogoto-
res,conform e al ei civil e ns suas disposições testamen­
tarias, .\lbano Coiitinho, 1876. , rr, ■
8 Quart. S. .loào de Deus. — Chegam a Terceira mais
60d emigrados do Inglaterra, 1819. - Revolta popular
eae.adomica em Coimbra, para corresponder a de lo r -
res Novas, dirigida por Cesar de Vasconeellos e Jose
Estevão, 1811. „ j l
9 Quint. S. Francisca Romana. — Decreto das bases da
constituição nacional, 1821. — Elevação do valor lega
da moeda d o u ro , passando as peças de quatro oitavas
do valor de 6^100 reis a 7|lõ00 reis, 1822. — há da Ban­
deira é nomeado presidente de ministros com quatro
pastas! 1838. ^ . j tv
10 Sext. S. Militão. — A côrte annunoia a morte de u .
João VI, envenenado, segundo é voz publ ca, por sua
esposa D. Carlota Joaquina, a qual herdou metade do
seu thesouro de avarento: 50 milhões de cruzados em
dinheiro, 4 de ouro em pó e barra e não se sabe quanto
em brilhantes do Brazil, dando-se além d ’lsso a coinci­
dência de falleoeram ao mesmo tempo o cirurgião
Aguiar 0 barào de Alvaiazere e o cozinheiro Caetano,
intimos’ do rei, 1823. — Declara-se abolido de facto em
Cabo Verde o estado de escravidão, 18o7. .
11 Sab. 8 Candido. — D. Miguel dissolvo as cortes, 182C
— É sunprimida a clausula de se conservarem no estado
de s dteiras ou viuvas as pensionistas do Estado, 18b2.
— O partido republicano do S. Paulo no Brazil, convo­
ca novo congresso e delibera sustentar os seus princípios
federativos, declarando-se em hostilidade ao partido li­
beral chamado ao poder, por ser uma situação que traz
ít x í

12 (£ Dom S. Gregorio. {Q. ming. ás 8 h. e 54 m. da t.)


O Arhlheiro do Porto continua a sua corajosa cam­
panha contra a lusaciedade dos constitucionai-s que dis­
siparam no prazo de cinco annos aô.OOO.-OOOJíOOO reis
dos bens dos frades, que tinham entào em Portugal 402
S o “s Í83 g ’" «Pe“ «8 628
cuaaos, l»db . — Modificação ministerial, 1841 — Ins-
titue-se o ju ry mixto para o caso de crimes commetti-
dos por estrangeiros em Portugal, 1845___ Regula-se
a execução dos artigos 1204 e 1208 do Codigo civil, fa-
cilitando o processo do divorcio, 1868.
Id beg 8. Sancha. — Publicam-se as bases da constituição
portugneza de 1^820 1821.- D . Miguel, usando da p’ e!

encontrou reunidas e manda convocar outras, 1828.__A


guarda nacional sublevada pretendendo tirar a desforra
at' »íÇoada por Sá da Bandeira em
beneficio
^ j da , rainha e Costa Cabral, rtjuiie
reune ee pede
pede aa r<3vo-
revo­
gação dos decretos e a reintegração de França,
gaçao Franca liberal
i;i.cr,.i
a ? r T c L l"“ '® do batalhão do Arsenal, masé novamente
C a b i« r tt aniquilada por Sá da Bandeira e Costa
h lt^ n i’ > 8 3 7 . - 0 partido repu­
blicano na melhor ordem realisa em Lisboa e Almada
imponentes manifestações republicanas contra o tratado
de Lourenço Marques, a par que o comicio das opposi-

tií^ar n» í. ’ completa desordem, sem se


toinar nenhuma dehberaçao, havendo vivas á republica,
e sendo o povo espadeirado no Chiado, 1881.
14 rerç. S. Boaventura. - D. Miguel tendo nomeado um
ministério aristocrata de que fazia parte o conde de Bas-
®'’“ ^®*’ ®®diçào patriótica de Gomes Freire
dissolve as camaras, o que importa a abolição da Car.
ta, e nomeia uma commissão de reaccionarios para a re-
sas’ ne"l«» ®* >828. _ D a s 8 0 p e L a s pre-
bulo^ninc O® J“ '^es eondemnam sete ao pati-
enti è na 6 “ degredo e uma a expulsão do reino, estando
entie os da srgunda categoria o francez Souvinet oue
esporando a partida para o degredo encontrou na prisão
o estudante Bonhomme, que já havia sido açoutado, e

L
por causa das quaes veio a esquadra franceza a Lisboa
erigir a aunullação das sentenças, a dcmissào dos ju í­
zes e uma indemnisaçào a cada um de 60:000 fraecos,
1831. — Recomposição ministerial, presidência do mar­
ques de Loulé, 1857. — Creação do asylo Maria P ia,
1867.
15 Quart. S. Zacharias. — Os rebeldes da ilha Terceira
instituem a Regencia, composta por Palmella, Villa-
Flôr e (xuerreiro, dando-se o primeiro a si proprio reis
tlihOOJíOOO por anno e aos colleges 7:200i|!000 reis,
quando se deviam aos soldados nove mezcs e os emigra­
dos de França e B tlg ica nào haviam recebido aoccorro
algum, 1830
16 Quint, S. Cyriaco. — São executados no Caes de Sodré
sete indivíduos accusados de conspiração contra o go­
verno de D. Miguel, 1831. — .VIousinho da Silveira de­
creta a abolição dos dizimos nos cereaes, frutas e vi­
nho, que chegavam a pagar até cincoenta e mais por
cento e a amnistia dos crimes politicos, 1832. — E au-
thorisado o governo portuguez a vender as lezírias do
Tejo e Sado, defraudando-sc a nação, 18.36. — É no­
meado o duque da Terceira presidente de ministros, e
Fontes Pereira de Mello do reino, 1859. — Cahe o minis­
tério Loulé e D. Pedro v chama ao poder Fontes, Mar­
tens, Casal e Serpa, a 2.® regeneração, 1859. — Chega
a Pretoria o arrojado explorador Serpa Pinto, 1879.
17 Sext. S. Patricio. Inaugura-se a linha ferrea Ituana no
Brazil e n’esta mesma cidade se elFectua a reunião de
grande numero de delegados republicanos dos munici-
pios da provincia de S. Paulo, os quaes resolveram or-
ganisar um congresso do mesmo partido, ficando esta
reunião cognominada a Convenção de Itú, 1873.
18 Sab. S. Gabriel. — Uma sociedade secreta de estudan­
tes, para se vingarem principalmente de castigos e ty-
rannias escolares, tendo apurado á sorte doze dos seus
membros, trucidam a tiro e punhaladas em Cartaxinho,
tres lentes, o deão e um conego de Coimbra, os quaes
vinham a Lisboa dar os parabéns a D. Miguel pelo seu
regresso, 1828. — É abolida a casa do Infantado, crea-
da por D. João iv, 1834. — Decreta-se o primeiro Co-
digo administrativo, 1842. — Portugal rectifica o trata­
do de Berne de 9 de outubro de 1874, para a união ge­
ral dos correios, 1875.
19 ® Dom. S. José. (Liia nova ás 10 h. e 43 m. da t.). —
Pernambuco revoluciona-se o os chefes do movimento
proclamam a fôrma republicana, adoptando a bandeira
branca como o symbolo da paz, 1817. — E proclamado
o dogma da Iinmaculada Conceição de Maria, absurdo
monstruoso para que os poderes publicos de Portugal
estolidainente contribuíram, 1855.
20 Seg S. Martinho. P kimavbra. — Morro no Rio do Ja­
neiro completamente idiota D. Maria i, 1816. — A Re-
geucia reconhece a D. Pedro iv, imperador do Brazil
como rei de Portugal, contra a vontade dos jacobinos
de 1820, os quaes pediam a convocação dos tres estados
para os transformarem n’uma constituinte semelhante á
franccza de 1789, e também contra a vontade da rai­
nha desterrada pelo marido e adorada por todos os des­
embargadores venaes, pela plebe faminta, pelo exercito
reaccionario e indisciplinado, e pelos padres e frades
•devassos, 1826. —•As cortes extraordinarias e consti­
tuintes decretam nova Constituição para Portugal,
1838.
21 Terç. S. B en to.— São fusilados em Vizeu oito soldados
accusados do deserção para o Porto, 1832. — Costa Ca­
bral recebe poderes extraordinarios para sufiPocar a re­
volução do Minho, 18á6.
22 Quart. S. Emygdio. — É creada a guarda nacional pa­
ra defender a Constituição portugueza, 1823. — Lam b,
o delegado da Inglaterra que acompanhou D. M iguel,
vendo que este pretendia fazer causa commum com o
exercito apostolico hespanhol e acolhia com agrado as
manifestações absolutistas do povo de Lisboa, reousa-so
a eutrcgar as 50:000 libras, quarta parte do emprésti­
mo Rotsehild contrahido com o concurso do governo in-
glez, para a installaçào do governo, 1828. — E enforca­
do no Porto um padre, 1830. — À policia assalta alta
noite a casa do inglez Roberts em Vai do Pereiro, ten­
do antes prendido e insultado varios inglezes, pelo que
Palmerston exige a demissão dos funccionarios de con­
fiança miguelista e grandes indemuisações pecuniarias,
1831. — Estabolece-se um porto franco em Lisboa, para
deposito de mercadorias nacionaes e estrangeiras, 1834.
— Reorganisação ministerial, 1838. — Começa a vigo­
rar ein Portugal o Codigo civil, 1868.
23 Quint. S. Pelix. — Suspendem-se as admissões do novi-
as
cos nos conventos de frades em Portugal, 1821.
24 Sext. S. Marcos. — Os miguelistas commandados pelo
conde de 8. Lourenço, sào repellidos nos ataques con­
tra as linhas leste e noroeste do Porto, 1833.
25 iji Sab. Annuneiação de N. Senhora.— O exército rea­
lista, que se havia revolucionado em Traz-os-Montes,
• dando vivas a el-rei absoluto, á rainha, á religião, e
morras á constituição e nos pedreiros livres, é comple­
tamente batido e Silveira obrigado a entrar em Hespa-
nha. 1823. — D. Pedro iv dá uma Constituição repre­
sentativa ao império do Brazil, também modificada co­
mo a nossa por um acto addicional, 1824.
26 (£ Dom. S. Ludgero. (Q. cresc. á 1 h. da — Con­
venção entre Portugal e Hespanha para a reciproca en­
trega de criminosos, 1823. — Saldanha que havia rece­
bido em dote 100:000|í000 reis dados pelos constitucio-
naes, além doa rendosissimos cargos que desempenha­
va, encontra-se, durante o governo de Costa Cabral já
sem recursos, a ponto de uma commissâo anonyma lhe
dar no primeiro de cada mez 82 libras, visto elle decla­
rar não poder viver com menos de 20 contos por a n n o!
1851.
27 Seg. 8 . Roberto. — Napier, o salvador do constitucio­
nalismo agonisante, á frente de insignificantes forças
toma Vianna e Ponte do Lim a, 1834. — Assigna-se no
R io de Janeiro o tratado de paz do Brazil com o Para­
guay, 1872.
28 T erç. 8. Alexandre. — Nasce Alexandre Herculano, o
homem que sem razão plansivel alguma exerceu maior
authoridade moral em Portugal e nada duradouro fez
em beneficio da liberdade, 1810. — Tumultos em Lisboa
em consequência da morte do primeiro marido de D .
Maria ii, attribuida a Palmella que se dizia pretendia
fazer da rainha siía nora, 1835. - As côrtes decretam
a construcçào d ’uma estrada ordinaria de Lisboa ao
Porto, 1837. — Sá da Bandeira por ordem da Junta do
Porto, sahe do Porto e desembarca em Lagoa_ com as
forças que miseravelmente veio entregar ao inimigo no
Alto do Viso, 1847.
29 Quart. 8 . Victorino. — A segunda invasão franceza en-
tr» pelo norte e Soult apodera-se do Porto, 1809. —
Mousinho da Silveira decreta a liberdade de ensino,
1832. — Cria-se novamente a guarda nacional, compos-
ta de todos os cidadãos que teaham mais de lOOâOUO
teis de bens de raiz e de 18 a 60 annos de idade, 1834.
— Saldanha é nomeado presidente de ministros, 1848.
— 0 vapor Porto naufraga na Foz do Uouro, nào esca­
pando nem um só passageiro e a maioria dos tripolantes,
1852.
30 Quint. S. João. — São prohibidas em Portugal todas as
sociedades searetcta, 1818. — As opposiyões setembrista,
miguelista e cartista dissidente, colligadas publicam
um energico manifesto ao paiz, aceusando o governo e
a rainha, 1842.
31 Sext. S. Benjamim. — A divida portugueza elevada á
somma de 10:698 contos, cresce n’este anno maia 500.
applieados em puras dissipações da côrte, 1806. — As
cortes declaram legitimos e necessários os gloriosos fei­
tos do 13 de agosto e 15 de setembro de 1820 e benemé­
ritos da patria os authores dos mesmos feitos, 1821. —
D. Pedro iv é insultado publicamente no theatro de 8.
Carlos por ter deixado escapar seu irmão D . Miguel,
1834.

Nuece o gol Põe-ee ò soi


D ia 1 — 5 h. 47 m. ABRIL, 30 dias D ia 1 — 6 h. 21 m.
* 4 17 — 5 h. 23 m. * 17 — 6 h. 36 m.

1 Sab. S. Macario.
2 Dom. S. Francisco de Paula. — A divisão ingleza com-
mandada por Clínton, havendo recusado a Saldanha au­
xilio para restaurar a Carla que v^era sustentar, retira
para Inglaterra, 1828.
3 igi Seg. S. Paneracio. {Lua cheia ás 5 h. e 13 m. da t.).
— .Vlousinho da Silveira manda estudar a questão das
corporações religiosas por entender que a nação depois
de separada do Brazil nào podia manter tanta gente a
viver do trabalho alheio, 1832. — Os constituoionaes
oocupam Valença e o duque da Terceira realisa uma
expedição aveuturosa ao centro do reino, 1834. —^Os
republicanos portuguezes, que haviam assistido ao jan­
tar democrático, reunem-se na rua da Rosa, em casa do
ar
dr. Isidoro Vianna e tendo rejeitado, por enorme maio­
ria, as propostas de Eduardo Maia e Conseglieri Pedro-
so, o primeiro dos quiies se desoedin, corrido peia as-
semblca, nomeiam o Directorio do Partido KepuhUcano
Demonratico Portuguez, composto de 33 membros, na
maioria militares e empregados públicos, com grandes
vencimentos e rendosas commissões e allianças com as
facções monarebicas don d e vieram expressamente para,
como hoje, desvirtuarem a opinião publica e obstarem á
organisaçào do partido, 187B.
4 Terç S. Isidoro. — Nasr.e no Brazil a princezado Grào-
Pará, D. Maria ii, 1819. — Mousinho da «ilveira re­
solve D. Pedro iv a decretar a abolição, embora parcial,
doa morgados inferiores a 20050 lO reis de rendimento
annual, 183'1. — D . M aria n ju ra perante as cortes a
Carta constitucional de 20 de março, 1838. — Morre
em Lisboa, descrente e abandonado, .Mousinho da Sil­
veira, o famoso ministro constitucional, author das leis
de IB de maio, .30 de julho e 13 da agosto, publicadas
quando os constitueionaes não tinham ainda reino, mas
tão profundas nos seus resultados que equivalem a um
89 francez, havendo nascido em Castello de Vide a 12
de julho de 1780, 1849. — Decreta-se a dcsamortis.a-
çào geral dos bens de raiz pertencente a igrejas e cor­
porações religiosas, empregando-se em inscripções de
3 0/^ os rendimentos dos mesmos bens e reduzindo a uma
fu tura penúria e bancarrota, as misericórdias, asylos,
associações e monte-pios, 1861.
^ Quart, de Trevas. S. Vicente Ferrer. — José Estevão
pronuncia na camara o principal de todos os seus dis­
cursos pelas soluções praticas, advogando a abolição do
senado ou camara dos pares, a abolição do veto ao rei e
a responsabilidade ministerial, 1837.
” Quint, de Endoenças. desde o meio dia até ao meio
"ia seguinte) S. rlareellino.— Graves tumultos no Rio
<Je Janeiro, exigindo o povo a demissão do ministério,
a abdicação em D. Pedro ir, sob a tutoria de Andrade,
corn o acto-addicional á Carta, 1831.
next, da Paixão. 8. Epiphanio. — As cortes decre­
tam a extincçào do Santo Officio, inquisições e juizes do
“ ®'^>.1821. — A ilha Terceira com grande esforço e sa-
cniicio consegue reunir 40 contos para occorrer ás despe­
gas da Regeucia, 1829. — D. Pedro iv por tal fôrma se
torua odiado do povo brazileiro que se vê obrigado a
cenauciar a oorôa ein favor de seu íiLho Pedro ii, 1831.
8 Sab. de Alleluia. S. Âmancio. — D. Pedro iv embarca
para a Europa, 1831. — Morre, dizem que envenenado
pelos inglezcs de accordo oom acam arilha,em Viliar de
Mancada, o audaci..so liberal Rodrigo Pinto Pizarro, que
se oppoz como ministro ás pretensões da Inglaterra, a
sua morte fui annunciada em Lisboa 3 dias antes de se
1'ealisar, 1811. — Reune em 8. Paulo, no Brazil, o se­
gundo congresso republicano, apresentando-se já o pro-
jecto de Coastituiçào do estado de S. Paido, 1874.
9 Dom. de P a s c h o a . Trasladai^ào de 8. Monica. — A al­
çada mandada ao Porto por D . Miguel condemna a se­
rem enforcados na Praça Nova d ’aquella cidade o coro­
nel de milícias da Louzà, Victor Telles e mais 9 marty-
res que haviam coadjuvado a revolução liberal, sendo a
cabeça d ’aquelle exposta n’ um poste na Praça de 8am-
são em Coimbra, 18Í19. — D. Maria n casa com D, Fer­
nando de Cobourg, contractado por 1(K):UOOJÍOOO reis an-
nuaes e palacios, etc., que o paiz ainda hoje lhe dá, ape­
sar das reclamações de alguns deputados reformistas,
que passados annos votaram em sentido contrario,
como Alarianno de Carvalho, tendo portanto comido a
esto paiz pobrissimo e endividado 4.500:000á000 reis(l),
1836.
10 Seg. l . ’' Oit. 8. Ezequiel. — D . Pedro ii de Portugal
embarcado n ’uma nau ingleza escrevo ao governo bra­
zileiro, declaraudo-se credor ao thesouro do império de
1.308:00011000 reis em apólices, 15:000^000 reis em ouro,
80:0 OiSOOO de juros, fóra baixella, louças, moveis etc.,
ganhos a intrigar, 1831.
11 3) Terç. 2.» Oit. 8 . Leão i (Q. ining. á s ô h . e 56 m. da
t.). — Decreta-se que a dignidade de par do reino
se herde por varonia de legitimo matrimonio em
recta descendente com representação in, infinitum {.),
1845. .
12 Quart. S. Victor. — O duque da Terceira com » »
libcraes ataca os miguelistas e derrota-os,
governo portuguez contracta com o delegado da f®?
blica do Transtval Jorge Moudie a construcçào e exp
ração de um caminho da ferro de
Pretoria, com a approvação das camaras, vilipen
mais tarde este tratado os regeneradores c progr
tas, ambos criminosos e cúmplices na venda de Lourcnço
Marques á Inglaterra, e££eciuada por suggestues reaes,
mas impedidas em 1881 pela energia das manifesta­
ções republicanas, que salvaram a dignidade nacional,
1877
13 Quint. S. Hermenegildo. — D. Pedro iv, ex-imp rador
do Brazil, e D. Maria ii embare.am para a Europa, d i­
rigindo-se aquelle para os Açores e esta para França,
1831. — Morre Santos Silva, tribuno que pretendeu se­
cundar em Portugal a proclamação da republica hespa-
nhola de 1873, fazendo com que os históricos se decla­
rassem republicanos, 1874.
14 Sext. S. Pedro. — Authorisam-se a poderem estabele­
cer-se em Lisboa as servas dos pobres, ou irmãs da cari­
dade, 1819. — Prohibe-se a mendicidade pelas ruas de
Lisboa e funda-se o asylo de mendicidade, 183G.
15 Sab. As SS. Basilissa e Anastacia. — Palmerston em
desafifronta dos insultos que soífriam em Lisboa os ingle-
zes exige de D. .Miguel, em termos (Juros e condições hu­
milhantes, o pagamento immediate das indeinnisai;ões o
reclama contra os novos direitos aduaneiros, contraven­
ção dos tratados de 1810, com o fim de derrocar o ul­
timo baluarte da Europa austriaca e apostólica, 1831.
— Contrahe-se um empréstimo de 1.750;000^000 reis
para navios de guerra era vez de transportes para as
colonias, 1874. — Sublevação popular no Minho, cha-
Wada a Maria da Fonte, e formação de juntas revolu-
cionarias no reino, 1846.
“ BíJin de l AscHOKLA. S E ngracia.— São supprimidos os
Jmzes eleitos, augmentadas as attribuições dos ordina-
17 A**'* oriam-se mais .30 novas comarcas, 1874.
® Seg. Nossa Senhora dos Prazeres e da Pena. (Lua
nova às 9 h. e 4 m. da t ). — V illa -Flôr com o emprosti-
oontrahido na Terceira prepara a expedição ás ilhas
® oeste, 1831. — 0 marquez de Sá é nomeado presi-
18 x**” *'^ M’ oistros, 1865
orç tJualdino. — Mousinho da Silveira decreta a
^’J*°**^_'iidade da propriedade individual, 1823. — Ro-
*'-arro, barão (la Ribeira de Sabrosa, é nomeado
Qitart***'^ ministros, 1839.
jq: Hermogaues. — Ruptura de relações de D .
nã^h ^ França, saldado o consul de Lisboa, por
0 attenderem ás reclamações, esperando ser pro-
lO

tegido pela luglaten-a, 1831. — Mousinho da Silveira


abule as sizas, 1832.
20 Quint. S. Ignez.— Mousinho da Silveira decreta a sahida
franca dos gíineros por todos os portos do reino, inau­
gurando o grande principio da liberdade de commeroio,
1832. — Pccreta-se a suspensão das garantias, 1846
21 Sexfc. S. Anselmo. — No Kio de Janeiro o povo recusa-
se a receber a Constituição das mãos de D. João vi e
envia-lhe uma deputação exigii.do-lhe que jurasse a li­
beral Constituição hespanhola de 1812, sendo o decreto
real acolhido pelo povo com extraordinário enthusiasmo,
1“ ^ 1 — Morre D. Isabel .Maria, legando aos padres je-
suitas inglezes todos os bens que havia podido apanhar
ao paiz, 1876.
22 Sab. Os SS Sotero o Caio. — D João vi manda o ge­
neral da divi-ào portugueza no Rio de Janeiro dissol­
ver a asserabléa popular, declarando nullo e coagido o
decreto que assiguára na vespera, e o povo exasperado
amotina-se e é cruelmente massacrado na Praça do
Coinmercio, 1821. — Assigna-se o tratado da quadrupla
aliiança pelo qual a França, Inglaterra, Hospauha e
Portugal adoptavara as instituições parlamentares, ex-
pulsando D. Carlos e D. Miguel da peninsula, eiiviau-
do a Hcspanha e Portugal o exercito de Rodil a favor
de D. Maria ii, 1834.
P.?"*- fíom -Pastor. S. Jorge. — Novo ministério
bilva Carvíilho-Aguiar, 1834. - - Decreta-se que a di-
externa elevada jã então ã somrna de
29.400:0.>0|i000 e a interna á de 39.100:OlX)|0(X) reis
pague apenas o juro de 4 em vez de 6 por cento, ver­
dadeira bancarrota operada pela monarchia constitu­
cional, 1835.
24 Seg. S. Ilonorio. — O 16 de infanteria sahe do quartel
a passagem de D. Miguel e acclama-o rei, 1828.__Es­
tabelece-se em Portugal a moeda decimal de corôas e
meias corôas em prata e ouro. 1835.
25 (S Terç. S. Marcos. (Q. cresc. ás 6 h. e 2S m. da
)'~ 7 fumultos absolutistas era Lisboa e João Paulo
Coideiro capitaneia os caceteiros, aos quacs distribue
dinheiro para desabafarem, 1828. — D. Pedro vai a 8.
Miguel preparar a expedição ao reino, 1832. — Decreto
que manda dar 100:00O|IÍ0O reis em bens nacionaes a
cada um dos duques de Palmella, Terceira e Saldanha
e a pensão annual da 2:400|;000 ao conde de S. Vicen­
te, assim como se decretam indemnisações aos liberaes
prejudicados na lueta civil, 1835. __
26 Quart. S. Pedro de Rates. — Chega a Lisboa a noticia
do reconhecimento e adhesào de D. Joâo vi, ao governo
estabelecido pelas constituintes, unico meio que lhe res­
tava, para se reapossar do throno portuguez o ludibriar
e explorar este povo, vietiaia das traições dos reis, dos
padres e doa soldados, 1821. — D. Pedro iv, do Rio de
Janeiro, confirma os poderes da Regencia reacoionana;
1 8 2 6 .__O senado do Lisboa acclama D. Miguel rei
absoluto, 1828.— O duque da Terceira substituo o con­
de de Thomar, 1851. . .
27 Quint. S. Tertuliano. — São amnistiados todos os crimi­
nosos politicos, 1826.
28 Sext. S. V ital. — Estabelecem-se os seminários em todas
as dioceses do reino e ilhas adjacentes, para formarem
missionários de absurdos e apostoles do despotismo e
do retcoecsso social, 1845.— Recomposição ministerial
e amnistia dos crimes políticos, commettidos desde 6 de
outubro de 1846, 1847.
29 Sab N. Senhora dos Prazeres. Outorga da Carta consti­
tucional em 1826. Grande gala.— D . Pedro iv para con-
ciliar a amizade dos portuguezes, contra a vontade dos
patrões Stuart e Canning, resolve dar uma Carta aos
portuguezes, abdicando na filha com a condição d esta
casar com seu irmão D. Miguel e ambos jurarem a Car­
ta, sendo o mesmo Stuart o portador d estas resoluções,
que elle exigia que fossem approvadas pelos tres esta­
dos, 1826.— Pronunciamento popular em Lisboa, sol­
tando-se 03 presos politicos, 1846. — Abolição completa
da escravidão em todos os estados de Portugal para
igual dia de 1878, 1858.
30 Dom S. Catharina de Sena. — D. Miguel subleva as
tropas — a abril,ada— proclama-se libertador do pai,
demitte o governo e prende em Belem o marquez do
Palinella, chefe dos moderados, 1824.— Pronunciainen-
to inigiielista em Eivas e o infante proclamado rei abso­
luto demitte o governo e sobem os reacoionarios, 1°^7.
— D Pedro convoca as cortes e nomeia 91 pares: 2 du­
ques, 1 patriarcha,4 arcebispos, 2 " marquezes, 42 con­
des, 2 viscondes e 11 bispos (!),1 8 2 6 . — Decreta-se a
construoçào do Aterro da Boa-Vista, em Lisboa, 1858.
Nasce o sol
D ia 1 — 5 h. 4 m. PSe*se o sol
MAIO, 31 dias D ia1 — 6 h. 21m .
> 17 - - 4 h. 48 m.
* 17 — 7 h. 4 m.

1 Seg. S. tilip p e e S. Thiago. — D. João iv, regente, lo­


g o que chega ao Brazil declara nullos os contractos que
a França o obrigára a firmar, expõe os aggravos que
tem da dita naçào e declara-lhe guerra, 1808. __ Ac-
çào do Alto do Viso, em que Sá da Bandrira submette
as forças liberaes tm do dispendido dias e semanas em
parlamentarismo para sacrificar a liberdade e salvar o
throno, 1841. Perante a legitima animadversào do
paiz, cabe o conde de Thomar do poder, aceusado de
ter dado uma commenda por um caleche, de ter pala-
cios, castellos, ricas tapeçarias e um luxo asiatico, de
ter um tinteiro de ouro e um serviço de ouro inais rico
do que o da rainha, de edificar uma sala de baile com
os mármores e madeiras da Ajuda, do ter empalmado
uma letra de mais de mil libras para as despezas do
F-stado, de ter recebido espelhos pelo Mindello para o
seu palacio, de possuir uma rica garrafeira e um ca-
vaBo, não se reclamando um só principio ou revindi-
caçào social e reduzindo as aceusações a factos banaes
daiido^ provas que as opposições eram de despeitos è
anibiçoes, como ainda hoje vemos praticar os regene­
radores, progressistas e republicanos seus alliados.
1851. ’
2 T erç. S. Mafalda. — Batalha da ponte de Amarante
contra os franoezes, 1809. — O exercito francez, com-
mandado por Massena, entra em Coimbra e segue em
perseguição do exercito alliado, commandado por W el­
lington, 1810.
3 ® yuart. Invenção da Santa Cruz. {Lua cheia áe 7 h.
^1'gueU tendo abolido a Cons-
# titu içao, convoca as cortes geraes dos tres estados,
clero, nobreza e povo, 1827. — Os pares do reino no­
meados por D. Pedro e a nobreza portugueza, contes­
tam o direito e legitimidade d ’aquelle e pedem a accla-
maçào de D. Miguel, 1828 — Adopta se novo hymno
nacional, sendo substituído o da Constituição peio da
Carta, 1838. ^
4 Quiat. Í3. Monica. — D. Pedro iv om viagem do Bra­
zil toca no Fayalj escrevendo a Terceira e levando Pal-
-4 :í

mella eevalmente detestado para França, 1831. — Fun­


da-se no Rio de Janeiro o Club da Reform a que delibe­
ra publicar um manifesto liberal que sahiu impresso
na Reforma, no Ipiranga de 14 e no Correio Paulista­
no de 15 de maio, 1869. V o ...
5 Sext. S. Agostinho. — E ’ enforcado em Damao,JSara-
na Laia, aecusado de roubo e assassinato premeditado,
governando Sá da Bandeira e tendo jk sido abolida _a
pena de morto em Portugal e possessões ultraman-
n así!), 185Y. — D . Pedro v declara abolida a ceremoma
do beiia-mão, 1858. , ___
6 Sab. S João Damasceno. — Alguns corpos
se no Rio de Janeiro e obrigam D. Pedro a apresentar
umas bases de reformas que assegurem as garantias
de liberdade no Braxil, 1821. - A situaçao ào g o y e y
no de D. Miguel é tão angustiada que apenas logra
preencher a quarta parte d ® , empréstimo de reis
4:000:00011000, e não dando resultado a hypotlicca aos
rendimentos da alfandega e casa da Ind.a, o Estado
pede esmola, como devia suoceder a uma tyiannia ple
bêa 1828. — Abre-se o concurso publico para a oons-
truêção de um caminho de ferro do Lisboa a Badajoz,

7 í)Tm ’ S. Estanislau. — Reconhecida a h «'"® “ dado de


Povoas, que apesar da recommendaçao de “ “f '
quina deixou escapar o exercito da junta, é enviada o
Porto uma alçada de juizOS, que condemna 8.J47 p
soas, das quaes morreram nas prisões 48, e
dadas 244 e 32 estavam ainda na cadeia á «leg ad a de
D . Pedro, quatro anuos depois, e 12 foram onforcadM
no Porto, e as suas cabeças distribuídas Pe‘^® *er
liberaes das provindas, 1828. - Inauguram-se as obras
do caminho de ferro do Lisboa a Santareui, 1853.
8 Seg. S. Miguel Archanjo. - O duque da T ciçeira , ge
neml das forças constitucionaes, recebe, na Mealhada,
ã noticia de que as forças miguelistas haviam cobarde­
mente abandonado Coimbra, dirige-se a esta cidade,
onde é enthusiasticamente recebido e no ™e '
desembarca o audacioso almirante Napier na g
da Foz 1834. — Reforma eleitoral regeneradora, au-
gmcntando o numero do circulos e ampliando um pou­
co uiais o suffragio, 1878. ^ t -
9 Terç. S. Cregorio Nazianzeno. — D . Joao vi perante
a imposição do coi-po diplomático que romneu o cerco
ao paço da Bemposta, e descreveu ao rei as barbarida-
des e tropelias praticadas por D. Miguel, resolve fugir
para bordo de uma nau ingleza e d ’alli ordena o dester­
ro do infante, filho do feitor do Uamalhào segundo as
revelações de adultério da propria mài, e rehabilita o
partido moderado, 18-M. - Os constitiicionaes occu-
pam a ilha de b Jorge, 1831. _ E ’ dissolvida a Socie­
dade patriótica dos Carnillos, onde reuniam os mais
rerozcs declamadores contra a realeza, niais tarde tor-
in ^ i f " “f T d ’esta, como Costa Cabral. 1836.
^ ^ Quart, b . Antonio. (Q. ming, ao meio dia). — O
exercito constitucional é reforçado em Coimbra com a
offioiaes, alguns coronéis e 300 sol­
dados de dift-rentes corpos, 1834.
11 Quint. S Anastacio. - Morre em Lisboa Rodrigo da
íon seoa Magalhaos, o qual havia nascido em Condei-
xa a 24 de julho de 1787, e foi o iniciador da política
de ordem e corrupção, que tem degradado os caracte-
res das novas geraçiies portuguezas, tornando-as indif-
1868 ® prosperidade da patria,

Joanna. - - D. João vi manda soltar os presos do


íèfno
reino 1824
1824. — Sahe de Coimbraí P"™ a divisão
para Thomar
constitucional do duque da Terceira, vindo a encon­
trar-se a Ih com a miguelista na Asseiceira, e ferindo-
se alli a ultima e decisiva batalha do absolutismo, pre-
10 Saldanha sem intervir, 1834.
Id bab. Nossa «enhora dos Martyres. — O exercito anglo-
uso apodera-se do Porto e obriga o general francez
boult a evacuar Portugal, 1 8 0 9 . - 0 Brazil toma por
divisa a esphera armillar de ouro em campo azul, 1816.
. abolido o monopolio do fabrico e venda de taba­
co em P o r tu p l a partir de 1 de janeiro de 1865, 1864.
^ U cardeal patriarcha de Lisboa publica uma provi­
são reconhecendo a secularisação dos ceiniterios, como
propriedade municipal, 1876.
14 Dom. S. Gil. — O governo não confiando nos batalhões
iiDeraes do commei cio e naeionaes de Lisboa, formados
por pedreiros livres e jacobinos dissolve-os, 1853 — São
i;; ^^rormados os estatutos do monte-pio geral, 1873.
eg. b. Isidoro. — A Inglaterra manda ordens termi-
xn
nautes ao seu ministro em Lisboa para reclamar a paga
immediata de l;400:000|i000 da divisão auxiliar de Clin-
toii e os soldos em divida a Bercsford e W ellington, bem
como exigia o immediato cumprimento do tratado para
a abolição do trafico dos negros, ameaçando com a sua
esquadra tomar posse de Goa e Macau, 1840. — Salda­
nha entra triuraphante em Lisboa, depois de derrota­
dos os Cabraes e sendo cognominado pelos bajuladores
D . João VII, 1851. — Descobrem-se os restos mortaes
de Camões no convento de SanfA nna, 1855.
Ifi Terç. 8. Ubaldo. — Os soldados do 6 não attenden-
do aos rogos do coinmandante que se refugiou em
casa, d ’onde a mulher o obrigou a sahir para se ir jun­
tar aos revoltosos, proclamam no quartel de Santo Oví­
dio, no Porto, D. Pedro iv, D. Maria n e a Carta, ins­
tituindo uma junta de governo, 1828. — As forças mi-
guelistas são destroçadas na Asseiceira pelo duque da
Terceira, cahindo para sempre o absolutismo de D. Mi­
guel e implautando-se o systema constitucional, não
sem passarmos pela degradação do exercito hespanhol
de Rodil occupar Abrantes, prestes a intervir, caso as
tropas de Saldanha, Napier e Terceira, fossem derrota­
das pelas migue.listas. 1834.
® Quart. S. Paschoal Baylâo. {Luã nova ás 6 h . e 7 m,
da m.). — Monsinho da Silveira derroca de todo as ve­
lhas instituições portuguesas, decretando a organisação
da justiça, da administração e d a fazenda, 1832. Mi­
nistério Saldanha, 1851. — Alexandre Herculano, ten­
do faltado aos seus deveres de historiador e patriota,
recusa, com toda a elevação, a dignidade de par por
graça do rei, 1861. — Rcgula-se o uso da liberdade do
imprensa, 1806.
18 ^ Quint. A s c e n s ã o d o S e n h o k . — D . Miguel é acelama-
do rei absoluto nos Açores, 1828. — D . Pedro v casa
com D. Estephauia, dons mysticos, que só pensavam no
céo e na outra vida, protegendo desaforadamente o bea-
terio, era vez de crerem na existeucia e animarem o
trabalho u fil, 1858. . . . . ,
19 Sext S. João Nepomuceno — Por iniciativa da tijtua
preta ou histéricos dissidentes, decreta-se a abolição
dos morgados, 1863. - O decrepito Saldanha, de accor-
do com o proprio paço, realisa a sua ultima insurreição,
pondo em evidencia a cachexia d ’esta nação atro-
phiada pelo throno, pelo quartel e pelo altar, 1870.
20 Sab. S. Bernardino — Os commandantes dos corpos,
revolucionados por D . Miquel, reunidos em conselho mi­
litar, publicam um manifesto justificando a revolução e
substituem o conselho por uma junta provisória, 1828.
— Revolução da Maria da Fonte, filha de colligações
das opposições desauthorisadas, realisada pela subleva­
ção das juntas populares, indignadas contra o decreto
da creação dos cemitérios {!), a decima e a tyrannia do
governo, vendo-se os Cabraes obrigados a emigrarem, e
subindo Palmella ao poder, 1846. — Saldanha é nomea­
do presidente de ministros com seis pastas (!), 1870.
21 Dom S. Manços. — Sahe do Porto a expedição liberal
ao Algarve, 1833. — 0 Raio accusa o conde da Taypa,
mais tarde um dos mais violentos oradores da opposi-
ção parlamentar, de ladrão e espião, 1836. — Assigna-
se em Londres o protocollo em que a Inglaterra, Hespa-
nha e França garantem a coroa de D. Maria ii, e aca­
bam pela força com a liberdade em Portugal, 1847.
22 Seg. S. Rita de Cassia. — G odoy, o nrincipe da paz qne
mandou cunhar moeda com a sua effigie e distiao, dux
algarbiorum, ao qUal Napoleão havia promettido o prin­
cipado dos Algarves ao sul do T ejo, entra com o exer­
cito hespanhol pelo Alemtejo e apodera-se de Jorume-
nha e Olivença, 1801. — Sabendo da revolução do Por­
to, já secundada em Aveiro e Almeida, os estudantes
de Coimbra, entro elles José Estevão, juram de espadas
nuas sobre um in-8.° de Pradt morrer ou vencer pela li­
berdade, 1828. — Na Terceira é restaurada a Carta e
em Coimbra acclamado D. Pedro iv, 1828.
23 T erç. S. Basilio. — Manda-se proceder ás eleições pa­
ra as primeiras cortes depois de estabelecida a Carta
constitucional, 1834. — É dissolvida a camara ele-
ctiva por causa da revolução do norte, 1846. — Ces­
sa o curso forçado das antigas notas do Banco de Lis­
boa. 1859. — A s oôrtes authorisam a vender os bri­
lhantes da coroa, 37;341 Vs quilates que produziram
531;195iíí-62 reis, recebendo o Banco de Portuga
gratificação 31:323|;415 reis (!) e comprando-se m s cn '
pções no valor de 469:410|i750 reis, para sophistioamen
te se augmentar os vencimentos annuaes da tam
real, 1875. „ je
24 Quart. 8. A fra. — D . João vi declara guerra ao rei a
Hespanha, dando em resultado o perdermos para sem­
pre^ Olivença, 1801. — A liga progressista consegue
apoiar o ministério conservador no Brazil, para, como
os progressistas e chamados liberaes portuguezes, rene­
garem no poder o seu programma e se tornarem iguaes
aos conservadores, 1861.
25 3) Quint. S. Gregorio vii. (Q. cresc. aos 7 m. da m. ) . —
São presos o general Gomes Freire e mais outros iudi-
viduos aceusados de conspirarem contra o dominio in-
glez em Portugal, 1817.— O Algarve subleya-se contra
o absolutismo e a favor da Carta, 1828.— É dissolvida
a carnara dos deputados e convoca-se outra com pode­
res constituintes para a reforma da Carta, 1851.
26 Sext. S. Filippe Nery. — Carlota Joaquina ao despedir-
se do gencTal Povoas que ia combater o norte subleva­
do pela liberdade diz : Corte-me cabeças, corte-me cabe­
ças ! A revolução franceza cortou 40:000 e nem p o r isso
a população diminuiu, 1828. — Ao chegarem i Lisboa
as noticias da revolução do norte a côrte prepara as ma­
las para fugir para a Hespanha. os navios de guerra
estão do peças corridas e os artilheiros de morrões ac-
eesos, promptos a bombardearem a baixa, e sendo no­
meado ministro Palmelia, 1846.— Morre Joaquim An­
tonio d ’Aguiar, o mata-frades, nascido em Coimbra a
24 de agosto do 1792, notável pela energia com que,
contra o voto dos colleges no ujinisterio e do conselho
cc estado e maioria das cortes, decretou, com D. Pe-
27 o™ ® extincçào das ordens religiosas, 1874.
°ab. 8 João — D. Miguel sabe de Lisboa com alguns
’■egin-.entos em direcçào a Villa Franca, afim de restau-
rar o poder absoluto de D. João vi, 1823. — Assigna-so
^ convenção de Evora-.Vlonte ; muitos oificiacs miguelis-
quebram as espadas, recusam-se a jurar o novo re-
gtmen, apesar de se lhe reconhecerem os postos e se lhe
prometter completa amnistia, que os constitucionaes
Ca° ®'}!"P” ''a’m, 1834. — Demissão do ministério Silva
rvalho e Palmella e nomeação de Saldanha e Cam-
qoe expoz ás camaras o lastimoso estado do the-
dos'h’ mezes depois pela imposição
28 ^6'ctas, aos quaes não convinha, 1815.
8cu ■ .p *'’m*To S a n t o . — A junta do Porto dirige 0
l u n t o - ^ * * ' e a&o creados os batalhões de vo­
tos de D. Pedro, 1828. — Convocação das oôrtes
ordinárias, e extiueção. nos dominios portuguezes, de
todas as casas de religiosos regulares, sendo os seus
bens incorporados na fazenda nacional, 1834:.
29 Seg. S. Maxitno. — O exercito hospanhol de Uodoy, ás
ordens de Napoleào, trava combate com as forças por-
tuguezas em Abrantes, ganhando a victoria, assenho­
reando-se de Flôr da Rosa e escLui vando-se o octogenário
general duque de Lafões a bater-se por saber que a
Hespanha era uma mula de carga que as esporas da
França obrigavam a andar, e Portugal outra, fustigada
pela Inglaterra, 1801. — Os absolutistas rebellam-se
para libertar o rei 6 proclamam em Santarém a queda
da Constituição, 1823,
30 T erç. S. Fernando. — Conclue a guerra civil e princi­
piam as atrozes vinganças dos constitucionaes; D. Mi­
guel apenas com a roupa que levava no co-po, pobre e
arrependido, dirige-se a Sinos, é apupado e apedrejado
legitima 0 ferozmente no caminho, difficilmento escapa
á ira dos constitucionaes e embarca na Stng que o leva
ao exilio, em quanto Mousinho da Silveira decreta a
abolição e a expropriação dos conventos, 1834. — Os
federaes portuguezes commeraoram por meio d’uma
conferencia era que foi prelector o doutor Theophilo
Braga, o centenarlb de Voltaire, 1878.
31 Quart. S. Petronilla. — A Regenoia publica uma por­
taria ordenando que se averigúe e tire devassa iSoerca
d ’uma conspiração formada por alguns traidores com o
detestarei projectn de estabelecer um governo revolucioná­
rio, liberal e patriota, 1817. — D. João vi vai a Villa
Franca, consegue apaziguar os absolutistas sublevados
em Santarém, demitte o ministério moderado, abule
a Constituição e regressa a Lisboa em carruagem tira­
da pela rapaziada fidalga, que serviu de cavallos. cu­
nhando-se uma medalha cominemorativa d ’cste avilta­
mento e degradação da nobreza portugueza, conhecido
na historia pela ViUa francada, 1823. — O governo
portuguez resgata por Í00;000|í000 reis de inserioções
a pensão annual que pagava aos condes de Penafiel,
como iudemnisação do officio de correio-m ór(l), 1884.
Nasce o sol PCe-80 O 80l
Dia 1 — 4 h. 38 m. JDNHO, 30 dias D ia 1 — 7 h. 16 m.
» 17 — 4 h. 36 m. * 17 — 7 h. 4 m.

. ® Quint. S. Firmo. {Lua cheia áa 7 h. e ô9 m. da <.).


— D . Miguel do Bragança proclama ao exercito, dizen­
do que vai pôr-se á frente d ’ello, 1828. — Chega ao
Porto Palmella e o arrojado almirante inglez Napier, en­
viado pelos agiotas inglezes,com o tutor de D . Pedro, com
5 vapores, 500 homens e algum dinheiro, afim de reali-
sar um desembarque em Lisboa, 1833. — Cahe o minis­
tério Passos Manoel, ficando Sá da Bandeira, 0 qual no
periodo constitucional nada mais fez que atraiçoar o
povo e servir a realeza, 1837. — Sâo confirmados os
actos legislativos decretados pela legislatura de 1851
e 1852, 1853. — Amnistia de todos os crimes politicos
até esta data, 1865. — Os progressistas são chamados
ao poder sob a presidência de A . J . Braaincamp, rene­
gando em toda a sua administração os compromissos do
seu programma e os contrahidos nas reuniões publicas,
levando a pusillanimidade a ponto de legalisarem a ven­
da do Lourenço Marques á Inglaterra, eoutractada pe­
los regeneradores, por intermédio de Andrade Corvo.
1879.
I hext. b. Marcellino. — As famosas cortes constituintes
reconhecem a impossibilidade de continuar as suas ses­
sões, e por proposta de Borges Carueiro assignam um
protesto^ subscripto por 61 deputados em nome dos seus
constituintes contra qualquer alteração que se fizesse
na Constituição de 1822,1823. — D . João vi dissolve as
cortes, 1323, — Carlota Joaquina é reintegrada nos seus
direitos civis e politicos, de que fôra privada por não
querer jurar a Constituição, 1823. — 0 exercito da junta
republicana do Porto, composto de 5 regimentos de ca-
vallaria, 8 de iufanteria, .outros tantos de caçadores e
1 de artilheria, commandados por Refoios, general mú­
mia, marcha sobre Condeixa, 1828. — São abolidas as
cartas^ de seguros para os réos de pena mafor, 1830.
Sab. S. Ovidio. — E convocada a primeira assembléa
constituinte do reino do Brazil, 1822. — D . Jono vi pro­
clama ao povo promettendo-lhe uma Constituição, que
abolisse os privilégios, facto que nunca passou de pro-
«nessa, 1823. — A divisão hespanhola, commandada por
so
Concha, com o fim de suffoear a liberdade em Portugal,
entra no Porto, ao mesmo tempo qiie os inglezes che­
gam a S. João da Foz, 1847. — É dissolvida a camara
dos deputados, 1871. ,
I Dom. 8. Q uirino.— E dissolvida a junta encarregada
em 182.'! de preparar uma Constituição e são convocadas
as eôríes de Lamego, 1824. — É dissolvida a camara dos
deputados, convocada em 22 de abril antecedente, 1836.
) Seg. S. Marciano. — Rebenta no Rio de Janeiro nova
revolução popular'em que a*tropa confraternisa com o
povo, desforrando-se da humilhação por que passara, e
os revolucionários exigem sérias garantias para os seus
direitos sempre ameaçados e ludibriados pelos Bragan-
ças, 1821. — D . João vi regressa a Lisboa, puxando os
fidalgos á carruagem, lendo-se no D iário Official do dia
12 o seguinte annuncio: «para o dia 24 do corrente mez
se ha de arrematar em hasta publica umas parelhas de
bestas que puxaram o carrinho de el-rei, quando mu­
dou de bestas a Arroios » , supprime a Constituição e im­
planta o absolutismo moderado, 1823. — São annullados
por I). João VI e o governo moderado todos os decretos
das cortes da revolução por se lhes negar poder sobera­
no ou legitimo, 1824. — As cortes decretam que se con­
ceda á villa de Marvão o titulo de muito nobre e sempre
leal, em commemoração dos gloriosos feitos de seus ha­
bitantes, durante a guerra civil, supportando, durante
annos, um cerco formidável, como unica povoação do
Alemtejo sublevada em favor da Constituição, 1834. —
É approvada a Convenção internacional telegraphica
feita em 14 de janeiro em Roma, 1872.
T erç. S. Noberto. — Tratado de Badajoz em que o go­
verno portuguez subsoreve á perda de Olivença e se
compromette a fechar os portos aos navios inglezes,
1823. — A camara e o povo de R ecife, em Pernambu­
co, approva o parecer de frei Joaquim do Amor Divino
Correia em resposta ao projecto de Constituição que lhe
ofierccia o imperador, dizendo: « o poder moderador de
nova invenção machivelica é a chave mestra da op-
pressão da nação brazileira e o garrote mais forte da
liberdade dos povos, e o senado vitalício é uma des­
igualdade que se refunde toda em augmentar os interes­
ses do imperador e é o meio de crear no Brazil, que fe-
lizmente não a tem, a classe da nobreza oppressiva dos
S I

povoa», 1824. — O duque de Loulé é nomeado presidente


de ministros, 1856.
7 Quart. S. Roberto. — A Jievolução de Setembro chama
á divisão do reino em 3 circulos, feita por o ministerio
Palmella, a divisão do imperio romano e as juntas ven­
do-se ludibriadas pela coroa ameaçam recorrer ás ar­
mas e exigem o regresso dos emigrados de Torres No­
vas, que são recebidos em triumpho pelas povoações por
onde passam, 1846.
8 3) Quint. ^ S. Salustiãno. Corpo de Deus. (Q. ming. ás
4 h. e 3õ m. da t ). — Assigna-se a paz com a Hespa-
nha, 1801. — Cahe o ministério Saldanha e torna, a su­
bir o do reaccionario bispo de Vizeu, 1828. — D . P e ­
dro v funda á sua custa o Uurso superior de letras,
mais tarde subsidiado pelo Estado, 1859. — Tremor de
terra sentido em Lisboa durante alguns segundos, 1878.
9 Sext. S. Primo. — Era conselho decide-se no Porto en­
viar 5:000 homens coinmandados por Vilia-Flôr, a fim
de desembarcarem em Lisboa, conforme o plano de Na­
pier, jã nomeado almirante da esquadra, composta,de 5
vapores, 3 fragatas, 1 corveta e 1 brigue, 1833. — É no­
meado presidente de ministros Joaquim A . d ’Aguiar,
184:1. — Ê abolida a pena de morto nos crimes civis,
nas provincias ultramarinas, mas os governadores e au-
thoridades portuguezas continuam alli a serem uns re­
gulos absolutos, e supprime-se o subsidio .aos deputados,
restabelecido logo a 27 de dezembro, 1870. — Chega a
Lisboa Serpa Pinto,depois de torrealisado atravessara
Africa, mas não dando á sciencia nenhum resultado ef-
ficaz esta viagem, 1879. — Decreta-se a expulsão das
irmãs da Caridade, hoje abusivamente, como os jesuitas,
estabelecidas em Portugal, 1862.
10 bab. 8. Margarida. — D. João v i authorisa o corso con­
tra 08 navios francezes, grande infamia que provocou a
invasão franceza, 1808. — Arde o edificio do Terreiro
do Paço, onde funccionavam as juntas de fazenda e com­
mercio, fórraa que a monarchia adopta’ para liquidação
ue suas contas,. 1808. — D . Pedro iv proclama aos bra­
sileiros, incitando-os a que não consintam que os portu-
guezos ponham pé em terra e annunciando que as es­
quadras brazileiras viriam ensinar justiça e moralidade
®o governo de Portugal, 1824. — D. Pedro iv contraria
0 plano de Napier e a decisão do conselho, não consen-
tiudo no embarque dos 5:000 homens, 1833. — D . Fer­
nando, que recebe 100:000^000 reis de uma monarchia
insolvente, casa com uma dançarina estrangeira, eleva­
da a condessa d ’Edla, 1869. — Theophilo Braga, faa em
Lisboa uma conferencia cujo producto é applicado ao
tumulo elevado pelas nações latinas, no Père-Lachaise
de Paris, á memória do famoso historiador Michelet,
1877. — Com a hostilidade do rei e do governo progres­
sista celgbra-se em Lisboa, no paiz e em varias nações,
com um enthusiasmo indcscriptivel o Tricentenário de
Camões, data da revivescenoia da nacionalidade portu­
guesa, atrophiada pelo clero, pelo militarismo, funccio-
nalismo e monarchia, 1880.
11 Dom. S. Bernabé.— Sepulveda, em Traz-os-Montes, re­
volta-se contra os francezes, os quaes não tinham outro
ideal senão sopear Portugal, lançando-lhe uma contri­
buição de 18.000:009;§000 reis, roubando-lhe a prata das
igrejas e os seus soldados para serem sacrificados nas
batalhas de W agram , em Smolensko, 1808. — Os tres
estados do reino acclamam a D . Miguel rei de Portu­
gal, 1827. — Entra no Tejo a esquadra francesa e apri­
siona a portugueza, que se entrega sem disparar um tiro,
1831. — Napier declara que se D . Pedro lhe não man­
da as tropas para a expedição a Lisboa, arria a ban­
deira e larga para Inglaterra, 1833. —>Prohibem-se as
fogueiras do Santo Antonio, S. João etc. nas ruas da
capital, 1852. — O presidente da republica franceza de­
cide a favor de Portugal contra a Inglaterra a pendên­
cia ácerca de Lourenço Marques, 1875.
12 Seg. S. João de S. Fagundo. — D. Pedro iv chega a
Cherbourg, 1831. — Manda-so dar execução á convenção
internacional telegraphica feita em Roma, 1872.
13 T erç. ^ {no Patriarchado). S. Antonio de Lisboa. —
45 ofiiciaes do exercito portuguez e railicias reclamam
na Gazeta de Lisboa a honrÍ de terem puxado, servin­
do de cavallos, á carruagem que conduziu D. João vi,
desde os Anjos até á Sé e d ’alli até ao Paço da Bem-
posta, 1823. — Os brazileiros retomam Corumbá, dous
annos oooupada pelos paraguaynos, 1867.
14 Quart. S. Basilio Magno. — Motins em Lisboa por oc-
oasião da procissão do Corpo de Deus o insultos âs au-
thoridades, a ponto de um guarda nacional tentar ma­
tar á baioneta Sá da Bandeira, 1838. — Oregorio xvi
reduz o numero dos dias santos de guarda cm Portugal,
1844. — Alguns sargentos do 5 de caçadores revolucio­
nam os soldados contratos officiaes setembristas e por
esta fórma os homens do paço armam o rude soldado
contra os populares, para lhes infligirem mais marty-
rios, 1851.
15 ® Quint, S. Victor. (Tjua nova ás 5 h. e 59 m. da t.). —
D. Pedro, ainda no Kio, confirma a Regencia da T er­
ceira, 1830. — São dissolvidos seis batalhões da guarda
nacional, 1838. — Grande tremor de terra nos Açores,
1841. — Decreta-se em dictadura o direito de petição
extensivo a todas as pessoas moraes e municipalidades,
o direito do reunião, o de assoeiação e o ensino livro pri­
mário, secundário e superior, 1870. — Manda-se construir
o caminho de ferro do Porto á Galliza, 1872. — Na fre-
guezia da Margem, concelho de Gavião, é inaugurado_0
monumento elevado á memória de Mousinho da Silvei­
ra, por subscripçào publica aberta pelo Jornal do Com-
mercio, dirigido então brilhantemente por José Ribeiro
Guimarães, eloquente jornalista e convicto liberal, 1875.
16 Sext. O SS. CoEAçÃo DE J e s u s . — Olhão inicia no A l­
garve a revolução contra os francezes, 1808.
17 Sab. S. Thereza. — A assembléa geral legislativa do
Brazil elege a'R egencia permanente, composta de L i­
ma-Si Iva-Uos ta Carvalho e Branlio Moniz, protestando
Bonifacio de Andrade, o tutor de D. Pedro u , 1831.—
Transmittem-se os primeiros despachos telegraphicoa
entre a .Madeira e Lisboa, 1874. — A policia civil e
municipal acutilam ás portas do Passeio Publico de
Lisboa o povo inofifensivo, 1877.
18 Dom. Os SS. Marcos e Mareellino. — Cahe o gabine­
te Saldanha, erroneamente considerado o Monk de Cos­
ta Cabral, subindo novamente este ao poder, 1849. —
Morre Antonio Feliciano de Castilho, 1875.
19 Sog. S. Juliana de Falconeri. - - Os patriotas portugue-
zes indignados contra o predominio franoez sublevam-se
no Porto e installam duas juntas, uma de governo e ou­
tra de defeza o ataque, 1W8.
20 Terç. S. Silverio. — São prohibidas todas as socieda­
des secretas, debaixo de severas penalidades, 1823. ■
Para gloria do throno e do altar são enforcados em Lis­
boa nove estudantes da Universidade, dos doze que ha­
viam assassinado junto a Condeixa os lentes de Coim-
.-> t

bra que viuham saudar D. Miguel rei absoluto, -1828.


21 Quart. S. Luiz Gonzaga. — O exercito da junta segui­
do pelo do L). Miguel, oommandados por Povoas, retira
sobre Coimbra e organisa-so o batalhão académico,
1828. — Graças aos esforços de Napier parte do Porto
a expedição ao A lgarve, não o podendo ser sobre L is­
boa, em virtude de D. Pedro iv não consentir que em­
barcassem mais de 2:500 homens, como o conselho deli-
berára, 1833.
22 Quint. S. Paulino. — A ilha da .Madeira revolueiona-se
e adhere á junta do Porto, 1828. — Chega V illa-Flôr
á Terceira nomeado capitão general dos pobres exerci-
tos da rainha, 1829. — EImbarea na ilha de S. Miguel a
expedição constitucional ao continente, commandada
por Sertorius com o direito de propriedade sobre todas
as presas militares, o dizimo de todos os navios seques­
trados, sete guinéos por dia para o almirante e para a
guarnição, soldo igual ao da marinha mercante, e tc.,
1832. — Regulamenta-se a organisaçào das sociedades
económicas e bancos de credito agricola e industrial,
1867. — Manifestação liberal no Porto contra o bispo,
1873. — E expedido do Brazil o primeiro telegramma
pela linha transatiantica, 1874.
23 (£ Sext. S. João Sacerdote. (Q .cresc. ás 5 h. e27 m .da
<.). — A monarchia absoluta, da mesma fórma que a
constitucional foz e ainda faz hoje, solicita o auxilio da
Hespanha que lhe envia a divisão apostólica, reune os
tres estados no paço d ’Ajuda e reintegra os emigrado»
de 27 em Hespanha que voltam ao reino, 1828.
24 VI< Sab. S. João B.vptista. — As vanguardas da junta do
Porto encontram-se com as de Povoas na Cruz de Morou-
ços, junto a Condeixa e ambas se attribuem a victoria,
1828. — Napier desembarca a expedição de Villa-Flôr
em Tavira, que oceupa sem disparar um tiro, mas sen­
do recebidos friamente pelas massas, que os considera­
vam herejes e bandidos, como os padres lho chamavam
do púlpito, 1833.
25 Oom. S. Tude. — Chega a Lisboa e produz o mais pro­
fundo desconcerto a noticia do desembarque de Villa-
Flôr no A lgarve, sahindo tropas em soccorro do Alem-
tejo e a esquadra desmantelada de D . Miguel dirige-se
ao encontro da de Napier, na convicção d ’uma perda to­
tal, 1833.
s s

26 Seg. SS. João e Paulo. — O exercito da junta retira


ineptamente sobre o Vouga, seguido por Povoas, e che­
ga ao Porto o Belfast com Saldanha, Palmella, T er­
ceira, Sá, Stuhs, Xavier, Azevedo, Rendulfe, S. Paio,
Taypa, Calhariz, Pizarro, Ficalho, Saavedra, Barreto
Feio, 29 dissidentes expatriados, comprados e pagos
miseravelmente pelos representantes do Brazil em Lon­
dres, 1828.
27 Torç. S. L adislau .— Partem de S. Miguel em direcção
a Portugal os 7:500, conduzidos ein 50 navios, sob o
commando do inglez Sertoriu^ tendo coinrnettido toda a
ordem de tropelias nas ilhas, produzindo a anarchia
desenfreada, ruiiia total das instituições e dos costumes,
1832. — liealisa-se o primeiro enterro civil em Lisboa,
acompanhando a pé uma grande parte dos membros
do dii-ectorio republicano os restos mortaes do dr.
Ayres Maia, desde a rua dos Fanqueiros até ao cemi­
tério do A lto de S. João, 1876.
28 Quart. S. Leão ii. — O exercito da junta bate-se com
o de D. Miguel nas margens do Vouga, arrogando-se
ambos a Victoria, mas retiraudo aquelle sobre Oliveira
de Azemeis, 1828. — Lança-se a pedra fundamental do
monumento elevado a Camões na praça do Loreto,
1862.
23 *í< Quint. S. Pedro.
30 Sext. S. Marçal. — A camara do Porto, por ordem do
governo arraza o monumento que n’aquella cidade se
havia principiado a erigir á revolução de 1820, 1823.
— D. Miguel assume o titulo de rei, 1828. — O conde
da Louzã subscreve o empréstimo miguelista patrocinado
por Carlos x, 1830. — A representação nacional portu-
gueza revoga o decreto da suppressão das touradas,
publicado por um dictador, 1837. — A junta do Porto
capitula perante a intervenção estrangeira, 1847. —
Authorisa-se a venda de 3:672 quilates de brilhantes
da corôa, produzindo 52:128;íl562 reis, comprando-se
180:500^000 reis de inscripções com mais 1:000 contos
provenientes da venda de outros em 1859, 1860.
17
. 17 -“ 4
1 h.
h' 50
ílí m. 31 dias Dia
. n1 _- 77 h
h., *28m
22 m..

1 © Sab. S. Theodorico. (/.ítac/íeía ás õ h .e 43 m. d am .).


— Sâo abolidas era Portugal as penas de morte e tra-
balhos pubJicos ; é estabelecida a de prisão cellular e re-
formada a instituição do jury, decretando-se o Codigo
ravil portuguez, 1867. — O congresso republicano de S.
Paulo, no Brazil, composto de 28 delegados dos municí­
pios mais importantes doesta provinda, elege seu presi­
dente o dr. Am érico Braziliense e secretários os drs.
Cintra e Paula e Sousa e inaugura os seus
tiabalhos, deliberando eleger uma coramissão de sete
membros, encarregada de estudar e formular o projecto
do organisação politica sobro a base da federação de
municipios, completa separação dos partidos monarchi-
cos e autonomia federal das provindas, 1873.
2 Dom. S. Mareia.
3 Ssg. S. Jacintho. — D. João vi tendo vilmente atrai­
çoado os brazileiros, como atraiçoãra os portuguezes, e
tornando-se-lhe impossível o persistir no R io, chega a
Líisboa onde e mal acolhido pelas cortes e opinião publi­
ca, 1821.— D. Pedro norneia D. Miguel regente, 1827.
— Saldanha e Teixeira infamemente atraiçoados por
Palmella regressam do Porto no Belfast a Inglaterra,
tendo dissipado as 10:000 libras brazileiras, deprimido
a reputação de Saldanha e entregado cobarde e vilmen­
te o exercito liberal, 1828.
i ^ r ç . S. Isabel. — A esquadra miguelista, composta de
10 vasos do guerra com 351 peças, commandada por
Aboim , tendo á vista a de Napier, com 176 boccas de fo­
go, junto ao Cabo de S. Vicente, cm virtude do tempo­
ral não póde ferir combate, senão no dia seguinte, re­
sultando para 03 miguelistas uma derrota formal, fican­
do aprisionados os melhores navios miguelistas em vir­
tude da audaciosa abordagem de Napier, collooando
assim D . Miguel na impossibilidade de defender o lito­
ral, 1833. — Álinisterio Loalé-Avila, 1860.
5 Quart. S. Athanasio. — Pinto Pizarro na vanguarda e
Sá na retaguarda de 6:000 homens, 400 cavallos e 30
peças, restos do exercito da junta, depois de duas horas
de fogo em Braga, conseguem passar o Cavado e intor-
nar-se na serra do Gerez, em direeção á Galliza, sublo-
vando-se dous regimentos, que aoclamam D . Miguel, e
sendo os chefes leaes cruelmente increpados pelas^ tro-
pas, 1828. — Decreta-se o acto addicional á Carta
constitucional, 1852.
6 Quint. S. Domingos. — W ellesley é nomeado marechal
general dos exércitos portugueses, 1808. — Os liberaes
e a junta do Porto, commandados por Pizarro e Sa,
únicos dos chefes dissidentes que salvaram a dignidade
portugueza oompromettida torpemente por Saldanha e
Palmella, seguidos por Povoas, vêem-se obrigados a re­
fugiar-se na Galliza onde entram apenas 3:000 homens,
desertando no caminho os regimentos de caçadores 6
e infanteria 21 que acelamam D. Miguel, travando-se
combate, 1828. — Os primeiros tres navios da esqua­
dra de Luiz Philippe deitam ferro em Cascaes, chegan­
do na manhã seguinte mais doze para fazerem valer
as reclamações do cônsul franeez, 1831.
7 3) Sext. S. Pulcheria. (Q. ming. ás 9 h. e 18
m. da t.). — As cprtes portuguezas reduzem a reis
365:0001000 a dotação do rei, cujos gastos orçavam
por mais de i)00;000n000 reis, 182l._— Os tres estados
do reino acelamam a D. Miguel rei absoluto, dissol-
vendo-se no dia 15, não tratando dos negoeios do paiz
0 deixando o Estado a pedir esmola como convinha a
um a tyrannia plebea, 1828.
8 Sab. S. Procopio. — Chega a Lisboa o inglez Stuart,
portador da Carta outorgada por D. Pedro iv, no Rio
de Janeiro, com o fim de obter soccorros de Portugal
contra a guerra do sul do Brazil, e todos os ânimos se
sobresaltam, presumindo D. Pedro um anti-christo de­
magógico, e a Carta, a reproducçào da impia Constitui­
ção do 20, 1826. — Desembarcam em Pampelido, praia
dos ladrões, os 7:500 homens do exercito constitucional,
commandado por D. Pedro, 1832.
9 Dom. S. Cyrillo. — O congresso tendo annullado todas
as promoções feitas por D . João vi a bordo da nau D .
João VI, no dia 24 de julho, decidiu qu<r os seus mem­
bros não podessem aceitar ou solicitar para si ou pa­
ra outrem, pensões pecuniárias, condecorações providas
pelo rei ou empregos públicos e que nenhum deputado
podesso visitar o rei sem licença das cortes, 1821. A
esquadra franceza depois de ter aprisionado na
os navios portuguezes mercantes, em ordem de batalha,
alinha-Be desde Cascaes até S. Julião, 1831. — Os cons-
titueionaes apoderam-se do Porto, completamente aban­
donado pelos miguelistas, 1832.
10 Seg. 8. Januario. — D . Pedro mettido na jaula do Por­
to, friamente recebido pela população, a ponto de nin­
guém o comprimentar, manda; Schwalbaok e a esqua­
dra de Sertorius tomar Souto Redondo e O rijó, obrigan­
do a retirar d ’alli as vanguardas miguelistas, offerecen-
do-se uma moeda a cada infante desertor e dez a cada
cavallaria montado e os prets atrazados, 1832. — Bru-
mont, o heroe da África^ assume o commando do exerci­
to miguelista, 1833. — Abre-se o parlamento de Costa
Cabral, composto como o d ’hoje de empregados públicos
famintos e submissos, 1842.
11 Terç. S. Sabino. — A esquadra franceza, composta de
13 navios, commandados por Roussin, fórça a barra e
posta-se em linha, desde Belem até ao Terreiro do Pa­
ço, com as baterias corridas, os artilheiros de murròes
accesos, prompta a bombardear Lisboa, e em frente da
esquadra portuguesa, exige a entrega d ’esta, composta
de navios com 330 peças e demais aviltamentos já cita­
dos, em quanto o povo resa nas igrejas e os caceteiros
nas ruas espancam e matam jacobinos, pedreiros livres
e liberaes, 1831.
12 Quart. S. João Gualberto. — A Gazeta publica a Car­
ta, devido a uma intimação brutal de Saldanha, general
das armas do Porto, que enviou Pizarro ás Caídas, pa­
ra declarar se até ao dia 31 a Regencia a não procla­
masse, elle a faria proclamar e jurar pelo exercito,
1826.
13 Quint. S. Anacleto. — Approva-se o contracto para o
estabelecimento doa telegraphos electricos era Portugal,
1855. — Authorisa-ae a fundação da Companhia do
credito portuense.
14 Sext. S. Boaventura. — O exercito miguelista na força
de 20:000 homens varre os liberaes da margem esquer­
da do Uouro e é rechaçado no primeiro ataque ao Por­
to, 18 32 .-—Silva Carvalho vendo insolúvel a situação
economica do paiz, a acreditarmos a voz publica, man­
da lançar fogo ao thesouro, estabelecido no Rocio, ou-
tr’ora palacio da Inquisição, convertido pelos constitu-
cionaes em inquisição agiota, 1836.
r
s o

15 @ Sab. S. Camillo de Lelis. {Lua nova ás 6 h. e 21


m. da m.). — E dissolvida a assembléa dos tres-esta-
dos, tendo apenas acclamado 1>. Miguel rei absoluto, e
sabe-se que a ilha Terceira não recebe o governador
enviado por D. M iguel, 18ii8.
16 Dom. Santa Cruz. — A guarnição d'Alm eida sublevada
ein favor da junta do Porto, sabendo esta vencida e
perdida, capitula, 1828. — A Gazeta annuncia que fo­
ram dadas todas as satisfações á França, pagando-se-
lhe a demais 800:000 francos, despezas da guerra e en­
tregando-se-lhe a esquadra tomada em combate em que
se não disparou um tiro, 1831.
17 Seg. S .A leixo. — D . Pedro destaca dous batalhões para
Penafiel, afim de embaraçar a marcha ao exercito mi-
guelista, recebendo este o mais cordial a<!olhimento da
população, em quanto os constitucionaes são recebidos
com uma hostilidade decidida, 1832. — Morre D . Este-
phania, espirito completaraente desalentado e atrophia-
do pelo mysticismo religioso, 1852.
18 Terç. Santa Marinha. — O governo inglez de Palmers­
ton ao pedir-lhe o ministro portuguez em Londres, au­
xilio contra a França, cuja esquadra, por causa de
Bonhomme e Souvinet bloqueiava já a barra de Lisboa,
aconselha o governo portuguez a que aceite as condi­
ções francezas, declarando o advogado da rainha ser
boa presa o aprisionamento da esquadra portugueza,
composta de 11 navios e330 peças, além da indemnisa-
Çào de 800:0tX) francos, 1831. — Os constitucionaes
derrotam os miguelistas em Penafiel, saqueando o con-
vehto do Bostello, onde se embriagam com bons vinhos
® destroem as ricas preciosidades alli reunidas, 1832.
— D. Pedro n é acclamado imperador do Brazil, 1841.
15 Quart. As SS. Justa e Rufina. — Mollelos fugindo ao
conde de Villa-Flôr, persiste em Beja, que torna uma Ca-
pua, emquauto este transpõe a serra e chega a Messe-
jana junto a Aljustrel apenas com os seus 1:600 homens
e 15 cavallos, sem ser incommodado, 1833. — O Papa
"5'igo ao Brazil mna encyclica, declarando que será le-
'^antada a excommunhão que pesa sobre o império, no
caso d’este expulsar os pedreiros-livreà, desaforo de ca-
oeças entontecidas, 1876.
W m t. s. Jeronymo Emiliano. — Os estudantes de
Loimbra que sacrificaram os lentes om Condeixa, são
oo
enforcados^ no Caes do Tojo em Lisboa, sendo corta­
das as maos e cabeças de tres e pregadas nos ângu­
los da forca, ató oonsumpção natural, dizia a sentença,
escapando apenas tres réos, um dos quaes foi justiçado
em Hespanha, outro morreu tisico em 44, depois de ter
combatido no exercito liberal e o ultimo acabou misera­
velmente no Algarve, 1828. — 8ào dissolvidas as côrtes
portuguezas, 1870.
31 Sext. 8. Praxedes. — Regressam ao Porto, completa­
mente batidas e acossadas pelas guerrilhas migu(distas,
as forças enviadas por D. Pedro a Braga e Guimarães,
para alli proclamarem D . Maria ii, 1832.
22 Sab. 8. Maria Magdalena. — O exercito de D. Pedro
envolvido pelos exercitos miguelistas do Povoas, 8anta
Martha e Montalegro, para attrahir a sympathia do
Porto, faz um reconhecimento a Vallongo, onde é bati­
do e repellido para Rio Tinto, 1832. — Ministério Sá-
Latino, 18(59.
23 g ; Dom. 8. Apolinario. (Q. cresc. ás 0 h. e 43m . da t ) .
— Cahe o ministério Saldanha, renegado pelos mode­
rados e odiado pelos absolutistas, 1827. — Batalha de
Ponte Ferreira, decidindo a victoria petos liberaes, e
saudada no Porto com repiques de sinos, levando os
habitantes a pronuiiciarem-se por D. Pedro, o que até
então haviam recusado, 1832. — Villa-Flôr tendo sahido
de Setúbal chega á Piedade em Almada, ataca os 3:000
miguelistas que dispersam, presumindo Mollelos venci­
do já e a noticia da morte do cruel Telles Jordão, tra­
zida pelos fugitivos a Lisboa, espalha o terror e leva o
duque de Cadaval com o seu exercito a evacuar a capi­
tal, 1833. — Os constitucionaes fazem banca-rota, abo­
lindo o papel moeda que montava a 8:500 contos, pago
no thesouro com o abatimento da 5.» parto ou trocado
por inscripções a metade, 1834. — Proclamação da
maioridade de D. Pedro ii do Brazil, 1840.
24 Seg. 8. Christina. — O terceiro exercito francez com-
mandado por Massena entra pelas Beiras em Portugal,
excedendo as anteriores invasões em ferocidade, fazen­
do só no districto de Coimbra mais do 3:000 assassina­
tos, 1810. — É proclamada era Lisboa a Republica e o
povo cobardemente atraiçoado por 8aldanha, o nosso
primeiro consul electivo, é barbararaente acutilado por
Villa-Flôr, 1827. — A divisão constitucional commau-
r

o i

dada por V illa Flôr desembarca aventurosamente em


Lisboa, d ’onde fugiu cobardemento o exeroito miguelis-
ta, 1833. — São dissolvidas as cortes portuguesas, 1852.
— Os ministros portugueses em ves de mandarem pro­
fessores e trabalhadores a civilisar o Oriente, aasignam,
com Roma, a Concordata, que se encarrega de civilisar
os gentios com padres que ensinam a resar, em vez de
ensinarem a lêr e trabalhar (!), 1854,— São declarados
livres os filhos de escravos nascidos cm territorio por­
tuguês, 1856. — O D iario de 8 . Pavio, orgão conserva­
dor, aprecia assim a politica de D . Pedro ii, imperador
do B rasil: « Haverá quem espere alguma cousa do snr.
D . Pedro li ? Para o monarcha brasileiro só ha uma vir­
tude — o servilism o; para os homens independentes e
sinceros — o ostracism o: para os lacaios e instrumen­
tos de sua grande politica — os titulos e as condecora­
ções! », 1867. — Commemora-se pela primeira vez com
grande solemnidade o anniversario da entrada dos li-
beraes em Lisboa, 1875.
25 T erç. 8 . Anna. — D . Pedro, vendo que lhe eoyiam mal
os negoeioa no Brasil, publica uma proclamação franca­
mente revolucionaria, contrariando os planos do intri­
gante Palmella, o qual depois de servir os torys, pela
traição feita no Porto, o desprezaram o dispondo do di­
nheiro que o Brasil devia a Portugal pelos tratados de
1825, aproveita a doença de D. Miguel parajim a sedi­
ção em Lisboa, 1828. — Decreta-se o imposto para es­
tradas, 1843.
26 Quart. 8. Symphroiiio. — D . Pedro parte do Porto por
mar em direcção a Lisboa, que vem encontrar entregue
a um verdadeiro delirio de sevicias, roubos, incêndio^
e assassinatos, aggravados ainda pela soltura dos 6:000
presos do Limoeiro, a aristocracia do crim e, que chega­
ram a assaltar casas, arrombando as portas a machado,
1833.
27 Quint. S. Pantaleão. — A Inglaterra e Portugal con­
tractam impedir o trafico dos negros, 1817. — Os cons-
titucionaes atacam Povoas em Orijó e obrigam-n’o a re­
tirar sobre o Vouga, 1832. — D . Pedro iv chega a Lis­
boa e são barbara e cruelmente assassinados a^ macha­
do pelos miguelistas nas cadeias de Extremôz, como
desforra á tomada de Lisboa, 33 presos constitucionaes,
incluindo algumas mulheres, 1833.
« s

28 Sext. S. Innoccncio. — O Porto secunda a revolução


popular de Lftboa em favor da Republica, vendo-se os
clérigos de babitos arregaçados, bengala em punho
provocando, excitando a plebe, fomentando a desordem
para desacreditar o systema, os jacobinos e pedreiros
livres, 1827.— Ministério Mousinho da Silveira, 1832
— O governo portuguez convida o nuncio do Papa a sa-
hir de Portugal, 1833.
29 Sab. S. Martha. — A esquadra miguelista estabelece
o bloqueio á Terceira, sem recursos alguns para ali-
nmntar tanta gente faminta, fundem os sinos para cu­
nharem moeda e sacam sobre Palmella que de Lon­
dres lhe envia alguns recursos, 1829. — D. Pedro orga-
nisa a ordem da Torre Espada, para lisonjear as cabe­
ças vazias e as vaidades fatiias, 1832. - C r ia -s e a con­
tribuição industrial e pessoal, 1860.
30 @ Dom. S. Eufino. ÇTam cheia á 1 h. e 27 m. da t ) —
Parte a expedição de Villa Plôr a 8. Miguel, d’onde
leva l-O contoB, 2:000 soldados, 250 peças de ai*tilhe-
ria, o ;w 0 espingardas, GOO arrobas de polvora e 200:000
cartuchos, 1831. — Mousinho da Silveira decreta a abo-
jiçao dos dizimos e publica a lei das sizas, 1832. — É
inaugurado o caminho de ferro de Badajoz que nos veio
por em contacto com a Europa por terra, 1863.
31 Seg. S. Ignacio de Loyola. -— Por imposição de Salda-
nna, gntào considerado como o chefe jacobino e a espe-
da patritty é jurada a Carta constitucional de D.
Pedro, dis3olve~se a líegencia e fica Isabel Maria re­
gente em nome de D. Maria n , 1826.

Nasce o sol Pr»«.Bo n


T 1 7 ^ agosto, 31 dias c ia 1 - ' í i” t m.
> 1 7 -5 b. 17 m. . 1 7 - 6 li. 51 m.

1 Perç. S. Pedro. — Desembarcam em Buarcos 9:000 in-


glezes, commandados por W ellesley, auxilio pedido pela
junta do Porto, contra os francezes e que por fim foi
ainda para Portugal mais tyranno e funesto, do que o
governo de Junot, 1808. — A s cortes brazileiras decla-
ratn inimigas todas as tropas que forem de Portugal,
1822. . , ,
2 Quart. N. Senhora dos Anjos. — A epidemia do chole­
ra desenvolve-se em Lisboa com grande intensidade,
185B.
3 Quint. S. Estevão. — Saldanha feito um heroe, um sal­
vador, sahe do Porto a tomar conta do seu ministério,
mal visto pelos conservadores, cujos interesses eram fe­
ridos e pela Europa reaccionaria, 1826, — Decreta-se o
campo de manobras em Taneos, onde a monarchia af-
fundiu criminosamente centenares de contos, sem a
minima utilidade, 1866. — D . Pedro ii do Brazil, te­
mendo o incremento do partido progressista, entrega-
lhe o poder, sob a presidência de Zacharias de Vascon-
cellos, demittindo-os mais tarde por mera questão de
prerogativa imperial, 1866, — No tribunal da Boa Hora
em Lisboa é absolvido José Carrilho Videira, aceusado
de desobediencia, porque na qualidade de membro do
jury não quiz jurar sobre os Santos Evangelhos, fican­
do d’esta fórma, por uma sentença judicial, abolido o
juramento oatholieo em Portugal,em virtude da energia
d’este jurado, facto que tem provocado no paiz, amiu­
dados casos iguacs, 1878.
1 Sext. S. Domingos de Gusmão.
^ Sab. Nossa Senhora das Neves. — Desembarca na costa
de La vos o exercito inglez de W ellington, era força de
13:000 homens, os quaes foram mais funestos a Portugal
que os proprios invasores françezes, 1808. — O partido
republicano brazileiro não alcança victoria eleitoral nos
circulos deS . P a u l o por onde anteriormente havia trium-
phado, em virtude dos republicanos, como entre nós
tem succedido, terem dado auxilio aos progressistas ra-
dicaes, em prejuizo da causa, da justiça e boa discipli-
„ na, 1878.
n 3) Dom. S. Thiago. (Q. ming. ás 3 h. e 39 m. da m.).
'—■É extineto o porto franco do Lisboa, indo reverter
esta medida em beneficio dos portos hespanhoes, 1806.
D. Miguel envia uma alçada á Madeira, 1828.
‘ ®eg. s. Caetano. — Acçâo de Souto-Redondo, derrota
e retirada dos constitucionaes sobre o Porto, salvo ape-
nas pela inépcia dos generaes miguelistas, 1832.
° ^erç. s. Cyriaco. — Os rendimentos de ministro são
reduzidos de 8 contos a 4:80()ií000 reis, 1826. — To-
multos era Lisboa, revolução do pão barato, 1856. —
Funda-se em Lisboa a Sociedade promotora das Bellas
Artes, dando a estas um impulso negativo, 1861.
9 Quart. S. Româo. — Brumont, legitimista franoez, ven­
cedor de Argel, tendo sido batido por Saldanha na inves­
tida ao Porto no dia 25, retira com D. Miguel e í exer­
cito sobre Coimbra, afim de conquistarem Lisboa aos
constitucionaes, 1833. — Ministerio Sá da Bandeira,
1837. — 0 padre Conceição Vieira por meio da agua de
Lourdes, consegue ourar Maria das Dores, empregada
da Misericordia de Lisboa, torpe especulação religiosa,
que foi energicamente batida pela propria imprensa
constitucional, 1876.
10 Quint. S. Lourenço. .— Prohibe-se aos deputados o so­
licitarem empregos, condecorações ou pensões para el-
les ou para outrem, 1821. — A esquadra constitucio­
nal que partira do Porto com ordem de bloquear Lisboa
e Setúbal, reappareceu na Foz do Douro, tendo Serto­
rius retrocedido apenas viu alguns navios miguelistas
no Cabo da Roca, 1832. — Ministerio Loulé-Avila,
1869.
11 Sext. Os SS. Tiburcio e Suzanna. — A esquadra portu-
gueza, composta de 24 navios com 340 peças e 3:500
homens de desembarque, afóra as guarnições, bombar­
deia a ilha Terceira, defendida por Villa-Flòr com
2:800 liberaes, varando a Praia com 5:000 tiros, vê-se
obrigada a retirar, deixando prisioneiros 400 soldados,
1829. — Os setembristas exoluidos da urna pela pressão
authoritaria de Rodrigo e Cabral, promovem o primeiro
tumulto em Lisboa o reunindo-se no largo da Estrella
vão convidar a guarda das cortes a adherir, sendo dis­
persos afinal no Caes dos Soldados, quando iam arrom­
bar o arsenal do exercito, 1846.
12 Sab. S. Clara. — Mousinho da Silveira decreta a abo­
lição dos dizimos e doações regias, 1832.
13 9 Dom. Os SS. Hypolito e Cassiano. {Lua nova ás 8
h. e 36 m. da t.). — Telles Jordão depois de ter hor­
rivelmente martyrisado os presos da Torre de S. Juliâo,
convida-os piedosamente a renegarem, arrependidos de
seus erros, 1828. — Larga o Tejo a esquadra frauceza,
deixando-nos apenas a nau D. João vi que estava equi­
pada e que por isso não podia ser presa de uma batalha
em que não podia tomar parto e d’esta fórma o gover-
O S

no de um deapota saturado de religião soffre o mais


certeiro golpe que lhe descarrega Luiz Pliilippe o rei

hçao dos bens da coroa, 1832. — Perante a enercica


opposiçao de Passos, Josó Estevão, Costa Cabral e

ceira d e b h f? f H-'' 7 vencimentos, o ministério Ter-


para setí^ bro, S . " ' * ’
^ cafn «■ - O exercito miguelista tendo descan-
çado e lemendado os farrapos, divide-so em 3 divisões
rrem^°a‘' Lifboa, dirige-se a de Lemos a San-’
arem a de Larochejaquelin a Salvaterra e a de D
i à & f f " '" " - a “ ealorcsameiite a ccl»:
mados e favorecidos pelas populações, o que nada lhes
vale poi ser um systema condemnado e contrario á ra-
lõ d sciencia e á liberdade, 1833.
V íe r ç . Assumpção de Nossa Senhora. — D Pedro iv
reunid!™®"*® as primeiras cortes eonstituoionaes,
òr^id . to «aqueado por estes e n ’uma salà
tos da oom os bustos dos portugueses illustres, oocul-
do »®,C‘‘ ’"ava3, por causa do retrato
tros t’ ombal que infundia terror aos minis-
tros const,tucionaes(!) 1834. - O partido republicano
0 Dtóidn r ! ! ’ "*í Brazil, tendo repellido a alliança com
rcS ^ n Bsta alguns nomes
datos ’ ronsegue fazer triumphar 3 dos G candi-
ckl ^ a propoz para a Assembléa legislativa provin-
S Í e t v '® --’ ^"^“ rtinho Prado Ju-
16 C , . f 'lo tta Junior, 1877.
n são r t v a '!"® ® { “ B'tho- - »■ Pedro iv e D. Maria

t e c c à o r n ! "^^“ ‘■ece aos foragidos do Erazil a sua pro-


Quiut M residencia o seu castello de .Meudon, 1831.
SnènL ’^'■‘ “ 'ode. — Os 13;000 soldados ineleLes de
P ortu gu ;2® es"drir°^ W ellesley reunidos aos 8:000
1, g a o ! C c e t s f l t e '' " ’ ^®-
in s u r r fc e S m T ; ~ ‘^"1“ ®® ?® ? “ ‘ danha e Terceira
restituirá a o ^ '„ ®.“ "*ra a revolução de setembro, que
proclamam a ™P«rtante parte dos seus direitos e
do Cabo telpCTro . . d'^ada por um rei, 1837. — Iinmersâo
egraphico de Caroavellos á Madeira, 1873.
« «

__Grande pânico financeiro em Lisboa, dando origem


a uma corrida aos Bancos, fechando todos estes e che­
gando até o de Portugal a não pagar as suas notas de
o u ro ! 1876.
19 Sab. S. L u iz .— Experiências da via Larmanjat de
Lisboa a Cintra, ultima exploração de Saldanha, em
poucos annos arruinada, 18(3.
20 Dom. S. Bernado. — Saldanha levanta o cerco do Por­
to, batendo as forças miguelistas, que retiram incen­
diando selvaticamente os armazéns de G aya, onde ha­
via 17:534 pipas de vinhos preciosos e .523 de aguarden­
te, produzindo uma explosão espantosa e uma fogueira
siuistramente colossal que descendo pelas aguas do
Douro, ameaçava incendiar os navios, 1833. — Dccre-
ta-se 0 curso forçado da libra ingleza pelo valor de
4:140 reis nos Açores, roubo inaudito feito pelos consti-
tucionaes ao povo portuguez em beneficio da Inglater­
ra, 1833. — D. Maria n começa a reinar, votando s<5
contra esta 5 pares, 1834.
21 Seg. S. Joanna Francisca. — Os francezes são derrota­
dos polo exercito anglo-luso, no Vimeiro, 1808. — Res-
tabclece-so a Companhia de Jesus em Portugal, 1814.
Prohibe-se a profissão das noviças entradas nos con­
ventos depois de 4 de março de 1821, data da prohibi-
ção das profiss<5es do frades, 1822. — O corpo do poli­
cia, exccllentemonte disciplinado, comprado por Carlo-
ta Joaquiua com o dinheiro que herdãra do marido, de­
cide cahir sobre a Ajuda, prender a Regente, e os mi­
nistros 0 acelamar D . Miguel, mas é mal suocedido,
1826.
22 3) Terç. S. Timotheo. (Q. cresa. aos 2 Í m. ãa m.). —
Infanteria 4, comraandada pelo alferes Bravo, sahe do
seu quartel, musica á frente, entoando o hymno consti­
tucional e dirige-se a Val-de-Pereiro, coutando ser se­
cundado pelo corpo alli aquartelado e demais guarni­
ção, veiido-se porém atraiçoado, regressa ao Rocio e alH
sustenta até de madrugada, formado em quadrado, a
lucta. contra as tropas de D. Miguel, ficando 300 mor­
tos no recinto em que os constitucionaes elevaram mais
tardo uma estatua a D . Pedro iv, esquecendo-se a me­
mória de todos estes bravos, 1 8 3 1 . — S ã o reduzidos
50 por cento os vencimentos das classes iuactivas, l o i
— Ministério Primavera, 1847.
* iT

23 Quart. S. Philippe Benicio. — Reunem-se em casa de


Sepulveda no Porto cs patriotas portugueses e resolvem
no dia seguinte revolucionar-se contra o despotismo
da Regenoia, elegendo um governo que toma o nome
do Junta provisória do supremo governo do reino,
1820.
24 Quint. S. Bartholomeu. — Gloriosa revolução no Porto,
promovida polo venerando patriareha da liberdade, o ja ­
cobino Fernandes Thomas, 1820.
25 Sext. S. Luiz, Rei de França.— Circula entre o povo o se­
guinte decreto que nos descreve rigorosamente a triste
situação do pais : « Sendo mister engendrar uma camara
de indignos pares q u e . . . me confirmem no officio de re­
g en te... sou servido abaixar á indignidade de pares as
creaturas seguintes. Freire, iseariote, o padre Marcos,
vulgò 0 Sileno, etc., terminando, Pedro, ex-imperador,
ex-rei, ex-dugue e ex-oidadão português » , 1833. — Pas­
sos Mauoel ataca violentamente U. Pedro iv o o minis­
tério por causa da prisão do deputado Pisarro, da sus­
pensão das garantias e pressão eleitoral, pedindo o es­
tabelecimento da liberdade de imprensa, a eleição de
camaras muuieipaes o convocação de cortes constituin­
tes, 1834.
2G Sab. S. Zeferino. — Explosão da praça de Alm eida
que se v6 obrigada a entregar-se aos franceses, 1810.
— As guarnições do castello de Marvào e Castello
Branco revoltam-se contra o governo a favor dos se-
tembristas, 1846. — Pronunciamento absolutista, que
suffocado vê-se obrigado a refugiar-se na Extremadura
hespanbola, onde com a protecçào da Austria, França
e da princesa da Beira, casada em Hespanha, os gene-
raes portugueses Abreu, Magessi, Lobo, Canavarro, A l-
poim, formam a legião apostólica portuguesa, os quaes
e com Christos nas mãos em ves de espadas, juravam
defender os direitos legitimos de D . Miguel, 1826.
2 ' © Dom. 8. Rufirfo. {Lua cheia ás 8 h. e 46 m. da t.).
— O Brasil reconhece a independencia da Banda-Orien-
oa ^'■'‘ guay, 1826.
■s» 8eg. 8. Agostinhn. — D . Pedro iv , depois de muito
“ ggredido pelas cortes, consegue que estas lhe confir­
mem a Regencia e decreta-se o estabelecimento do re­
gisto civil, ainda hoje mal acolhido por este povo besti-
ficado, 1834. — O exercito da rainha e dos mareebae»
encontra-sc cora o liberal no Chão da Feira, dando os
soldados a raaior prova de juizo e humanidade, reeu-
saudo-se de parte a parte a baterem-se e dando aquel-
les vivas á Carta e os últimos á Constituição liberal,
1837.
29 Terç. S. Sabina. — O Brazil proclama a sua iudepen-
cia, ficando os commerciantes portuguezes arruinados, a
alfandega deserta, o thesouro vazio, um povo fanatisa-
do c ignorante, uma côrte devassa e um governo reac-
cionario e idiota, 1825. — D. Maria ii regressa ao
Brazil em virtude da recusa de intervenção do governo
inglez, 1829. — Ministério Sã-Vizeu, 1870.
30 Quart. S. Rosa de Lima. — Junot cercado pelo exeroito
anglo-luso e abatido assigna a capitulação de Cintra,
não sendo ouvido n’este contracto authoridade alguma
portugueza, 1808. — Restabelece-se em Portugal a
Companhia de Jesus, 1832.
31 Quint. S. Raymundo Nonato. — D . João vi eleva ao pos­
to do coronel de infanteria o thaumaturge Santo Anto­
nio, cora o competente soldo, verdadeira farçada reli-
gioso-monarchica, 1814. — Convenção com a Hespanha
a respeito da navegação do Douro, 1836. — Desprezando
os decretos de Mousinho da Silveira, o ministério Pal-
mella decreta a infame expropriação dos miguelis-
tas pelos constitucionaes sobre o nome de iudemnisa-
çòes, 1833.

Nasco o sol PÕe*80 o sol


D ia 1 — 5 li. 30 m. SETEMBRO, 30 dias D ia 1 — C h. 30 m.
» 1 7 — 5 h. 15 m. » 1 7 — 6 h. 50 m.

Sext. S. Egydio. — Proclamação da Independencia do


Brazil nas margens do Ypiranga (S. Paulo), com os pro­
testos do Rio e Minas, resistindo as guarnições portu-
guezas do Rio e Pernambuco, que foram deportadas
para P ortu ial e a da Bahia, que se manteve em armM
até 23, 1822. — Desenvolve-se em Lisboa a terrivel
epidemia da febre amarella, resistindo Pedro v a sa-
hir da capital, 1857. .
Sab. S. Estevão. — D . Maria ii quo »eu pai enviãra

2
«>í>

para Vienna a esperar idade de casar com o tio, chega


a Giiiraltar, onde sabe da acclamação de D. Miguel,
foge e emigra para Inglaterra, 1828. — Os miguelista»
cortam as aguas que abasteciam Lisboa, ISS.S.
3 Dom. S. Eufemia. — Coneluem-se os trabalhos de de-
feza no Porto, a ponto de ser preciso para a atacar um
exercito de 30:000 homens, 1832. — Proroga-se por
mais 50 annos a existência do Banco de Portugal com
o privilegio iniquo e exclusivo da emissão do notas á
vista, 1874.
4 3) Seg. S. Rosa de Viterbo. (Q. ming. aos 52 m. da
t.). — Tendo-se finado de ridicule e perante as difficul-
dades financeiras o ministério historico presidido por
Loulé, sobe ao poder J. A. d ’Aguiar, o. fusão, composto
de mediocridades guindadas ás alturas, 18tí5.
5 Terç, S. Antonino. — O ^xercito miguelista ataca as li­
nhas constitucionaes de Lisboa e é repellido, inverten­
do-se 03 papeis, pois que se organisaram 36:000 homens
dos batalhões nacionaes, alcançando 800 contes de reis
só ua capital, e sendo secundados pela França e Ingla­
terra, em quanto D. Miguel não tinha mais de 24:000
homens, sem recursos e apenas aguardando ephemeros
auxilios da Austria e Russia, que nunca chegaram,
1833.
6 Quart. 8 . Libania. — Decreta-se que sejam fechadas
todas as prisões subterrâneas em Portugal, 1826.
^ Quint. 8. João. — São fusilados barbaramente no Cam­
po de Ourique 40 soldados do bravo 4 de infanteria,
que pretendem elevar a dignidade da nação humilhada
por um tyranno com a sua cohorte de caceteiros e pa­
dres, 1831. — Os chefes das duas facções monarchicas
histórica e reformista, reunem-se na Granja e resolvem
fundir-se, publicando um programtna muito ambiguo
que mesmo assim no poder renegaram, 1876.
o Sext. Natividade de Nossa Senhora. — Desembarcam
aa Terceira, illudindo o ministério inglez, os oftioiaes
constitucionaes, vindos de Inglaterra na fragata brazi-
leira Isabd, constituindo o núcleo de resistência, 1828.
“ Sab. S. Sergio. — A Regencia do reino submette-se ás
juntas revolucionarias, vendo que não podia abafar o
movimento, mas aquellas inspiradas polo famoso repu­
blicano Fernandes Thomaz, declaram que só nas cortes
e que residiam os direitos de soberania, 1820. — Che-
ro
gam a Lisboa os Passos, eleitos deputados pelo Porto,
sendo enthusiasticainente acolhidos pelo povo, que pro­
clama a Constituii;ão de 1820, com morras á Carta e ao
governo, 1836. — Parte para o Brazil D. Pedro ii de
regresso da sua viagem á Europa, onde deu lições de
bom senso aos palacianos, originando a Uerculano a
pneumonia a que suecumbiu, 1867.
10 Dom. S. Nioolau Tolontino. — O governo inspirado de
ideas reaooionarias accusa os liberaes de anarohistas,
desordeiros e jacobinos perigosos e inoendiarios, mandan­
do prender muitas pessoas de consideração, deportando
algumas para os Açores, 1810. — Silva Carvalho pu­
blica as contas em que declara haver já realisado 5:266
contos de vendas, tendo o thesouro apenas recebido
2:158 contos e sendo os 3:108 dados como indemnisa-
ções a Palmella e outros, ^ cabendo os 5:266 contos
apenas a 6-32 compradores, proelama-se a Constituição
de 1820 0 é nomeado o ministério Passos, 1836. — O
estado compra por 930:773^850 reis o caminho de ferro
do Barreiro até Vendas Novas, 1861.
11 Seg. S. Theodora. — O exercito niiguelista, comraanda-
do já por Gaspar Teixeira, ataca a Serra do Pilar e o
Porto, sendo repellido, principiando o bombardeamen­
to, 1832. — Tendo a guarda nacional ido ao Paço, na
madrugada do 10, exigir a demissão do ministério e a
proclamação da Constituição de 20, D . Maria u vê-se
obrigada a jurar a constituição liberal, conferindo a di-
ctadura a Passos Manoel, 1836.
12 9 Terç. 8. Auta. (L . nova aos 25 m. da <.). — Ter­
mina o embarque do exercito da junta do Porto, refu­
giado na Galliza e dirige-se n Plj'raouth, onde soffre
a maior miséria, em quanto Palmella em Londres e seus
chefes comem o dinheiro do Brazil, 1828. — Contracto
com Salamanca para a eonstrucçào do caminho do fer­
ro de Lisboa ao Porto e Badajoz, 1859.
13 Quart. 8. Filippe. — Entra no Porto o conde das An-
tas com 08 restos da sua divisão bespanhola, já reduzi­
da pela deserção para o exercito dos marechaes, 1837.
— Adoece graveraente Alexandre llereulpno, com uma
pneumonia dupla, adquirida n ’uma visita de etiqueta
que fez ao imperador do Brazil, morrendo ás dez horas
da noite, o homem crente e fervoroso que o povo sem­
pre teve por livre pensador, o authoritario e monarehis-
r
T 'l

ta, quo muitos j u l g a v a m republicano, o historiador raais


favoi-eeido o o eseriptor mais omnipotente, que abdicou
indignamente a sua missão augusta de educar este po­
vo, não deix.ando um só discípulo que o continue, 1877.
11 Quint. Exaltação da Santa Cruz. — Lança-se no R o­
cio de Lisboa a primeira pedra do monumento que se
pretendeu erigir ã constituição política de 1820 182^
L Os constitueionaes j i
cm Londres, um empréstimo de 13.o00:000H000 reis po
10.605:4025000 reis, effectivos, com o juro de 8 a J poi
con to(') 1833. — E ’ creado o supremo tribunal de ju s­
tiça, 1833. — E ’ enterrado Alexandre Herculano cm

15 Sex^S^.^ Domingos em Soriano. — Lisboa revolta-se


contra o despotico, famoso e aristocraLco S^jerno
Regencia e elege á semelhança do que fizera jã o P oito
uma junta directora dos negocios
povo e da nação, 1820. - E ’ reduzido a 3:2W5(W0 re s
o vencimento dos ministros d ’estado, e a leis
as pensões dos cx-ministros, ficando estas abolidas,

16 s S ^ Trasl. de S. Vicente. — Nasce D. Pedro


vidualidade sympathica, mas extremamente p e r , ^
pelos preconceitos de educaçao e entranhado fanatismo
religioso, 1837. - D. Pedro v inicia o seu reinado.

17 Dom* S. Pedro de Arbués. - D . Pedro iv, no Rio não


recebe os emissarios de seu pai, aprisiona a coi veto qu
os conduzia o manda aquelles^ regressar a
1823. — Passos Manoel, em cortes, reclama providen
cias contra a anarchia desenfreada e cruel dos eonstiti>
cionaes, os quaes, no periodo de ^ «""OS, assassinara
1-442 individuos e praticaram 3:179 roubos(I), 18d4:. _
18 Seg. S. José Cupertino. — Decreta-se que entre em vi-
go? o Codigo commercial, 1833. - O conde
derrota o exercito doa marechaes era Ruivaes, capitu
lando estes, com a condição de garantirem aos seus of-
ficiaea OS s o l d o s de reformados, 1837. ^
19 Terç. Dôres de'Nossa Senhora. — Sao prohibidas as tou-
radas como divertimento barbaro, 1836. — Os duques
da Terceira e Saldanha, pagos pelo estrangeiro e pelo
paço, assignam vencidos o convenio e emigram,
20 Quart. S. Eustachio. (Q . cresc. aos o4 m. da t.). —
de U 3 b o a ,Í 8 3 3 ? -l“ D™edTo**ív“ rala^^^

crf.adtVS ;„Tehar"rfi!h .V "“'*Í-^®‘'“*


alguiia viiiteus 1851 Im ^ tu ar ao pobre povo
demia das sciench^o~ror® "'^^ Lisboa na Aca-
thropologia e Litterario^ 188o''"'° de An-

é s -' I » » » !).
mes recursos que resiste dura^t! “in"*'** “ ° 'í‘
adoptadas pelo^ im peril p a S s u p p la n ta rr'lS sT ^ '^ n "^

templos, 1835^ ^ ° «be-se os enterramentos nos

líitim o ~ ° reconhece a D. M i.„ e l rei

3:T00 tÍfquK'ê
S a °i? i8 3 3 " " / « ( ’" - ' i S s T J ^ C h S ^ T L l V o í a

l í b ^ t c S a 'D . ® £ r i r ^ Desembarca em
pas- que os emigrados da imft rainha, a
1828. _ Morre D p L r n ^ bandidos,

r u iS T r a " « f í ó “ he*ato*dí
iio», 1004:. — Mmisterio Palmei!a irqa 1 ^^
creta-se que uma forca de 10*nrin i. ' ° . D e-
Isabel ir de Hesnanha^pm ^ homens vá auxiliar
ÍÍ5 Seg. S. F i r m i n r _ \r— p e r r a com D. Carlos, 1835.
Silveira 183-’ n Palmella-Mousinho da
mehos desnaVhoT .pbm arino transmitte os pri-
26 Terc % « Madeira, 1873,
se ter estabeíeddo e m ^ L i f c ' o “
Sõ.r.ísír •

decorridos 4. *
riXorATS
p a n d es homens, mas só depois do
S ^ c a m n d iT r ^ *°"do por ora vi-
27 I ) Quart P Pessoas reaes (!), 1833.
ID Quart. 8. Cosme. (Zua cheia ás 4 h . c 36 m. da m.).
r
r s

— Batalha do Bussaeo entre 03 francozea e o exercito


anglo-luso, ISIO. — E prorogado o prazo de convocação
das cortes constitucionaes, 1833.
28 Quint. S. W enceslau.— A regencia do Brazil, sanceio-
na com applauso geral a lei da emancipação dos escra­
vos, 1871.
29 Sext. S. Miguel Archanjo. — Tratado de amizade en­
tre Portugal e a França, sendo aquelle obrigado a pa­
gar 4.750:000^1000 reis, 1801, — Para commemorar o dia
de S. Miguel e por ordem do governo, Gaspar Teixeira
investe com todas as forças do seu cominando contra
as linhas do Porto, trava-se o combate braço a braço
nas ruas, mas os miguelistas são repellidos, ficando no
campo 2:000 mortos, a par que em Lisboa, os padres
no púlpito celebram a conquista do baluarte da impie­
dade, com a exposição do Santíssimo e cantos de acções
de graças pela vietori», que no dia seguinte se soube
coubera ao inimigo, 1832.
30 Sab. S. Jeronymo. — São açoutados no Rio de Janeiro
por ordem de D . Pedro, vários soldados da nau D .
João VI, por solicitarem o regresso a Portugal, 1822.

Nasce o sol Põe-so O sol


Dia 1 — 5 h. 57 m. OUTUBRO, 31 dias Dia 1 — 5 h. 42 m,
> 17 — 6 h. 13 m. . 17 — õ h. 18 m.

Dom. Os SS. Máximo e Julia. — D. João vi jura a


Constituição, violando este juramento no curto prazo de
um anuo, 1822. — É mais uma voz prorogado o decre­
to que legalisa o uso forçado das notas do Banco, pro­
duzindo a enorme especulação de uma companhia com
o dinheiro do publico, 1846.
Seg. Oa Anjos da Guarda. — Grande alarme entre os
monarehistas portuguezes, por causa da rainha snr.“' D.
Maria Pia ter salvo, sem se molhar, o principe D . A f-
fonso, oahido n’uma poça da costa de Cascaes, valen­
do-lhe este arrojo as felicitações calorosas dos aulicos a
u medalha de ouro que lhe decreta o marido, 1873.
' fe r ç . S. Cândido. — Decreta-se que as irmãs da cari-
dado estabelecidas em Santa Martha fiquem submettidas
ao patriareha de Lisboa, e não ao seu superior geral de
Paria, puro sophisma de revindioaçào liberal, ItíiO.
4 3> Quart. S. Francisco de Assis. (Q. ming. á 1 h. e 43
m. da m.), — Acçào do Pico do Celleiro batendo as
guerrilhas miguelistas, submettendo toda a ilha Tercei­
ra ao governo constitucional, installaudo-se uma junta
provisória de governo presidida por Cabreira, 1828.
5 Quint. S, Plácido e seus Gomp. — O general Silveira,
marquez de Uhaves, acclama D. Miguel rei absoluto em
V illa Real, seudo secundado pelos pronunciamentos mi­
litares de Vizeu, Villa Pouca o Algarve, 1821!. — Mi­
nistério Saldanha, 184G.
6 Sext. S. Riaino. — Estando affixadas para 11 de outu­
bro as eleições geraes que deviam dar victoria ao par­
tido liberal, D. Maria ii chama ao paço os ministros,
prende-os, e os duques de Sftldanha, reroeira, etc., se­
nhores do poder proclamam no Terreiro do Paço a Carta
de 1820, perfeito logro da revolução atraiçoada pela rea­
leza astuta, su.spendendo as garantias individuaes e pro-
hibindo a publicação de todos os jornaes e escriptos,
dissolvendo e desarmando a guarda nacional, a ultima
das regalias populares que ao povo restava, chamando-
se a este movimento a emboscada, 1840. — D. Luiz casa
com D. Maria Pia e ministério Loulé, 1862.
7 Sab. S. Marcos. — Entra em Coimbra o coronel Trant
e aprisiona 5;000 francezes, alojados no convento de
Santa Clara, 1810. — O governo pretendo valor ao pai®
eompletamente arruinado decretando que se emprestas­
sem 6f)0;000j00[) reis aos lavradores, para compra de
gado e sementes, com o ju ro de 5 e a amortisar em 5
aunos, 1884. — Suspensão das garantias constitucionaeS
e dissolução da guarda nacional de Lisboa, 1846.
8 Dom. S. Brigida. — Procede-se friamente ã eleição da
camara dos deputados, segundo a Carta constitucional,
sendo impedida a abertura d’esta cam.ara em virtude
das revoluções absolutistas promovidas no Algarve e
. Traz-os-Montes, 1826.
9 Seg. S. Diouysio. — São enforcados no Porto, condem-
nados pela Alçada, mais dons estudantes réos da junta,
sendo a cabeça de um d ’elles afiixada defronte das ja-
nellas da mãi, ficando assim inaugurado o periodo do
terror absolutista triumpbaute, que encarcerou em todo
paia elevar um monumento a A . Heroulano idáa mor-

SfciS s z.ttT&r,r
.6 ,

bre^presmiírd"'^*! ® Santf-Marth.à%“ célé?


mallMdos adorado °*^°i Cordeiro, o canhão mata-
as infantas D. l l b e f M a rire\ ía H a d°A“ ° " *
17 H T d ,v i í e f '“ ‘ “ - “ â o ^ S ^

c T a ^ ^ o ít-’ •
“ ° " ' ^ ’" “ " < í ° ® 'p '^ l ° Í » á 1 r in ;o n f id e n !
n arW , q u a t r ò 7 s :r e m % ';t ;“á^
£ s ao m T l 8 1 7 '® Í “ o “ queimados e as oinsas l^nça-
diotador insloz^Beresford^^o"^” ” ’’evolução intima o
do Rio dfi ínnoiw ’ uvd, o qual acabava de chegar
no p r L o de a l h d « veino
senão o dn !oh* •’e™®’ “ ?e reconhecendo outro direito
1« ^ ?i • da soberania nacional, 1820.
fo m “ da n ' Z,®o“ (Q- da11 h. e
discussão dás oA ? P°T*’ eenhecimento da violenta
tra os aulicoH do^^+1’ *‘'®vada entre Passos Manoel con-
apnellandò n L fí * p “ ™ ’ defendendo estes a rainha e
Bandoli- P°^ Pe®®e® pura a republica, que Sá da
S . “ ; . ' r r v ; “ “ , s “ ” ' ’ eT í’- " ’ í t t "-
S ”s r r ; " T K ' “ “ ^
francameni-’ .P*’ ®’” ®!' e Portalegre, os candidatos
Thennh^o R ''®P"^,^e?“ o« dr. Rodrigues de Freitas, dr.
os trns u- Teixeira Bastos e Carrilho Videira,
D-ni-Q, f ‘ “ ’’ u* aceitando o mandato iníperativo, uma
garantia segura para eleitores e elegiveis, 1879.
■ rr

20 Sext. S. João Caucio. — Maudam-se


portuguexea aos navioa luglezes mercautoa « ’
1807. __D . Miguel acelainado pelaa mulheres e velhos
das povoações por onde passa, chega a Coimbra e
manda abrir o t L u l o de D. Affonso
deiro adeus do ultimo ao primeiro monarcha portuguez,
visto o constitucionalismo não ser mais do que uma
usurpação da soberania popular realisada com a luter-

21 Ia b ? “ /u M ^ u la ^ -’ s\ o'fixados em
vencimentos dos ministros portugueses, hoje ‘5 .2 0 0 ^ 0
reis, além das verbas votadas para
22 Dom. S. Maria Salomé. — Saldanha, presidente « o ga­
binete chamorro, tendo renegado as suas ideas e aban­
donado Mousinho, Pizarro e os Passos, que reclamavam
que estes bens vendidos a dinheiro se “ ““
fundo de instrucção publica, continua a venda dos bens
uaoionaes, riquezas prodigiosas, vendidas a »1°®°
inserincõcs e titulos da divida ao thesouro, muitíssimo
depreciados yX com o deficit de
apresentava jã o orçamento de d l a do, „
23 Sog. S. Romào. — D . Pedro iv escreve a seu pai D.
Joio VI dando-lhe parte de se ter proclamado “ a p e ^ -
dor do Brazil e offerecendo á naçao portuguesa um
asylo nas adversidades que lhe estavam •“«ninentes
1822. — Os constitucionaes co“ t;ahem em Londi^^^^
empréstimo de 2.910:000^00 reis por 182:762^500 reis
elfeotivos com os juros ou encargos de cerca de 20 /q
ao anno, 1832.
21 Terc. S. Raphael Archanjo.
25 Quart. S. Chrispim. — S. M iguel, nos Açores, pronun­
cia-se em favor da junta do Porto contra o
1816. — É authorisada D . M ana José Cruz O liveua ô
Silva, de Vagos, a fazer exame de
versidade de Coimbra, 1660 - Principia o julgamento
dos empregados do banco Ultramarino, accus.idos de
roubo pelo governador e vice-governador do m
banco, mas Ibsolvidos pelo ju ry, dando occasiao este
processo a reconhecer o publico que os bancos por
guezes na maior parte sào uma exploração ignobil, em
que alguns exploram o povo com capRims do n ie ^ o ,
servindo só pai^a os directores e seus afilhados, 18. U.
26 ® Quint. S. Evaristo. (Lua cheia ás 2 h. da t.). —
Nasce D. Miguel de Bragança, o ultimo, ostensivamen­
te rei absoluto de Portugal, 1802.
27 Sext. S. Elosbão.
28 Sab. S. Siinào. — A marqueza de Chaves, cognominada
pelos franoezes que a temiam o panorama da fealdade,
montada n’um macho, com uma banda a tiracollo e
grande cbapío de abas atado com uin laço vermelho,
entra em Villa Pouca e subleva ein favor de D. Miguel
e da religião, caçadores 7, que fica commandando, 1826.
— Inauguração do caminho de ferro de Lisboa ao Car­
regado, 1856.
29 Dom. Trasladação de Santa Isabel. — Tratado do Fon­
tainebleau pelo qual Portugal 6 dividido em dous rei­
nos, um para o rei de Etruria e o outro para D. Ma­
noel Godoy, 1807. — Cria-se a moeda do bronze (pata­
co), 1811. — D. Pedro IV do Brazil outorga a Carta
constitucional, 1826. — Ministerio A vila, 1870.
30 Seg. 8. Serapião. — Abertura das primeiras cortes con­
vocadas segundo a Carta constitucional, 1826.
31 Terç. S. Quintino.

Nasce 0 sol PÕ3-SO O aol


Dia 1 6 li. 35 m. NOVEMBRO, 30 dias D ia 1 — 5 h. 51 m.
• 17 — G h. 46 m. » 17 — 4 h. 44 111.

1^ Quart. Festa de todos os santos.


2 Quint. Commemoraçâo dos defuntos. (Q. ming. ás 6
h. e 24 m. da t.), — O ministerio Cabral encontrando
uma divida externa de 12.358:000 libras e com os juros
atrazados, delibera converter o juro de 3 <’/(, em juro de
5 ®/(), dando como indemnisação aos credores mais a
quinta parte do que lhes devia, sobrecarregando o the-
souro com mais 510;000j000 reis, despeza annual, tudo
por que nada podiam pagar (!), 1840.
3 Sext. S. Malaquias. — O governo constitucional, tendo
decretado a troca dos bens nacionaos por iusoripções e
recibos de divida do Estado, tendo dado a Palmella a
serra da Arrabida, confiscada ao Infantado, que a oon-
fiscára aos duques de Aveiro no tempo de Pombal, de­
creta fiaalmentc a vencia por junto e n'um só lote de
todas as propriedades nacionaos das margens do T ejo e
Sado, as Lezirias e a Comporta, 1834. — Morre José
Estevào, o notável orador que presidiu á junta revolu­
cionaria republicana da 1849, composta por Oliveira
Marreca o A.ntonio Rodrigues Sampaio, junta fundada
pelos esforços heroicos de José Felix Henriques No­
gueira, 0 unico republicano consciencioso e serio que ap-
pareceu n’aquplle periodo, 1852. — E eveada a medalha
para recompensar actos de philauthropia e generosida­
de, 1852.
: Sab. S. Carlos Borrom eu.— Conspiração palaciana ver­
gonhosamente abortada para restaurar a Carta, apesar
da intervenção da Bélgica e Inglaterra; a côrte em gran­
de estadão tendo-se transferido das Necessidades para
Belem, manda alta noite chamar o ministério, que de­
lega um dos seus membros, o qual é demittido e ludi­
briado era quanto os collegas preparam ecn Eioboa a re­
sistência com a guarda nacional, que surprehende, em
Alcantara, Agostinho José Freire, quando em granda
uniforme se dirigia ao paço, para vender o povo, sen­
do immediatamonte fusilado n’aquelle posto da giiardot
sendo encarregado do organisar ministério o marquez
de Valença, 1838. — Inauguração da famosa ponto so­
bre o Douro, no Porto, 1877.
) Dom. S. Zacharias e S. Isabel. — Perante a energica
attitude do povo a rainha vê-so obrigada a chamar
Passos Manoel ao poder, 1836.
5 Seg. S. Severo. — O ministério, em vista da ponuna do
paiz e do thesouro, decreta a deducçào do 10 ®/o sobre
03 pontos e soldos atrazados dos empregados públicos, e
decreía-se a edificação do theatro de D Maria ii em
Lisboa, 1841. — O imperador do Brazil declara livres
os escravos que assentarem praça afim de combaterem
contra o Paraguay e bem assim as familias d aquclles,

7 Terç. S. Florencio. — Os aulieos da coroa completa­


mente subjugados e muitos refugiados ,a bordo da esqua­
dra ingleza, alêançam por esforços da Inglaterra, uma
amnistia, que só redunda em beneficio do throno,
apoiado por Saldanha, Palmella e Terceira, censurados
pelos representantes da Inglaterra e Bélgica, convictas
da incapacidade d’estes, 1836.
8 Quart. S Severiano. - p approvado o Codigo do pro-
de Ts??'"* 8 de maio
eete assnnfpto 1876 "
^ - D . Miguel guiando a carruagem
quo transportava suas irmas de Queluz* para Caxias,
oahe do carro que lhe passa por cima e quebra uma
perna pela coxa ; o ídolo do povo, 1828.
10 ® Soxt. S. André Avelino {Lna nova ás 10 h. e 46 m
aa t.). — As cortes brazileiras recusam o direito dê
veto ao imperador, pelo que cahe o ministério Andrade
a asspmhU philo-portuguez, que dissolve
a assembléa, expulsa os radicaes e torna D Pedro au-
toMata, 1823. — Ministério .Mousinho da Albuquerque,

— Rebenta no Porto a revolução de-


kÍ “ proclamação da Constituição li-
eral de Cadix que a junta de Lisboa o as intrigas dos
homens da regencia pretendiam sopbismar em proveito
daSiUltas classes sociaes, 1820. — Morre D . Pedro v,

R- — Decreta-se a applieaçâo do pa-


pí 1 Bellado nos processos forenses, imposto que earan-
ria o emprestimo dos 1.010:500^000 reis, 1863. — Pu-
blica-se o decreto da convocação das cortes constituin-
tes a unica camara que durante o periodo constitucio-
algumas medidas liberaes e acertadas,

13 Sog S Eugenio. - - Decreta-se o estabelecimento de


Brazir^l872^“®‘” ^ “ “ ° submarino entre Portugal e o
14 Terç. 8. Bento. — D. Luiz i toma posse do tbrono por-
tuguez, soberania que devia restituir ao povo, adqui-
A m ld ^ immortahdade da Historia, como seu cunhado
bre desterro e po-
Pre, mas rehabilitado por o procedimento nobre que
S fa T s e O ^ ® R»>-t“ gal, D. Miguel de Bra-
15 Quart. S. Gertrudes M agna.— É ratificado o tratado de
mdependencia do Brazil, 1825. — Reforma da instruc-
çao primaria com a liberdade de ensino, 18.33. — Dis-
80 ve-se por circumstancias imperiosas a Sociedsds pro-
pagadora dos conhecimentos ut ds, que publicou o P a -
S I

editar manuscrintos
Dardil hÍ ^•’ “ ^“ ’ P'^ee>oso8 para a historia^im-
183^ - convinha á monarchia,
18Sfi M. n ? Conservatório da arte dramatica
ir n • ■ ~ C - Maria ii, 1853. ’
cas de S4 Val-Passos entre as for-
ças de ba da Bandeira e as de Casal, 1846. — Extinc-
if° impostos vexatórios em Ango-
la, iB ij. _ A camara municipal de Lisboa discute a
celebre qiwstao do muro nos cemitérios, 1877
sitiados constitucionaes pro-

peuidos, 1832. — Inaugura-se a primeira linha dos ame-


18 f f Apolonia ao Aterro, 1873.
^ bab. S. Romao. (Q. cresc. ás 8 h. e 7 m da m ) __
mente T ” 1832. - Saldanha completa-
^adn eíoÇces pelo Porto e desauthori-
sado na opimao publica, sabe do ministério, eontinuan-
?8 3 6 ' “ f- Proprios’partidários,
1836. — Deereta-se a applicação do Codigo civil .ds
províncias ultramarinas, com algumas modiíicaçòes,

19 ^om . S. Isabel. — Morre em Lisboa, na rua do Cal­


deira, o famoso patriota Pernandes Thomaz, 1822 —
Confiança “1846^° do Banco de Lisboa e da Companhia
Urboa” ’ l863^^ ' " P^iÇOs do concelho de

eafra^P,f®r'-^h~ ** fronteira portiigueza e


c l a H n^T burlado
com a fuga de D . Joao vi para o Brazil, o qual nor a
‘^°® Braganças havia oflfere-
s à t p n r fi*bo primogénito para ca «ir com a filh a d o
que® se lbe“ “ h ’ continuar a lograr este povo,
ment^f^^® abraçava ás pernas quando cobarde e vil-
S r i a “? V ° 1807. - Wellington, alliado da
S u p èp a a Palmella a
mouth do deposito dos emigrados portugueses de P ly -
S ò 1 " ? « » / e “ 8iam n’um telheiro espaçoso, m íl
tanta a imnf^^a- ?"®®’ P^^ba podre, sendo
uma foirn^,v«“ '^*“ ‘ ® ‘*'1? “ «ademico fez do fato com
quem arraz» ura mortieimo e rapou-se á navalha como
via asT^m nf, p“ ‘’ ®®i? “ ® ^^"5 desaninhar os bichos ; vi-
nu em pello rapado, impossibilitado de sahir
1
e considerado louco pelos inglezes; os vivos disputavam
o pão dos que m orriam ; recebiam apenas 3i?150 reis
por inez, das grandes quantias que D . Pedro lhes en­
viava do Brazil e que os chefes Palmella, Aguiar e
Renduffe, etc., gastavam em L on dresj^ o luxo, aggra-
vando cada vez mais as divergências com fundos odios
pessoaes, 1828.
21 T erç. Apresentação de Nossa Senhora. — A côrte no
Rio de Janeiro decreta que fossem só tres os governa­
dores do reino, entrando n’este numero o bispo do Por­
to, sombra da reacção e intrigas, dando o general in-
glez W ellington voto em todas as matérias da governa­
ção publica, 1809. — Morre em Londres o duque de
Saldanha, lançando ainda sobre o paiz o encargo de lhe
sustentar a mulher, uma estrangeira que vive em Lon­
dres, 1876.
22 Quart. S. Cecilia. — Carlota Joaquina declara que nao
jura a Constituição decretada em cortes e persiste
sem pre firme na sua resolução, embora o marido decre­
te a perda de todos os direitos civis e politicos e da
qualidade do rainha, refugiando-se na quinta do Rama-
Ihão, 1822. — Inaugurarso em Gôa o Instituto Vasco da
Gama, 1870.
23 Quint. S. Clemente. — São dissolvidas as cortes, 1859.
24 Sext. S. João da Cruz. — Cria-se o conselho de saude
naval, nicho de afilhados, 1836.
25 ® Sab. S. Cathariua. (Lua cheia á í h. e 2 8 m. da m.)-
— Jliuisteiio Loureiro, 1835. — Completamente d e ^ -
creditado Palmella e comprovada a traição de Saldanha
ao partido liberal, constitne-se o ministério ra d ica l(.)
de Sã, Loulé, Caldeira e Campos, individuos que se­
guiram os pas8(» doa seus antecessores, se acaso não fo­
ram ainda maiores sabujos do paço, 1836.
26 Dom. S. Pedro Alexandrino. — Cahe o ministério R i­
beira Sabrosa, aceusando a côrte de serva da
ra. ficando o thesouro com uma divida do 79.235;000|i0()U
reis com o juro de 2.885:0000000 reis, e exigindo-nos a
Inglaterra meio milhão ou a índia, 1837. —
Bomfim, 1839. — Lei de saude publica, mal acolhida
pelo povo, que se revoltou, 1846. ,
27 Seg. S. Margarida de Saboia. — D . João vi e areal ta-
milia ao constar-lhe a marcha do exercito francez
Lisboa, apQdei a-se do todas as preciosidades artísticas e
S3

valorea do thesouro e delibera partir para o Brazil, aban­


donando vergonhosamente a patria ao inimigo, 180V.
28 Terç. S. Gregorio isi. — O honrado e rigido Campos
volta novamente ao poder, encontrando os cofres vazios
e em aberto os juros da divida e os soldos dos emprega­
dos, em virtude das dissipações de Silva Carvalho, 1835.
— Funda-se a Associação dos empregados do Estado,
1856. — Publica-se o 1.® numero do diário a Republica,
orgão republicano federal e. livre pensador, o primeiro
que appareoeu em Portugal, dirigido por J. Carrilho
Videira e Consiglieri Pedroso, então bom republicano,
e hoje secretario particular do Andrade Corvo, o author
da tratada da índia e da venda de Lourenço Marques
á Inglaterra, 1874.
29 Quart. S. Saturnino. — A familia real portugueza ao
saber que o exercito franoez se dirige sobre Lisboa,
embarca para o Brazil com 15:000 pessoas, valores con­
sideráveis em dinheiro e alfaias, deixando os cofi es va­
zios e o povo entregue á miséria o ao inimigo, protes­
tando apenas contra esta vergonhosissima fuga D . Ma­
ria I, completamente douda, 1807. — A Bahia declara-
se Estado livre e independente, 1837. — Effectua-se o
consorcio da Granja, união de reformistas e históricos ,
denominando-se progressistas (!), 1876.
30 Quint. S. André. — Junot, general do exercito franoez
entra em Lisboa, conduzido nos coches da casa real e
no meio de todas as distiucções e honras usuaes para
com os priucipes, recusando aposentar-se no palacio da
Bemposta, mobilado com os moveis do palacio de Que­
luz, mais tarde conduzidos para a França e desalojan­
do-se as tropas portuguezas para aquartelarem os exer­
cites francezes, ao qual forneceram em 3 dias 16 mil
pares de sapatos e a nobreza, clero e commercio acei­
tam o dominio franoez e os tribunaes principiam a ad­
ministrar jifttiça em nome de Napoleão, 1807.
Nasce o sol — a . i. Põe-se o sol
U ia 1 - 7 h. 20 ra. DEZEMBRO, 31 dias O la 1 - 1 h. 48 m.
. 17 — 7 h. 14 m. . -.T > h.
17 — 4 r. 38
oo _m.

1 Sext. S. Eloy. — Reunem-se as primeiras cortes ordina­


rias brazileiras que acelamam D . Pedro imperador,
mas nào sem protestos dos republicanos, 1822. — Ras­
gando a Carta, a rainha D. Maria ii casa com o primei­
ro principe allemão, contractado para dar herdeiros á
oorôa portuguesa, o que bem cumpriu em desfalque do
thesouro e prejuizo do povo, 1834.
2 3» Sab. S. Babiana. (Q. ming. ás 2 h. e 22 m. da m.),
— Nasce o imperador do Brazil D. Pedro ii, individuali­
dade que mais tem desfrutado os povos e os reis, 1825,
— Decreta-se a pensão de 2:000*!000 reis ao duque da
T erceira, governador da Torre de Belera e 1;000;^00
reis ao visconde da Serra do Pilar, tenente-rei da mes­
ma torre (!), 1840.
3 Dom. S. Francisco X avier. — Ministério Sá Nogueira,
1832. — Publica-se no Rio de Janeiro o l . “ numero do
jornal A EepiMica, com um excellente manifesto diri­
gido aos seus concidadãos, 1870.
4 Seg. S. Barbara. — Os miguelistas atacam Vianna e a
junta do Porto publica o seu manifesto ao paiz, 1846.
5 T erç. S. Gerardo. — A intendeneia de policia, por or­
dem da regencia monarohiea publica um edital cm que
accusa os liberaes de traidores á patria, convidando os
cidadãos a espionarem-se. denuueiarem-se e armarem-
se uns contra os outros, 1809.
6 Quart. S. Nieolau. — É colloeado o pau de fileira no
edifioio dos novos paços municipaes do concelho de Lis­
boa, sorvedouro de enorme capital, applieado em mera
ostentação, n’uma cidade em que as vidas perigam com
endemias, filhas da pessima canalisação e falsificação
de generos alimentioios, 1873. *
7 Quint. S. Ambrosio. — É dissolvido por ordem do go­
verno inglez o deposito de emigrados liberaes portu­
gueses em Plymouth, 1828. — Decreta-se livre pela
barra do Douro, a exportação de todos os vinhos pro­
duzidos em Portugal, 1865.
8 Sext. Nossi S bnhoea da C onceição. — O governo in­
glez declara a Palmella que Portugal tinha um governo
de faoto e que vivendo a Inglaterra em paz com todas
as nações não podia secundar as pretensões de D. Pe­
dro IV, 1 8 2 8 . — Inaugura-sejo seminário de jesuítas em
Sernache do Bomjardiin, afim de habilitar missioná­
rios, isto é, mandriões para o ultramar, onde só faltam
trabalhadores, 1855.
9 Sab. S. Leooadia. — O Banco suspende os pagamen­
tos e augmenta a angustia em que jA vivia o povo,
1827. — Morro Garrett, o maior genio do romantismo,
elevado a visconde, depois de ridicutarisar os titulos
nobiliarebieos, tornado palaciano, conservador e pei-al-
vilho, depois de ter defendido a soberania do povo e
Boffrido por a democracia a prisão e o desterro; em
summa a maior contradieção entre o genio e o caracter,
1854. _ Ratificação da convenção postal cora a Hespa-
nha, 1874. , j
10 Dom. S. Melchiades. (Lua nova ás 3 Tt. e 4 m. da
m.). — Napier instiga Saldanha, aquartelado no Carta­
xo, a acabar a guerra civil por uma batalha decisiva
em Santarém, conderanando a inacçâo dos dous exerci-
tos e mormente a do constitucional, cujos generaes n -
valisavnm e especularam até que Saldanha obrigou D .
Pedro a ir ao Cartaxo entregando-se-lbe e oíferecend^
lhe o pagarem-lhe as dividas, dando-lhe ademais 300
libras por mez, datando d ’este dia a deserção de Salda­
nha do campo liberal jacobino, miseravelmente com­
prado, 1833. — Decreta-se o Codigo penal portuguez,
1852.
11 Seg. S. Damaso. — E condemnado a açoutes nas ruas
de Lisboa e a degredo por dez annos para Angola, o
estudante Bonhomme, aceusado de na quinta-feira san­
ta de 1828, de parceria com outros estudantes, ter-se
escondido na eapella do Santíssimo da Sé de Coimbra e
alli com mulheres do mã vida retouçarem todos nús e
dormirem nos degraus do altar, valendo-nos este ju lga­
mento uma tremenda humilhação e o roubo da nossa
esquadra, feito pela França, 1831.
12 Terç. S. Justino. — Decreta-se o primeiro regulamento
de contabilidade publica, abrangendo os diversos minis-
terios e o serviço dos responsáveis á fazenda publica,
1863.
13 Quart. S. Luzia. — No meio do festas solemnes 6 ar­
riada no castcllo de S. Jorge a bandeira portugueza e
içada a franceza, assistindo á noite os governadores do
reino, a maior parte da nobreza e principaea anthorida-
dea ao banquete dado por Juuot, ein quanto o povo da
eapital se amotina e 6 fusilado, ao aoltar o grito de viva
Portugal, 1807. — Reformam-se os estatutos da A ca-
mia real das seiencias, 1851. — Decreta-se a adopção
do systema métrico decimal, para ser posto em vigor
dentro ein 10 annos, 1852.
14 Quint. S. Angelo. — Primeira experiencia do velocipe­
de aquatico rcalisada no T ejo, indo o inventor pelas 2
horas da tardo desde a Rocha do Conde de Óbidos em
Lisboa, até ao meio do Aterro, 1876.
15 Sext. S. Kusebio. — 0 exercito constitucional, comman-
dado por A ngcja, trava com o exercito apostolico e ab­
solutista a batalha de Cavez, que fica indecisa, 1826.
16 Sab. S. Adelaide. — Recompõe-se o ministério em sen­
tido reaccionario, entrando o bispo de Vizeu, 1826. —
Sessão solemne e inaugural do partido progressista,
1876.
17 Dom. S. Bartholomeu e S. Lazaro. (Q- cresc. ás 4
h. e 5 m. da m.j. — A redacção do Rebate, orgão fede­
ral, dirigido por J. Carrilho Videira e E. Maia, então
convicto republicano, em vista das perseguições judi-
ciaes resolve eftectuar um beneficio no theatro do Prin­
cipe Real, sendo esta a primeira manifestação franca­
mente republicana que se realisa em Lisboa, 1873. —•
Decre.ta-se o regulamento para a Companhia das aguas
de Lisboa, 1875.
18 Seg, Nossa Senhora doÓ . — Ministério Saldanha, 1847.
— Coroando a serie vergonhosa e iniqua de banca-rotas
realisadas pelos constitucionaes desde 18-35, decreta o
ministério Saldanha, Rodrigo e Fontes a conversão for­
çada da divida de 5 em 3 montando esta a reis
85.710:0004000 com o juro de 3.491:000íí000 reis, não
incluindo a divida mansa, titulos azues, indemnisações
etc., elevados & sorama de 11.887:0004000 reis, ficando
defraudados 9:511 particulares possuidores de inscri-
pções e õ 19 corporações possuidoras de titulos da divida
interna, 1852. — Desaba a torre dos Jeronymos de Be­
lem, causando a morte de 8 pessoas, devido á inépcia
dos directores da obra, 1878.
19 Terç. 8. Fausta. — É authorisada a regencia a suspen­
der as garantias constitucionaes, 1826. — A camara
portugueza responde ao protesto de D . Miguel em que
declarava ter cedido dos seus direitos perante a inter­
venção estrangeira e renunciava os GO contos
de dotação arbitrada, rasgando a Convenção de Evora-
iMonte, banindo-o e ã sua geraçao do terntorio portu-
Kuez, e declarando-o revel e tçaidor, Ii5d4.
90 Unart S Domingos de Sillos. — A sociedade portu-
gueza mergulhada na mais profunda ignoraneia revela
a sua reacção contra a educação theologica no officio da
camara da Rivaldeira a Passos Manoel, com uma pro­
fissão de fé voltaireana, 1834.
21 Quint. S. Thomé. Inverso. — Jose Boiiifacio d And a-
de aconselha D . João vi a que nao abandone o Biazi
e em vez de tornar a sua patria uma republica inde­
pendente, entrega-a ao dom iniodos Braganças «orrupto-
res e corruptos, 1822. — Inaugura-se a via ferrea.de
Evora a Extremoz, 1873.
22 Sext. S. Honorato. — Acção de Torres Novas, e™ ffivor
da rainha, 1846. — E proclamado D. Luiz i, 1861. —
A Congregaçào do exame de Roma indue
damente lio Index dos livros prohibidos os Edados sobre
0 casamento civil, que crearam ao author a reputaçao
de um livre pensador e liberal, quando nao foi mais do
que um ohristão fervoroso e um authoritario irascível,

23 S a ba 's. Servulo o S. Victorino. —


côrtos, 1826. — Extinguo-se a escravidao em Macau,

24 ®^Dom. S. Gregorio. (Lua cheia ds S h. e 7 m .d a m.).


— 0 supremo tidbunal de justiça do Brazil condetnna o
bispo de Pernambuco por ter violado um aitigo da

25 Seg!'^NASciMLTO no Nazarp.no. - - São


^ u n iões da Sociedade patriótica de Lisboa, por falta
de estatutos, 1861. , • t • ir .in^Sn
26 Terc. S. Estevão. — Nasce em Aveiro Jose Estevão,
tribuno popular que por fim, como todos os seus coire-
ligionarics do seu periodo revolucionário, excepto Hen-
r i^ e s Nogueira, se bandearam com a monarchia e só
traUram de enthusiasmar e desvairar as massas em vez
de as educar e illustrar com princípios, 1836. — Conur-
ma-se a carta organica do Banco de I ortugal, 1” ^ •
Depois de uma longa e sanguinolenta liicta e derrotado
Lopez, dictador do Paraguay e os alliados entram em
tre o Eio de Jaeeiro ®” '
28 Quint. Oa SS. Innocentér - T ’ h ^
H8 figuaa até á porta tiavMQo ^ cheia do Douro oleva
18H7. ~ Estabe^P^Ai S- Pedro,
Pia, 1833. - e no mosteiro de Eelem a Oasa
fn u* u '
contra os nlvlos p^rtu^^Tes *18^2 “!L^ decreta o oorso
» j j ; f . i«5S“ “ TM"d“ :
sistindo ainda aa iniauidadpq^p '^íí propnedade, per-
31 n®* oa ricoa, 1869!^“ ® sobrecarregam oa po-
sa iT severàmente*’D ~P^d Portuguezas estigmati-
perador do Sra" » ^822 ™-
se compromettido ’ a tmr, f ^ eonstitucionaliamo tendo-
1838, encontrando-se “ m
reis ainda em c i r c u S ^ fa " T '^®'^•‘^diOOOíOOO
do-o á sua extincção natura“,'l8°37
AO LEITOR

Ha tres annoa que interrompenaos as exhorta-


ç3es que n’este lugar dirigíamos annualmente aos
U088O8 leitores. Descrevíamos aqui os progressos do
partido nos dias difficeis e princípios da sua exis­
tência, quando os que hoje mais se agitam, hesita-
vam ainda em declarar-se republicanos e oscillavam
entre nós e os vários bandos monarcbistas, politi-
ea funesta ou que ainda n’este momento, depois
dos solemnes compromissos contrabidos, ainda per­
sistem, valendo-lbes bem merecidas desconsidera­
ções dos progressistas.
■Aqui apresentámos uma idéa da FederaçSo lusi­
tana, assim como fizemos revivescer nomes votados
ao^ esquecimento pelos seus correligionários, como
fei o de J. F . Henriques Nogueira, que baviamoa
apenas visto citado nos Foraes do nosso erudito e
intimo amigo, o Doutor Tbeopbilo Braga, nunca
oo
maÍ3 0 perdendo de memoria, até conseguirmos sa­
ber quanto elle fizera em prol da idéa o o triste
fim da sua morte precoce, podemos até dizer pro-'
movida, senão tolerada ou appetecida pelos que en­
tão se bandeavam e ainda hoje pretendem vender
o^artido republicano á monarchia. Sobre este as­
sumpto seremos mais explicitos um dia.
Em quanto á parto doutrinaria foi ella sempre
disseminada nos artigos dos primeiros pensadores da
humanidade que muito cuidadosamente colligimos,
e nos dos correligionários leaes e convictos, que
não tem impaciência de subir, nem aspiram a ser
deputados nem camaristas ou funccionarios publi­
cos, para irem nos dias de grande gala ao paço
beijar a mão ao rei, como o snr. Elias Garcia,
que é hoje desgraçadamente o poder occulto do par­
tido republicano e o inspirador do seu jornalismo.
Cabe pois aqui levantar a questão da Federa­
ção tal qual nós a comprehendemos e advogamos
ha muito, repellindo o principio de Federação ibé­
rica, que não vemos necessaria e antes considera­
mos para nós prejudicialissima. Eu quizera e te­
nho fé que um dia será uma realidade a Confede­
ração dos povos latinos, portuguezes, hespanhoes,
francezes e italianos. Insurjo-me porém, contra a
simples federação ibérica, que não nos promette
vantagens algumas. Se o partido-republicano por-
tuguez atravessa ainda o periodo das declamações e
do sentimentalismo, a Hespanha que em 1873 teve
uma republica sem sacrificios, depoft d’este vergo­
nhoso ensaio do systema republicano, n’um paiz
talhado e organisado naturalmente para uma fede­
ração, os differentes grupos em que o partido repu­
blicano alli se fragmentou, a versatilidade de mui-
o i

tos dos seus chefes, e até o civismo ;de tantissi­


mos, além da falta absoluta que ostentam de cará­
cter e principies, demonstram-nos, que nada temos
a esperar de Hespanha, senSo as intervenções com
queLm pre tem vindo a Portugal para restabelecer
0 despotismo. O systema constitucional alcanço» a
sua decisiva victoria na Asseiceira, tendo perto,
em Abrantes, o exercito hespanhol de Rodil, pres­
tes a intervir, caso fosse vencido. A
nifestação liberal do povo portuguez, em 184b, toi
abafada pela Inglaterra, ainda mais directamente
pela Hespanha, entrando o marquez do Douro com
L forças hespanholas por Traz-os-Montes e aca­
bando com o civismo e as aspirações liberaes n es­
te paiz. Nos dous ultimos séculos a Hespanha não
tem praticado feito algum por que se torne util á
humanidade e sympathica aos liberaes convictos.
Alli tem sido o coito da reacção catholica, da bu­
rocracia e militarismo. Raros membros do proprio
partido republicano actual ousam ainda hoje inves­
tir contra estes eternos inimigos da transformação
e progresso sociaes. Nada devemos pois á^Hespa-
nha- de França temos recebido humilhações gra­
ves e extorsões iniquas e da Inglaterra então e
mos sido a eterna victima. Precisamos pois de con­
tar só comnosco, do nos educannos para por nós
sós, còmo cm tempos mais difficeis e nii veze
peores condições, fizeram os suissos, rehavermos os
direitos que nos extorquiram o iniciar um penod^o
de revivescencia para que nos não faltam recurs
alguns. Toda a questão está em querermos, mas
em querermos deveras e principalmente em anir
mos do nosso seio todos os elementos tibios, com
interesses presos á actual e funesta organisaç o,
o »

lucrando com.-o existente tanto como os proprios


monarcnistas.
A Federaçào lusitana ó pratica, é viável e tem
um futuro. ^ expuzemos que o continente com­
porta bem cT^o estados, qualquer d’elles superior
entf populabo e territorio a qualquer dos cantões
kilometres quadrados e
^_./UU:000 habitantes está dividida em 22 can­
tões completamente autonomos, com governos pro­
prios. O Porto seria a capital do estado do nor­
te, comprehendendo o Minho, Douro e Traz-os-
Montes; Coimbra seria a capital do estado do cen­
tro, comprehendendo as duas Beiras, parte do Dou­
ro e da Extremadura; Lisboa seria a capital do es­
tado do sul, comprehendendo a Extremadura e
Alemtejo; e Faro, Portimão ou Tavira seria a capi­
tal do estado dò Algarve. Os Açores constituiriam
um estado, bem como a Madeira, Macau e Goa e
na Africa oriental e occidental, constituir-se-hiam
os que fossem razoaveis e justos. As constituintes
votariam esta organisação e os habitantes de cada
estado em plebiscito é que decidiriam a organisa-
çao definitiva. Estes estados autonomos reger-se-
niam por si, applicando em seu beneficio as con­
tribuições publicas e lançando os impostos pela
forma mais equitativa e justa.
N estas condições a nossa transformação e en­
grandecimento seria rapido, as gerações novas do
Brazil estreitariam os laços de solidariedade que no
passado e no presente nos unem. Este povo ou-
tr ora heroico resurgiria outra vez na frente da
ciyilisação, seriamos novamente respeitados e ta-
mídos, não pelas batalhas ou pelas conquistas, mas
pe 0 bom senso; pelo trabalho, pela nossa activida-
de ramificada em todas as partes do mundo. Tal é
a aspiraçSo grandiosa a que subordinamos todos os
nossos actos politicos.
*
Como porém as epbemerides do calendaVio doa
annos anteriores eram repetidas com pequenos Hd-
dicionamentos e nSo correspondiam ao fam, resolve­
mos este anno fazer, dia a dia, uma resenha dos
principaes factos da nossa historia política e da do
Brazil, occorridos desde 1800 até nossos dias.
É um subsidio para quem desejar gravar na me­
mória os successos da nossa historia nos b l annos

Por feita de tempo e accumulaçSo de trabalho


nSo pudemos, como queriamos, completar este tra­
balho, que tem de ser no proximo anno simplihca-
do, corrigido. Entretanto o essencial aqui nca
mencionado e os nossos' leitores terSo occasiSo de
apreciar, dia por dia, os erros e crimes commetti-
dos pela monarchia e pelos seus partiaarios.
Soccorremo-nos frequentemente aos trabalhos
dos snrs. Doutor Theophilo Braga, Oliveira Mar­
tins e Martins de Carvalho, reproduzindo quanto
podiamos as apreciações até com as suas próprias
palavras, julgando prestar assim um serviço a
quem estuda.

C arrilho V ideira .

L
0 HOMICIDIO SAGRADO

AN THROPOPH AGI A DO CHRISTIANISMO

Em um grande numero de raças inferiores que


ainda jazem no estado selvagem, como os negros
da costa de Guiné, os Konds e os Sarrows da ín ­
dia, os Battas de Sumatra, e os Arfakir da Papua-
sia, o homicidiç sagrado e a anthropophagia fazem
parte especial do seu grosseiro fetichismo. A per­
sistência d’estes ritos entre povos tão diversos e se­
parados por milhares de léguas, leva a inferir que
são um resto das concepções religiosas primitivas,
e como concepções variando apenas na fórma mais
ou menos concreta da sua expressão. Nos povos
que se elevaram a uma determinada civilisação o
homicidio sagrado reduziu-se a uma simulação al-
legorica, e a anthropophagia torna-se um symbo­
lo, subsistindo pelo sentido e intenção.
É por isso que é facil confrontar- as ceremonias
cannibaes do fetichismo, com as ceremonias allego-
ricas do christianismo, determinando assim a per­
sistência d’esse fundo atrazado da mentalidade hu­
mana.
Tomemos o facto, por exemplo, nos costumes
dos pretos da costa de Guiné, e vamol-os compa­
rando com as allegorias christãs. Ao fundar-se uma
nova aldeia, é preciso sacrificar um homem para
aplacar ou propiciar o fetiche j ao fundar a Jeru­
salem celeste, a cidade ou reino de Deus, Jesus é
sacrificado para aplacar o eterno padre. Se as tri­
bus de Guiné não tem um condemnado para o sa­
crificio, compram-no, da mesma fórma que os ju ­
deus compram Jesus, condemnado, por trinta di­
nheiros. Fixado o dia do sacrificio as tribus selva­
gens embriagam a victima com vinho de palma, ^a
ceia na vespera do sacrificio do Calvario, e mais
tarde a esponja do centurio, preparam Jesus para
0 transe, tendo também bebido no horto o calix
apresentado pelo anjo. Entre os negros de Guiné
a victima é amarrada a um cepo, e dançam em
volta d’ ella, e a um signal dado esfaqueiam e mar-
tyrisam a victima, poupando-lhe cuidadosamente a
vida. Na lenda de Jesus, é também amarrado á
columna, injuriado, esbofeteado, põem-lhe uma co-
rôa de espinhos, e na cruz é ferido pela lança de
Longuinhos, e em volta d’elle os soldados divertem-
se jogando, e nos martyrios é determinação divina
que nenhum osso lhe será quebrado. No fim das
ceremonias os pretos do Guiné decapitam a victi­
ma; mas a cabeça de Jesus tambem se. separa na
estampa do sudario da Veronica, posto que na lenda
do Baptista o facto se narre como uma realidade.
Terminado o sacrificio os pretos de Guiné abrem
a victima, consultam-lbe nas entranhas os agouros,
e depois lançam-nas em uma caldeira, com um
‘ gallo, um cordeiro, e um peixe fetiche, comendo
tudo em um banquete, que os livra da morte
n’aquelle anno. ^ , • i »
No christianismo a eucharistia é a simulação
d'este banquete; o augurio é a boa nova do Evan-
1
o o

g e lh o ;^ nos symbolos christãos o gallo, o cordei­


ro e o peixe, apparecem hoje sem sentido, mas
ainda significativos nos monumentos da arte das
catacumbas.
Na sciencia das religiSes o critério ethnologico
é que encerra a verdadeira luz do inethodo com-
pa.rativo, e infelizmente é ainda hoje tão pouco ap-
plicado, e sem elle mal se comprehenderá a elabo­
ração dos mythos.
T h e o piiilo B ra g a .

Se uma federação ibérica viesse a existir a me­


nos prejudicial para nós seria a federação múltipla
de pequenos estados. A razão é obvia. Federando-
se Hespanha e Portugal, a Hespanha logo assumi-
ria 0 absoluto predominio como maior e mais po­
derosa. Federando-se Portugal com o estado anda-
luz, o estado gallego, o estado lionez, o estado
castelhano, o estado catalão, o estado vasco etc.,
não seriamos absorvidos e até o estado portuguez,
sendo do todos o mais forte, seria também o pre-
aominante. ^
M arianno de C a rvalh o !

O registo civil é a matricula geral de todos os


cidadãos, pela qual a authoridade publica attesta
e legitima as épocas principaes da vida civil dos
indivíduos: nascimentos, casamentos e obitos.

M odsinho da S il v e ir a ,
or
A liberdade, junta á sciencia e á justiça é to­
do 0 fim do homem. P roudhon.

A instrucção é tudo; é a fonte fecunda da or­


dem, do repouso e da felicidade. V oltairk .

A dieta é uma nova enfermidade imposta a


uma organisação já enferma. R a sp a il .

As mulheres sSo como os principes; muitas


vezes concedem á impertinência, o que o favor
u3o teria conseguido. L e v is .

OS R O M E I R O S D A S C I E N C I A
Eil-os! vão por estradas escabrosas,
Por áridos caminhos, por desertos.
Impávidos heroes, nunca libertos
De trabalhos, de luctas fadigosas.
Athietas colossaes nas espaçosas
Liças da experiencia, vão cobertos
Do louros e de espinhos, sempre abertos
Os braços para as cousas luminosas.
Modestos, não se prendem nas chimeras.
Nas phantasias vãs, nas vãs miragens
De um mundo de illusões e de vaidade.
São romeiros que vem de antigas éras.
De longínquas montanhas e paragens
Só em busca do templo da Verdade.
T eixeira B asto s .
A fé quer o impossível; só se satisfaz_ por este
ço.
preço R enan .
B

Pobre Ilespanha! com as chagas que te cobrem


tu és o verdadeiro Job da civilisaç3io moderna, as­
sentado á porta da Europa. Tiveste numerosos re­
banhos, riquezas, a gloria nos dous mundos e vi­
ves agora da esmola dos que passam ! Ninguem co­
mo tu cahirá tio baixo. Mas tu pódes ainda le­
vantar-te mais acima do que qualquer outro povo,
se comprehenderes sómente porque é que te foi
infligida esta lepra (o catholicismo e o militaris­
mo). E- Q u in e t .

A noite pertence ao pensamento e o dia á


acçSo. ____ ^ _ E . P elletan .

Os tempos de paz demandam velhos, da mes­


ma fôrma que os dias de revoluçSo pedem rapazes.
L a m a r t in e ,

A experiencia n lo nos esclarece muitas vezes


senSo para nos causar desgostos; é um thesouro
que nós accumulamos sem o gozar.
L a cretelle.

Instruir o povo é melhorai-o. V . H ugo .

A EXPANSIBILIDADE DAS IDÉAS


Do mesmo modo que os liquidos aromaticos,
por maiores que sejam os nossos esforços para os
confinar dentro de um vaso, se vaporisam, se ir­
radiam constantemente na atmosphera, se espa-
oo
lham, 80 deaenvolvem, impregnando tudo o que ps
cerca, denunciando-se ao olfato de quantos d ’elles
se aproximam, assim as idéas, uma vez amadu­
recidas pela experienda, hSo de fatalmente expan­
dir-se, atravessar todas as camadas sociaes, pene­
trar cedo ou tarde em todos os centros, sejam
quaes forem as tentativas feitas n’um sentido im­
peditivo, sejam de que natureza forem os proces­
sos coercitivos empregados para impedir-lhes a
marcha. O que poderam as systematicas persegui­
ções dos últimos sectarios do polytheismo contra
os primeiros christõos? O que conseguiram as fo­
gueiras e as torturas contra o grito energico da li­
berdade do pensamento, levantado por Giordanno
Bruno, Vanini, Savonarola, João Huss e toda a
phalange gloriosa d’esses rebeldes sublimes que an­
tepunham o amor da verdade ao instincto da con­
servação? Que valor tiveram os concilios dos pa­
dres catholicos, escravos da Biblia, contra as idéas
astronómicas de Galileu sobre a mobilidade da ter­
ra? A que ficaram reduzidos os esforços desespera­
dos dos cortezãos e dos aristocratas francezes dean-
te da onda impetuosa de 93 que proclamou os di­
reitos do homem? O que lucraram com as suas
mesquinhas e covardes perseguições a Augusto
Comte alguns metaphysicos tristemento celebres da
Academia franceza ? Impediram que a philosophia
positiva se propagasse? Que vantagem pessoal ti­
rou Alexandre ii, o autocrata russo, oppondo ^os
seus generaes, os seus espiões, toda a cohorte im­
mensa dos seus aduladores ás tentativas revolucio­
narias do nihilismo? Esforços baldados, infructuo­
sas tentativas são, certamente, todas as que o pas­
sado move ao futuro, todas as que os sectários de
lOO

uma velha idéa ou de uma inútil instituição in­


tentam contra os innovadores, contra os revolucio­
nários, contra os philosophos que annunciam um
pensamento novo.
Se eu tiver, no meu quarto, dentro de um
frasco alguns grammas de chloroformio, por exem-
p lo j__em vez de o guardar, de o envolver em pel­
les para que não se irradie, o melhor que posso fa­
zer é abril-o e anesthesiar com elle um doente.
Tentando oppôr-me á sua irradiação, consigo ape­
nas perdel-o sem utilidade ou antes com prejuízo
proprio, porque posso ser eu o anesthesiado; se,
pelo contrario, faço d’elle uma applicaçao medica,
utiliso-o n’um effeito soientifico e sobretudo huma­
nitário.
Permitta-se-me o simile, porque escrevo para o
povo; Com as idéas acontece o mesmo; tentar im-
pedil-as é inútil, porque se não consegue e é pre­
judicial, porque perseguir os que as evangelisam é
succumbir-lhes ás mãos n’ uma hora de revolução
e de cego desespero. O melhor, o mais racional, o
mais justo e também o mais util para todos, é dei-
xal-as progredir naturalmente, permittir que ellas
saiam da esphera perigosa do proselytismo alluci-
nante que conduz á revolta para entrarem no cam­
po amplissimo da discussão que secunda a marcha
evolutiva das cousas.
Em Portugal ha uma obsoleta monarchia va­
cillante que, procurando consolidar-se, manter-se
a todo 0 custo, entrou no periodo ominoso da per­
seguição aos apostolos da idéa republicana. Que os
mantenedores da realeza afervorem o seu zelo e
continuem na marcha encetada pela prisão o
poeta Gomes Leal, é quanto desejam os republica-
n03 portuguezes para a victoria da causa que sus­
tentam e para a futura felicidade da patria, unico
estimulo que os solicita na actividade politica.
J ulio de M a tto s .

A antiguidade é a juventude do mundo.


T ain e .

A hereditariedade é a vontade de todos con-


demnada a nâo ter por interprete senão um ho­
mem que não eseolheu, que nao poderá rejeitar,
se é desordeiro, cruel, ignorante e oppressor, se­
não por meio do uma lucta sangrenta, cujo desfe­
cho 0 lançará na escravidão e cuja victoria se cha­
mará Revolução.
P boudhon .

O que constituo um heroe degrada muitas ve­


zes 0 homem.
VOLTAIEE.

A homoeopathia é um gracejo baseado n uma hy-


pothese.
A bout .

AO EPICO IMMORTAL
Se aqui podesse vir Camões, n’estes instantes,
Ha campa onde repousa ha já trezentos annos;
Se aquella rude mão, que fulminou tyrannos
E sustentou cruéis batalhas de gigantes,
Podesse ainda agitar em crispações vibrantes
O velho Portugal de heroicos puritanos;
io«
E viase como o altivo estandarte das quinas
Treinúla esfarrapado ao riso do estrangeiro,
As terras d’além-mar vendidas a dinheiro,
A patrla toda em sangue, em trevas e em ruinas.
As grandes tradições no fundo das sentinas,
E o soluço íiual d’um povo aventureiro;

Elle, o immortal poeta e velho combatente.


Sonoro coração cheio d’amor e gloria,
Alma toda febril, vastissima, marmórea,
O guerreiro fatal que, erguendo um brado ardente
Escreveu co’a espada o livro auri-fulgente
Onde em letras de luz se vê a nossa Historia;

N’este instante talvez, espectro desolado.


Chorando amargamente o seu velho paiz,
E não vendo da gloria o fulgido matiz
Engrinaldar emfim o nosso lar sagrado;
Deixava-se outra vez morrer abandonado
Batido de vergonha, extático, infeliz.
s:
Mas contra tudo isso e esta miséria hodierna
Vibrai sonoramente, ó fortes gerações;
E ergamos todos nós em nossos corações.
Na pompa triumphal da religião moderna.
Um sacrario febril d’immensa luz eterna
Onde 0 futuro adore o vulto de Camões.

Porto, 1 do maio do 1881.


X avieb i>e C aevalho .

A minha firme convicção ó que todas as opi


niões devem ser representadas e que todas deveui
ter garantias. Isto que eu quero querem-no tam­
bém os opprim idos.. . Nâo quero a pena de morte
para nenhum cidadão portuguez : oxalá que nunca
mais ella seja executada sobre a terra! Não quero
também penas perpetuas, porque até no fundo de
uma prisão a nenhum desgraçado deve faltar o
halsamo consolador da Esperança. . . Penso que as
lagrimas de um parricida, regando o tumulo do pai
trucidado, são bastantes para lhes fazer perdoar
tão grande crime. P assos Manoel .

A corrupção é a saude dos Estados monarchi-


cos e a enfermidade dos Estados livres.
R emusat.

A sciencia como a politica tom sempre uma


tendencia a immobilisar-se n’ um ponto consagrado.
E. T exier .

Para operar uma mudança n’um Estado fun­


dado sobre uma Igreja immovel, ó preciso vencer
u própria natureza das cousas, o que se não póde
conseguir senão pela força. D ’aqui se segue a ne­
cessidade da violência apparonte ou occulta, logo
que esses paizes dão um passo novo para a jus­
tiça. 0 passado tem um grande numero de cabe-
Çus avidas de renascer; quem pretender obstar a
que revivam precisa possuir a massa de Hercules.
E dgakd Q uinet .

Todo 0 periodo que se marca na historia lega


uas heranças: uma ó o que fez e a outra o que
preparou. L ittk é .
A sciencia e a industria s3o a herança intel­
lectual das gerações,
_____ D allfos .

Toda a religilo que não apresenta a razão


dos seus pontos de fé não é instructiva.
_____ _ P ascal .

No seio do que se chama a civilisação, a era


da theocracia fechou-se para sempre. Nada póde
destruir o effeito de tres séculos de critica sobre
0 cerebro contemporâneo.
Hoje já não se crê; finge-se erêr, por habito,
por espirito de opposição ou para explorar o resto
de influencia que ainda tem o clero. O proprio
clero só se recruta nas ultimas camadas sociaes,
onde os semblantes tem conservado os vestigios
dos séculos desapparecidos. Uma assembléa do
gente da igreja, padres ou leigos, oflFerece, salvo
excepções, uma collecção de typos á parte, cujo
angulo facial não passa além do das estatuas que
decoram as cathedraes da Idade Média. Semelhan­
tes adversários não saberiam pôr obstáculo ao pro­
gresso geral, mas podem suflBcientemente prendei-o,
em certos pontos e em certas circumstancias, para
provocar catastrophes. C h . M ismeb .

^ O mundo ao deixar do ser christão tornou-se


jesuíta. _______ P roudhon.

O christianismo acabou por implantar as suas


el as e puras maximas indianas e pythagoricas ató
no throno dos Cesares, R a s p a il .
A sorte das nações depende da instrucção da
mocidade.
B a RTHEIíEMY.

É feliz e prospero o Estado em que ha muitas


pessoas que aspiram á gloria, da mesma fórma
que morre quando tem muitas a aspirarem só á
riqueza.
S ain t -Just .

É preciso impôr silencio á mentira.


V oltaire .

UNUS IN DUO
Um dia o Omnipotente aborrecido
Da somnolenta inércia do seu sêr
Decidiu que também ia morrer
Para se dar um gozo probibido.

Vai logo pelo inferno um alarido


— Alarido infernal, de ensurdecer !
0 Diabo mandou então saber
Quem era o arruaceiro, o atrevido

Que tal rusga fazia pelo inferno;


Respondeu-lhe d’alli um jesuita:
— Consta que está a espichar o Padre Eterno!-

Fica fulo 0 Diabo, e depois grita:


— Vão-me chamar o capellão, depressa,
Que vou morrer, a vêr se me confessa. —
A lexandre da C onceição .
A grande habilidade para instruir é fazer com
que 0 discipulo se compraza com a instrucção.
_______ R ousseau .

Opponhamos á monarchia centralisada, unifor­


me e impotente, a federaçSo republicana de todos
os grupos autonomicos, de todas as vontades sobe­
ranas, alargando e renovando a vida municipal,
dando-lhe um caracter radicalmente democrático,
porque só ella ó a base e o instrumento natural
de todas as reformas praticas, populares, nivelado­
ras.
A nthero do Q uental .

Não basta reconhecer a vontade nacional; é


preciso um meio pacifico de a fazer sahir á luz.
E . DE G irakdin .

RELIGIÃO E POSITIVISM O
É , na verdade, assombrosa a rapidez com que
nos últimos tempos a religião tem ido perdendo
terreno e cedendo o passo a uma nova doutrina,
inteiramente opposta ás revelações theologicas e
ás^ phantasias metaphysicas de uma época que ter­
mina. Estamos já n’um avançado grau de transi­
ção em que todos reconhecem a decadência e a
ruina do catholicismo entre nós, admittindo-o po­
rém ainda como uma necessidade, como um freio
moral, para conter os excessos e evitar os desre­
gramentos. Esses não separam a moral da religião,
e desconhecem por ignorância, ou por atonia men­
tal, que são cousas distinctas que por fórma algu­
ma se devem confundir. A moral, seguindo a sua
evolução historica, está passando para uma phase
nova, muito superior ás que a antecederam e que
se baseavam absolutamente no egoismoj o que ó a
caridade tão apregoada dos christàos, essa virtude
tào divinisada como a maior gloria do catholicis-
mo, senão o egoismo interesseiro e sordido? Faz-
se a caridade na esperança de se receber a recom­
pensa no céo. É um empréstimo e um empréstimo
a juro excessivo, porque a recompensa celeste ó
eterna! Ora a nova phase da moral, a moral
positiva, —- ó sem contestação muito superior. Ba­
seia-se no altruismo. Esta palavra significa a ante-
posição dos interesses geraes aos particulares, o
sacrificio do individuo á oollectividade — vivre
pour autrui. É o nosso dever — viver para a fa­
milia, viver para a patria, viver para a Humani­
dade. É esta também a maior das felicidades, por­
que o individuo é parte de um todo, e só póde ser
feliz quando o todo de que faz parte também o é.
0 conhecimento da solidariedade humana tem
muito mais força para obter este resultado do que
a crença nos prémios e castigos eternos. A idéa
da solidariedade é muito mais efficaz para desen­
volver a perfeição, do que a idéa de Deus. E esta
uma verdade demonstrada já pela experiencia e
pela observação, embora peze aos que ainda crêem
ua virtude dos principios gastos e estafados de
uma religião já morta. Dizem que o positivismo
mata a intelligencia e os sentimentos e deixa ape­
nas um materialismo grosseiro e bestial. Que idéa
fazem, pois, da philosophia positiva? Em vez de
matar a intelligencia e os sentimentos o positivis­
mo desenvolve-os, é uma fonte de idealisaçao muito
mais abundante e muito mais pura, do que todas
as religiões. É isto que não querem vêr, nem ad-
mittem os theologos e os metaphysioos. O tempo,
porém, dar-nos ha razão.
T eixeira B astos .

^ o espirito de immobilidade apoderou-se das


cortes e dos grandes.
F o u r ie b .

Uma sociedade em que o poder da insurreição


está comprimido é uma sociedade morta para o
progresso. ^
______ P roudhon.

Ser instruído tem duas grandes vantagens : de-


cide-se menos e melhor.
M o n c b ip .

SONETO DE UM POSITIVISTA
Ás vezes, quando o legendário vento
Irrompe furioso das cavernas,
E os astros, como lúcidas lanternas,
Alumiam o vasto firmamento.

Alguém manda avançar o Pensamento;


Elle remonta ás amplidões eternas;
Nenhumas forças ideaes, supernas.
Fazem cessar o estranho movimento.
w

E depois de elle ter tudo corrido,


As montanhas, o mar enfurecido.
Os abysmos reconditos do céo.

Vai sentar-se na escada do Infinito;


E triste como um velho heroe proscripto.
D ia ; __A h ! só 0 impossivel me venceu!
99 ^ 6 — 80 .
J. L eite de V asconcellos .

As populaçSes de escravos não se renovam se­


não pela importação.
, A . Martin .

É sobre as imperfeiçSes dos grandes homens


Que devemos dictar a nossa critica.
VOLTAIBE.

O que nos importa, não é que digam mal de


nós, mas que o não possam dizer com verdade.
L amennais .

A COOPEKAÇÂO
A cooperação procura os meios materiaes de
progresso. Reune provisões para os seus membros
estabelecendo armazéns; fornece-lhes objectos
uteis para as suas manufacturas; aspira a tornar-
se proprietária de terrenos e de navios; edifica;
faz operações commerciaes e agricolas com o fim
fie empregar n’ellas os seus proprios membros; a
sua educação e o seu self-governement levam a so-
IIO

ciedade a sustentar-se e a gerir-se por si mesma.


Tem por meios o capital e a industria. Procura o
capital quer pela economia, quer pelo empréstimo,
berve-se d’elle como d ’um agente: paga-o pelo
preço do mercado apenas. Tem o ideal politico de
partilhar todo o lucro, realisado pelo pensamento,
pela habilidade, pelo trabalho, equitativamente en­
tre todos que o produzem.
Taes sào os meios da cooperação e a natureza
dos principios que no futuro tem de reger a in­
dustria.
Os trabalhadores tem actualmente o seu futuro
nas suas próprias mãos e devem aprender a abrir
o seu caminho e a pagar o seu progresso, como fez
a burguezia.
O espirito de cooperação é o aelf-help (poder
de si). Só os homens de um espirito independente
são por ella attrahidos. A intenção dos cooperado-
res nunca foi aceitarem um soccorro dado pelo
parlamento, nem da caridade do rico, nem da pie­
dade, nem da supplica do padre, por mais respeito
que possam ter por este auxilio.
Provei que a cooperação não pede soccorros ao
Estado; não pede presentes aos individuos; não
perturba os interesses, não ataca a fortuna de pes­
soa alguma; não reclama a confirmação dos bene­
ficies existentes, mas sustenta-se por si mesmo,
trabalha por si mesmo, arroteia o seu proprio ter­
rena e recolhe a sua colheita; partilha os grãos de
ouro entre os seus associados e sem ter necessida­
de de favores, nem aceitar compromissos, eleva
os trabalhadores a possuidores dos fructos da
terra.
O progresso futuro depende da união e persis-
tencia d’aquelle3 em cujas mSos estiver a coope-
raçSo. H o lyo a k e .

Importa restringir sempre o mais possível as


despezL do Estado. P roudeon .

Como a electricidade a nossa alma é um fluido


imponderável.
D r . P in e l .

Não ha meio termo entre o propheta e o im­


postor. ________

No dia em que morrer a liberdade de impren­


sa n’esse dia retrocederemos é escravidão.
R oyer -C ollard .

No dia em que 0 homem reflectiu nasceu a phi-\


■ C o u sin .

Em politica não devemos fixar a attenção so­


bre 0 dia de hoje, mas sim sobre o dia de ámanhã.
E . DE G irardin .

A sociedade politica não acabou com o estado


de guerra, antes pelo contrario o tem feito renas­
cer, estabelecendo entro os homens relaçpes de
dependencia que anteriormente não conheciam.
S a in t - J u s t .
ns

(TRECHO DTMA POESIA, INTITULADA « OS SOCIALISTAS »)

Fidalgos! Padres! R e is!... Tremei da Idéa Nova,


Que vos reduz a isto: — infamia e cobardia. —
Socialistas, — á va n te!... Abri a grande cova
Que ha de esconder os reis, o clero, a fidaguia!.,.

M u c i o T e ix e ir a .

Emerge d’ entre as rendas vaporosas


O seu corpinho nú, gordo e rosado,
Como um bouquet clympico de rosas
Das espumas d ’um lago immaculado.

Sorri-se com dous dentes diamantinos,


E nos olhos que a luz beija e abençoa.
Desabrocha entre a musica d ’uns hymnos
A alegria d ’uma alma ingénua e bôa.

O pai — um pensador profundo e honrado —


Sobre o virgineo berço reclinado
Exhala pelo olhar o coração. . .

— Sentindo que um dever novo e sublime


D ’ora ávante o viver lhe encanta e opprime:
Fazer d'aquelle anjinho, um cid a d ã o!...
(S. Paulo).
V a l e n t im M agalhães.

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