A guerra civil de Espanha

Entre 1923 e 1930, a Espanha foi governada por uma Ditadura Militar chefiada pelo general Primo
de Rivera. A sua impopularidade, porém, levou ao exílio do general e acabou por conduzir à própria
abdicação do rei Afonso XIII.
Em 1931, foi proclamada a República, que teve de fazer frente às dificuldades provocadas pela crise
económica e pela consequente agitação social. Nas eleições de 1936, os partidos de esquerda
(socialistas, comunistas, autonomistas e outros republicanos), unidos numa Frente Popular, saíram
vitoriosos (263 deputados) em relação aos partidos da direita (156 deputados), começando a
preparar uma legislação social de caráter progressista. No entanto, poucos meses depois, as forças
conservadoras apoiaram um levantamento militar, liderado pelo general Francisco Franco. Face à
resistência das forças democráticas e revolucionárias, esta rebelião militar se transforma numa
violenta guerra civil.

Durante três longos anos (1936-1939) uma luta fratricida devastou a Espanha, opondo os partidários
do governo saído das eleições (os republicanos) aos rebeldes conservadores (os nacionalistas).
O lado nacionalista contou com a participação da grande maioria do exército e dispôs ainda do apoio
dos principais governos autoritários e totalitários europeus, tendo recebido tropas e armamento da
Alemanha nazi, da Itália fascista e do Portugal salazarista.
As tropas republicanas eram constituídas, maioritariamente, por voluntários (milícias populares),
mal armados e sem treino militar. O apoio de outros países foi pequeno (com exceção da URSS, que
forneceu armas e algumas centenas de combatentes), pois os regimes democráticos,
nomeadamente o Reino Unido e a França, procuraram não se envolver diretamente no conflito.

Durante a guerra civil, além dos mortos e dos mutilados nos campos de batalha ou devido aos
bombardeamentos, foram muitas as vítimas das perseguições e das represálias, de ambos os lados.
A vitória dos nacionalistas levou à fuga de meio milhão de pessoas, que se exilaram, em condições
muito difíceis. Após a vitória, o general Franco, o Caudilho, implantou um Estado autoritário, de tipo
fascista, violentamente repressivo, que iria durar cerca de 40 anos.