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A relação da Guerra Civil Espanhola com a II Guerra Mundial

Em Espanha, em 1931, após o período ditatorial de Primo de Rivera, foram


realizadas eleições que resultaram na vitória dos republicanos, proclamando-se
então a Segunda República e o exílio do Rei Afonso XIII.
No entanto, vários eram os setores que se opunham a essa ideia, entre eles a
Igreja Católica e o exército, ou seja, setores que permaneciam monárquicos.
Face à ameaça de que a monárquica poderia ser novamente instaurada, há um
processo de união entre a esquerda espanhola, criando-se, em 1936, uma
frente eleitoral, designada Frente Popular, que consolida o seu poder por meio
das eleições e lidera a República, derrotando a Frente Nacional.
As medidas tomadas durante o governo popular provocam uma reação na
direita conservadora que, com a ajuda do exército e do general Francisco
Franco, aplicam um golpe de Estado que, por não ser um “sucesso imediato”,
leva a que se viva no país um período de guerra civil, até 1939, colocando
republicanos contra franquistas (ou falangistas).
A Guerra Civil de Espanha possui então uma ligação direta com o início da II
Guerra Mundial devido aos apoios externos que ambos os lados do conflito
receberam.
Os republicanos, com o apoio da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas,
receberam material bélico, visto que seria algo vantajoso para a URSS ter um
país ideologicamente de esquerda no sul da Europa, nomeadamente perto de
França. Receberam também a ajuda das Brigadas Internacionais (das quais
participou o escritor George Orwell), isto é, grupos de voluntários de outros
países. No entanto, os apoios recebidos foram considerados débeis e
insuficientes.
Pelo contrário, o lado dos nacionalistas contou com o pleno apoio da Alemanha
e Itália. A Legião Condor, alemã, através dos bombardeamentos em território
espanhol (um deles eternizado em “Guernica” de Picasso), fragilizou a
resistência republicana, possibilitando a ascensão de Franco. A guerra civil
serve, para os dois países nazi-fascistas, como um “laboratório de
experiências” para a II Guerra Mundial, pois tiveram a oportunidade de testar a
indústria bélica que já estava anteriormente em desenvolvimento (o que revela
a ineficácia do papel da Sociedade das Nações quanto às proibições colocadas
à Alemanha após a I Guerra).
Concluindo, em 1939 as forças de direita espanhola vencem, instaurando-se o
regime ditatorial franquista, ascendendo mais uma ditadura europeia, e o
conflito possibilita que tanto Itália como a Alemanha prontifiquem o seu arsenal,
abrindo, desta forma, portas para a II Guerra Mundial.
Trabalho realizado por: Leonor Esteves, n.º 19, 12.º L

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