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do Patrimônio Cultural
de Pernambuco
ISSN 2525-4006
CDD 363.69
Aurora
463 Revista da Semana
do Patrimônio Cultural
de Pernambuco
Recife
Fundarpe
2016
Detalhe da Oficina de Mamulengos com Tonho dos Pombos
e Zé Lopes de Glória do Goitá.
Foto: Acervo Fundarpe/SecultPE.
APRESENTAÇÃO
Aurora 463
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APRESENTAÇÃO
Aurora 463
Revista da Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco
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Marcelino Granja de Menezes
Márcia Maria da Fonte Souto
Todas essas ações reforçam a construção de uma memória afetiva em torno dos
bens materiais e imateriais que nosso povo construiu ao longo de tantos anos. A partir
do momento que a população se sente parte e se identifica com essa história, torna-se
uma grande aliada na preservação e divulgação dela.
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EDITORIAL
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Comissão Editorial
Comissão Editorial
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
Márcia Souto 3
EDITORIAL
Comissão Editorial 7
MEMÓRIA
A FUNDARPE COMO ESPAÇO DE ESPECIALIZAÇÃO
PROFISSIONAL
Terezinha Silva 14
GIRO NO PATRIMÔNIO
Brincar com o patrimônio 30
Experimentar o patrimônio 34
Interpretar o patrimônio 38
Pensar o patrimônio 42
ARTIGOS
PATRIMÔNIO FERROVIÁRIO DE PERNAMBUCO,
AÇÕES DE PRESERVAÇÃO E O TRABALHO DA ONG
AMIGOS DO TREM
André Luiz Rocha Cardoso 48
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MEMÓRIA
1
Terezinha de Jesus Pereira da Silva
1
Terezinha de Jesus Pereira da Silva é professora do curso de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco. Foi Coordenadora de
Patrimônio Histórico da Fundarpe.
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Terezinha de Jesus Pereira da Silva
Outra atividade que tem sido muito enriquecedora como contato para redirecionar as
ações de preservação para o Estado, foi o estabelecimento em calendário da Semana
do Patrimônio. A participação de diversos segmentos da sociedade tem sido
crescente. Tais momentos vêm funcionando também como espaço para atividades
de Educação Patrimonial.
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MEMÓRIA
SEMANA DO PATRIMÔNIO:
UMA DEMANDA DA SOCIEDADE
1
Foi Analista em Gestão de Patrimônio da Fundarpe;
Professora do Curso de Gastronomia da UFRPE desde 2008, é arquiteta e
urbanista pela FAU / UFRJ, mestre em Desenvolvimento Urbano pela UFPE e
doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPE.
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Ericka Maria de Melo Rocha Calábria
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Ericka Maria de Melo Rocha Calábria
Com o passar dos anos, o evento foi se expandindo e se tornou possível ampliar
as frentes, que puderam se integrar com outras políticas, como por exemplo, o
Patrimônio Vivo e o Funcultura, o que foi lhe imprimindo, pouco a pouco, um caráter
plural e de maior complexidade. Além disso, espraiou-se por outros municípios, tais
como Gravatá, Bezerros, Olinda, Salgueiro, Escada, Belo Jardim, Brejo da Madre de
Deus, Igarassu e Jaboatão, entre outros, em alinhamento com a política de
descentralização das ações governamentais.
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MEMÓRIA
1
Foi Analista em Preservação de Equipamentos Culturais e Patrimônio e
Coordenador de Patrimônio Imaterial – DPPC/Fundarpe; Doutorando em
Antropologia (PPGA/UFPE); Membro Pesquisador do Observatório de
Museus e Patrimônio Cultural – OBSERVAMUS; Gerente Geral do Paço do
Frevo.
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Luiz Eduardo Pinheiro Sarmento
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Luiz Eduardo Pinheiro Sarmento
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MEMÓRIA
SEMANAS DO PATRIMÔNIO:
UMA RETROSPECTIVA
1
Renata Echeverria Martins é integrante da equipe da Gerência de
Preservação Cultural da Fundarpe, Coord. da Semana do Patrimônio desde
2010, jornalista pela UNICAP, mestre em Comunicação e doutoranda pelo
Programa de Pós-Graduação em Comunicação - PPGCOM da UFPE.
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Renata Echeverria Martins
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Renata Echeverria Martins
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Renata Echeverria Martins
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Renata Echeverria Martins
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Renata Echeverria Martins
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Mamulengos.
Foto: Acervo Fundarpe/SecultPE.
GIRO NO PATRIMÔNIO
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BRINCAR
COM O PATRIMÔNIO
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Exposição Patrimônios Vivos de Pernambuco.
Foto: Acervo Fundarpe/SecultPE.
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Oficina de criação de bonecos em Igarassu.
Foto: Acervo Fundarpe/SecultPE.
O mestre e sua criação na Casa do Patrimônio do Iphan em Mestre Antero Assis na Casa do Patrimônio do Iphan em Igarassu.
Igarassu. Foto: Acervo Fundarpe/SecultPE. Foto: Acervo Fundarpe/SecultPE.
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Jogo do Patrimônio 2.0 no Memorial de Justiça, no Recife.
Foto: Acervo Fundarpe/SecultPE.
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EXPERIMENTAR
O PATRIMÔNIO
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Programação especial do projeto Olha! Recife.
Foto: Acervo Fundarpe/SecultPE.
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Ação MBIRI-TYBA em Paudalho.
Foto cedida pela Prefeitura de Paudalho.
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Ação MBIRI-TYBA em Paudalho.
Foto cedida pela Prefeitura de Paudalho.
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INTERPRETAR
Interpretar o patrimônio
O PATRIMÔNIO
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Os desafios dos museus na contemporaneidade.
Foto: Acervo Fundarpe/SecultPE.
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Etapas do restauro e adequação da Casa de Câmara e Cadeia de
Brejo da Madre de Deus.
Foto: Acervo Fundarpe/SecultPE.
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Um olhar sobre o restauro e a arqueologia histórica de Igarassu.
Foto: Acervo Fundarpe/SecultPE.
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PENSAR
Pensar o patrimônio
O PATRIMÔNIO
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Prof.ª Dr.ª Márcia Santana (UFBA), Renata Echeverria
Orquestra de Frevo do Maestro Nunes. e o Prof. Dr Bruno Padovano (USP).
Foto: Acervo Fundarpe/SecultPE. Foto: Acervo Fundarpe/SecultPE.
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Patrimônio Ferroviário: seu legado, perspectivas e ações de preservação.
Foto: Acervo Fundarpe/SecultPE.
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Desenvolvimento de TICS Aplicadas à Educação Patrimonial de Pernambuco.
Foto: Acervo Fundarpe/SecultPE.
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Postais da memória.
Foto: Acervo Fundarpe/SecultPE.
ARTIGOS
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ARTIGO
INTRODUÇÃO
Em 1854, o Brasil já tinha por inaugurada a sua primeira estrada de ferro, sendo
esta a Estrada de Ferro Petrópolis, conhecida por “Estrada de Ferro Mauá”, levando o
nome do Barão de Mauá, o Irineu Evangelista de Souza, o seu principal acionista. Quase
quatro anos depois, seria inaugurada a segunda ferrovia em solo brasileiro, sendo esta
em Pernambuco, a Recife and São Francisco Railway Company, tendo sua primeira
etapa, entre a Recife e a Villa do Cabo, inaugurada em 8 de fevereiro de 1858. Estava
dado o pontapé inicial para a implantação dos caminhos de ferro no estado.
A proposta da Recife ao São Francisco era justamente ligar a capital
pernambucana ao Rio São Francisco, na altura da Cachoeira de Paulo Afonso. O objetivo
não foi concretizado; novos interesses levaram seus trilhos até a cidade de Garanhuns,
como Estrada de Ferro Sul de Pernambuco. Uma ramificação foi então construída
proporcionando a ligação desta ferrovia com a Estrada de Ferro Central de Alagoas em
1894. Já em 1881, nova ferrovia era inaugurada em solo pernambucano, desta vez a
Estrada de Ferro do Recife ao Limoeiro, pela Great Western of Brazil Railway Company.
Em 1881, os trilhos já se encontravam na atual Carpina e em 1882 alcançavam
Limoeiro, com um ramal para Nazaré da Mata. Este ramal foi prolongado até alcançar
a Paraíba em 1900.
Também na década de 1880, mais precisamente em 1885, era inaugurado o
primeiro trecho da Estrada de Ferro Recife a Caruaru, que veio a se chamar Estrada de
Ferro Central de Pernambuco. Este primeiro trecho entre Recife e Jaboatão continuou
sendo prolongado por etapas, atingindo em 1895 Caruaru, em 1912 Arcoverde, em 1949
Afogados da Ingazeira, em 1957 Serra talhada e, no início dos anos 1960, Salgueiro.
A Estrada de Ferro Central de Pernambuco, a Estrada de Ferro do Recife ao São
Francisco (e a Estrada de Ferro Sul de Pernambuco, da mesma forma que seu
1
André Luiz Rocha Cardoso, recifense, é assistente de Coordenação do Acervo da Estação Central Capiba/
Museu do Trem e atualmente cursa a graduação em História pela Universidade Federal Rural de
Pernambuco. É membro da Direção Regional Pernambuco da ONG Movimento Nacional Amigos do Trem.
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abertos nas linhas Sul e Centro. Um patrimônio de destaque que figura no contexto
urbano e rural dos diversos municípios pernambucanos cortados pelos trilhos e que,
com sua implantação e com a sequente operação dos trens foi de extrema importância
na modificação e estabelecimento de novas relações econômicas e sociais, ou seja, a
ferrovia exerceu uma importante função social no cenário brasileiro.
Várias ações vêm sendo desenvolvidas pela ONG Amigos do Trem no sentido de
preservar esse patrimônio e também na tentativa de poder conscientizar outras
parcelas da população sobre a importância de fazê-lo, mostrando que as linhas que
hoje estão ociosas já muito serviram, durante mais de cem anos, e ainda podem muito
servir, tanto para o transporte de cargas, quanto para o transporte de passageiros, onde
se enquadram os trens comerciais regulares e os trens turísticos-culturais. Estes
últimos já vêm mostrando em várias partes do Brasil que são uma boa alternativa para
proteger esse patrimônio e dar uma utilidade pública ao mesmo.
A proposta de implantação de trens turísticos está sendo no momento uma das
formas de ação da ONG Amigos do Trem. O primeiro destes a ser operado pela ONG está
em fase de execução e será no estado do Rio de Janeiro, região serrana deste estado,
fazendo um percurso numa região de belas paisagens, bastante explorada pelo turismo
e que possui uma antiga linha em desuso, a Linha auxiliar da Estrada de Ferro Central do
Brasil. O projeto que está sendo executado pela ONG e parcerias prevê a modificação da
bitola (distância entre os trilhos) desta linha, de 1,00 m para 1,60 m para permitir a
passagem da automotriz, um veículo ferroviário com capacidade para mais de 50
pessoas fabricado na década de 1950 e que estava desde a década de 1990 parado e
que foi cedido pelo DNIT e recuperado pelos voluntários da ONG. A previsão é que este
trem, o Trem da Serra Azul, seja inaugurado ainda em Outubro de 2015.
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de modo a poder garantir que a mesma não seja depredada, com isso garantindo a sua
existência para execução de projetos futuros, como o trem turístico defendido pela
entidade neste trecho. A ação, desenvolvida pela ONG em parceria com a Ferrovia
Transnordestina Logística, está em fase inicial. Foi cedido pela FTL à ONG um auto de
linha, veículo ferroviário com capacidade para até 9 pessoas, utilizado para inspeção e
manutenção da via férrea o qual, quando concluída sua reforma, será utilizado pela
entidade no trabalho de fiscalização voluntária, mediante todos os processos legais
necessários para a operação do mesmo.
Desse modo, finalizamos com a frase lema da ONG Amigos do Trem que expressa
bem o objetivo desta entidade na defesa do patrimônio público ferroviário brasileiro:
“Trens de passageiros, quem andou tem saudades, quem não andou tem vontade”.
REFERÊNCIAS
CÔRTES, Eduardo. Da Great Western ao Metrô do Recife. Editora Persona: Recife, 2003.
MELO, Josemir Camilo. Ferrovias Inglesas e Mobilidade Social no Nordeste (1850 – 1900).
Editora da UFCG: Campina Grande, 2008.
PINTO, Estêvão. História de Uma Estrada de Ferro do Nordeste. José Olympio: Rio de Janeiro,
1949.
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ARTIGO
INTRODUÇÃO
Figura 1: Foto de Noel Villas Boas, Xingu, aldeia Yawalapiti, Kuarup, 2009.
1
Bruno Roberto Padovano é Arquiteto e Urbanista, Músico e Compositor, Professor Titular da
Universidade de São Paulo (USP) e Coordenador Científico do Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (NUTAU/USP). E-mail: brpadovano@gmail.com.
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fragmentação social e espacial cada vez maior seja possivelmente inevitável numa
sociedade da emergente e onipresente realidade virtual, existe ainda uma
possibilidade para que as partes consolidadas de nossas cidades ofereçam convívio
alternativo àquele proporcionado pela crescente indústria digital. Nesse cenário
alternativo, elas poderiam ainda ser salvas deste derretimento generalizado que
caracteriza o cenário global de nossas antigas cidades, em acelerado processo de
desaparecimento mediante seu abandono por populações de renda mais elevada e
parca atenção do setor público, por causa da necessidade de sua conservação, cujos
custos são elevados. Existe a necessidade de uma animação do espaço público com
atividades que possam favorecer o convívio de sua população, hoje acanhada por
causa do coccooning, por meio de atividades performáticas, hoje reduzidas a uma
sobrevivência precária dos artistas no meio social, numa associação da cultura com a
mendicância.
É objetivo desse texto enumerar algumas experiências que trazem para um
plano “gasoso” ou “etéreo” a qualificação dos espaços públicos em áreas urbanizadas
consolidadas, porém em processo de degradação, como o centro de São Paulo.
Entendemos este conjunto de posturas e de atividades regenerativas de uma
urbanidade mais cidadã como uma ação corretiva deste esvaziamento do espaço
público num país fortemente urbanizado como o Brasil e numa megacidade como São
Paulo e suas cidades conturbadas na consolidação de uma região metropolitana com
mais de 20 milhões de habitantes. Recuperar as atividades performáticas no que
sobrou dos espaços públicos passa a ser uma resistência cultural tão ou mais
importante do que o movimento “Occupy”, que vem ocorrendo com a crise do sistema
capitalista globalizado, que parece não ter solução, deixando milhões sem empregos e
incentivando as migrações intercontinentais entre países pobres e os ricos, como o que
pode ser acompanhado na Europa atualmente.
Nesse artigo, buscamos salientar a importância de um espaço público vivo e
amigável para o convívio mais amistoso na sociedade contemporânea, pelo qual o seu
estado de liquidificação, conforme arguido por Bauman, possa atingir um novo
patamar existencial, no qual o imaterial, o etéreo ou efêmero (aquilo que “dura” apenas
durante sua realização, mesmo que registrado por gravações em vídeo) passe a fazer
parte da riqueza da experiência humana no cotidiano da vida, humanizando assim os
espaços/palcos da própria vida, tornando-a rica e fértil novamente, no contexto de uma
sociedade que se desfaz do estado sólido original e se transforma em líquida, ou, no
caso, em etérea.
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sociedade e punidas duas vezes por sua incapacidade de se inserir nela de forma
construtiva, após enveredarem pelo caminho do crime.
Algo que era impensável nas comunidades indígenas é, tristemente, ocorrência
mais do que comum na nossa sociedade tecnologicamente avançada, que tenta
esconder sua incapacidade de atender às necessidades de todos seus membros com
um número cada vez maior de prisioneiros, mantido em cárceres que são verdadeiros
incubadores de atividades criminosas organizadas.
O resultado ou desastre anunciado é o crescimento do crime e não sua
diminuição, pois uma sociedade repressiva nunca poderá resolver os conflitos por ela
mesma gerados. Uma sofisticada indústria de segurança eletrônica surge no lugar de
uma forma humana de tratarmos com doentes gerados por uma sociedade doente, ou
seja, libertando os pobres de sua exploração pelos mais ricos. O que só pode ocorrer se
os próprios “mais ricos” se tornem mais humanos, ajudando os demais e construindo,
juntos, uma nova sociedade. O que vemos, em lugar disto, é o Big Brother do “1984” de
George Orwell nos observando por meio de suas câmaras onipresentes, usadas pelo
poder público, inclusive, para viabilizar sua política de indústria de multas, uma forma
de sobretaxar a sociedade consumista e sedenta por maior mobilidade.
Neste território dominado pelos grandes edifícios corporativos, pelos shopping
centers e torres de residências unifamiliares repetitivos e intercambiáveis de tão
monótonos, divorciados de um convívio mais ameno com o entorno urbano, há raras
exceções como os bem-sucedidos (urbanisticamente falando) Conjunto Nacional e o
Brascan Center em São Paulo, que, porém, mantem sua baixa porosidade social em
função do desnível qualitativos dos edifícios ao redor da praça aberta com relação aos
do entorno. Ali, dificilmente os administradores iriam deixar alguém tocar sua flauta ou
guitarra elétrica em lugar tão controlado pela qualificada vizinhança, ao menos que
uma autorização prévia seja dada para isto, num uso de um espaço público que, porém,
sofre com uma fiscalização eletrônica sofisticada e proibição de usos incompatíveis com
os ali criados, num simulacro do espaço público tradicional.
Por outro lado, muitos edifícios erguidos pelas elites do passado, considerados
exemplos importantes da memória cultural, e assim preservados mediante restauro e
caprichada preservação, são ocupados por museus que atraem um número ínfimo de
visitantes, vivendo como popularmente se diz, “às moscas”, a maior parte do tempo.
Atividades mais envolventes como música e teatro ao vivo raramente ocorrem em seus
ambientes elitistas e de baixíssima frequência de público, dificultando sua manutenção
pela ausência de recursos oriundos de patrocinadores privados e as dificuldades de
caixa das diversas secretarias da cultura.
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Isso faz parte de um projeto que vai além do artista BRU, e que tenha como
objetivo o enfrentamento de processos de degradação dos espaços públicos mediante
o movimento BRU – Brasil Regeneração Urbana, unindo ações materiais e imateriais
para que este objetivo seja alcançado.
3. CONCLUSÕES
O artigo apresenta algumas considerações gerais do pesquisador sobre
processos de degradação dos espaços públicos, discutidos por pesquisadores sobre a
questão urbana contemporânea como Cesare Blasi e Gabriella Padovano (2014), Jane
Jacobs (1960) e Zygmunt Bauman (1999), além do próprio autor (2012).
Apesar desses processos, aparentemente sem solução no âmbito de uma
sociedade líquida, o autor defende uma ação corretiva para reintroduzir, de forma mais
ampla possível, atividades culturais como aquelas típicas das artes performáticas, para
a regeneração urbana. Serviu, neste sentido, de base para uma palestra/show do
próprio autor na VIII Semana Cultural do Patrimônio de Pernambuco, ministrada no dia
17 de agosto de 2015 no Teatro Santa Isabel, no Recife.
Trata-se, portanto, de um passo a mais na consolidação de um processo mais
amplo de regeneração urbana nas cidades brasileiras, conforme exemplificado na
atuação duplamente representada pela sigla BRU, unindo ações materiais e materiais
de caráter profundamente cultural, ligando, no caso, urbanismo e música numa
simbiose que possa obter, com recursos limitados e eficiência maximizada, uma
transformação positiva do território urbanizado dentro de uma ótica sustentável
criativa.
REFERÊNCIAS
BLASI, Cesare e PADOVANO, Gabriella. Ipotesi di Progetto per una Società Liquida. Roma:
Novalogos, 2012.
JACOBS, Jane. The death and life of great American cities. Nova York: Vintage Books, 1961.
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ARTIGO
Eduardo Hahn1
Figura 1: Cidade de São Miguel das Missões com a sobreposição da malha urbana da
antiga redução - Foto: Aloisio Antes.
No decorrer dos séculos XVII e XVIII, foram fundados por indígenas e religiosos
da Companhia de Jesus, no sul da América do Sul, trinta aldeamentos num extenso
território que está hoje subdividido pelos Estados Nacionais do Paraguai, Argentina,
Uruguai e do Brasil. A criação dos aldeamentos, conhecidos como Reduções, foi a
principal estratégia empregada pelas autoridades coloniais do Reino de Espanha e pelos
jesuítas para a evangelização de povos nativos, com objetivo de viabilizar a ocupação e
controle dos territórios conquistados pela Coroa Espanhola, que se encontrava ameaçado
pelas rebeliões indígenas, por consequência da adoção da encomienda.
Experiências anteriores de criação de aldeamentos reducionais nas regiões do
Guairá, entre 1610 e 1628, do Itatim e do Tape, entre 1631 e 1633, haviam sido
frustradas pelos ataques promovidos por Bandeirantes associados à colonização
portuguesa, assim como por membros da população colonial interessados em
1
Eduardo Hahn é formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA),
Canoas/RS, 1998; Professor das disciplinas de História da Arquitetura, Patrimônio Cultural e Arquitetura
Brasileira e História da Arte no Brasil no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Luterana do
Brasil (ULBRA) de 2002 até 2008; Coordenador do Setor Técnico da Superintendência do IPHAN no Rio
Grande do Sul entre os anos de 2000 e 2008; Participou do curso técnico em Restauração Arquitetônica no
Centro Europeu de Restauro em Florença/Itália entre os anos de 2009 e 2011; Diretor do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul – IPHAE entre 2011 e 2013;
Superintendente do IPHAN no Rio Grande do Sul deste 2013 até a atualidade.
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Eduardo Hahn
Figura 2: Ruínas da Igreja de São Miguel Arcanjo. Foto: Eneida Serrano. Arquivo IPHAN-RS.
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Eduardo Hahn
Figuras 3 a 10: Edificações construídas na região das missões pelos imigrantes europeus pós-período
reducional. Fotos: Inventário dos recursos arquitetônicos – URI/IPHAN.
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Figura 11: Consolidação das estruturas de pedra das ruínas de São Lourenço Mártir.
Fonte: Arquivo IPHAN.
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Figuras 12 a 15: Recursos naturais e paisagísticos da região das missões. Fonte: Arquivo IPHAN-RS.
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Eduardo Hahn
REFERÊNCIAS
COSTA, Lúcio. 1937. Igreja de São Miguel (Ruínas) – São Miguel das Missões – RS. Ed. IPHAN.
Rio de Janeiro, 1999.
CURTIS, Júlio N.B. de. O espaço urbano e a arquitetura produzida pelos Sete Povos das Missões.
In Arquitetura no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Mercado Aberto, p 27-52, 1983.
CUSTÓDIO, Luíz Antônio Bolcato. A redução de São Miguel Arcanjo: Contribuição ao estudo da
tipologia urbana missioneira, 2002. 199p.
FURLONG, G. Misiones y sus pueblos de guaranies. Buenos Aires: Omprenta Balmes, 1962.
KERN, Arno Alvarez. Missões. Uma Utopia Política. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1982.
LYRA, Cyro de Oliveira. Casa Vazia : Ruína Anunciada. A questão do uso na preservação dos
monumentos. Tese de Doutorado. UFRJ, 2007.
MAEDER, Enesto J.A. – GUTIÉRREZ, Ramón. Atlas territorial y urbano de las missiones jesuíticas
de guaraníes. Argentina, Paraguay e Brasil – Altas territorial e urbano das missões jesuíticas
dos Guaranis. Argentina, Paraguay e Brasil. (Coord da ed. , Instituto Andaluz do Patrimônio
Histórico; colabora IPHAN). Sevilha: Consejeria de Cultura, 2009.
MEIRA, Ana Lúcia Goelzer. O Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Rio Grande do Sul no
Século XX. Atribuição de Valores e Critérios de Intervenção. Tese de Doutorado. UFRGS,
2007/2008.
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ARTIGO
INTRODUÇÃO
1
Gisela Amado de Albuquerque Montenegro é Arquiteta e Urbanista; Especialista em Gestão
Ambiental pela UPE; Mestre em Gestão Pública pela UFPE; Chefe do Escritório Técnico do Iphan no
Parque Histórico Nacional dos Guararapes.
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Gisela Amado de Albuquerque Montenegro
2 REFERENCIAL TEÓRICO
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elas sejam assumidas como políticas públicas e executadas pelo aparato administrativo
do governo (TENÓRIO, 2007).
As políticas públicas têm como função concretizar direitos sociais demandados
pela sociedade e previstos nas leis. É por meio delas que são formulados e
implementados os programas de distribuição de bens e serviços regulados e providos
pelo Estado, com a participação e o controle da sociedade (PEREIRA, 2011).
Quando implementada em diferentes esferas de governo, inclusive em caráter
concorrente, a política pública exige compatibilização e coerência entre as políticas
setoriais (PHILIPPI JÚNIOR, 2004). De acordo com Abers (2005), os processos
caracterizados por ausência de fronteiras distintas entre público e privado, entre
diferentes níveis de governança e entre diversas fontes de poder e autoridade são
propícios à governança compartilhada. Esse tipo de governança, em que ocorre uma
divisão compartilhada de responsabilidades entre as instituições, tende a envolver
transferências multidirecionais de poder, que reconfiguram atribuições,
responsabilidades e recursos. Essas transferências de poder compreendem os aspectos
multissetorial e multinível e geram múltiplos focos de resistência (ABERS, 2005).
As políticas públicas de preservação do patrimônio cultural têm como objetivo
garantir aos cidadãos o direito à cultura, entendida como os “[...] valores que indicam –
e em que se reconhece – a identidade da nação.” (FLORISSI, 2007, p. 39).
Para Fonseca (2005), “É o valor cultural atribuído ao bem que justifica o seu
reconhecimento como patrimônio e, consequentemente, sua tutela pelo Estado”
(FONSECA, 2005, p. 38).
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu a competência comum da União,
estados e municípios na preservação do patrimônio cultural, com a participação da
comunidade. A aplicação dos seus princípios promoveu a reformulação de práticas e
processos, dentre os quais, a inserção do patrimônio cultural na pauta das políticas
voltadas para o desenvolvimento socioeconômico, a construção de instrumentos de
ação conjunta e de gestão compartilhada entre as três esferas de governo e o
envolvimento da sociedade.
As políticas de preservação dos sítios históricos urbanos representam um
grande desafio para a gestão governamental, visto que demandam a articulação efetiva
com as demais políticas setoriais aplicadas à cidade, tais como as políticas de
desenvolvimento urbano, de preservação ambiental, políticas culturais, de educação,
de desenvolvimento socioeconômico, turismo, entre outras.
Atualmente, as políticas de preservação dos sítios históricos urbanos têm
como principais diretrizes a participação social, a reinserção dos bens protegidos na
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(*) Natureza da Ação: 1-Regulação; 2-Planejamento; 3-Estruturação Física; 4-Gestão; 5-Pesquisa Fonte:
Gisela Montenegro (2014).
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(*) Natureza da Ação: 1-Regulação; 2-Planejamento; 3-Estruturação Física; 4-Gestão; 5-Pesquisa Fonte:
Gisela Montenegro (2014).
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Governo Presidência
Federal da República
FUNDARPE Secretaria de
Desenv. Urbano
Parque Histórico Prefeitura de
Jaboatão dos
CPRH Nacional dos Guararapes Guararapes
Governo de Secretaria de
Pernambuco Infraestrutura
Assembléia Câmara
Legislativa Municipal
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Gisela Amado de Albuquerque Montenegro
REFERÊNCIAS
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Patrimoniais. Brasília: IPHAN, 2000. Edições do Patrimônio.
FLORISSI, Stefano, WALDEMAR, Felipe. Economia da cultura: uma revisão da literatura. In:
VALIATI, Leandro; FLORISSI, Stefano (Org.). Economia da cultura: bem-estar econômico e
evolução cultural. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007.
IPHAN. Mapa de Avaliação do Parque Histórico Nacional dos Guararapes. Jaboatão dos
Guararapes: IPHAN, 2010.
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Gisela Amado de Albuquerque Montenegro
______. Plano de Preservação do Parque Histórico Nacional dos Guararapes. Jaboatão dos
Guararapes. Brasília: IPHAN, 2005.
______. Plano Diretor do Parque Histórico Nacional dos Guararapes. Jaboatão dos
Guararapes: IPHAN, 2002.
LYNN JR, Laurence E. Gestão pública In: PETERS, G.B., Pierre, J. (Org.). Administração Pública –
coletânea. São Paulo: Ed. UNESP; Brasília: ENAP, 2010.
MATIAS-PEREIRA, José. Manual de gestão pública contemporânea. São Paulo: Editora Atlas,
2012.
PEREIRA, Potyara Amazoneida Pereira. Sobre a política de assistência social no Brasil. In: BRAVO,
Maria I.S.; PEREIRA, Potyara A.P. Política social e democracia. 2. ed. São Paulo: Cortez; Rio de
Janeiro: UERJ, 2011.
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PORTA, Paula. Política de preservação do patrimônio cultural no Brasil. Brasília: IPHAN, 2012.
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IPHAN, 2010.
RUA, Maria das Graças. Análise de políticas públicas: conceitos básicos. In: RUA, Maria das
Graças; CARVALHO, Maria Isabel Valadão (Org.). O estudo da política: estudos selecionados.
Brasília: Paralelo, 1998.
SARAVIA, Enrique; FERRAREZI, Elisabete (Org.). Políticas públicas. Brasília: ENAP, 2006.
UNITED NATIONS. Report of the World Commission on Environment and Development: our
common future. Oslo: 1987.
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ARTIGO
INTRODUÇÃO
1
Josemir Camilo de Melo é recifense, graduado em História pela Universidade Católica de Pernambuco
(UNICAP), Mestre e PhD em História pela UFPE. Pesquisou ferrovias na Inglaterra. Ex-professor da
UNICAP, professor aposentado pela Universidade Federal de Campina Grande; ex-professor visitante
da Universidade Estadual da Paraíba. É autor de "Uma família de engenheiros ingleses no Brasil: de
Mornay Brothers" e “Ferrovias e Mobilidade Social no Nordeste (1850-1900)”, tendo, atualmente, no
prelo pela Editora da UEPB, A Primeira Ferrovia Inglesa no Brasil: The Recife-São Francisco Railway.
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além da exportação de carvão de pedra. Basta ver que as demais províncias canavieiras
do Nordeste aderiram ou foram cooptadas pelo capitalismo, ligando as áreas de algodão
e cana de açúcar aos portos regionais: a Alagoas Railway, a Conde D'Eu, na Paraíba e a
Natal-Nova Cruz, no Rio Grande do Norte.
Outra grande contribuição das ferrovias, no período escravagista-imperial é
que criou o mercado do trabalho assalariado, a figura do operário. A RSF teria usado
cerca de 2 mil trabalhadores, enquanto que a GWBR, por volta de 1880, empregou
1.300 trabalhadores. É possível que, aproximadamente, 2.000 trabalhadores livres
tenham arranjado emprego nas linhas de trilhos, alternadamente, ao longo de 1870 e
1880, em Pernambuco.
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A rede Great Western tornou-se uma malha de 1.617 km, unindo a zona
canavieira do sul de Natal à cidade de Palmeira dos Índios em Alagoas; bem como unia o
litoral ao sertão algodoeiro. Do Recife rumava ao noroeste, a Limoeiro/Timbaúba, e ao
sul, para Garanhuns, via Palmares. Enquanto isto, de cada uma das outras três capitais,
partia um trem do porto ao campo algodoeiro: da capital da Paraíba a Campina Grande
e desta também ao porto do Recife, via Itabaiana. De Maceió ao seu interior e de Natal
ao seu interior com a EF Central do Rio Grande do Norte. Antes de completar uma
década de arrendamento, a GWBR já contava crescimento nas rendas na maioria das
linhas (antes independentes) que iam de 20 a 145% (MELO, 2007).
A rede GWBR e mais duas pequenas linhas, uma estadual e outra particular,
foram encampadas pelo governo Juscelino Kubistchek, em 1957, três anos antes de
vencer o contrato, que havia sido renovado, com a GWBR, em 1920. A RFFSA viria a
administrar 18 ferrovias regionais, operando uma malha que, em 1996, compreendia
cerca de 22 mil quilômetros de linhas (73% do total nacional). Contraditoriamente, se
firmava no país, alavancada pelo governo JK, a indústria automotiva. A cobertura
parcial da região Nordeste coube à divisão RFN - Rede Ferroviária do Nordeste.
Em 1958, os Correios lançaram um selo representando a ligação Patos, estação
terminal da Rede Viação Cearense (RVC) com Campina Grande (GWBR), em alusão ao
centenário da ferrovia na região (1858-1958) (MELO, 2012). A GWBR tinha parado seus
trilhos na cidade de Campina Grande, como cidade ponta de trilho (a railway head,
como chamavam os ingleses) (1907-1957). Por outro lado, a Rede Viação Cearense
havia descido todo o Estado e penetrara na Paraíba, fazendo seu terminal na cidade de
Souza e, na década de 1920, chegara a Patos. Portanto, a ligação de Campina Grande e
Patos significava também a ligação de duas divisões da rede federal.
No entanto, menos de uma década depois, sob o regime militar, o governo
extinguiu os ramais tidos como deficitários, entre eles, estava o de Cajazeiras. Na
década de 1970, o transporte ferroviário tornara-se obsoleto na concorrência com o
rodoviário. O governo militar iniciou a desativação de trens de passageiros, como
ocorreu com a linha de Campina Grande e, posteriormente, numa tentativa de
recuperar o setor de passageiros criou a linha Recife-Fortaleza, o expresso Asa
Branca, passando por Campina Grande. Este expresso deu seu último apito no final
daquela década.
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O PATRIMÔNIO FERROVIÁRIO
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REFERÊNCIAS
COSTA LINS, Ana Paula Mota de Bitencourt da. O patrimônio industrial ferroviário e os
instrumentos voltados para a sua salvaguarda. Architecton – Revista de Arquitetura e
Urbanismo, Vol. 02, Nº 02, 2012.
MELO, Josemir Camilo de. Selando o desenvolvimento sobre trilhos: a construção de uma rede
ferroviária no nordeste brasileiro (1858-1958). In: Isabel Maria Freitas Valente e João Rui Pita.
(Org.). História e Filatelia IV. O Brasil nos selos portugueses e brasileiros, Coimbra: CEIS20,
2012, v. Nº 4, p. 43-58. (e-book).
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ARTIGO
1
Julieta Leite é arquiteta e urbanista e doutora em Sociologia da Cultura pela Université René
Descartes/ Sorbonne (2010). Atualmente é professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo
da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), membro do Laboratório da Paisagem da UFPE e
pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre Subjetividade em Arquitetura (NusArq). Atua principalmente
nos seguintes temas: Paisagem, Imaginário e Usos sociais das Tecnologias da informação e da
comunicação no espaço urbano.
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PATRIMÔNIO PE MOBILE
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2
O projeto “Acervo Rio de Contas: documentação arquitetônica do Sítio Histórico” vem sendo
desenvolvido pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (FAUFBA) desde 2004, e
está disponível em <http://www.acervoriodecontas.ufba.br>. O “Projeto Cultural Inventário do Arquiteto
Armando de Holanda” foi realizado pelo Laboratório da Imagem de Arquitetura e Urbanismo (LIAU) e do
LIBER, ambos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com apoio da FUNDAJ e Funcultura (2013)
e está disponível em <http://www.armandoholanda.com>.
3
Ver <http://mobile.mit.edu/en/elens> e http://locast.mit.edu>.
4
Aplicativo disponível para as plataformas Android e iOS. Para baixar, procurar por “Patrimônio PE”.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O patrimônio é um objeto de um investimento no momento presente, não é
apenas para se lembrar e consagrar o passado. É também um mecanismo de
identidade regional, por isso preservar não significa necessariamente restaurar ou
recuperar, mas, sobretudo, restituir e se re-apropriar. Por isso, o olhar sobre o
patrimônio cultural tem também um sentido coletivo – resgata imagens de uma vida
social, sua cultura e seus costumes.
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Julieta Leite
REFERÊNCIAS
CORBOZ, André. Le territoire comme palimpseste et autres essais. Paris: Les éditions de
l'imprimeur, 2001.
MORIN, Edgar. La Méthode. Tome 4 - Les idées. Leur habitat, leur vie, leurs mœurs. Paris :
Seuil, 1991.
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ARTIGO
Marcia Sant'Anna1
1
Marcia Sant'Anna é arquiteta, mestre e doutora em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade
Federal da Bahia. Coordenou, entre 1998 e 2000, o Grupo de Trabalho do Patrimônio Imaterial,
constituído pelo Ministério da Cultura, e, entre 2004 e 2011, foi Diretora do Departamento do
Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Atualmente, é
professora adjunta da Faculdade de Arquitetura da UFBA e vice-coordenadora do Programa de Pós-
Graduação em Arquitetura e Urbanismo desta universidade.
2
Especialistas como Maria Cecília Londres Fonseca e Antônio Augusto Arantes participaram ativamente
da formulação do texto da Convenção da Unesco para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial
(2003). Além disso, o Brasil foi peça fundamental para a criação e funcionamento do Centro Regional para
a Salvaguarda do Patrimônio Cultural da América Latina (CRESPIAL) e, através do Iphan, presta assessoria
neste campo a países da região e a países africanos de língua portuguesa.
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3
Ver o Banco de Dados dos Bens Registrados (BCR) em
<http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/228>, acessado em 13/10/2015.
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INSTRUMENTOS FUNDADORES
4
Artigo 7°, parágrafo único do Decreto presidencial n° 3.551/2000.
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5
O PNPI é implementado por meio de editais públicos para o fomento de projetos inseridos em uma ou
mais das seguintes linhas de atuação: a) pesquisa, documentação e informação; b) sustentabilidade de
bens culturais imateriais; c) promoção do patrimônio cultural imaterial; d) capacitação de agentes e
atores para a salvaguarda.
6
Nenhum processo de Registro pode ser iniciado sem a anuência prévia e informada dos grupos sociais
produtores e detentores do bem cultural, conforme determina a Resolução n° 001, de 3 de agosto de 2006.
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7
O INRC contempla a possibilidade de se identificar territórios em escalas muito distintas que vão do sítio,
do lugar, do bairro e da localidade, a estados, regiões e conjuntos de regiões não necessariamente
contínuos.
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Humanos Vivos”. O sistema implica a concessão pelo Estado de ajuda financeira a esses
mestres e grupos, em troca do compromisso de transmissão de seus saberes a
aprendizes selecionados.
8
Sete estados brasileiros optaram por elaborar e promulgar leis baseadas
nessa abordagem oriental, conjugadas ou não a leis que instituem o Registro de bens
culturais imateriais nos moldes do Decreto n° 3.551/2000. Pesquisas realizadas a
partir de 2006 (CASTRO & FONSECA, 2008) e outras mais recentes9 mostram que
dentre os estados que possuem leis de reconhecimento de mestres e grupos como
“patrimônio vivo”, apenas em quatro essas leis estão sendo de algum modo
aplicadas. Nos três restantes, não há qualquer aplicação. As ações desses programas
têm mantido um perfil marcadamente assistencialista e os mestres laureados – mesmo
quando em condições adequadas de idade e saúde - não têm sido envolvidos em
programas educacionais ou de transmissão de seus conhecimento e habilidades. Além
disso, as seleções de mestres e grupos são feitas a partir da apresentação de
candidaturas em resposta a editais, sem, portanto, a participação das bases sociais
ligadas à produção e reprodução dos bens culturais que os candidatos dominam. Em
suma, a condição de “mestre” é autodeclarada e não uma consequência do
reconhecimento social ou de pares.
Os resultados em termos da promoção da continuidade social e
economicamente sustentada das expressões dominadas por esses “patrimônios vivos”
não podem ser considerados animadores. Os impactos na ampliação da transmissão de
bens culturais às novas gerações são baixos, assim como na sua reprodução, pois,
eventualmente, a ajuda governamental tem propiciado uma diminuição ou até
abandono do ofício ou da prática da expressão cultural por parte do mestre laureado.
Por fim, este sistema de salvaguarda tem encontrado dificuldades para sua própria
reprodução, devido a restrições orçamentárias que impedem que novos editais de
seleção sejam lançados e fazem com que candidatos esperem a morte de mestres já
laureados para que sejam abertas novas “vagas”. Que horizonte de sustentabilidade
esse sistema coloca então para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial?
No sistema de salvaguarda implementado pelo governo federal, no que diz
respeito ao fortalecimento dos processos de transmissão, optou-se, decididamente,
por outra via. A identificação de mestres que detêm conhecimentos e/ou habilidades
8
Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco e Santa Catarina.
9
Projeto de pesquisa coordenado pela antropóloga Letícia Vianna, em andamento no Instituto
Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão no Ensino Superior/CNPq/UnB.
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especiais, bem como daqueles que são responsáveis por sua transmissão e pela
formação de pessoas, dá-se no âmbito da etapa de inventário ou produção de
conhecimento sobre os bens culturais e seus praticantes. Essa identificação é feita a
partir de informações já disponíveis, mas, principalmente, por meio da indicação
desses praticantes. Identificados, assim, por seus pares e pela base social vinculada
ao bem, os mestres são incluídos no processo de salvaguarda, especificamente, nas
ações de transmissão que são previstas no conjunto de ações de apoio à
continuidade do bem cultural. Com isso, não há a patrimonialização de mestres e sim
a integração desses detentores especiais de saberes e habilidades a um processo
mais amplo de salvaguarda que envolve também a melhoria das demais condições
materiais, ambientais e sociais que sustentam a vigência e continuidade de
referências culturais.
Depois da Arte Kusiwa Wajãpi, o Samba de Roda foi o segundo bem a incluir no
seu processo de Registro recomendações detalhadas para a formulação e
implementação de um Plano de Salvaguarda. No início desse processo – que já visava o
envio da candidatura deste bem cultural ao Programa “Obras Primas do Patrimônio
Oral e Imaterial da Humanidade” – a pesquisa realizada para a identificação de grupos
de samba no Recôncavo baiano mostrou uma situação de grande isolamento e de falta
de intercâmbio entre esses grupos, bem como apurou muitas queixas contra a falta de
apoio governamental e contra pesquisadores que colhiam imagens, músicas e
informações e não devolviam nada para as pessoas e grupos que as forneceram. Além
disso, foram verificadas também situações dramáticas de risco de desaparecimento de
saberes e habilidades ligados, principalmente, a aspectos musicais e instrumentais do
samba de roda. Dentre estas, o desaparecimento do saber-fazer que possibilitava a
confecção artesanal da “viola machete” – instrumento tradicional do “samba chula” da
região de Santo Amaro –, em decorrência da morte do último luthier que fabricava o
instrumento, o qual não havia deixado sucessores.
Na época dessa pesquisa, em 2004, restavam apenas três violas machete em
todo o Recôncavo (sendo duas quebradas) e apenas um músico capaz de tocar o
instrumento com perfeição e reproduzir um repertório significativo – o mestre Zé de
10
As informações deste item constam do dossiê de Registro publicado pelo IPHAN (SAMBA DE RODA,
2006).
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11
Ver mais informações no site: <http://www.asseba.com.br>.
12
O mestre Zé de Lelinha faleceu em seguida a essas providências.
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e, por fim, o notável avanço que se pode registrar nas ações voltadas para a arrecadação
de fundos para a manutenção das estruturas que apoiam o processo de salvaguarda por
meio de apresentações de grupos, venda dos CDs gravados no estúdio da Casa de
Santo Amaro, dentre outras ações.
O processo de salvaguarda do Samba de Roda não seria tão bem sucedido se
não contasse com a mobilização e com a dedicação dos indivíduos e grupos que o
praticam. Pode ser citado como uma referência não somente para outros processos
dessa natureza, mas fornece também um rico material para a reflexão sobre os
caminhos que devem ser trilhados na salvaguarda do patrimônio cultural de um
modo geral. Na dimensão material ou imaterial desse patrimônio, a existência de
uma base social comprometida é de fato essencial para a salvaguarda, o que coloca,
certamente e definitivamente, em questão as iniciativas de preservação de bens
culturais que não contam com isso.
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externos possam ter sobre sua importância, mas sim a de seus detentores. São eles, em
suma, que têm a possibilidade de apontar o que deve ser salvaguardado dentre os
múltiplos aspectos de um bem cultural, pois deles depende, em última análise, a
própria existência desse bem e a possibilidade de que seja salvaguardado. As propostas
de reconhecimento de bens como patrimônio pela via do poder legislativo têm sido
danosas porque desviam a atenção dos princípios de participação social e de
compromisso com fortalecimento das condições de continuidade do bem cultural que
devem ser observados, e jogam na vala comum da irresponsabilidade política
iniciativas que, se conduzidas de outra forma, poderiam ser socialmente e
culturalmente muito significativas.
De um lado, as iniciativas parlamentares de patrimonialização de certos bens
culturais apontam para uma ampliação positiva da participação do poder público na
política de salvaguarda e também para o seu sucesso. De outro, incentivam na
sociedade o desenvolvimento de uma compreensão equivocada do que é patrimônio
cultural imaterial e do que deve ser a sua salvaguarda. Assim, um dos maiores desafios
contemporâneos neste campo é tornar o poder legislativo uma instância parceira, no
sentido do encaminhamento ao executivo das demandas sociais de salvaguarda que
lhes são apresentadas por setores da sociedade. O próprio Decreto n° 3.551/2000
reconhece este papel de mediação, ao estabelecer que o poder legislativo é parte
legitima para solicitar a instauração de processos de Registro. É também importante
que as instituições de preservação desenvolvam formas de lidar de modo mais eficaz
com as pressões políticas sobre o Registro de bens culturais imateriais e sejam capazes
de acolher as demandas apresentadas pelo legislativo. Além disso, a de avançar e
ampliar a divulgação dos princípios que devem orientar a salvaguarda.
Outros desafios importantes para a sustentabilidade dos processos de
salvaguarda são a articulação das leis de reconhecimento de mestres como
“patrimônio vivo” aos processos de salvaguarda mais amplos das expressões culturais
que dominam, assim como a ampliação da inclusão de detentores e produtores de bens
culturais na sua identificação. A importância da ação do Estado deve ser reconhecida,
mas, como já apontado, a continuidade de bens culturais imateriais depende,
fundamentalmente, de atores sociais que queiram atuar segundo determinados
códigos, e de determinadas condições materiais e ambientais que possibilitem a
reprodução do bem cultural. Daí a necessidade de apoiar o fortalecimento e a melhoria
dessas condições e não somente dos aspectos ligados à transmissão de saberes.
A articulação de políticas públicas que têm interface com melhoria das
condições sociais, materiais e ambientais que possibilitam a continuidade de bens
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REFERÊNCIAS
CASTRO, Maria Laura Viveiros de & FONSECA, Maria Cecília Londres. Patrimônio imaterial no
Brasil. Brasília: UNESCO: Educarte, 2008.
CAVALCANTI, Maria Laura. “Os Estudos de Folclore no Brasil”. In: Seminário Folclore e Cultura
Popular: As Várias Faces de um Debate. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Folclore,
Coordenadoria de Estudos e Pesquisas, 1992, p. 101-102.
CRESPIAL. Patrimonio cultural inmaterial – fiestas. Cusco: Centro Regional para la Salvaguardia
del Patrimônio Cultural Inmaterial de América Latina, 2010, p. 11-40.
_________. “Cultura e Saber do Povo: uma perspectiva antropológica”. In: Revista Tempo
Brasileiro, out-dez. nº 147 Rio de Janeiro, 2001, p. 69-78.
MAGALHÃES, Aloísio. E Triunfo? - A questão dos bens culturais no Brasil. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira; Fundação Roberto Marinho, 1997.
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ARTIGO
INTRODUÇÃO
1
Maria Emília Lopes Freire, arquiteta e urbanista graduada pela Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE), Mestre em Desenvolvimento Urbano pela UFPE. Especialista em gestão do patrimônio pela PUC-
Rio. Servidora da Rede Ferroviária Federal S.A. e cedida ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional. Desenvolve projetos e pesquisa no campo da preservação do patrimônio cultural, como:
Inventários de Conhecimento; Declaração de Significância Cultural; Projetos e obras de restauração e
revitalização do patrimônio cultural; e ações de educação patrimonial.
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Maria Emília Lopes Freire
Por sua vez, no que tange às práticas sustentáveis urbanas, pode-se dizer que
são aquelas que procuram identificar as inflexões que os atores sociais desejam e
apontam, para a construção do espaço das cidades, sempre buscando contribuir para
uma melhor “qualidade de vida” dos diversos grupos sociais da cidade. Neste sentido,
está se falando da materialidade da cidade enquanto espaço urbano vinculado à
complexidade da trama social, dos artefatos que simbolizam sua identidade e lhes
conferem valor a partir da atribuição pela sociedade; está se falando, ainda, do
patrimônio cultural como um recurso ao desenvolvimento e sustentabilidade das
cidades, como afirma Acselrad (2009), citando Emelionoff (1995):
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ferroviário apresenta-se como uma das maneiras de resgatar a consciência de que essa
herança ferroviária, hoje desmantelada, e vista como um entrave para a modernização
das cidades, pode se harmonizar às necessidades da sociedade, como estratégia para
promover uma melhor qualidade de vida dos diversos grupos sociais e promover sua
sustentabilidade enquanto patrimônio cultural.
Tal oportunidade, além de estimular o respeito à identidade dos grupos sociais,
vem também beneficiar a reinserção dos sítios ferroviários nas dinâmicas urbanas das
cidades, promovendo sua sustentabilidade patrimonial. Para aprofundar a questão,
esta reflexão centra-se, como estudo de caso, no projeto de restauração e revitalização
do complexo das oficinas ferroviárias de recuperação e manutenção de carros de
passageiros e vagões, situado no município de Jaboatão dos Guararapes - PE.
Pretende-se trazer, para uma reflexão, as diretrizes conceituais de
intervenção formuladas para esse projeto, apresentando, ainda, alguns resultados
dessa prática.
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profissional, vila ferroviária, Casa dos Ingleses, escolas, etc., e foi construído com o
objetivo de integrar os principais centros populosos e produtivos, desde a capital
Recife até a região Agreste, tendo como marco inicial a Estação Central do Recife
(1885), se estendendo por 594.600km até a estação final, Salgueiro (1962), em
município homônimo.
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2
Consulta à Carta realizada no site do TICCIH (www.ticcih.org), acessado pela última vez em 07.06. 2015.
3
NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História: Revista do
Programa de Estudos Pós-Graduados em História e do Departamento de História da PUC-SP. São Paulo,
1981.
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Figura 3: Figura 4:
Estado de conservação do complexo das oficinas. Estruturas da caixa d'água metálica e da linha
Fonte: Emília Lopes, 2010. férrea. Fonte: Emília Lopes, 2010.
Figura 5: Figura 6:
Oficina de reparo e manutenção de vagões e Seção de fundição das oficinas. Fornalha.
carros. Diques e ponte rolante. Fonte: Emília Lopes, 2010.
Fonte: Emília Lopes, 2010.
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Maria Emília Lopes Freire
Figura 7: Figura 8:
Identificação dos fluxos de serviços do antigo Reutilização dos antigos fluxos de serviços do
complexo ferroviário. complexo ferroviário em vermelho
Fonte: Projeto arquitetônico elaborado pelo Fonte: Emília Lopes, 2015.
SENAI Foto: Emília Lopes, 2014.
A partir desse resgate, o projeto propôs que esse percurso fosse reapropriado
enquanto elemento de memória, para compor um circuito museológico da memória
ferroviária do lugar, articulando os equipamentos e mobiliários apontados pelos grupos
sociais como representativos dessa memória. Os traçados dos primitivos fluxos de
serviços das oficinas foram também reutilizados no projeto de mobilidade da Escola
Técnica do SENAI, ora para pedestres, ora como ciclovia, esta também utilizada nas
atividades físicas da comunidade.
O segundo ponto que se destaca como resultado do Plano de Intervenção é
quanto à importância em se preservar a configuração espacial das antigas oficinas
ferroviárias enquanto lugares de memória. O projeto apresentava de início uma
proposta de construção de salas de aula em alvenaria de tijolo, o que desconsiderava os
aspectos construtivos das antigas oficinas e que levaria a uma desfiguração da sua
configuração espacial. O Plano adotou como diretriz conceitual a utilização de
contêiner como sala de aula, por entender que seu formado e seu material se
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Maria Emília Lopes Freire
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ACSELRAD, Henri. A duração das cidades: sustentabilidade e risco nas políticas urbanas - 2. Ed -
Rio de Janeiro: Lamparina, 2009.256p.
PINTO, ESTEVÃO. História de uma Estrada de Ferro do Nordeste. Rio de Janeiro, José Olympio
Editora, 1949.
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ARTIGO
1
Pedro Henrique Barboza da Silva
Mariana Dantas Gueiros2
3
Gilberto Amado de Azevedo Cysneiros Filho
INTRODUÇÃO
1
Pedro Silva é licenciado em Computação pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, onde
atualmente está cursando o Mestrado em Informática Aplicada.
2
Mariana Gueiros é graduada em Geografia (UPE), Empreendedora e Escritora. Idealizadora e Diretora
Geral do Projeto Maravilhas de Pernambuco, idealizadora do Blog Pernambuco em Ação e autora do guia
de destinos turísticos 101 Maravilhas de Pernambuco.
3
Gilberto Amado de Azevedo Cysneiros Filho é graduado em Ciência da Computação pela Universidade
Federal de Pernambuco (1998), mestre em Ciências da Computação pela Universidade Federal de
Pernambuco (2001) e PhD em Computer Science pela City University London (2011). Atualmente é
professor adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
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Pedro Henrique Barboza da Silva; Mariana Dantas Gueiros e
Gilberto Amado de Azevedo Cysneiros Filho
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Pedro Henrique Barboza da Silva; Mariana Dantas Gueiros e
Gilberto Amado de Azevedo Cysneiros Filho
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Pedro Henrique Barboza da Silva; Mariana Dantas Gueiros e
Gilberto Amado de Azevedo Cysneiros Filho
MARAVILHAS DE PERNAMBUCO
APLICATIVO
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Gilberto Amado de Azevedo Cysneiros Filho
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Pedro Henrique Barboza da Silva; Mariana Dantas Gueiros e
Gilberto Amado de Azevedo Cysneiros Filho
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Cavalcanti, Carlos Bezerra. Olinda - Um Presente do Passado. Editora Carlos Cavalcanti, 2011.
Phillips, B. e Hardy, B. Android Programming: The Big Nerd Ranch Guide. Big Nerd Ranch
Guides, 2013.
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Nesta revista foram utilizadas as fontes da
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Imagem de fundo: Rua da Aurora, com destaque
na capa para a casa nº 463, Sede da Fundarpe.
Foto: Hugo Acioly / TurismoPE.
ISSN - 2525-4006