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Lições de futuro,

com Ailton Krenak,


especial para @contente.vc

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Estamos tão
conectados
com tudo que
estamos
distraídos e
destruindo o
único lugar
onde podemos
prosperar como
espécie:
a Terra.
A Contente é uma plataforma
viva de criação de conteúdo para
pessoas, marcas e sociedade a
partir da internet. Acreditamos
que uma relação mais saudável
com o digital é possível e começa
com cada um de nós.

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Este especial de conteúdo nasceu de uma entrevista
exclusiva do líder indígena, escritor e ambientalista
Ailton Krenak para a Contente e faz parte de uma
https://www.instagram.com/contente.vc/

iniciativa de fazer #ainternetqueagentequer para além


das redes sociais.
enak/
@_ailtonkrenak
https://ww
w.instagram
.com/_ailtonkr

Ailton Krenak é líder indígena,


ambientalista, filósofo e escritor.
Seu último livro, Futuro Ancestral,
trata do olhar da ancestralidade sobre
a nossa noção de tempo e futuro.
Quando a gente te pergunta como
você visualiza o futuro, o que vem
à sua cabeça? Para muitos,
cenários distópicos envolvendo o
meio ambiente. Para outros, nada
diferente do que já vivemos hoje.
Alguns nem sequer conseguem
vislumbrar alguma coisa. Mas as
tragédias climáticas, o genocídio
indígena (a exemplo do que tem
acontecido com os Yanomami), a
superprodução e exploração dos
recursos naturais nos passam uma
mensagem clara: essa conta não
fecha. A gente precisa falar do
futuro a partir de hoje, então,
como começar a redesenhá-lo?
“Nós não somos o centro
da Terra. Ela que é vital
para nossa sobrevivência,
não o contrário.”
Ailton Krenak
Para Ailton Krenak (@_ailtonkrenak), ambientalista,
líder indígena, filósofo e escritor, não há futuro possível
para uma espécie que preda a si própria e ao único lugar
onde pode prosperar: a Terra. Em entrevista exclusiva
para a Contente, Krenak ressalta que só tem uma
maneira de pensar no futuro e ela passa
obrigatoriamente pela conexão com a nossa
ancestralidade.

“O futuro é: vamos ver se dá pra gente parar de


comer a Terra? Vamos ver se dá pra gente ser
sustentável? Para escapar dessa distopia, a gente
precisa voltar a aprender a respirar e pisar na
Terra suavemente. Como nos ensina o cientista
Antonio Nobre, é preciso colocar a nossa cabeça
na altura do nosso coração.”

“A Terra é o único lugar onde o ser humano pode


prosperar como espécie, ainda que um pequeno
grupo de bilionários tente nos convencer do
contrário. A cilada que nós estamos nos metendo
enquanto civilização é pensar que a Terra vai
acabar se não formos ‘sustentáveis’. Somos nós,
seres humanos, que vamos acabar enquanto
espécie se não respeitarmos a Terra como o
organismo vivo que ela é.”
No livro Futuro ancestral (disponível em todas as
livrarias), Krenak nos alerta sobre a visão
ocidentalizada do tempo – e sobre como isso tem
afetado a nossa visão de futuro:

“No Ocidente, pensa-se que o futuro é um outro


lugar. Não aqui, nem agora. O futuro é uma
parábola sobre uma coisa que não existe. Quando
você cogita alguma coisa que não pode acontecer
aqui e agora, só depois, você está fazendo um jogo,
é um bingo: vamos ver se dá. O futuro é: vamos ver
se dá pra gente parar de comer a Terra? Vamos ver
se dá pra gente ser sustentável? Vamos ver se dá
pra gente inventar uma outra narrativa sobre nós e
o mundo para que a gente continue comendo a
Terra?”
O que o digital tem a ver com isso?

“As tecnologias digitais pioraram a ideia de que


tempo é dinheiro. Agora, tempo não é mais apenas
dinheiro, é capital, uma ideia mais corrosiva ainda,
porque desapropria o tempo humano, orgânico e
natural por uma ideia de tempo que serve a um
sistema produtivo específico. Esse efeito também é
sentido individualmente: estamos cada vez mais
acelerados, tão conectados com tudo e tão
desconectados com nós mesmos, com os outros,
com a Terra.”

A ancestralidade nos convida a olhar mais para os rios – que


são ancestrais por natureza. Nos diz para olhar a Terra como
organismo vivo e para não esquecer de enxergar outros
seres humanos também. Nos indica ainda fazer menos da
tela e do digital centros da nossa vida – e nos relembra de
que o tempo não deveria estar a serviço do capital.

“Para escapar dessa distopia, a gente precisa voltar a


aprender a respirar e pisar na Terra suavemente.
Como nos ensina o cientista Antonio Nobre, é preciso
colocar a nossa cabeça na altura do nosso coração.
Precisamos voltar a viver no ritmo do nosso pulso, no
ritmo da natureza – e não forçar a Terra a se adaptar
à demanda de bilhões de seres humanos.”
“O futuro ancestral começa
dentro de cada um de nós. O ser
humano é ancestral e sabe olhar
pra própria ancestralidade.
Nós sempre tivemos esse poder,
mas a gente esqueceu como é
que faz. O convite do futuro
ancestral é: volta pra casa?
Nossa casa é a Terra. Vamos
olhar mais pra ela?” - Ailton
Krenak

futuro ancestral
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