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Ficcionando um
caso realista, o autor faz uma crítica ao 4 principal poder do Brasil: as mídias.
Não é novidade nenhuma, que grande parte dos casos de abusos e assédios que acontecem
em nosso país e no mundo, não chegam a ser denunciados e muitas vezes acompanham a
vítima até o tumulo sem nunca ser feita a justiça necessária. Durante o enredo do conto,
acompanhamos o pai de uma vítima, que nos ajuda de forma genuína, a ver pelo olhar de
alguém muito próximo e ligado a vítima, uma das razões do porquê isso acontece.
Desde a primeira linha, é possível sentir pelas entrelinhas a angústia e o pesar de um pai que
desde o início só queria o melhor para sua filha. Notamos em todas as suas preocupações e em
suas falas, que ele se vê em um dilema entre a culpa e a condenação, num constante
sentimento de revolta e indignação.
No mundo moderno atual, a realidade é a mesma. Vemos na busca pela primordialidade e pela
venda de notícias, uma desesperada e ridícula falta de ética e indiferença nos valores sociais
deixando de lado qualquer empatia pela vítima dos fatos. Os repórteres se preocupam mais
em chocar e chamar a atenção do público do que produzir notícias com qualidade. Quando
isso acontece, o fato deixa de ser uma notícia e se torna uma fofoca.
O Verdadeiro jornalismo, foca nos fatos, na parte relevante do assunto. Ele te informa, te
ajuda a estar à par de tudo aquilo que pode ser útil para o leitor. Entretanto, o acréscimo de
informações verdadeiras, muitas vezes pode ser visto pelo leitor como uma matéria mais
completa, levando o repórter a priorizar isso e se esquecer do ser humano por trás da notícia.
O capitalismo opressor, é também uma das principais razões para isso acontecer. É preciso
vender a notícia. Para isso é preciso ser o mais completo e descritível possível para comprar o
leitor com fato, nem que seja expondo e provocando o excesso de pena e compaixão.
Essa triste condição, faz com que as pessoas percam a confiança nos jornais e passem a
compartilhar de forma desenfreada informações não verídicas. Mas o jornalismo ainda é a
principal arma contra a desinformação, e age como o 4 poder, para fortalecendo a democracia,
veiculando notícias e mantendo a população capaz de analisar e formar suas próprias opiniões.
A profissão e sua especialização estão interligadas ao processo histórico, às mudanças
políticas, sociais e econômicas.
Crucificar o jornalismo é um erro. Toda e qualquer atitude deve ser de inteira responsabilidade
do atuante, onde o repórter precisa se responsabilizar pelas atitudes e pela ética na escrita. Ele
precisa saber como agir e precisa acima de tudo manter o senso de responsabilidade e ética
prezando os valores morais.
Bons jornalistas ainda existem, mas eles são maculados e descredibilizados por fofoqueiros
aproveitadores como Léo Dias. Pessoas que transformam um fato em fofoca, e falam mais
sobre a pessoa envolvida, do que sobre o fato de forma cabal e neutra. Esses, como os
jornalistas do conto, não são jornalistas, são fofoqueiros.
Por: Rainara Pessôa