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Extensão de Cabo Delgado

Departamento de Ciências Económicas e Empresariais


Curso de Licenciatura em Contabilidade
AULA TEORICA I

O que é e para que serve a matemática financeira?


A Matemática Financeira é uma área da matemática que aplica seus conceitos no estudo da
variação do dinheiro ao longo do tempo. A origem da Matemática Financeira está intimamente
ligada a dos regimes econômicos, o surgimento do crédito e do sistema financeiro. Todo o
desenvolvimento da Matemática Financeira está ligado à utilidade do dinheiro que gera dinheiro,
ao contrário de sua simples propriedade, que por si só não apresenta rendimento.
No cotidiano, mesmo que indiretamente, sempre nos deparamos com esse ramo matemático. Um
exemplo clássico são nossas contas bancárias, onde os juros da poupança ou de nossa conta
corrente são calculados através de fórmulas específicas.
A matemática financeira ajuda imensamente no planeamento e gestão do dinheiro de uma
empresa
Mais do que uma ciência, é uma ferramenta bastante útil no dia-a-dia, tanto para cuidar das
contas pessoais quanto daquelas que pertencem a uma empresa.
A partir de diferentes fórmulas, sobre as quais vamos falar ainda, é possível ter uma visão
integral sobre as finanças, utilizar bem o dinheiro, aumentar o seu valor e evitar prejuízos.
É também a partir dos instrumentos de matemática financeira que sonhos são concretizados.
Para entender melhor, basta lembrar da importância da organização e planeamento ao contratar
um empréstimo ou obter um financiamento, seja para aquisição de um veículo ou imóvel.
Excepto se você possui toda a quantia para realizar o pagamento à vista, terá que fazer cálculos
para entender o impacto desse produto financeiro e suas prestações no orçamento pessoal.
Para tanto, são necessários conhecimentos básicos sobre percentagem, juros e fórmulas que
permitem compreender exatamente o tamanho da conta.
Sempre lembrando que, nesse tipo de operação, o custo final é diferente do contratado,
justamente devido à incidência de juros.
Outro bom exemplo é o de investimentos, quando os números jogam a seu favor.
Você pode planejar a sua aposentadoria, deixando dinheiro na poupança. Mas é importante que
essa decisão seja tomada depois de comparar a rentabilidade com outras opções. Assim,
identifica os ganhos que vai obter em um determinado período. E você só consegue fazer isso a
partir de instrumentos de matemática financeira.
Mas a importância dela vai além e aparece de forma marcante no mundo corporativo, como
veremos a seguir.
Qual a importância da matemática financeira no mundo corporativo?
A saúde financeira de uma empresa e o seu fluxo de caixa podem ser calculados com a
matemática financeira. Ao observar os exemplos trazidos no tópico anterior, quanto à aplicação
da matemática financeira em âmbito pessoal, já dá para ter uma ideia da sua importância para as
empresas.
A verdade é que o empreendedor não precisa dominar a matemática, mas tem o compromisso de
compreender e saber utilizar algumas de suas fórmulas para tarefas de rotina.
O melhor exemplo, sem dúvidas, é o do fluxo de caixa. Essa é a ferramenta que regista as
entradas e saídas de dinheiro da empresa. Ou seja, suas receitas e despesas. É a partir dela que o
gestor identifica como anda a saúde financeira do negócio, no que vem gastando mais do que
deveria e, assim, onde estão as oportunidades de economia.
Por aí, já temos uma amostra de que não há como crescer, sequer sobreviver enquanto empresa,
sem um controle rígido das finanças. E fica pior ainda ao tomar empréstimos sem conhecer a
realidade do caixa. Ou, quem sabe, projetar um novo produto ou abrir uma filial, sem projetar
como se dará o desempenho do negócio nos próximos meses e anos.
O que a matemática financeira faz é ajudá-lo a compreender como o dinheiro se comporta. E
para um negócio crescer de forma sustentável e atingir a longevidade, não há nada mais
importante.
O que é PV em matemática financeira?
Várias fórmulas na matemática financeira usam a ideia de PV
PV, em inglês, significa present value. Ou seja, em matemática financeira, a sigla é conhecida
por valor presente.
Mas o que isso quer dizer?
Não há mistério: é o valor que se tem no momento e do qual se parte em uma operação
matemática.
Há fórmulas voltadas a descobrir o valor presente, mas vamos nos focar em um exemplo de sua
aplicação mais comum.
Vamos supor que você faça um investimento de 10 mil, uma modalidade de renda fixa.
Nesse caso, o seu PV é justamente de 10.000,00. É dele que você parte para descobrir qual será
o rendimento daqui a 12 meses, por exemplo, em uma fórmula que considera a correção mensal
promovida pela incidência de juros.
O valor presente também pode estar em uma dívida constituída, como um empréstimo contratado
para adquirir máquinas e equipamentos para a empresa. O que não muda é que o PV será sempre
o valor de momento, o ponto de partida de uma equação.
Principais fórmulas de matemática financeira
Algumas das fórmulas abaixo são básicas e fáceis de usar, mas podem trazer resultados de suma
importância
Agora que alguns dos principais conceitos estão claros, assim como a definição e a importância
da matemática financeira, vamos entrar no campo prático.
Lembrando que, por mais que você não goste de números, cálculos e fórmulas, a matemática
desempenha um papel fundamental no seu bolso.
Percentagem
A percentagem, velha conhecida até de quem estudou matemática básica, aparece com tudo na
matemática financeira. A percentagem, também chamada de percentagem, é uma razão
centesimal. Ou seja, uma unidade de medida que apresenta a proporção ou relação entre dois
valores a partir de uma fração que tem no 100 o denominador comum.
Dentro da matemática financeira, ela pode ser muito útil para identificar, por exemplo, quanto do
seu orçamento está comprometido com uma determinada despesa ou qual é a principal fonte de
receita em termos percentuais.
Seria interessante descobrir, por exemplo, que dois clientes representam 56% do seu
facturamento, não é mesmo? Mas quanto equivale esses 56%? A percentagem pode ser
encontrada a partir de diferentes cálculos. Um dos mais simples consiste na multiplicação do
percentual que deseja descobrir pelo valor presente.
Para seguir no mesmo exemplo, vamos supor que seu facturamento mensal seja de 14 mil.
Logo, 56% equivalerá ao seguinte:
 56 x 14.000 = 784.000 / 100 = R$ 7.840,00
Interessante e fácil, não é mesmo?
Use a percentagem no dia-a-dia para calcular descontos e lucros.
Um exemplo: seu concorrente tem ofertado 10% de desconto à vista e você pensa em oferecer
12%. Quanto isso representaria na prática?
Considerando uma venda no valor de 890,00 temos o seguinte:
 12 x 890,00 = 10.680 / 100 = 106,80
 890,00 – 106,8 = 783,20
Logo, você oferecerá 106,80 de desconto e definirá como preço de venda 783,20.
Razão e Proporção
Aqui, temos outros dois conceitos importantes no universo da matemática financeira.
A razão é utilizada na comparação de duas grandezas (A e B).
Seu cálculo consiste na divisão de uma pela outra.
Um exemplo bastante prático do dia-a-dia é o da velocidade com a qual nos deslocamos de casa
para o trabalho.
Se você imprime uma velocidade média de 40 km/h, saiba que esse valor é a razão de duas
grandezas: distância (A) e tempo (B).
Ele é obtido da divisão entre elas. Ou seja: você percorreu 10 quilômetros em 0,25 horas (15
minutos).
Já a proporção corresponde à igualdade ou equivalência de razões. Seguindo no exemplo
anterior, podemos dizer que a velocidade média de 40 km/h (que representa a razão) é a mesma
de quem percorre 20 quilômetros em 0,5 horas (30
minutos).
Que tal um exercício? Abaixo, você confere duas razões que se equivalem e precisa descobrir o
valor de X na proporção:
 2 / 7 = 12 / X
Para o cálculo, podemos aplicar a regra de três (falaremos mais sobre ela na sequência), sendo:
 12 x X = 7 x 12
 2X = 84
 X = 84 / 2
 42.
Regras de três simples e compostas
A regra de três também reaparece na matemática financeira para facilitar os cálculos
A regra de três, que usamos para calcular a proporção no exercício anterior, está mais presente
do que imagina na sua vida.
Você pode utilizar essa fórmula fácil e prática para resolver uma série de equações no dia-a-
dia, incluindo percentagens.
No seu conceito clássico, ela se aplica a problemas que envolvem duas ou mais grandezas direta
ou inversamente proporcionais.
Considerando o seu formato simples, você precisa de três elementos para descobrir um
quarto, não identificado.
Vamos a um exemplo?
Supondo que você venda 50 itens de um determinado produto a todo mês e que isso represente
2.500,00 de receitas no período, quanto será o seu faturamento se passar a vender 60 itens?
Observe a equação abaixo:

 50=2.500
60 = X
Na regra de três simples, você deve cruzar as informações. Ou seja:
 60 x 2.500 = 150.000
 150.000 / 50 = 3.000
Pronto: ao vender 60 itens, seu faturamento será de 3.000,00. Simples mesmo, não é verdade?
Já o modelo de regra de três compostas acrescenta mais dois elementos, totalizando seis na
mesma equação (apenas um desconhecido)
Seguindo no exemplo, você tem agora o número de itens e o valor a receber em duas situações
diferentes.
Mas que tal incluir também o gasto que você tem hoje para comprar os itens para revender e
verificar quanto terá que desembolsar após a mudança?
Observe a equação abaixo, que abre com a despesa atual (1.000,00):
 1.000=50=2.500
X = 60 = 3.000.
Para calcular, primeiro, resolva a parte conhecida, multiplicando 50 por 2.500 e 60 por
3.000.
Neste caso, teremos o seguinte:
 1.000=125.000
X = 180.000
Agora, a regra de três passa a ser simples:
 1.000 x 180.000 = 180.000.000
180.000.000 / 125.000 = 1.440
Ou seja, seu gasto com fornecedores subirá de 1.000,00 para 1.440,00.
Quer mais uma prova de como a matemática financeira é um poderoso instrumento de gestão?
Ao vender dez itens a mais, você terá um incremento de 500,00 nas receitas e de 440,00 nas
despesas. Ou seja, um lucro de 60,00 – 6,00 por item.
Com essas informações, você pode agora decidir se vale mesmo a pena promover essa mudança,
considerando ainda a existência de outros gastos, como o pagamento de colaboradores.
Frações
Para terminar, vamos falar rapidamente sobre as frações, que nada mais são do que números
expressos pela razão de outros dois.
É uma forma de divisão, tal qual a sua pizza que vem em oito fatias. Nesse caso, cada fatia
equivale a ⅛ do total.
Existem diferentes tipos de frações: equivalentes, aparentes, mistas, próprias e impróprias.
Não vamos avançar na sua diferenciação, mas cabe apresentar um exemplo prático para verificar
como elas podem ser úteis no dia-a-dia.
A partir dos resultados, você poderá identificar se a divisão se mostrou a mais correta e, caso
contrário, ajustar seu planeamento para o período seguinte.
A matemática financeira é vital para fazer uma boa gestão e saber quais são seus recursos e
fundos para seguir em frente
Então, o que achou dessa breve aula de matemática financeira?
Seja para as despesas pessoais ou para controlar melhor o dinheiro do negócio, a matemática é
uma aliada e tanto.

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