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Conversor Fonte de Tensão Monofásico (VSI) -

Comando PWM e Controle de Corrente por


Histerese
Cursino Brandão Jacobina
Departamento de Engenharia Elétrica - DEE
Centro de Engenhária Elétrica e Informática - CEEI
Universidade Federal de Campina Grande - UFCG
58109-970 Campina Grande - PB - Brazil
email: jacobina@dee.ufcg.edu.br

I. M ODELO DO S ISTEMA
As seguintes equações podem ser escritas para o circuito trifásico da Fig. 1

vs = v10 − v20

ou introduzindo uma variável auxiliar v µ

v10 = vs /2 + vµ (1)
v20 = −vs /2 + vµ (2)

com
E
vj0 = (2qj − 1) para j = 1, 2
2

is vrf - v lf il
+ +
-
q2 q1
+

E/2 -
+

Rf Lf
+

icf
+

Rl vrl
-
vs Cf vl
+

vcf
+
0
- Ll v ll
q2 q1 - - -
+

E/2
-

Fig. 1. Conversor fonte de tensão trifásico (VSI) com filtro RLC (Rf , Lf , Cf ) alimentando uma carga RL (Rl , Ll ).
onde qj é o estado da chave (qj = 1 chave ligada e qj = 0 chave desligada).

II. D ETERMINAÇ ÃO DA T ENS ÃO CC DO BARRAMENTO


A máxima tensão gerada pelo conversor pode ser calcula observando-se que

vs = v10 − v20 (3)

Como vs faz parte de um sistema trifásico, ou seja,

vs = Vs cos(ωt) (4)

Para o conversor gerar uma tensão de amplitude Vs é necessário utilizar uma tensão de barramento
E com valor mı́nimo igual a V s .

III. C OMANDO PWM


Objetivo do comando PWM é impor tensões de referência na carga, com valor médio constante
no intervalo de chaveamento T , do tipo

vs∗ = Vs∗ cos(ω ∗ t). (5)

De acordo com (1) a (2), tem-se


∗ vs∗
v10 = + vµ∗ (6)
2
v∗

v20 = − s + vµ∗ . (7)
2

Portanto, para gerar uma tensão média no intervalo T igual a vs∗ deve-se escolher vµ (um grau
de liberdade).
Seja E a tensão de escolhida para o barramento cc do conversor, então vj0 pode assumir dois
valores
E
vj0 = ± . (8)
2

A partir de (6)-(7) pode-se obter os valores máximo (vµ∗ max ) e mı́nimo (vµ∗ min ) de vµ , ou seja,
E
vµ∗ max = − max(Vs∗ ) (9)
2
E
vµ∗ min = − − min(Vs∗ ) (10)
2
∗ ∗
v v
Vs∗ = { s,− s} (11)
2 2
ou seja

vµ∗ min ≤ vµ∗ ≤ vµ∗ max (12)


T T
E/2 trig *
v10

*
v20 t

-E/2
v10
E/2
q1 =1 q1 =1
t
t1 q1 =0 t1
-E/2
v20
E/2
q2 =1 q2 =1

t
t2 q2 =0
t2
-E/2
vs
E

q1 =1 q1 =1 q1 =0 q1 =1 q1 =1
q2 =1 q2 =0 q2 =0 q2 =0 q2 =1

∗ ∗ ∗
Fig. 2. Sinais PWM: sinal dente de serra (trig), tensões de pólo de referências (v10 , v20 , v30 ) e atuais (v10 , v20 , v30 ).

Introduzindo a parâmetro µ (0 ≤ µ ≤ 1), vµ∗ pode ainda ser escrito como

vµ∗ = µvµ∗ max + (1 − µ)vµ∗ min. (13)

Existem três casos que merecem destaque:

vµ∗ = vµ∗ max (µ = 1)


vµ∗ = vµ∗ min (µ = 0)

que reduz as perdas, porque um dos braços não chaveia, e


vµ∗ max + vµ∗ min
vµ∗ = (µ = 0, 5)
2
que reduz a distorção introduzida pela alta frequência do chaveamento, porque os pulsos de tensão
gerados ficam mais simétricos.
Os estados das chaves q1 e q2 podem ser obtidos comparando-se um sinal triangular dado por
E
trig = ± t
T
∗ ∗
com as tensões de referência v10 e v20 , conforme apresentado na Fig. 2.
IV. C ONTROLE DE C ORRENTE COM H ISTERESE
É possı́vel controlar diretamente a corrente utilizando a estrutura própria do conversor.
Seja o erro de corrente definido como

∆is = i∗s − is (14)

Se as chaves q1 e q 2 estão fechadas, a tensão vs = vs10 − vs20 é positiva (igual à E). Se as


chaves q2 e q 1 estão fechadas, a tensão vs = vs10 − vs20 é negativa (igual à −E).
Se existe tensão E tal que

vs = E → d∆is /dt > 0 (15)


vs = −E → d∆is /dt < 0 (16)

pode-se controlar a corrente ii .


Baseando-se nesta análise, o controle da corrente ii por histerese é implementado com os dois
testes seguintes:

se ∆is > ∆h → q1 = 1 e q2 = 0 (17)


se ∆is < −∆h → q1 = 0 e q2 = 1 (18)

O termo ∆h (banda de histerese) define a largura da histese abaixo e acima de i∗s , onde a corrente
is deve ser controlada.

is is*+ D h

is*
is* - D h

Fig. 3. Evolução das correntes no controle de corrente com histerese.

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