Você está na página 1de 52

EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 1.

1) DIODOS

1.1) IMPORTÂNCIA: como exemplo, a obtenção de tensão contínua a partir de uma tensão
alternada.

1.2) SIMBOLOGIA: A i K A  Anodo


K  Catodo
v

1.3) DIODO IDEAL:

i i
v<0  i=0
A + v – K

polarização polarização
reversa direta
i
i>0  v=0
A + v – K
0 v

 UTILIZAÇÃO EM UM CIRCUITO EXTERNO

+10V +10V

1k 1k
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 1.2
 APLICAÇÃO: CIRCUITO RETIFICADOR DE MEIA ONDA
vD
vI + –

VM +
iD D
vI + R vO

0 t

SEMICICLO NEGATIVO SEMICICLO POSITIVO


(diodo não conduz) (diodo conduz)

+ vD – + – vD = 0

+ +
+ iD = 0 vO = 0 + iD vO = v I
vI – R vI – R
– –
vI  0 vI  0

SENÓIDE RETIFICADA EM MEIA ONDA

vO
VM

0 t

 DEFINIÇÃO DE FATOR DE FORMA

Em relação ao valor de pico (VM) da senoide retificada em meia onda (admitindo diodo
ideal), demonstra-se que o valor médio é dado por VDC  VCC  VMÉDIO  V
VMp  .

Para um sinal senoidal, demonstra-se que o valor eficaz é dado por VRMS  Vef  V
VMp 2.
A relação Vef VMÉDIO é conhecida por Fator de Forma que resulta:
V
VMp 2
Fator de Forma   2,22
VMp 
V

Note que este valor do fator de forma somente é válido para sinais com formato puramente
senoidal aplicados em retificadores de meia onda (admitindo que o diodo do circuito seja ideal).
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 1.3
EXERCÍCIOS

E1.1) Para os quatro circuitos abaixo, assuma que os diodos são ideais e calcule os valores das
tensões e correntes indicadas.

a) +5V b) +5V c) +5V d) +5V

10kΩ 10kΩ I I
V V V V
I I 10kΩ 10kΩ

–5V –5V –5V –5V

Respostas: a) –5V, 1mA; b) 5V, 0A; c) 5V, 1mA; d) –5V, 0A.

E1.2) Idem exercício anterior para os dois circuitos abaixo.

a) b)
+3V +1V +5V
D1

+3V +1V I 1kΩ


D2
V D1
V
I 1kΩ
D2

D4
D3
1kΩ

–5V

Respostas: a) 3V, 8mA; b) 1V, 4mA.


EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 1.4
1.4) DIODO DE JUNÇÃO:

 CURVA CARACTERÍSTICA (real) i

VR  tensão de ruptura

direta
escala
–VR comprimida
0,7V v
0,5V

escala expandida
ruptura reversa + v –

 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

contato metálico contato metálico

silício silício Estrutura física simplificada


tipo p tipo n do diodo de junção.
Anodo Catodo

A) SILÍCIO INTRÍNSECO (cristal de Si puro)  material semicondutor


elétrons de ligações elétrons de elétron
valência covalentes valência livre

+4 +4 +4 +4 +4 +4

átomos de ligação
silício covalente
quebrada lacuna

+4 +4 +4 +4 +4 +4

ligação átomos de
covalente silício

+4 +4 +4 +4 +4 +4
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 1.5
B) SILÍCIO EXTRÍNSECO  semicondutor dopado

elétrons de ligações elétrons de ligações


valência covalentes valência covalentes
átomo de
silício

+4 +4 +4 +4 +4 +4
elétron livre doado pelo
átomo da impureza
átomo (doador) da átomo (aceitador) da
impureza pentavalente impureza trivalente
+4 +5 +4 +4 +3 +4

átomos de
silício lacuna

+4 +4 +4 +4 +4 +4

IMPUREZAS DOADORAS (elemento pentavalente)  SILÍCIO TIPO n


elétrons: portadores majoritários lacunas: portadores minoritários
Exemplo: fósforo, antimônio...
IMPUREZAS ACEITADORAS (elemento trivalente)  SILÍCIO TIPO p
elétrons: portadores minoritários lacunas: portadores majoritários
Exemplo: boro, alumínio...

C) JUNÇÃO PN E OS EFEITOS DE SUA POLARIZAÇÃO


cargas fixas
lacunas elétrons Região de Depleção:
ausência de cargas móveis
A K
p n
W  largura da Região de
Depleção

vAK > 0  W diminui (menor barreira de potencial)


vAK < 0  W aumenta (maior barreira de potencial)
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 1.6
 MODELO DA QUEDA DE TENSÃO CONSTANTE
i (mA) v  VD0  i = 0 i > 0  v = VD0
12
i i
linha B
(vertical)
8
ideal
VD0 v
4 linha A VD0
(horizontal)

0 0,5 VD0 1,0 0 VD0 v


v (V)
Tipicamente: VD0 = 0,7V

 MODELO APRIMORADO
i (mA)
v  VD0  i = 0 i > 0  v > VD0
12 i
linha reta B i
característica
exponencial (inclin. = 1/rD)
8 ideal

VD0
v
4
rD
linha reta A

0 0,5 1,0 v (V) 0 VD0 v


VD0

 DIODO EMISSOR DE LUZ (LED)

A
O comprimento de onda da luz emitida por um LED
i
(polarização direta) depende do material semicondutor
empregado em sua fabricação. Utilizando-se arsenieto de
v gálio (GaAs) resulta em emissão na faixa da luz visível. Na
polarização direta, a queda de tensão entre anodo e catodo
resulta usualmente na faixa de 1,6 a 3V.
K
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 1.7
EXERCÍCIO

E1.3) Refaça o exercício E1.1, considerando para os diodos:


1º - O modelo da queda de tensão constante com VD0 = 0,7V.
2º - O modelo aprimorado com rD = 20Ω e VD0 = 0,6V.

Obs: por conveniência, os circuitos do exercício E1.1 são mostrados a seguir.

a) +5V b) +5V c) +5V d) +5V

10kΩ 10kΩ I I
V V V V
I I 10kΩ 10kΩ

–5V –5V –5V –5V

Respostas: 1º - a) –4,3V, 0,93mA; b) 5V, 0A; c) 4,3V, 0,93mA; d) –5V, 0A.


2º - a) –4,38V, 0,938mA; b) 5V, 0A; c) 4,38V, 0,938mA; d) –5V, 0A.

E1.4) Refaça o item "a" exercício E1.2, considerando para os diodos o modelo da queda de
tensão constante com VD0 = 0,7V.
Obs: por conveniência, o correspondente circuito é mostrado a seguir.

+3V +1V
D1

D2
V

I 1kΩ

D4
D3
1kΩ

Respostas: 2,3V; 6,6mA.


–5V
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 2.1
2) CIRCUITOS RETIFICADORES

2.1) FONTE DE ALIMENTAÇÃO CC (diagrama de blocos)

transformador IL
+ rede ca + Diodos Regulador +
120V(rms) vS Filtro VO Carga
retificadores de tensão
– 60Hz – –

t t t t t

Obs: para a análise a seguir dos circuitos retificadores foi utilizado o modelo da queda de
tensão constante para os diodos.

2.2) RETIFICADOR DE MEIA ONDA ideal VD0

+ + + +
D
rede ca vS vO vS + vO
R – R

– – – –

v VD0
vS
VSM vO
VOM

t
VD0

VSM = valor de pico (valor máximo) da tensão no secundário do transformador.


VOM = valor de pico (valor máximo) da tensão na carga (R).
VSM VD 0
Valor Médio da Tensão na Carga = VOCC  
 2
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 2.2
2.3) RETIFICADORES DE ONDA COMPLETA

 COM DOIS DIODOS

+ + D1 +
vS R vO

rede – –
ca
+
vS
D2
– –

v
VD0 –vS vS
VSM vO
VOM

tt

Obs: para o semiciclo positivo de vS conduz o diodo D1.


para o semiciclo negativo de vS conduz o diodo D2.

VSM = valor de pico (valor máximo) da tensão no secundário do transformador.


VOM = valor de pico (valor máximo) da tensão na carga (R).
2 VSM
Valor Médio da Tensão na Carga = VOCC   VD0

EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 2.3
 EM PONTE

+ +
D4 D1
tensão ca vO
da rede – +
elétrica vS
R
D2 D3
– –

v
2VD0
vS
VSM vO
VOM

Obs: para o semiciclo positivo de vS conduzem os diodos D1 e D2.


para o semiciclo negativo de vS conduzem os diodos D3 e D4.

VSM = valor de pico (valor máximo) da tensão no secundário do transformador.


VOM = valor de pico (valor máximo) da tensão na carga (R).
2 VSM
Valor Médio da Tensão na Carga = VOCC   2 VD 0

EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 2.4
2.4) FILTRAGEM CAPACITIVA

 MEIA ONDA

D +
vS + C R vO

vO Vr
com capacitor
VOM

1/60 sem capacitor t(s)

 ONDA COMPLETA
vO com capacitor Vr
VOM

1/120 sem capacitor t(s)

 VALOR MÉDIO DA TENSÃO NA CARGA (AMBOS OS CASOS!!!)

Valor Médio da Tensão na Carga = VOCC  VOM  (Vr / 2)

Vr = tensão de "ripple" de pico a pico = tensão de ondulação de pico a pico

 RELAÇÃO ENTRE CAPACITÂNCIA E TENSÃO DE "RIPPLE"

VOM
Demonstra-se que: Vr 
f RC

f = frequência da ondulação (Hz)


(meia onda  60Hz ; onda completa  120Hz)
C = capacitância em Farad (F)
R = resistência de carga em Ohm (Ω)
Vr = tensão de "ripple" de pico a pico em Volt (V)
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 2.5
EXERCÍCIOS

E2.1) A fonte de alimentação a seguir utiliza um transformador de 127V/(9+9)V. Assuma diodos


ideais e determine:
a) A tensão de "ripple" na carga.
b) A corrente média na carga.

rede 500F
~ 500
60Hz

Respostas: a) 0,424V; b) 25mA.

E2.2) Considere o circuito abaixo e determine a tensão eficaz no secundário do transformador e


o valor do capacitor de modo que a tensão média na carga seja de 12V com uma tensão
máxima de "ripple" de 0,5V. Assuma o modelo da queda de tensão constante para os diodos
com VD0=0,7V.

rede C
~ 200
60Hz

Respostas: 9,65V; 1021F.

E2.3) Comente sobre a escolha correta de um valor comercial para o capacitor do exercício
anterior.
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 3.1

3) DIODO ZENER

3.1) SIMBOLOGIA / CURVA CARACTERÍSTICA


iZ
K

–VZ –VZK
iZ 0
vZ
–IZK vZ

VZ = TENSÃO ZENER (nominal) –IZT


VZK = TENSÃO DE JOELHO (knee)
IZT = CORRENTE DE TESTE
IZK = CORRENTE DE JOELHO (knee)
IZMÁX = CORRENTE MÁXIMA
–IZMÁX

Obs: como o diodo zener é utilizado na polarização reversa, é usual considerar os valores de
tensão e corrente como positivos. Na polarização direta, o comportamento do diodo
zener é similar ao do diodo retificador.

3.2) ESPECIFICAÇÕES BÁSICAS: PZMÁX , VZ

PZMÁX  VZ I ZMÁX sendo: PZMÁX = POTÊNCIA MÁXIMA DE TRABALHO

Para efetuar projetos, também será necessário estabelecer uma corrente mínima de trabalho
(IZMÍN). Normalmente, adota-se:

I ZMÍN  I ZMÁX 10
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 3.2
3.3) PROJETO DE UM REGULADOR DE TENSÃO PARALELO

IS RS IL

VI  VZ
RS 
VI  VI IZ DZ RL VL IZ  IL

VIMÁX  VZ VIMÍN  VZ
R SMÍN  < RS < R SMÁX 
I ZMÁX  I LMÍN I ZMÍN  I LMÁX

3.4) REGULADORES DE TENSÃO INTEGRADOS (TENSÃO FIXA)

EXEMPLO  série 78XX (regulador positivo)

 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

Tensão de Estabilização = XX (Volts) = 5, 6, 8, 9, 10,12, 15, 18, 24


Corrente Máxima = 1A (com dissipador de calor)
Proteção contra sobrecarga térmica
Proteção contra curto-circuito

 APLICAÇÃO TÍPICA

1 3
78XX
2
VI 0,33F 0,1F VL = XX (Volts)

 IDENTIFICAÇÃO DOS TERMINAIS


EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 3.3
EXERCÍCIOS

E3.1) Deseja-se obter uma tensão estabilizada de 8,2V a partir de uma fonte de tensão CC que
forneça 12V sob uma variação de 10%. Utilizando um diodo zener de 500mW, projete
um estabilizador de tensão paralelo para alimentar uma carga cuja corrente varia de 0 a
10mA.

Resposta: 82Ω < RS < 161,5Ω.

E3.2) Para um estabilizador de tensão paralelo que utilize um diodo zener de 5,6V/1W, um
resistor de 100Ω e carga infinita (sem carga), determine os limites permitidos para a tensão
de entrada.

Resposta: 7,39V < VI < 23,5V

E3.3) Refaça o projeto do exercício E3.1 considerando que a corrente de carga varia de 0 a
50mA.
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 4.1

4) TRANSISTOR BIPOLAR DE JUNÇÃO (TBJ)

4.1) ESTRUTURA FÍSICA / SIMBOLOGIA

TBJ npn

tipo n tipo p tipo n Metal

região de região de região de B


Emissor Coletor
(E) Emissor Base Coletor (C)

junção junção
emissor-base coletor-base npn
(JEB) Base (JCB) E
(B)

TBJ pnp

tipo p tipo n tipo p

região de região de região de B


E C
Emissor Base Coletor

pnp
B C
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 4.2
4.2) PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO (região ativa)

diretamente polarizada reversamente polarizada

n p n
ELÉTRONS ELÉTRONS EM ELÉTRONS iC
INJETADOS DIFUSÃO COLETADOS
E C
iE
iE ELÉTRONS iC
LACUNAS INJETADAS RECOMBINADOS

(iB1) (iB2)
iB

iB
vBE vCB
iE iE B iC iC

VBE VCB

VCE  VCB  VBE I E  IC  I B


VCB C
IB IC

B
IE nível de emissor
VBE coletor
E dopagem
base

Sendo a base muito estreita e fracamente dopada (baixa concentração de portadores


majoritários) resulta numa baixa corrente injetada de lacunas no emissor. Em compensação,
haverá uma corrente elevada de elétrons injetados pelo emissor na base, pois, o emissor é
fortemente dopado. Isso implica numa elevada corrente de difusão de elétrons através da base
com uma baixa recombinação (base fracamente dopada e estreita). Assim, muitos elétrons
atingirão a junção CB, sendo arremessados para o coletor (mais positivo que a base).
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 4.3

diretamente polarizada reversamente polarizada

p n p
LACUNAS LACUNAS EM LACUNAS iC
INJETADAS DIFUSÃO COLETADAS
E C
iE
iE LACUNAS iC
ELÉTRONS INJETADOS RECOMBINADAS

(iB1) (iB2)
iB

iB
vEB vBC
iE iE B iC iC

VEB VBC

VEC  VBC  VEB I E  IC  I B


E
VEB
IB IE

B
IC nível de emissor
VBC coletor
C dopagem
base

4.3) MODOS DE OPERAÇÃO (npn)

JEB JBC correntes observação


CORTE reversa reversa =0 VBE < 0,5V
ATIVO direta reversa 0 VCB > 0
SATURAÇÃO direta direta 0 VCB  – 0,5V

Obs: esta tabela também é aplicável ao TBJ pnp, bastando inverter os sentidos das tensões na
coluna "observação"(isto é, VEB < 0,5V, VBC > 0, VBC  – 0,5V).
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 4.4
4.4) PARÂMETROS BÁSICOS

GANHO DE CORRENTE DE EMISSOR COMUM:   I C I B ( > 1)

GANHO DE CORRENTE DE BASE COMUM:   I C I E ( < 1)

 RELAÇÃO ENTRE PARÂMETROS

IC  1 I 1 1 1  1 
I E  IC  I B  IC   I C 1    E  1    1   
   IC      1


Desta última expressão pode-se escrever:  
1 

4.5) EXEMPLO DE UM TBJ DE BAIXA POTÊNCIA: BC548A, B ou C

 ASPECTO FÍSICO

 VALORES DE  (hFE)
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 4.5
EXERCÍCIOS

E4.1) As tensões nos terminais de alguns CASO E B C MODO


transistores npn de silício foram 1 0 0,7 1,7
medidas durante a operação em seus 2 0 0,8 0,1
respectivos circuitos, resultando nos 3 –0,7 0 0,7
dados da tabela ao lado. Os valores estão 4 –0,7 0 –0,6
em volts sendo que 0 (zero) indica o 5 –2,7 –2,0 0
terminal de referência da medida. Para 6 0 0 5,0
cada caso, mostrar os valores das 7 –0,1 0 5,0
tensões entre os terminais do transistor e
identificar na tabela o modo de operação.

Respostas: ativo  casos 1, 3 e 5; saturado  casos 2 e 4; corte  casos 6 e 7.

E4.2) O transistor do circuito ao lado tem  muito elevado. Calcule VE e +9V


VC para os seguintes valores de VB: a) +3V; b) +1V; c) 0V.

VB 1k
VC

VE
1k

Respostas: a) 2,3V, 6,7V; b) 0,3V, 8,7V; c) 0V, 9V.

E4.3) No circuito ao lado determine o valor de RC sabendo que o +10V


transistor tem  = 50 e que VC = 5V. O que aconteceria se o
transistor fosse substituído por outro com  = 100?

VC
100k
RC

Respostas: 1075Ω, o transistor satura.


EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 4.6
4.6) O TBJ OPERANDO COMO CHAVE

 MODOS DE OPERAÇÃO

CORTE  CHAVE ABERTA (ausência de correntes)


SATURAÇÃO  CHAVE FECHADA (baixa resistência entre coletor e emissor)
Obs: a operação no modo ativo ocorre somente durante a transição corte  saturação.

 COMANDO DA CHAVE  pela corrente de base

I B  0  corte
I B  0 e VCB  0,5V (ou VCE  0,2V )  saturação

 MODELO DO TBJ NA SATURAÇÃO

npn pnp
–0,5V –0,5V
B C B C

0,7V 0,2V 0,7V 0,2V

E E

Obs: nos modelos acima são mostrados valores médios de VBE e VCE para a saturação que
variam dependendo das especificações do TBJ e de sua polarização.
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 4.7
 PROJETO (circuito básico)

+VCC +VCC

RC
CH TBJ VBE(V) VCE(V)
CH 1 saturado 0,7 0,2
1 RB 2 cortado 0 VCC
2

Corrente de saturação de coletor:

VCC  VCEsat VCC  0,2


I Csat   RC 
RC I Csat

Corrente de saturação de base:

I Csat
I Bmín   utiliza-se um fator de garantia de saturação

afator de garantia de saturação  fator de saturação forçada (F)  FORÇADO (f)a

I Bsat  F  I Bmín ou βf   F

Normalmente: 2  F  10
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 4.8
EXERCÍCIOS

E4.4) Deseja-se que o transistor do circuito ao lado opere no modo +5V +5V
saturado com uma corrente de saturação de coletor igual a 50mA.
Projetar o circuito, considerando um fator de saturação forçada
RC
igual a 4 e um transistor com  = 80. RB

Respostas: RC = 96Ω, RB = 1720Ω

E4.5) O fator de saturação forçada utilizado no projeto do circuito ao lado +10V +10V
é igual a 2. Determine  do transistor, sabendo que opera saturado.
1kΩ
30kΩ

Resposta: 63,2

E4.6) Determine os valores de R1 e R2 do circuito ao lado de modo +15V +15V


que o LED acenda e apague, respectivamente, para a chave
(CH) nas posições "A" e "B". O LED utilizado deverá operar
com uma corrente/tensão de 20mA/2V para a emissão de R1 R2
uma intensidade luminosa adequada. Dados: fator de
saturação forçada = 2 e  = 150.
CH
A
B

Respostas: 53625Ω, 640Ω.

E4.7) Altere os pontos de conexão do LED no circuito do exercício E4.6 de modo que o LED
acenda e apague, respectivamente, para a chave (CH) nas posições "B" e "A".
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 5.1
5) AMPLIFICADOR OPERACIONAL (AMP. OP.)

5.1) SIMBOLOGIA / CONEXÕES DA FONTE DE ALIMENTAÇÃO

1 1  entrada inversora
– 3 2  entrada não-inversora
2 3  saída
+

V+

1 4 1 4
– – O amplificador operacional
3 3 conectado à fonte de
2 2 alimentação cc simétrica
+ +
5 5

V–

5.2) CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

 Resistência de saída (Ro) baixa


 Resistência de entrada (Ri) elevada
 Ganho diferencial (A) elevado

i–
v– – i  e i   baixas
i+ vO
v+ + v O  A v   v  

 Exemplo: LM741 (Ro  50Ω, Ri 2MΩ, A  105V/V)


EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 5.2
5.3) O AMPLIFICADOR OPERACIONAL IDEAL: Ro = 0, Ri  , A  

Obs: as deduções aqui realizadas consideram o modelo idealizado do amp. op.

5.4) CONFIGURAÇÃO INVERSORA

 Inversor básico (amplificador inversor) e o conceito de curto virtual


i R2 Inicialmente, admita que vI = 0. Note
que R2 e R1 fornecem uma parte da tensão
R1 vO para a entrada:
– se vO  v   v     vO
0
vI
+ i 0 se vO  v   v     vO
+ vO Este efeito contrário à causa do mesmo é
chamado de realimentação negativa.

Portanto, se A   e vO permanece finito pelo efeito da realimentação negativa,


v   v   = 0. Então, fala-se que há um curto virtual entre as entradas do amplificador
operacional e que a entrada inversora é um terra virtual.

 Análise do amplificador inversor


i R2
–v O
i R1

+ vI 0 0
vI
+ vO
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 5.3
 Circuito Somador Inversor (ponderado)

i1 R1 i Rf
v1
–vO
i2 R2 i
v2 – i  i1  i 2  i 3    i n
0
i3 R3 0 i   vO R f
v3 + vO i X  v X R X x  1, 2, 3 n 



v O v1 v 2 v 3 v
     n
in Rn R f R1 R 2 R 3 Rn
vn

R R R R 
 v O    f v1  f v 2  f v 3    f v n 
 R1 R2 R3 Rn 

EXERCÍCIOS

E5.1) Projetar um amplificador inversor de ganho –10V/V e resistência de entrada de 100kΩ,


utilizando um amplificador operacional ideal.
Obs: naturalmente, o projeto inclui a apresentação do desenho do circuito e a correta
identificação dos valores de seus componentes.

E5.2) Utilizando um amplificador operacional ideal, projete um circuito inversor cuja tensão em
sua saída (vO) seja o resultado da soma ponderada de duas tensões (v1 e v2) segundo a
equação: vO = – (v1 + 5 v2) . Deseja-se que o módulo da tensão de saída seja de 10V para
uma corrente de 1mA no resistor de realimentação.
Obs: naturalmente, o projeto inclui a apresentação do desenho do circuito e a correta
identificação dos valores de seus componentes.

E5.3) O circuito ao lado usa um amplificador ope-



racional ideal, exceto quanto ao seu ganho
diferencial (A) que é finito. Medidas indicam vO 1MΩ
= 3,5V quando vI = 3,5V. Calcule o valor do
+ vO
+
ganho diferencial do amplificador operacional. vI 1kΩ
Resposta: 1001V/V
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 5.4
 Circuito Diferenciador
Em um capacitor a corrente é diretamente
i R proporcional à taxa de variação da tensão, isto é,
i  C dv dt
i C
– Então, para o circuito ao lado: i  C dv I dt
+ 0
vI 0
Analogamente, ao estudo do inversor básico:
+ vO
i   vO R

vO dv dv I
Portanto:  C I  vO   R C
R dt dt

 Circuito Integrador  Um estudo inicial

Considere o circuito a seguir e o pulso retangular de amplitude "A" e duração " " (sinal
vI) aplicado em sua entrada.

Admitindo em t = 0, o capacitor descarregado (vC = 0), para 𝑣 = 𝐴 , 𝑖 = com 𝑖 = 𝐶

Igualando: =𝐶  𝑑𝑣 = 𝑑𝑡  𝑣 = ∫ 𝑑𝑡  𝑣 = −𝑣 = 𝜏

Portanto, em t = t2 a tensão na saída do circuito será: 𝑣 = − 𝜏

Para t > t o que acontece com a tensão de saída?


2

A tensão de saída é mantida porque: vI (t > t2) = 0  i = 0  a carga do capacitor não


se altera  vC e vO são mantidos (considerando todos os componentes como ideais).
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 5.5

 Circuito Integrador

i C
De forma análoga ao circuito diferenciador,
i R vC i   C dv O dt e i  vI R

+ 0 vI dv 1
vI 0  C O  dv O   v I dt
+ vO R dt RC

vO ( t ) t vO (t) 0 t

    
1 1 1
dvO   v I dt  dv O   v I dt  v I dt
v O (  ) R C  v O (  ) R C  RC 0


1
 v O ( t )  v O (0)  v I dt
RC 0

Obs: vO(0) representa o valor da tensão de saída do circuito em t=0 (instante inicial). Repare
que vO(0) nada mais é que a tensão no capacitor (sentido trocado), pois, vC = –vO.
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 5.6
5.5) CONFIGURAÇÃO NÃO-INVERSORA

i R2
i  vR 2 R 2 e i   v I R1
i vR2
R1
– vI vR 2 vI vI  vO
vI 0 0     
R1 R 2 R1 R2
+ vO
vI v v vO v v
vI
+   I  O   I  I
R1 R 2 R 2 R 2 R 2 R1

vO  1 1  vO  1 1  vO R
 vI      R2    1 2
R2  R 2 R1  vI  R 2 R1  vI R1

 Caso particular: Circuito Seguidor de Tensão

– Fazendo R2 = 0 e R1   :
0
0 vO
+ 1
vO vI
+
vI

Obs: apesar da aparente inutilidade, este tipo de circuito é frequentemente utilizado como
estágio reforçador de corrente.
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 5.7
5.6) CIRCUITO SUBTRATOR

R2 Por superposição de efeitos:


R2
R1 v2 = 0  v'O   v1
v1 R1

R3  R 
v+ v1 = 0  v"O  1  2  v 
v2 + vO  R1 
R4  R4 
sendo: v    v 2
R
 3  R 4 

R2  R  R  R  R 4 
Superpondo: v O  v O  v O  
' "
v1  1  2  v    2 v1  1  2  v 2
R1  R1  R1  R 1  R 3  R 4 

R2  R  1  R2  1  (R 2 / R1 ) 
vO   v1  1  2   v 2  vO   v1    v 2
R1  R 1  1  (R 3 / R 4 )  R1  1  (R 3 / R 4 ) 

Para obter um subtrator sem ponderação, isto é, v O  k v 2  v1  :

R 2 1  (R 2 / R 1 ) R 2 R3 R R R2 R4
  R2   R1  1 2  
R1 1  (R 3 / R 4 ) R4 R1 R1 R 3

5.7) CIRCUITO COMPARADOR


vI

vI + VT
vO
0 t

VT
vO
L+
VT = tensão de limiar
L+ = tensão de saturação alta do amp. op.
0 t
L– = tensão de saturação baixa do amp. op.
L–

Obs: este é o único circuito, dentre os que estamos estudando, que necessariamente explora uma
das não idealidades (no caso, uma não-linearidade) do amplificador operacional, que é a
saturação.
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 5.8
EXERCÍCIOS

E5.4) Determine a forma de vO para o circuito abaixo, assumindo que o amplificador operacional
é ideal.
vI (V) 10kΩ
5 10nF

1,5 3,5 +
0 0,5 1 2 2,5 3 t (ms) vI
+ vO
–5

E5.5) O circuito ao lado utiliza um amplificador 4R


operacional que pode ser considerado ideal.
Determine o seu ganho de tensão (vO/vI). R

R
+ vO
+
vI

Resposta: 5V/V.

E5.6) Deduza a expressão matemática da tensão de 4R


saída do circuito ao lado em função das tensões
de suas duas entradas. Assuma um amplificador R
operacional ideal. v1 –

R
v2 + vO

4R

Resposta: vO = 4 (v2 – v1)

E5.7) Determine a forma de onda de vO do circuito ao vI



lado para o sinal vI do exercício E5.4. O
vO
amplificador operacional pode ser considerado
ideal, exceto por saturar com 10V. +
2,5V
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 5.9
5.8) CONVERSOR D/A (DIGITAL-ANALÓGICO)

 Conceitos Básicos

Sistemas Numéricos
Decimal Binário Hexadecimal
0 0 0
1 1 1
2 10 2
3 11 3
4 100 4
5 101 5
6 110 6
7 111 7
8 1000 8
9 1001 9
10 1010 A
11 1011 B
12 1100 C
13 1101 D
14 1110 E
15 1111 F

Sistema Numérico Binário


cada dígito binário = bit
conjunto de oito bits = byte

Significado dos Algarismos na Base 10 (decimal)


Exemplo: (594)10 = 5102 + 9101 + 4100
Esquematicamente:
102 101 100
5 9 4

Significado dos Algarismos na Base 2 (binária) e Conversão para Base 10


Exemplo: (101)2 = 122 + 021 + 120 = (5)10
Esquematicamente:
22 21 20
1 0 1
MSB = Most Significant Bit (Bit Mais Significativo)
LSB = Least Significant Bit (Bit Menos Significativo)
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 5.10
Conversão de Base 10 para Base 2

Exemplo: converter o nº 47 (base 10) para a base 2

47 2
1 23 2
1 11 2  (101111)2 = (47)10
1 5 2
1 2 2
0 1

Níveis Lógicos (de tensão)

Nível Lógico 1 = NL1 NL1 = 5V


EXEMPLO 
Nível Lógico 0 = NL0 NL0 = 0V

 Circuito Básico (resistores com ponderação binária)

Seja um número binário de três bits (por exemplo): (ABC)2


Para converte-lo à base 10 basta fazer: n 10  A  2 2  B  21  C  20 ou

n10  A  22  B  21  C  20 22 22  22  A0  B1  C2 
2 2 2 
Associando aos bits (A, B e C) tensões v1, v2 e v3 e também ao número na base 10 um nível
de tensão vO, existirá um circuito conversor D/A que efetue essa conversão:

v1
v2
CONVERSOR vO
v v v 
v O  K  01  12  23 
v3 D/A 2 2 2 

Um conversor D/A não precisa vincular o valor da tensão em sua saída que seja igual ao
número em binário representado pelos níveis lógicos presentes nas tensões das entradas. O
importante é que exista uma correta proporcionalidade (escolhida pelo valor de K).
Estendendo a expressão anterior para um número qualquer (n) de entradas:
v v v v 
v O  K  01  12  23    nn1 
2 2 2 2 
O circuito somador inversor já estudado é capaz de efetuar uma soma ponderada.
Reescrevendo a expressão deduzida e adaptando-a à ponderação desejada:
R R R R  R R R R 
v O    f v1  f v 2  f v 3    f v n     f v1  f v 2  f v 3    n 1f v n 
 R1 R2 R3 Rn  R 2R 4R 2 R 
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 5.11

Rf  v 2 v3 vn 
 vO    v     
2 n 1 
1
R 2 4

Assim, resulta no circuito abaixo:

(MSB) v1 v2 v3 vn (LSB)
Rf
n-1
R 2R 4R    2 R

+ vO

Caso Particular: o módulo da tensão na saída corresponde ao número na base decimal


representado pela combinação binária das entradas.

Por conveniência: resultará vO = –1V para o número (000...1)2 representado nas entradas
pelos níveis lógicos correspondentes. Admitindo NL0 = 0:
R  0 0 NL1 R f 2 n 1
1   f 0  2  4    2 n 1   
R R NL1

 Circuito com Rede R-2R

O circuito passivo abaixo (rede R-2R) funciona como um conversor D/A, em cujas entradas
estão aplicados os sinais v1 , v2 , v3 ... vn , enquanto que vX é o sinal de saída.

2R R R 2R
vX
2R 2R 2R 2R

(LSB) v1 v2 v3 vn (MSB)
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 5.12
Análise do circuito: seja v1 = NL1 e v2 = v3 = ........ = vn = NL0 = 0.

2R R R i/8 i/2n 2R

i/2 i/2 i/4 vX i


2R 2R 2R 2R vX  2R
i i/4 i/8 i/2n 2n

NL1

As duas correntes que saem de cada nó são idênticas:

R 2R Req = R R Req = R

vX
2R 2R  2R R

Portanto:
2R Req = 2R

i/2 i/2 NL1 NL1/ 3 R NL1


2R i  vX  2R  vX 
i 3R 2n 2n 1 3

NL1

Obs: notar que as expressões para vX obtidas até este ponto são válidas apenas nesta
condição de análise. Sugere-se enfaticamente, que estas expressões não sejam utilizadas
nas resoluções dos correspondentes exercícios.

O acréscimo do amp. op. em uma configuração inversora: lembrar do conceito de curto


virtual.
Rf
2R R R 2R

vX ideal
2R 2R 2R 2R
+ vO

(LSB) v1 v2 v3 vn (MSB)

vO R
 f
vX 2R
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 5.13
5.9) CONVERSOR A/D (ANALÓGICO-DIGITAL)

vI + vCTRL CONTADOR
COMPARADOR Clock
– UP/DOWN

n bits
(saída)

ENTRADAS
vO D/A

vI = sinal de entrada analógico


vCTRL = sinal de controle "up/down"
Clock = sinal de "relógio" (base de tempo)

EXERCÍCIOS

E5.8) Dimensione um conversor D/A de 4 bits com amplificador operacional ideal e rede R-2R,
que na saída apresente o módulo da tensão idêntico ao valor representado pelo código
binário na entrada. Dados: NL1=5V e NL0=0V.

E5.9) Projetar um conversor D/A básico nas mesmas condições do exercício anterior.

E5.10) Desenhe (pelo menos) um período completo da forma de onda de vO do conversor D/A a
seguir. O contador de década opera com NL1 = 5V, NL0 = 0V e frequência de "clock"
igual a 1MHz. Dado: R = 250Ω.
600Ω
2R R R R 2R

ideal
2R 2R 2R 2R
+ vO
Q0 Q1 Q2 Q3
clock CONTADOR DE DÉCADA
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 6.1
6) SENSORES ELETRÔNICOS

6.1) SENSORES ÓPTICOS

6.1.1) Unidades Fotométricas (noções)

Candela (cd): intensidade luminosa numa dada


direção de uma fonte de radiação
monocromática de f = 540 THz
como intensidade energética de
1/683 W/sr. A

Esterradiano (sr): ângulo sólido Ω = A / r2



r
Lúmen (lm): fluxo luminoso emitido por uma
fonte puntiforme de uma candela no
interior de um ângulo sólido de um
esterradiano.

Lux (lx): um lux é a iluminância (illuminance)


ou iluminamento produzido numa
superfície plana de 1m2 que recebe
fluxo luminoso de um lúmen (lm).

6.1.2) LDR (Light Dependent Resistor)

É composto de um material semicondutor (fotocondutivo), usualmente o sulfeto de cádmio


(Cd S). Com a variação da incidência de luz, variam a quantidade de portadores de corrente (pares
elétron-lacuna) e, portanto, a resistência elétrica do material.

 Aspecto Físico (exemplos) e Simbologia


ELETRODOS
MATERIAL
FOTOCONDUTIVO

CONTATO

CERÂMICA

TERMINAIS
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 6.2

 Curvas Características Típicas [1], [2]

 Dois Exemplos de Aplicação

o Regulador de Tensão (com realimentação óptica)

i vI RLDR
i=  vO = v
* R+RLDR R+RLDR I
vI vO
* Lâmpada incandescente

Princípio de funcionamento: por exemplo, se vI diminui, o brilho da lâmpada também


diminui, acarretando o aumento de RLDR de modo a evitar a
diminuição de vO .
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 6.3
o Relé comandado por Luz

+VCC +VCC CARGA Princípio de funcionamento:

I1 R1a Por exemplo, se a intensidade luminosa


incidente sobre o LDR aumenta, R1b
D NA ~ diminui, acarretando o aumento da
R1b corrente I1 e, consequentemente, de I2, IB e
IC
IC o que propicia o acionamento do relé.
IB
R2a R2b : ajuste da sensibilidade de acionamento do relé. Por
I2 exemplo, a diminuição de R2b dificulta o acionamento,
pois, aumenta I2, ocasionando a diminuição de IB.
R2b

O comportamento de um indutor (ideal) sob regime de chaveamento

i(t) A tensão nos terminais de um indutor é diretamente proporcional à


variação da corrente:
( )
v(t) L 𝑣(𝑡) = 𝐿
L = indutância (henry  H)

Quando o TBJ passar da saturação para o corte, a corrente na bobina do relé é bruscamente
interrompida. Então, a derivada da corrente resultará elevada (principalmente para elevadas
indutâncias) e negativa, ou seja, v(t) < 0.

O indutor passa a operar como bipolo ativo, isto é, deverá descarregar


– a corrente que está armazenada em seu núcleo na forma de um campo
i(t) magnético. Portanto, quanto maior for a resistência presente entre os
terminais do indutor, maior será a tensão gerada. Como o TBJ passou da
v(t) L saturação para o corte, o indutor terá em paralelo uma elevada resistência,
gerando, portanto, uma elevada tensão. Assim, a tensão entre coletor e
emissor também será muito elevada e facilmente ultrapassará a máxima
+ admitida pelo TBJ.
A presença do diodo em paralelo com a bobina do relé elimina esse
problema, pois, conduzirá quando v(t) for negativa, não permitindo que a tensão ultrapasse sua
barreira de potencial.
Resumindo: o diodo protege o TBJ de uma sobretensão entre coletor e emissor quando o
mesmo passa da saturação para o corte.
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 6.4
6.1.3) FOTODIODO

É um diodo sensível à luz cuja resposta espectral depende do material semicondutor


utilizado, por exemplo: Si, InGaAs/InP, GaAsP, etc.

 Aspecto Físico e Simbologia [3], [4]

 Curvas Características Típicas [5], [6]


InGaAs/InP GaAsP

Obs: responsividade (responsivity) = fotocorrente gerada / potência óptica incidente


EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 6.5
 Polarização e Capacitância Parasitária

+VCC
Um fotodiodo deve ser polarizado inversamente, pois, a corrente
I
CP gerada pela incidência de luz é bem baixa (da ordem de µA). O
circuito básico ao lado permite obter uma tensão vO diretamente
vO proporcional à luz incidente: vO = R I .
Portanto, para obter uma tensão vO significativa, R deve ser
R relativamente elevado. Contudo, esta providência causa uma resposta
lenta ao estímulo luminoso, pois:

 = R CP {
 = constante de tempo do circuito
CP = capacitância parasitária do diodo

 Diminuição da Constante de Tempo

+VCC Considerando um amplificador operacional


I ideal: vO = –R I .
I R
CP
–vO Para o fotodiodo haverá uma resistência em
– série nula (curto virtual). Portanto, τ' → 0.
vO
+ Para amplificador operacional real, ' não
será nulo, mas, ainda resultará ' <<  .
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 6.6
6.2) SENSORES DE TEMPERATURA

6.2.1) TERMISTORES (THERMISTORS  THERMAL RESISTORS)


Termistor é um resistor cuja resistência é sensível à temperatura. É composto de germânio,
silício ou uma mistura de óxidos de cobalto, níquel, estrôncio ou manganês. O composto utilizado
determina se o coeficiente de temperatura é positivo ou negativo.

 Formas de variar a temperatura de um termistor


 Internamente (auto-aquecimento): a corrente que percorre o termistor é elevada o
suficiente para aquecê-lo. Aplicações (exemplos gerais): detecção de nível de líquidos
ou medição do fluxo de massa de um gás.

 Externamente (sem auto-aquecimento): a corrente que percorre o termistor é baixa o


suficiente para não o aquecer de forma significativa. Aplicações (gerais): medida e/ou
controle de temperatura.

 NTC (Negative Temperature Coefficient)


 Aspecto Físico (exemplos) e Simbologia [7], [8]
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 6.7
 Curvas Características Típicas [9], [10]

Obs: Resistividade do material   (.cm)

A l
I R=l/A
R=V/I

 Aplicações (exemplos de circuitos) [11], [12]

COM AUTO-AQUECIMENTO SEM AUTO-AQUECIMENTO

PROTEÇÃO DA PONTE DE DIODOS MEDIDA DE TEMPERATURA


CONTRA CORRENTE DE SURTO
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 6.8
 PTC (Positive Temperature Coefficient)

 Aspecto Físico (exemplos) e Simbologia [13], [14]


EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 6.9
 Curvas Características Típicas [15]

 Aplicações (exemplos de circuitos) [16]

COM AUTO-AQUECIMENTO SEM AUTO-AQUECIMENTO

RELÉ COM RETARDO DE TEMPO PROTEÇÃO DO TRANSISTOR


R  AJUSTE DO TEMPO CONTRA SUPERAQUECIMENTO
B  BOBINA DO RELÉ
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 6.10
6.2.2) TERMOPAR

É uma junção formada por dois metais distintos que produz uma tensão dependente da
temperatura dessa junção.
JR1

JM VM V = S T
JR2

TJM TREF REGIÃO ISOTÉRMICA

JM = junção entre dois metais (distintos) onde se deseja medir a temperatura (TJM)
JR1 = JR2 = junções de cada metal com os que levam aos pontos de medida de VM
TREF = temperatura de referência (tem de ser idêntica para JR1 e JR2)

VM = S (TJM – TREF) S = coeficiente de Seebeck

 Aspecto Físico (exemplo) [17]

Termopar tipo K
Metais: Ni-Cr/Ni-Al
Ni-Cr → "Cromel"
Ni-Al → "Alumel"

 Características de alguns Tipos [18]

Obs: Cu-Ni → "Constantan"


EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 6.11
 Temperatura de Referência

 Banho de gelo fundente

Garantirá TREF = 0ºC para as junções JR1 e JR2 que estarão mergulhadas nesse banho. Assim,
VM = S (TJM), isto é, haverá proporcionalidade entre VM e TJM.

 Compensação do erro causado por TREF = TAMB (TREF ≠ 0)

Através do uso de um termistor termicamente acoplado a JR1 e JR2, pode-se gerar uma tensão
que compense o erro causado por TREF ≠ 0.

6.3) STRAIN GAUGE (sensor de deformação)

Útil na detecção de força, peso ou carga. Basicamente, é uma unidade resistiva elástica cuja
mudança de resistência é função do esforço aplicado.

 Aspecto Físico e Princípio Básico


Deformação "x"
Deformação "y"

RSG

Elemento resistivo Base elástica (colada na superfície de interesse)

Particularmente, este "strain gauge" é sensível apenas às deformações em "x", por conta da
geometria de seu elemento resistivo. Assim, com um maior tensionamento (em "x"), RSG aumenta.

Materiais típicos (elemento resistivo): Constantan (Cu-Ni), Cromel (Ni-Cr), Níquel, etc.

RSG: 120, 350, 700, 1000Ω (valores nominais típicos). Variação máxima (típica): 1%.
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 6.12
 Exemplos de Aplicações

 Ensaio ferroviário [19]

 Célula de carga de alta precisão [20]


EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 6.13
 Geometria do elemento resistivo (exemplos) [21] [22]
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 7.1

REFERÊNCIAS

[1] Advanced Photonix, Inc. ALLDATASHEET.COM. Disponível em:


<https://html.alldatasheet.com/html-pdf/237788/ADVANCEDPHOTONIX/PDV-
P8102/1538/1/PDV-P8102.html> Acesso em: 30 de julho de 2020.

[2] Token Electronics Industry Co., Ltd. ALLDATASHEET.COM. Disponível em:


<https://html.alldatasheet.com/html-pdf/342718/TOKEN/PGM5516P/308/2/PGM5516P.html>.
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[3] OSRAM, OSRAM Opto Semiconductors. Disponível em:


<https://dammedia.osram.info/media/resource/hires/osram-dam-5488328/BPX%2061_EN.pdf>
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[4] OSRAM, OSRAM Opto Semiconductors. Disponível em:


<https://dammedia.osram.info/media/resource/hires/osram-dam-5467169/SFH%202505_EN.pdf>
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[5] Roithner LaserTechnik GmbH, ALLDATASHEET.COM. Disponível em:


<https://pdf1.alldatasheet.com/datasheet-pdf/view/986958/ROITHNER/EPD-1300-0-3.0.html>
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[6] Hamamatsu Corporation, ALLDATASHEET.COM. Disponível em:


<https://pdf1.alldatasheet.com/datasheet-pdf/view/62542/HAMAMATSU/G1126-02.html>
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[7] Shenzhen DXM Technology Co., Ltd. Disponível em:


<http://www.dxmht.com/en/ProductDetail/2365380.html>
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[8] Shenzhen DXM Technology Co., Ltd. Disponível em:


<http://www.dxmht.com/en/ProductDetail/2365379.html>
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[9] KOA Speer Electronics, Inc. Disponível em: <https://www.alldatasheet.com/datasheet-


pdf/pdf/266913/KOA/NT731JT.html>
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[10] IT Instrumentation Today. Disponível em:


<http://www.instrumentationtoday.com/thermistor-2/2011/08/>
Acesso em: 30 de julho de 2020.
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 7.2

[11] "List of Unclassifed Manufacturers". ALLDATASHEET.COM. Disponível em:


<https://www.alldatasheet.com/datasheet-pdf/pdf/581267/ETC2/5D2-08LCS.html>
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[12] TDK Electronics. NTC Thermistors - application notes. Disponível em: <https://www.tdk-
electronics.tdk.com/download/531110/5608e4b12153bb12af2808fbedc5a55b/pdf-
applicationnotes.pdf>
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[13] KLS Electronic. Filament Preheat PTC Thermistor. Disponível em:


<http://www.cnkls.com/admin/product_upload/20120712180419KLS6-MZ11A.pdf>
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[14] Protek Devices. Polymer PTC device. Disponível em:


https://www.alldatasheet.com/datasheet-pdf/pdf/801077/PROTEC/PMPS260C-1812.html>.
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[15] Thinking Electronic Industrial Co.,Ltd. SMD PTC Thermistor for Temperature Sensing.
Disponível em: <https://www.alldatasheet.com/datasheet-
pdf/pdf/421877/THINKING/TPM0S541P115RT.html>.
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[16] muRata. PTC Thermistor - Application Manual. Disponível em:


<https://pdf.directindustry.com/pdf/murata-electronics/ptc-thermistors-posistor-application-
manual/34044-561219-_10.html>.
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[17] UNI-T. T01 temperature probe. Disponível em: <https://www.uni-t.cz/en/p/uni-t-t01-


temperature-probe>.
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[18] RF Wireless World. Difference between Thermocouple, RTD and Thermistor. Disponível
em: <https://www.rfwireless-world.com/Terminology/Thermocouple-vs-RTD-vs-
Thermistor.html>.
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[19] HBM. Ensaio ferroviário com a HBM. Disponível em:


<https://www.hbm.com/pt/0469/transporte-ferroviario/>
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[20] HBM. Célula de Carga de Alta Precisão em Miniatura. Disponível em:


<https://www.hbm.com/pt/3026/celula-de-carga-miniatura-pw4m-de-alta-precisao/>.
Acesso em: 30 de julho de 2020.
EL8210/NEA210 – FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA (Prof. Alvaro) 7.3

[21] HBM. Catálogo de Strain Gauges. Disponível em:


<https://www.hbm.com/fileadmin/mediapool/hbmdoc/technical/S01265.pdf>.
Acesso em: 30 de julho de 2020.

[22] HBM. Resistive strain gauge VY series. Disponível em:


<https://www.directindustry.com/prod/hbm-test-measurement/product-6017-1264943.html>.
Acesso em: 30 de julho de 2020.

Você também pode gostar