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Diamante Mandarim Cinzento

O Diamante Mandarim (Taeniopygia guttata) é uma ave pequena, cujo tamanho varia
entre os 8 e os 13 centímetros de comprimento, podendo ser observado livremente na
natureza na Austrália, Timor e Indonésia.

Esta espécie apresenta dimorfismo sexual, pelo que machos e fêmeas possuem
colorações diferentes. Os machos têm um conjunto de particularidades que os
distinguem das fêmeas: manchas da face castanho ferrugem (bochecha), cinzento claro
com zebrados negros na garganta, barra preta no peito com 3 a 4mm de largura e
flancos de cor castanho ferrugem com pontos redondos brancos regularmente
repartidos. As fêmeas não possuem estas características, exibindo a cor cinza nas áreas
mencionadas. A cor do bico é geralmente um vermelho coral mais brilhante nos machos
e cor de laranja nas fêmeas. As aves juvenis parecem-se com fêmeas, mas com bico
preto. As cores do bico e a plumagem de adulto estão geralmente completas quando os
jovens atingem cerca dos três meses de idade.

Embora existam atualmente diversas mutações, com características próprias ao nível da


cor e desenho da plumagem, no estado selvagem apenas se observa a cor cinzenta,
sendo esta a cor natural do Diamante Mandarim.

Na reprodução de aves desta espécie, com objetivos de seleção e melhoramento


genético para fins desportivos, é fundamental ter no plantel reprodutor aves da "mutação
selvagem" com excelentes qualidades. Estas aves serão a base de trabalho para
“manipular” e aperfeiçoar determinados aspetos noutras mutações, como por exemplo, o
porte, a forma ou a intensidade da cor. Em parte, este trabalho é desenvolvido
recorrendo a aves cinzentas portadoras da mutação que se pretende melhorar, pelo que é
de extrema importância manter separadas as linhas de aves que vão efetuando este
trabalho das aves que se mantêm “puras”, ou seja, sem a adição de imperfeições
provenientes do cruzamento com aves de outras mutações.

Um dos defeitos comuns no mandarim cinzento é a exibição de uma névoa castanha na


terminação das penas das asas, em combinação com uma cor creme na zona abdominal.
O objetivo passa por selecionar mandarins cinzentos com o mínimo de faeomelanina
possível no enevoamento das rémiges/cobertura da asa e no baixo ventre (ver figura 1).
Nos machos, muitas vezes observa-se algum creme nas penas da zona superior das
patas, o que não deve ser visto como um erro grave, portanto, uma cor de barriga
branco-creme não está errado. Os mandarins cinzentos que apresentam a barriga branca
têm geralmente as pontas das penas das asas franjadas de cinzento claro, assim com a
terminação das penas da cauda. Se a intensidade deste cinzento for mais ténue do que
cinzento ardósia da cobertura da asa, não estará errado. O que está errado é uma borda
cinza clara da pena ou até mesmo branca, que deve ser penalizada em termos de cor. O
objetivo é ter uma cobertura de asa cinza escuro completamente lisa (ver figura 2).

Devido ao aumento de eumelanina, a cor das bochechas nos machos por vezes denota
uma neblina acinzentada, o que não está correto, devendo ser penalizado ao nível do
desenho. Acontece por vezes na sequência de cruzamentos com aves da mutação
bochecha negra.
No trabalho com mandarins cinzentos, o criador deve ter o foco numa eumelanina
"forte", mantendo o cuidado para que as bochechas permaneçam bem avermelhadas e
que os flancos não fiquem acinzentados. O cruzamento com as aves das mutações peito
branco ou dorso claro cinzento é utilizado para obter a cor branca na barriga, também
aqui existindo o risco de as pontas das asas se tornarem menos suaves. Especial cuidado
deve ser igualmente prestado ao desenho da cauda, cujas penas da parte superior devem
ser regularmente listadas de preto e branco. Quando as listas da cauda apresentam uma
forma irregular e arredondada pode ser indicativo, por exemplo, da presença de
cruzamentos com aves da mutação peito negro.

Também é bom chamar a atenção para o triângulo entre o traço da lágrima e o traço do
bico (a face), que deve ser branco puro, o que geralmente constitui um grande desafio
na criação do diamante mandarim cinzento.

Bibliografia:

1. Bivert, Frédéric; Le Diamant Mandarin, Monographie, 2017, The Zebra Finch

2. Bosch, Berend; Wijgerde, Peter and Kriesels, Francis; De Zebravink, NZC 2009,
ISBN 9789080213722

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