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A nova norma de sondagem de simples reconhecimento por SPT, atualizada em 28 de outubro de 2020, traz as
seguintes novidades:
Este método consiste na perfuração e cravação dinâmica de amostrador-padrão, a cada metro, resultando na
determinação do tipo de solo e de um índice de resistência, bem como na observação do nível d’água dentro do furo
de sondagem. Para a definição desses resultados, esta norma incorpora dois sistemas de ensaio: o Sistema Manual e
o Sistema Mecanizado. (…)
Ao contrário da antiga NBR, a nova norma de sondagem por SPT reconhece e avaliza a utilização de equipamento
mecanizado capaz de aplicar os golpes por queda livre do martelo padrão de 65kg a 75cm de altura.
A nova norma abre precedentes que convidam o mercado a refletir sobre o investimento em equipamentos
mecanizados, capazes de realizar o ensaio com controle rigoroso da quantidade de energia aplicada nos golpes.
Uma curiosidade marcante na nova versão da ABNT NBR 6484 é a recomendação de que os furos de sondagem
devem ser obturados pós-realização do ensaio. O item 6.2.6 recomenda que
Ao final dos trabalhos os furos de sondagem devem ser totalmente preenchidos com calda de cimento, betonita ou
mistura determinada tecnicamente pelo contratante, evitando assim que produtos eventualmente derramados na
superfície atinjam o subsolo.
A nova exigência é, de todo o modo, louvável. Sobretudo por reduzir os riscos de contaminação do solo e/ou do
lençol freático. No entanto, é algo que impacta diretamente no custo final da sondagem posto que a empresa de
sondagem deve, agora, dispor de insumos e equipamentos para obturar os furos.
Em consulta às principais bases de dados orçamentárias, os valores não desonerados das composições sobre injeção
de calda de cimento são:
Composições sobre injeção de calda de cimento.
Certamente, nenhuma das composições acima representa fidedignamente o serviço de obturação de furos de
sondagem que, quando vier a ser contemplado nas principais bases orçamentárias, poderá ser expressa na unidade
metro (com alusão à quantidade de metros sondados), posto que a padronização do diâmetro do amostrador-
padrão e dos equipamentos de avanço são constantes.
Os solos argilosos ganharam uma nova classe de consistência! Na nova tabela dos estados de compacidade e
consistência, as amostras de solos argilosos com Nspt igual ou superior a 20 e igual ou inferior a 30, são designadas
“Muita Rija”. Excetuando esta novidade, que faz as amostras de solo argilosos serem designadas como “Dura”
apenas quando o Nspt é superior a 30, todos os limites e designações da norma anterior continuam inalterados.
De acordo com o anexo A da NBR 6484:2020, a tabela dos estados de compacidade e de consistência passa a se
apresentar desta forma:
ATUALIZAÇÃO DOS CIRTÉRIOS DE PARALISAÇÃO
Os critérios de paralisação também foram modificados com o objetivo de expressá-los em função do Nspt (que é o
número de golpes necessário para cravar os 30 cm finais do amostrador padrão). Os critérios apresentados no item
6.4 da antiga NBR 6484, publicada em 2001, trazia as seguintes recomendações:
6.4 Critérios de paralisação 6.4.1 O processo de perfuração por circulação de água, associado aos ensaios
penetométricos, deve ser utilizado até onde se obtiver, nesses ensaios, uma das seguintes condições: a) quando, em
3 metros sucessivos, se obtiver 30 golpes na penetração dos 15 cm iniciais do amostrador-padrão; b) quando, em 4
metros sucessivos, se obtiver 50 golpes na penetração dos 30 cm iniciais do amostrador-padrão; c) quando, em 5
metros sucessivos, se obtiver 50 golpes na penetração dos 45 cm do amostrador-padrão.
Como é possível observar, nenhum dos 3 critérios está associado à cravação dos 30 cm finais do amostrador-padrão,
o que, por vezes, gerou confusão entre os executores do ensaio.
Agora, a norma apresenta esses critérios em função do Nspt. O item 5.2.4 da nova NBR 6484 agora recomenda que:
Apesar de louvável, o esforço para representar os critérios de paralisação em função do Nspt pode prejudicar a
durabilidade do amostrador-padrão quando tiver sendo cravado em camadas de solo que demandem elevado
número de golpes para a cravação dos 15 cm iniciais.
Uma das mudanças mais marcantes é a parte da norma que versa sobre a quantidade e a locação dos furos
necessários. Se, antes, a NBR 8036 balizava o planejamento do número e profundidade dos furos, agora, essa norma
sequer é citada.
A nova norma de SPT transfere a responsabilidade da determinação e locação dos furos para a contratante deixando
ficar subentendido, por omissão, que a quantidade de furos também deve ser determinada pelo contratante.
6.2.1 Locação do furo e quantidades A locação dos furos de sondagem em planta deve ser fornecida pelo
contratante. Nesta planta, deve constar a referência de nível (RN), com cota preferencialmente georreferenciada,
adotada para o nivelamento dos pontos de sondagem. Na falta de dados sobre a referência de nível, deve-se adotar
um RN arbitrário, fora do perímetro da obra (guia, calçada etc.).
Diferente do que faz no item 5.2.4.1, no item 6.2.1 a ABNT NBR 6484:2020 não cita a responsabilidade técnica da
contratante ou de seu preposto, o que pode abri brechas para interpretações perigosas.