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Prêmio GLP de Inovação e Tecnologia – 2019

DRENAGEM AUTOMATICA DE OLEINA

CATEGORIA - PROJETOS DE INSTALAÇÕES E MEIO AMBIENTE

Autores: Engenheiro Danilo da Silva Soler


danilo.soler@ultragaz.com.br

Engenheiro Rodrigo P. Badaró


mariah.rodrigo@ultragaz.com.br

Sponsor: Engenheiro Marcio Alberto Kusaba


Empresa: CIA Ultragaz S/A
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1.1 BREVE HISTÓRICO DAS EMPRESAS ENVOLVIDAS

Este projeto foi desenvolvido dentro da empresa Ultragaz, com iniciativa


dos engenheiros Danilo da Silva Soler formado pela UNIFACEAR em
Engenharia de Produção e Rodrigo Palmijiano Badaró formado também pela
UNIFACEAR em Engenharia Mecânica. Os engenheiros identificaram a
oportunidade de utilizar fundamentos da indústria 4.0. Com o advento do que
chamamos de a Quarta Revolução Industrial, esta que pode ser traduzida pela
revolução da agilidade, do monitoramento em tempo real e da utilização de Big
Datas cada vez mais desenvolvidas para obter resultados e soluções mais
rápidas.

A fusão do mundo físico com o digital permitiu a utilização de conceitos


como os que vão ser abordados a seguir. Com a utilização do modulo de
monitoramento já desenvolvidos pela companhia, foi identificado a oportunidade
da utilização de uma drenagem automática e programada para oleínas e
materiais pesados que possam ficar parados no filtro decantador. Com as
mudanças nas instalações foi possível desenvolver o projeto com eficiência e
segurança. Para conhecer melhor a empresa que proporcionou a criação deste
projeto, abaixo está um resumo sobre o histórico da Ultragaz.

1.2 ULTRAGAZ

Pioneira na distribuição de GLP engarrafado e de venda a granel no país,


a Ultragaz através de seus 80 anos de atividade busca estar cada vez mais
presente na rotina dos consumidores, e para atingir este objetivo conta com o
auxílio de 18 bases de engarrafamento e outras 25 para estocagem e distribuição
em todo território nacional. Sempre lembrada pela inovação, a companhia
fornece mais de 1,7 milhão de toneladas de GLP para mais de 11 milhões de
domicílios e cerca de 52 mil clientes empresariais, para atingir este número a
empresa conta com cerca de 5,8 mil lojas, com mais de 3,6 mil funcionários.
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Com toda esta infraestrutura a Ultragaz detém o posto de maior e mais bem
estruturada empresa de distribuição de GLP do país, desenvolvendo
constantemente novas soluções para atender às necessidades do mercado. A
Companhia é dona de um dos mais modernos laboratórios de pesquisa e
desenvolvimento da américa latina que é capaz de oferecer soluções
diferenciadas ao mercado, o que torna a Ultragaz uma companhia diferenciada
quando se trata de inovação.

A Ultragaz faz parte de um grupo que contam com as empresas Ipiranga


(distribuição de combustíveis), Oxiteno (indústria de especialidades químicas),
Ultracargo (armazéns para granéis líquidos) e Extrafarma (varejo farmacêutico).

2 PROBLEMAS E OPORTUNIDADES

Para introduzir o problema a ser resolvido, deve-se primeiramente


conhecer os resíduos que possam ser gerados durante o processo de queima
do GLP. No processo de utilização e queima de GLP, devido a condições de
pressão e temperatura específicas, além de particularidades de cada sistema,
ocorre a produção de um subproduto indesejado que se chama oleína, também
conhecida como Dioctil Ftalato (DOP).

Este óleo gera entupimento de tubulações por causa de suas


características físico-químicas (alta viscosidade) gerando problemas no
consumo de gás, principalmente de clientes com alta demanda, além de outros
contratempos. Apesar de conseguir ser evitada em maiores quantidades quando
as instalações dos sistemas para consumo de gás são eficientes e bem
dimensionadas, é inevitável que em algumas centrais uma pequena
porcentagem de oleína seja formada.

A oleína é acumulada normalmente no filtro dos decantadores instalados


em centrais e periodicamente coletado de forma manual pelos técnicos
responsáveis pela manutenção para seu devido descarte. Como este óleo na
forma líquida é nocivo ao meio ambiente pelo seu alto poder de permeação no
solo, podendo alcançar lençóis freáticos e cursos d’água podendo comprometer
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a vida aquática e consumo de água local, o seu transporte até o local de destino
final pode ser perigoso e custoso. A partir dessas premissas busca-se uma nova
forma para sua eliminação.

Como alternativa surge o processo de interligação de todos os drenos dos


equipamentos que podem gerar o DOP (figura 1) e direcionado para uma caixa
de passagem para ser armazenada até a coleta e devido descarte na base
responsável pela instalação, além da instalação de um dreno automático na linha
de transporte para caixa de coleta programado pelo modulo principal que irá
gerenciar a drenagem periódica. A periodicidade será programada a cada 3 dias
as 00:00 durante 15 segundos, com essa frequência garantimos o bom
funcionamento do sistema de GLP, evitando o acumulo de oleína na rede de
consumo e paradas não programadas no consumo do cliente.
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Figura 1 - Interligação dreno


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Com o objetivo de monitorar o volume e a frequência de drenagem, tem-


se a oportunidade de utilizar aspectos da indústria 4.0, IIot do inglês Industrial
Internet of Things, representa a possibilidade de objetos físicos estar conectados
à internet para que seja possível a drenagem dos filtros decantadores
remotamente, o equipamento que servirá de modelo e base para este projeto
deve-se utilizar equipamentos de prototipagem eletrônica de hardware livre, ou
seja, micro controladores de fácil obtenção no mercado e que tem a finalidade
de facilitar a criação de equipamentos de forma simples e segura. O objetivo do
projeto é controlar a drenagem de forma eficiente e segura, além de informar o
ponto ótimo para coleta da oleína.

Os dados obtidos serão armazenados em um banco de dados e


apresentados em um DashBoard online, onde a equipe de instalação terá acesso
para monitoração do volume, além de alertas de volume máximo para coleta.

Cada ponto de coleta terá seu número de identificação individual, logo, as


informações estarão separadas por clientes. Os componentes que farão parte
do protótipo são os seguintes:

2.1 MICROCONTROLADOR

O Arduino é uma plataforma para prototipagem eletrônica de hardware


livre que foi desenvolvida na Itália. Existem vários modelos de placas Arduino
fornecida atualmente no mercado, cada uma varia conforme a demanda de
portas para utilização de sensores e quantidade de memória disponível para
rodar a programação. A linguagem de programação que é utilizada é a
mundialmente conhecida C++. Sendo a placa mais conhecida para
desenvolvimento de projetos e com diversos sensores desenvolvidos pela
própria empresa criadora do Arduino e com sensores criados também por
empresas terceiras, esta pode parecer a melhor opção para controlar os
sensores deste projeto.
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Figura 2 – MICROCONTROLADOR ARDUINO UNO

2.2 RTC DS1302

Para obter data e hora local é necessário a utilização do modulo RTC


DS1302 (figura 3), este modulo é um Real Time Clock (relógio de tempo real) ele
é capaz de fornecer informações de data, hora, minutos, segundos.

Figura 3 -RTC DS1302

2.3 ATUADOR PNEUMATICO

Atuador pneumático é um dispositivo que utiliza ar comprimido para


realizar movimentos e/ou força. Estes atuadores transformam forças sinérgicas
em forças mecânicas. Os atuadores pneumáticos são subdivididos em duas
classes: lineares e rotativos. Dispositivos lineares são atuadores que transforma
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energia pneumática em trabalho mecânico linear, já os atuadores rotativos são


atuadores que conseguem converter energia gerada pelo ar comprimido em
energia mecânica do tipo rotacional, a rotação pode variar de 90º, 180º ou 360º.
Um atuador pneumático é uma solução muito utilizada na automação por ser
dispositivos baratos e de fácil utilização comparado com atuadores elétricos ou
hidráulicos. O atuador utilizado para o projeto é do fabricante MGA com bloco de
válvula esfera de 1/2” BSP (figura 4 e 5).

Figura 4 – Atuador Pneumático

Figura 5 – Atuador Pneumático

2.4 MODULO DE RELÉ

O acionamento da válvula solenoide que controla a abertura e o


fechamento da válvula esfera acionada pelo atuador pneumático é realizado com
o acionamento do relé que controla cargas de até 30 V DC e 10 A (figura 6).
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Figura 6 – Relé 1 canal

2.5 MEDIDOR DE NIVEL SEM CONTATO

Para identificar o nível máximo de oleína no recipiente utilizaremos o


sensor XKC-Y25-PNP (figura 8). Sensor é um dispositivo de captação capacitiva
puramente eletrônico, este dispositivo é dotado de um sistema veloz capaz de
detectar de forma rápida e eficiente os níveis de um recipiente. Por ser um sensor
sem contato o recipiente pode estar sempre fechado e vedado para não ter
entrada ou saída de outros materiais. Sensor possui alimentação de 5 V DC a
24 V DC, o sensor possui proteção IP67, é a prova de poeira e imersão em agua
durante 30 minutos a 1 metro de profundidade.

Figura 7 - Sensor de nível


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3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

3.1 CONTROLE DE DATA E HORA

O micro controlador que gerencia todo o sistema de monitoramento da


central, terá a informação de datas e horas atualizadas onde será identificada a
data e hora correta para iniciar o processo drenagem, abaixo segue trecho do
sketch:

Figura 8 - Sketch data e hora

4.2 ACIONAMENTO DO ATUADOR PNEUMÁTICO

Para realizar o acionamento do atuador pneumático será utilizado a


referência de data e hora mostrado acima quando for atingido os parâmetros
necessários para acionamento será enviado sinal para o relé acionar a válvula
solenoide e acionar o atuador pneumático.
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Figura 9 - Sketch Acionamento atuador pneumático

3.2 DRENAGEM AUTOMATICA

Para realizar a drenagem automática o processo será realizado em


tempos pré-determinados podendo variar de cliente para cliente conforme
avaliação previa do setor de manutenção e instalação. Contudo o tempo de
drenagem fica fixado em 15 segundos por processo de drenagem para que
possamos ter controle de todo o processo.

O horário escolhido para a drenagem será de acordo com o menor


movimento e consumo próximo da central de GLP para que não haja
interferência exterior no processo de drenagem. A seguir está demonstrado na
figura 10 o sistema de ligação do atuador com o sistema de dreno
Figura 10 - Interligação dreno automático
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4 INSTALAÇÃO

Para utilização do sistema de drenagem automática será utilizado um


microprocessador Arduino Uno interligado com os sensores de nível de liquido a
fim de verificar o volume ocupado pela oleína no recipiente que deverá ser
coletado, um sensor RTC para controlar o tempo de abertura da válvula que
deverá enviar os comandos para o módulo RELÉ que por sua vez deve enviar o
sinal para o atuador pneumático com comando elétrico para permitir a passagem
da oleína ao recipiente, ao final dos 15 segundos previamente programados o
sensor RTC envia novamente o sinal para o modulo RELÉ fechar o atuador
pneumático. Na figura 11 é ilustrado a montagem dos componentes elétricos.
Figura 11 - Esquema elétrico
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5 CONCLUSÃO

Com o desenvolvimento deste sistema é possível coletar a oleína de


forma segura, impedindo de ser descartada em ambiente externo sem controle
e realizar a destinação correta nas bases de operação da companhia. Além de
manter sempre todos os sistemas livre deste subproduto que interfere
diretamente no funcionamento de equipamentos, podendo gerar quebras
prematuras e falha de operação no cliente. Portanto com um simples sistema de
gerenciamento remoto será possível preservar o meio ambiente e aumentar a
vida útil dos equipamentos da Ultragaz.

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