O documento analisa a dualidade entre a vida e morte representada no personagem Juvêncio Nava do livro "Vidas Secas" de Graciliano Ramos. Juvêncio sabia que estava destinado a morrer, mas ansiava viver uma vida que já não tinha mais. Ele viveu fugindo do medo por muitos anos até que é finalmente morto a tiros, apelando misericórdia até o fim.
Descrição original:
Análise filosófica e literária do conto ''Diga a eles que não me matem'', Juan Rulfo.
Título original
Diga a eles que não me matem - Comentário literário - Caio
O documento analisa a dualidade entre a vida e morte representada no personagem Juvêncio Nava do livro "Vidas Secas" de Graciliano Ramos. Juvêncio sabia que estava destinado a morrer, mas ansiava viver uma vida que já não tinha mais. Ele viveu fugindo do medo por muitos anos até que é finalmente morto a tiros, apelando misericórdia até o fim.
O documento analisa a dualidade entre a vida e morte representada no personagem Juvêncio Nava do livro "Vidas Secas" de Graciliano Ramos. Juvêncio sabia que estava destinado a morrer, mas ansiava viver uma vida que já não tinha mais. Ele viveu fugindo do medo por muitos anos até que é finalmente morto a tiros, apelando misericórdia até o fim.
Em Paris é uma festa, livro de Ernest Hemingway, no capítulo ‘’O
homem marcado para morrer’’, observa-se uma dualidade. Hemingway caracteriza o poeta Ernest Walsh com um ‘’ar de marcado para morrer’’, devido a tuberculose que afligia Walsh e não deixava se passar despercebida. Ao mesmo tempo, Walsh afirma que Hemingway está marcado para viver, por não ter problema algum. Ao pensar na dualidade, é possível dizer que Juvêncio Nava estava marcado para morrer. O mesmo já sabia disso, porém ao pairar o ar de morte sobre ele, mais que nunca desejou que pudesse viver. Não tinha mais vontade de nada, mas tinha vontade de viver. Vontade de viver uma vida que não tinha mais, já que passou a maior parte do restante de sua vida fugindo para ‘’preservar a sua vida’’. ‘’Não foi um ano nem dois. Foi a vida toda’’. E para isso teve que se abdicar de tudo que tinha, até de sua mulher. O medo é um dos instintos mais básicos do ser humano. Sente-se o medo por uma questão de proteção. E durante o texto corrido, do início ao fim, nota-se que Juvêncio é movido pelo medo. A religião é algo ligado a emoção, especificamente ao medo. E ao necessitar de proteção, Juvêncio pendura-se no divino, faz apelações de misericórdia. ‘’Diga a eles que não me matem, Justino! [...] Diga que o faça pela caridade de Deus’’. E ao final: ‘’[...] Deixa que, pelo menos, o Senhor me perdoe. Não me mates! Diga que não me matem!’’. A essas últimas palavras, após anestesiado, Juvêncio Nava morre de ‘’tanto tiro de misericórdia que o deram’’.
Caio Felipe Pascoal dos Santos – Letras UNITAU 2º Semestre – Teoria Literária