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A carta escrita por Pero Vaz de Caminha, ou a carta de Pero Vaz de Caminha, é o

primeiro documento registrado na história do Brasil. Considerado também como a


primeira obra literária, Pero Vaz buscou contar ao Rei de Portugal, de maneira
descritiva, a ‘‘descoberta’’ da terra de Vera Cruz.
 
Vale ressaltar que, descoberta em aspas, pois essa é uma ideia eurocêntrica. A terra
já existia, e o que de fato os Portugueses fizeram, foi aproveitar e explorar. 

Apesar de ser uma carta descritiva, segundas intenções não deixaram de ser
percebidas nos escritos. Os exacerbados elogios pela natureza da terra e as
descrições do povos que lá haviam, já denotava o interesse no sentido dos verbos
dantes citados, de aproveitar e explorar.
 
Gonçalves Dias em canção do exílio, como que falando com Pero Vaz, escreve:

‘‘Nosso céu tem mais estrelas, 


Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores.’’ 

‘‘Minha terra tem mais, minha terra tem mais’’. O que Gonçalves escreveu em
poesia, Pero Vaz fez em prosa. Porém, como que concordando, o escriba compara
as qualidades da terra brasileira como superiores às de Portugal, e nem as mulheres
escapam da comparação.  
O que ademais pode ser percebido é uma possível tentativa de romantização dos
indígenas por parte dos portugueses. Primeiro o deslumbramento com os corpos, os
costumes e etc., e após a intenção de exploração a partir disso.  

‘‘Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas.’’ Foi esta uma
das primeiras descrições dadas. ‘‘Uma vergonha que não possuía vergonha’’
(escreve André ao explicar as ambiguidades presentes na carta). Após, podemos
acompanhar também o momento em que Caminha fala da tamanha inocência que
os indígenas tinham, e o quão seria fácil a catequização - ou dominação - desses
povos. 
 
 

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