Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sumário
1 Introdução 1
1.1 Convenções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Tensão e deformação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 Hipóteses básicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2 Deslocamentos Unitários 4
2.1 Aplicação a estruturas hiperestáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
4 Vigas contı́nuas 9
4.1 Discretização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4.2 Superposição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4.3 Exemplo: Carga concentrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4.4 Exemplo: Carga Distribuı́da . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1 Introdução
A análise de estruturas mecânicas complexas, bastante comuns em engenharia mecânica,
exige uma grande quantidade de cálculos, e consequentemente, o uso de computadores.
Entretanto, a resolução numérica de problemas exige uma metodologia que defina de forma
automática as etapas de solução, sendo a forma matricial particularmente adequada.
1
O método dos deslocamentos (também chamado de método da rigidez) é o mais utili-
zado para a análise numérica de estruturas, e quando formulado matricialmente é bastante
adequado à programação.
Pelo método dos deslocamentos, a incógnitas são os deslocamentos das juntas da es-
trutura, e todo o esforço é dirigido para determiná-los em primeira instância. As forças,
reações e tensões serão obtidas “a posteriori”. As juntas de uma estrutura são definidas
como os pontos onde dois ou mais membros se cruzam, os pontos de apoio e as extremi-
dades livres de qualquer membro projetado.
Uma ressalva importante é que o método pode gerar um sistemas de equações line-
ares simultâneas com um grande número de incógnitas. Obviamente isto representa um
obstáculo à solução manual do problema, mas viável para a maioria dos computadores
pessoais que todo e qualquer engenheiro tem obrigação de conhecer.
Outra ressalva é que a formulação matricial automática normalmente introduz uma
aproximação na solução do problema quando há carregamentos distribuı́dos. Deve-se
considerar cuidadosamente esta aproximação na análise dos resultados.
O método dos deslocamentos coincide com a formulação direta do método dos elemen-
tos finitos para vigas submetidas a flexão.
1.1 Convenções
Nomenclatura: Adota-se aqui a notação indicial, onde as coordenadas são numeradas
como (x1 , x2 , x3 ) ao invés de (x, y, z). Os vetores unitários de cada eixo são dados por
(e1 , e2 , e3 ).
Os ı́ndices em grandezas vetoriais (força, deslocamento, pressão, momento, etc.) ou
tensoriais (tensão, deformação) representam a direções coordenadas. Exemplificando, Fi
é a componente na direção i de uma grandeza vetorial.
Sinais: O sinal das forças e deslocamentos é dado pelo sentido dos eixos coordenados.
O sinal dos momentos e rotações é dado pela regra da mão direita:
e1 e2 e3
M = x × F = x1 x2 x3 (1)
F1 F2 F3
= (x2 F3 − x3 F2 ) e1 + (x3 F1 − x1 F3 ) e2 + (x1 F2 − x2 F1 ) e3
M3 = x 1 F 2 − x 2 F 1 (2)
e a regra pode ser simplificada como momentos positivos no sentido anti-horário, negativos
no sentido horário.
2
1.2 Tensão e deformação
Considera-se aqui o seguinte tensor para as tensões de Cauchy:
σ11 σ12 σ13
σ = σ21
σ22 σ23
σ31 σ32 σ33
Desta forma, dispensa-se o uso de sı́mbolos diferentes para tensões e deformações cisa-
lhantes.
• pequenos deslocamentos
As duas primeiras hipóteses nos garantem que as equações são lineares, e o princı́pio
da superposição dos efeitos é válido. A terceira hipótese simplifica a análise excluindo os
efeitos de tração e compressão simples.
A hipótese de pequenos deslocamentos simplifica bastante a análise de qualquer pro-
blema de mecânica dos sólidos. Em primeiro lugar, pode-se usar a versão infinitesimal do
tensor de deformações,
1 ∂ui ∂uj
εij = + (3)
2 ∂xj ∂xi
ao invés da formulação mais complexa que inclui termos não-lineares
1 ∂ui ∂uj ∂u1 ∂u1 ∂u2 ∂u2 ∂u3 ∂u3
Eij = + + + + . (4)
2 ∂xj ∂xi ∂xi ∂xj ∂xi ∂xj ∂xi ∂xj
Além disto, a hipótese dos pequenos deslocamentos simplifica sobremaneira a definição do
carregamento. Considera-se que as cargas estejam aplicadas na configuração indeformada,
e que as superfı́cies de aplicação da carga não se alterem. Estes efeitos não-lineares
começam a ser significativos quando a deflexão atinge cerca de 10% da altura da viga.
3
A consideração da barra longitudinalmente rı́gida deve ser analisada cuidadosamente.
Em vigas longas, os efeitos longitudinais são realmente muito pequenos, mas em vigas
curtas são consideráveis. Outro fator bastante importante é que deve-se considerar a
transmissão integral das forças e deslocamentos longitudinais através da viga.
A hipótese de vigas sem deformações de cisalhamento, isto é, toda a deformação deve-
se ao momento fletor, é válida caso o momento fletor seja muito maior que o esforço
cortante, hipótese que é válida para vigas longas ou longe dos apoios. Caso contrário,
deve-se usar uma teoria de viga mais avançada, como as de Jourawski, Timoshenko ou
Saint Venant, ou mesmo a elasticidade.
O princı́pio da superposição dos efeitos estabelece que a soma das soluções para dois
carregamentos diferentes é a solução para a soma dos carregamentos, dado que a vin-
culação seja compatı́vel. Com isto, torna-se possı́vel analisar-se problemas com carrega-
mentos complexos como sendo a soma de problemas simples. Como exemplo, podemos
analisar os carregamentos separadamente no caso da viga mostrada na figura 1.
B
A C
+
C
Figura 1: Superposição de efeitos: o apoio pode ser substituı́do por uma força que cause
deslocamento nulo em B.
2 Deslocamentos Unitários
Estuda-se agora as reações de vigas sujeitas a deslocamentos unitários. Estudamos quatro
situações básicas (fig. 2).As duas primeiras correspondem a deslocamentos unitários sem
rotação de cada extremidade, e as outras a rotações unitárias sem deslocamentos.
Calculando as forças necessária para manter a viga nestas configurações, chegamos aos
seguintes resultados:
Caso A: determina-se o carregamento aplicado na extremidade direita da viga para
4
1 1
A B A 1 B
resolve-se através das fórmulas básicas de vigas; aplica-se um momento desconhecido M3B
e uma carga desconhecida F2B e identifica-se os deslocamento para este carregamento.
Somando os dois carregamentos, podemos calcular os campos de deslocamento e rotação
através da integração direta.
V2 = F2B (6)
M3 = (L − x1 ) F2B + M3B
x21
1 1
Z
φ= M dx = Lx1 − F2B + M3B x1
EI EI 2
2
x1 x31 x21
1 1
Z
u2 = φ dx = L − F2B + M3B
EI EI 2 6 2
Pode-se agora calcular F2B e M3B para que o deslocamento seja unitário e a rotação
nula:
φ3B = 0
(7)
u2B = 0
L2
F + LM3B = 0
2 2B
L3 2 (8)
F + L2 M3B = 1EI
3 2B
Resolvendo-se as equações simultâneas (8) (por substituição, por exemplo), tira-se da
segunda equação que
2EI 2L
M3B = 2 − F2B (9)
L 3
que substituı́do na primeira nos dá
L2
2EI 2L
F2B + L − F2B = 0 (10)
2 L2 3
5
12EI
F2B = (11)
L3
2EI 2L 12EI 6EI
M3B = 2 − = − (12)
L 3 L3 L2
ou seja, para se conseguir um deslocamento unitário para cima sem rotação em B, deve se
aplicar uma força de 12EI
L3
para cima e um momento no sentido horário de 6EIL2
. As reações
de apoio em A são facilmente calculadas como
12EI 6EI
F2A = − 3
e M3A = − 2 (13)
L L
Para uma rotação unitária em B, podemos utilizar a mesma metodologia acima. Re-
aproveitamos a equação 8 mutatis mutandi
L2
F + LM3B = 1EI
2 2B
L3 2 (14)
F + L2 M3B = 0
3 2B
F2A = − 12EI
u 2A = 0 L3
M3A = − 6EI
φ3A = 0
⇐⇒ L2 (15)
12EI
u 2B = 1
F 2B = L 3
F2A = 6EI
u2A = 0 L2
M3A = 2EI
φ3A = 0
⇐⇒ L (16)
6EI
u 2B = 0
F 2B = − L 2
F2A = 12EI
u2A = 1 L3
M3A = 6EI
φ3A = 0
⇐⇒ L2 (17)
12EI
u 2B = 0
F 2B = − L 3
F2A = 6EI
u2A = 0 L2
M3A = 4EI
φ3A = 1
⇐⇒ L (18)
u2B = 0
F2B = − 6EI L 2
6
2.1 Aplicação a estruturas hiperestáticas
A aplicação mais tradicional do método dos deslocamento é para o cálculo de estruturas
hiperestáticas, onde a reação redundante não pode ser obtida pela Estática. A metodolo-
gia consiste na aplicação da superposição de efeitos; utiliza-se as funções de deslocamento
unitário para modificar um resultado conhecido de estática ou hiperestática.
Sabe-se as respostas de vigas completamente engastada (fig. 3) que são reações PA =
2
PB = qL 2
e MA = −MB = qL 12
para o caso de carga distribuı́da e PA = PB = P2 e
MA = −MB = P8L para carga concentrada no meio da viga. Para um caso de vigas menos
engastadas que esta, pode-se completar com a resposta de um deslocamento unitário.
Seja, por exemplo, a viga considerada na figura 4. Podemos considerar a viga abaixo,
com uma das extremidades engastada e a outra rotulada através da superposição de duas
soluções: uma viga biengastada somada com um deslocamento de rotação desconhecido.
B
A
7
Para casos de muitos apoios indeterminados, utiliza-se a mesma metodologia; a dife-
rença é que resulta um sistema de equações algébricas. Para estes casos, utilizaremos o
método matricial descrito na próxima seção.
chamada de matriz de rigidez. Desta forma, podemos obter os resultados acima através
da operação
Ku = f (20)
onde K é a matriz 4 × 4 de rigidez, u é o vetor de deslocamentos
u2A
φ3A
u2B
(21)
φ3B
e f é o vetor de forças
F2A
M3A
F2B . (22)
M3B
Se, por exemplo, quisermos obter as forças para obter um deslocamento unitário em B,
podemos e fazer a operação
12 6
12EI
L2 L
− L122 L6 0 − L3
6
EI L
4 6
− L 2 0 − 6EI
L2
12 6 12 6 = 12EI (23)
L − L2 − L L2 − L 1 L3
6
L
2 − L6 4 0 − 6EI
L2
8
Se o caso for obter as forças para um deslocamento não unitário, o procedimento é o
mesmo. Para o caso de uma viga engastada em uma extremidade e com deflexão de w e
rotação de θ na outra, podemos calcular as forças como
12 6
− L122 L6
L2 L
0 −6 (2w − θL)
EI 6 6
L 12 4 6 − 2 0 = EI −2L (3w − θL) .
L (24)
12 6
L − L2 − L L2 −L w L3 6 (2w − θL)
6
L
2 − L6 4 θ −2L (3w − 2θL)
É importante ressaltar neste caso que se as reações de apoio não forem necessárias, po-
demos simplesmente eliminar as linhas e colunas relativas ao(s) apoios trabalhar com o
sistema reduzido. No caso acima, a solução seria simplesmente
EI L122 − L6
w EI 6 (2w − θL)
= 3 (25)
L − L6 4 θ L −2L (3w − 2θL)
Novamente podemos verificar que quanto mais engastada a viga, menos computação
é necessária para a determinação dos deslocamentos.
4 Vigas contı́nuas
A análise com acima se aplica apenas a vigas com carregamentos e vı́nculos apenas nas
extremidades. Para casos mais complexos, divide-se a análise em vários trechos de viga,
cada um deles chamado de um elemento de viga. Define-se um elemento de viga (fig. 5)
como um trecho entre dois pontos, chamados nós, e propriedades constantes: módulo de
Young E, momento de inércia da seção transversal em relação ao eixo x2 I e comprimento
L. As variáveis a serem determinadas são os deslocamentos (deflexões e rotações) nos nós.
9
x3,u 3
nó 1 nó 2
x1,u 1
4.1 Discretização
Define-se discretização de uma estrutura a passagem de um sistema contı́nuo, onde as
incógnitas são funções contı́nuas definidas em toda a estrutura, para um sistema discreto,
onde as incógnitas são alguns parâmetros que representam o comportamento da estru-
tura. Neste caso, ao invés de determinarmos uma função que represente as deflexões e as
rotações da viga, determinaremos estas variáveis em apenas alguns pontos, aproximando
o comportamento entre estes pontos com funções conhecidas.
A lógica para a divisão da viga contı́nua em elementos é simples; basta colocarmos nós
em todas as cargas concentradas, incluindo os apoios. No caso de cargas distribuı́das, há
duas possibilidades. A primeira consiste em rededuzir a matriz de rigidez considerando
a carga distribuı́da, e a outra é aproximar a carga distribuı́da por cargas nodais concen-
tradas em cada elemento. Para uma carga uniformemente distribuı́da, deve-se utilizar a
decomposição mostrada na figura 6. O resultado não é exato ao longo da viga, embora
os deslocamentos sejam exatos nos nós se houver pelo menos dois elementos ao longo do
carregamento.
qL/2 qL/2
ql2/12 -ql2/12
L L
4.2 Superposição
Uma vez determinada a divisão das peças em elementos, procede-se a montagem de uma
matriz global de rigidez somando as matrizes de cada um dos elementos. Esta soma leva
10
em consideração cada um dos graus de liberdade da estrutura, isto é, a matriz global de
rigidez relaciona o carregamento aplicado em todos os nós para produzir cada um dos
deslocamentos unitários.
A montagem desta matriz global de rigidez segue os seguintes passos:
11
e os vetores de deslocamentos e cargas
u 2m
P2m
φ M3m
(I) 3m
u = e f (I) = . (31)
u2n
P2n
φ3n M3n
• Determina-se agora a posição que cada termo da matriz do elemento deve ser somado
na matriz global, identificando-se as linhas e colunas das forças e deslocamentos
(I) (I)
nodais. Sabendo-se que o termo Kij representa a contribuição da carga fi no
(I)
deslocamento ui , cuja posição na matriz global pode ser identificada em u e f .
Procede-se esta soma (a superposição) para cada matriz de elemento.
2 1 3
12
Esta viga é discretizada com 4 nós; da esquerda para direita, o engaste, o ponto de
aplicação da força, o primeiro apoio e o segundo apoio. Três elementos são definidos entre
os nós.
Montamos agora as matrizes do primeiro elemento, cujo dados principais são o módulo
(1)
de elasticidade E, o comprimento L(1) = 2 e o momento de inércia I3 = I. Substituindo
estes dados na matriz de rigidez e nos vetores de carga e deslocamento de um elemento,
temos 12 6
− 12 6
22 2 22 2
EI 6 6
K(1) = 2 12 4 6 − 12
2
2 , (32)
2 − 22 − 2 22 − 62
6
2
2 − 62 4
3 3 −3 3
EI 3 4 −3 2
K(1) = . (33)
2 −3 −3 3 −3
3 2 −3 4
u 21
P 21
φ M
(1) 31 (1) 31
u = e f = . (34)
u32
P32
φ32 M32
13
A matriz global se monta a partir dos vetores globais de força e de deslocamento:
u21
P21
φ M
31 31
u P
22 22
φ32 M32
u= , f= (39)
u23
P23
φ33
M33
u P
34 24
φ34 M34
o que nos permite montar a matriz global de rigidez como uma matriz 8 × 8. Procedemos
então a soma das matrizes de cada elemento na matriz global.
(1)
Tomando como exemplo o primeiro elemento, sabemos que K11 é a contribuição de
(1)
u21 para P21 . Esta contribuição está em K11 da matriz global. De forma análoga, K12
(1) (1) (1) (1) (1)
é somado em K12 , K13 em K13 , K14 em K14 , K22 em K22 , K23 em K23 , K24 em K24 ,
(1) (1) (1)
K33 em K33 , K34 em K34 , K44 em K44 , e similarmente para o termos simétricos.
(1) (1) (1) (1)
K11 K12 K13 K14 0 0 0 0 u
21 P21
(1) (1) (1)
K22 K23 K24 0 0 0 0
φ
31
M 31
u P
(1) (1)
K33 K34 0 0 0 0 22
22
φ
M
(1) 32 = 32 (40)
K44 0 0 0 0
u P
23
23
0 0 0 0
φ33 M33
simétrico 0 0 0
u P
34
24
0 0
φ34 M34
0
(2)
Tomando o segundo elemento, sabemos que K11 é a contribuição de u22 para P22 .
(2)
Esta contribuição está em K33 da matriz global. De forma análoga, K12 é somado em
(2) (2) (2) (2) (2) (2)
K34 , K13 em K35 , K14 em K36 , K22 em K44 , K23 em K45 , K24 em K46 , K33 em K55 ,
(2) (2)
K34 em K56 , K44 em K66 , e similarmente para o termos simétricos.
K11 K12 K13 K14 0 0 0 0
K22 K23 K24 0 0 0 0
u 21
P21
(2) (2) (2) (2)
φ 31
M31
K33 + K11 K34 + K12 K13 K14 0 0 u
P22
22
(2) (2) (2)
K44 + K22 K23 K24 0 0
φ 32
M32
=
(2)
K33 + K11
(2) (2)
K34 0 0 u23 P23
φ
M33
(2) 33
simétrico K 44 0 0
u
P24
34
0 0
φ34 M34
0
(41)
14
(3)
No terceiro elemento, K11 é a contribuição de u33 para P33 . Esta contribuição está
(3) (3) (3) (3)
em K55 da matriz global. K12 é somado em K56 , K13 em K57 , K14 em K58 , K22 em
(3) (3) (3) (3) (3)
K66 , K23 em K67 , K24 em K68 , K33 em K77 , K34 em K78 , K44 em K88 , e similarmente
para o termos simétricos.
K11 K12 K13 K14 0 0 0 0
K K K 0 0 0 0 u 21 P21
22 23 24
K33 K34 K35 K46 0 0
φ31
M31
P22
u
K44 K45 K56 0 0 22
M32
φ32
(3) (3) (3) (3)
K55 + K11 K56 + K12 K13 K14
u23 P23 =
(3) (3) (3)
sim. K66 + K22 K23 K24
φ33
M33
u34 P24
(3) (3)
K33 K34
φ
M34
(3) 34
K44
(42)
A matriz global fica então
(1) (1) (1) (1)
K11 K12 K13 K14 0 0 0 0
(1) (1) (1)
K22 K23 K24 0 0 0 0
(1) (2) (1) (2) (2) (2)
K33 + K11 K34 + K12 K13 K14 0 0
(1) (2) (2) (2)
K 44 + K 22 K 23 K 24 0 0
(3) (43)
(2) (3) (2) (3) (3)
K33 + K11 K34 + K12 K13 K14
(2) (3) (3) (3)
simétrico K44 + K22 K23 K24
(3) (3)
K33 K34
(3)
K44
15
Substituindo os valores, escrevemos
3
+ 12 − 23 + 6 6
2
0
−3 + 6 2 + 4 2 0
K =EI 2 (46)
6 2 4 + 3 23
4
2 4
0 0 3 3
u22
P
φ32 0
u= , f= (47)
φ33
0
φ34 0
e resolvemos 27 9 −1
2 2
6 0 P
9 6 2 0 0
u= 2
EI 6 2 16 2 0 (48)
3 3
0 0 32 43 0
104
u22
5672
φ32
P − 27
= 4 (49)
φ33 EI − 21
2
φ34
21
Na prática, se o problema é resolvido manualmente, a montagem do sistema reduzido,
eq. (45) deve ser o primeiro passo, evitando-se o cálculo de termos desnecessários
1 1 2 2 3 3 4
16
Primeiro elemento:
l
L(1) = (51)
5
u21
P21
φ31 M31
(1) (1)
u = , f = (52)
u22
P22
φ32 M32
12 6 12 6
(l/5)2 l/5
− (l/5) 2 l/5
1500 150l −1500 150l
6 6
5EI
l/5
4 − l/5 2 EI
150l 20l2 −150l 10l2
K(1) = =
12 6 12 6
l − (l/5) − l/5 − l 3 −1500 −150l 1500 −150l
2 2 l/5
(l/5)
2 2
6
2 −6 4 150l 10l −150l 20l
l/5 l/5
(53)
Segundo e terceiro elementos:
2l
L(2) = (54)
5
u22
P22
φ32 M32
u(2) = , f (2) = (55)
u23 P23
φ33 M33
u23
P23
φ33 M
33
u(3) = , f (3) = (56)
u24
P24
φ34 M34
375 75
− 375 75
2 2
l 2 2
l
75
EI l 10l 2
− 75 l
5l 2
K(2) = 2
375 75 375
2
75 = K
(3)
(57)
l3 − 2 −2l 2
− 2
l
75
2
l 5l2 − 75
2
l 10l 2
17
sendo que os dois primeiros e os dois últimos são zero pelas condições de contorno, e são
automáticamente eliminados. Os vetores reduzidos são
u 22
P 22
φ32 M32
u= , f= (59)
u23
P23
φ33 M33
34
46875
l 7. 2533 × 10−4 l
ql3 52
9375
ql3 5. 5467 × 10−3
u= 68
= (65)
EI 46875
l EI 1. 4507 × 10−3 l
32
− 9375 −3. 4133 × 10−3
Se desejarmos determinar as reações nos apoios, podemos utilizar a matriz global de
rigidez ou as matrizes de cada elemento. No caso de apenas um elemento conectado ao
18
apoio, basta utilizar a matriz deste elemento. Por exemplo, as reações nos engastes são
calculadas através das forças no primeiro elemento com os deslocamentos.
As tensões na viga podem ser determinadas através dos momentos fletores nos nós.
Por exemplo, a máxima tensão normal no nó 1 vale
M31 c
σ11 = . (69)
I
• Admite-se que a viga é perfeitamente rı́gida axialmente, isto é, as deformações axiais
são desprezı́veis em relação às transversais.
19
Figura 9: Barra sob tração.
Px
l
20
e A
1 2 1 e 2
u x1 u x2
x u x1 u x
L x2
L
e A
1 2 1 e 2
u x1 u x2 x u x1
u x
L x2
L
pontos fundamentais da teoria de elementos finitos. Como ainda não foram introduzidos
os métodos energéticos, os conceitos de equilı́brio serão para a obtenção das equações
referentes a este elemento; esta formulação é chamada de formulação direta.
Considere a Figura 12, com as forças nodais do elemento de barra. A equação de
equilı́brio de forças na direção x fornece
P2 = −P1 . (70)
O estudo de barras sob carregamento axial realizado em Resistência dos Materiais
mostra que a equação constitutiva (equação tensão - deformação), para este caso, é a lei
de Hooke para tensões na sua forma mais simples (unidimensional), isto é,
σ x = E ǫx , (71)
onde σx é a tensão normal, E é o módulo de elasticidade e ǫx é a deformação axial, que é
dada em função do deslocamento axial u(x) ao longo do elemento por
d u (x)
. ǫx = (72)
dx
A equação deformação - deslocamento 72 pode ser reescrita considerando que a de-
formação ǫx é constante ao longo do elemento, como
∆L
, ǫx = (73)
L
onde ∆ L é a variação do comprimento do elemento, devido à ação das forças nodais.
Utilizando a definição dos deslocamentos nodais (graus de liberdade) u1 e u2 , pode-se
escrever a equação deformação-deslocamento em termos das variáveis nodais, isto é,
u 2 − u1
ǫx = . (74)
L
21
1 σ
A σ
x
A 2
x
P1 P2
L
Figura 13: Equilı́brio nos nós.
Note que, para um elemento de área de seção transversal constante esta expressão é
exata, o que implica que a tensão também é constante ao longo do elemento.
Considerando o equilı́brio nos nós 1 e 2, com auxı́lio da Figura 13, obtém-se, respec-
tivamente,
P1 = −E A ǫx (75)
P2 = E A ǫx , (76)
P1 = −E A ǫx (77)
P2 = E A ǫx , (78)
e
EA
P1 = − (u2 − u1 )
L
EA
P2 = (u2 − u1 )
L
que podem ser reescritas na forma matricial como
EA 1 −1 u1 P1
= .
L −1 1 u2 P2
22
x2 x1
x’2 θ
x’1
Figura 14: Sistemas de coordenadas local e global em uma viga inclinada em 2D.
23
A forma da matriz T pode ser deduzida da figura 14, e os deslocamentos no sistema
global pode ser escrito como
u11 cos θ sin θ 0 0 0 0
u1′ 1
u21 − sin θ cos θ 0 0 0 0 u2′ 1
φ31 0 0 1 0 0 0 φ3′ 1
=
u 12
0 0 0 cos θ sin θ 0
u1′ 2
u 0 0 0 − sin θ cos θ 0 u2′ 2
22
φ32 0 0 0 0 0 1 φ3′ 2
e as forças por
P11
cos θ sin θ 0 0 0 0
P1′ 1
P21 − sin θ cos θ 0 0 0 0 P2′ 1
M31 0 0 1 0 0 0 M3′ 1
= .
P12
0 0 0 cos θ sin θ 0
P1′ 2
P 0 0 0 − sin θ cos θ 0 P2′ 2
22
M32 0 0 0 0 0 1 M3′ 2
A relação entre as matrizes de rigidez nos dois sistemas é obtida através da relação
Ku = f
KTu′ = Tf ′
TT KTu′ = TT Tf ′
TT KTu′ = f ′
K′ = TT KT
K′ u′ = f ′ .
π
Para o caso especı́fico de membros na vertical, θ= 2
e
0 1 0 0 0 0
−1 0 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0
T =
0
0 0 0 1 0
0 0 0 −1 0 0
0 0 0 0 0 1
24
e consequentemente :
(I) (I) (I) (I)
12E (I) I3 6E (I) I3 12E (I) I3 6E (I) I3
3 0 − 2 − 3 0 − 2
(L(I) ) (L(I) ) (L(I) ) (L(I) )
EA(I) EA(I) u1′ 1 P1′ 1
0 0 0 − 0
L(I) L(I)
6E (I) I3(I) (I) (I) (I) u2′ 1 P2′ 1
4E (I) I3 6E (I) I3 2E (I) I3
− (I) 2 0 0
(I) 2 L(I)
(L ) L (L(I) ) φ3′ 1 M3′ 1
=
12E (I) I (I) (I) (I) (I)
6E (I) I3 12E (I) I3 6E (I) I3 u1′ 2 P1′ 2
− 3
3 0 2 3 0 2
(L )(I)
(L )
(I)
(L )
(I)
( L(I) )
u2′ 2 P2′ 2
(I)
EA(I)
− EA
0
L(I)
0 0 L(I)
0
φ3′ 2
M3′ 2
6E (I) I (I) 2E (I) I (I) (I)
6E (I) I3 4E (I) I3
(I)
− (I) 32 0 L (I)
3
2 0 L(I)
(L ) (L(I) )
A matriz K′ pode ser simplificada novamente caso não se considere as tensões axiais
12 −6L(I) −12 −6L(I)
2 u1′ 1 P1′ 1
(I) 2
E (I) I3 −6L(I) 4 L(I)
6L(I) 2 L(I) φ3′ 1
M3′ 1
=
3
(L(I) ) −12 6L(I) 12 6L(I) u1′ 2 P1′ 2
2 2
−6L(I) 2 L(I) (I) (I) φ M
6L 4 L 3′ 2 3′ 2
5.3 Exemplo 1
Determinaremos os deslocamentos e rotações nas curvas e extremidades da tubulação
representada abaixo, através do método dos deslocamentos. O material é o mesmo em
todos os tubos, mas o momento de inércia do tubo 1 é duas vezes maior que dos outros.
200kN
1 1 2
2 1m
100kN 3 4
3
3m 1,5m
25
liberdade nodais:
u11
P11
u21 P21
φ31 M31
u12 P12
u22 P22
φ32 M32
u= , f= (80)
u13
P13
u23 P23
φ33 M33
u14 P14
u24 P24
φ34 M34
dos quais as condições de contorno eliminam {u11 , u21 , φ31 , u24 }. Além disto, a condição
de rigidez axial infinita nos permite igualar os graus de liberdade axiais do dois lados de
cada viga. Desta forma, podemos afirmar que u11 = u12 = 0, u22 = u23 , u13 = u14 . Os
graus de liberdade que sobram são:
u22 = u23
φ32
u = u 13 = u 14
(81)
φ33
φ34
u12
P12
φ32 M32
(2) (2)
u = , f = (83)
u13
P13
φ33 M33
u23
P23
φ M
(3) 33 (3) 33
u = , f = (84)
u24
P24
φ34 M34
26
Identificando o grau de liberdade de cada termo das matrizes dos elementos, montamos
os termos necessários da matriz global.
(1) (3) (1) (3) (3)
K33 + K11 K34 0 K12 K14
u22 = u23
(1) (2) (2) (2)
K44 + K22 K23 K24 0
φ32
(2) (2)
K33 K34 0 u13 = u14 (85)
(2) (3) (3) φ33
K44 + K22 K24
K
(3) φ34
44
Calculamos agora estes termos,
12 6L(1) −12 6L(1)
(1) 2 2
(1) E (1) I3 6L(1) 4 L(1) −6L(1) 2 L(1)
K = , (86)
3 −12 −6L(1) 12 −6L(1)
(L(1) ) 2 2
6L(1) 2 L(1) −6L(1) 4 L(1)
27
12 6L(3) −12 6L(3)
(3) 2 2
E (3) I3 6L(3) 4 L(3) −6L(3) 2 L(3)
K(3) = , (89)
(3)
(L )
3 −12 −6L(3) 12 −6L(3)
2 2
6L(3) 2 L(3) −6L(3) 4 L(3)
8 32
− 43 0 83 8
+
9 9 3
− 34 8
3
+4 6 2 0
K = EI
0 6 12 6 0 = EI .
(92)
8 8 4
3
2 6 4+ 3 3
8
3
0 0 43 8
3
28
podemos resolver para os deslocamentos:
40
−1
− 43 8 8
− 825
9
0 3 3
−200 4
− 43 20
6 2 0 0 −75
1
0
3 1 125
u= 6 12 6 0 100 =
EI 6
(94)
EI 8 20 4
3
2 6 3 3
0 50
8 4 8 725
3
0 0 3 3
0 4
u22 = u23 −206. 25
φ32 −75.0
1
u=
φ33 =
EI 20. 833
(95)
u13 = u14 50.0
φ34 181. 25
Pode-se então calcular-se as forças e momentos nodais e as reações nos apoios através
das matrizes locais.
5.4 Exemplo 2
Determinaremos as tensões no ramais de tubulação mostrada na figura 16, feito de aço com
tensão de escoamento de 245M P a, módulo de Young de 210GP a, coeficiente de Poisson
de 0, 285, massa especı́fica de 7850kg/m3 e coeficiente de dilatação de 11, 7µε/◦ C. Os
tubos têm diâmetro externo de 50mm e espessura de parede de 3mm. Os tubos contém
água e os cotovelos são muito mais rı́gidos que os tubos. Consideraremos o peso do fluido
e do próprio tubo como o carregamento.
A
2 3
1,5m
1
2,3m
2,3m
A’
2,3m
29
3 3 2 3
2 4
1 1
1
2
1,15m
q = qt + qf = −49.028N/m . (98)
Nos segmentos horizontais, o carregamento é de flexão, e deve ser substituı́do por cargas
concentradas equivalentes. Calculamos estas cargas da seguinte maneira. No elemento 1,
a carga é transformada como
qL(1) 2.3
P21
2
− 2 −56. 382
qL(1)2 2.32
M − − −21. 613
(1) 31 12 12
f = = = 49.028 = (99)
P22 qL (1)
− 2.3
2 −56. 382
2
2.32
M32 qL(1)2 21. 613
12 12
e no elemento 3,
− 1.15
P23 2 −28. 191
2
− 1.15
M33 −5. 4033
f (3) = 12
= 49.028 1.15 = (100)
P24
− 2
−28. 191
M34
1.152
5. 4033
12
É óbvio que no elemento 2 a carga é axial, e consequentemente será integrada como uma
carga vertical concentrada no nó 2, cujo valor é P22 = qL(2) = −73.542N .
30
De forma similar ao problema anterior, listamos agora todos os graus de liberdade do
modelo completo, e eliminamos os que tem restrição,
u 11
P11
u P
21 21
φ M
31 31
u12
P12
u P
22 22
φ32 M32
u= , f= (101)
u13
P13
u23 P23
φ33
M33
u P
14 14
u24 P24
φ34 M34
31
u12
P12
φ32 M32
u(2) = , f (2) = (106)
u13
P13
φ33 M33
u23
P23
φ33 M33
u(3) = , f (3) = (107)
u24
P24
φ34 M34
32
7.8902 4.5369 −7.8902 4.5369
4.5369 3.4783 −4.5369 1.7391
K(3) = EI
−7.8902 −4.5369 7.8902 −4.5369
4.5369 1.7391 −4.5369 3.4783
Substituindo estes valores na matriz global resulta em
.98627 + 7.8902 −1.1342 4.5369 −7.8902
−1.1342 1.7391 + 2.6667 1.3333 0
K = EI 4.5369
(111)
1.3333 2.6667 + 3.4783 −4.5369
−7.8902 0 −4.5369 7.8902
8.8765 −1.1342 4.5369 −7.8902
−1.1342 4.4058 1.3333 0
= EI 4.5369
(112)
1.3333 6.145 −4.5369
−7.8902 0 −4.5369 7.8902
33
para determinar os deslocamentos como
u22 = u23 −270. 53 −.0 1049m
φ32 1 −70. 989
−2. 7526 × 10−3 rad
u = = =
8. 0081 × 10−4 rad .
(119)
φ33 25790.0 20. 653
u24 −262. 23 −1. 0168 × 10−2 m
Detemina-se agora os momentos em cada barra, para fins da determinação das tensões.
Substituindo a matriz de rigidez de cada elemento, pode-se calcular forças e momentos
nos nós de cada elemento.
No primeiro elemento,
0
0
(1)
u = (120)
−.0 1049
−2. 7526 × 10−3
34
u23
−.0 1049
φ33 8. 0081 × 10−4
u(3) = = . (127)
u24
−1. 0168 × 10−2
φ34 0
35
5.5 Exemplo 3
36