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SISTEMAS ESTRUTURAIS II

CURSO: Arquitetua e Urbanismo


6º PERÍODO (2022.2)
PROFª. Dra. GISELLY FARIAS
CASCAS

“ Não é a linha reta, dura e inflexível, feita pelo


homem, que me atrai. O que me chama a
atenção é a curva livre e sensual. A curva que
encontro nas montanhas do meu país, nas
margens dos seus rios, nas nuvens do céu e nas
ondas do mar. O universo está cheio de curvas,
Abóbadas da Igreja da Pampulha – um universo de Einstein...”
Belo Horizonte Oscar Niemeyer

CÚPULA - OCA IBIRAPUERA


São Paulo
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CASCAS
• Estruturas cujas superfícies curvas contínuas
apresentam pequena espessura, se
comparada às outras dimensões,
frequentemente utilizadas em grandes
coberturas e não permitindo esforços
pontuais.

• As cascas são estruturas muito utilizadas


para coberturas de grandes vãos sem apoios
intermediários. Em termos estruturais, são
eficientes por resistirem muito bem a
esforços de compressão, podendo, em
pontos específicos de sua superfície,
principalmente próximos aos apoios,
absorverem pequenos momentos de flexão.

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CASCAS

• O comportamento estrutural da casca é


dividido em duas parcelas: a teoria da
membrana e a teoria da flexão.
• Na primeira é considerado o mecanismo
resistente de membrana, que resulta em
solicitações por forças normais e
cisalhamento.
• Na segunda são consideradas as flexões,
que resulta na casca curva em
solicitações por momentos, esforços
normais, cortante e cisalhamento
longitudinal.

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CASCAS
• As cascas atuais tem seus primórdios nas eras
egípcias e assírias quando eram erigidas
estruturas em arcos e estruturas abobadadas,
utilizando alvenaria de pedra e tipos
rudimentares de concreto como material de
construção.
• Atualmente são utilizados modernos modelos
computacionais, como o método dos elementos
finitos, que auxiliam de sobremaneira o projeto
destas estruturas.
• As cascas tiveram grande evolução a partir do
início do século XX, com o aperfeiçoamento do
concreto armado - um material moldável e
muito resistente à compressão, à flexão e, de
certo modo, também à tração.

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CASCAS

• A introdução das modernas cascas deve-se a arquitetos e engenheiros como


Eugène Freyssinet, Bernardo Laffaielle, Pier Luigi Nervi, Eduardo Tarroja, Félix
Candela;
• Com o projeto da Igreja da Pampulha, Oscar Niemeyer é considerado como o
precursor das cascas no Brasil, tendo sob suas responsabilidades diversas outras
obras com o mesmo processo construtivo no País e no mundo.

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CASCAS

• As cascas conseguem resistir a grandes cargas de compressão distribuídas


uniformemente sobre sua superfície, no entanto, devido à sua pouca espessura,
tem pouca resistência à tração e não devem receber cargas concentradas.
• A carga distribuída superficialmente é representada pelo peso próprio da
estrutura, dos materiais de revestimento e da pressão do vento.
• No projeto das cascas deve-se ter uma especial atenção nas regiões dos apoios,
pois nestas regiões podem ocorrer solicitações de flexão significativas.
• Seu uso entrou em declínio devido aos altos custos de mão de obra, do concreto
e das fôrmas e escoramento que dificilmente poderiam ser reaproveitados em
outra obra similar.
• As cascas, por serem de pouca espessura, exigem constantes manutenções para
evitar infiltrações e outras patologias construtivas. A partir dos anos 80 do
século passado regressou a preferência por formas poligonais e por estruturas
tensionadas para coberturas de grandes vãos.

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CASCAS

• Exemplos

Restaurante Los Manantiales / Félix Candela Capela Bosjes / Steyn Studio

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MEMBRANAS

• As estruturas de membrana, usualmente denominadas


tensoestruturas, podem ser empregadas em vários tipos de
edificações.
• Devido a sua própria característica, elas possibilitam formas
superficiais infinitas, portanto, seus desenhos exigem
conhecimentos especiais e novas tecnologias de cálculo e
dimensionamento de suas peças constitutivas.

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MEMBRANAS

São sistemas construtivos formados principalmente pela membrana estrutural, a


qual ainda tem a função de vedar o ambiente a ser coberto. As membranas
estruturais comportam-se intuitivamente como folhas naturais flexíveis que
resistem às ações do vento, da chuva e outras intempéries, graças à sua forma, às
suas características físicas e ao seu pré-tracionamento interno.

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MEMBRANAS

• As membranas têxteis são utilizadas para coberturas e


fechamentos;
• Tanto em estruturas leves e de grande porte, como tendas,
estruturas de apoio aéreo, estádios e telhados.
• Sua utilização pode ser considerada sustentável, pois possibilita a
execução de estruturas adaptáveis, flexíveis, leves, que fazem uso de
iluminação e ventilação naturais, e abertas.

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MEMBRANAS

• Elas absorvem as cargas externas por esforços solicitantes normais


as seções transversais de tração ou compressão.
• O cabo tracionado (contido no plano), resistem as solicitações com
esforços de tração
• Não oferecem resistência à esforços de compressão ou flexão
• Quando esticadas, as membranas são solicitadas biaxialmente.

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MEMBRANAS

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PLACAS

Estruturas planas nas quais as cargas agem em planos diferentes da superfície


(normalmente perpendiculares);
• As placas (lajes) são aplicadas em pisos de edifícios e tabuleiros de pontes. O
estudo das estruturas laminares são realizados pela Teoria das Placas, Teoria das
Chapas e Teoria das Cascas, que são resultantes de simplificações convenientes
e adequadas da Teoria da Elasticidade.

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PLACAS

• Assim como o elemento estrutural em edificações chamado laje, são elementos


estruturais que geometricamente podem ser aproximados por uma superfície
bidimensional e que trabalham predominantemente em flexão.

• Construtivamente são sólidos deformáveis nos quais existe uma superfície


média (que é a que se considera aproximada de uma placa ou lâmina), a qual se
adiciona uma certa espessura constante por cima e por baixo do plano médio.

• O fato de que esta espessura é pequena comparada com as dimensões da


lâmina e por sua vez pequena comparada com os raios de curvatura da
superfície, é o que permite reduzir o cálculo de placas e lâminas reais a
elementos idealizados bidimensionais.

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PLACAS

• Lajes são placas de concreto armado, normalmente horizontais e, nas estruturas


dos edifícios, responsáveis por receber as ações verticais permanentes ou
acidentais, atuantes nas estruturas dos pavimentos e das coberturas.

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PLACAS

• As cargas atuantes sobre a estrutura são


perpendiculares à laje, ocorrem devido ao peso dos
elementos da cobertura, paredes e parte da
estrutura (pilares, vigas, etc) imediatamente acima
da mesma, além é claro do peso próprio da laje.
• Os carregamentos transitórios de construção
também são atuantes durante esta etapa de
construção da obra em questão. Como exemplo
temos a passagem de operários, a presença de
materiais de construção sobre a laje (vide os blocos
de alvenaria sobre a laje), etc.
• Após o termino da obra e durante a utilização da
edificação, tem-se ainda a atuação de
carregamento variável devido a presença de
móveis e transeuntes pela estrutura da laje.

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PLACAS

O projeto estrutural das lajes é realizado baseado na Teoria das Placas.


• Devem ser avaliados criteriosamente:
• o dimensionamento à flexão simples: sob a condição mais desfavorável das ações, o
concreto simples e a armadura devem ser solicitados com a máxima tensão permitida,
e as suas deformações não podem ultrapassar certos limites máximos estabelecidos
por norma;
• o dimensionamento aos esforços cortantes: os esforços cortantes são provocados
pelas cargas verticais que atuam sobre a laje. Nesse dimensionamento deve-se
verificar se a altura da laje exigida para combater os esforços de flexão é suficiente
para dispensar a armadura transversal (que suporta os esforços cortantes);
• o estado de deformação: verifica-se se há a possibilidade da laje atingir um estado de
deformação excessiva. Leva-se em conta para isso a deformação elástica inicial, a
retração e a deformação lenta.
• Ainda, as prescrições das normas brasileiras, e mais especificamente da norma NBR-
6118 – Projeto e execução de obras de concreto armado, devem ser atendidadas.

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PLACAS

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