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Quando a Família Age por

Conta Própria

Antonio Vitor
Quando a Família Age por Conta Própria
Comentário lição 01
Estamos iniciando um novo trimestre de estudos com a revista Lições Bíblicas Adultos,
editada pela CPAD. Em sua primeira lição, aprenderemos, a partir do exemplo de Abrão e
Sarai, que as decisões sobre assuntos que envolvem o bem-estar da família não podem ser
tomadas no calor da emoção. A precipitação do casal no tocante à espera pelo cumprimento
da promessa divina com relação a quem seria o herdeiro de Abraão trouxe graves problemas
para toda a família. Quando o ser humano se precipita a respeito dos planos de Deus, as
consequências são desastrosas1.
O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um
subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no
decorrer desta maravilhosa lição.
DEUS FAZ PROMESSAS A ABRÃO
A chamada de Abrão tem um destaque especial no texto sagrado. Deus o convida a deixar a
sua terra e a sua parentela, a m de seguir em direção a outra terra incerta. Deus chamou a
Abrão pedindo que ele abdicasse de toda segurança do seu lar, a m de prosseguir ouvindo
apenas a chamada da fé que lhe foi cobrada.
O chamado de Abrão veio com uma promessa que, em primeira vista, parecia impossível de
ser cumprida: “[…] far-te-ei uma grande nação […] em ti serão benditas todas as famílias da
terra” (Gn 12.2,4). Entendemos, a partir daí, que Deus revelara a Abrão que ele possuiria
descendência, contudo, um detalhe precisa ser destacado aqui: Abrão e Sarai não possuíam
lhos.

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Deus não prometeu riquezas ou fama a Abrão; ao contrário, prometeu descendentes como as
estrelas no céu ou como os grãos de areia na praia (Gn 22.10) – numerosas demais para se
contar. Para apreciar o vasto número de estrelas espalhadas no céu, você precisa livrar-se de
qualquer distração. Apanhe um bocado de areia e tente contar os grãos – é simplesmente
impossível! Exatamente quando Abrão perdia as esperanças de ter um herdeiro, Deus lhe
prometeu um número de descendentes inimaginavel2.
Destaque
No texto de Gênesis 15.13-15, Deus revelou a Abrão o futuro de sua posteridade e ele deveria
transmitir essa mesma con ança à sua mulher, Sarai, mas não o fez como deveria. Porém
alguns fatos extraordinários aconteceram com Abrão e Sarai que os levaram a agir por conta
própria acerca da promessa. O tempo estava passando, e Sarai entendeu que deveria fazer
alguma coisa que contribuísse com o plano de Deus3.
INTERFERÊNCIA NO PLANO DE DEUS
Olhando para a história de Abrão, no período compreendido entre a promessa e o
cumprimento dessa promessa, perceberemos que ele cometeu o mesmo erro que muitos
cristãos no tempo presente cometem tentando antecipar o cumprimento do propósito divino
em suas vidas. Abrão e Sarai tentaram “ajudar” o Senhor a cumprir a sua promessa.
Entre o povo da Mesopotâmia, o costume, quando a esposa era estéril, era deixar que a sua
serva tivesse lhos com o esposo. Esses lhos eram considerados lhos legítimos daquela
esposa. Apesar de existir então esse costume, a tentativa de Abrão e Sarai de terem um lho
através da união de Abrão com Agar não teve a aprovação de Deus. O Novo Testamento fala
do lho de Agar como sendo o produto do esforço humano – “segundo a carne”, e não
“segundo o Espírito” (Gl 4.29). Segundo a carne, equivale ao planejamento puramente
carnal, humano, natural. Noutras palavras, nunca se deve tentar cumprir o propósito de Deus
usando métodos que não são segundo o Espírito, mas esperando com paciência no Senhor e
orando com fervor4.

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A decisão de trazer a serva Agar ao seio familiar na intenção de atender a uma necessidade
patriarcal, sobre a qual Deus já havia prometido solucionar, expressava alguns sinais de
incredulidade e in delidade para com a providência divina1.
O cristão quando passa a perder a fé nAquele quem prometeu, começa a querer antecipar
etapas necessárias em suas vidas. O momento compreendido entre a promessa e o seu
cumprimento era necessário a Abrão e Sarai, pois seria nele que Deus provaria a fé de ambos
na promessa proferida no chamado de Gênesis 12.
Destaque
Sarai entregou Agar a Abrão como esposa substituta, uma prática comum naquele tempo. A
mulher casada que não tivesse lhos era envergonhada pelas outras mulheres e costumava
entregar uma serva ao marido a m de produzir herdeiros. As crianças nascidas dos servos
eram consideradas lhos da esposa. Abrão agia de acordo com o costume da época, mas sua
atitude demonstrou falta de fé no cumprimento da promessa de Deus2.
Em consequência, emoções profundas e intensas no coração de cada participante estavam
emaranhadas com o problema de interpretar uma promessa divina por meio de providências
ilegais. Agar cou arrogante com sua senhora, e Sarai cou amarga e abusiva. Indo ao marido,
ela o acusou de privá-la dos direitos básicos de esposa e exigiu que tomasse uma atitude5.
AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA DECISÃO PRECIPITADA
As consequências ocorridas na família e na casa de Abrão, após a sua precipitada decisão de
antecipar o projeto divino, destaca bem o problema de querer tomar a dianteira de Deus ao
imaginar que poderemos, em algum momento, ajudar no cumprimento de uma promessa
Sua.

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Sarai buscou problemas para si quando deu Agar a Abrão. Assim como Abrão, Sarai teve
di culdade em crer na promessa de Deus que era direta e especi camente para ela e Abrão. A
sua falta de fé causou-lhe uma série de problemas, o que invariavelmente ocorre quando
alguém tenta passar à frente de Deus, com o intuito de fazer a promessa dEle se cumprir
através de esforços próprios, não alinhados com direções especí cas. Neste caso, o tempo foi a
maior prova para testar a disposição de Abrão e Sarai de permitir que Deus trabalhasse em suas
vidas2.
Precipitar-se em decisões no calor da emoção do momento, sempre gerará consequências
sérias que desestabilizam a vida do precipitado. Quando essas decisões acontecem no seio
familiar, elas acabam abalando as estruturas da família, podendo, inclusive, acarretar em
questões mais graves e difíceis de resolver.
Destaque
O embrolho familiar agravou a compreensão sobre os planos de Deus. Nesse sentido, em
primeiro lugar, é importante entender que o Senhor tem Seus próprios caminhos para
cumprir Seus desígnios (Pv 16.4). Muitas vezes, essa forma de Deus trabalhar é
completamente complexa e nebulosa à compreensão humana (1 Co 2.14). Diga-se de
passagem, o silêncio de Deus nessas ocasiões é uma forma de provar a fé de seus servos que
receberam a promessa (Sl 83.1). Em segundo lugar, é também importante destacar que as
promessas de Deus aos Seus servos não tem como objetivo principal atender às suas
necessidades materiais ou emocionais. Antes, a ideia central imbuída nas promessas divinas
implica em tornar o nome do Senhor conhecido e glori cado entre os homens. Persigamos o
desfrutar das promessas de Deus, sabendo que o tempo e os propósitos de Deus são melhores
do que os nossos1.
Esperando Jesus voltar hoje!
Pb. Antonio Vitor de Lima Borba

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Referências:
1 – Revista o Ensinador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, Ano 24, nº 93.
2 – Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
3 – CABRAL, Elienai. Relacionamentos em Família. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.
4 – STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
5 – LIVINGSTON, George Herbert et al. Comentário Bíblico Beacon. Rio de Janeiro:
CPAD, 2005.

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