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Introdução a Engenharia de

Controle e Automação

Prof. Esp. Sérgio Ricardo Pinheiro de Leão


Titulação
• Técnico em Eletrotécnica - ETFPA
• Tecnólogo em Eletrônica Industrial - CEFET-MA
• Pós Graduado em Gestão de Negócios - FDC.
• Green Belt - INDG.

Atuação Profissional
• Gerente de Manutenção Vale S.A com 25 anos de experiência na gestão de
manutenção e operação na área de mineração. Implantação do projeto S11D no
Porto de São Luis.
• Instrutor da Valer Universidade Corporativa Vale
• Elaboração de manuais de treinamento na área de controle de acionamento de
inversores de frequência.

Sergio R P Leão 2
EMENTA
• A automação em sistemas industriais.

• Introdução a sistemas digitais.

• Lógica e postulados booleanos.

• Mapa de Karnaugh.

• Circuitos Combinacionais.

• Simulação de circuitos digitais

• Motores de indução trifásico

• Elementos de comando

• Projeto de Montagem de circuitos de comando

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• Visão Geral dos CLP´S;

• Componentes do CLP;

• Sistema numérico e códigos;

• Conceitos de logicas.

• Programação Básica

• Fundamento da programação em ladder.

• Prática de Instalação e verificação de defeitos.

Sergio Leao 4
A Automação em Sistemas Industriais

Introdução
A palavra automação está diretamente ligada ao controle
automático, ou seja ações que não dependem da intervenção
humana. Este conceito é discutível pois a “mão do homem”
sempre será necessária, pois sem ela não seria possível a
construção e implementação dos processos automáticos.
Entretanto não é o objetivo deste trabalho este tipo de
abordagem filosófica, ou sociológica.

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Histórico
Historicamente, o surgimento da automação está ligado com a
mecanização, sendo muito antigo, remontando da época de
3500 e 3200 a.C., com a utilização da roda. O objetivo era
sempre o mesmo, o de simplificar o trabalho do homem, de
forma a substituir o esforço braçal por outros meios e
mecanismos, liberando o tempo disponível para outros
afazeres, valorizando o tempo útil para as atividades do
intelecto, das artes, lazer ou simplesmente entretenimento
(Silveira & Santos, 1998). Enfim, nos tempos modernos,
entende-se por automação qualquer sistema apoiado em
microprocessadores que substitua o trabalho humano.

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Histórico

Atualmente a automação industrial é muito aplicada para


melhorar a produtividade e qualidade nos processos
considerados repetitivos, estando presente no dia-a-dia das
empresas para apoiar conceitos de produção tais como os
Sistemas Flexíveis de Manufatura e até mesmo o famoso
Sistema Toytota de Produção.

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Os sistemas automatizados podem ser aplicados em simples
máquina ou em toda indústria, como é o caso das usinas de
cana e açúcar. A diferença está no número de elementos
monitorados e controlados, denominados de “pontos”. Estes
podem ser simples válvulas ou servomotores, cuja eletrônica
de controle é bem complexa. De uma forma geral o processo
sob controle tem o diagrama semelhante ao mostrado na
figura 1.1, onde os citados pontos correspondem tanto aos
atuadores quanto aos sensores.

Figura 1.1 – Diagrama simplificado de um sistema de controle automático


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Sensores e Atuadores
Os sensores são os elementos que fornecem informações
sobre o sistema, correspondendo as entradas do controlador.
Esses podem indicar variáveis físicas, tais como pressão e
temperatura, ou simples estados, tal como um fim-de-curso
posicionado em um cilindro pneumático.
Os atuadores são os dispositivos responsáveis pela realização
de trabalho no processo ao qual está se aplicando a
automação. Podem ser magnéticos, hidráulicos, pneumáticos,
elétricos, ou de acionamento misto.
O controlador é o elemento responsável pelo acionamento
dos atuadores, levando em conta o estado das entradas
(sensores) e as instruções do programa inserido em sua
memória. Neste curso esses elemento será denominado de
Controlador Lógico Programável (CLP).
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A completa automatização de um sistema envolve o estudo dos quatro
elementos da figura 1.1, seja o sistema de pequeno, médio ou grande
porte. Estes últimos podem atingir uma a complexidade e tamanho tais
que, para o seu controle, deve-se dividir o problema de controle em
camadas, onde a comunicação e “hierarquia” dos elementos é similar a
uma estrutura organizacional do tipo funcional. A figura 1.2 mostra de
forma simplificada este tipo de organização.

Figura 1.2 – Arquitetura de rede simplificada para um sistema automatizado

Sérgio Leão 10
Nota-se que os elementos mostrados na figura 1.2 pertencem
a primeira e segunda camadas. Na terceira camada estão os
sistemas supervisórios, operados pela “mão humana”, onde
são tomadas decisões importantes no processo, tal como
paradas programadas de máquina e alterações no volume de
produção. Esses também estão integrados com os sistemas
gerenciais, responsáveis pela contabilidade dos produtos e
recursos fabris.
É importante dizer que além dos conceitos aqui apresentados,
a Automação Industrial compreende um campo de atuação
amplo e vasto. Para se ter uma noção, cada elemento sensor
ou atuador tem o seu próprio funcionamento, que em
algumas aplicações tem de ser bem entendidos.

Sergio Leao 11
No caso dos sensores todo o comportamento é previsto
através de efeitos físicos, existe uma disciplina denominada
de “Instrumentação” cujo objetivo é o de somente estudar
estes elementos.
A cadeia de automação ainda consiste na comunicação de
dados entre os elementos, o que leva um estudo a parte das
redes industrias.

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Variáveis de Controle
Para controlar um processo o controlador usa de informações vindas de
sensores. Através das instruções gravadas em sua memória interna ela
comanda os atuadores, que exercem o trabalho sobre o sistema.
Conceitualmente designa-se o sensores de entradas e os atuadores de
saídas, sendo que ambas podem ser representadas matematicamente por
variáveis. Em automação, estas podem ser dividias em analógicas e
digitais.
As variáveis analógicas são aquelas que variam continuamente com o
tempo, conforme mostra a figura 2.1(a). Elas são comumente encontradas
em processos químicos.
• advindas de sensores de pressão, temperatura e outras variáveis físicas.
As variáveis
• discretas, ou digitais, são aquelas que variam discretamente com o
tempo, como pode ser
• visto na figura 2.1(b).
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Figura 2.1 – Variáveis analógicas e digitais

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• Entradas discretas: são aquelas que fornecem apenas um
pulso ao controlador, ou seja, elas têm apenas um estado
ligado ou desligado, nível alto ou nível baixo, remontando a
álgebra boolena que trabalha com uns e zeros. Alguns
exemplos são mostrados na figura 2.3, dentre elas: as
botoeiras (2.3a), válvulas eletro-pneumáticas (2.3b) , os
pressostatos (2.3c) e os termostatos (2.3d).

Figura 2.3 – Tipos de entradas discretas

Sergio Leao 15
Entradas multi-bits: são intermediárias as entradas discretas
e as analógicas. Estas destinam-se a controles mais precisos
como no caso do motor de passo ou servomotores. A
diferença para as entradas analógicas é que estas não exigem
um conversor analógico digital na entrada do controlador. Um
exemplo clássico é o dos Encoders, utilizados para medição de
velocidade e posicionamento (figura 2.4).

Figura 2.4 – Exemplos de entradas multi-bits – Encoders


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Entradas analógicas: como o próprio nome já diz elas
medem as grandezas de forma analógica. Para trabalhar com
este tipo de entrada os controladores tem conversores
analógico-digitais (A/D). Atualmente no mercado os
conversores de 10 bits são os mais populares. As principais
medidas feitas de forma analógica são a temperatura e
pressão. Na figura 2.5 tem-se mostra-se o exemplo de
sensores de pressão ou termopares.

Figura 2.5 – Exemplos de entradas analógicas – Termopares 17


Saídas discretas: são aquelas que exigem do controlador
apenas um pulso que determinará o seu acionamento ou
desacionamento. Como exemplo têm-se elementos
mostrados na figura 2.6: Contatores (2.6a) que acionam os
Motores de Indução (2.6b) e as Válvulas Eletro-pneumáticas
(2.6c).

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Saídas analógicas: como dito anteriormente, de forma similar
o controlador necessita de um conversor digital para
analógico (D/A), para trabalhar com este tipo de saída. Os
exemplos mais comuns são: válvula proporcional,
acionamento de motores DC, displays gráficos, entre outros.

Sergio 19
Introdução a Sistemas Digitais

O homem através dos tempos, sentiu a necessidade da


utilização de sistemas numéricos.
Existem vários sistemas numéricos, dentre os quais se
destacam: o sistema decimal, o binário, o octal e o
hexadecimal.
O sistema decimal é usado por nós no dia a dia e é, sem
dúvida, o mais importante dos sistemas numéricos. Trata-se
de um sistema que possui dez algarismo, com os quais
podemos formar qualquer número através da lei da formação.
Os outros sistemas, em especial o binário e o hexadecimal,
são muito importantes nas áreas de técnicas digitais e
informática. No decorrer deste capítulo perceberemos a
ligação existente entre os circuitos lógicos e estes sistemas de
numeração.
Sergio Leao 20
Sistema Binário de Numeração

No sistema binário existem apenas 2 algarismos:


O algarismo 0 (zero) e
O algarismo 1 (um

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Na tabela abaixo mostra a sequencia de numeração do
sistema binário até a quantidade nove.

DECIMAL BINÁRIO
0 0
1 1
2 10
3 11
4 100
5 101
6 110
7 111
8 1000
9 1001
Tabela 1.1

Sergio Leao 22
Conversão do sistema binário para o decimal

Para fazer a conversão vamos utilizar um número decimal qualquer, por exemplo, o
número 594. Este número significa:
5 X 100 + 9 X 10 + 4 X 1 = 594

Centena dezena unidade


5 X 102 X 9 X 101 X 4 X 100 = 594
Esquematicamente, temos:
100 10 1
5 X 100 + 9 X 10 + 4 X 1 = 594
5 9 4
Neste exemplo podemos notar que o algarismo menos significativo (4) multiplica a
unidade (1 ou 100), o segundo algarismo (9) multiplica a dezena (10 ou 101) e o
mais significativo (5) multiplica a centena (100 ou 102). A soma desses resultados
irá representar o número.

Sergio Leao 23
Podemos notar ainda, que de maneira geral, a regra básica de formação de um
número consiste no somatório de cada algarismo correspondente multiplicado
pela base ( no exemplo, o numero 10) elevado por um índice conforme o
posicionamento do algarismo no número.
Vamos agora utilizar um número binário qualquer, por exemplo, o número 101. Na
tabela 1.1 notamos que este equivale a 5 no sistema decimal.
1 X 22 + 0 X 2 1 + 1 X 2 0

1 X 4 + 0 X 2+ 1 X 1= 5
O número 101 na base 2 é igual ao número 5 na base 10.

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Vamos agora, fazer a conversão do número binário 1001 para o sistema decimal.
Utilizando o mesmo processo, temos:

23 22 21 20
1 0 0 1

1 x 23 + 0 X 22 + 0 X 21 + 1 X 20 = 1 X 8 + 0 + 0 + 1 X 1 = 910

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Conversão do sistema decimal para o binário
Veremos agora a transformação do sistema decimal para o binário. Para
demonstrar o processo, vamos utilizar um número decimal qualquer, por exemplo,
o numero 47.
Dividindo o número 47 por 2, temos:
47 2
1 23 2 O processo mostra claramente
a conversão que pode ser
1 11 2 aplicado desta forma simples,
1 5 2 sendo denominado método
das divisões sucessivas
1 2 2
O último quociente será o
0 1 algarismo mais significativo e
4710 = 1011112 ficará colocado a esquerda. Os
outros algarismos seguem-se
na ordem até o 1º resto.

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Na prática, o bit menos significativo de um número binário
recebe a notação de LSB (em inglês: Least Significant Bit) e o
bit mais significativo de MSB(Most Significant Bit)

Sergio Leao 27
Sistema Octal de Numeração
DECIMAL OCTAL
0 0
1 1

O sistema octal de numeração é o 2 2


3 3
sistema de base 8 no qual existem 4 4
8 algarismos assim enumerados: 5 5
6 6
0,1,2,3,4,5,6,7 e 8 7 7
A tabela 1.2 mostra a sequencia de 8 10

numeração do sistema octal até a 9 11


10 12
quantidade 16. 11 13
12 14
13 15
14 16
15 17
16 20

Tabela 1.2

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Conversão do sistema octal para o decimal
Vamos utilizar o mesmo conceito básico de formação de números conforme já
visto. Por exemplo converter 1448 em decimal.

82 81 80
1 4 4
1 x 82 + 4 x 8 1 + 4 x 8 0 =
1 x 64 + 4 X 8 + 4 x 1 = 64 + 32 + 4 = 10010
Então 1448 = 10010

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Atualmente a automação industrial é muito aplicada para
melhorar a produtividade e qualidade nos processos
considerados repetitivos, estando presente no dia-a-dia das
empresas para apoiar conceitos de produção tais como os
Sistemas Flexíveis de Manufatura e até mesmo o famoso
Sistema Toytota de Produção.

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Funções e Portas Lógicas

Em 1984, o matemático inglês George Boole (1815 – 1864),


através da obra intitulada An Investigation of the Laws of
Thought, apresentou um sistema matemático de análises
lógicas conhecido como álgebra de Boole.
Apenas em 1938, o engenheiro americano Claude Elwood
Shannon utilizou as teorias da álgebra de Boole para solução
de problemas de circuitos de telefonia com relés, tendo
peblicado um trabalho denominado Symbolic Analysis of
Relay and Switching, praticamente introduzindo na área
tecnológica o campo da eletrônica digital.
Esse ramo da eletrônica emprega em seus sistemas um
pequeno grupo de circuitos básicos padronizados conhecidos
como portas lógicas.

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Funções Lógicas E, OU, NÃO

Faremos o estudo das principais funções lógicas que na


realidade derivam dos postulados da álgebra de Boole, sendo
as variáveis e expressões envolvidas denominadas de
booleanas.
Nas funções lógicas, temos apenas dois estados distintos:
o estado 0 (zero) e
o estado 1 (um).

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Funções E ou AND
A função E é aquela que executa a multiplicação de 2 ou mais variáveis
booleanas. É também conhecida como função AND, nome derivado do
inglês.
Sua representação algébrica para duas variáveis é S = A . B, onde lê se S =
A e B.

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Funções OU ou OR

A função OU é aquela que assume valor 1 quando uma ou


mais variáveis da entrada forem iguais a 1 e assume valor 0
se, e somente se, todas as variáveis de entrada forem iguais a
0. Sua representação algébrica para 2 variáveis de entrada é S
= A + B, onde se lê S = A ou B.

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Funções NÃO ou NOT

A função NÃO é aquela que inverte o estado da variável, ou


seja, se a variável estiver em 0, a saída vai ser 1, e se estiver
em 1 a saída vai para 0. É representado algebricamente da
seguinte forma: S = A, onde lê se A barra ou Não A.
Esta linha sobre a letra significa que a variável sofre uma
inversão.

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Expressões Booleanas

Todo circuito lógico executa uma expressão booleana e, por


mais complexo que seja, é formado pela interligação das
portas lógicas básicas. Podemos obter a expressão booleana
que é executada por um circuito lógico qualquer. Para mostrar
o procedimento, vamos obter a expressão que o circuito da
Figura 2.13 executa:

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Para facilitar, vamos dividir o circuito em duas partes:

Na saída S1, temos o produto A . B, pois sendo este bloco uma porta E, sua
expressão de saída será S1 = A . B. Como S1 é injetada em uma das
entradas da porta OU pertencente à segunda parte do circuito e na outra
entrada está a variável C, a expressão de saída será S = S1 + C. Para
determinarmos a expressão final, basta substituirmos a expressão de S1
na expressão anterior, obtendo então:

S=A.B+C que é a expressão que o circuito executa.

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Circuitos Obtidos de Expressões Booleanas

Vimos, no tópico anterior, que podemos obter uma expressão booleana


que um circuito lógico executa. Podemos também desenhar um circuito
lógico que executa uma expressão booleana qualquer, ou seja, podemos
desenhar um circuito a partir de sua expressão característica. O método
para a resolução consiste em identificar as portas lógicas na expressão e
desenhá-las com as respectivas ligações a partir das variáveis de
entrada. Para exemplificar, vamos obter o circuito que executa a
expressão S = (A + B) . C . (B + D).

Vamos solucionar respeitando a hierarquia das funções da aritmética


elementar, ou seja, iniciaremos a solução primeiramente pelos
parênteses.

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Para o primeiro parêntese, temos a soma booleana A + B; logo, o circuito
que o executa é uma porta OU. Para o segundo existe a soma booleana B +
D; logo, o circuito é uma porta OU. Até o momento temos:

A seguir, ocorre uma multiplicação booleana dos dois parênteses,


juntamente com a variável C, sendo o circuito que executa esta
multiplicação uma porta E:

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Tabela da Verdade Obtidas de Expressões
Booleanas
Uma maneira de fazer o estudo de uma função booleana é a utilização
da tabela verdade que, como vimos anteriormente, é um mapa onde se
colocam todas as situações possíveis de uma dada expressão,
juntamente com o valor por esta assumido. Para extrairmos a tabela
verdade de uma expressão, acompanhamos o seguinte procedimento:

1°)​Montamos o quadro de possibilidades.


2°)​Montamos colunas para os vários membros da expressão.
3°)​Preenchemos essas colunas com seus resultados.
4°)​Montamos uma coluna para o resultado final.
5°)​Preenchemos essa coluna com os resultados finais.

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Para esclarecer este processo, vamos utilizar a seguinte expressão: S = (A . B . C) +
(A . D) + (A . B . D). A expressão possui quatro variáveis: A, B, C e D; logo, temos 16
possibilidades de combinação de entrada.
Vamos, a seguir, montar o quadro de possibilidades com quatro variáveis de
entrada, três colunas auxiliares, sendo uma para cada membro da expressão, e
uma coluna para o resultado final (S):

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Postulados Booleanos
A seguir, apresentamos os postulados da complementação, da adição e da
multiplicação da Álgebra de Boole e as respectivas identidades resultantes.
Este postulado mostra como são as regras da complementação na Álgebra de
Boole.
Chamaremos de A o complemento de A:
1°) Se A = 0 → A = 1
2°) Se A = 1 → A = 0
Por meio do postulado da complementação
podemos estabelecer a seguinte identidade:
A = A Se A = 1, temos A = 0 e se A = 0 → A = 1.
Se A = 0, temos A = 1 e se A = 1 → A = 0.
Assim sendo, podemos escrever A = A.
O bloco lógico que executa o postulado da complementação é o inversor.

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Postulado da Adição:
Este postulado mostra como são as regras da adição na Álgebra de Boole.
1°) 0 + 0 = 0
2°) 0 + 1 = 1
3°) 1 + 0 = 1
4°) 1 + 1 = 1
Através deste postulado podemos estabelecer as seguintes identidades:
A + 0 = A. A pode ser 0 ou 1. Vejamos,
então, todas as possibilidades:
A=0→0+0=0A=1→1+0=1
Notamos que o resultado será sempre igual à variável A.

A + 1 = 1. Vejamos todas as possibilidades:


A=0→0+1=1
A = 1 → 1 + 1 = 1 Notamos que se somarmos 1 a uma variável, o resultado será
sempre 1.

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A + A = A. Vejamos todas as possibilidades:
A=0→0+0=0
A=1→1+1=1
Notamos que se somarmos a mesma variável, o resultado será ela mesma.

A + A = 1. Vejamos todas as possibilidades:


A=0→A=1→0+1=1
A=1→A=0→1+0=1
Notamos que sempre que somarmos a uma variável o seu complemento, teremos
como resultado 1.

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Postulado da Multiplicação:
É o postulado que determina as regras da multiplicação booleana:
1°) 0 . 0 = 0
2°) 0 . 1 = 0
3°) 1 . 0 = 0
4°) 1 . 1 = 1
Com este postulado podemos estabelecer as seguintes identidades:

A . 0 = 0. Podemos confirmar, verificando todas as possibilidades:


A=0→0.0=0
A=1→1.0=0
Notamos que todo número multiplicado por 0 é 0.

A . 1 = A. Analisando todas as possibilidades, temos:


A=0→0.1=0
A=1→1.1=1
Notamos que o resultado destas expressões numéricas é sempre igual a A.

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A . A = A. Esta identidade, à primeira vista estranha, é verdadeira, como podemos
confirmar pela análise de todas as possibilidades:
A=0→0.0=0
A=1→1.1=1
Notamos que os resultados serão sempre iguais a A.

A . A = 0. Vamos analisar todas as possibilidades:


A=0→0.1=0
A=1→1.0=0
Notamos que para ambos os valores possíveis que a variável pode assumir, o
resultado da expressão será sempre 0.

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Propriedades
A seguir descrevemos as principais propriedades algébricas, úteis
principalmente no manuseio e na simplificação de expressões. Tal como na
matemática comum, valem na Álgebra de Boole as propriedades comutativa,
associativa e distributiva.

Propriedade Comutativa:
Esta propriedade é válida tanto na adição como na multiplicação:
Adição: A + B = B + A
Multiplicação: A . B = B . A

Propriedade Associativa:
Da mesma forma que na anterior, temos a propriedade associativa válida na
adição e na multiplicação:
Adição: A + (B + C) = (A + B) + C = A + B + C
Multiplicação: A . (B . C) = (A . B) . C = A . B . C

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Propriedade Distributiva:
A . (B + C) = A . B + A . C

48
Mapa de Veitch-Karnaugh
Mapa de Karnaugh é um método de simplificação gráfico criado por
Edward Veitch (1952) e aperfeiçoado pelo engenheiro de
telecomunicações Maurice Karnaugh. Chamamos esse diagrama de mapa,
visto este ser um mapeamento a partir de uma tabela verdade da função
que está a ser analisada.
Ele é utilizado para simplificar uma equação lógica ou para converter uma
tabela verdade no seu circuito lógico correspondente.
O método de leitura por "mapa de Karnaugh" é considerado mais simples
que a “álgebra booleana", pois elimina o problema de erro nas
simplificações. Porém quando utilizado mais de 6 entradas, esse método se
torna complicado, pois fica difícil identificar as células adjacentes no mapa.
Para esse caso são utilizados soluções algorítmicas computacionais.

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Mapa de Veitch-Karnaugh

O Mapa de Veitch-Karnaugh é um metodo de simplificação de


circuitos lógicos, tornando algo dificil em algo mais fácil.
Ele e montado apartir de uma tabela da verdade com objetivo
de obter o menor circuito lógico possível.
O Enlace é a união entre as células com nivel logico 1 para
diminuir a expressão booleana e só pode fazer enlace com 1,
2, 4, 8, 16 .......exponecial de 2.
Deve ser respeitado a regra da adjacência, que de uma coluna
ou linha para outra só pode haver variação de uma variavel,
caso contrário o mapa vai fornecer resultado errado.

50
A Figura abaixo mostra o diagrama de Veitch-Karnaugh para 2 variáveis:

Nº A B S
A\B B B
0 0 0 1
A 1 1
1 0 1 1
A 1 0
2 1 0 1
3 1 1 0
S=A+B
S = AB + AB + AB

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Exemplo 2:

Nº A B S
A\B B B
0 0 0 0
A 0 0
1 0 1 0
A 1 1
2 1 0 1
3 1 1 1
S=A
S = AB + AB

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O diagrama de Veitch-Karnaugh para três variáveis está na Figura abaixo:

Nº A B C S
0 0 0 0 0
1 0 0 1 0
2 0 1 0 1 A\BC BC BC BC BC
3 0 1 1 1 A 0 0 1 1
4 1 0 0 1 A 1 1 0 0
5 1 0 1 1
S = AB + AB
6 1 1 0 0
7 1 1 1 0

S = ABC + ABC + ABC + ABC

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O diagrama de Veitch-Karnaugh para quatro variáveis:
Nº A B C D S
0 0 0 0 0 1
1 0 0 0 1 1
AB\CD CD CD CD CD
2 0 0 1 0 1
3 0 0 1 1 1 AB 1 1 1 1
4 0 1 0 0 1
AB 1 1 0 1
5 0 1 0 1 1
6 0 1 1 0 1
AB 1 0 0 0
7 0 1 1 1 0 AB 1 1 0 1
8 1 0 0 0 1
9 1 0 0 1 1 S = AB + CD + DB + CA + CB + DA
10 1 0 1 0 1
11 1 0 1 1 0
12 1 1 0 0 1
13 1 1 0 1 0
14 1 1 1 0 0
15 1 1 1 1 0

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Circuitos Combinacionais

Introdução
Um dos estudos importantes da Eletrônica Digital é o que trata dos circuitos
combinacionais. Pelo seu estudo podemos compreender o funcionamento de
circuitos, tais como somadores, subtratores, circuitos que executam prioridades,
codificadores, decodificadores e outros muito utilizados na construção de sistemas
digitais.
O circuito combinacional é aquele cuja saída depende única e exclusivamente das
combinações entre as variáveis de entrada.
Podemos utilizar um circuito lógico combinacional para solucionar problemas em
que necessitamos de uma resposta, quando acontecerem determinadas situações,
representadas pelas variáveis de entrada. Para construirmos esses circuitos,
necessitamos de suas expressões características que, como vimos no capítulo
anterior, são obtidas das tabelas verdade que representam as situações já
mencionadas.

55
A Figura 4.1 ilustra a sequência do processo em que, a partir
da situação, obtemos a tabela verdade e a partir dela, através
das técnicas já conhecidas, a expressão simplificada e o
circuito final.

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Projetos de Circuitos Combinacionais

Nos itens subsequentes, mostramos como obter um circuito para resolver


um problema utilizando a Eletrônica Digital a partir de uma situação
prática. Os projetos apresentados a seguir, embora simulem situações
reais, são didáticos e servem para descrever o método de realização,
podendo ser empregados na prática como modelos para a solução de
pequenos problemas ou, ainda, para a construção de circuitos periféricos
dentro de sistemas digitais mais complexos, utilizando circuitos integrados
específicos e microprocessadores.
A Figura abaixo mostra o esquema geral de um circuito combinacional
composto pelas variáveis de entrada, o circuito propriamente dito e sua(s)
saída(s).

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Exemplo de circuito combinacional.
Elabore um circuito lógico para encher ou esvaziar um tanque industrial
por meio de duas eletroválvulas, sendo uma para a entrada do líquido e
outra para o escoamento de saída. O circuito lógico, através da
informação de um sensor de nível máximo no tanque e de um botão
interruptor de duas posições, deve atuar nas eletroválvulas para encher
o tanque totalmente (botão ativado) ou, ainda, esvaziá-lo totalmente
(botão desativado).
Para solucionar, vamos traçar o esquema de ligação, determinar e
convencionar as variáveis de entrada e saída do circuito lógico. Este
esquema é ilustrado na Figura abaixo:

58
Variáveis de entrada: Sensor de líquido A e botão interruptor
I.
Variáveis de saída: eletroválvulas EVE e EVS.
Convenções
Sensor A:
​presença de água = nível 1
​ausência de água = nível 0
Interruptor
I: ​ativado = nível 1
desativado = nível 0
Eletroválvulas EVE e EVS:
​ligada = nível 1 ​
desligada = nível 0
Em seguida, pela análise de cada caso, vamos levantar a
tabela verdade:
59
Tabela da verdade:

Entrada
I A EVE EVS
0 0 0 1
0 1 0 1
1 0 1 0
1 1 0 0

Eve = I . A
I A

Evs = I . A + I . A

Evs = I (A + A) = I . 1 = I

60
Motores de Indução Trifásico
De todos os tipos de motores utilizados na indústria, o motor de indução
trifásico tipo gaiola de esquilo é o mais largamente utilizado. É o mais
simples no aspecto construtivo, não tem comutador (motor CC) e nem
anéis coletores (motor de rotor bobinado) e nem quaisquer contatos
móveis entre o rotor e o estator. Este tipo de construção leva muitas
vantagens, inclusive uma operação com baixíssimo nível de manutenção,
indicando-se sua aplicação em localizações remotas, e sua operação em
situações severas de trabalho onde a poeira e outros materiais abrasivos
sejam fatores a serem considerados.
Enquanto o motor de indução é talvez o mais simples de todos os
motores, sob o ponto de vista construtivo e trabalho, a teoria de sua
operação é bastante complexa.

61
Construção
O motor de indução tipo gaiola de esquilo é dividido em 3 partes:
1. Rotor
2. Estator

62
1. O estator dos motores assíncronos é o local onde se encontram alojadas as
bobinas do motor. Ele é formado por um núcleo de ferro laminadi que dá
suporte a todo conjunto de bobinas.

63
2. O rotor é constituído de um eixo que transmite a energia mecânica
desenvolvida. Possui também chapas magnéticas (núcleo), que têm por
objetivo melhorar a permeabilidade magnética. Sua função é gerar trabalho
motriz, que será aplicado para o acionamento de uma determinada carga. O
enrolamento do rotor pode ser de dois tipos: bobinado ou do tipo gaiola de
esquilo.
• Rotor bobinado são rotores nos quais os condutores de cobre são colocados em
diversas ranhuras, isoladas do núcleo de ferroe são ligadas em estrela e cada
terminal do enrolamento é levado a anéis coletores que são isolados do eixo do
rotor. Esse terminais são ligados através de escovas a um banco de resistenia
afim de inserir carga resistiva no circuito do rotor com o objetivo de aumentar o
torque de partida e varias a velocidade do motor.

64
Produção de um campo magnético girante
Um campo magnético girante de amplitude constante girando a velocidade
síncrona (NS = 120f/P) é produzido por um grupo de bobinas polifásicas de
enrolamentos deslocados no espaço da armadura de 120º e as correntes que
circulam através dos enrolamentos também estão defasadas de 120º elétricos.
Então os motores de indução trifásicos a fim de produzirem um campo magnético
que gire a velocidade síncrona necessita de 3 enrolamentos individuais e idênticos
deslocados no espaço do estator de 120º e a corrente que circula também deve
estar defadas no tempo e na fase de 120º elétricos.

65
Principio do motor de indução
O principio do motor de indução pode ser ilustrado
simplesmente usando o dispositivo da figura abaixo. Um imã
permanente é suspenso por um fio sobre um disco de
alumínio ou cobre pivotado nem mancal de apoio sobre uma
placa de ferro. Conforme o imã gira no fio o disco abaixo dele
irá girar com ele.
Em um motor real o imã permanente é substituído por um
campo girante e o disco por um rotor gaiola de esquilo.

66
Principio de Funcionamento.

Sergio Leao 67
Lei de Faraday da Indução Eletromagnetica
O valor da tensão induzida em uma simples espira de fio é proporcional à razão de
variação das linhas de força que passam através daquela espira (ou se concatenam
com ela)

68
CONCEITOS BÁSICOS

Controladores Lógicos Programáveis

Os controladores lógicos programáveis (CLPs) são hoje a


tecnologia de controle de processos industriais mais amplamente
utilizada. Um CLP é um tipo de computador industrial que pode
ser programado para executar funções de controle; esses
controladores reduziram muito a fiação associada aos circuitos
de controle convencional a relé, além de apresentar outros
benefícios, como a facilidade de programação e instalação,
controle de alta velocidade, compatibilidade rede, verificação de
defeitos e conveniência de teste e alta confiabilidade.
Figura Controlador Lógico Programável
Painel de controle com Relés
CONCEITOS BÁSICOS

O CLP é projetado para arranjos de múltiplas entradas e saídas, faixas


de temperatura ampliadas, imunidade a ruí- do elétrico e resistência à
vibração e impacto. Programas para controle e operação de
equipamentos de processos de fabricação e mecanismo normalmente
são armazenados em memória não volátil ou com bateria incorporada.

Um CLP é um exemplo de um sistema em tempo real, considerando


que a saída do sistema controlado por ele depende das condições da
entrada.
CONCEITOS BÁSICOS

A princípio, o CLP era usado para substituir o relé lógico,


mas, em decorrência de sua crescente gama de funções,
ele é encontrado em muitas e mais complexas aplicações.
Pelo fato de sua estrutura ser baseada nos mesmos
princípios da arquitetura empregada em um computador,
ele é capaz de executar não apenas tarefas de um relé, mas
também outras aplicações, como temporização, contagem,
cálculos, comparação e processamento de sinais
analógicos.
Painel de Controle com relé
Conceitos Básicos

Controladores programáveis oferecem várias vantagens em relação aos


controles a relé convencionais. Os relés precisam ser instalados para
executar uma função específica; quando o sistema requer uma
modificação, os condutores do relé precisam ser substituídos ou
modificados. Em casos extremos, como em uma indústria automotiva,
o painel de controle deve ser substituído completamente,
considerando que não é economicamente viável refazer a fiação do
painel antigo no modelo trocado. Com o CLP, a maior parte desse
trabalho com fiação foi eliminada; além disso, ele tem dimensões e
custo reduzidos. Sistemas de controles modernos ainda incluem relés,
porém são raramente utilizados para a lógica.
Conceitos Básicos

Benefícios Utilização CLP

Maior confiabilidade. Uma vez escrito e testado, o programa pode ser


facilmente transferido para outros CLPs. Como toda a lógica está
contida em sua memória, não há chance de cometer erro lógico na
fiação. O programa elimina grande parte da fiação externa que
normalmente seria necessária para o controle de um processo. A
fiação, embora ainda seja necessária para conectar os dispositivos de
campo, torna-se menos volumosa. Os CLPs oferecem ainda a
confiabilidade associada aos componentes em estado sólido.

Mais flexibilidade. É mais fácil criar e modificar um programa em um


CLP do que ligar e religar os fios em um circuito. Com um CLP, as
relações entre as entradas e as saídas são determinadas pelo usuário
do programa, em vez do modo como eles são interconectados.
Conceitos Básicos

Benefícios Utilização CLP

Menor custo. Os CLPs foram projetados originalmente para substituir o


controle lógico a relé, e a redução de custos tem sido tão significativa
que este está se tornando obsoleto, exceto para aplicações de potência.
De modo geral, se uma aplicação utiliza mais de meia dú- zia de relés
de controle, provavelmente será mais econômico instalar um CLP.

Capacidade de comunicações. Um CLP pode comunicar-se com outros


controladores ou com qualquer outro equipamento do computador
para realizar funções como supervisão do controle, coleta de dados,
dispositivos de monitoramento e parâmetros do processo, além de
baixar e transferir programas
Conceitos Básicos

Benefícios Utilização CLP

Tempo de resposta rápido. Os CLPs foram projetados para alta


velocidade e aplicações em tempo real (Figura 1.6). O controlador
programável opera em tempo real, o que significa que um evento que
ocorre no campo resultará na execução de uma operação ou saída.
Má- quinas que processam milhares de itens por segundo e objetos
que levam apenas uma fração de segundo pró- ximo a um sensor
requerem uma capacidade de resposta rápida do CLP.

Facilidade na verificação de defeitos. Os CLPs possuem um diagnóstico


residente e substituem funções que permitem ao usuário traçar e
corrigir os problemas do programa e do equipamento facilmente. Para
detectar e reparar problemas, os usuários podem visualizar o
programa de controle em um monitor e observá-lo em tempo real à
medida que ele está sendo executado
A Lógica esta contida na memoria do CLP
Conceitos Básicos
Conceitos Básicos

Um CLP pode ser dividido em partes, como mostra a Figura abaixo. Temos a
unidade central de processamento (CPU), a seção de entrada/saída E/S, a fonte
de alimentação, o dispositivo de programação e o rack lógico.
Conceitos Básicos

Rack
É um dispositivo modular dividida por compartimentos cujos módulos
podem ser plugados os cartões do CLP. Os módulos são plugados no
rack e estabelecem uma conexão com uma série de contatos, localizada
na parte de trás do rack, chamada de painel traseiro ou placa-mãe
(backplane). O processador do CLP também é conectado na placa-mãe
e pode se comunicar com todos os módulos do rack.
Partes do CLP

A Fonte

A fonte de alimentação fornece corrente contínua CC para


os outros módulos que estão plugados no rack; para
sistemas de CLP de maior porte, a alimentação
normalmente não é fornecida para os dispositivos de
campo, mas por uma fonte de corrente alternada (CA) ou
de corrente contínua (CC).
Conceitos Básicos
A CPU
O processador (CPU) é o “cérebro” de um CLP (Figura 1.12) e consiste,
geralmente, em um microprocessador, para a implementação lógica e
controle das comunicações entre os módulos, e requer uma memória
para armazenar os resultados das operações lógicas executadas pelo
microprocessador. As memórias EPROM ou EEPROM somadas à
memória RAM também são necessárias para o programa. A CPU
controla todas as atividades e é projetada de modo que o usuário
possa introduzir o programa desejado em lógica ladder. O programa
do CLP é executado como parte de um processo repetitivo referido
como varredura ou exploração (scan), (Figura 1.13), no qual a CPU faz
uma leitura do estado (ligado ou desligado) das entradas e, depois de
completada a execução do programa, executa o diagnóstico interno e
as tarefas de comunicação.
Conceitos Básicos
Módulos de Entrada e Saída
O sistema de E/S forma a interface com a qual os dispositivos de
campo são conectados ao controlador (Figura 1.14), e tem a
finalidade de condicionar os vá- rios sinais recebidos ou enviados
para os dispositivos de campo externos. Dispositivos de entrada,
como os botões de comando, chaves-limite e sensores são
equipamentos para os terminais de entrada, enquanto os
dispositivos de saída como os pequenos motores, motores de
partida, válvulas solenoides e sinaleiros são equipamentos para os
terminais de saída.
Principio de Funcionamento

O funcionamento de um CLP pode ser entendido considerando-se o


problema de controle de processo simples mostrado na Figura. Nela,
um motor misturador é utilizado para agitar o líquido em um tanque
quando a temperatura e a pressão atingirem o valor desejado (preset).
Além disso, é providenciado um ponto de ajuste direto do motor, por
meio de um botão de comando separado. O processo é monitorado
por sensores de temperatura.
Principio de Funcionamento
Modificando a operação no CLP

Uma das características importantes de um CLP é a facilidade de


modificação do programa. Considere, por exemplo, que o circuito de
controle do processo original para a operação de misturar deva ser
modificado, como mostra o diagrama ladder e a relé abaixo. Isso
requer que seja permitido ao botão de comando manual operar o
controle com qualquer pressão, mas apenas quando uma temperatura
especificada pelo ajuste for atingida.
Instruções para programação em ladder

O CLP utiliza instruções para programação das linhas de comando,


abaixo estão listadas as principais instruções utilizadas.
Componentes do equipamento

Esta etapa expõe em detalhes os módulos e o equipamento que


compõem o sistema do CLP, e suas ilustrações mostram as várias
partes deste, bem como suas conexões em geral. Aqui serão
discutidos os componentes físicos da memória e da CPU, além dos
vários tipos de memória que existem; também será descrito o
equipamento da seção de E/S, incluindo a diferença entre os tipos de
módulos discretos e analógicos.
Componentes do equipamento

A seção de E/S

A seção de E/S de um CLP é o local em que os dispositivos de campo são


conectados e onde é fornecida a interface entre eles e a CPU.
A Figura 2.1 mostra um rack (gabinete) baseado na seção de E/S que é
composto de módulos individuais de E/S. Os módulos da interface de entrada
recebem sinais da máquina ou dos dispositivos do processo e os convertem em
sinais que podem ser utilizados pelo controlador.
Componentes do equipamento

Chassi e rack lógico

Os controladores da Allen-Bradley fazem distinção entre um chassi do CLP e o


rack, como mostra a Figura abaixo. A montagem do equipamento (hardware)
que reside nos módulos de E/S, nos módulos do processador e na fonte de
alimentação é conhecida como chassi, e este vem em diferentes tamanhos, de
acordo com o número de slots que ele contém e, geralmente, pode ter 4, 8, 12
ou 16 slots. Um rack lógico é uma unidade endereçável composta de 128 pontos
de entrada e 128 pontos de saída, e que usa 8 palavras no arquivo da tabela de
imagem da entrada e 8 palavras no arquivo da tabela de imagem da saída.
Componentes do equipamento
Componentes do equipamento
Uma das vantagens de um sistema CLP é a capacidade de instalar módulos de
E/S próximos dos dispositivos de campo, como mostra a Figura, com a
finalidade de minimizar a quantidade de condutores necessária. O processador
recebe sinais dos módulos de entrada remotos e envia esses sinais de volta
para seus módulos de saída por meio do módulo de comunicação. Um gabinete
é chamado de remoto quando é posicionado distante do módulo do
processador e, para se comunicar com o processador, utiliza uma rede especial
de comunicação.
Componentes do equipamento
O sistema de memória do CLP armazena as informações relativas ao estado de
todas as entradas e saídas, e as acompanha utilizando um sistema de
endereçamento. Um endereço é uma indicação ou número que mostra onde
está localizada uma determinada parte da informação na memória do CLP, de
maneira semelhante ao endereço residencial de uma pessoa em sua cidade.
Desse modo, se um CLP necessita levantar uma informação sobre um
dispositivo de campo, ele tem a capacidade de buscá-la nos locais
correspondentes do endereço.
Em geral, o endereçamento é baseado em slot/rack inclui os seguintes
elementos:
Tipo. O tipo determina se uma entrada ou saída está sendo endereçada.
Slot (compartimento). O número do slot é a localização física do módulo de
E/S, que pode ser uma combinação do número do rack com o número do slot,
quando for utilizada uma expansão de racks.
Palavra e Bit. A palavra e o bit são utilizados para identificar em qual terminal
a conexão no módulo de E/S está. Um módulo discreto geralmente usa apenas
uma palavra, e cada conexão corresponde a um bit diferente, que forma a
palavra.
Componentes do equipamento

Módulos de E/S de sinais analógicos

Os CLPs antigos eram limitados a interfaces de entrada e saída, de sinais


discretos ou digitais, que permitiam apenas a conexão de dispositivos
liga/desliga, por isso eles realizavam um controle apenas parcial de muitas
aplicações de processos. Hoje, contudo, está disponível uma completa gama
de interfaces discretas e analógicas que permitem que os controladores sejam
aplicados a praticamente todos os tipos de controles de processo. Dispositivos
de entradas ou saídas discretos são aqueles que têm apenas dois estados: liga
e desliga, enquanto os dispositivos analógicos representam grandezas físicas
que contêm um número infinito de valores. Entradas e saídas analógicas
típicas variam de 0 a 20 mA ou 0 a 10 V.
Componentes do equipamento

Na conexão de sensores que detectam entradas por tensão, é importante


especificar o cabo com o menor comprimento possível, para minimizar a
degradação do sinal e os efeitos da interferência dos ruídos eletromagnéticos
induzidos ao longo dos condutores conectados. Os sinais de entrada por
corrente, os quais não são tão sensíveis aos ruídos quanto os sinais por
tensão, em geral não são limitados pela distância.
Componentes do equipamento
Módulos especiais de E/S
Foram desenvolvidos vários tipos de módulos de E/S diferentes para atender
às necessidades especiais. Entre eles, temos:
Módulo contador de alta velocidade O módulo contador de alta velocidade é
utilizado para prover uma interface para aplicações que exigem contagem
rápida que ultrapassa a capacidade do programa ladder do CLP, além de ser
utilizado para contar pulsos dos sensores, codificadores (conhecidos como
encoders) e chaves que funcionam em velocidade muito alta. Ele possui o
circuito eletrônico necessário para a contagem independente do
processador. Uma taxa de contagem rápida válida é da ordem de 0 a 100 kHz,
o que significa que o módulo pode contar 100.000 pulsos por segundo.
Componentes do equipamento

Dispositivo terminal de programação


Este dispositivo é necessário para programar, modificar e verificar defeitos no
programa do CLP. Os fabricantes de CLP utilizam vários tipos de dispositivos de
programação; o mais simples deles é o programador portátil, que tem um cabo
de conexão que pode ser plugado na porta de programação do CLP.
Determinados controladores utilizam um plugue no painel no lugar desse
dispositivo.
Tipos de memória

A memória pode ser situada em duas categorias: volátil, que perderá suas
informações armazenadas se a energia total faltar ou for desligada, pode ser
alterada facilmente e é adequada à maioria das aplicações quando há uma
bateria para fornecer energia para a cópia de segurança (backup); e não
volátil, que tem a capacidade de reter a informação quando a energia é
desligada acidentalmente ou intencionalmente, permitindo que o CLP
mantenha sua programação. Como o seu nome sugere, os controladores
lógicos programáveis possuem memória programável, o que permite ao
usuário editar e modificar programas de controle.
Tipos de memória

A memória de leitura (ROM) apenas armazena programas, e os dados não


podem ser alterados após a fabricação da memória no circuito integrado (chip).
Ela normalmente é utilizada para armazenar programas e dados que definem as
capacidades do CLP, e é não volátil, o que significa que seu conteúdo não será
perdido se faltar energia; também é utilizada pelo CLP para o sistema de
operação, que é gravado dentro da ROM pelo fabricante de CLP e controla o
sistema de programa (software) que o usuário utiliza para programar o CLP.
Tipos de memória
A memória de acesso aleatório (RAM), algumas vezes referida como
memória de leitura-escrita (R/W), é projetada de modo que a informação
possa ser escrita ou lida da memória. Ela é utilizada como uma área de
armazenagem temporária de dados que precisam ser alterados rapidamente
e é volátil, o que significa que o dado armazenado nela será perdido se faltar
energia. Essa perda pode ser evitada se houver uma bateria para cópia de
segurança (backup). Alguns processadores possuem um capacitor que
fornece pelo menos 30 minutos de energia para a cópia de segurança
(backup) quando a bateria for desconectada e a energia, desligada. A
memória de leitura-escrita programável e que pode ser apagada (EPROM)
oferece um determinado nível de segurança contra mudanças não
autorizadas ou indesejáveis em um programa. As EPROMs são projetadas de
modo que o dado armazenado nela possa ser lido, mas não alterado
facilmente sem um equipamento especial; por exemplo, as UV EPROMs são
memória de leitura apenas programáveis e apagáveis por uma luz
ultravioleta. A memória EPROM é utilizada para copiar (backup), armazenar
ou transferir programas de CLP.
Tipos de memória

A memória de leitura-escrita programável e que pode ser apagada


eletronicamente (EEPROM) é uma memória não volátil que oferece a mesma
flexibilidade de programação da RAM. Ela pode ser sobrescrita eletricamente
com luz ultravioleta e, pelo fato de ser uma memória não volátil, não requer
uma bateria para cópias. A EEPROM proporciona um armazenamento
permanente do programa e pode ser substituída facilmente por dispositivos
de programação-padrão. Normalmente, um módulo de memória EEPROM é
utilizado para armazenar, copiar ou transferir os programas do CLP.
Interfaces homem- -máquina (IHMs)

Uma interface homem-máquina (IHM) pode ser conectada para comunicar com
um CLP e substituir botões de comando, chaves seletoras, sinaleiros luminosos,
chaves digitais manuais e outros dispositivos de controle no painel do operador.
Um teclado luminescente sensível ao toque (touch-screen) fornece ao operador
uma interface que funciona como um painel de controle tradicional do operador.
Essas interfaces homem-máquina possibilitam ao operador ao responsável pelo
gerenciamento ver o funcionamento em tempo real. Por meio de um
computador pessoal baseado no ajuste (set-up) do programa, é possível
configurar as telas do mostrador para:
Interfaces homem- -máquina (IHMs)

Substituir botões de comando e sinaleiros luminosos com ícones de aparência


real. O operador da máquina precisa apenas tocar no mostrador do painel
para ativar os botões de comando.
Mostrar operações no formato gráfico para facilitar a visão.
Permitir ao operador mudar o tempo e a contagem presentes pelo toque no
teclado numérico, na tela sensível ao toque.
Mostrar os alarmes, completando com o tempo da ocorrência e o local.
Mostrar como as variáveis mudam com o tempo.
Lógica instalada versus lógica programada

O termo lógica instalada refere-se às funções de controle lógico


determinadas pelo modo como os dispositivos são conectados
eletricamente. Essa lógica pode ser implementada com o uso do relés e do
diagrama ladder para relé, pois este é usado universalmente e entendido
na indústria. Irei mostrar um diagrama ladder para relé típico de uma
estação de controle de partida ou parada de um motor com sinaleiros
luminosos. O esquema de controle é desenhado entre duas linhas de
alimentação na vertical.
Lógica instalada versus lógica programada

Programa em lógica ladder para ligar ou desligar um motor.


Lógica instalada versus lógica programada

Chaves-limite conectadas em série e usadas para controlar uma válvula


solenoide.
Lógica instalada versus lógica programada

Chaves-limite conectadas em paralelo e usadas para controlar uma


válvula solenoide.
Lógica instalada versus lógica programada
Uma chave-limite conectada em série com um botão de comando
normalmente fechado, utilizado para controlar uma válvula solenoide. Este
circuito é programado de modo que o solenoide na saída seja ligado quando
a chave-limite for fechada e o botão de comando não for pressionado.
Varredura (scan) do programa
Quando um CLP executa um programa, ele deve saber – em tempo real –
quando um processo que está controlando um dispositivo externo está
mudando. Durante cada ciclo de operação, o processador lê todas as
entradas, toma esses valores e energiza ou desenergiza as saídas de
acordo com o programa do usuário, processo conhecido como ciclo de
varredura do programa. A Figura ilustra um ciclo de operação de um CLP
simples, que consiste em varredura de entrada, varredura do programa,
varredura de saída e outras tarefas. Pelo fato de uma entrada poder mudar
a qualquer momento, ele repete esse ciclo constantemente enquanto o
CLP estiver no modo de funcionamento (RUN).
Painéis par CLP
Um sistema de CLP, se instalado adequadamente, pode funcionar anos
sem defeitos, e o seu projeto prevê vá- rios recursos reforçados que
permitem sua instalação em quase todos os ambientes industriais.
Controladores lógicos programáveis precisam de proteção contra
temperaturas extremas, umidade, poeira, choques mecânicos e vibrações
ou ambientes corrosivos. Por essas razões, os CLPs são montados
geralmente dentro da máquina ou em um painel ou armário separado.

112
Ligação a Terra
Um aterramento adequado é uma medida de segurança importante em
todas as instalações elétricas. A fonte oficial sobre os requerimentos de
aterramento para uma instalação de CLP é National Electric Code (NEC),
que especifica os tipos de condutores, cores e conexões necessárias para
um aterramento adequado dos componentes elétricos; no Brasil, temos a
ABNT. Além disso, a maioria dos fabricantes fornece informações
detalhadas sobre o método adequado de aterramento para ser utilizado
nos painéis.

113
Ruidos Elétricos
Ruído elétrico, chamado também de interferência eletromagnética, ou
EMI, é um sinal elétrico que produz efeitos indesejáveis e prejudicam os
circuitos do sistema de controle; ele pode ocorrer por radiação ou
condução. O ruído por radiação é originado em uma fonte e viaja pelo ar;
já o ruído por condução viaja no condutor real, como uma linha de
alimentação. Quando o CLP é operado em um ambiente poluído por ruídos
industriais, deve ser dada uma consideração especial para as possíveis
interferências elétricas. Para aumentar a margem de operação do ruído, o
controlador deve ser colocado longe dos dispositivos que geram ruídos,
como os motores CA de maior potência e má- quinas de solda de alta
frequência.

114
Linguagem de Programação do CLP
O termo linguagem de programação do CLP refere-se ao método
pelo qual o usuário comunica a informação ao CLP. O padrão IEC
61131 foi baseado para padronizar as linguagens múltiplas
associadas com a programação de CLP pela definição das cinco
seguintes linguagens-padrão:

• Diagrama Ladder (LD) – Uma representação gráfica de um


processo com degraus lógicos similar aos esquemas com lógica a
relé que são substituídos pelos CLPs.
• Diagrama de Blocos de Função (FBD) – Uma representação gráfica
de fluxo de processo que utiliza interconexão de blocos simples e
complexos.
• Mapa de Função Sequencial (SFC) – Uma representa- ção gráfica
de passos, ações e transições interconectadas.
• Lista de Instruções (IL) – Uma linguagem baseada em texto, de
baixo nível, que utiliza instruções mnemônicas.
• Texto Estruturado (ST) – Uma linguagem baseada em texto, de
alto nível, como BASIC, C ou PASCAL, desenvolvida especificamente
para aplicações de controle industrial.

115
Linguagem de Programação do CLP
A linguagem em diagrama ladder é a linguagem mais utilizada para CLP e é
projetada para imitar a lógica a relé. O diagrama ladder é popular para
aqueles que preferem definir as ações de controle em termos de contatos
dos relés e de bobinas, além de outras funções, como bloco de instruções; a
Figura 5.13 mostra uma compara- ção entre uma programação ladder e uma
programação com lista de instruções; a Figura 5.13a mostra a fiação do
circuito de controle original, enquanto a Figura 5.13b mostra o diagrama
equivalente em lógica ladder programada em um controlador.

116
Instrução Tipo Relé

A linguagem em diagrama ladder é basicamente um conjunto simbólico de


instruções utilizado para gerar o programa do controlador, e esses símbolos
são arranjados para obter a lógica de controle desejada que está para ser
inserida na memória do CLP. Pelo fato de o conjunto de instruções ser
composto de símbolos de contatos, a linguagem em diagrama ladder
também é referida como simbologia de contatos.
Os três símbolos fundamentais utilizados para traduzir a lógica de controle a
relé para a lógica simbólica de contato são: verificador de fechado (XIC),
verificador de aberto (XIO) e energização da saída (OTE). Cada uma dessas
instruções refere-se a um único bit da memória do CLP, que está
especificado pelo endereço da instrução.

117
Controle a Relés Eletromagnéticos

A finalidade original dos CLP´s foi a de substituir os relés eletromagnéticos


por um sistema de chaveamento em estado sólido que poderia ser
programado. Embora o CLP tenha substituído a maior parte do controle
lógico a relés, os relés eletromagnéticos ainda são utilizados como
dispositivo auxiliar para chavear os dispositivos de campo. O CLP é
projetado para substituir os relés, fisicamente pequenos, de controle que
tomam a decisão lógica, mas não são projetados para funcionar com
correntes ou tensões elevadas.

118
Contatores

Um contator é um tipo especial de relé projetado para funcionar com cargas


de potência elevada que estão além da capacidade dos relés de controle.
Entre essas cargas podemos citar lâmpadas, aquecedores, transformadores,
capacitores e motores elétricos para os quais é fornecida uma proteção
contra sobrecarga separadamente ou não requerida. A Figura abaixo mostra
um contator magnético tripolar. Diferentemente dos relés, os contatores
são projetados para ligar e desligar circuitos de potência sem serem
danificados.

119
Contatores

Os controladores programáveis normalmente têm uma capacidade de saída


suficiente para operar a bobina do contator, mas não suficiente para operar
cargas elevadas diretamente. A Figura abaixo mostra a aplicação de um CLP
utilizado em conjunto com um contator para ligar e desligar uma bomba. O
módulo de saída está conectado em série com a bobina para formar um
circuito de chaveamento de baixa corrente; os contatos do contator estão
conectados em série com o motor da bomba para formar um circuito de
chaveamento de corrente elevada.

120
Sensores

Os sensores são utilizados na detecção e quase sempre na medição de


algumas grandezas. Eles convertem as variações mecânica, magnética,
térmica, óptica e química em tensões e correntes; são classificados pela
grandeza que podem medir e são importantes no controle de processo
moderno de fabricação.

121
Sensores

Eles operam por diferentes princípios, dependendo do tipo de matéria que


será detectado. Quando uma aplicação necessita detectar alvos metálicos
sem contato, é empregado um sensor de proximidade tipo indutivo, que é
utilizado para detectar metais ferrosos (contendo ferro) e não ferrosos,
como cobre, alumínio e latão ou bronze. Esses sensores funcionam pelo
princípio da indutância elétrica, em que uma corrente flutuante induz uma
força eletromotriz (fem) no alvo do objeto.

122
Sensores de Luz

Um sensor fotoelétrico é um dispositivo de controle que funciona pela


detecção de um feixe de luz visível ou invisível e responde a uma variação
na intensidade da luz recebida. Ele é composto de dois componentes
básicos: um transmissor (fonte de luz) e um receptor (sensor), como mostra
a Figura , que podem ser encapsulados juntos ou em unidades separadas. O
funcionamento básico desse sensor pode ser resumido da seguinte
maneira:

• O transmissor contém uma fonte de luz, normalmente um LED junto com


um oscilador.
• O oscilador modula ou liga e desliga o LED em uma determinada taxa de
período.
• O transmissor envia esse pulso de luz modulado para o receptor, que o
decodifica e comuta o dispositivo de saída, o qual está interconectado com
a carga.

123
Sensores de Luz

124
Sensores de Tensão Mecânica e Peso
Um sensor de tensão mecânica (strain gauge) converte um sinal de tensão
mecânica em um sinal elétrico. Ele se baseia no princípio de que a
resistência de um condutor varia com seu comprimento e com a área da
seção transversal. A força aplicada no sensor causa sua deformação, que
distorce também as suas medidas físicas, variando sua resistência. Tal
variação na resistência é parte de um circuito em ponte que detecta
pequenas variações na resistência do sensor. As células de carga do sensor
são feitas geralmente de aço e strain gauges sensíveis. Como são
carregadas, o metal alonga ou comprime ligeiramente, movimento que é
detectado e traduzido pelo strain gauge em um sinal de tensão variável.

125
Dispositivos de Controle de Saída

Uma variedade de dispositivos de controle de saída pode ser operada pela


saída de um CLP para controle de processos industriais tradicionais. Esses
dispositivos incluem sinaleiros, relés de controle, chaves de partida direta
de motores, alarmes, aquecedores, solenoides, válvulas solenoides,
pequenos motores e sirenes (sinaleiros sonoros). Símbolos eletrônicos
similares são utilizados para representá-las tanto nos esquemas a relé como
nos diagramas de conexões das saídas do CLP.

126
Circuitos com Selo

O circuito com selo é muito comum tanto em lógica a relé como em lógica
de CLP. Essencialmente, o selo no circuito é um método que objetiva
manter uma corrente circulando após uma chave ter sido pressionada e, em
seguida, liberá-la. Nesse tipo de circuito, o selo é um contato geralmente
em paralelo com o dispositivo que é pressionado momentaneamente. A
Figura mostra o circuito de liga/desliga o motor, um exemplo típico de
circuito com selo.

127
Programação em ladder CLP

O melhor modo de desenvolver um programa para CLP a partir de um


esquema a relé é entender primeiro o funcionamento de cada degrau da
lógica ladder a relé; depois disso, um degrau equivalente pode ser gerado
para o CLP. Esse processo requer acesso ao esquema a relé, documentação
dos vários dispositivos utilizados na entrada e na saída, e, possivelmente, de
um diagrama de vazão do processo de funcionamento.
A maioria dos controles de processo requer várias realizações de operações
para produzir a saída desejada; por exemplo, fabricação, maquinário,
montagem, embalagem, acabamento ou transporte de produtos requer
uma coordenação precisa das tarefas.

128
Programação em ladder CLP
Uma porta de garagem basculante motorizada deve ser operada
automaticamente nas posições aberta e fechada. Os dispositivos de campo
incluídos são os seguintes:
• Motor com a reversão, para subir e descer a porta.
• Chaves-limites normalmente aberta,
• Botão de subida da porta normalmente aberto, para subir a porta.
• Botão de descida da porta normalmente aberto, para descer a porta.
• Botão de parada da porta normalmente fechado, para parar a porta.
• Sinaleiros para indicar se a porta está parcialmente aberta, fechada e
aberta.
A sequência de operação requer que:
• Quando o botão de subida for pressionado, energize o motor de subida da
porta levante até que o limite de subida seja acionado.
• Quando o botão de descida for pressionado, energize o motor e a porta
desça até que o limite de descida seja acionado.
• Quando o botão de parada for pressionado, o motor pare; o motor deve
parar antes que ele inverta seu sentido.

129
Programação em ladder CLP
Vamos agora a uma operação de carregamento contínuo, processo que
requer que caixas em movimento em uma esteira transportadora sejam
posicionadas automaticamente e carregadas. A sequência de operação
para o carregamento contínuo é da seguinte maneira:
• Ligar a esteira quando o botão de partida for pressionado.
• Parar a esteira quando o botão de parada for pressionado.
• Acender o sinaleiro RUN da esteira quando o estiver funcionando.
• Energizar o sinaleiro FILL quando o processo estiver parado.
• Parar a esteira quando a borda direita da caixa for detectada pelo
fotossensor.
• Quando a caixa estiver na posição e a esteira parada, abrir a válvula
solenoide e permitir o carregamento da caixa. O carregamento deve parar
quando o sensor de nível passar a ser verdadeiro.
• Acender o sinaleiro de carga completa quando a caixa estiver cheia. O
sinaleiro de carga completa deve permanecer energizado até que a caixa se
mova, saindo do alcance do fotossensor.

130
Instruções do Temporizador

Os temporizadores no CLP são instruções que exercem a mesma função dos


relés de tempo eletrônico e mecânico de retardo ao ligar e ao desligar, e
oferecem várias vantagens sobre seus semelhantes, como:

• Os ajustes do tempo podem ser alterados facilmente.


• A quantidade de temporizadores em um circuito pode ser aumentada ou
diminuída por meio da utilização de alterações na programação, em vez de
alteração na fiação.
• A precisão na temporização e a repetibilidade são extremamente altas,
porque os tempos de retardo são gerados no processador do CLP.

131
Instruções do Temporizador

Existem geralmente três tipos diferentes de temporizadores no CLP: o


temporizador de retardo ao ligar (TON), o temporizador de retardo ao
desligar (TOF) e o temporizador de retenção ao ligar (RTO). O mais comum é
o primeiro, que é a função básica. Existem também várias outras
configurações de temporização, sendo todas derivadas de uma ou mais das
funções básicas de retardo de tempo.

TON (Temporizador de retardo ao ligar) – Conta o intervalo de tempo


quando a instrução é verdadeira.
TOF (Temporizador de retardo ao desligar) – Conta o intervalo de tempo
quando a instrução é falsa.
RTO (Temporizador de retenção ao ligar) – Conta o intervalo de tempo
quando a instrução é verdadeira e retém o valor acumulado quando a
instrução passar a ser falsa, ou quando ocorrer o ciclo de energização. RES
(Reset) – Retorna o valor acumulado da contagem do temporizador
retentivo a zero.

132
Instrução do temporizador de retardo ao ligar

A maioria dos temporizadores são instruções de saídas condicionadas pelas


instruções de entrada. Um temporizador de retardo ao ligar (Figura 7.11) é
utilizado quando se deseja programar um tempo de retardo antes que uma
instrução torne-se verdadeira. O seu funcionamento pode ser resumido da
seguinte maneira:
• O temporizador de retardo ao ligar funciona de modo que, quando o
degrau contendo o temporizador for verdadeiro, o período de tempo
comece a ser contado.
• No final do período de tempo contado pelo temporizador, uma saída
torna-se verdadeira.
• A saída temporizada torna-se verdadeira algum tempo depois de o degrau
do temporizador tornar-se verdadeiro; por isso, considera-se que há um
retardo ao ligar no temporizador.
• O valor do tempo de retardo pode ser ajustado pela mudança do valor
pré-ajustado.
• Além disso, alguns CLPs admitem a mudança da base de tempo, ou a
resolução, do temporizador. Como a base de tempo selecionada se torna
menor, a precisão do temporizador aumenta.

133
Instrução do Temporizador de Retardo ao Ligar

O arquivo do temporizador do controlador SLC 500, da Allen-Bradley, é o


arquivo 4. Cada temporizador é composto de três palavras de 16 bits, que,
em conjunto, são chamadas de elemento de temporizador – podem existir
até 256 elementos de temporizador. Os endereços para o temporizador no
arquivo 4, elemento do temporizador número 2 (T4:2), estão listados a
seguir.
T4 = Temporizador do arquivo 4. :2 = Número do elemento do temporizador
2 (elementos do temporizador por arquivo, de 0 a 255).
T4:2/DN é o endereço para o bit de finalização (done) do temporizador.
T4:2/TT é o endereço para o bit de cronometragem (timing) do
temporizador.
T4:2/EN é o endereço para o bit de habilitação (enable) do temporizador.

134
A palavra de controle utiliza os três bits de controle a seguir:
Bit de habilitação (EN) – É verdadeiro (tem um estado 1) se a instrução do
temporizador for verdadeira; se ela for falsa, o bit de habilitação é falso
(tem um estado 0).
Bit de cronometragem do temporizador (TT) – É verdadeiro se o valor
acumulado do temporizador estiver mudando, o que significa que o
temporizador está cronometrando. Quando o temporizador não está
cronometrando, o valor acumulado não está mudando, logo, o bit de
cronometragem do temporizador é falso.
Bit de finalização (DN) – Muda de estado se o valor do acumulador alcança
o valor pré-ajustado. Seu estado depende do tipo de temporizador que está
sendo usado.

135
Instrução do Temporizador de Retardo ao Desligar

A operação do temporizador de retardo ao desligar manterá a saída


energizada por um período de tempo após o degrau que contém o
temporizador tornar-se falso. A Figura 7.20 mostra a programação de um
temporizador de retardo ao desligar que utiliza a instrução do temporizador
TOF, do SLC 500. Se a continuidade lógica for perdida, o temporizador inicia
a contagem de tempo com base em novo período, até que o tempo
acumulado iguale ao valor programado no pré-ajuste (preset). O
funcionamento do circuito pode ser resumido da seguinte maneira:
• Quando a chave conectada na entrada I:1/0 for fechada pela primeira vez,
a saída O:2/1 será estabelecida em 1 imediatamente, e a lâmpada será
ligada.
• Se a chave for aberta agora, a continuidade lógica será perdida, e o
temporizador iniciará nova contagem de tempo.
• Após 15 s, quando o tempo acumulado for igual ao valor pré-ajustado, a
saída será reiniciada para 0, e a lâmpada será desligada.

136
Instrução do Temporizador de Retardo ao Desligar

137
Temporizador Retentivo

Um temporizador retentivo acumula o tempo sempre que o dispositivo for


energizado e mantém o tempo corrente quando a energia é desligada do
dispositivo. Quando o temporizador acumula o tempo igual ao seu valor pré-
ajustado, o contato do dispositivo muda de estado. A perda de energia do
temporizador, após ter atingido seu valor pré-ajustado, não afeta o estado
dos contatos. O temporizador retentivo precisa ser reiniciado
intencionalmente com um sinal separado para que o tempo acumulado seja
reiniciado e para que os contatos do dispositivo retornem ao seu estado de
não energizado.

138
Contadores

Os contadores programados podem ter a mesma função que os contadores


mecânicos; toda vez que a alavanca de acionamento se movimenta, o
contador adiciona um número; depois, ela volta automaticamente para sua
posição original. O reinício a zero é feito pelo botão de comando localizado
ao lado da unidade.

139
Contadores

Todos os fabricantes de CLP oferecem algumas formas de instrução de


contadores como parte de seu conjunto de instruções. Uma aplicação
comum de contador é contar a quantidade de itens que passam por um
determinado ponto, como mostra abaixo.

140
Contadores

Contadores crescentes são sempre reiniciados para zero, enquanto os


contadores decrescentes podem ser reiniciados para zero ou para algum
outro valor pré-ajustado. Alguns fabricantes incluem a função de reinício
como uma parte da instrução geral do contador, enquanto outros dedicam
uma instrução separada para reiniciá-lo.

141
Contadores

Os contadores podem ser projetados para contar de modo crescente ou


decrescente até o valor pré-ajustado. O contador crescente é incrementado
de 1 cada vez que o degrau que contém o contador é energizado; o
contador decrescente é decrementado de 1 cada vez que o degrau que
contém o contador é energizado. Essas transições no degrau podem resultar
de algum evento ocorrido no programa; por exemplo, peças que passam por
um sensor ou pelo acionamento de uma chave-limite.

142
Contadores

Bit de habilitação do contador crescente (CU) – É utilizado com o contador


crescente e será verdadeiro quando a instrução deste for verdadeira. Se a
instru- ção do contador crescente for falsa, o bit CU será falso.
Bit de habilitação do contador decrescente (CD) – É utilizado com o
contador decrescente e será verdadeiro quando a instrução deste for
verdadeira. Se a instrução do contador decrescente for falsa, o bit CD será
falso.
Bit de finalização (DN) – Será verdadeiro quando o valor acumulado for
igual ao valor pré-ajustado do contador ou maior que ele, tanto para a
contagem crescente como para a contagem decrescente.

143
Referências Bibliográficas

1. Ideota, Ivan Valeoje, 1957 – Elementos de Eletronica Digital / Ivan Valeiji


Ideota, Francisco Gabriel Capuano. 39.ed – São Paulo, 2007
2. Kosow, Irving., 1919-. Máquinas elétricas e transformadores; 15.ed. – São
Paulo, 2005.
3. Gray, Alexander., Eletrotecnica: Principios e aplicações – Livro Tecnicos e
Cientificos Editota S.A., 1983.
4. Creder, Helio, 1926 – Instalações elétricas – 10ª ed. – Rio de Janeiro: LTC
– Livros Tecnicos e Cientificos Editora S.A., 1986.

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