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1 Introdução
Neste módulo vamos abordar temas relacionados com a automação, principalmente no âmbito da
Automação Industrial. O termo automação, pode ser definido como o estudo dos métodos e
procedimentos que permitem a substituição do operador humano por um operador artificial (seja um 1
3. Automatismos
Um automatismo não é mais do que um dispositivo, seja ele elétrico, pneumático, hidráulico, mecânico
ou eletrónico capaz por si só de controlar um processo ou uma máquina (Ex: escadas rolantes,
elevadores, portas automáticas, semáforos, linhas de montagem das fábricas, etc.), ou seja, um
automatismo é um sistema que realiza ações de forma automática a partir de informações que lhe são
fornecidas pela instalação. Estas ações são colocadas em serviço segundo um procedimento preciso que
depende das informações fornecidas e dos parâmetros calculados ou pré-definidos.
A chegada da eletrónica à indústria foi uma perfeita revolução e permitiu à automação em geral e à
automação industrial em especial dar um passo gigante no sentido da evolução.
• Circuitos eletrónicos dedicados
• Sistemas eletrónicos standard (ex: controlo numérico)
• Autómatos programáveis
• Micro e minicomputadores
3.1. Estrutura de um automatismo
Parte Operativa
• Rede de distribuição (ac trifásica, ac monofásica,dc…)
• Engenho ou máquina (elevador, semáforo, escada rolante…)
• Acionadores (motores, lâmpadas, resistências…)
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Ação: Técnico/a de Refrigeração e Climatização
Formador: António Gamboa
Parte Comando
• Detetores (fins de curso, detetores de proximidade, células fotoelétricas…)
• Tratamento de dados (autómatos programáveis, contatores auxiliares…)
• Diálogo Homem – Máquina (botoneiras, sinalizadores, teclados…) 3
• Os terminais de diálogo
• Os ecrãs
Nesta unidade vamos falar de outro tipo de sistemas controladores de automatismos, os PLC
(Programable Logic Controllers - ou melhor, os Autómatos Programáveis, e de pequenos módulos
lógicos existentes no laboratório, também pertencentes ao grupo dos PLC, mas de baixa gama.
O funcionamento da instalação é definido por um programa executado de forma cíclica por um
autómato programável. Para cada modificação de funcionamento, basta apenas modificar o programa.
Não é necessário cablar uma nova temporização ou um novo relé auxiliar, é um programa que o
substitui. Desta forma, a flexibilidade é grande e o custo final é baixo. Um só aparelho (PLC), sem
cablagem entre os módulos, possui unicamente a ligação aos sensores (entradas do autómato), aos
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acionadores (saídas do autómato) e à alimentação. Podemos então enumerar algumas das suas
principais vantagens:
Menos constituintes- O autómato programável substitui todos os relés auxiliares, os temporizadores ou
os relógios, origina um importante ganho de volume (menor espaço utilizado), menor tempo de 5
montagem (cablagem de alimentação, entradas e saídas) e também maior fiabilidade pois não há peças
mecânicas no cérebro do automatismo.
Mais flexibilidade- O programa é uma sucessão de instruções, que podem ser escritas e modificadas
facilmente com a ajuda de um terminal de programação. Podemos mesmo duplicar o programa muito
facilmente se necessitarmos de realizar automatismos idênticos.
Mais fácil de testar e de reparar- Na face frontal do autómato, geralmente encontram-se sinalizadores
luminosos que sinalizam o estado de funcionamento dos sensores (abertos ou fechados), o estado dos
acionadores (em serviço ou parados) e o estado de funcionamento do autómato. Resumindo, a
utilização de autómatos permite:
• Redução de tempo na elaboração dos projetos
• Aumento da produção
• Redução de custos
• Incremento da qualidade do produto final
• Evitar tarefas repetitivas e/ou perigosas para o homem (operador)
4. Autómatos Programáveis
O Autómato Programável ou Controlador Lógico Programável (Programmable Logic Controller – PLC)
utiliza-se, por excelência, no comando de circuitos de automatismos. É um equipamento eletrónico,
programado pelo utilizador em linguagem não informática, com funcionamento cíclico assegurado por
um programa e concebido para controlar em tempo real um ou vários processos sequenciais.
Devido à facilidade de uso e preço cada vez mais atrativo, o PLC entrou definitivamente na
automatização dos pequenos e dos grandes sistemas. O autómato pode ser considerado como um
computador cuja arquitetura, sistema operativo, linguagem de programação, entradas/saídas e forma
construtiva estão especialmente adaptados para aplicações de controlo industrial.
Está concebido para funcionar em ambientes industriais agressivos (temperatura, vibrações,
microcortes na tensão, ruído elétrico, etc.), por isso, é também um equipamento muito robusto.
A competitividade atual exige a reformulação rápida dos processos de fabrico. Nos dias de hoje, a
utilização do autómato programável tornou-se praticamente inevitável e imprescindível, ele permite a
rápida e fácil reprogramação dos sistemas que, num passado recente, com tecnologia cablada, seria
8 das saídas (variáveis externas de saída), para os atuadores que, por sua vez, atuam sobre o processo. Os
sinais que o autómato utiliza como resultado das operações aritméticas e lógicas efetuadas pelo
programa, chamam-se variáveis internas.
As entradas do PLC caracterizam-se fisicamente pelos seus terminais para acoplar os dispositivos de
entrada (sensores), estão identificados através do termo INPUT (entrada – geralmente a letra I seguida
de um número identificativo, ex. I1, I2, etc. dependendo do número de entradas que o PLC possui),
tendo ainda uma indicação luminosa de ativado por meio de um díodo led.
As entradas do PLC podem ser internamente realizadas de três formas:
• Relés; • Transístor; • Acoplador ótico
A identificação das saídas realiza-se da mesma forma que para as entradas, mas neste caso com a
identificação OUTPUT (saída – geralmente com a letra Q seguida também de numeração que depende
do número de saídas que o PLC tem).
As saídas do PLC podem ser internamente realizadas também de três formas diferentes:
• Relés; • Transístor; • Triac
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Logo que executamos um programa, o autómato vai efetuar ciclicamente estas três fases:
• Fase 1:Leitura do estado das entradas
Os sensores interpretam as grandezas físicas (movimento, pressão, caudal, temperatura, etc.) e
transformam-nas em sinais elétricos normalizados que são transmitidos, através das entradas, ao
autómato, que os guarda na sua memória de dados.
• Fase 2:Execução do programa
Tendo em conta o programa existente na memória do autómato e as informações presentes na
memória de dados, o programa é executado.
• Fase 3:Activação ou desativação das saídas
Os valores das variáveis de saída resultantes da execução do programa são transferidos para as saídas,
estas são atualizadas e o autómato passa ao ciclo seguinte. Por sua vez, as saídas transmitem aos pré-
atuadores (contactores, electroválvulas, etc.) sinais que vão permitir que os atuadores (motores,
cilindros, etc.) entrem em funcionamento.
Ao terminar a Fase 3, o autómato volta à Fase 1 e assim sucessivamente. O tempo de ciclo (scan) de um
autómato, com leitura cíclica, corresponde ao tempo decorrido entre a leitura das entradas e a
atualização das saídas.
A memorização prévia das variáveis de entrada na memória de dados destina-se a evitar alterações nas
mesmas no decorrer do ciclo do programa. A atualização das variáveis de saída é realizada no final do
ciclo, quando todos os comandos a transmitir estão definidos.
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As linhas que constituem o programa, além de ser necessário organizá-las pela ordem correta, têm de
obedecer ao seguinte formato:
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• Instrução
Especifica a operação a executar pelo programa. É representada em mnemónica e possui um símbolo
que é próprio do autómato utilizado.
• Operando
Indica os dados: bits, bytes ou words, sobre os quais as instruções do programa vão operar.
Ex.: Programação da função lógica “s” nos autómatos Twido, S7-200 e CPM1A. s = (a + /b) • c
Nota: “/b” - significa variável negada. As variáveis de entrada “a”, “b” e “c” e de saída “s”, serão
substituídas pelos códigos, referentes às entradas e saídas, dos respetivos autómatos.
Diagrama de contactos
Linguagem gráfica, derivada da linguagem de relés, que utiliza um conjunto de símbolos gráficos para
elaborar o programa do automatismo. Estes símbolos incluem três formas básicas:
• Contactos: representam condições lógicas de entrada, tais como interruptores, botões de pressão,
condições internas, etc.
• Bobinas: representam condições lógicas de saída, atuam sobre lâmpadas, motores, etc.. Também podem
representar condições internas de saída.
• Blocos de função: representam operações adicionais tais como: temporizadores, contadores, operações
aritméticas, etc.
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Bibliografia
Programmable Controllers – Theory and Implementation, Second Edition, L. A. Bryan e E. A. Bryan, An
Industrial Text Company Publication